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Resumos Int. Sociologia

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O QUE É SOCIOLOGIA
Livro
– ano: 2005
- 6a edição
- páginas 24 à 36
- livro: Sociologia
- capítulo 1 – O que é sociologia
- Anthony Giddens
Tema do livro: sociologia
- palavras-chaves: sociologia, marxismo, funcionalismo, positivismo
Trechos e considerações
começo do século XXI, período marcado por mudanças. Possibilidades da humanidade controlar seus destinos, moldar as vidas para melhor. Mas “como esse mundo surgiu? Por que nossas condições de vida são tão diferentes daquelas de nossos pais e avós? Que direção as mudanças tomarão no futuro? Essas questões são a principal preocupação da sociologia. (p. 24)
“A abrangência do estudo sociológico é extremamente vasta, incluindo desde a análise de encontros ocasionais entre indivíduos na rua até a investigação de processos sociais globais” (p. 24)
a sociologia explica que os “dados” da nossa vida são fortemente influenciados por forças históricas e sociais; entender estas influências é fundamental para a abordagem sociológica.
“Aprender a pensar sociologicamente – olhando – em outras palavras, de forma mais ampla – significa cultivar a imaginação. (…) O trabalho sociológico depende daquilo que o autor norte-americano C. Wright Mills, numa frase famosa, chamou de imaginação sociológica” (p.24)
o exemplo dado do hábito de tomar um café serve para mostrar esse tipo de “olhar”, de “imaginação” que deve – precisa – ter o sociólogo. Os fatos não devem ser observados de modo a explicarem-se em si mesmos. É preciso analisar todo o contexto em que se inserem, encontrar e entender os motivos que levaram àqueles fatos (e não a outros), compreender todos os desdobramentos e consequências.
A “imaginação sociológica” permite perceber que fenômenos que, muitas vezes, parecem ser individuais, são na verdade, questões muito mais amplas, abrangentes e que afetam/atingem toda uma sociedade. Giddens cita o exemplo do divórcio e do desemprego. (p. 25)
os contextos sociais influenciam, mas não determinam o que somos e o que fazemos. “É trabalho da sociologia investigar as conexões entre o que a sociedade faz de nós e o que fazemos de nós mesmos”. (p. 26)
“Nossas atividades tanto estruturam – modelam – o mundo social ao nosso redor como, ao mesmo tempo, são estruturadas por esse mundo social”. (p. 26)
conceito de estrutura social: “(...) os contextos sociais de nossas vidas não consistem apenas em conjuntos aleatórios de eventos ou ações; eles são estruturados ou padronizados de formas distintas. Há regularidades nos modos como nos comportamos e nos relacionamentos que temos uns com os outros. Mas a estrutura social não é como uma estrutura física, como um edifício que existe independentemente das ações humanas. As sociedades humanas estão sempre em processo de estruturação. Elas são reestruturadas a todo o momento pelos próprios 'blocos de construção' que as compõem – os seres humanos como você e eu.” (p. 26)
como a sociologia pode ajudar em nossas vidas:
consciência das diferenças culturais (“a sociologia nos permite ver o mundo social a partir de outros pontos de vista que não o nosso” - p. 27) 
avaliando os efeitos das políticas
auto-esclarecimento (“quanto mais sabemos por que agimos como agimos e como se dá o completo funcionamento de nossa sociedade, provavelmente seremos mais capazes de influenciar nossos próprios futuros” - p. 27)
“a sociologia diz respeito às nossas vidas e ao nosso próprio comportamento, e estudar nós mesmos é o mais complexo e difícil esforço que podemos empreender.” p. 27
o cenário que dá origem à sociologia: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial
Revolução Industrial levou a um rápido crescimento urbano e introduziu novas relações sociais
questões que os pensadores buscavam responder:
o que é a natureza humana?
por que a sociedade é estruturada da forma que é?
como e por que as sociedades mudam?
pensadores que contribuíram inicialmente para o pensamento sociológico:
Augusto Comte (1798-1857)
inventou a palavra sociologia (originalmente usava “física social”, mas como rivais intelectuais também usavam, queria distinguir, e por isso passou a usar “sociologia”)
“buscou criar uma ciência da sociedade que pudesse explicar as leis do mundo social da mesma forma que a ciência natural explicava o funcionamento do mundo físico”. p. 28
se conseguisse desvendar estas leis, poderiam ser modelados os destinos, a humanidade poderia alcançar um melhor bem-estar
visão de Comte: ciência positiva (positivismo)
ciência deveria se preocupar somente com fatos, entidades observáveis; empirismo
“lei dos três estágios”: 
estágio teológico: pensamentos guiados por idéias religiosas; a sociedade é expressão da vontade de Deus
estágio metafísico: proeminente na Renascença; sociedade vista em termos naturais e não sobrenaturais
estágio positivo: aplicação de técnicas científicas no mundo social; introduzido pelas descobertas e conquistas de Copérnico, Galileu e Newton
Comte elaborou e propôs o estabelecimento de uma “religião da humanidade”, que abandonaria a fé e o dogma em favor de um fundamento científico (p. 28)
ele tinha consciência da situação social e se preocupava com as desigualdades que estavam sendo criadas pela industrialização. Sabia que isso ameaçava a coesão social
para ele a solução seria a produção de um “consenso moral” que ajudaria a regular ou manter unida a sociedade, apesar das desigualdades
Émile Durkheim (1858-1917)
impactos mais duradouros na sociologia do que Comte
entendia que Comte não atingira seu objetivo (estabeler a sociologia numa base científica)
muitas das idéias de Comte, para ele, eram demasiadamente vagas e especulativas
concordava com Comte ao entender que a vida social deveria ser estudada com a mesma objetividade com que os cientistas estudam o mundo natural
seu princípio era “estude fatos sociais como coisas!” p. 29
três dos principais temas de que tratou: importância da sociologia como ciência empírica; a ascensão do indivíduo e a formação de uma nova ordem social; as fontes e o caráter da autoridade moral na sociedade (p. 29)
para Durkheim a principal preocupação intelectual da sociologia é o estudo de fatos sociais
“em vez de aplicar métodos sociológicos para o estudo de indivíduos, os sociólogos deveriam examinar os fatos sociais – os aspectos da vida social que modelam nossas ações como indivíduos, tais como o estado da economia ou a influência da religião.” p. 29
de acordo com Durkheim, a sociedade é mais do que simplesmente as ações e os interesses de seus membros individuais
“os fatos sociais são meios de agir, pensar ou sentir que são externos aos indivíduos e têm sua própria realidade fora das vidas e das percepções das pessoas individuais.” p. 29
as pessoas muitas vezes seguem padrões que são gerais da sociedade, entendendo que estão agindo sem escolha, quando na verdade é a sociedade exercendo seu poder coercitivo sobre os indivíduos
“os fatos sociais podem forçar a ação humana numa diversidade de maneiras, indo da punição absoluta (no caso de um crime, por exemplo) à rejeição social (no caso de um comportamento inaceitável) e a simples incompreensão (no caso de uso inapropriado da língua)”. p. 29
fatos sociais são difíceis de estudar, pois por serem invisíveis e intangíveis, não podem ser observados diretamente. Suas propriedades devem ser reveladas a partir de análises de seus efeitos ou das tentativas de dar-lhes expressão, o que pode ser feito através de leis, textos religiosos ou normas escritas de conduta
importante abandonar preconceitos e a ideologia
particularmente, Durkheim estava interessado na solidariedade social e moral – o que segura a sociedade unida e a mantém afastada de descer ao caos
seu primeiro trabalho importante: A divisão do trabalho na sociedade (1893)
nesta obra, analisa a mudança social advinda da era industrial, com o surgimento de um novo tipo de solidariedade
ele constrastoudois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica
as relacionou com a divisão do trabalho, com o crescimento de distinções entre diferentes ocupações
segundo ele, culturas tradicionais com baixa divisão do trabalho são caracterizadas pela solidariedade mecânica: os membros da sociedade estão ligados pela experiência comum e por crenças compartilhadas; quem desafia as convenções é rapidamente punido
mas a industrialização e a urbanização levaram a uma divisão crescente do trabalho; surge aí a solidariedade orgânica, onde as pessoas tem uma interdependência econômica e reconhecem a importância do trabalho de cada uma, o que leva a manter a sociedade unida
com a expansão da divisão do trabalho, essa dependência só aumenta, tornando as pessoas cada vez mais dependentes umas das outras
“um dos estudos mais famosos de Durkheim ocupava-se da análise do suicídio. O suicídio parece ser um ato puramente pessoal, o resultado da infelicidade pessoal extrema. Durkheim mostrou, contudo, que fatores sociais exercem uma influência fundamental no comportamento suicida – sendo que a anomia é uma dessas influências.” p. 31
anomia: sentimento de falta de objetivos ou desespero, provocado pela vida social moderna
Karl Marx (1818-1883)
as idéias de Marx contrastam radicalmente com as de Comte e Durkheim, mas, como eles buscava compreender e explicar as mudanças provocadas pela Revolução Industrial
Marx era militante, ativista, e por suas atividades teve que sair da Alemanha, passando brevemente pela França e se estabelecendo na Inglaterra, epicentro da Revolução Industrial
para Marx as mudanças mais importantes estavam estreitamente ligadas ao desenvolvimento do capitalismo
dois elementos principais dentro das empresas capitalistas: o capital e a mão de obra assalariada
quem detém o capital: capitalistas (classe que domina); quem detém apenas sua força de trabalho: assalariados, classe operária, proletariado. p. 31
o capitalismo é um sistema caracterizado pelas classes em conflito, e a relação entre elas é de exploração, onde os capitalistas levam vantagem
“concepção materialista da história”
“não são as idéias ou os valores que os seres humanos guardam que são as principais fontes da mudança social. Em vez disso, a mudança social é estimulada primeiramente por influências econômicas.” p. 32
de acordo com Marx, as mudanças de modos de produção ocorrem devido às contradições em suas economias
devido as suas contradições, o capitalismo seria superado por outro modo de produção, o socialismo, que ocorreria a partir de uma revolução dos trabalhadores, que construiriam uma sociedade sem classes sociais – e portanto sem a divisão entre ricos e pobres
o pensamento marxista teve grande alcance e influência ao longo do século XX
Max Weber (1864-1920)
assim como Marx, Max Weber se interessava por diversas áreas do pensamento (economia, direito, filosofia, história, sociologia)
“através de uma série de estudos empíricos, Weber apontou algumas das características básicas das sociedades industriais modernas e identificou debates-chave, do ponto de vista sociológico, que permanecem centrais para os sociólogos até hoje.” p. 32
foi influenciado por Marx, mas era crítico com algumas das principais idéias dele; rejeitou a concepção materialista da história e viu o conflito de classes como menos relevante do que para Marx
para Weber, os fatores econômicos são importantes, mas tanto quanto as idéias e os valores
ele acreditava que a sociologia deveria se concentrar na ação social e não nas estruturas
“sustentava que as motivações e idéias humanas eram as forças por detrás da mudança – idéias, valores e crenças tinham o poder de ocasionar transformações.” p.33
realizou também importantes estudos sobre as religiões na China, na Índia e no Oriente próximo; concluiu que certos aspectos das crenças cristãs influenciaram fortemente o surgimento do capitalismo
importante em Weber: a idéia de “tipo ideal”
no mundo real, tais tipos ideais raramente ou nem sequer existem; mas são referências importantes para utilizar como comparação
racionalização: Weber acreditava que as pessoas estavam se afastando das crenças, superstições, tornando-se mais racionais
para ele, o desenvolvimento da ciência, da tecnologia moderna e da burocracia expressavam essa racionalização
“o capitalismo não é dominado pelo conflito de classe, como acreditava Marx, mas pela ascenção da ciência e da burocracia.” p. 34
o termo desencantamento descrevia a maneira pela qual o pensamento científico havia varrido as forças da sentimentalidade do passado
temia que a sociedade moderna esmagasse o espírito humano ao tentar regular a vida social
Harriet Martineau (1802-1876)
tem sido chamada a primeira socióloga
nasceu e foi educada na Inglaterra; escreveu mais de 50 livros
introduziu a sociologia na Inglaterra, pois traduziu a obra de Comte, Filosofia Positiva
estudou a sociedade estado-unidense nos anos de 1830, tendo escrito o livro Sociedade na América
insistiu que a análise de uma sociedade deve incluir estudos sobre a vida das mulheres
incluiu em seus estudos questões como o casamento, as crianças, a vida doméstica e religiosa e relações de raça
para ela, os sociólogos deveriam fazer mais do que simplesmente observar, deveriam também atuar de forma a beneficiar a sociedade
perspectivas sociológicas mais recentes:
três se destacam: o funcionalismo, a abordagem de conflito e o interacionismo
“o funcionalismo sustenta que a sociedade é um sistema complexo cujas diversas partes trabalham conjuntamente para produzir estabilidade e solidariedade. De acordo com essa abordagem, a disciplina de sociologia deveria investigar a relação das partes da sociedade umas com as outras e com a sociedade como um todo.” pp. 34 e 35
“os teóricos de conflito rejeitam a ênfase funcionalista no consenso. Em vez disso, destacam a importância das divisões na sociedade. Ao fazê-lo, concentram-se em questões de poder, desigualdade e luta. Eles tendem a ver a sociedade como sendo composta de grupos distintos que perseguem seus próprios interesses.” p. 35
“as teorias de ação social dão maior atenção à ação e à interação dos membros da sociedade ao formar aquelas estruturas. (…) o papel da sociologia é abarcar o significado da ação social e da interação mais do que explicar quais forças externas às pessoas induzem-nas a agir da forma que agem. (…) as teorias de ação social se concentram na análise de como os agentes individuais se comportam ou se orientam com respeito a cada um e à sociedade.” p. 35
“o interacionismo simbólico dirige nossa atenção ao detalhe da interação interpessoal e a como esse detalhe é usado para dar sentido ao que os outros dizem e fazem. Os sociólogos influenciados pelo interacionismo simbólico frequentemente se concentram na interação face a face nos contextos da vida cotidiana. Eles destacam o papel de tal interação em criar a sociedade e suas instituições.” p. 36
concluindo:
a sociologia abrange uma variedade de concepções teóricas
essa diversidade é um sinal da sua força e vitalidade 
surgiu para estudar as sociedades modernas, mas a gama de questões que estuda é muito mais ampla
não é apenas um campo intelectual abstrato; tem implicações importantes na vida das pessoas.
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INTRODUÇÃO Viver e Pensar o Cotidiano
Apresentação - o autor Yago Euzébio Bueno de Paiva Júnior demonstra a importância da Sociologia para compreender as relações entre os indivíduos e suas consequências na sociedade atual desigual e competitiva
Enquanto conhecimento esta ciência ainda não se firmou no cotidiano das pessoas. Demonstra como nossa liberdade de escolha esta limitada por circunstâncias que não temos controle. 
Influenciados pelo julgamento dos outros e pelas condições materiais de existência, há uma diferença entre o que desejamos e o que conseguimos.Ação com liberdade é diferente do livre arbítrio, somos sempre influenciados pelo outro e pelos grupos sociais, pelo processo de interação social.
 Indivíduo e Mundo Social – o autor aponta a importância da linguagem nesse processo - nossas ações são interpretadas e compreendidas pelas respostas dos outros – a linguagem é o mecanismo que estabelece esse processo de interação e de nossa socialização. 
Vivemos em um processo contínuo de luta entre o que queremos e o que conseguimos em virtude de nossas relações com o outro – entre liberdade e dependência - definindo padrões e normas de comportamento, inclusive uma linguagem (exemplo de diferentes gerações) – é nesse processo que definimos nossa identidade – individual e coletiva.
Identidade – processo de identificação/diferenciação entre nós e eles – por isso a existência de dominantes e dominados (econômica, racial, cultural, religiosa) – surge a ideia de fronteira - demarcação simbólica e social de quem esta dentro e quem esta fora dos padrões, das regras, dos valores..... necessidade sempre de legitimar valores e crenças – processo de identificação/diferenciação – campo de batalha por fazermos nossos valores os dominantes (Bourdieu) - Ideia de diferentes campos – luta pelo poder de excluir e incluir – segregação do outro – objetivo: relativa homogeneidade.
Comunidade – permite unidade/laços comuns sem alterar a estrutura de relações/laços diretos e pessoais; organizações – grupos de finalidade – ações racionais, impessoalidade. Comunidade e organizações são modelos de interação artificiais e polarizados, opõem motivos e expectativas. Apenas sustentam essa imensa necessidade de estarmos a todo o momento justificando nossas ações e escolhas.
Poder, Valores e Legitimidade - poder decorrente dessa luta constante entre o que desejamos e o que podemos, de acordo com os meios que conseguimos controlar. 
Relação estreita entre poder e valores – nem sempre a escolha de valores é consciente – são eles que conferem sustentação aos indivíduos: regramento, justificação e consentimento – produz a legitimidade das ações e escolhas – a legitimidade confere autoridade e poder.
Legitimidade baseada no passado, em tradições - legitimação tradicional – poder tradicional; legitimidade baseada em identificação com características pessoais do líder – legitimação carismática – objetivo mudança ou o perigo da sua rotinização - os grandes demagogos e tiranos. (Weber). Risco e confiança – características importantes no comportamento dos homens.
Motivação para a ação – agimos orientados por interesses - por posse – restringindo a liberdade dos outros – competição/vencedores e vencidos. 
No mundo moderno esse processo se estabiliza – o homem é mera peça do processo de uma engrenagem que funciona e precisa funcionar – legitimação racional-burocrática – os homens agem orientados por meios mais adequados para atingir fins determinados. (Weber) – mundo das estatísticas, do anonimato e do silêncio das múltiplas vozes.
O mundo do risco e das incertezas, do aniquilamento da segurança individua – o corpo se transforma a única possibilidade de defesa, de poder e de trincheira – o corpo como instrumento da “vida boa de se viver” – a busca do prazer e da excitação.
O indivíduo está condicionado pelas relações com a história e cultura – percebemos essas relações pela linguagem – enquanto código de sentidos e significados – a mudança só é possível pela compreensão dos signos – Linguagem é poder – A compreensão da cultura nos permite poder de transformar vidas e sociedades. (ler último parágrafo do artigo).
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TEXTO 1 *** A Promessa – Wright Mills
Atualmente – os homens sentem suas vidas privadas cheias de armadilhas, não podem superar suas preocupações dentro dos espaços cotidianos, estão limitados pelas órbitas privadas, pelo cenário mais próximo (emprego, família, vizinhos, etc.).
 Sensação – encurralamento, espectadores, impotência. Subjacentes a esta sensação estão as mudanças na estrutura da sociedade – a história da sociedade atinge diretamente as histórias individuais
Os homens, entretanto não conseguem definir suas ansiedades em termos das transformações históricas e contradições institucionais, não têm consciência relação entre suas vidas e o curso da história. Não possuem a qualidade intelectual para perceber o jogo entre os homens com a sociedade, suas biografias e a história da sociedade, o eu e o mundo.
A história que atinge todo homem é a história mundial. As velhas maneiras de sentir e pensar entram em colapso e as novas formas nem sempre atendem as suas necessidades.
Diante desse cenário o que precisam?
Uma qualidade de espírito que lhes ajude a usar a informação e a desenvolver a razão, a fim de perceber, com lucidez, o que está ocorrendo no mundo e o que pode estar ocorrendo dentro deles mesmos – é uma qualidade que outros profissionais esperam do sociólogo – A IMAGINAÇÃO SOCIOLÓGICA.
Imaginação Sociológica – capacita seu possuidor a compreender o cenário histórico mais amplo, seu significado para a vida íntima e para a vida pública de numerosos indivíduos. Ter consciência de suas posições e possibilidades de participação nas questões públicas. 
Como desenvolver esta qualidade?
O indivíduo deve se localizar dentro de seu período histórico e perceber as possibilidades de todas as pessoas nas mesmas circunstâncias.
Ter consciência que vive numa determinada sociedade, uma biografia e numa sequencia histórica.
Ter consciência que contribui para o condicionamento da sociedade e que também é condicionado pela sociedade processo histórico.
Imaginação Sociológica – permite compreender a história e a biografia e as relações entre ambas dentro da sociedade – essa é sua tarefa e promessa.
Nenhum estudo social que não se volte ao problema da biografia, da história e suas relações cumpriu sua jornada intelectual. (p.13)
Por meio da Imaginação Sociológica, os homens podem perceber o que está acontecendo no mundo e compreender o que está acontecendo com eles, enquanto minúsculos pontos de cruzamento da biografia e da história, na sociedade. Assim,
Podem distinguir as questões públicas (estrutura) das perturbações pessoais (íntimo, relações pessoais). Ex: desemprego.
Bem como as relações entre as mudanças estruturais e as de caráter pessoal.
Ter consciência da idéia de estrutura social e utilizá-la com sensibilidade é ser capaz de identificar as ligações entre uma grande variedade de ambientes de pequena escala – é Ter a Imaginação Sociológica
No fundo, significa sair ou superar a condição de inquietação e indiferença que nos ameaça constantemente.
Principal tarefa do cientista social: deixar claros os elementos da inquietação e da indiferença contemporâneas – é a Promessa da Imaginação Sociológica.
Como desenvolvê-la?
É lenta e hesitante, porém promete um entendimento das realidades íntimas, sobre nós mesmos, em ligação com realidades sociais amplas. Desenvolve um comprometimento com as questões públicas e com os problemas humanos – é uma tarefa intelectual e política. 
Os cientistas socais devem desempenhar uma jornada intelectual que descortine esta visão de mundo ao público interessado. Assim, o homem, na sociedade contemporânea que, muitas vezes, se sente envolvido pela “ trama” de seu cenário mais próximo poderá entender as relações existentes entre a sua história de vida e os processos mais amplos da sociedade.Todavia, a Imaginação Sociológica não é uma propriedade ( uma qualidade apenas do sociólogo ).
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TEXTO 2 *** A Sociologia Como Forma de Consciência – Peter Berger
Sociologia – forma de consciência peculiarmente moderna - seu objeto : a sociedade – termo utilizado na linguagem comum com vários significados : grupos de pessoas com privilégios ou objetivos assistenciais.Significado sociológico: complexo de relações humanas – um sistema de interação social. Ex: Sociedade Norte-Americana, Sociedade Brasileira.
Interação Social : conjunto de ações e reações, formando um sistema de relações complexas e autônomas, com existência própria – a sociedade – complexo de fatos sociais (E. Durkheim)
Material de análise do sociólogo – conjunto de ações e relações que os indivíduos estabelecem entre si e também seus resultados.
Para Weber o material da análise sociológica seria a trama de significados, expectativas e condutas, que resultam da orientação mútua das ações dos indivíduos.
O sociólogo está interessado nas relações e interações humanas que ocorrem em diferentes atividades. Ex: poder, prestígio.
Para o sociólogo o social está em, com e sobre os diferentes campos da atividade humana . Ex: o advogado – trabalha com leis, códigos e modelos definidos; o sociólogo não se baseia em códigos e nem com a validade legal do fenômeno e sim com as concepções não oficiais – com os significados ocultos à consciência cotidiana. (p. 38-39)
Perspectiva sociológica – olhar por trás dos bastidores, além das fachadas das estruturas sociais – exerce a “ arte da desconfiança”.
Esforço intelectual da Sociologia – explicar e desvendar o que está atrás do oficial, do aparente. Ex: a concepção oficial da estrutura governamental de uma região ou país. Para o sociólogo o importante seria conhecer a estrutura de poder e os interesses políticos que controlam as ações das autoridades.
O sociólogo está preocupado com as relações subjacentes ao formal e legal – ele sempre relaciona o fato à estrutura – ao todo – ao sistema.
Tem-se a idéia de que a Sociologia está preocupada exclusivamente com problemas sociais ou aquilo que sob o ponto de vista da sociedade foge dos padrões da normalidade. Porém, mais do que isto, o sociólogo pode estar preocupado com os problemas sociais, porém deve transformá-los em problema sociológico.
Problema Sociológico – compreensão do que acontece em termos de interação social – como o todo funciona, se mantém coeso e como uma situação antagônica existe e suas relações – é uma perspectiva de análise – é desenvolver uma visão peculiar, um olhar, uma consciência.
Características desse olhar – da Consciência sociológica:
Desmistificadora – desmascara o oficial e analisa as ações recíprocas dos homens – desrespeita o oficial, por isso, a consciência sociológica tem uma característica de: 
Não-respeitabilidade ( atitude revolucionária, subversiva?) – é uma atitude própria da Sociologia, faz parte de seu olhar, é o que a diferencia de outros saberes. Ao mesmo tempo em que analisa o conjunto de ações, o sistema de interação, o sociólogo está apreendendo a cultura, o conjunto de valores de uma sociedade, numa perspectiva de mudança. Portanto, o sociólogo deve desenvolver um pensamento aberto, ou seja, o
Cosmopolitismo – estar pronto a enxergar a dinamicidade de seu objeto de estudo, suas mudanças e especificidades dependendo do tempo e do lugar. Por isso, as análises e explicações sociológicas devem ser acompanhadas de uma boa dose de: 
Relativização – a provisoriedade do conhecimento sociológico
Assim, podemos confirmar o “dom da eterna juventude” da Sociologia. Berger e Mills se intercalam na necessidade de se olhar por trás dos bastidores, no texto se ressalta e muito a necessidade de capacitação intelectualizada, num processo filosófico sem precedentes diante da condição humana atual, para compreender então o objeto a ser estudado.
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TEXTO 3 *** A Sociologia e o Mundo Moderno – Octavio Ianni
Sociologia – nasce e se desenvolve com o Mundo Moderno – reflete seus dilemas. séc XIX. 
Os temas clássicos da Sociologia são expressões do Mundo Moderno – ao mesmo tempo em que se debruça sobre questões do Mundo Moderno, este a influencia – podemos dizer que existe uma relação de inerência. A sociedade moderna necessita da Sociologia para compreender-se, sem ela esta sociedade se tornaria mais confusa. 
Seus precursores ( Montesquieu, Vico, Rousseau...) estavam procurando compreender as manifestações iniciais desse mundo.
Resumo: Sociologia é fruto peculiar do Mundo Moderno – ao mesmo tempo um produto e ingrediente dele.
Princípios Explicativos
Pensamento filosófico do séc. XVIII e início do séc. XIX – revolução cultural do mundo europeu – multiplicidade de correntes e pensamentos divergentes que formam a base do desenvolvimento das Ciências Sociais e da Sociologia.
Influência das Ciências Físicas e Naturais ( organicismo, evolucionismo, funcionalismo) – Bacon, Galileu, Descartes, Kant, Spencer..) até hoje presente na Sociologia, a exemplo de muitos procedimentos de pesquisa adotados ( métodos quantitativos, construção de projeto)
Os dilemas do Mundo Moderno trazem novos desafios – novas reflexões – o pensamento deveria ser capaz de dar conta da originalidade dos fatos e acontecimentos e suas manifestações em diferentes sociedades. Por isso a Sociologia se torna reflexo dessa necessidade.
Pode-se dizer que a Sociologia é fruto das mudanças no Mundo Europeu, da emergência da Sociedade Capitalista e do avanço do conhecimento – Mundo Moderno.
Dessa forma, o debate sociológico incorpora questões como: dado/significado, quantidade/qualidade, parte/todo, aparência/essência, singular/universal, causa/sentido, negatividade/contradição, sincrônico/diacrônico.
Característica do debate: contínuo diálogo com a Filosofia – a Sociologia se pensa continuamente ao mesmo tempo em que desenvolve reflexões sobre a realidade social.
Várias correntes: Evolucionismo, Organicismo, Positivismo, Historicismo,... Tem-se teorias de grande e médio alcance – preocupações com grupos sociais, cotidiano, situações mais micro e/ou com os grandes processos e movimentos, diversidades, contradições, relações, dominação, etc.
Observa-se nesse desenvolvimento da Sociologia ora um compromisso maior com uma ou outra tendência epistemológica definindo um enfoque mais quantitativo ou um enfoque mais qualitativo.
3 princípios explicativos:
1– Causação funcional: Spencer, Comte, Durkheim, Parsons, Merton,etc.;
2 – Conexão de sentidos: Weber, Toennies, Nisbet,...;
3 – Contradição: Marx, Engels, Lênin, Lukacs, Gramsci,...
Há variações e combinações, propostas que inovam e que contribuem com outros caminhos associados, a exemplo de Bourdieu, Tourraine, Merton, Sorokin, Giddens, etc. Na realidade, são caminhos que a Sociologia procura para dar conta dos movimentos e impasses do Mundo Moderno – por isso temos diferente visões e estilos de pensamento.
Desafios da Revolução Social
Transformações e crises provocadas pela emergência e desenvolvimento da sociedade civil, urbana/industrial, burguesa/capitalista – passagem do mundo feudal para o capitalismo – formação da sociedade civil e organização do estado nacional – esta é a grande revolução social que ocorreu na Europa estendendo-se para outros continentes – Europeização do Mundo.
A marcha da Revolução Burguesa – revolução/contra-revolução – movimento que punha frente a frente diferentes setores – lutas sociais urbanas e rurais.
Séc.XVII - Revolução Burguesa na Inglaterra; Séc. XVIII – Revolução Francesa – base para o séc. XIX – conflitos, revoltas populares – emergência do operariado como figura histórica no mundo europeu – traços da Modernidade.
O tema da Revolução Social – preocupação dos clássicos e continuadores da Sociologia. Ora voltam seu olhar nas Revoluções francesas e européias (1789, 1848-49, 1871), ora se voltam nas Revoluções das Américas e Ásia. Porém, o debate primeiro se concentra na explicação sobre a Revolução Burguesa e segundo nas Revoluções Populares, Socialistas.
O Mundo Moderno traz como debate a presença constante da revolução/contra-revolução, continuidades/descontinuidades, revolução burguesa/socialista em escala internacional.Diante de todos esses fatos a Sociologia se volta para o conhecimento das forças sociais, relações, processos e estruturas que definem a dominação política e apropriação econômica, que organizam e movimentam a sociedade moderna.
É um vasto cenário histórico que constitui a matéria-prima da Sociologia, desencadeando uma autoconsciência científica. Seus precursores e fundadores (Saint Simon, Comte, Rousseau, Hegel, Marx, Spencer...) tentam compreender e explicar as transformações e crises desse cenário. A Sociologia posterior (final do séc.XIX e séc. XX) dão continuidade a esse esforço (Durkheim, Mauss, Halbwachs, Töenies, Bourdieu, Parsons, Schutz...) com maior ou menor ênfase no empirismo, na fenomenologia, mais ou menos liberais, mais ou menos ecléticos.
Em outros países a Sociologia é também desafiada pelos dilemas da sociedade moderna mais ou menos desenvolvida (América Latina, África e Ásia) – porém com outras especificidades e questões: colonialismo, imperialismo e internacionalismo – produtos da europeização do mundo – uma força civilizatória do capital – a revolução burguesa em escala mundial. Ao mesmo tempo emergem revoluções nativistas, nacionalistas, populares, socialistas. Este é o cenário no qual o pensamento sociológico europeu e norte-americano entra em relação e confronto com outras idéias, teorias, temas e explicações - a revolução social sempre presente no horizonte da Sociologia.
Metamorfose da Multidão
Temas clássicos que esta história nos revela: sociedade civil, estado nacional, multidão, massa, povo, classe social, evolução, ordem, progresso, normal/patológico, racional/irracional, sagrado/profano, ideologia/utopia, comunidade/sociedade, passado/presente, tradição/modernidade.
Comunidade/sociedade – é um contraponto sempre presente e recorrente em diferentes abordagens – desde a Renascença e primórdios da sociedade civil/burguesa.
Comunidade – preeminência de grupos primários, contatos face-a-face, relações interpessoais, predomínio de produção de valores de uso...
Sociedade – preeminência de grupos secundários, relações sociais entre personalidades/status, organização contratual, predomínio da produção de valores de troca...
Os vários debates acima passam por esta problemática. A Sociedade Moderna, de massas, recria a ilusão da comunidade presente, pretérita e futura.
Ordem e Progresso – Sociologia de Comte – influencia o pensamento sociológico do séc. XIX e XX – Europa, EUA, Brasil, México – influencia a organização do estado nacional – ex: República no Brasil.
Constitui uma perspectiva de interpretação da sociedade moderna industrial, de classes. O progresso significa que esta sociedade é superior, aperfeiçoada, com um estado forte que garante a harmonia e o funcionamento do todo – o progresso depende da ordem – uma forma de conhecer e ordenar a vida social e aperfeiçoar o status quo.
Diante do exposto, é difícil afirmar qual é o núcleo central da Sociologia, sua essência. Ela se desenvolve e se transforma com o Mundo Moderno.
O que está em causa é a questão social que irrompe no horizonte da sociedade moderna. Apesar da questão da Multidão já estar presente no séc.XVI ela se manifesta em várias épocas e em vários países – expressa definitivamente a emergência de grandes transformações, fruto da desarticulação do mundo feudal. É quando a multidão se manifesta – movimentos campesinos, operários – que esta passa a constituir tema freqüente da Sociologia.
Quando a Sociologia se volta para compreender, explicar, orientar, controlar ou expressar a força e o significado da Multidão, realiza uma metamorfose desta, pois as diferente correntes procuram dar solução teórica/prática para um fenômeno que impressiona e desafia.
É assim que é possível percebermos três correntes:
Corrente que lida com a idéia de Massa – coletividade forte, mas que depende de instituições, normas para organizar-se e manifestar-se – elite como referência/norte/sentido – massa/elite (Pareto).
Corrente que lida com a idéia de Povo – coletividade de cidadãos – multidão que se organiza em movimentos sociais e partidos – traços jurídicos e políticos – coletividade de cidadãos (Tocqueville, Stuart Mill).
Corrente que lida com a idéia de Classe Social – categoria que expressa diversidade/desigualdade – base das manifestações da multidão, povo, massa – fundamenta o movimento social, protesto, greve, revolução. A expropriação, mais valia – base da miséria/desigualdade – explicariam as Revoluções populares na Europa.
Empenho do pensamento sociológico – explicar, controlar, dinamizar ou exorcizar a presença da multidão, massa, povo ou classe social nos movimentos da sociedade moderna. É esta problemática que influencia os temas anteriores: sociedade civil/estado nacional, comunidade/sociedade, etc.
Modernidade
Idéia de Sociologia – contemporânea da idéia de Modernidade – nasce na cidade de Paris – séc.XIX.
Aspectos fundamentais – sociabilidade humana na sociedade moderna: emergência das noções de pessoa, indivíduo, cidadão – ser social singular, autônomo – indivíduo – realização social do Mundo Moderno ao lado da Mercadoria – é a célula da sociedade – um átomo.
Crescente intelectualização dos indivíduos e racionalização das organizações – desencantamento do mundo. Homem e sociedade parecem ter controle de seu destino, mas não têm. Produção de uma ilusão de progresso e solução dos problemas materiais e espirituais – 
“lei do Progresso” – afirmação do presente e rompimento com o passado, a razão prevalece.
Segredo da Modernidade – o homem se defronta com um destino trágico – basta-se a si próprio – abandona a tradição, religião - a razão pode captar, compreender, explicar e ordenar o mundo, exorciza os fantasmas, as visões – que são criações do homem – fetiches. Naturaliza essas criações criando uma vida fetichizada e uma ilusão, através da razão, que é dono de seu destino. 
O trágico da Modernidade é que ao mesmo tempo em que cria e recria os fetiches, os desvenda pela razão e continua entronizando visões e fantasmas nos quais se reconhece e se desconhece, que o alegram e o assustam. Aí se revela o efêmero e o fugaz da Modernidade
O Homem tudo sabe, mas este entendimento não o emancipa. 
Desenvolve-se a secularização da cultura e do comportamento, a industrialização/urbanização, a divisão do trabalho social, a mercantilização das relações. 
A marcha da revolução burguesa significa a imposição do trabalho produtivo, da propriedade, do capital, da fábrica, do mercado e da mais-valia.
É nesse momento de consolidação da Modernidade que a Sociologia se constrói – a Revolução de 1848 em Paris coloca a multidão, massa, povo no centro da história – marco dessa Modernidade – tom revolucionário – grandes pensadores como Marx.
Apesar do predomínio da Ciência e do progresso o desenvolvimento material não se traduz em desenvolvimento social e espiritual – o Homem é escravo de outros Homens. É a ilusão do indivíduo autônomo, anônimo, independente, livre, senhor de seu destino. Ex: sátira do Mundo Moderno: herói solitário e triste de Chaplin.
É nesse ambiente de contradições que a Sociologia encontra os elementos de sua formação e de seu pensamento – nasce e desenvolve-se com as realizações e os dilemas da Modernidade.
Épica do Mundo Moderno
Sem a Sociologia possivelmente o Mundo Moderno seria muito mais obscuro. Além de ter um compromisso científico pode revelar entonações dramáticas e épicas – ter conotação artística, colocando o homem como personagem singular e coletivo, figura e figuração. Pois, se defronta com a força das coisas – a luta pelo poder comanda o destino dos homens incutindo-lhes o mistério do phatos – força que atravessa toda a sociedade.
A inteligência não garante a emancipação – o homem que explica não se emancipa, debate-se como indivíduo e coletividade, pessoa e personagem, figura e figuração. Existe uma inflexão dramática e épica impregnando os movimentos da sociedade, do Mundo Moderno, que os sociólogostentam desvendar – são demiurgos que tentam explicar o Mundo para mudá-lo, reinventar a vida, buscando outro sentido.
Weber e Marx apresentam alguns elementos dessa épica, pois não querem apenas conhecer a sociedade moderna, burguesa, capitalista, mas explicar como ela se forma, se transforma, de onde vem para onde vai – que tipo de humanidade é essa.
Weber – debate desesperado sobre o racional e o irracional – como as várias dimensões formam-se e conformam-se à beira da razão, sem razão (tradição, carisma, despotismo rondam instituições, indivíduos, coisas, idéias..). A graça da vocação revela-se no castigo da profissão, ganho, lucro, acumulação – a recompensa pelo ascetismo se mostra pela obediência aos desígnios das coisas e forças que escapam do controle. Todos parecem vagar perdidos, solitários, no labirinto do Mundo Moderno – Idéia do Prometeu Acorrentado.
Marx – figura mais forte dessa épica. Realiza um mural do Mundo Moderno – linha, cores, sons, movimentos - no tempo presente se lembra o passado e ressoa o futuro. Revela a historicidade da sociedade moderna, do Mundo Moderno. No seu interior germinam as forças e relações que abalam o presente, resgata fragmentos do passado para construir o futuro.
Para Marx – a história da sociedade burguesa é a história das lutas de classes – que produzirão a sociedade futura, livre das desigualdades – o homem livre – apaga-se a barbárie que acompanha a Modernidade. Os sentidos físicos e espirituais poderão descobrir e inventar novas formas, cores, sons, movimentos – Profeta Iluminado.
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1. Contextualize o surgimento da Sociologia, seus principais debates e princípios explicativos.
A sociologia surge como um ingrediente, produto e reflexo da sociedade moderna que engloba os processos de transição do período feudal (período arcaico de economia e da organização política) para o capitalismo (modelo moderno de produção) e os aspectos efervescentes de tal época, em meio a revoluções, contradições e conflitos (final do século XVIII – início do século XIX).
O capital (símbolo da sociedade moderna) é mostrado como uma ferramenta de missão civilizatória do homem, no qual levaria o desenvolvimento a lugares que até então se encontrava ausente.
O legado da sociologia consiste no comprometimento em desvendar os conflitos e as perspectivas do mundo moderno, ou seja, decodificar, investigar diferentes expressões resultantes da modernidade (observando seu presente sobre uma análise de reminiscências do passado, permitindo projetar seu futuro).
Pode-se dizer que não é uma matéria que nasceu pronta. Sua estrutura atual é resultado, não apenas do pensamento filosófico, mas também de métodos das ciências naturais. Com o tempo começou a tomar uma especificidade própria até assumir a forma que hoje possui. Basicamente, utiliza-se de diferentes apropriações e explicações.
Os debates sociológicos estão contidos na compreensão das relações sociais, processos de dominação e solidariedade, além de discussões como movimentos sociais, lutas de classes, revoluções, economia, política, que também permeiam os temas sociológicos.
Os três princípios explicativos são:
 . Causação funcional: as causas produzirão reações – organicismo (Comte, Durkheim);
 . Conexão de sentidos: dependência de relações – fenomenologia (Weber);
 . Contradições: antagonismos (Weber, Engels, Gramsci).
2. Principais correntes da Sociologia.
A sociologia divide-se em tendências, classificadas em:
Organicismo (a sociedade como um corpo), o positivismo de Comte, formalismo, funcionalismo, estruturalismo, historicismo, materialismo histórico. Umas privilegiarão o pequeno grupo social (o cotidiano) e outras a sociedade como um todo.
3. Discutir o segredo da Modernidade relacionada à frase “O homem tudo sabe, mas este entendimento não o emancipa”.
O homem não possui uma liberdade plena. Conforme reinventa novas realidades ao questionar e tentar transformar sua vida, ele acaba entrando em um novo processo no qual sente a necessidade de questionar tal realidade. A sociedade está em constante transformação, os processos de interiorização e exteriorização são constantes. De uma maneira ou de outra, o homem estará reproduzindo. Da mesma forma em que ele é capaz de destruir as amarras, ele as reproduz. Autônomos e ideologizados, os fetiches são criados e recriados cotidianamente. O indivíduo apodera-se de muita razão para decodificar tais fetiches. Essas fabulações travadas de suas relações sociais projetam visões e alguns fantasmas, no qual ao mesmo tempo em que se conhece, também o desconhece (paradoxo).
 
 
4. Por que, para o autor, Weber é considerado “Prometeu Acorrentado” e Marx o “Profeta Iluminado”?
Weber: ele procura entender, explicar e transformar a sociedade, porém, ao aprofundar-se nela caiu na dramática de manter-se preso em seus dilemas. Prende-se a ela, pois não consegue projetar meios para isso, ou seja, vaga junto com a sociedade.
 
Marx: dentro de sua observação e crítica, abordou a sociedade capitalista em seu contexto do mundo da modernidade, direcionou-a a debater sobre os abusos desse sistema de produção. Marx mostra a possibilidade de uma nova sociedade, um novo caminho, onde os indivíduos seriam proprietários de seu próprio destino. O discurso cala as possibilidades do futuro, ao mostrar um eterno fim do capitalismo.
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TEXTO 4 *** Contexto Histórico do surgimento da Sociologia – desenvolvido com base no texto de Karl Marx “A Chamada Acumulação Primitiva” 
Conhecimento – construção complexa e ampla que fornece ao h. conteúdo à sua existência. Através dessa construção ( artificial ) que o h. se diferencia dos outros animais – é a única espécie que necessita de um equipamento artificial para sobreviver – incorpora e atribui significados ao mundo, construindo um ambiente artificial ( normas e regras de comportamento ).
Compreender e desvendar este equipamento de normas e regras de comportamento – sistema de interação social – papel das C. Humanas e especialmente da Sociologia.
2 formas de conhecimento: senso comum/científico
 Sociologia – forma de conhecimento e de compreensão da realidade social que surge como resposta às mudanças que ocorreram entre os séc. XVIII e XIX na Europa, tentando dar respostas aos problemas sociais, econ., pol., e culturais que acompanharam essas mudanças.
Marcos: Revolução Industrial e Revolução Francesa – faces de uma mesma moeda: a consolidação do sistema capitalista de produção.
Mudanças:
Nas relações de produção – passagem do modo de produção feudal para o modo de produção capitalista - desenvolvimento da atividade industrial – meados do séc. XVIII até meados do séc. XIX.
Necessário buscar a gênese desse processo – Idade Média – início da expropriação do camponês – 4 fases sucessivas da organização industrial:
Sistema familiar – início da Idade Média – os membros da família produzem artigos para o consumo ( primórdios da sociedade feudal) – vida econômica sem utilização de capital, cada aldeia feudal era auto-suficiente – servos produziam para seu sustento e para o do senhor feudal – idéia de domínio – o senhor feudal conseguia manter o feudo através dos servos – repartição da terra pelo maior nº possível de camponeses – o intercâmbio de mercadorias é pequeno e local.
Começam a surgir pequenos artesãos locais encarregados de transformar a matéria-prima – embrião de um pequeno comércio que se inicia em pequenos centros geralmente localizados nas fímbrias dos feudos (origem das cidades) - maior especialização dos artesãos e uma produção maior para atender um pequeno comércio em crescimento – necessidade de proteção do mercado.
Sistema de corporações – produção realizada por especialistas ou mestres artesãos com 2 ou 3 empregados, para o mercado pequeno eestável – trabalhadores donos da matéria-prima e instrumentos de trabalho ( toda a Idade Média ).
Durante esse período – necessidade cada vez maior de proteção do mercado e de especialização – formação das corporações artesanais: crescente divisão de trabalho entre aprendizes, jornaleiros e mestre artesãos, todos os membros de uma mesma corporação com monopólio do produto, não se vendia o trabalho, mas o produto do trabalho. Conseqüência: processo de enriquecimento dos mestres artesãos – colapso do sistema de corporações e surgimento de monopólios e da distância entre os mestres enriquecidos das outras categorias. Porém a casa continua sendo o local da produção.
Sistema doméstico – produção em casa , mercado em crescimento e as pequenas cidades, antigos centros comerciais assumindo funções industriais – surge a figura do intermediário entre o produtor e o consumidor. Os mestres passam a depender de um intermediário para a compra de matérias-primas.
 Busca de novas fontes e exploração de novos continentes – Mercantilismo – (Séc. XVI ao XVIII). Surgimento das grandes companhias comerciais – enriquecimento deste intermediário e empobrecimento dos artesãos, que se transformam em tarefeiros assalariados. A acumulação de capital através da atividade comercial se transforma em alicerce para a expansão industrial dos séc. XVII e XVIII – dissolução da vassalagem feudal e progressivo assalariamento.
Sistema Fabril – produção industrial cada vez maior – mercado oscilante. Produção para um mercado livre, realizada em edifícios próprios e sob rigorosa supervisão. Os trabalhadores perdem sua independência – não controlam mais a matéria-prima e não são mais donos dos meios de produção. O capital se transforma em motor de todo o processo de produção de riqueza – (Séc. XIX até nossos dias).
É um processo que é acompanhado pela reorganização do trabalho no campo – que Marx denomina de “A chamada acumulação primitiva” e que tem como conseqüência principal a dissolução do mundo feudal e a expropriação do camponês – pré-história do capitalismo – cada país tem a sua especificidade. É na Inglaterra que Marx encontra a sua forma mais clássica – Escócia.
Expropriação do camponês – dissolução da vassalagem feudal e eliminação da idéia de domínio – sistema jurídico que permite a transformação da propriedade comunal em propriedade privada – cercamento do solo – anexação das terras cultivadas pelos camponeses independentes substituindo-os por arrendatários. (p. 842, 843, 845 – Marx). Apropriação das terras de uso comunal da Igreja (Reforma )- as terras foram doadas ou vendidas a especuladores e destruição da propriedade comunal dos clãs na Escócia.
Camponeses e pequenos proprietários tornam-se assalariados. A população expulsa das terras vai para as cidades e se transforma em mendigos, ladrões e vadios. Surge na Europa uma “legislação sanguinária” contra a vadiagem ( cárcere, açoite, forca, etc. ) - Terrorismo legalizado. (p. 851, 852, 854, 856, 858 - Marx)
A expropriação e a expulsão da população rural liberam trabalhadores, meios de subsistência e meios de trabalho em benefício do Capital industrial – criando o mercado interno – base para o desenvolvimento do Capitalismo Industrial.
As descobertas. A exploração do ouro e da prata na América, o extermínio e a escravização das populações indígenas e negras marcam a 
“AURORA DO CAPITALISMO “ – fase da acumulação Mercantil e base para as condições de instalação do Sistema Fabril de produção.
A opinião pública européia perde o pudor e a consciência, a indústria moderna nasce e floresce com base na exploração da mão-de-obra infantil e feminina – verdadeira escravização. “ MASSACRE DOS INOCENTES “. 
Todo esse processo de instalação do modo de produção capitalista é acompanhado de crises e problemas sociais na sociedade européia, gerados pelas grandes mudanças.
As idéias, as maneiras de pensar mudam acompanhando as mudanças econômicas.
As mudanças nas maneiras de pensar – embutidas no Renascimento - luta entre a visão transcendente e a visão imanente
Filosofia Medieval – preocupação essencial teológica em suas explicações, investigações. Deus é o objeto de todas as buscas.
Fins do séc. XIV – A Europa passa por uma ressurreição da antigüidade clássica – Busca na arte e filosofia grega , a luz e a clareza que julgavam faltar nas idéias dominantes da Idade Média . – exaltação da fé e crença no domínio das forças da natureza. É o momento da descoberta do homem ao lado das grandes descobertas da Terra. O homem é o grande tema e a liberdade também assume relevância – HUMANISMO – novos valores - a busca da dignidade humana em oposição ao divino. (Santa Inquisição) – é o descobrimento do homem ao lado das grandes descobertas da Terra. RENASCIMENTO – fortalecimento de ideais e atitudes dominantes que irão marcar profundamente o mundo moderno – o hedonismo (o prazer individual e imediato é o princípio e fim da vida moral), o naturalismo e o individualismo.
Enfim – valorização do que é humano e material em oposição ao divino e extraterreno.
Séc. XVII – maturidade da Filosofia Moderna – o Racionalismo – Luta entre Razão e Revelação ( Bacon, Descarte )
Atitude científica diante dos fenômenos, bases do método científico ( p. 17 e 18 – Castro e Dias )
Séc. XVIII – O Iluminismo e a Revolução Francesa
Filosofia Iluminista – rompe definitivamente com a visão estática sobre o mundo – este obedece a leis próprias, cabendo ao conhecimento científico descobri-las e permitir o progresso e a liberdade – a busca da harmonia social. Entusiasmo com as C. Naturais, ceticismo com a metafísica e religião, confiança na evidência e demonstrações racionais, idéias liberais e contra o autoritarismo político, influência nos pensadores franceses (Montesquieu, Voltaire, Rousseau – Esteio da Rev. Francesa).
Revolução Francesa – marca a ascensão da burguesia ao poder – luta contra os remanescentes feudais – separação da Igreja do Estado, luta por uma legislação mais liberal – ideais de liberdade, igualdade, fraternidade – Declaração dos Direitos do Homem e Cidadão e Constituição de 1791.
Período de consolidação da Rev. Francesa – crises financeiras, inflação, estagnação e corrupção.
Golpe do Estado – 18 Brumário de Luís Felipe Bonaparte –1848-1851 – consolidação da burguesia no poder.
O Positivismo de Comte – Auguste Comte vive pós Rev. Francesa 1798 –1857
Descendente de família católica e monarquista recebe influência de Saint Simon de quem foi secretário – 1817-1824 - fiel defensor da república, ideais de liberdade e fraternidade, as Ciências tinham que lutar por um grau de positividade, ou seja, conhecer para agir, compreender para reorganizar a sociedade.
Classificação das Ciências – conforme se aproximam dos homens tornam-se mais complexas; Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia, Sociologia.
Segundo Comte era necessário uma Ciência capaz de através da observação, experimentação, comparação e classificação, renovar os costumes, as idéias, a moral, reorganizando a sociedade – Física Social – Sociologia.
Caberia a essa nova Ciência a indicação dos campos de aplicação do conhecimento das outras. A desordem e a anarquia de seu tempo poderiam ser superadas com a recuperação da harmonia social – sentido Messiânico 
Sociologia – berço na Filosofia Positivista. Foi Comte que adiantou uma série de questões, cunhando alguns termos técnicos da Sociologia: assimilação social, conflito, estrutura social, organização social, mobilidade, sociabilidade, relação social, etc.
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Texto 5 – Introdução à Sociologia
Da Física Social à Sociologia: a descoberta de um novo objeto do conhecimento
Além das condições históricas de transformação do feudalismo para o capitalismo, a Sociologia deve seu desenvolvimento a um conjunto de condições intelectuais, sociais e institucionais – a Sociologia é umprojeto e uma prática científica.
Enquanto discurso e prática a Sociologia se consolida lentamente e de forma dispersa ao longo do séc. XIX.
Revoluções que se processaram em séc. passados: mudança de mentalidade – olhar para as crises sociais – a sociedade é apresentada e analisada como composta de indivíduos e não de corpos organizados – atomismo social, fortalecimento do interesse pessoal contrariando a igualdade política dos cidadãos diante da lei proclamada pela Declaração dos Direitos do Homem.
A Corrente Tradicionalista
A Revolução Francesa resulta em inúmeras reflexões de cientistas e pensadores.
Edmund Burke – não se pode instaurar uma sociedade por decreto - condena a revolução porque reconduz a sociedade (civilizada) ao estado de natureza, ao caos original, considera que a revolução se apóia em teoria abstratas sem considerar a realidade e o desenvolvimento das instituições – a trama de relações. Contra o voluntarismo e o idealismo revolucionários. Afirmação da Igreja, família e corporações, retorno à comunidade original.
Joseph de Maistre e Louis Bonald - retorno à sociedade de ordens – a sociedade é formada por instituições, necessário cultivar relações duradouras e a vida em comunidade – reconstrução do tecido social esgarçado.
Dos Ideólogos a Saint Simon
Início do séc. XIX – Liberalismo político – acentuação na independência dos indivíduos - sistema político representativo. 
Ideólogos – são liberais que mantinham relações positivas com a Revolução – hostis ao exagero revolucionário mas contra o deísmo que reinava. Tentam promover uma atividade intelectual – ciência das idéias (ideologia) – Condorcet – saber para agir e repensar a política a partir do conhecimento ( Destutt de Tracy, Cabanis, Volney, ...).
O homem é o centro das preocupações científicas – origem da fisiologia social – ciência da moral – inspiração para Saint Simon que se torna um fisco-político. Segundo ele não se pode reinventar o Antigo Regime – é necessário edificar uma nova sociedade – a revolução ainda está por fazer com transformações mais radicais. 
Como? Crítica radical da ordem existente e a construção de uma nova organização – aspira uma sociedade industrial com maior racionalidade econômica e com a eliminação das antigas formas sociais, com novas crenças, um sistema positivo fundamentado no florescimento das ciências da vida – uma sociedade esclarecida pela ciência – um industrialismo otimista através da associação de todos os trabalhadores e adesão de todos os participantes da produção – sociedade realmente humana.
Saint Simon
Prega uma ciência do homem (fisiologia) – todas as devem ser positivas: melhorar as instituições através de fatos observados e discutidos. Ciência dos corpos brutos (Física e Astronomia) Ciência dos corpos organizados (Fisiologia e Psicologia).
A Ciência Social só pode ser tardia e é sintética - se vale dos conhecimentos das outras ciências analíticas. 
A sociedade não é uma simples aglomeração de seres vivos – é uma máquina organizada com partes que contribuem para o avanço do conjunto. – um SER constituído de órgãos com funções – elementos interdependentes.
Um dado modo de produção corresponde um modo determinado de organização social e política.
A passagem de um tipo de sociedade a outro ( feudal para o sistema industrial) realiza-se através do enfrentamento de classes antagônicas. Porém, os conflitos obedecem a leis gerais que levam a humanidade a evoluir.
No sistema feudal já estavam as condições de emergência dos elementos de um novo sistema social – industrial – a capacidade científica desenvolve-se. 
O Positivismo de Auguste Comte
Positivismo – contração de Política Positiva - admite somente as verdades científicas ou positivas – certezas de tipo experimental.
Curso de Filosofia – 1ª vez que surge o termo Sociologia. Estabelece uma separação entre o estudo físico dos fenômenos e a metafísica – observação sistematicamente conduzida e baseada na experimentação – influência das Ciências físicas e naturais. Todos os fenômenos da natureza são submetidos a leis invariáveis – a vida social também.
No plano político Comte acentua que era necessário sair do caos em que a revolução mergulhou as sociedades européias – adesão a Luís Napoleão Bonaparte no golpe de dezembro de 1851.
Para tanto o conhecimento científico deve se transformar em poder espiritual – os cientistas seriam sacerdotes que trabalham para a restauração da solidariedade social – através de uma doutrina moral fundamentada na ciência.
Para Comte o cientista seria um ordenador do real. Classifica as ciências segundo o grau de positividade – de dar conta das leis intrínsecas dos fatos. A Ciências são solidárias umas das outras – classificação do simples ao complexo (da matemática à biologia) – a Sociologia coroa o edifício das ciências – estuda o desenvolvimento total da inteligência humana em diversas atividades.
 O estudo da ordem – estática social ( o trabalho, a propriedade, a família ou a classe); o estudo do progresso – a dinâmica social (existe uma lei de desenvolvimento : teológico ou fictício, metafísico ou abstrato, científico ou positivo). A lei dos três estados – processo evolutivo que realiza a ordem e o progresso. 
Lança a idéia de uma religião da Humanidade. A morte de Clotilde de Vaux – subordinação da Sociologia à Religião da Humanidade – Catecismo Positivista – o homem só alcança o conhecimento supremo através da religião – crença na Humanidade. 
Posição de Auguste Comte – sociedade estável e organizada em resposta às perturbações impostas pela industrialização. 
Uma Variante Inglesa do Positivismo
Herbert Spencer – Filósofo inglês – desenvolve uma Sociologia Organicista. Engenheiro ferroviário, jornalista e filósofo, afasta-se da metafísica e acentua que todos fenômenos humanos e culturais dependem da observação, da experiência e de uma abordagem causal (influência das ciências naturais).
Recebe influência de Adam Smith – economista clássico e de Lamarck – naturalista e teórico da evolução das espécies. Por isso formula uma doutrina evolucionista para a ciência social. 
Haveria uma evolução social, uma marcha irresistível das sociedades humanas – do simples ao complexo, do homogêneo (militar) ao heterogêneo (industrial) – uma crescente divisão de funções nas sociedades industriais modernas. 
Princípio do organicismo de Spencer: os mecanismos de evolução têm origem na luta pela existência e na seleção natural, que levam à submissão e à eliminação dos menos eficientes em proveito dos mais aptos.
Para Spencer:
A sociedade moderna seria igualitária, pacífica e fundada no desenvolvimento de seus membros mais dotados e no livre jogo de suas relações interindividuais;
A sociedade é um sistema instável, dinâmico, de diversas funções, as relações entre indivíduos são processos reguladores em detrimento da família, igreja e estado;
No plano metodológico das Ciências Sociais, a noção de causa não induz necessariamente uma conseqüência, mas múltiplas possibilidades;
Spencer afirma o laisser-faire social e político, contribui para o darwinismo social e é um dos primeiros a construir as bases de uma Sociologia científica através de um modelo de explicação – o organicismo, renovando o quadro das teorias positivistas.
A Estatística Moral e Judiciária 
1830 juristas e matemáticos – introdução do método das Ciências Naturais nas Ciências Morais – influência da aritmética política inglesa do séc. XVII que buscava soluções para problemas demográficos, crescimento econômico, riqueza do estado....
Século XVIII – intensificação do uso de cálculos em questões sociais e patológicas a exemplo da expansão urbana e criminalidade, êxodo rural, ociosidade, destruição da célula familiar ou a dissolução dos costumes. A questão principal refere-se ao perigo das classes populares – eram necessárias técnicas de observação para fins curativos e produção de estatísticas.
Principais questões:mudanças no sistema penitenciário e na Justiça Criminal. Não era mais possível o mesmo tratamento para todos, sem distinção de idade, sexo e tipologia de crimes – estatística judiciária.
Estudos quantitativos sobre o mundo do trabalhador, a saúde dos pobres surgem com o objetivo de moralizar, reformar comportamentos, resolver problemas sociais e controlar a massa de trabalhadores através de instrumentos políticos concretos – o número fala por si – saúde e disciplina dos corpos – trabalhadores úteis. 
A Ciência Social é uma engenharia social que se estende para o mundo Europeu, com ações do Governo através de Secretarias Especiais, a exemplo da França - Frédéric Le Play.
A Matemática Social
A aplica da Estatística no estudo de questões sociais se ampliam na medida que o capitalismo (industrialização) avança –estudo de fatos criminais e suas supostas regularidades.
Condorcet – os fatos relativos ao homem são passíveis de uma abordagem científica e quantificada – previsão.
Adolpho Quételet – astrônomo e matemático – engenharia social – estatísticas sociais e criminais, transpõe princípios da mecânica celeste para os fatos da sociedade especialmente no estudo da criminalidade, relacionando com diferentes grupos e acentuando a vida coletiva como fato inibidor – equilíbrio social.
Na realidade existia nesses pensadores uma intenção filosófica e política – abordar através do cálculo a verdadeira natureza do homem e controlar fatos sociais considerados preocupantes e desencadeadores de revoluções – estatística social como controle e edificação de uma moral – intervir para produzir um homem socialmente desejável.
Críticas de Comte e outros pensadores pelo conservadorismo e pela criação de uma pseudo-ciência. Até hoje muitas perguntas e poucas respostas.
A Escola Científica Francesa 
Astrônomo Laplace e o matemático Cauchy são os mais importantes.
Três orientações: os politécnicos – matemática política; os médicos e higienistas preocupados com a demografia e profilaxia sociais; os matemáticos que acentuam a aplicação às ciências políticas e morais o método das ciências naturais ( matemática aplicada e cálculo das probabilidades). 
É interessante ressaltar a coexistência de modelos inspirados na Biologia, na Matemática e Física - preocupação em interpretar médias estatísticas, de refletir sobre o significado dos elos de sucessão entre fenômenos, das relações causais... 
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