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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA ÁGUA Em 22 de março de 1992 a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o "Dia Mundial da Água", publicando um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água". Eis o texto que vale uma reflexão: 1- A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos. 2- A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. 3- Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia. 4- O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam. 5- A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras. 6- A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa- se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo. 7- A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis. 8- A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado. 9- A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. 10- O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra. 1.1-Disponibilidade de água Nos últimos 15 anos a oferta de água limpa disponível/habitante diminuiu 40%. O uso da água na agricultura deverá aumentar nos próximos anos. Em 20 anos deverá ocorrer uma crise relacionada a disponibilidade de água. 2,4% no resto do país9,6% na região amazônica O Brasil possui 12 % da água doce disponível no mundo Atende 95% da populaçãoAtende 5% da população Estima-se que 50% da população brasileira não tenha acesso a água tratada. Estados Unidos: 600 L por habitante dia Sertão: 10 L por habitante dia Os oceanos contêm a maior parte da água do planeta (975 litros a cada 1.000). Uma molécula de água passa 98 anos a cada 100 em meio ao oceano. A água do mar apresenta aproximadamente 3,3% de sais dissolvidos (principalmente NaCl(aq)). Uma pessoa pode beber água com até 5g de sal/kg de água. Os oceanos contêm 35 g de sal/kg de água (7 vezes mais). osmose Uma pessoa que bebe apenas água do mar acabará morrendo. A água do mar também não pode ser usada na agricultura ou na indústria. O excesso de sal mataria as plantações (também por osmose); Deterioraria maquinários, entupiria válvulas e explodiria caldeiras. Para que a água dos oceanos possa ser usada é necessário que o sal seja retirado. Todos os métodos de dessalinização consomem grandes quantidades de energia. termômetro saída de água de resfriamento entrada de água de resfriamento entrada de gás balão de destilação bico de Bunsen condensador erlenmeyer 1.2- Utilização da água no mundo A razão procura/oferta relativa à água tem vindo a aumentar de forma exponencial. A crescente procura, comparativamente à oferta cada vez menor, de água doce tem sido tema importante para a sociedade em geral. Quando se fala em escassez da água, esta situação pode ser definida quando a disponibilidade da água numa dada região ou país está abaixo dos 1000 m3 por ano, por pessoa. 1.3- A água e a indústria É essencial a qualquer unidade industrial e portanto é um fator limitante no desenvolvimento industrial em regiões com pouca disponibilidade Segundo dados da UNESCO, 22% do total da água consumida em todo o mundo serve o setor industrial, sendo o maior consumidor com 70% do total de água consumida, a agricultura A UNESCO estima que o volume gasto pelo setor industrial irá aumentar de 752 Km3/ano (dados de 1995) para cerca de 1170 km3/ano em 2025 (24% da água fresca extraída em todo o mundo). Como resolver este problema? Reuso das Águas O reaproveitamento ou reuso da água é o processo pelo qual a água, tratada ou não, é reutilizada para o mesmo ou outro fim. 1.4 – Tipos de uso da água • Consumo Humano: utilizada em casas de banho, cozinhas e refeitórios, equipamentos de segurança e quaisquer outras actividades domésticas. • Matéria-prima: quando ocorre incorporação de água no produto final como são exemplo as industrias cervejeiras e de refrigerantes. Também pode ser matéria-prima quando a água é utilizada para obtenção de outros produtos, por exemplo, a obtenção de hidrogênio pela eletrólise da água. • Geração de energia: transformação da energia cinética, potencial ou térmica, existente na água, em energia mecânica, para posteriormente ser transformada em energia elétrica. • Fluido térmico: utilização da água como fluido para permuta de energia calorífica, quer se trate de aquecimento como arrefecimento (exemplo: torres de arrefecimento) - Outros usos: utilização da água para rega, combate a incêndios ou incorporação em subprodutos gerados nos processos industriais. 1.4.1 - Índices de qualidade da água para a indústria Numa mesma indústria poderão ser necessários diversos índices de qualidade para diferentes processos. 1.5- Reaproveitamento para obtenção de água Reuso indireto não planejado da água: Ocorre quando a água, utilizada em alguma atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não controlada. Reuso indireto planejado da água: Ocorre quando os efluente depois de tratados são descarregados de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, para serem utilizadas a jusante, de maneira controlada, no atendimento de algum uso benéfico. Reuso direto planejado das águas: Ocorre quando os efluentes, após tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do reuso, não sendo descarregados no meio ambiente. Reciclagem de água: É o reuso interno da água, antes de sua descarga em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposição. Essas tendem, assim, como fonte suplementar de abastecimento do uso original. Este é um caso particular do reuso direto planejado. Aplicações da Água Reciclada Irrigação paisagística; Irrigação de campos para cultivos; Usos industriais; Usos urbanos não-potáveis; Finalidades ambientais; Usos diversos: aqüicultura, construções, controle de poeira, dessedentação de animais. Aproveitamento de Águas de Chuva As águas de chuva são encaradas pela legislação brasileira hoje como esgoto, pois ela usualmente vai dos telhados, e dos pisos para as bocas de lobo aonde, como "solvente universal", vai carreando todo tipo de impurezas, dissolvidas, suspensas, ou Simplesmente arrastadas mecanicamente, paraum córrego que vai acabar dando num rio que por sua vez vai acabar suprindo uma captação para Tratamento de Água Potável. 1.6- Importância da água subterrânea para abastecimento público A formação dos lençóis subterrâneos tem origem na infiltração e percolação das águas pluviais e superficiais, através das camadas permeáveis, das falhas nas estratificações, das fendas, de discordâncias de camadas geológicas, etc. 1.6.1- Aquíferos Os aqüíferos são formações geológicas ou camadas que contêm a água no seu interior (zona saturada) em quantidade suficiente para permitir o seu aproveitamento econômico. Os aqüíferos podem ser classificados como freáticos e artesianos. Os aqüíferos freáticos originam-se das águas de chuva que se infiltram através das camadas permeáveis do terreno até encontrar uma camada impermeável. Para qualquer nível dentro do aqüífero freático, a carga hidráulica é igual à profundidade abaixo do nível estático (nível freático) da água nele contida. Assim, quando um poço é perfurado, o nível d’água dentro dele atinge o nível estático do aqüífero. Em geral, são rasos (3 a 20 metros) e de grande diâmetro (1 a 2 metros) O aqüífero é dito confinado, ou artesiano, quando se situa entre camadas impermeáveis e, em conseqüência, tem a água submetida a pressão superior à atmosférica. 1.7 Condições de Potabilidade – Legislação e características para água potável Resolução Conama nº 20 de 18/06/86 1.7.1- Aspectos físicos 1.7.2.1- Temperatura A temperatura tem influencia nos processos biológicos, reações químicas e bioquímicas que ocorrem na água e em outros processos, como a solubilidade dos gases dissolvidos e sais minerais. A faixa de temperatura mais desejável para um suprimento público de água está entre 4,4 a 10 C. 1.7.2.2- Turbidez Característica física da água, decorrente da presença de substâncias em suspensão, ou seja, sólidos suspensos, finamente divididos ou em estado coloidal, e de organismos microscópicos. 1.7.2.3- Cor A cor de uma água é consequência de substâncias dissolvidas. A medida da cor de uma água é feita pela comparação com soluções conhecidas de platina-cobalto ou com discos de vidro corados calibrados com a solução de platina-cobalto. Influência do pH – A intensidade aumenta com o pH Segundo a OMS o índice máximo permitido deve ser 20mg Pt/L. 1.7.2.4- Gosto e odor O odor e o sabor de uma água dependem dos sais e gases dissolvidos. 1.7.2.5- Condutividade Os sais dissolvidos e ionizados presentes na água transformam-na num eletrólito capaz de conduzir a corrente elétrica. Influência da temperatura - aumenta a condutividade 1.7.2.6- Sólidos Sólidos podem ser classificados de acordo com seu tamanho e características químicas. 1.7.3 – Aspectos químicos Estes parâmetros permitem: •Classificar a água por seu conteúdo mineral, através dos íons presentes. •Determinar o grau de contaminação, permitindo determinar a origem dos principais poluentes. •Caracterizar picos de concentração de poluentes tóxicos e as possíveis fontes. •Avaliar o equilíbrio bioquímico que é necessário para a manutenção da vida aquática, permitindo avaliar as necessidades de nutrientes. 1.7.3.1- Acidez Capacidade que um meio aquoso possui de reagir quantitativamente com uma base forte a um pH definido . A água com teor acentuado de acidez pode provocar corrosão no meio em que as mesmas atravessam ou nos recipientes onde são armazenadas, influem na velocidade das reações químicas e processos biológicos. 1.7.3.2- pH e Alcalinidade A alcalinidade representa a capacidade que um sistema aquoso tem de neutralizar (tamponar) ácidos a ele adicionados. 1.7.3.3- Agentes tensoativos sintéticos São substâncias tensoativas, ou seja, reduzem a tensão superficial da água, pois possuem em sua molécula uma parte solúvel e outra não solúvel na água Ocorre: •a formação de espuma; •afetam o gosto e odor da água; •a coagulação; •a decantação e flitração se tornam mais difíceis; •são tóxicos a peixes e ; •o aumento no teor de fósforo. 1.7.3.4- Oxigênio Dissolvido OD:- Abreviação para Oxigênio Dissolvido. É a quantidade, em mg/L, de oxigênio dissolvido na água. Nas águas naturais de superfície o índice OD varia de 0 a 19 mg/L, mas um teor de 5 a 6 mg/L já é o suficiente para suportar uma população variada de peixes. Em águas subterrâneas a quantidade de oxigênio dissolvido é muito baixa pelo fato de estar fora do alcance da atmosfera. Fatores que influenciam o OD da água: •Altitude: Em regiões de baixa altitude, a pressão atmosférica é maior e permite que mais oxigênio seja dissolvido na água. Contrariamente, em altas altitudes este índice diminui. •Velocidade e tipo de fluxo: quanto maior a velocidade e mais turbulento o fluxo d'água, mais oxigênio pode dissolver. •Estação do ano: Devido à temperatura, no inverno as águas contém mais oxigênio do que no verão. •Quantidade de matéria em suspensão: Oxigênio é mais facilmente dissolvido em águas limpas, isto é, com pouco material em suspensão. •Quantidade de nutrientes: quanto maior a quantidade de nutrientes na água, maior é o crescimento de algas. •Profundidade: águas pouco profundas são mais aquecidas e perdem oxigênio. •Arborização: - a mata ciliar atua como um anteparo para os raios solares impedindo o aquecimento da água, mantendo seu nível de OD. •Poluição: - uma grande parte da poluição que é lançada nos corpos hídricos (rios, lagos, mares, etc) é composta de matéria orgânica proveniente dos esgotos domésticos. O tratamento da água tem por finalidade melhorar a qualidade da água de abastecimento ao público, atendendo diversas finalidades: Higiênicas - remoção de bactérias, protozoários, vírus e outros microorganismos, de substâncias nocivas, redução do excesso de impurezas e dos teores elevados de compostos orgânicos; Estéticas - correção da cor, sabor e odor; Econômicas - redução de corrosividade, cor, turbidez, ferro , manganês, sabor, odor. A construção de um sistema completo de abastecimento de água requer muitos estudos e pessoal altamente especializado. Para iniciar-se os trabalhos, é necessário definir-se: a população a ser abastecida; a taxa de crescimento da cidade e suas necessidades industriais. Sistema Convencional captação adução estação de tratamento reservação redes de distribuição ligações domiciliares. Captação Superficial ou subterrânea Adução São canalizações de importância vital para o abastecimento de cidades. Qualquer interrupção que venham a sofrer afetará o abastecimento à população, com conseqüências significativas. Adutoras por gravidade Transportam a água de uma cota mais elevada para a cota mais baixa. Adutoras de recalque Transportam a água de um ponto a outro com cota mais elevada, através de uma estação elevatória e podem ser: único recalque; recalque múltiplo. Adutoras mistas trechos por gravidade e trechos por recalque. Gradeamento Um tratamento de água sempre se inicia com a remoção dos materiais que flutuam ou estão suspensos com o uso de grades e telas. Processos para retirado de odor e sabor Os principais métodos para a remoção de gostos e odores são: a) aeração b) pré-cloração c) carvão ativado e d) uso do sulfato de cobre. a) Aeração A aeração tem a finalidade de proporcionar o contato do ar com a água, a fim de que nesta seja efetivada a dissolução ou o desprendimento de gases ou a oxidação de compostos, por exemplo, ferrosos, pode também, ser indicada para redução da corrosividade, reduzindo o teor de gás carbônico. Como principaistipos de aeradores, citamos: os aeradores de gravidade ou de repuxo - onde a água é exposta ao ar atmosférico. os aeradores de ar difuso e de ventilação forçada - faz-se o ar passar pela água. Nos aeradores de repuxo, a água é lançada no ar, sob pressão. Aerador de cascata Os aeradores de ventilação forçada são constituídos de tanques fechados, providos de bandejas horizontais perfuradas. Aerador de tabuleiro Aerador de ventilação b) Pré-cloração A cloração da água bruta, em função do poder oxidante, dos derivados clorados de origem inorgânica, como hipoclorito de sódio (NaClO), hipoclorito de cálcio[Ca(ClO2)] e cloro gás (Cl2) é bastante eficiente no processo de redução de sabor e odor da água. NaClO = THM Carvão ativado Pode ser aplicado como pó seco diretamente na água, em um ou mais pontos precedendo a filtração ou a sedimentação, ou a água pode ser passada através de um leito de carvão ativado. O carvão ativado é também utilizado na retirada de algas, além de retirar gás sulfídrico, matéria orgânica e certos resíduos industriais, como os fenóis e seus derivados. Carvão ativado Tratamento de água: purificação de águas de abastecimento público Reciclagem de águas industriais: remoção de substâncias presentes nas águas, como por exemplo, naftalenos, dodecilbenzeno, sulfonato, benzeno e fenol. Indústria de alimentos: adsorção de moléculas que causam gosto, cor e odor indesejáveis. Medicamento no tratamento de desintoxicações Sulfato de cobre O sulfato de cobre (CuSO4) passou a ser utilizado por sua ação algicida. Existem quatro grupos principais de algas que são capazes de originar problemas nas águas: i)algas verdes-azuladas, ii) Diatomeas, iii) algas verdes e iiii) algas douradas. Processos de clarificação Os sólidos em suspensão são removidos por sedimentação simples ou sedimentação por coagulação e filtração. Sedimentação simples Num fluido em repouso e de baixa densidade, como a água, uma partícula sob ação da gravidade, desce verticalmente com movimento acelerado, até que a resistência do fluido se aproxime, em grandeza, da força propulsora dessa mesma partícula. Quando isto ocorre, a partícula adquire velocidade constante, denominada velocidade de decantação. Sólido suspensos Tempo para decantação Areia grossa Segundos Areia fina Minutos Barro Horas Argila Anos Sedimentação com o uso de coagulantes Sedimentação simples não remove cor da água (substâncias dissolvidas ou estado coloidal). A sedimentação simples é empregada para separar partículas e moléculas de substâncias húmicas, que é a matéria mais finamente dividida, é mantida em suspensão porque possuem carga elétrica negativa (25 milivolts), que se repelem, além do tamanho diminuto das partículas. A carga negativa recebe o nome de potencial zeta. Com o aumento do pH diminui a concentração de prótons tornando a superfície sólida mais negativa. Para clarificação das águas é necessário: neutralização das cargas negativas da matéria em suspensão. Aglutinação das partículas, para aumentar de tamanho. as substâncias coagulantes reagem com alcalinidade (natural e/ou adicionada) formando polímeros com carga superficial positiva, os polímeros formados (hidróxidos) com carga positiva atraem carga negativa dos colóides em suspensão, que formam flocos mais densos que precipitam com uma maior velocidade. Etapas do processo de sedimentação com coagulantes: Mistura rápida (câmara de mistura rápida): Consiste nas reações do coagulante com a água e na formação de espécies hidrolisadas com carga positiva e depende da concentração do metal e pH final da mistura. Sistema Hidráulico Mais utilizados: Calha Parshall e queda d’água originária de vertedouros Primeiros dispositivos: dispersão através do ressalto hidráulico mais aplicados nas ETAs Alia a medição da vazão com adequada dispersão do coagulante Sistema Mecânico • Consiste em introduzir energia através de agitadores, a massa de água suficiente para produzir a mistura adequada • Agitadores do tipo turbina Sistema hidráulico ETA – Gravatá Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/sanea mento/Tratam03_coag.htm Sistema mecânico turbinas Formação do floco Fundamentalmente físico, consiste no transporte das espécies hidrolisadas para que haja contato com as impurezas presentes na água, formando partículas maiores denominadas flocos. O processo rápido, variando de décimos de segundo a cerca de 100 segundos, depende de algumas características, como pH, temperatura, quantidade de impureza. Nesta etapa há necessidade de agitação relativamente lenta, para que ocorram choques entre as impurezas. Existem dois sistemas básicos de floculação: O sistema hidráulico: utiliza a energia hidráulica disponível, sendo a mesma dissipada pela água em câmaras com chicanas. A água efetua um movimento sinuoso dentro da unidade. O sistema mecânico: utiliza a energia mecânica externa, a qual é dissipada pela água em tanques apropriados Sistema Mecânico Floculador mecânico de paletas de eixo vertical Gradiente de velocidade decrescente nas câmaras Floculador mecânico de paletas de eixo horizontal (1 câmara) Gradiente de velocidade crescente nas câmaras ETA – Gravatá Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/sanea mento/Tratam03_coag.htm Floculador Hidráulico de Chicanas Vertical Horizontal Para que os flocos não se depositem no fundo: v>10cm/s Eta Alto Branco _CG A coagulação/floculação inadequada causa: Consumo excessivo de floculantes; Diminuição do rendimento da ETA devido a obstrução nos filtros ocasionada por flocos de baixa velocidade de sedimentação; Maior frequencia de lavagem dos filtros; Aumento de perdas de água na produção. Decantação ou sedimentação A velocidade nesta etapa é ainda mais lenta para permitir a completa deposição dos flocos no fundo decantador. Classificação Em função do escoamento da água: Decantadores de escoamento horizontal Decantadores de escoamento vertical Em função com as condições de funcionamento: Decantadores do tipo clássico ou convencional: recebem a água já floculada e nos quais se processa apenas a sedimentação. Decantadores com contato de sólidos: unidades mecanizadas que promovem simultâneamente a agitação, a floculação e a decantação. Decantadores com escoamento laminar (tubulares ou de placas): são mais recentes, com maior eficiência. ETA – Gravatá Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/sanea mento/Tratam03_coag.htmDecantador convencional de fluxo horizontal Decantador de alta taxa Principais agentes coagulantes Coagulante Fórmula Sulfato de Alumínio Al2(SO4)3.18H2O Sulfato ferroso FeSO4.7H2O Sulfato férrico Fe2(SO4)3 Caparrosa clorada Fe2(SO4)3.FeCl3 Cloreto férrico FeCl3.6H2O Aluminato de sódio NaAl2O4 Al2(SO4)3.18H2O Sulfato de alumínio octadeca hidratado Também chamada de alumen. É o produto mais utilizado. Para reagir e formar o floco é necessário que a água contenha alguma alcalinidade, que pode ser natural ou adicionada (auxiliar de coagulação). Principais auxiliares de coagulação Auxiliares de coagulação Fórmula Bicarbonato de sódio NaHCO3 Carbonato de sódio Na2CO3 Hidróxido de sódio NaOH Óxido de cálcio CaO Hidróxido de cálcio Ca(OH)2 JARTESTE A quantidade de coagulante a ser utilizada á definida no dia a dia da ETA através do teste do jarro (JARTESTE), onde se monitora a velocidade de agitação, pH, quantidade do produto químico, temperatura e tempo de decantação. FeSO4.7H2O Sulfato ferroso hepta hidratado Denominadode caparrosa verde, se apresenta como cristais verdes solúveis na água, o colóide que se forma é o hidróxido ferroso, Fe(OH)3. Fe2(SO4)3 Sulfato férrico Normalmente utilizado para remover manganês, em valores de pH acima de 9. Em pH baixo é efetivo na remoção de cor; sua solução é corrosiva colocando em risco o manipulador, a faixa de atuação está no pH entre 5 a 11. Fe2(SO4)3.FeCl3 Caparrosa clorada Não necessita de alta alcalinidade para formação do floco. O efeito coagulante atinge uma faixa de pH que varia de 5 a 9. FeCl3.6H2O Cloreto férrico hexa-hidratado Apresenta as mesmas características do sulfato férrico. A coagulação é decorrente do mecanismo de varredura, como o pH compreendido entre 6 e 9. NaAl2O4 Aluminato de sódio Sob certas condições seu uso é vantajoso, porque não há necessidade de alacali adicional, é muito usado no tratamento de águas para caldeiras. A forma comercial tem pureza de 88%. Em função do seu preço é mais utilizado como coagulante secundário ou auxiliar de coagulação. Principais agentes coadjuvantes de floculação Silíca ativada Quando utilizada com sulfato ferroso ou alumínio, aumenta o tamanho dos flocos, que são mais densos e resistentes. A sílica ativada tem elevada carga negativa. Polietrólitos São polímeros originários de proteína e polissacarídeos de natureza sintética ou naturais. São três tipos: catiônico, aniônico, não-aniônicos, de acordo com a carga da cadeia polimérica. No Brasil, em função das características das águas e sólidos suspensos são utilizados os aniônicos e não- aniônicos. Os sintéticos são utilizados para aumentar a velocidade de sedimentação, a resistência e na redução da dosagem do coagulante primário. Já os naturais são utilizados para reduzir a ocorrência de transpasse dos flocos no filtro e aumentar a chamada taxa de filtração. Processo de filtração Durante a filtragem se remove matéria em suspensão e coloidal, alguns componentes químicos são alterados e até número de microrganismos é reduzido. O processo de filtração se baseia em quatro ações: filtração mecânica; sedimentação e adsorção; efeitos elétricos; alterações biológicas, em menor nível. Classificação dos filtros Velocidade de filtração Sentido de fluxo Meio filtrante Carga sobre o leito Rápido (>180 m3/m2/dia) Descedente Camada simples Camada múltipla Por gravidade Ascedente Fluxo misto Camada simples Por pressão Lento (3 a 14 m3/m2/dia) Descendente Ascendente Camada simples Por gravidade Filtros de pressão Filtro rápido por gravidade Os filtros rápidos são lavados contracorrente, ou seja, por inversão de fluxo, com uma vazão capaz de assegurar a expansão adequada para o meio filtrante. A filtração rápida foi instalada pela primeira vez no mundo na cidade de Campos, no estado do Rio de Janeiro, em 1880. Filtros de fluxo ascendente são utilizados principalmente para clarificação de águas de baixa turbidez e de baixo conteúdo mineral. A filtração ocorre no sentido dos grãos mais grossos de areia para os mais finos. DESINFECÇÃO A etapa anterior, filtração, é eficiente no processo de remoção de microrganismos da água, mas mesmo assim, não é suficiente para garantir a qualidade microbiológica de uma água, em função do exposto, a desinfecção é de fundamental importância na garantia da qualidade sanitária de uma água. Processos de desinfecção utilizados em água de abastecimento público Processo físico e químico As características necessárias para um bom desinfetante podem ser resumidas em: capacidade de destruir, em um tempo razoável, os organismos patogênicos a serem eliminados, na quantidade em que se apresentam e nas condições encontradas na água; o desinfetante não deve ser tóxico para o homem e para os animais domésticos e, nas dosagens usuais, não deve causar à água cheiro e gosto que prejudiquem o seu consumo; seu custo de utilização deve ser razoável, além de apresentar facilidade e segurança no transporte, armazenamento, manuseio e aplicação; a concentração na água tratada deve ser fácil e rapidamente determinável; deve produzir concentrações residuais resistentes na água, de maneira a constituir uma barreira sanitária contra eventual recontaminação antes do uso. Ultra-violeta A luz ultravioleta é a porção do espectro eletromagnético que vai desde os Raios – X até o limite do espectro visível. Possui comprimentos de onda compreendidos entre os 100 e 400nm. O espectro divide-se em: UV – A: 315 e 400 nm Provoca o “bronzeado solar” na pele humana. UV – B: 280 e 315 nm Causa “queimaduras solares” UV – C: 200 e 280 nm É absorvido pelo DNA e pode causar cancro e mutações. É a gama mais efetiva para a inativação de vírus e bactérias. UV – V (de vazio): 100 e 200 nm O sistema de desinfecção por Ultravioleta (UV) transfere energia eletromagnética de uma lâmpada de arco de mercúrio para um organismo de material genético (DNA e RNA). Quando a radiação UV penetra a parede celular de um organismo destrói a capacidade reprodutora da célula, ou seja, a radiação UV, gerada por descarga elétrica no vapor de mercúrio, penetra no material genético dos microorganismos e retarda a sua capacidade para se reproduzir. A radiação UV penetra na parede celular. A energia dos fótons da radiação é absorvida pelas proteínas e pelo DNA da célula. A luz UV danifica a estrutura protéica. O DNA sofre uma alteração química. Pode dizer-se que quando o DNA sofre divisão celular não pode reproduzir-se, produzindo a sua morte. Os organismos, incapazes de metabolizar e reproduzir-se não podem causar doenças. O comprimento de onda ótimo encontra-se no intervalo de 250 a 270 nm. Ozônio O ozônio é gerado quando uma corrente alternada de alta voltagem é descarregada na presença de oxigênio. Características do Ozônio O ozônio é um poderoso oxidante (1,5 vezes mais forte do que o cloro); é mais rápido do que o cloro na inativação de bactérias; não produz toxinas; Decompõe-se em oxigênio; Gás instável, incolor nas condições atmosféricas, com odor característico mesmo a baixas concentrações; Fórmula química: O3 (Forma triatômica do oxigênio) Massa molecular: 48,0 Ponto de ebulição a 1 atm: - 111,9 ºC Ponto de fusão a 1 atm: - 192,5 ºC Massa específica do gás: 2,14 g/litro Meia-vida em água a 20 ºC: 20 minutos Derivados clorados O uso de derivados clorados, como gás cloro, hipoclorito de sódio, cloraminas orgânicas e dióxido de cloro, têm contribuído para o controle das doenças de origem hídrica. Reações do cloro na água Cl2 (Gás cloro) + H2O HClO + HCl (1) NaClO (Hipoclorito de sódio) + H2O Na + + ClO- + H2O (2) Na+ + ClO- + H+ + OH- HClO + NaOH Ca(ClO)2 (Hipoclorito de Cálcio) + H2O Ca 2+ + 2 ClO- + H2O (3) Ca2+ + 2 ClO- + 2 H+ + 2 OH- 2 HClO + Ca(OH)2 A ação oxidante e sanificante do cloro é controlada pelo ácido hipocloroso (HClO), que é um produto da hidrólise da substância clorada (equações 1,2 e 3). O ácido hipocloroso é um ácido fraco, cuja constante de dissociação (pKa), a 30° C, é 3,18 x 10-8 e que em solução aquosa se dissocia para formar o íon hidrogênio e o íon hipoclorito. HClO ClO - + H + Se a amônia ou compostos amoniacais estão presentes na água, quando se adiciona cloro são formados compostos que apresentam ação sanificante, denominados cloraminas. Estes compostos são resultantes da reação da amônia com o ácido hipocloroso, conforma as equações 4 a 9: NH4 + + HClO NH2Cl (Monocloramina) + H2O + H+ (4) NH2Cl + HClO NHCl2 (Dicloramina) + H2O (5) NHCl2 + HClO NCl3 (Tricloramina) + H2O (6) NH3 + Cl2 NH2Cl (Monocloramina) + HCl (7) NH2Cl + Cl2 NHCl2 (Dicloramina) + HCl (8) NH2Cl + Cl2 NCl3 (Tricloramina) + HCl (9) O processo de cloração nas estações de tratamento de água (ETA) Quando um derivado clorado é adicionado à água ocorre em primeiro lugar, a reação de oxidação da matéria orgânica, que recebe o nome de “demanda de cloro”. Satisfeita a demanda, o derivado clorado reage com a amônia, formando as cloraminas, que são denominadas de “cloro residual combinado”. Após a formação das cloraminas, tem-se a presença do chamado “cloro livre”, que é constituído do ácido hipocloroso e do íon hipoclorito. O cloro residual total (CRT) é a soma das concentrações do cloro residual livre (CRL) e do cloro residual combinado (CRC). Cloração simples Na cloração simples não existe a preocupação de satisfazer a demanda, simplesmente aplica-se o derivado clorado, que ao fim de determinado tempo de contato o residual esteja entre 0,1 e 0,2 mg.L-1, que é considerado suficiente para garantia da qualidade microbiológica da água. Amônia cloração à adição de amônia e do derivado clorado simultaneamente. É o processo utilizado em águas que contêm matéria orgânica na forma de fenóis, evitando a formação dos chamados clorofenóis, que são responsáveis por odores e sabores. “Break-point” ou “ponto de quebra”. ocorre sob condições controladas, adicionando cloro até que a demanda seja satisfeita. O cloro continua a ser adicionado até que os compostos cloronitrogenados (cloraminas) também sejam oxidados, pois estes compostos são os responsáveis por sabor e odor característicos dos derivados clorados. O ponto em que o cloro adicionado libera somente HClO e ClO -, com finalidade somente de desinfecção, é denominado ponto de quebra ou “break-point”. Eficiência do tratamento convencional A qualidade final da água tratada depende das características do manancial que a fornece. Segundo a OMS as toxinas liberadas pelas algas nos mananciais de abastecimento público podem chegar à casa do consumidor. A principal causa é o desenvolvimento das algas verde-azuladas. As algas comprometem a água, tanto no aspecto organoléptico de sabor e odor, como aspecto químico da presença de toxinas. THM’S A reação do cloro com alguns compostos orgânicos leva à formação de trihalometanos (THM) Fluoretação (Lei nº 6050, de 24 de maio de 1974) Os compostos mais utilizados no processo de fluoretação são: fluorsilicato de amônio [(Nh4)2SiF6] que se apresenta como cristais brancos; fluorita ou fluoreto de cálcio (CaF2) na forma de pó; ácido fluorsilicíco (H2SF6) como um líquido altamente corrosivo; fluoreto de sódio (NaF) sob a forma de pó e flúorsilicato de sódio (Na2SiF6).; A reação abaixo apresenta a formação de fluoreto utilizando o flúorsilicato: SiF6 2- + 3 H2O 6 F - + 6 H + + SiO3 2-
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