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Slides de Direito Ambiental sobre Política Nacional do Meio Ambiente

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Política Nacional do Meio Ambiente - Tutela Administrativa Ambiental
Aula 06 – 2º Bimestre – Direito UFMS 2016.2
Direito Ambiental
Prof. Gustavo Cancio
Previsão Legal
Lei n.º 6.938/81; 
Art. 225, § 1º, da CF/88.
SISNAMA 
Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; 
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; 
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; 
IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências; 
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; 
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.
Os instrumentos da pnma
São os seguintes os instrumentos da PNMA enumerados de forma exemplificativa pelo art. 9º da Lei nº 6.938/81:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental;
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; 
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
Os instrumentos da pnma
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; 
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; 
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais; e 
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros.
O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental
É possível definir os padrões de qualidade ambiental como o reflexo do estado ambiental de determinado ou determinados recursos ambientais
Gestão dos componentes do meio ambiente, dentre eles a qualidade do ar, das águas e dos padrões de ruído.
O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental
Resolução do CONAMA n.º 5 de 1989: o Programa Nacional de Controle de Qualidade do Ar (PRONAR)
Resolução do CONAMA n.º 1 de 1990: deu validade à NBR n.º 10.152 da ABNT, que avalia a intensidade dos ruídos em áreas habitadas, onde deverá ser obedecido o interesse à saúde e ao sossego público.
Resolução do CONAMA n.º 357 de 2005: classifica as águas em: doce, salgada e salina. Esta classificação tem por objetivo dar destinação ao uso da água fixando os critérios de uso, que são estabelecidos pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos. 
O zoneamento ambiental
Artigo 4º, inciso III, alínea “c”, do Estatuto das Cidades (Lei n.º 10.257 de 10 de julho de 2001).
Artigos 30 e artigo 182, parágrafos 1º e 2º, da Constituição Federal de 1988.
Decreto n.º 4.297 de 10 de julho de 2002.
Zoneamentos urbano, industrial e ecológico-econômico (ZEE).
O zoneamento ambiental
O Zoneamento Ecológico-Econômico é instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas. Ele estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população.
Seu principal objetivo é organizar, de forma vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas.
O zoneamento ambiental
O Zoneamento Ecológico-Econômico dividirá o território em zonas, de acordo com as necessidades de proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável, sendo que a definição de cada zona se dará com base nos seguintes elemento: 
i) diagnóstico dos recursos naturais, das regiões socioeconômicas e do marco jurídico-institucional; 
ii) informações constantes do Sistema de Informações Geográficas; 
iii) cenários tendenciais e alternativos; e 
iv) diretrizes gerais e específicas.
A avaliação de impactos ambientais
Avaliação de Impactos Ambientais: gênero
Espécies:
Relatório Ambiental Preliminar (RAP) – instrumento utilizado no início do procedimento de licença ambiental, tendo menor grau de detalhamento e profundidade do que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Mediante análise do RAP o órgão ambiental técnico licenciador verifica se há ou não necessidade do EIA, se há ou não potencial de efetiva degradação.
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) – visa à preservação da saúde e integridade dos trabalhadores através do reconhecimento pela antecipação dos riscos ambientais que possam vir a existir no ambiente do trabalho. (p. ex. ruídos, temperaturas extremas, radiações como o ultrassom, substâncias químicas que possam penetrar pelas vias respiratórias, bactérias, fungos etc.)
A avaliação de impactos ambientais
Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA): constitui procedimento administrativo de análise antecipatória dos possíveis impactos ambientais de uma obra, atividade ou empreendimento potencialmente causadores de significativa degradação do meio ambiente, elaborado por equipe técnica multidisciplinar, em que se relacionam as medidas de mitigação e compensatórias à possível intervenção no meio ambiente. Elenca os pontos positivos e negativos de um empreendimento ou atividade, que subsidiam a decisão do órgão ambiental responsável pelo licenciamento do projeto proposto. 
Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA)
CF/88 – art. 225, § 1º, IV, incumbiu ao Poder Público “exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, o estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade”.
Regulamentação do EIA:
* Resolução n. 1/1986 do Conselho Nacional do Meio ambiente (CONAMA), norma de caráter geral
(recepcionada pela CF)
* Resolução n. 09/ 1987 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), regulamenta as audiências públicas.
EIA e o impacto ambiental
O conceito legal de impacto ambiental é fornecido pelo art. 1° da Resolução CONAMA 001. de 23.01.1986: “(...) considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: l - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e V - a qualidade dos recursos ambientais."
EIA X RIMA
EIA (EPIA?) – documento técnico amplo e complexo, com a revisão de literatura, estudos de campo, coleta de dados etc. (nem sempre é compreensível em sua integralidade pelo cidadão)
RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) – Relatório, em última análise, é o espelho do EIA, apresentando as suas conclusões de forma objetiva à comunidade. Didático, propiciando aos cidadãos a compreensão das vantagens e desvantagens do projeto, com as consequências ambientais de sua implementação.
EIA
A função primordial do EIA é a prevenção e o monitoramento dos impactos ambientais.
Identifica-se com o princípio da prevenção, uma vez que as medidas antecipatórias são a essência do Direito Ambiental.
É um instrumento de índole constitucional, é ato do Poder Executivo decorrente do poder de polícia. Sua exigibilidade compete aos órgãos da Administração Pública.
EIA
STF – Lei n. 1315/2004, do Estado de Rondônia, que exige autorização prévia da Assembleia Legislativa para o licenciamento de atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetivas e potencialmente poluidoras, bem como capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. Condicionar a aprovação de licenciamento ambiental à prévia autorização da Assembleia Legislativa implica interferência do Poder Legislativo na atuação do Poder Executivo, não autorizada pelo art. 2º da Constituição Federal (ADI 1.505).
EIA
Momento da realização: antes da concessão da licença prévia, inclusive como condição desta. O órgão ambiental competente para o licenciamento elabora um termo de referencia, com as diretrizes que devem ser observadas pelo empreendedor na realização do EIA.
Se a atividade ou empreendimento, por alguma razão, esteja em funcionamento sem o EIA? Esse não será o estudo pertinente, vez que sua confecção é prévia. Outros estudos poderão ser implementados para acompanhar ou controlar os possíveis impactos ambientais.
EIA
Atividades sujeitas ao EIA (art. 2º da Res. 01/1986): 
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
II - Ferrovias;
III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66;
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários;
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques;
EIA
VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);
IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração;
X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;
Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW;
XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;
XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental;
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes;
XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia.
EIA
Com a aprovação do EIA/Rima, o empreendedor adquire a licença previa e dará continuidade ao licenciamento ambiental para a consecução das licenças de instalação e operação.
As conclusões do EIA/Rima vinculam o órgão ambiental? (opiniões divergentes)
EIA
Antonio Herman Benjamim – “O papel do EIA é limitar, no plano da decisão ambiental, a liberdade de atuação do administrador. Se o EIA é limite da decisão administrativa, não se confunde, pois, com a decisão administrativa em si. Sendo momento preparatório da decisão, a orienta, informa, fundamenta e restringe, mas, tecnicamente falando, não a integra como um dos seus elementos internos [...] Confinando a discricionariedade administrativa, o EIA tem o condão de, pela via transversa, ampliar o controle judicial (e popular) dos atos administrativos ambientais”.
Paulo de Bessa Antunes – “Caso o EIA fosse vinculante para a Administração, data vênia, não haveria sentido na própria existência do licenciamento, pois, uma vez que o EIA tivesse concluído que uma licença deveria ser dada, a Administração não poderia negá-la, por exemplo. O EIA não é um instrumento capaz de impor ao administrador uma determinada conduta – positiva ou negativa – com relação à concessão de uma licença ambiental”.
EIA
O órgão ambiental não se vincula às conclusões do EIA/Rima. Ainda que o estudo seja desfavorável, é possível aprová-lo e, por consequência, conceder a licença prévia. É evidente que, para tal, é necessária ampla e exaustiva motivação, passível de controle judicial suscitado por qualquer ente ou cidadão.
O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras
Lei Complementar 140/2011 - Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Lei 6938/81 – art. 10
Dec. 99.274/90 - Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente
Res. Conama 237/97
Res. Conama 01/86
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Procedimento administrativo decorrente do poder de polícia ambiental, com finalidade de avaliar os possíveis impactos e riscos de uma atividade ou empreendimento potencialmente causador de degradação ambiental.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Conceitos: 
LC 140/2011
Art. 2º Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se:
I - licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental;
Lei 6938/81
Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Res. 237/97 - Conama
Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:
I - Licenciamento
Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
a) Licença prévia
Concedida na fase preliminar de planejamento, tem o condão de aprovar a localização do projeto, após a verificação da compatibilidade do empreendimento com o zoneamento, o plano diretor e os planos e programas governamentais.
Necessidade de inserir uma certidão da Prefeitura Municipal sobre a regularidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo (art. 10, § 1º da Res. 237/97)
Atesta-se a viabilidade ambiental do projeto, estabelecendo os requisitos básicos e os condicionantes para as licenças posteriores (art. 8º, I, Res. 237/97)
O prazo de validade da licença prévia é o estabelecido no projeto e não pode ser superior a 05 (cinco) anos.
Para as atividades potencialmente poluidoras exige-se a aprovação do EIA/Rima para a concessão da licença prévia.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
b) Licença de instalação
Essa licença autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos.
programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante (art. 8º, II, da Res. Conama 237/97).
Nessa fase que se permite construir, edificar, cortar árvores (desde que tenha autorização), usar água (desde que possua a outorga de uso dos recursos hídricos) e todas as obras necessárias ao empreendimento.
O prazo da licença é o estabelecido no projeto não podendo ser superior a 06 anos.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
c) Licença de operação
Permite a operação da atividade ou empreendimento após verificação do efetivo cumprimento das condicionantes das licenças anteriores. Determinará as medidas de controle ambiental de observância necessária após o efetivo funcionamento.
Prazo da licença de operação é no mínimo 04 e no máximo 10 anos.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Cabe ao empreendedor solicitar a renovação de licenças ambientais, que devem ser requeridas com antecedência mínima de 120 dias da expiração de seu prazo de validade fixado na licença (Art. 14, § 4º da LC 140/2011 e Resolução nº 237/97 do CONAMA)
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Todos os entes podem efetuar o licenciamento ambiental (competência comum administrativa), mas depende da observância de dois requisitos: existência de órgão ambiental capacitado e do conselho de meio ambiente.
Órgão ambiental capacitado – LC 140/2011 – art. 5º, parágrafo único: Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas.
Forçoso reconhecer que o IBAMA e os órgãos estaduais possuem agentes qualificados. A dificuldade está nos Municípios que não raro possuem estrutura inadequadas providas essencialmente por agentes comissionados.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
21. Crimes e infrações administrativas no licenciamento ambiental:
Lei 9.605/98
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Decreto 6514/2008
Art. 66. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar estabelecimentos, atividades, obras ou serviços utilizadores de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, em desacordo com a licença obtida ou contrariando as normas legais e regulamentos pertinentes: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).
Os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental
É indispensável o investimento em pesquisas para se criarem tecnologias que reduzam ou eliminem a poluição, visando melhorar a qualidade do meio ambiente, a exemplo da produção de energia com fontes “limpas”. O Poder Público deve criar incentivos em favor das empresas que empreendam com o manejo de técnicas menos impactantes ao ambiente, objetivando reduzir a emissão da poluição.
Nesse sentido, existe autorização constitucional no artigo 170, VI, para tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
A criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas
Consoante determinação constitucional, o Poder Público deverá criar espaços especialmente protegidos, a exemplo de unidades de conservação. Também são exemplos as áreas de preservação permanente, as áreas verdes urbanas, as áreas de uso restrito e a reserva florestal legal.
De acordo com o artigo 225, § 1º, III, da Constituição, incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.
O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente
Diga-se que o Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente – SINIMA é um importante instrumento da PNMA, sofrendo regulamentação pelo artigo 11, II, do Decreto 99.274/1990, competindo ao Ministério do Meio Ambiente coordenar a troca de informações entre as entidades e órgãos que compõem o SISNAMA.
Nesse sentido, consoante pontifica o artigo 7º, VIII, da LC 140/2011, compete à União organizar e manter, com a colaboração dos órgãos e entidades da administração pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente – SINIMA.
Inclusive, essa norma passou a prever a criação do Sistema Municipal de Informações sobre o Meio Ambiente, a ser organizado e mantido pelos municípios.
O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental
O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, também instrumento da PNMA, administrado pelo IBAMA, é de registro obrigatório para pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, nos termos do artigo 17, I, da Lei 6.938/1981.
As penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental
A imposição de penalidades disciplinares ou compensatórias tem natureza repressiva, corolário do poder de polícia ambiental, em decorrência do cometimento de ilícito administrativo-ambiental.
A instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA
O Relatório de Qualidade do Meio Ambiente – RQMA, a ser divulgado anualmente pelo IBAMA ainda não tinha sido implementado até 2011. É um importante instrumento de gestão ambiental, pois dará conhecimento amplo à sociedade sobre as condições ambientais gerais do Brasil, necessitando ser efetivado, além de servir de lastro para a formulação
de políticas públicas ambientais.
A garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes
A garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente é instrumento da PNMA decorrente do Princípio da Publicidade e da Informação, que lastreia a atuação da Administração Pública, presumindo-se a legitimidade das solicitações das pessoas físicas e jurídicas brasileiras.
Nesse caminho, visando dar maior publicidade às informações ambientais, foi promulgada a Lei 10.650/2003, que pontifica caber aos órgãos do SISNAMA disponibilizar obrigatoriamente ao público o acesso aos processos administrativos da esfera ambiental, independentemente de comprovação de interesse específico, assegurado o sigilo comercial, industrial e financeiro, devendo o administrado apenas arcar com os eventuais custos decorrentes do fornecimento de informações (a exemplo das fotocópias).
A garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes
Outrossim, os entes do SISNAMA têm o dever de publicar em Diário Oficial e afixar em local de fácil acesso no órgão listagem com dados definidos no artigo 4.º da citada Lei, a exemplo de pedidos de licenciamento ou renovação, autos de infração, recursos interpostos, lavraturas de termos de ajustamento de conduta etc.
O Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais
O Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais, gerido pelo IBAMA, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora, nos moldes do artigo 17, II, da Lei 6.938/1981.
Nos termos do artigo 37 do novo Código Florestal, o comércio de plantas vivas e outros produtos oriundos da flora nativa dependerá de licença do órgão estadual competente do SISNAMA e de registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais.
Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros
Por fim, a Lei 11.284/2006 inseriu novos instrumentos econômicos, como a concessão florestal, a servidão ambiental, o seguro ambiental e outros, o que denota se tratar de rol aberto.
A instituição de instrumentos econômicos em prol do meio ambiente é uma medida crescente no mundo, ao lado da tradicional regulação estatal direta. É possível defini-los como medidas estatais que interferem na Ordem Econômica visando estimular condutas favoráveis à redução da poluição ou que buscam inibir posturas lesivas ao meio ambiente.

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