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�Circunstâncias CIRCUNSTÂNCIAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS As circunstâncias judiciais permitem estabelecer os critérios necessários a fixação da “pena base”, observados os limites estabelecidos no preceito secundário dos tipos penais. O juiz deve buscar na fixação da pena o necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime. São compostos por dois blocos: Biografia moral do condenado; Particularidades do fato criminoso. BIOGRAFIA MORAL DO CONDENADO “Culpabilidade” – Na sua apreciação deve preocupar-se o julgador com a intensidade do dolo (mais intenso = maior punição). Quando o dolo é direto a punição deve ser mais grave do que a existente para o dolo eventual. Deve preocupar-se ainda, com os elementos da culpabilidade. “Antecedentes do agente” – Observar a vida pregressa do agente (bons ou maus antecedentes). Art. 6º, VIII e IX do CPP. “Conduta Social” – As atividades relativas ao trabalho, à vida familiar etc. “Personalidade” – qualidades morais do agente (Boa ou má índole etc.). PARTICULARIDADES DO FATO CRIMINOSO “Motivos do crime” – Cuida das causas do crime. Ex.: Aquele praticado por paixões sociais ou anti-sociais. “Circunstâncias e consequências do crime” – Tratam de um caráter geral. Exs.: Duração do tempo do crime (maior sofrimento da vítima); local do crime (maior periculosidade); atitude durante ou após a conduta criminosa. “Comportamento da vítima” – Podendo resultar uma provocação ou estímulo à conduta criminosa. Exs.: Mulheres megeras (mulher de mau gênio, cruel); maridos verdugos (indivíduo que inflige maus-tratos); a jovem de menor pudor no crime de estupro. CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES Circunstâncias agravantes nos arts. 61 e 62, quando não constituem ou qualificam o crime. Observa-se o “non bis in idem”. Só cabem em crime doloso (exceção reincidência), pois exigem conhecimento do agente. I – “Reincidência” - O tema será tratado em texto específico. II, alínea “a” “MOTIVO FÚTIL” – É aquele sem importância, em que existe desproporção exagerada entre o motivo e o crime, insignificante, mesquinho etc. Ex.: Matar o garçom porque havia uma mosca no feijão. “MOTIVO TORPE” – É o repugnante; que causa repulsa; imoral; indigno etc. Ex.: Espancar a prostituta porque não quer ser explorada. II, alínea “b” “FACILITAR OU ASSEGURAR A EXECUÇÃO, A OCULTAÇÃO, A IMPUNIDADE OU A VANTAGEM DO OUTRO CRIME” – refere-se às hipóteses de conexão teleológica ou consequencial. Conexão Teleológica – que visa o fim pretendido – “assegurar a execução”. Conexão Consequencial – para assegurar a ocultação do crime; a impunidade do agente; ou a vantagem do crime. II, alínea “c” TRAIÇÃO – ocorre com a quebra da confiança, como o ataque inesperado à vítima. Viola deveres de lealdade. EMBOSCADA – o agente espera oculto para praticar o delito. DISSIMULAÇÃO – É o encobrimento do intuito criminoso. Ex.: Disfarce. OU OUTRO RECURSO QUE DIFICULTOU... Trata-se de interpretação analógica. O legislador estabelece hipóteses casuísticas e depois utiliza uma fórmula genérica. Outro recurso como os já mencionados, traição, emboscada e dissimulação. Na doutrina encontramos citação da surpresa. Outro exemplo é o da prostituta que leva o homem a local ermo onde o co-autor irá roubá-lo (suadouro), no caso temos a “fraude”. II, alínea “d” VENENO – meio insidioso. Toda substância mineral, vegetal ou animal que introduzida no organismo é capaz de mediante ação química, bioquímica ou mecânica, lesar a saúde ou destruir a vida. FOGO / EXPLOSIVO – causam perigo comum e demonstram a periculosidade do agente. TORTURA – inflige-se à vítima um sofrimento maior que o necessário. Tortura – crime autônomo (Lei nº 9455/97). “OUTROS MEIOS INSIDIOSOS, CRUÉIS OU DE QUE POSSA RESULTAR PERIGO COMUM.” INSIDIOSOS – atingem a vítima sub-repticiamente, por meio de um estratagema etc. CRUÉIS – fazem sofrer além do necessário. PERIGO COMUM – atingem número indeterminado de pessoas. II, alínea “e” CÔNJUGE, ASCENDENTE, DESCENDENTE, IRMÃO. Relações de parentesco e casamento - Atinge pessoas que deveria proteger. Consangüíneos ou adotivos. Legítimo – resultante de casamento; Ilegítimo – união livre ou extralegal. Não cabe para os divorciados ou separados de fato, porque não existem mais laços de proteção e apoio mútuo. II, alínea “f” ABUSO DE AUTORIDADE – apenas às relações privadas (face ao contexto). Ex.: tutor – tutelado; curador – curatelado; patrão – empregado. RELAÇÕES DOMÉSTICAS Existentes entre membros da família, empregados que trabalham em residência etc. RELAÇÕES DE COABITAÇÃO – pessoas que vivem sobre o mesmo teto. Ex.: - padrasto – enteado; - companheiros de quarto em pensão; - amásios. RELAÇÕES DE HOSPITALIDADE Coabitação por prazo diminuto. Ex.: - Hóspede – hospedeiro; - Hospedeiro – hóspede. É necessário que a presença tenha se estabelecido no mínimo por razões de cortesia social. Acrescido – Crime praticado com VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER – Lei nº 11.340/2006. II, alínea “g” Relação de confiança profissional. ABUSO DE PODER – realizado por agente público que se excede no desempenho de suas funções. VIOLAÇÃO DE DEVER – inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão. Ofício – atividade remunerada. Exs.: motorista, serralheiro, vigia etc. Ministério – atividades religiosas ou sociais. Ex: sacerdote, “pai de santo”, assistentes sociais voluntários etc. Profissão – atividade remunerada ou liberal. Ex: médico, advogado etc. II, alínea “h” Nos casos em que as vítimas são crianças, maiores de 60 anos, enfermos ou mulheres grávidas – merecem maior respeito e tem menores oportunidades de defesa. CRIANÇA Para o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA considera-se quando não completos os 12 anos. Existem divergências: - Entre 7 e 8 anos – pouco desenvolvimento físico e mental; - até os 14 anos – caso de presunção legal de violência. MAIOR DE 60 ANOS Lei nº 10741/2003 – Estatuto do Idoso. Considera-se a idade quando do fato. Não considerar a agravante quando a situação for elementar (art. 244) ou causa específica de aumento de pena (art. 121, § 4º ou art. 141, IV). ENFERMO Os que padecem de moléstia física ou mental e são considerados também os deficientes físicos (ex.: paraplégicos, cegos etc.). MULHER GRÁVIDA Fundamento – não tem condições de resistir ao crime. O agente tem que ter ciência da gravidez ou pelo menos ter dúvida a respeito de seu estado. II, alínea “i” “O OFENDIDO ESTAVA SOB A IMEDIATA PROTEÇÃO DO ESTADO” O Estado tinha uma situação especial de proteção sobre o individuo. Ex.: Preso, menores infratores etc. II, alínea “J” “INCÊNCIO, NAUFRÁGIO, INUNDAÇÃO OU QUALQUER CALAMIDADE PÚBLICA OU DESGRAÇA PARTICULAR DO OFENDIDO” Situações não causadas pelo agente que só se aproveita delas para o crime. Outros exs.: - Calamidade Pública - seca, maremotos etc. - Desgraça Particular – enfermidade de familiares, velório, acidente etc. II, alínea “l” EMBRIAGUEZ PREORDENADA O agente cria condições psíquicas favoráveis para o crime, liberando seus freios inibitórios. A “actio libera in causa” – indica maior periculosidade do agente. Art. 62 – PENA AGRAVADA NO CONCURSO DE AGENTES. I - O ORGANIZADOR: - O chefe; - O líder; - A cabeça pensante etc. O agente é mais perigoso, pois é o dono da iniciativa criminosa. Coordenador das atividades criminosas. II - “COAGE OU INDUZ OUTREM A EXECUÇÃO MATERIAL DO CRIME” Induzir – Criar a idéia. Coação – Obriga alguém mediante violência ou grave ameaça. III – AUTORIDADE PÚBLICA OU PRIVADA Uso de poder sobre o executor para levar este à prática do delito. IV – EXECUTA O CRIME,OU NELE PARTICIPA, MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA. O agente é mais perigoso, insensível e tem baixa condição moral. Ex.: A cupidez (àvido de dinheiro ou bens materiais), paixão anti-social etc.
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