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Comprimidos Plano de Aula Introdução Tipos de comprimidos Liberação prolongada Produção Acondicionamento Introdução Pode possuir ampla variedade de tamanhos, formatos, revestimentos e apresentar ou não marcações na superfície. Comprimidos sulcados sugerem que podem ser partidos. Podem ser de liberação imediata ou modificada. Podem ser administrados pela via oral, sublingual, vaginal ou bucal. Forma farmacêutica sólida, contendo uma dose única de um ou mais princípios ativos, com ou sem excipientes, obtida pela compressão de volumes uniformes de partículas e, excepcionalmente, por moldagem. Adjuvantes de comprimidos Diluentes ou materiais de enchimento: aumentam o volume da formulação. Aglutinantes: promovem adesão das partículas dos pós, permitindo a preparação de grânulos e a manutenção da integridade do produto final. Desintegrantes: promovem a desagregação dos comprimidos, após a administração, em partículas menores, para tornar o fármaco mais disponível. Antiaderentes, deslizantes e lubrificantes: melhoram o fluxo dos pós e grânulos para a matriz, minimizam o desgaste dos punções e das matrizes. Tipos de comprimidos Comprimidos revestidos: Revestidos com camadas, normalmente poliméricas, destinadas a proteger o fármaco do ar ou umidade; para fármacos com odor e sabor desagradáveis, para melhorar a aparência ou para alguma outra propriedade que não seja a de alterar a velocidade ou extensão da liberação do princípio ativo. Ex.: comprimidos revestidos com filme ou gelatina; drágeas. Tipos de comprimidos Drágeas: São comprimidos revestidos com camadas de açúcar incolor ou colorido. Revestimento hidrossolúvel que se dissolve rapidamente após ingestão. Útil para mascaramento de sabor e odor desagradáveis, e para proteger o fármaco de degradações do meio externo. O drageamento pode aumentar ~ 50% o peso e o volume do comprimido. Tipos de comprimidos Comprimidos bucais ou pastilhas: O fármaco é liberado lentamente na cavidade bucal. As pastilhas possuem base adocicada e sabor. Podem ser preparadas por moldagem ou compressão. Comprimidos sublinguais: São destinados a serem dissolvidos prontamente embaixo da língua. O comprimido é colocado na mucosa abaixo da língua e sofre desintegração imediata para a liberação do fármaco. Adequados para fármacos que são destrúídos pelo suco gástrico ou fracamente absorvidos pelo TGI. Mucosa sublingual: muito úmida, fina e ricamente vascularizada. Tipos de comprimidos Comprimidos orodispersíveis: São comprimidos que desintegram-se ou dissolvem-se rapidamente, quando colocados sobre a língua (15 a 30s). Obtidos por liofilização ou compressão direta sob baixa força de compressão. Problemas: dificuldade de mascaramento do sabor e friabilidade. Comprimidos efervescentes: Resultantes da compactação de grânulos efervecentes, que liberam CO2 quando estão em contato com a água. Composição que aumente a captura de fluido (ex.: superdesintegrante + substância efervecente). Tipos de comprimidos Comprimidos mastigáveis: São comprimidos formulados para que se possam ser mastigados, produzindo sabor residual agradável. Possuem base cremosa (ex.: manitol, xilitol) e não contêm desintegrantes. Manitol: como outros polióis, promove sensação de refrescância. Xilitol: utilizado em preparações isentas de açúcar. Tipos de comprimidos Comprimidos obtidos por moldagem: São comprimidos que possuem rápida dissolução. Não contêm desintegrantes, lubrificantes ou materiais que reduzam a velocidade de dissolução. A base é composta de lactose com ou sem sacarose. A mistura de pós é umedecida com solução hidroalcoólica 50% e a massa é adicionada ao molde, enchendo cada abertura e nivelando-a. Comprimidos de liberação imediata ou convencional: São comprimidos que se dissolvem no estômago e são absorvidos no intestino. muito comum em homeopatia Tipos de comprimidos Comprimidos obtidos por múltiplas compressões: Para veiculação de fármacos incompatíveis entre si, em compartimentos diferentes; liberação em tempos diferentes ou melhoria da aparência. São comprimidos multicamadas ou com sistema reservatório (núcleo interno + camada externa/invólucro). Comprimidos revestidos de liberação modificada REPETIDA Comprimidos com 2 doses do fármaco, a 1ª para liberação imediata e a segunda para liberação retardada. Ex.: comp. de 2 camadas = núcleo interno revestido para liberação intestinal + camada externa sem revestimento. Liberação PROLONGADA* Modificam a velocidade ou extensão da liberação dos princípios ativos. Possibilita pelo menos uma redução na frequência de dose quando comparada com o medicamento de liberação convencional. Liberação RETARDADA Liberam o fármaco num tempo diferente daquele imediatamente após a administração. O atraso pode ser determinado pelo tempo ou influencia das condições do meio, como o pH. Ex.: revestimento entérico. Liberação prolongada* Sustentada se a concentração permanece acima da dose efetiva por um tempo prolongado (difusão ou erosão) ou controlada se o fármaco é liberado do comprimido a uma velocidade constante (osmose). Esta tecnologia pode ser empregada se o fármaco atender determinados requisitos e dependendo da indicação terapêutica: Não ter velocidade muito lenta nem muito rápida de absorção e excreção. Uniformidade na absorção pelo TGI Administrados em doses relativamente pequenas. Boa margem de segurança. Preferencialmente, em condições crônicas. Liberação prolongada* Sustentada por erosão: Fármaco granulado com polímero hidrofílico (ex.: HPMC) – intumesce e gelifica na superfície do comprimido, sofrendo posterior erosão quando completamente hidratado. Outras camadas de gel são formadas e dissolvidas sucessivamente na superfície do comprimido. Liberação prolongada* Sustentada por difusão: Fármaco granulado com material inerte plástico (polietileno, acetato de polvinila ou polimetacrilato) ou material hidrofóbico (ceras) é liberado lentamente por difusão. O material inerte é liberado nas fezes. Liberação prolongada* Sistema reservatório: Consiste em revestir o núcleo com membrana polimérica insolúvel. O fármaco é liberado por difusão através de microporos da membrana. Outros: formação de complexos insolúveis (ex.: resinato de fármaco), cuja liberação depende das condições do meio Liberação prolongada* Controlada por osmose: Possui núcleo revestido por membrana semi-permeável contendo um orifício que permite a passagem de solução/suspensão de fármaco. Um agente osmótico atrai a água, aumentando a pressão interna, promovendo a saída do fármaco pelo orifício. Produção - generalidades Os diâmetros e as formas são determinados pelas matrizes e punções empregadas na compressão. A profundidade da câmara de compressão na matriz corresponde ao volume que contém o teor de fármaco pretendido. Quanto mais côncavo for a punção, mais convexo o comprimido será. Os punções podem conter monogramas em profundidade ou em alto relevo. Requisito importante: granulação prévia para que a mistura de pós escoe livremente. Adjuvantes de comprimidos Diluentes ou materiais de enchimento: aumentam o volume da formulação. Aglutinantes: promovem adesão das partículas dos pós, permitindo a preparação de grânulos e a manutençãoda integridade do produto final. Desintegrantes: promovem a desagregação dos comprimidos, após a administração, em partículas menores, para tornar o fármaco mais disponível. Antiaderentes, deslizantes e lubrificantes: melhoram o fluxo dos pós e grânulos para a matriz, minimizam o desgaste dos punções e das matrizes. Granulação por via úmida Etapas: pesagem e mistura dos componentes; preparação da massa úmida; transformação da massa úmida em pellets ou grânulos; secagem dos grânulos; calibração do tamanho dos grânulos por tamisação; adição de lubrificantes e, obtenção dos comprimidos por compressão. Granulação por via úmida Pesagem: Adição de diluente (lactose, sacarose, celulose microcristalina*, amidos, fosfato de cálcio*). Adição de desintegrante (croscarmelose*, amido de milho e batata, glicolato de amido sódico*, CMC sódica, polivinilpolipirolidona PVP, crospovidona, resinas de troca catiônica). Massa úmida: Add aglutinante líquido (povidona, glicose, metilcelulose, CMC, celulose microcristalina) Corantes e/ou flavorizantes Tamis 6 ou 8 grânulos Secagem Tamisação (12 a 20) Mistura: Adição de lubrificante 0,1 a 5% da massa(estearato de magnésio*, estearato de cálcio, ác. esteárico, talco e fumarato de estearila sódica). Granulação por via úmida Granulação por via úmida – Leito fluidizado Granulação em etapa única Processo de leito fluidizado contínuo. Equipamento: granulador de leito fluidizado. a) pré-mistura de pós (PA, diluente, desintegrante) em leito de ar fluidizado; b) granulação por atomização de um aglutinante líquido (goma arábica, HPMC, povidona) sobre o leito de pós; c) Secagem (vácuo e microondas) até obter teor de umidade desejado; d) adição de lubrificante; e) compactação. Granulação à seco Para substâncias que degradam na presença de umidade ou nas temperaturas elevadas de secagem. O PA ou diluente precisam ter propriedade coesiva. Etapas: Pesagem e mistura dos componentes; Compactação em grandes peças; Quebra das peças (manual ou moinho); Tamisação; Adição de lubrificante Compactação por rolos: Aumentam a densidade do pó. Agentes aglutinantes: MC e HPMC – boa dureza e friabilidade Granulação à seco Compressão dos grânulos O procedimento de compressão em uma máquina de comprimir se resume a seis fases principais: (I) alimentação (a matriz é preenchida mediante simples fluxo pelo complexo farmacêutico a ser comprimido); (II) compactação (o punção superior inicia o movimento de decida compactando o complexo); (III) compressão propriamente dita (o punção inferior permanece imóvel enquanto o punção superior desce e comprime o material com força); (IV) ejeção (o punção superior retorna a sua posição inicial, o punção inferior ascende conduzindo o comprimido ao nível superior da matriz); (V) expulsão (já completamente fora da matriz, o comprimido é expulso com o retorno do alimentador a posição inicial); (VI) pré-alimentação (retorno do punção inferior e início da alimentação com o retorno parcial do alimentador) Compressão direta Substâncias de fluxo livre, com propriedades coesivas (cloreto de potássio). Ou adicionando-se excipientes especiais que conferem essas características ao pó: Diluentes: lactose nebulizada, microcristais de alfa-lactose, celulose microcristalina, maltose cristalina e fosfato de cálcio. Agentes aglutinantes: amido para compressão direta, carboximetilamido, CMC reticulada, PVP reticulada. Lubrificantes: estearato de magnésio e talco. Deslizantes: dióxido de silício. Defeitos dos comprimidos Defeitos Possíveis causas Capping – comprimidos descabeçados • Captação de ar durante a compressão. •Insuficiência do aglutinante. •Força de compactação excessiva. •Comportamento elástico do pó. •Alta velocidade de compressão. Laminação •Relaxação de regiões durante a ejeção. •Desgaste de matriz. •Captação de ar durante a compressão. •Alta velocidade de compressão. •Lubrificação insuficiente. Esfoliação – Picking e Sticking •Materiais aderidos aos punções. •Friabilidade demasiada. •Pós finos/muito finos em concentrações > 20%. Defeitos dos comprimidos Laminação Capping Piking Sticking Revestimento O revestimento consiste na aplicação de um material sobre a superfície externa de um comprimido com a intenção de conferir benefícios e propriedades à forma farmacêutica em relação a não-revestida. Pode ser aplicada a sistemas multiparticulados, visando um revestimento de liberação modificada. Pode ser: Revestimento peliculado Revestimento com açúcar ou drageamento Revestimento Film coating Menor gasto de material Maior controle operacional Processo mais rápido, menos etapas Polímero de revestimento: Liberação imediata, entérica ou prolongada. Sugar coating Apelo comercial e tradicional Facilita deglutição Comprimidos revestidos DRAGEAMENTO: Aspersão de xarope de sacarose e etapas de secagem entre cada revestimento. O revestimento com açúcar pode também ser realizado pela compressão de um núcleo pré-formado, em máquinas especiais. Etapas: A) Impermeabilização e selagem do núcleo, com polímero à prova d’água. B) Revestimento primário – 3 a 4 camadas de xarope espesso. C) Alisamento e arredondamento final – 5 a 10 revestimentos adicionais de xarope espesso. D) Acabamento e coloração. E) Polimento. Comprimidos revestidos REVESTIMENTO PELICULAR: Consiste na aplicação ou atomização de soluções ou suspensões sobre a massa em movimento dos comprimidos em turbinas comuns ou leito fluidizado. Desenvolvido de forma a obter comprimidos revestidos que apresentem essencialmente o mesmo peso, forma e tamanhos originais. Podem ser adaptados para revestimento entérico. Líquido de revestimento: essencialmente polímero formador de filme + plastificantes em solução aquosa ou orgânica volátil, de baixa viscosidade. Outros agentes: Soluções não-aquosas: substância hidromiscível, tensoativo, doador de brilho, opacificantes, corantes, edulcorante, flavorizante e aromatizantes. Vantagem: rapidez e efetividade. Incoveniente: custo e problema ambiental. Solução aquosa: lenta evaporação aquosa. Comprimidos revestidos REVESTIMENTO A SECO: Compactação de um revestimento granulado ao redor de um núcleo previamente formado, empregando-se máquinas de comprimir parecidas com as utilizadas na fabricação dos próprios núcleos. Revestimento - equipamentos Acondicionamento de comprimidos Antes do acondicionamento, os comprimidos são submetidos à contagem em contadores manuais (bandejas) ou automatizados. Recipientes de vidro ou plástico, alguns contendo pacotes de substâncias dessecantes (sílica, carvão ativado ou argila). Podem ser acondicionados em blísteres de dose unitária. Testes de estabilidade definem as condições de armazanamento específicas, quando necessário. Ex.: nitroglicerina – recipiente de vidro hermeticamente fechado na temperatura ambiente.
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