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Difusão Difusão em Estado Não-estacionário • A maioria das situações práticas envolvendo difusão ocorre em condições de estado NÃO estacionário; • Na prática: O fluxo de difusão J e o gradiente de concentração dC/dx variam ao longo do tempo em um ponto específico no interior do sólido; Difusão em Estado Não-estacionário • Perfis de concentração para um processo de difusão em estado não estacionário, tomados em três diferentes instantes de tempo, t1, t2 e t3. • t3>t2>t1 • dC/dx (1) > dC/dx (2) > dC/dx (3) Difusão em Estado Não-estacionário • Segunda Lei de Fick – Equação diferencial parcial que descreve a taxa com que os átomos são redistribuídos em um material, por difusão em regime não-estacionário. Difusão em Estado Não-estacionário Difusão em Estado Não-estacionário • Hipóteses adotadas: Antes da difusão a composição no sólido é uniforme com concentração Co; O valor de x na superfície do sólido é zero e aumenta ao longo do sólido; O valor de t0 corresponde ao instante em que a difusão inicia; Cs é a concentração superficial constante em x=0 Cx é a concentração em uma profundidade “x” após um tempo “t” Difusão em Estado Não-estacionário Difusão em Estado Não-estacionário • Função erro de Gauss erf (z); • Se eu quero atingir uma determinada concentração C no material, posso calcular o tempo necessário para atingir esta concentração a uma distância x da superfície da peça; • Importante em processos como CEMENTAÇÃO; Difusão em Estado Não-estacionário Exercício Ex: Consideremos uma peça de aço com concentração superficial de carbono inicial C0 = 0,25% (porcentagem mássica de C). Em um tratamento de cementação, a concentração de C na superfície CS foi subitamente aumentada para 1,20%, e mantida nesse valor. Depois de quanto tempo a concentração de C atingirá um valor de 0,80% numa posição situada a 0,5mm abaixo da superfície? • Dados: O coeficiente de difusão D do carbono no ferro é considerado constante na temperatura de tratamento D= 1,6 x 10-11 m2/s Difusão em Estado Não-estacionário • Considerações: Os estágios finais de homogeneização são lentos; A velocidade de difusão diminui com a diminuição do gradiente de concentração; O gradiente de difusão varia com o tempo gerando acúmulo ou esgotamento de soluto. Coeficiente de Difusão • O coeficiente de difusão D é um indicativo da taxa segundo a qual os átomos se difundem; • Os fatores que influenciam o coeficiente de difusão são: Espécie difundida (Tipo e mecanismo de difusão); Meio em que ocorre a difusão; Temperatura do processo. Coeficiente de Difusão Coeficiente de Difusão – Natureza dos Atomos • O coeficiente de Difusão D é influenciado pela natureza dos átomos em questão e pelo tipo de estrutura cristalina do material; • Consequentemente é também influenciado pelo tipo e pelo mecanismo de difusão; Ex: Diferença entre a autodifusão e a interdifusão do C no Fe-α a 500°C: D = 3,0 x 10-21m2/s -> autodifusão do Fe no Fe-α D = 2,4 x 10-12m2/s -> interdifusão de C no Fe-α. • Maiores taxas são registradas no processo de interdifusão (através de interstícios) do que no processo de autodifusão (através de lacunas) Coeficiente de Difusão – Natureza dos Atomos Coeficiente de Difusão – Temperatura • A temperatura é dos fatores de maior influência; Ex: Aumento do coeficiente D em função da temperatura para a interdifusão do C no Fe-α de 500 para 900°C. Difusão do C em Fe-α: D = 2,4 x 10-12m2/s (T = 500°C) D = 1,7 x 10-10 m2/s (T = 900°C) Coeficiente de Difusão – Temperatura • Maiores taxas de difusão são registradas com o aumento da temperatura; • Materiais com baixo ponto de fusão tem a difusão favorecida em comparação a materiais com alto ponto de fusão (energia necessária para romper as ligações e movimentar os átomos); Coeficiente de Difusão – Temperatura Coeficiente de Difusão – Temperatura Coeficiente de Difusão – Meio Difusivo • A movimentação dos átomos ocorre: No volume do material; Ao longo de defeitos pontuais, tais como: lacunas e interstícios, bem como de defeitos lineares, tais como: discordâncias; Ao longo de defeitos bidimensionais, tais como: contornos de grão e superfícies externas; Coeficiente de Difusão – Meio Difusivo • A movimentação de átomos pelos defeitos cristalinos é muito mais rápida do que pelo volume normal do material (difusão por curto circuito); • Em alguns casos a contribuição do fluxo de átomos através dos defeitos cristalinos é insignificante -> a seção transversal das duas áreas é muito pequena comparada com a área interior do material; • Em geral a difusividade é maior através de regiões estruturais, tais como: contornos de grãos, superfícies externas – fontes de discordâncias, em relação à difusividade do elemento através do volume do material. Difusão – Efeitos da Estrutura • Fatores estruturais que favorecem a difusão: Baixo empacotamento atômico Ligações fracas (Van der Walls) Baixa densidade Raio atômico pequeno Presença de imperfeições Difusão – Efeitos da Estrutura • Fatores estruturais que dificultam a difusão: Alto empacotamento atômico Ligações fortes (iônicas) Alta densidade Raio atômico grande Alta qualidade cristalina Difusão – Efeitos da Estrutura Ex: Porque o coeficiente de difusão D dos átomos de C no Fe CCC é maior que no Fe CFC? O sistema CCC tem um fator de empacotamento menor (FEA da estrutura CCC= 0,68) que o sistema CFC (FEA da estrutura CFC= 0,74); Difusão – Aplicações • Sinterização: • Tratamento térmico utilizado para conferir resistência a um compactado de partículas; • É o estabelecimento de junções entre partículas submetidas a altas temperaturas por meio da difusão em volume e em superfície; • Utilizado na metalurgia do pó e no processamento de materiais cerâmicos; • Os mecanismos de difusão são responsáveis pelo efeito de crescimento de grãos em materiais; • Pode ser utilizado em processos de junção; Difusão – Aplicações Difusão – Aplicações • Dopagem: • Etapa 1: Deposição de uma camada rica em B na superfície do cristal de Si por meio de um vapor de B2O3 ou BCl3 por alguns minutos a 1100°C; • Etapa 2: Difusão do B para dentro do Si por 80 minutos a 1200°C; Para evitar a perda de B pela superfície, o tratamento de difusão é efetuado em uma atmosfera oxidante; Uma camada de SiO2 se forma, bloqueando a perda de B pela superfície. Difusão em Curto-circuito • Como comentado anteriormente, a migração atômica também pode ocorrer ao longo das discordâncias, contornos de grão e superfícies externas (defeitos cristalinos lineares e planares); • Esses são chamados de caminhos de difusão de "curto-circuito“; • As taxas de difusão são muito maiores do que aquelas para a difusão no meio da massa sólida; • Contudo, na maioria das situações, as contribuições para o fluxo global devido aos curtos-circuitos são insignificantes, pois as áreas de seção reta para esses caminhos são extremamente pequenas.
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