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Resumo D.I.P..pdf

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Noções básicas do D.I.P. 
 Direito internacional Público Direito Internacional Privado 
Sujeito: Estados, organizações internacionais. Pessoas físicas / Pessoas jurídicas 
Interesses: Relações Públicas Relações privadas e conflitos de leis no espaço. 
Aplicações: De normas internacionais 
Ex: Tratados internacionais 
De normas nacionais 
 
 
CONCEITO DE D.I.P. 
É o ramo que estuda as normas sejam consuetudinárias ou convencionais, mediante tratados, convenções, acordos entre nações. 
Normas consuetudinárias: Normas criadas á partir de um costume. Quando o costume é internacionalmente conhecido vincula 
entre os estados como norma não escrita. 
Normas convencionais: São quando as partes que detêm personalidade jurídica (Estados e OIS) se encontram e convencionam 
normas as quais se submetem. 
FUNDAMENTO DO D.I.P. 
I.Teoria Voluntarista / subjetivista: Aduz que para a existência do D.I.P. depende da vontade dos estados. 
 (EXISTENCIA: VONTADE DOS ESTADOS) 
 
II. Teoria Objetivista: Aduz que o D.I.P. tem suas próprias regras, princípios e costumes. 
 (EXISTENCIA: INDEPENDE DOS ESTADOS) 
 
CARACTERISTICAS DO D.I.P. 
I. Descentralização: Não há um órgão que concentre todas as normas e poderes – cada estado é uma ordem. 
autônoma. 
II. Horizontalidade: Relação formal entre os sujeitos do D.I.P. – Não há hierarquia. 
III. Coordenação: Deve haver cooperação entre os estados para cuidar dos problemas internacionais. 
IV. Proibição do uso da força: A força é o ultimo recurso, quando todos os outros métodos se esgotarem. A possibilidade 
de uso da força é estabelecida no art. 51 da carta da ONU. Ex: legitima defesa. 
V. Humanização do D.I.P.: Coloca o ser humano como figura central de proteção nos compromissos internacionais. 
VI. 
FONTES DO D.I.P. 
I. Fontes primárias: Tratados internacionais / convenções, costumes e princípios gerais do direito. 
II. Fontes Secundárias: Doutrinas e jurisprudências Resoluções das OIS (Organizações Internacionais) e 
 
 OBS: Essas 2 fontes secundarias não estão no art. 38 
OBS: o art. 38 da CIJ é exemplificativo. 
OBS: Nas fontes primarias do art.38 da CIJ o D.I.P. não possui hierarquia. 
 
 
 
Atos Jurídicos unilaterais 
 
SUJEITOS E ATORES DO D.I.P. 
I. Estados 
II. Organizações internacionais 
III. Organizações não governamentais 
IV. Santa sé 
 A santa Sé é o estado da cidade do Vaticano que possui peculiaridades que equipara-se a um estado, 
por agir de forma soberana em relação a seu povo. As relações e acordos diplomáticos com outros estados soberanos são 
feitos pela santa sé e ñ com o vaticano. 
PRINCIPIOS DO D.I.P. 
I. Independência Nacional: Relações internacionais de um pais deve consolidar-se na sua soberania política, repudiando 
a intervenção direta ou indireta dos Estados. 
II. Prevalência dos direitos humanos: As relações Internacionais devem ser pautadas respeitando o ser humano em 
sua essência. 
III. Autodeterminação dos povos: Estabelece que o povo de um estado possui prerrogativa de tomar as escolhas 
necessárias sem qualquer interferência externa, escolhendo seu destino e a forma da qual será dirigido, tendo como base 
sua própria soberania. 
IV. Não intervenção: É regra para que cada pais se desenvolva da forma que lhe convém, não sendo sujeito a intervenção 
de qualquer outro pais. 
V. Igualdade entre os estados: (Horizontalidade). 
VI. Defesa da paz: + almejado, pois, a paz é tida como regra nas relações internacionais, ficando a questão da força / 
guerra para casos excepcionais. 
VII. Solução pacifica dos conflitos: O princípio afirma que para a solução de conflitos é necessário meios pacíficos, 
sejam diplomáticos, políticos ou jurídicos. 
VIII. Repúdio ao terrorismo: Principio para promover a eliminação de todas as formas de discriminação. Os estados 
reconheceram a importância das políticas públicas que adota medidas para promover igualdade como condição de 
desenvolvimento, repudiando qualquer forma de discriminação, terrorismo ou racismo. 
IX. Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade: Entende que toda a humanidade deve 
cooperar entre si para perpetuação da paz. 
X. Concessão de asilo político: Mecanismo utilizado nas relações internacionais com base na solidariedade. 
Instrumento em que o indivíduo solicita para outro estado o seu acolhimento por perseguições políticas em razão do 
exercício da livre manifestação de pensamento 
 
DIREITO INTERNO E O DIREITO INTERNACIONAL 
Existe 2 correntes: Monista e Dualista 
 
 TEORIA MONISTA (Hans Kelsen) 
Existe apenas 2 ordem jurídicas: 
 
Internacionalista: Defende que caso haja afronta 
entre a lei interna e o tratado -> Prevalece o 
tratado 
TEORIA DUALISTA (Carl Heinrich / Dionisio Ancilotti) 
Defende que há 2 ordens distintas uma interna e outra internacional 
 
Dualista extremada: Acredita que o tratado está no mundo internacional 
e para fazer parte do ordenamento jurídico brasileiro terá que ser 
transformado em lei. 
Nacionalista: Defende que caso haja afronta entre a 
lei interna e o tratado -> Prevalece a lei interna 
(norma nacional) 
Dualista mitigada: Acredita que o tratado está no mundo internacional e 
para fazer parte do ordenamento jurídico brasileiro terá que ser 
transformado em decreto (ato normativo). (Adotada pelo Brasil) 
OBS: De acordo com o STF A teoria adotada no BRASIL é a TEORIA DUALISTA MITIGADA. 
EX.: Pacto de São José da Costa Rica assinado em 1992 e transformado em decreto n° 678/92. 
Foi deixado claro na carta rogatória n°8279 
 
TRATADOS INTERNACIONAIS 
PILARES DOS TRATADOS: CVDT 1969 e 1986 (CVDT - Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados) 
 
CONCEITO DE TRATADO INTERNACIONAL: Conforme a CVDT 1969 é um acordo internacional concluído por escrito entre 
os estados e regido pelo Direito internacional, quer conste de um instrumento único, quer dois ou mais instrumentos 
conexos, qualquer que seja denominação. 
OBS: Tratados Internacionais são por escrito. 
OBS: Os Tratados de acordo com a CVDT podem ser bilaterais ou multilaterais. 
 
 Criação / Vigor depois de 35 ratificações -> só em 1980 / Brasil ratificou 2009 por meio do decreto n°7.030/ de 14/112/2009 
 
CVDT 1969 -> DEFEITO: Os tratados só eram feitos com ESTADOS. 
CVDT 1986 -> CLONE da 1969: Foi feita somente para incluir as ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS para faze-las capazes de 
realizar e cumprir tratados internacionais. 
T= Tratados internacionais 
Estado para Estado 
Estado para O.I 
O.I para O.I 
 
PECULIARIDADES DOS TRATADOS INTERNACIONAIS: 
a) Capacidade das “partes”: Estado, Organizações Internacionais. 
b) Habilitação dos agentes signatários: Poderes cedidos aos negociadores para poderem realizar e concluir os tratados. 
Essas pessoas (Diplomatas) são chamadas de plenipotenciárias. É nulo o ato de quem não tiver poder para tal ato. 
c) Objeto licito e possível: É nulo caso viole os princípios do D.I., não pode obter uma norma que contrarie a moral e os 
bons costumes, ou ainda que seja impossível de ser conceituado. 
d) Consentimento mútuo: A base essência do tratado é o consentimento. Viciam os tratados: erro, dolo ou coação. 
 
CARACTERISTICAS DOS TRATADOS INTERNACIONAIS 
A) Consensualismo: Fundamenta na autonomia da vontade dos sujeitos do D.I.P. 
B) Ausência de hierarquia: Assim como não há hierarquia entre os Estados, também não há entre os tratados. Oque importa 
para o D.I.P. é a relação entre os estados. 
C) Ausência de formalismo: Os tratados devem ser realizados por escrito,no entanto, não existe procedimentos específicos 
para a redação. Mesmo não sendo obrigatório os tratados seguem uma ordem cronológica construída costumeiramente. 
 
DEFINIÇÕES COMUMENTE ULTILIZADAS P/ TRATADOS 
A) CONVENÇÃO: Para designar atos multilaterais, oriundos de conferências internacionais que versem sobre assunto de 
interesse geral. (Instrumentos internacional para estabelecer normas de comportamentos dos estados em sentido amplo.) 
B) ACORDO: É expressão de uso livre e de alta incidência na pratica internacional. Usado nas negociações bilaterais de natureza 
política, econômica, comercial, cultural, cientifica e técnica. 
C) CARTA/ PACTO: Pode ser tanto um tratado solene (cria organização internacional e define seus tributos) como a carta da ONU ou o 
pacto que criou a liga das nações. 
D) ESTATUTO: Define os tratados que criam uma organização internacional, estabelecendo normas gerais, critérios de funcionamento, 
similar a um estatuto. Ex: ESTATUTO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA. 
E) CONCORDATA: Tratados de cunho religioso, entre estados ou entre estados e a Santa Sé 
F) PROTOCOLO: Utilizado tanto para acordos bilaterais como para multilaterais. 
EX: Pode ser utilizado para designar ata final de uma conferência. 
O BRASIL tem utilizado na pratica diplomática, como “protocolo de intenções”, para sinalizar o início de compromisso. 
 
PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS TRATADOS 
 
1° FASE: 
Negociações preliminares: ( quem pode participar das negociações) 
a) chefe de estado (presidente) 
b) Chefe das missões diplomáticas 
c) Ministro das relações exteriores 
d) Qualquer individuo que possua a carta de plenos poderes 
 
ART.2°, -C da CVDT ->1969 
“Plenos Poderes”: significa um documento designa um documento emanado autoridade competente de um Estado que uma ou mais 
pessoas para representar a Estado-Membro para negociar, adoptar ou o texto de um tratado, para expressar o consentimento do Estado a 
ficar vinculado por um tratado, ou qualquer outro ato com relação a um tratado. 
 
OBS: Em geral essa carta é assinada pelo ministro das relações exteriores, em alguns casos pelo chefe de estado e 
posteriormente é dirigida ao chefe da missão diplomática. 
 
EXCEÇÕES PARA O USO DA CARTA DE PLENOS PODERES 
A) Pela pratica dos Estados: Presume-se que eles têm a intenção de indicar aquela como representante. 
B) Quando a negociação é conduzida por chefes de estados de governo e ministro das relações exteriores. 
C) Quando a negociação ocorre no território onde o chefe da missão diplomática exerce suas funções. 
 
INICIO DAS NEGOCIAÇÕES 
• Tratado Bilateral: Envia nota Diplomática 
 Documento escrito, que possui as intenções do estado para aquele tratado. 
• Tratado Multilateral: A discussão deste tratado é realizada nas convenções e conferências internacionais. 
 
OBS: Com a elaboração do texto final do tratado, após uma efetiva discussão, acontece oque se chama pela doutrina 
de “adoção” do texto do tratado. 
 
Antes da assinatura precisa da do crivo de 2 orgãos de Itamaraty 
 
CIJ (Consultoria juridica do Itamaraty) - Analisa aspectos jurídicos . 
DAI ( Divisão de atos Internacionais) - Analisa o aspecto processual. 
 
OBS: Depois de passar pelos 2 crivos, o tratado está pronto para receber a assinatura dos agentes signatários. 
 
2° FASE 
Apreciação parlamentar: Art. 49, I, da Constituição Federal de 1988. 
 É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I - Resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
a) Se o congresso não aceitar o tratado, não será preciso fazer um decreto legislativo, apenas uma comunicação ao 
presidente da república e ele irá resolver sobre o tratado. 
b) Se o Congresso aceitar o tratado terá que fazer um decreto legislativo e encaminhar o mesmo para o presidente da 
república. Dessa forma vemos que não resolve de forma definitiva. Posteriormente será necessário o crivo do chefe de 
estado por meio da ratificação. 
3° FASE 
• RATIFICAÇÃO E PROMULGAÇÃO 
Ratificação: Art. 84, VIII CF/88. 
Somente pelo presidente da república. 
Possui 3 características: Ato unilateral / Ato discricionário/ Ato irretratável. 
Conceito de RATIFICAÇÃO: 
É um ato unilateral com o que o co-participe da feitura de um tratado expressa em definitivo sua vontade de se responsabilizar 
nos termos do tratado, perante a comunidade Internacional. 
 
PARTE FINAL DA 3ª FASE 
• PROMULGAÇÃO 
CONCEITO DE PROMULGAÇÃO: Tem por finalidade atesta que o ato internacional já existe e que foram cumpridas todas as 
formalidades externas. (Indica que o compromisso internacional firmado já é juridicamente exigível, obrigando a todos sua observância.) 
 
Para que sua norma jurídica se considere efetiva e indispensável a publicação (para dar conhecimento a população). 
 
 
RESERVAS 
Conceito: Art.2º, -d da CVDT/ 1969. 
 
OBS: Os momentos em que se pode fazer reservas são: 
ANTES DE ASSINAR / ANTES DE RATIFICAR / ANTES DE ACEITAR OU APROVAR O TRATADO / ANTES DE ADERIR. 
 
OBS: Caso uma parte discorde das reservas que foram apresentadas por outra parte, a 1ª pode oferecer objeção. No caso 
compete a 1ª indicar se o tratado está em vigor com a 2ª parte. 
 
ATENÇÃO! 
Alguns tratados não aceitam reservas. 
São eles: Carta da ONU / Acordos constitutivos da OMC / Tratados que envolvem DIREITOS HUMANOS. 
 
É sempre possível fazer reservas, exceto quando: 
A) O tratado prevê a impossibilidade de reservas 
B) Quando o tratado prevê apenas questões preestabelecidas o uso da reserva (Ex: Pode fazer reservas só nos arts. 49, 50, 60..) 
C) Quando as reservas se referem as questões essenciais do tratado. 
 
No Brasil as reservas podem ser feitas pelos poderes: Legislativo / Executivo. 
 
OBS: Os tratados podem retirar suas reservas quando conveniente para os mesmos, basta notificação aos Estados. (ñ é necessário 
que os outros ESTADOS aceitem) 
EXTINÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS 
A) Execução Integral: O tratado prevê a realização de um ato determinado, que é atendido pelos Estados. 
B) Consentimento Mutuo: Os Estados podem acordar um novo tratado, reconhecendo o fim daquele anterior. 
C) Termo Final: Quando o tratado tem o prazo de vigência pre- determinado, que expira. (Trazem prazo de validade) 
D) Renúncia do beneficiado: Um tratado foi feito para benefício de um Estado e não deseja mais o benefício. 
E) Conflitos Armados: Deixa de ser exigíveis quando as partes entram em conflito armado, exceto o de DIREITOS HUMANOS que 
permanecem em pleno vigor. 
F) Denuncia Unilateral: Ato em que a parte contratante manifesta vontade de deixar o tratado. 
Para surtir efeito deve: 
• Prazo estipulado no tratado 
• Se no texto ñ tiver o prazo, sendo o Estado membro da CVDT o prazo geral é de 12 meses. 
• Se o Estado não for membro da CVDT, seu efeito de retirada será imediato.

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