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Avaliação de métodos-utilizados-para-superação-de-dormência-em-sementes-de-Enterolobium-contortisiliquum (Vell.) Morong (Tamboril)

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AVALIAÇÃO DE MÉTODOS UTILIZADOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA 
EM SEMENTES DE Enterolobium contortisiliquum (VELL.) MORONG (tamboril)- 
LEGUMINOSAE (MIMOSIDAE). 
Jackeline dos Santos Miclos1, Alessandra Terezinha Chaves Cotrim1 Glauciana Pereira de 
Araújo2,(1Base cerrado/IMA Br 242, Km 01, loteamento flamengo, Barreiras-BA, CEP. 
47800-000, jackelinemiclos@cra.ba.gov.br, Universidade do Estado da Bahia /UNEB,Br 242 
Km 01, loteamento flamengo, Barreiras-BA, CEP. 47800-000) 
 
Termos para indexação: sementes, germinação e dormência. 
 
Introdução 
 A conservação de espécies nativas do bioma cerrado depende de uma política 
adequada de proteção ambiental, conservação dos recursos genéticos e o desenvolvimento de 
métodos adequados para a propagação das diferentes espécies, visando à conservação in situ e 
o reflorestamento de áreas degradadas. A partir do conhecimento da diversidade de espécies, 
considerando as características morfológicas, fisiológicas e econômicas, torna-se possível 
explorar de forma sustentável o seu potencial ornamental, melífero e farmacológico (Ribeiro 
& Silva, 1996). 
 Entretanto, os programas de recomposição florestal com espécies nativas esbarram 
principalmente na aquisição e armazenamento de sementes e formação de mudas, pois as 
sementes de algumas espécies apresentam baixa taxa de germinação, por apresentarem 
dormência, como mecanismo de sobrevivência ao qual está relacionada a fatores que 
ameaçam a sua existência. Sementes viáveis de muitas espécies não germinam mesmo quando 
os fatores externos necessários ao processo de germinação (luz, água, oxigênio) são 
favoráveis; neste caso, elas são ditas dormentes (Eira et al., 1993). 
 Entre os tipos de dormência o mais comum em espécies tropicais é a dormência 
exógena-física. Utiliza-se para a superação desse tipo de dormência a escarificação mecânica 
que consiste em utilizar um escarificador (faca, bisturi,lixa, dentre outros), para cortar, furar, 
raspar, etc, ou ainda, a escarificação química com o uso de ácidos (Salomão & Silva, 2003). A 
germinação e a dormência também podem ser reguladas por substâncias inibidoras e 
promotoras presentes, normalmente no tegumento e no embrião. As giberelinas por exemplo 
estão diretamente relacionadas à germinação de muitas sementes, participando tanto na 
 
 
superação da dormência, como no controle da hidrólise de reservas nutricionais (Karssen, 
1995). 
 A maioria das leguminosas apresenta dormência física representada pela dureza do 
tegumento que impede a embebição de água pelas sementes, é o caso das sementes de 
Enterolobium contortisiliquum conhecido popularmente como tamboril (Salomão & Silva, 
2003). Lorenzi indica para essa espécie a escarificação de suas sementes, ocorrendo a 
emergência entre 10-20 dias com a taxa de germinação de 25% (Lorenzi, 2002). Já Eira 
(1993) indica a imersão das sementes em ácido sulfúrico independentemente do período de 
tempo. 
Devido o tamboril ser uma alternativa econômica para o aproveitamento sustentado de 
algumas regiões, pois fornece madeira leve própria para o fabrico de barcos e de canoas, 
podendo ser indicada também para o reflorestamento de áreas degradadas, principalmente por 
seu rápido crescimento, é necessário estudos que avaliem métodos que melhor favoreça a 
germinação dessa espécie. Pois, assim como outras espécies nativas do Cerrado, o tamboril, 
possui sementes que em condições naturais não germinam, por apresentarem dormência. 
Sendo assim esse trabalho tem como objetivo avaliar diferentes métodos de superação 
de dormência dessa espécie a fim de obter um melhor Índice de Velocidade de Emergência 
(IVE) assim como uma melhor taxa de germinação. 
 
Material e Métodos 
 O experimento foi conduzido no Viveiro de Pesquisa e Produção de Plantas 
Nativas para Recomposição de matas, localizado no Campus IX da UNEB/Barreiras-BA. 
Foram utilizados quatro tratamentos (Tabela 1) e quatro repetições, sendo cada repetição 
formada por vinte sementes, totalizando oitenta sementes por tratamento. As sementes foram 
semeadas em bandejas (Fig. 1A) de polietileno contendo como substrato areia lavada e 
esterilizada em estufa por 2h a ±200ºC, conforme Regra para Análise de Sementes 
(Brasil,1992). Depois de semeadas, as bandejas foram irrigadas duas vezes ao dia e feitas 
anotações diárias sobre as plântulas emergidas (Fig.1B). 
Os parâmetros avaliados foram: IVE (Índice de Velocidade de Emergência) que 
corresponde ao número de plântulas emergidas no dia segundo critério estabelecido por 
 
 
Maguire (1962) citado por Araújo (2004) e a taxa de germinação correspondente ao número 
total de plântulas germinadas ao final da observação. Os resultados foram submetidos à 
análise estatística, através do programa ASSISTAT (Silva, 2003), sendo submetido à análise 
de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 
 
 
Figura 1. Sementes e desenvolvimento da espécie Enterolobium contortisiliquum (tamboril). 
A: sementes; B: Plântulas. 
 
 
Tabela 1. Tratamentos utilizados para superação de dormência de Enterolobium 
contortisiliquum (tamboril). Barreiras-BA, 2008. 
 
Trata
mentos Descrição dos Tratamentos 
T1 Testemunha 
T2 escarificação (desponte) + imersão em H2O (água) por 24h 
T3 escarificação (desponte )+ imersão em GA3 (ácido giberélico) por 4h 
T4 escarificação + imersão em H2SO4 -concentrado (ácido sulfúrico) por 1 min. 
 
 
Resultados e Discussão 
De acordo com os resultados apresentados na Tabela 2 observou-se que o tratamento 
usando desponte mais imersão em água por 24 horas (T2) apresentou maior índice de 
velocidade de emergência das plântulas (IVE=3,35) diferindo de todos os demais. Os 
tratamentos T3 e T4 também apresentaram bons índices de velocidade de emergência e não 
A B 
 
 
diferiram estatisticamente entre si, já a testemunha apresentou uma média de menos de uma 
plântula emergida no dia (T1=0,03). Esses dados confirmam as considerações feita por 
Salomão & Silva (2003), eles consideram as sementes de Enterolobium contortisiliquum 
dormentes por apresentarem o tegumento duro que impede a embebição de água pela semente 
dificultando assim o processo de germinação. 
Analisando a porcentagem de germinação das sementes o tratamento T2 também 
apresentou uma boa porcentagem de germinação (88,75%), mas que não diferiu 
estatisticamente dos tratamentos T3 (escarificação+imersão ácido giberélico-GA3), e T4 
(escarificação+Imersão em ácido sulfúrico- H2SO4) que proporcionaram porcentagens de 
germinação de 92,5% e 88,7%, respectivamente. A testemunha germinou apenas 1,2%. 
Conforme afirmação de Salomão & Silva (2003), a escarificação das sementes 
aumenta a sua germinação, podendo ser utilizada a escarificação química ou mecânica , 
sendo que Eira (1993) elegeu o tratamento com o ácido sulfúrico como o melhor na 
superação de dormência das sementes de tamboril. Assim nas condições em que esse trabalho 
foi desenvolvido obteve-se bons resultados com o tipo de escarificação mecânica utilizando o 
“desponte” ou a química utilizando “ácido sulfúrico concentrado”. 
Lorenzi (2002) indica a escarificação para se obter uma porcentagem de 25% de 
plântulas germinadas, observa-se que a escarificação com o uso do ácido sulfúrico, desponte 
+ imersão e água ou desponte + imersão em ácido giberélico obtêm-se porcentagens de 
77,5%;88,75% e 92,5%, respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 2. Valores de médias do Índice de Velocidade de Emergência (IVE) e Taxa de 
Germinação em sementes de Enterolobium contortisiliquum (tamboril). Barreiras-BA, 2008. 
 
Tratam
entos 
IVE ( média do nºdeplantas 
emergidas por dia )* Taxa de germinação (%)* 
T1 0.0300 c 1.2500 c 
T2 3.3525 a 88.7500 ab 
T3 2.8950 b 92.5000 a 
T4 2.5200 b 77.5000 b 
 
* Médias seguidas com letras iguais não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% 
de probabilidade. 
 
Conclusões 
Todos os métodos utilizados neste trabalho podem ser utilizados para superar a 
dormência das sementes de Enterolobium contortisiliquum, podendo optar pela utilização do 
desponte +imersão em água por 24h por ser um método simples e econômico. 
 
Referências Bibliográficas 
 
ARAÚJO, E. F.; BARBOSA, J. G.infuência da embalagem e do ambiente de armazenamento 
na conservação de sementes de palmeira (Phoenix loureiri Kunth) Revista Brasileira de 
Sementes, pelotas, v.26, n.1,2004. 
 
T1 T2 T3 T4
0
0,25
0,5
0,75
1
1,25
1,5
1,75
2
2,25
2,5
2,75
3
3,25
3,5
0,03
3,35
2,89
2,52
IVE
tratamentos
IV
E
T1 T2 T3 T4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1,25
88,75 92,5
77,5
Germinação
tratamentos
po
rc
en
ta
ge
m
(%
)
 
 
EIRA, M.T.S: FREITAS, R.W.A. & MELLO, C. M.C. 1993. Superação da Dormência de 
Sementes de Enterolobium contortisiliquum (VELL.) Morong. –Leguminosae. Revista 
brasileira de Sementes,vol.15,nº 2, p.177-181,1993. 
 
 
KARSSEN, C. M. Hormonal regulation of seed development, dormancy, and germination 
studied by genetic control. In: KIGEL, J.; GALILI, G. (Eds.) Seed development and 
germination. New York: Marcel Dekker, 1995. p. 333-350. 
 
KRAMER, P.J.; KOZLOWSKI, T.T. Fisiologia das árvores. Lisboa: Fundação Calouste 
Gulbenkan, 1972. 745 p. 
 
LORENZI, H. Árvores Brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas 
do Brasil, vol.01/Harri Lorenzi-Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum,2002.368p. 
 
RIBEIRO, J. F.; SILVA, J. C. S. Manutenção e recuperação da biodiversidade do bioma 
cerrado: o uso de plantas nativas. In: SIMPÓSIO SOBRE O CERRADO, 8.; 
INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON TROPICAL SAVANNAS 1., 1996, Brasília. Anais... 
Planaltina: Embrapa-CPAC, 1996. p. 10-14. 
 
SALOMÃO, A. N.; SILVA, J. C.S.; DAVIDE, A. C.; GONZÁLES, S.; TORRES, R. A. 
A.;WETZEL, M.M.V.S.; FIRETTI, F.; CALDAS, L.S. Germinação de sementes e 
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SILVA, F.A.S.E. The ASSISTAT Software: statistical assistance. In: INTERNATIONAL 
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