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Penal I - UFMG

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Universidade Federal de Minas Gerais
 Curso: Direito 
Disciplina: Direito Penal I
Conceitos Introdutórios	
O fato criminoso é definido pela lei penal. A conduta criminosa é objeto de diversas ciências.
Conceito de direito penal
Segundo Roxin: “DP é o conjunto de preceitos que regulamentam os pressupostos e as consequências das condutas ilícitas cominadas (sancionadas) com penas ou medidas de segurança”
Isto é, o DP estuda o crime a partir dos preceitos normativos, enquanto a criminologia se ocupa de estudar a motivação da prática delituosa e sob o paradigma da reação social – como a sociedade reage à prática de um crime. Já a política criminal, estuda as finalidades políticas que orientam a elaboração das leis e questionam se essas estão corretas – analise crítica do DP vigente- dá orientações e diretrizes para a (des) criminalização de determinadas condutas, bem como o regime jurídico de algum instituto.
Pena x Medida de Segurança
Para sofrer a pena a pessoa deve ser capaz de ser reprovada pelo ato ilícito (culpabilidade). Quem não pode ser reprovado, mas se apresenta como um perigo para a sociedade sofre a medida de segurança. Em ambo os casos, praticou-se uma conduta proibida, mas o que justifica a aplicação de uma ou de outra é se o agente pode ser reprovado (agiu de maneira livre e tinha a possibilidade/liberdade de não fazer) pelo o que fez. 
Obs.: menos de 18 anos cumpre medida socioeducativa, pois são inimputáveis (art. 28)
Obs.: MDS não tem período fixo, o juiz determina se deve continuar após o tempo inicial, porém não se pode ultrapassar o período maior que o equivalente em pena.
Classificações – acepções de Direito Penal
DP OBJETIVO: conjuntos de normas que ligam determinados fatos as consequências jurídicas próprias. (Conceito de Roxin) – É o ordenamento jurídico penal.
DOGMÁTICA PENAL: É A CIÊNCIA DO DIREITO PENAL. Analisa-se criticamente a validade dos princípios depreendidos do DP objetivo e verifica a sua compatibilidade com a CF. Esse estudo se dá em quatro fases e é denominado método dogmático, sendo:
Reúne-se o conjunto de leis relativas ao DP objetivo.
Interpretar as normas penais de maneira harmônica com as demais normas e a constituição. O juiz faz na jurisprudência; os professores e os juristas também fazem.
Construir conceitos e institutos. “Conceitos similares/familiares que se complementam, se relacionam ou são independentes formam os institutos”
Organizar os Institutos e formar o sistema penal. 
Função da dogmática penal: trazer ao cidadão previsibilidade jurídica de seu comportamento e retira o poder de cada juiz decidir da sua própria maneira.
DP SUBJETIVO: é o Ius puniendi, o direito de punir. (Art.22 I/ CR) o direito do próprio Estado de perseguir e punir o indivíduo que lesou algum bem jurídico protegido pelo código. É um conceito bastante contestado por Nilo Batista, que acredita que o Estado só pune em casos excepcionais e que o Estado tem o poder de punir, e por Paulo Buzatto, que acredita que o direito de punir pertence ao povo, sendo que o Estado apenas executa.
Função do Direito Penal Objetivo
MAJORITÁRIA:
Garantir a convivência da pessoa humana em sociedade por meio da proteção dos bens jurídicos (mais importantes). Essa visão permite deduzir os limites do poder punitivo Estatal. 
A proteção que o DP confere aos bens jurídicos: Fragmentariedade e subsidiariedade. 
FRAG: O DP cuida apenas dos bens jurídicos mais importantes.
SUBS.: A conduta menos grave não justifica sanções graves; o legislador só apela as DP quando observa que nenhuma outra sanção de ordem jurídica é capaz de controlar/conter/reprimir uma conduta prejudicial a sociedade.
MINORITÁRIA:
O DP visa garantir a vigência das normas, independente do conteúdo e finalidade da norma e, em segundo plano, visa a proteção dos bens jurídicos. O correto é o que a norma determina.
Günther Jaboks: o DP como funcionalismo sistêmico – norma elaborada de acordo com cada sociedade-. DP do cidadão e do inimigo.
DP do cidadão: pena -> reafirmação da validade da norma cujo interesse é reinserção social e reeducação objetiva.
DP do inimigo: pena-> instrumento de coação combativa de perigo, objetiva eliminação e combate.
Juarez Cirino dos Santos: nega a legitimidade do DP, pois este tem a função de garantir a desigualdade social e refrear condutas que afetam os interesses das classes dominantes.
Fontes do Direito Penal - objetivo
“Onde eu encontro o DP? ”
Formal (forma de manifestação das normas jurídicas)
Fonte IMEDIATA: lei. A Lei é a fonte imediata, fonte por excelência.
Legislação comum: Código Penal → Parte Geral e Especial 
Parte Geral: Art. 1º a 120 (coloca dispositivos que dão orientações aplicáveis aos crimes)
Parte Especial: A partir do art. 121 (descreve condutas criminosas)
Legislação especial: Lei penal extravagante (extravasa o CP, para além do CP) Exemplo: Lei do Colarinho Branco, Lei dos Crimes Ambientais, Lei dos Crimes Antitóxicos
	Obs.: Direito penal especial é diferente de Legislação especial.
DP especial: norma aplicada por justiça especializada, exemplo, D. Eleitoral e D. Militar
FONTE MEDIATA: 
Costumes - típicos de common law
Princípios Gerais do DP
Doutrina – contém conhecimento da dogmática penal 
 Facilita a atualização e evolução da jurisprudência e modernização das próprias leis, orienta o legislador, útil na interpretação da lei. Não tem força vinculativa capaz de obrigar o interprete a segui-la.
Jurisprudência – grande importância na consolidação e pacificação das decisões dos tribunais
	Costume e princípios: fontes que podem auxiliar o legislador na elaboração das normas, mas não podem criar por si só o crime que não esteja previsto em lei. Tem grande importância e validade como elemento de interpretação, “completa a lei penal”.
Material ou de produção (origem do direito)
Estado; União – Fonte Imediata
Valores Éticos sociais dominantes – Fonte mediata.
Apenas a união pode legislar sobre as leis penais (art. 22/CR) levando em consideração os valores da sociedade.
Teoria da Norma ou da Lei Penal
Visa responder o que é o Direito penal. A Teoria da Norma¹ é a interpretação dos artigos que se referem a essa pergunta.
	¹. Deve-se destacar que norma e lei não se confundem, a lei é fonte da norma penal, logo, norma é conteúdo de lei. Lei: veículo para o conhecimento da norma/ Norma: comando, diretriz, orientação.
Estrutura → compreende o tipo, o preceito e a sanção. 
O tipo: descreve a conduta proibida
O preceito: contém o imperativo de proibição ou comando
A sanção: ameaça de punição a violação do preceito. 
Na NP o preceito está implícito, o que vem expresso é a sanção e o tipo.
Ex: matar alguém (tipo penal), não matar alguém (preceito) é a vontade estatal de proibir que alguém mate o outro, sanção é a pena.
A NP tem espécie diferente de outras normas e, sendo assim, apresenta particularidades.
1 - Norma penal Incriminadora (PRIMÁRIA ou Lei penal em sentido estrito)
Define o crime e comina penas e medidas de segurança. Parte especial do CP ou na lei extravagante
PROIBITIVA – PROÍBE CONDUTA (EX. ART. 121) TIPO PENAL.
Descreve um fazer algo, cujo preceito é um não fazer algo. (Ex.: matar alguém.)
MANDAMENTAIS (PERCEPTIVAS) EXIGE QUE SE FAÇA ALGO. (EX. ART.135)
Descreve um não fazer algo, cujo preceito é um fazer algo. (Ex.: deixar de prestar assistência)
	Tipo penal: modelo de conduta proibida que aparece expresso na lei penal. Em geral, a lei traz expresso o preceito da NJ, ou seja, as leis em geral contem normas, procuram traduzir as NJ. Já no DP as normas incriminadoras têm a particularidade de que, consultando as leis, não percebemos imediatamente o comando das normas, o preceito não vem expresso na lei penal. O que vem expresso é a descrição de uma conduta que se quer proibir e a sanção caso alguém venha a praticar essa conduta. Essas condutas descritas nas normas são os tipos penais, não os preceitos da norma (o preceito está implícito)
2 - Norma penal não incriminadora– parte geral do CP
Servem para a aplicação ou interpretação das NP incriminadoras
EXPLICATIVA 
Esclarece o conteúdo de outras NP incriminadoras (Ex. art. 150 §4) 
COMPLEMENTAR
Regula a aplicação das NP incriminadoras. (Ex. art. 4º)
PERMISSIVA
Ainda que a conduta seja igual ao tipo penal, não haverá crime (exclusão de ilicitude ou de culpabilidade)
→ Justificante (ex. art. 23) - Ilicitude
→ Exculpante 
Não há crime porque não se pode reprovar quem praticou o ato. (Art. 28 §1) “Isento de pena” culpabilidade
3 - Norma penal em branco
Tipo penal incompleto.
PRÓPRIA, EM SENTIDO ESTRITIO OU HETEROGENEA → o complemento está em outra instância (diferente do poder legislativo)
IMPORIRA, EM SENTIDO AMPLO OU HOMOGENEA → o complemento está em outra lei, deve-se conhecer a sua fonte de produção.
Princípios Fundamentais do DP
Representam garantias da liberdade individual dos cidadãos frente ao poder punitivo do Estado e confinar sua aplicação em limites que excluam arbitrariedade e excesso do poder punitivo, podem estar explicita ou implicitamente na CF. Fundamentam toda a ordem jurídica.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – princípio constitucional penal (Art.1º CP/ Art.5º XXXIX CF)
“nullum crimem, nulla poena sine lege”.
Constitui efetiva limitação ao poder punitivo estatal. ” Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. ”
→ Reserva legal: Regulamentação de determinadas matérias deve ser feita por meio de uma lei formal de acordo com as previsões constitucionais a respeito.
→Taxatividade: É necessário que o legislador estabeleça a lei penal de forma clara e objetiva. * proibição do costume como fonte de lei penal, mas este pode ser admitido para beneficiar o réu (ex. prostituição). 
Analogia: aplicar a lei penal a fatos não previstos, mas semelhantes aos previstos: prejuízo ao réu → proibido; benefício ao réu → permitido.
→ irretroatividade da lei penal Regra dominante em termos de conflitos da lei penal no tempo, da segurança e liberdade na sociedade, respeita ao princípio da legalidade e anterioridade da lei. (Art. 1º do CP e no art. 5º, XXXIX, da CF.)
→ lei penal que criminaliza conduta ou amenta pena não retroage.
→ a conduta deve estar previamente prevista na lei
→ lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA – Implícito na constituição – ultima ratio
Visa limitar ou eliminar o arbítrio do legislador no que diz respeito ao conteúdo das NP incriminadoras. 
	→ A pena é a sanção mais grave presente no ordenamento jurídico e, portanto, só deve ser solicitado quando os demais ramos do direito não conseguem proteger os bens jurídicos mais importantes.
→ PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIDADE: O DP tem caráter fragmentário em relação aos bens jurídicos pela ordem jurídica. O DP ocupa-se somente dos bens jurídicos mais importantes da sociedade, que foram ofendidos de forma grave.
PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE (LESIVIDADE) 
O comportamento ameaça ao bem jurídico? Não há sentido em punir alguém se o comportamento praticado não ofereceu perigo concreto para um bem jurídico. (Ex: crime impossível)
O direito penal não pode punir conduta puramente interna; lesões a si próprio; condutas em si só por forte reprovação social.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA (ou bagatela)
Impede a punição a lesões insignificantes aos bens jurídicos, a lesão ínfima não pode ser materialmente criminosa, deve-se analisar não só a importância do bem juridicamente atingido como o seu grau de intensidade.
Parâmetros para definir a insignificância:
STF: Falta tipicidade nos crimes aos quais cabe o princípio da insignificância.
	→. Mínima ofensividade da conduta do agente
	→. Nenhuma periculosidade social da ação
	→. Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento
	→. Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
STJ: Procurou na jurisprudência quantificar qual seria o valor para que se pudesse admitir esse princípio. Atualmente, calcula-se em torno de um salário mínimo, levando em conta quem foi atingido.
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE (art. 5º, LVII, CF)
“Nullum crimen sine culpa”
Exigência que, para alguém ser condenado no âmbito penal, não basta que tenha dado causa ao resultado, é necessário que a pessoa tenha dado causa ao resultado com dolo ou com culpa. No DP, toda responsabilidade é subjetiva – porque se exige sempre uma ligação subjetiva entre o resultado e o comportamento do agente. 
Culpabilidade na dogmática penal: teoria do delito e princípio da culpabilidade.
→ não há responsabilidade objetiva pelo simples resultado; a responsabilidade penal é pelo fato e não pelo autor; a culpabilidade é a medida da pena.
PRINCÍPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS (art. 5º, XLVII, XLIX CF/88) deduzido do art.1º, III, CF
Não interessa se um indivíduo é condenado no âmbito penal, sua condição de pessoa humana não é perdida, logo no país é proibido a pena de morte (salvo em caso de guerra), perpétuas, trabalho forçado, banimento e tortura. Garante-se a integridade física e moral dos presos.
PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE E DA INDIVIDUALIZAÇÃO DAS PENAS
 (Art. 5º, XLV e XLVI)
→ A responsabilidade penal não passa do autor/participantes do crime para outro indivíduo, proíbe-se a extensão da pena para além do condenado. Só responde criminalmente pelo fato quem praticou.
→ A CF determina que a lei penal deve tratar cada pessoa tendo em vista suas peculiaridades do fato e da pessoa. Materializado pela dosimetria da pena.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE – implícito na CF
Deve haver proporção entre o crime e a pena, dirige-se tanto ao legislador quando ao juiz.
PRINCÍPIO do “non bis in idem”
Não se pode punir uma pessoa mais de uma vez pelo mesmo fato. (ART.8º CF)
Lei penal no tempo
TEMPO DO CRIME: “Tempus regitactum”
→ a lei só produz efeito em relação ao fato ocorrido durante a sua vigência
→ Teoria da atividade (art.4º CP) considera-se praticado o crime no MOMENTO da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Logo, o momento do crime é quando o sujeito realizou a conduta proibida. 
sucessão da lei penal (ART.2ºCP)
Pode haver sucessão de lei penal no tempo. A CF garante a irretroatividade da lei penal mais grave. A lei infraconstitucional amplia a garantia ao condenado, com a retroatividade benéfica.
→ 1ª REGRA – TEMPUS COMISSI DELICTI
→ 2ª REGRA- “EXTRA ATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS BENIGNA”
ABOLITO CRIMINIS
Quando a lei nova descriminaliza um fato tipificado como ilícito penal. Ela retroage, (art.2º). Desaparece os efeitos penais, permanecendo os civis.
 FATOS anteriores ← lei nova retroativa é aplicada.
NOVATIO LEGIS IN MIELLIUS
Quando a lei nova beneficia o réu, ela retroage.
│FATO│← LEI NOVA
NOVATIO LEGIS IN PEJUS
Quando a lei nova prejudica o réu, a lei anterior será ultra ativa.
Vigência da lei Antiga -------→ │FATO│-------→ Nova Lei_____ Condenação. 
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA
Quando a lei criminaliza um fato anteriormente não incriminado, a lei anterior será ultra ativa, a lei nova não será aplicada a fatos ocorridos antes de sua vigência.
LEI INTERMEDIÁRIA E CONJUGAÇÃO DE LEIS PENAIS
Lei intermediária: lei em vigor no período entre o delito e o momento do julgamento
X ←-r-e-t-r-o-a-g-e-----Y-----u-l-t-r-a-a-t-i-v-a--→Z
Conjugação: combinação dos aspectos favoráveis da lei anterior e da posterior, são retroativas em benefício do réu 
 lex tertia ofende o princípio da legalidade –p/Rafael 
A decisão do juiz não vincula as demais decisões posteriores a esta, nunca substitui a legislação vigente – p/Brodt
EXCEÇÃO A REGrA DA RETROATIVIDADE BENÉFICA 
Lei excepcional: entram em vigor durante Estados de exceções – período de combate de alguma emergência-
Lei temporária: traz em seu conteúdo o prazo no qual estarão vigentes, ex., lei da copa.
Ambas são ultra ativas, ainda que uma lei posterior seja mais amena do que estas, elas que serão aplicadas, devido a sua situação “especial”, aos fatos praticados durante a sua vigência. – Tratadas no ART 3º
Crimes continuados: Art.71 CP; exemplo, váriosassaltos em uma noite da mesma forma, ou se uma pessoa furta toda semana 10 reais, aí uma lei nova entra em vigência e é mais grave, será aplicada a lei mais grave, devido ao tempus regit actum, por isso, submete-se ao novo regime, ainda que mais grave. – O dano causado pelo crime é permanente, não vale para homicídio- Se uma lei nova tiver vigência durante a continuidade, deverá ser aplicada ao caso, prejudicando ou beneficiando.
Crime permanente: se prolonga no tempo, sua execução tem uma continuidade temporal (ex: sequestro). Se uma lei penal muda enquanto o bem ainda é lesado, a nova lei vale, mesmo sendo prejudicial ao réu, pois o bem jurídico é lesado por um tempo prolongado de maneira permanente.
711 STF/ 605 STF
Não se admite crime continuado em crimes contra a vida.
Quando houver dúvida que qual norma penal aplicar deve-se ouvir o próprio interessado (réu).
LEI PENAL NO ESPAÇO	
Lei penal produz efeito nos limites territoriais de cada Estado soberano, porém, a legislação hoje prevê que em certos casos, a lei penal ultrapassa esses limites.
Cada país define o âmbito de sua lei penal e isso gera alguns conflitos.
A finalidade do estudo da Lei penal é definir o âmbito de onde se aplica a Lei Penal brasileira.
PRINCÍPIOS QUE REGULAM A EXTENSÃO DA VALIDADE DA LEI PENAL NO ESPAÇO
Regra Geral:
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE (art.5º): Aplica-se ao fato criminoso a lei do território nacional. No Brasil, o princípio da territorialidade é MITIGADO/TEMPERADO, isto é, admite exceções fundamentadas em outros princípios, não se aplica em 100% dos casos.
Reconhece a imunidade de diplomatas
Embarcações e aeronaves públicas, não importa o lugar do mundo, é território nacional, por ficção jurídica
Aeronave privada em alto mar também aplica a lei brasileira, aeronaves privadas em território brasileiro estão sujeitas à lei brasileira.
Princípios (critérios):
Territorialidade
Nacionalidade: Ativa e Passiva
Defesa Real: a lei aplicada é da nacionalidade
Justiça penal Universal
Representação em bandeira.
lugar do crime
Teoria da ubiquidade: considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou a omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu o resultado ou deveria produzir-se o resultado (art. 6º)
Extraterritorialidade (Art.7º) a jurisdição penal do Estado é estendida para além do seu território. Exceção à territorialidade.
INCONDICIONADA – o fato criminoso cometido no exterior é tão importante que sempre haverá processo de julgamento do fato, independentemente de ser crime ou não no outro país. O outro país pode não querer que seja aplicada a lei brasileira, mas mesmo assim haverá processo e julgamento da pessoa no Brasil. É desnecessário, inclusive, o ingresso do agente no território Brasileiro, podendo, no caso, ser julgado à revelia. (Art. 7º, I a,b,c,d)
Art. 7º, § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
→ Princípio da defesa (ou real):
Crimes contra a vida e liberdade do presidente da república 
Crime contra o patrimônio ou a fé pública
Crime contra a administração pública
→ Princípio da universalidade ou cosmopolita:
Crimes de genocídio
CONDICIONADA – Fatos importantes, mas não tanto como na extraterritorialidade condicionada, para que haja processo sob esses crimes, deve acontecer sob determinadas circunstâncias.
Art. 7º, II, ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
→ Princípio da justiça (ou da jurisdição penal universal) 
Que por tratado ou convenção o Brasil se obrigou a reprimir – ex.: tráfico de pessoas.
→ Princípio da nacionalidade ativa
Praticados por brasileiros (uma vez que brasileiro nato nunca é extraditado, logo, é coerente que se aplique a lei brasileira)
→ Princípio da bandeira (ou da representação)
Praticado em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Para evitar a impunidade, aplicado só quando houver deficiência legislativa –lacuna- ou desinteresse de quem deveria reprimir)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
HIPERCONDICIONADA – condições previstas no art.7º, II + art. 7º §2 e §3
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições já referidas, mais as seguintes situações:
Não tiver sido pedida ou tiver sido negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça.
As hipóteses para aplicação da lei brasileira, nessas hipóteses são as seguintes: art.7º §2
	OBS: CRIME À DISTÂNCIA ≠ CRIME PLURILOCAL
Crime à distância (ubiquidade); crime plurilocal: a ação se dá em uma comarca e o resultado em outra – o CPP (art.70) dá a prioridade para o local onde se consumou o resultado.
EXTRADIÇÃO, DEPORTAÇÃO E EXTRADIÇÃO
EXTRADIÇÃO →MOTIVAÇÃO: Desejo de um país de processar/aplicar a pena. Embora seja sempre fundamentada, não é todo crime que permite extradição. O país requerente que deve tomar a iniciativa de pedir a extradição. (Art.5º, LI e LII/ CR + estatuto do estrangeiro)
O Brasil NÃO extradita:
Brasileiro nato
Brasileiro naturalizado – salvo caso de crime cometido anteriormente à naturalização ou por tráfico ilícito de entorpecentes (crime comum).
Estrangeiros em caso de crime político e de opinião. → crime político (STF adota), a motivação e o bem jurídico deve ter natureza política.
O STF que julga a legalidade e admissibilidade do pedido, mas o presidente da a avaliação final, tendo o STF como base. 
Deportação: saída compulsória do estrangeiro para seu país de nacionalidade ou para outra que consinta em recebe-lo, é fundamentada no descumprimento das regras de imigração. (Art.57 EE)
Expulsão: o estrangeiro é expulso quando atenta contra a segurança nacional, ordem política ou social, tranquilidade ou moralidade pública e economia popular, motivos que o tornam nocivo à conveniência e interesse nacional. Presidente o expulsa (Art.65 EE)
LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS:
Ressalvas ao princípio da territorialidade, IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS E PARLAMENTARES. Deve-se ressaltar que as imunidades diplomáticas não estão vinculadas à pessoa autora da infração penal, mas às funções eventualmente por ela exercida, não violando assim o preceito constitucional da igualdade de todos perante a lei. 
Diplomática: limitação ao princípio temperado da territorialidade. – Convenção de Viena- fica sujeito a jurisdição do Estado que representa, 
O país em que se encontra o diplomata pode declará-lo “persona non grata”, obrigando-o que saia do país em prazo determinado. A imunidade pertence ao Estado, não ao indivíduo, não podendo o diplomata renunciá-lo, somente o Estado é que pode retirar sua imunidade.
Formal e material (se estende a família do diplomata)
Os cônsules são só imunes em relação aos crimes funcionais, os crimes particulares são julgados no pais em que eles os cometeu.
Parlamentar: quem integra o poder legislativo. Possuem imunidade penal material e formal. 
Formal: diz respeito à prisão, processo e prerrogativa de foro, imunidade processual. ART. 53 CF – só são submetidos a julgamento perante o STF. Só podem ser presos em flagrante por crime inafiançável.
Material: um parlamentar não pode sofrer sanção penal e civil por sua opinião, palavras e votos, mas deve haver nexo entre o que ele fala e o seu mandato.
IMUNIDADE PARLAMENTAR
Para o exercício adequado de suas funções, os parlamentares têm imunidadeformal e material.
IMUNIDADE MATERIAL – INVIOLABILIDADE
Dispõe a CF art. 53 
Deputados federais e senadores
Deputados estaduais (art. 27 §1º CF – princípio da simetria – estende aos Dep. Est.)
Vereadores: (art.29, VIII, CF) Imunidade apenas material.
Não cometem crime contra a honra, opinião, incitação ao crime, etc. desde que relacionadas com o exercício de seu mandato (nexo de causalidade). 
O âmbito da imunidade material dos vereadores é menor, além de se limitar ao exercício de seu mandato, tem de ser feita na circuncisão do município, ao passo que o Dep. Estadual se sair do estado, a sua imunidade permanece.
IMUNIDADE FORMAL – PROCESSUAL OU DE JURISDIÇÃO (prisão/processo/foro)
No exercício do mandato, os parlamentares não podem ser presos, apenas se for em flagrante delito inafiançável.
Apenas deputados e senadores possuem – submetidos à julgamentos perante o STF
Se refere à prisão, processo, prerrogativa de foro
Quando um procurador geral da republica oferece uma denúncia contra um deputado e um senador e ela é aceita pelo STF, um partido pode solicitar a sustação do processo, que pode ser aceita ou negada pela casa no prazo de 45 dias, se sustado o processo, a prescrição da pretensão punitiva também é suspensa.
O princípio da simetria: Todas as disposições estendem-se ao Dep. Estadual. Contudo, o STF entende que as imunidades destes se limitam as autoridades judiciárias dos respectivos Estados membros.
cONTAGEM DE PRAZOS
A pena é um dos tipos de prazos. 
Art. 10 CP – inclui o dia do início e exclui o dia do vencimento.
 Ex: pena privativa de liberdade, não importa o horário que o indivíduo começou a cumprir a pena, então se ele entrou as 22hrs, será considerado que ele cumpriu um dia de pena quando passar da 00h. 
O último dia de cumprimento da pena é excluído, haja visto que o dia do começo se inclui no cômputo do prazo.
Meses e anos são computados de acordo com o calendário comum.
Conflito aparente de normas- leis ou tipos penais
Finalidade: Evitar no “bis in idem” 
à primeira vista há a impressão de que um mesmo fato estaria sujeito a aplicação de dois artigos de uma mesma lei, ou mais de uma condenação pela prática de crimes previstos em leis diferentes.
Ex: homicídio (121) ou infanticídio (123)?
Deve-se observar três critérios:
Especialidade: (mais importante) é o único previsto expressamente no CP, art.12
Um tipo penal contém todos os elementos que outro possui, mas, além disso, ele possui elementos especializantes, o que o diferencia da outra lei. “lex especialis derogat legi generalis”, logo, seria o infanticídio. A regulamentação especial tem a finalidade de excluir a lei geral e, por isso, deve precedê-la
Subsidiariedade: “soldado de reserva”
A lei principal afasta a lei subsidiária; prevalece a pena maior. A gravidade das agressões ao bem jurídico é diferente. Pode ser expressa ou tácita.
Expressa: é fácil de identificar. Ex.: expor a perigo a vida de alguém (art.132) x Tentativa de homicídio.
Tácita: necessita de uma interpretação da lei. Ex.: Roubo (157): FURTO+ GRAVE AMEAÇA OU MEDIANTE VIOLÊNCIA. Envolvem crimes complexos, são formados a partir de condutas que de forma autônoma já constituem um crime e, normalmente, cada uma protege um bem jurídico diferente.
A lex principalis e a subsidiare protege o mesmo bem jurídico, a diferença é a gravidade da agressão, que é diferente. A subs. Só será utilizada caso não tenha outro artigo. A estrutura lógica da subsidiariedade não é de subordinação, mas sim de interferência.
Consunção ou absorção: A lei consumidora afasta/absorve a lei consumida. Há um crime fim que absorve um crime meio, ou seja, alguém pratica um determinado crime com a intenção de reunir as condições para praticar o crime final. O crime final, em geral, tem pena mais grave que o crime meio.
Lei consumidora pode tutelar bem jurídico diferente que a lei consumida.
A lei consumidora é um meio para atingir a lei final.
Lex consumens derogat legi consumpta.
 Exemplo: estelionato (crime contra patrimônio) x falsificação de documento (crime contra a fé pública). O estelionato absorve falsificação, ainda que a sua pena seja menos grave.
O crime absorvido é denominado também de antefato impunível.
Obs¹: Se o pós fato se refere a outro bem jurídico, ela é punível. Ex.: homicídio (BJ: VIDA) e ocultação de cadáver (BJ: ADMINISTRAÇAO DA JUSTIÇA). Obs²: se o pós fato lesa o mesmo bem jurídico o pós fato é impunível, pois é um fato posterior ao crime que lesa o mesmo BJ do mesmo indivíduo. Denominado, também, de Crime progressivo. Em outras palavras, o crime progressivo ocorre quando o agente, para alcançar um resultado mais grave, passa por uma conduta inicial que produz um evento menos grave. Assim, desde o início tem a intenção de praticar um crime mais grave, mas para concretizá-lo, passa pelo menos grave. 
- Exemplo: para cometer homicídio deve-se praticar, necessariamente, lesão corporal. Para praticar homicídio qualificado por tortura é preciso passar por tortura antes. Assim, você responde por um crime, o maior, “excluindo o crime de passagem”
PROGRESSÃO CRIMINOSA
Inicia-se um crime e, no meio da prática desse primeiro crime, surge a ideia de cometer um segundo crime. Ex.: cometendo um furto, percebe-se que há alguém na casa, o criminoso estupra/mata essa pessoa. – O agente inicialmente queria o resultado menos grave, mas no “meio do caminho” muda de ideia e passa a querer o resultado mais grave. (Ler sumula 17 do STJ)
http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/04/diferenca-entre-crime-progressivo-e.html?m=1
TEORIA DO CRIME – OU DO DELITO
Quando uma conduta é criminosa? Quais são as características de uma conduta que a configura como crime?
Violação de um comando de uma Norma Penal, implícita em um tipo penal.
	- Crime: infração da lei penal
No Brasil, a teoria do crime, é bipartida (ou dicotômica), pois divide-se a INFRAÇÃO PENAL em duas:
1 – Delito/crime
2 – Contravenção penal.
Coloca-se que a diferença entre os dois tipos é a intensidade.
 Não há contravenções penais no código penal 
Contravenção penal: decreto lei 3688/1941 e em lei penal extravagante são os locais onde se encontra a maioria das contravenções penais. (Não pode ser regime fechado)
Exemplos de contravenções penais: jogo do bicho, fornecer bebida alcoólica a menor de idade – possuem pequeno potencial ofensivo.
	A natureza da pena mostra se é uma contravenção penal, pois se estiver com prisão simples como pena é uma cont. penal – prisão simples não ultrapassa 5 anos
Já o crime/delito tem como pena reclusão e detenção, sendo a reclusão para crimes mais graves e a detenção para crimes mais leves (art.33 CP)
SISTEMA PROGRESSIVO DO CUMPRIMENTO DA PENA:
A pessoa inicia o cumprimento da pena em um molde mais grave, que se atenua ao longo da pena e do bom comportamento.
Obs¹: Reclusão tem tempo máximo de 30 anos – inicia-se no regime fechado
Detenção: começa no semiaberto, mas pode regredir para o fechado. Tempo máximo de 30 anos. 
Prisão simples: semiaberto ou aberto, nunca regride para o fechado. Tempo máximo de 5 anos
Obs²: há locais que diferenciam crimes de delitos, logo, adotam um sistema tri partidário – crime, deito e contravenções- exemplo: França.
CRIMES
Conceito formal: crime é a conduta que viola a norma penal contida em uma lei penal. Esse conceito é insuficiente para se perceber que se está diante de um crime, pois há conduta que se adequa ao tipo penal, mas mesmo havendo violação do comando não se diz que aquela conduta é criminosa. (Crime é infração da lei penal – conceito insuficiente) – Ação ou omissão proibida por lei, sob ameaça de pena.
Conceito material: crime é toda conduta que viola, de forma grave, os bens jurídicos relevantes para a sociedade. Definição ainda insuficiente. (Crime é a conduta que ofende os BJ mais importantes da sociedade – conceito insuficiente) – ação ou omissão que contraria os valores/interesses do corpo social, exigindo a sua proibição com a ameaça de pena.
				CONCEITOANALÍTICO DE CRIME:
 Analisa todas as características da conduta criminosa. O crime é o fato típico, ilícito e culpável
Relaciona quais são as características e os elementos que tem de estar presente para que se reconheça algo como crime.
Quatro elementos: 1- conduta humana/ 2- tipicidade/ 3- Ilicitude ou antijuridicidade/ 4- culpabilidade. (A análise do fato deve seguir essa ordem)
Conduta Humana: deve ter um ser humano atuando enquanto sujeito, logo, força da natureza não é crime.
Tipicidade: Qualidade da conduta que se adequa ao tipo penal, isto é, a lei penal descreve em seu tipo penal X, a qual a conduta humana se adapta, logo há tipicidade. É a qualidade de um comportamento humano penalmente relevante.
Exemplo: João tenta matar Pedro, mas Pedro se defende e mata João – conduta típica, mas exclui ilicitude.
Ilicitude: Um comportamento é ilícito se não estiver no art. 23 CP – casos de exclusão de ilicitude.
Qualidade da conduta típica que está em contradição com a vontade da ordem jurídica.
Exclusão de ilicitude: Estado de necessidade (art.24), Legítima Defesa (art.25), estrito cumprimento de dever legal – exige ou autoriza a prática de uma conduta ilícita – (art.301 CPP), exercício regular do direito.
Caso supralegal de exclusão da ilicitude – doutrina:
Caio mata Luiz, Caio é esquizofrênico. Conduta: humana, típica, ilícita, mas não tem culpabilidade.
LEGITIMA DEFESA: REPELE INJUSTA AGRESSÃO, ATUAL OU IMINENTE, O DIREITO SEU OU DE OUTREM.
E.C.D.LEGAL: ASSEGURAR O CUMPRIMETO DA LEI, AGENTE PÚBLICO.
Culpabilidade: Quando o fato é típico e ilícito ele é um INJUSTO PENAL, mas para ser culpável ele deve ser reprovável. Para ser reprovável deve ter três elementos necessários.
4.1 – Imputabilidade: a pessoa entende a conduta praticada? Condição legal para impor a sanção penal – CONDIÇÕES PSICOLÓGICAS, a pessoa deve ser mentalmente capaz de compreender a ilicitude do ato. Em suma, é a capacidade de ser reprovado no âmbito penal. O indivíduo imputável reúne todas as condições de sanidade mental, psicológica, maturidade, etc. Parte-se do princípio que todos são imputáveis e o código penal descreve as exceções, isto é, os inimputáveis - art. 26,27,28
4.2- Potencial consciência da ilicitude: possibilidade de a pessoa reconhecer ilicitude do ato. (Educação/cultura/informação...) – o indivíduo tem condições de assimilar a proibição? (art. 21)
4.3- Exigibilidade de conduta diversa: as circunstâncias não permitiam outra ação, nenhum fator atuou sobre a pessoa. Ex.: coação MORAL. – Art. 22 – MANTEM CONDUTA MAS AFASTA A CULPABILIDADE.
obs.: conceito quadripartido ou tripartido no brasil? Quadripartido
04 ELEMENTOS: ação* típica, ilícita e culpável. – Ação é sinônimo de conduta humana.
Logo conduta humana típica, ilícita e culpável.
03 CARACTERÍSTICAS: ação, para ser criminosa, precisa de 03 características: típica, ilícita e culpável.
obs.: conceito analítico de crime é estratificado
Pense nele como um prédio de 04 andares, você deve subir andar por andar para analisar se a conduta é crime.
Exemplo: esquizofrênico mata em legítima defesa: Afasta a ilicitude, não é crime devido a ilicitude e não a culpabilidade como alguns podem imaginar.
O direito penal quando observa a ação penalmente relevante tem como primeiro elemento observar a ação humana, logo, não se criminaliza convicções. O DP que vigora no Brasil hoje é o Direito Penal do Fato.
DP do autor: é o direito penal que criminaliza espécies de criminosos. Um exemplo é o DP nazista e o que vigorou durante a Ditadura Militar.
O direito penal só importa com a intenção subjetiva depois que a ação já foi praticada. Então o elemento subjetivo demonstra se houve vontade em realizar a conduta ou não.
CONDUTA 
“nullum crimen sine conducta”
Não é qualquer conduta que é penalmente relevante. A conduta deve ser presidida pela vontade humana para uma finalidade.
Para haver crime deve haver exteriorização de uma ação, logo ninguém é punido por convicções internas (art.5º VI, CF)
A conduta é o que dá corpo ao fato punível, constituindo o elemento central do seu conceito, isto é, a conduta é o suporte material sobre o qual se assenta os demais elementos integrantes do conceito analítico.
Nem toda conduta humana é crime, mas todo crime é uma conduta humana. Assim, quais são as características de uma conduta penal relevante?
Teorias da conduta surgiram para conceituar o comportamento humano penalmente relevante – aqueles que podem ser selecionados para verificar a existência da tipicidade, ilicitude e culpabilidade.
				TEORIA CAUSALISTA
				Vigorou no Brasil até 1984
Separa o acaso da produção de origem humana
Elabora na Alemanha no século XXI/XX por Franz Von Liszt, Ernest Beling.
Essa teoria tem forte influência do positivismo naturalista – mecanicismo-, para os causalistas, a conduta a conduta humana é um movimento corporal voluntário que provoca uma modificação no mundo exterior.
O movimento voluntário é aquele cujo não recai nenhuma circunstância externa que tenha compelido o agente, isto é, o indivíduo faz sem que sob ele tenha atuado qualquer tipo de coação.
Ex.: João levou um tiro e morreu, Pedro que cometeu o ato →. Modificou-se o mundo exterior.
Pessoa arrastada pela chuva e quebra vitrine → involuntário.
Diferenciar dolo e culpa é uma questão de culpabilidade no causalismo.
A vontade que essa teoria exige não questiona a finalidade, isto é, não questiona o conteúdo ou finalidade da ação/comportamento. 
 A manifestação de vontade, resultado e a relação de causalidade são elementos do conceito de ação, abstrai-se, no entanto, desse conceito o conteúdo da vontade, que é deslocado para a culpabilidade. (Von Liszt)
Se a conduta penalmente relevante é um movimento, como explicar os crimes omissivos, que são abstenções de movimento? – Crítica a teoria.
					TEORIA FINALISTA
			 		 Brasil a adota desde 1984
Elaborada na Alemanha na década de 30 do século XX por Hans Welzel e Reinhart Mawach
A conduta voluntária que persegue uma finalidade. Para essa teoria, o causalismo não está errado, ele é incompleto.
“A conduta é o exercício de uma atividade final”, para que haja uma conduta penalmente relevante, ela deve ter, além de voluntariedade, a finalidade do indivíduo em praticar tal crime. Assim, o finalismo é ontológico, porque busca a conduta no mundo do ser, uma vez que deve-se buscar na realidade o que se entende por conduta humana.
A ação é, portanto, um acontecer ‘final’ e não puramente ‘causal’.
A vontade é a espinha dorsal da ação final. A finalidade baseia-se na capacidade de vontade de prever, dentro de certos limites, as consequências de sua intervenção no curso causal e de dirigi-lo a um, por conseguinte, conforme a um flano, à consecução de um fim.
 Se por qualquer razão você não conseguir o domínio final, ou não produzir o resultado, a ação foi apenas tentada.
É preciso buscar esse conceito na realidade pré-jurídica para depois leva-la ao direito penal
Se faltar finalidade em um comportamento humano ele nem pode ser considerado crime
Todo comportamento humano busca uma finalidade, pois o homem prevê uma finalidade, escolhe como atingir e depois passa a atuar. O que foi descrito permite a verificação do crime que a pessoa pretendia praticar. Ex.: Caio dá um tiro em Fernando e acerta o seu braço, qual o crime praticado? Se foi machucar – lesão corporal-; se foi matar – tentativa de homicídio.
Crítica: essa teoria não resolve o conceito de conduta em crime culposo
Resposta à crítica: nos crimes culposos também há uma finalidade, mas essa é licita. A própria visão finalista permite observar e diferenciar o dolo da culpa ao ver a finalidade da ação.
Admitindo a existência de uma ação finalista real nos crimes culposos, cujos fins, são irrelevantes para o direito penal, admite-se também que os meios utilizados ou a forma de utilização importam ao direito penal. Exemplo: o homem dirige e, causa de forma não dolosa, a morte de alguém. O fim de sua ação – ir a um lugar, pouco importapara o direito penal- o meio escolhido – automóvel- o é também irrelevante para o DP nesse caso. No entanto, é jurídico penalmente relevante a forma de utilização do meio se o motorista, por exemplo, o conduziu em velocidade excessiva.
SERÁ TIPICA A CONDUTA PRATICADA PELO AGENTE SE ESTE AUTOU COM DOLO OU CULPA NA SUA CONDUTA, SE AUSENTE TAIS ELEMENTOS, NÃO PODERÁ O FATO SER TÍPICO. Leva em conta o valor da ação, o motivo pelo qual o indivíduo praticou o delito, não se pode separar a conduta do agente de sua vontade.
	
	TEORIA CAUSALISTA
	TEORIA FINALISTA
	AÇÃO
	Conceito puramente descritivo naturalista e causal, valorativamente neutro. Embora se sustentasse que a tinha origem na vontade, não se preocupava com o conteúdo desta, mas somente com o aspecto objetivo da causação do resultado externo.
Von Liszt: Ação consiste em uma modificação causal do mundo exterior, perceptível pelos sentidos, e produzida por uma manifestação de vontade, isto é, por uma ação ou omissão voluntária.
Conceito neoclássico: a conduta é o comportamento humano voluntário causador de um resultado – vincula ainda a produção de um resultado no mundo físico para a caracterização da ação.
	É um comportamento dirigido pela vontade de quem atua, quando se realiza uma ação, o agente se propõe a um fim, escolhe os meios necessários para atingi-lo e põe em função esses meios que são as manifestações de sua vontade.
Diferente do causalismo, o finalismo elimina essa separação dos aspectos objetivos e subjetivos da ação, isto é, não dissocia a ação da vontade. Assim, a conduta é o comportamento humano, voluntário e consciente – doloso ou culposo- dirigido a uma finalidade.
	TIPICIDADE: descreve ações humanas que o legislador planeja proibir
	Caráter externo da ação, compreendendo somente aspectos objetivos, deixando de fora do tipo e da tipicidade todas as circunstancias subjetivas ou internas do delito, que pertenceriam a culpabilidade. Isto é, o dolo/culpa não é elemento essencial na tipicidade. 
Os neoclássicos reconheciam alguns elementos subjetivos 
	Dolo e culpa passam a ser elementos do tipo penal, são imprescindíveis para a tipicidade.
Dolo: finalidade realizada coincide com o resultado previsto no tipo penal
Culpa: há finalidade, não dolosa. Exemplo: atropelar acidentalmente alguém quando você está indo para Ouro Preto, você estava acima do limite permitido. Finalidade: ir para OP, logo a sua finalidade não foi assassinar, não foi dolo.
	ILICITUDE
	Exclusão de ilicitude: apenas se é objetivamente lícito, não considera elementos subjetivos – basta aspectos exterior.
Conceito objetivo, valorativo e formal, isto é, basta comprovar que a conduta é típica e que não tem nenhuma causa de justificação.
Neoclássicos: passam a conceber sob uma aspecto material, exigindo uma determinada danosidade social, introduzindo considerações axiológicas e teleológicas que facilitam a interpretação restritiva de conduta antijurídica.
	Leva em consideração aspectos subjetivos.
	CULPABILIDADE
	DOLO E CULPA são espécies de culpabilidade. 
Os neoclássicos: culpabilidade tem a ver com reprovação, sendo que essa reprovação é:
 1- IMPUTABILIDADE, 2- DOLO/CULPA, 3- EXIG. DE CONDUTA DIVERSA
	Teoria normativa pura da culpabilidade – elementos do conceito normativo de culpabilidade através do finalismo: 
IMPUTABILIDADE 
POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
A falta de um desses três elementos da culpabilidade acarreta em sua exclusão.
A culpabilidade foi despida de todo elemento psicológico para se tornar puramente normativo.
Pressuposto para a aplicação da pena.
Partindo desses conceitos de ação penalmente relevante, as teorias têm abordagem diferentes dentro da base para procurar a qualidade da tipicidade/ilicitude e culpabilidade
Obs: o causalismo se divide em duas correntes
	Clássico
	Neoclássico/ psicológico normativo
	Franz Vonz Lizst, Ernest Beling, Gustavo Badswch
	Aníbal Bruno, Nelson Hungria, Reinhart Frank, Edmundo Merger
	Só a coação física que exclui a possibilidade de a conduta ser criminalizada. Então em uma coação moral o corpo não se tornou “objeto”, logo se tem vontade, mas essa é viciada, logo o primeiro elemento do crime, conduta, existiria.
	A culpabilidade é reprovação, o agente poderia ter previsto o resultado? Dolo e culpa está na culpabilidade ainda.
				FUNCIONALISMO
			 Alemanha 1970 – atualmente
Critica as teorias anteriores
Tenta superar a concepção finalista, uma vez que essa possui excessos ontológicos, prioriza os conceitos normativos
Todo conceito jurídico tem por base uma decisão de natureza política, mas quais são as finalidades políticas que devem orientar a elaboração dos conceitos jurídicos? – Divergência entre os funcionalistas
Deve-se criar normas convenientes à sociedade, observando a consequência de aplicação delas.
					CORRENTES:
FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO – CLAUS ROXIN 1960-70
Conduta é a manifestação da personalidade humana
Reelabora conceitos dentro da perspectiva funcionalista
Finalidade que orienta a construção do direito penal é a proteção de bens jurídicos mais importantes
Esse conceito de conduta humana amplo é proposital, pois assim ele abrange: ação, omissão, ato doloso e culposo.
Repensa as categorias da teoria do crime:
 Conduta humana: MANIFESTAÇÃO DA PERSONALIDADE
CRÍTICA: conceito pouco capaz de solucionar o que interessa e o que não interessa o direito penal. Assim, para superar essa dificuldade, Roxin desenvolveu um conceito importantíssimo dentro de tipicidade, denominado Imputação objetiva.
Tipicidade: Para Roxin verificar se há dolo ou culpa é muito impreciso, pois é difícil entrar na cabeça de alguém para verificar se houve intenção, previsão do resultado/comportamento, etc.
A solução pode levar a enganos, porque é difícil julgar o elemento subjetivo – dolo e culpa.
A proposta dos funcionalistas é, antes de investigar se é dolo ou culpa, deve-se investigar se o comportamento que causou um resultado criou ou não um risco proibido. A IMPUTAÇÃO OBJETIVA É A VERIFICAÇÃO SE HOUVE OU NÃO UM RISCO PROIBIDO.
Exemplos: Pai compra uma passagem para a Disney para a sua filha e o avião explode – comprar passagem é um risco permitido.
Homem compra passagem para a sogra sabendo que o avião será explodido – planejou o crime.
Dirigir em alta velocidade numa via que a velocidade é menor – risco proibido
Para responsabilizar alguém: criar risco proibido + dolo/culpa
Se houver uma regra que regulamente uma atividade e você age dentro dessa regra e ela causar um resultado, não se pode avaliar no âmbito penal. Deve-se olhar se a atividade está regulamentada de alguma forma. Logo, a imputação objetiva tem a ver com tipicidade e não com conduta – foco normativo.
Ilicitude: permanece como no finalismo
Culpabilidade: Em algumas situações, mesmo que a conduta seja reprovável, há casos que é desnecessário puni-las.
Para haver crime: conduta típica, ilícita, culpável + NECESSIDADE DE PUNIÇÃO.
Denominada de responsabilidade penal: culpabilidade+ necessidade preventiva.
Ex.: um avô em alta velocidade se acidenta e o neto morre, além de ficar com graves sequelas. Não há necessidade de punição.
FUNCIONALISMO SISTÊMICO – GÜNTER JAKOBS
Ruptura com o finalismo
Conduta é a causação individualmente evitável de um resultado, isto é, só responde quem causou um resultado que podia evitar.
Ação: é a não evitação individualmente evitável de um resultado.
Função do direito penal: garantir, reafirmar a vigência das normas de um Ordenamento Jurídico.
Finalidades politicas devem servir para a manutenção do sistema. A pena deve ser aplicada para o funcionamento do sistema e para garantir a norma.
Deve-se identificar os “tipos “de seres humanos: os cidadãos – que eventualmente podem praticar um episódio de crime, o qual o DP visa recuperar- e os inimigos – que optam pela vida à margem do direito.
Então aos cidadãos o DP deve recuperar e aos inimigos o DP deve neutralizar/eliminar – APROXIMA-SEDO DIRIETO PENAL DO AUTOR
O inimigo: normalmente integra organizações criminosas, terrorismo, se perde a expectativa de que esses indivíduos possam ser úteis a sociedade.
A norma, apesar de ser violada, continua valendo e é necessária, esse é o papel da pena – reafirmar a norma.
Finalidade: garantir o sistema que existe.
DIREITO PENAL REDUTOR
				 	 ARGENTINA- ZAFFARONI
Concilia o que há de bom no finalismo e no funcionalismo
DP é um mal necessário: a sociedade surge quando há condições para um indivíduo tornar o outro submisso, o que gera um conflito permanente, uma tensão, devido a esses interesses conflitantes
PARTE DA FINALIADE DO DP, que é: reduzir ao máximo o exercício do poder punitivo pelo Estado
Para que se pune? NÃO SABE PARA QUE SERVE A PENA – Teoria agnóstica da pena
Zaffaroni: deve existir uma aplicação mínima das penas e para isso deve ter uma aplicação máx. do direito penal, isto é, o DP deve fornecer aos juízes argumentos para solucionar o caso concreto, utilizando o mínimo do poder punitivo
Comportamento humano se exterioriza com efeitos em um contexto mundano.
Zaffaroni parte da finalidade da pena para fazer a sua teoria, mas ai ele vai contestando todas as teorias sobre essa finalidade:
A finalidade da pena é a reintegração social? Zaffaroni rebate dizendo que a realidade demonstra que a pena não recupera quem praticou o crime, pelo contrário, degrada mais, além disso, acredita ser muito contraditório readaptar alguém através de sua exclusão.
Intimidação? Inibir a pessoa a praticar o crime por medo da punição
ZAFFARONI: há indivíduos que não se inibe 
Prevenção geral positiva? Como Jakobs acredita – a pena reafirma a norma violada, punindo para demonstrar o que é correto e, ao longo do tempo, o “correto” é introjetado na sociedade. – Corrigir e consequentemente prevenir.
ZAFFARONI: o direito penal não é pedagógico, o Estado só age em determinadas situações.
Retribuição? Zaffaroni: é incompatível com um Estado que quer preservar os direitos fundamentais. 
Prevenção geral negativa? Zaffaroni: não é possível comprovar que a proibição prescrita no Código Penal vai inibir a prática da conduta. Ex.: homicídio deixa de ser crime, todos começariam a matar? Há convicções morais, motivos religiosos, etc. que impedem ou não a prática de um crime.
	
TODAS AS PROPOSTAS DE LEGITIMAR A APLICAÇÃO DA PENA SE MOSTRARAM ERRÔNEAS. A PENA SÓ É APLICADA PORQUE É MELHOR QUE A VINGANÇA PRIVADA, MAS PARA ZAFFARONI, ELA NÃO POSSUI RAZÃO VERDADEIRA DE EXISTIR.
	Pena: manifestação do poder punitivo do estado, a que mais estigmatiza o indivíduo.
Assim: O DIREITO PENAL DEVE FORNECER AO JUIZ O ARSENAL TÉCNICO-DOGMÁTICO QUE O PERMITA RESTRINGIR A APLICAÇÃO DO PODER PUNITIVO ESTATAL A UM MÍNIMO DE INGRAÇÕES – APENAS AS QUE FEREM DE FORMA MAIS GRAVE OS BENS JURÍDICOS.
Comportamento humano penalmente relevante: aquele que tem um determinado sentido-finalidade com que a pessoa atua – e que se manifesta no contexto do mundo exterior. Esse conceito afasta os comportamentos julgados de lesões insignificantes de bens jurídicos. Zaffaroni pretende tornar mais difícil a caracterização de uma conduta como penalmente relevante.
Tipicidade: Mais elementos para que menos condutas sejam consideradas penalmente relevantes – TEORIA DA TIPICIDADE CONGLOBANTE/ENGLOBADA:
Comando implícito no tipo contrário ao descrito, em situações de estrito cumprimento do dever legal, as condutas previstas no código penal não são típicas – exclui a ilicitude. Normas que dão direito a fazer algo proibido, acabam limitando o conteúdo normativo – ex.: art.24 §1º
Ilicitude: Visa facilitar ao máximo o reconhecimento da exclusão da ilicitude: legitima defesa e estado de necessidade. Para Zaffaroni, não se deve reconhecer elementos subjetivos.
Exemplo: Ana mata João por ódio, mas acaba evitando que João estuprasse uma criança. Para o finalismo, não seria legítima defesa, mas Zaffaroni diz que houve uma coincidência, logo, haveria absolvição. No caso concreto a menina foi salva – análise objetiva.
Culpabilidade: Todo sistema penal é seletivo, apesar da ideologia da classe dominante pregar uma falta ideia de igualdade. Então, cabe ao juiz analisar a posição do agente perante o poder punitivo, analisando a vulnerabilidade dos indivíduos mais pobres – facilmente selecionáveis – logo a reprovação intensa não deve ocorrer.
ESTUDO DA CONCEPÇÃO FINALISTA, APROFUNDAMENTO DA TEORIA DO DELITO –ANALÍTICA- DE ACORDO COM O FINALISMO
CONDUTA HUMANA
É o exercício da atividade final, o comportamento que serve de base para ser penalmente:
- HIPÓTESES PARA A EXCLUSÃO DE CONDUTA COMO PENALMENTE RELEVANTE, JÁ QUE NÃO SE ADEQUAM AO CONCEITO FINALISTA:
1ª – coação física irresistível: exemplo – trancar a mãe longe do bebê, não a permitindo amamentar. A vontade da mãe é excluída. Exemplo: a pessoa é empurrada e quebra a vitrine – a pessoa é mero objeto/instrumento, sua vontade é suprimida, quem responderia seria quem empurrou.
A coação física irresistível- comportamento praticado por um ser humano que se encontra frente a uma força desproporcional causada por outrem – supressão da vontade.
2ª – Atos reflexivos: ato humano produzido por instinto interno incontrolável – exemplo: vomitar em um objeto raro.
3º Atos inconscientes: ato praticado sem consciência, exemplo: sonambulismo, hipnose, embriaguez letárgica 
TODA CONDUTA PENALMENTE RELEVANTE É UM COMPORTAMENTO DE UM SER HUMANO QUE SE DIRIGE A UMA FINALIDADE QU ENORMALMENTE É PROIBIDA PELO DIREITO PENAL, POIS PREJUDICA A ALGUEM – O TITULAR DO BEM JURÍDICO LESADO.
SUJEITO ATIVO X SUJEITO PASSIVO
Ativo: agente que realiza a conduta descrita no tipo penal – apenas o ser humano.
Passivo: pessoa titular do bem jurídico ofendido pela conduta delituosa
“ Societas delinquere non potest”: a sociedade não pode delinquir. O entendimento do Brodt é que a pessoa jurídica não pode escolher os fins sozinha, não pode exercer finalidade sozinha, não tem capacidade de ação, de vontade própria, pois essas são características restritas aos seres humanos. Assim, a pessoa jurídica não pratica o crime, mas o ser humano em nome dela sim. Nos crimes contra o meio ambiente, segundo a lei 9605/1998, a PJ pode ser responsabilizada nos crimes ambientais – penalmente, civil e administrativa-, logo ela recebe uma responsabilidade por ricochete/indireta.
tipicidade
O TIPO PENAL É O MODELO DA CONDUTA PROIBIDA, A DESCRIÇÃO DA CONDUTA QUE O LEGISLADOR QUER PROIBIR, A QUALIDADE DE UM COMPORTAMENTO HUMANO PENALMENTE RELEVANTE.
O resultado da conduta penalmente relevante normalmente é expresso no tipo penal.
Verbo -> núcleo do tipo
A ligação entre conduta e o resultado é chamado de NEXO CAUSAL, o qual deve se adequar ao TIPO PENAL, adequação típica.
O RESULTADO → transformação no mundo exterior, é denominado resultado naturalístico.
Só responde quem provocou esse resultado naturalístico – Nexo causal.
Para descobrir se houve nexo causal, deve-se utilizar o procedimento hipotético de eliminação, esse procedimento consiste em verificar se ao suprimir mentalmente a conduta realizada se o resultado vai ou não existir. Se o resultado não existir, a conduta é causa do resultado, mas há um furo nesse procedimento de verificar a conduta sine qua non que é o regresso infinito. 
O finalismo resolve da seguinte maneira: para ter fato típico deve existir o nexo de causalidade, mas isso não basta para que a conduta de causa ao resultado, é necessário que a pessoa tenha atuado com dolo ou culpa. Enquanto o funcionalismo limita o nexo causal através do risco proibido. 
Logo, tipicidade: ação+ resultado naturalístico+ deve ter nexo causal + dolo/culpa + adequação completa aos tipos penais. 
fato típico 
NEXO CAUSAL + RESULTADO NATURALÍSTICO + CONDUTA PENALMENTE RELEVANTE + ADEQUAÇÃO DO FATO TÍPICO
Fato típico: tipicidade propriamente dita. Para saber se o fato é típico ou atípico deve-se olhar a conduta exteriormente – tipicidade formal.
Tipicidade material: emboraformalmente a conduta se adeque ao tipo penal descrito, é relevante? – Princípio da insignificância.
Tipicidade formal: 
- Verbo (ação) é o núcleo do tipo.
- Elementos do tipo penal: descritivo, normativo – OBJETIVOS / SUBJETIVOS –dolo, elementos subjetivos especiais (dolo específico)
Exemplo – subtrair para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Pena reclusão de 1 a 4 anos, e multa
Elemento objetivo descritivo: sensorialmente perceptível, são aqueles cuja constatação pode ser feita por qualquer um dos nossos sentidos. Exemplo: matar alguém
Elemento objetivo normativo: estamos tratando dos elementos cuja constatação exige um juízo por parte de quem interpreta – do juiz por exemplo- é o caso de: Praticar ato obsceno – obsceno é normativo. Exige uma avaliação cultural ou então jurídica – exemplo do crime de peculato no art.312, pois funcionário público é um elemento jurídico.
Elemento subjetivo: relaciona- se com aspectos psicológicos do agente, referencias do tipo penal que remete à vontade, aos fins do sujeito. É a intenção ou proposito que condiciona ou fundamenta o juízo de ilicitude do comportamento. Exemplo: furto – além de dolo – subtrair para si ou outrem- tem o elemento subjetivo que é se apoderar do bem. O brodt falou de elementos subjetivos especiais, como o caso de furto de uso.
Aspecto subjetivo: dolo – dolo pertence ao tipo, já a culta deve estar expressa no tipo penal.
ANALISANDO O EXEMPLO ACIMA:
- Subtrair é um elemento objetivo do tipo penal
- Para si ou para outrem é um elemento subjetivo do tipo, relaciona com o aspecto psicológico do agente
- Coisa: elemento objetivo do tipo penal
-Alheia: elemento normativo, depende da regulamentação jurídica de aquisição da propriedade, tem que avaliar a lei.
-Móvel: elemento objetivo do tipo penal.
aspecto e elemento do crime
TIPO OBJETIVO 
Todo tipo penal tem pelo menos um verbo para descrever a ação, há tipos:
UNINUCLEARES: quando possuem apenas um verbo para descrever uma ação.
 PLURINUCLEARES: mais de um verbo para descrever a ação, os plurinucleares podem ser divididos em:
- Alternativos: fungíveis, qualitativos, se referem ao mesmo bem jurídico e, sendo assim, o indivíduo responde por apenas uma de suas ações, por mais que tenha praticado mais de um verbo descrito, são considerados equivalentes. Percebe-se no tipo penal que os verbos estão separados por vírgula ou a partícula (OU).
Exemplo: Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça.
- Cumulativos: há diferença na gravidade, não fungíveis, não equivalentes, soma-se as penas, cada verbo poderia ser um crime autônomo, não falam do mesmo bem jurídico. Identifica-se normalmente que os verbos são separados por ponto e vírgula ou a partícula (E). Mesmo que pratique ações do mesmo tipo, a pessoa vai responder por crimes distintos.
Exemplo: Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil.
aspecto e elemento do crime QUANTO A QUALIDADE DO SUJEITO ATIVO
Quanto ao número de sujeitos ativos:
UNISSUBJETIVO OU PLURISSUBJETIVO? 
Unissubjetivo: admite a intervenção tanto de uma pessoa quanto de um grupo de pessoas, mesmo que um grupo possa praticar, um indivíduo sozinho consegue realizar sozinho.
Plurissubjetivo: Só pode ser praticado por mais de uma pessoa, não admite a prática de apenas uma pessoa. – Concurso necessário- art. 288- associação criminosa.
Quanto à qualidade do sujeito ativo:
COMUM/SIMPLES, PRÓPRIO OU DE MÃO PRÓPRIA? 
CRIME COMUM: QUALQUER PESSOA CIMA DE 18 ANOS PODE PRATICAR, NÃO EXIGE NENHUMA QUALIDADE ESPECIAL
CRIME PRÓPRIO: VINCULADO A UMA FUNÇÃO OU QUALIDADE ESPECÍFICA, NÃO PODE SER PRATICADO POR QUALQUER PESSOA. EXEMPLO: INFANTICÍDIO, PECULATO
CRIME DE MÃO PRÓPRIA: NÃO É UMA MODALIDADE DE CRIME PRÓPRIO COMO MUITOS PENSAM, NA VERDADE, SÃO OS CRIMES QUE ADMITEM APENAS QUE APENAS O AGENTE PODE PRATICAR O CRIME, NÃO ADMITE A PRÁTICA DE UM TERCEIRO. EXEMPLO: FALSO TESTEMUNHO, AUTOABORTO, REINGRESSO DE ESTRANGEIRO QUE FOI EXPULSO.
aspecto e elemento do crime QUANTO ao sujeito passivo
TITULAR DO BEM JURÍDICO OFENDIDO E TUTELADO PELO DIREITO PENAL.
COMUM/SIMPLES: geralmente não está nos tipos penais – qualquer um pode ser vítima.
PRÓPRIO: Alguns tipos penais mencionam uma qualidade penal do sujeito passivo. Ex: infanticídio exige que o filho seja o sujeito passivo.
Deve-se diferenciar o sujeito passivo do objeto jurídico. Objeto jurídico é o bem que o tipo penal se refere, sobre quem se realiza a conduta típica. PODE SER SIMPLES: QUANDO LESA APENAS UM BEM JURÍDICO (exemplo: homicídio –normal de crimes simples-, OU COMPLEXO: QUANDO SE REFERE A, PELO MENOS, DOIS BENS JURÍRIDCOS (exemplo: no caso de roubo, lesa a integridade física, patrimônio) - normal em crimes complexos- . Os objetos jurídicos são tão importantes, que a parte especial do código penal é organizada de acordo com o bem jurídico que ofendem e a ordem de organização obedece a ordem de importância desses bens.
QUANTO AO TITULAR DO BEM JURÍDICO OFENDIDO, OS BJ PODEM SER:
- PODE SER INDIVIDUAL: uma única pessoa é titular do bem jurídico
- PODE SER COLETIVO: há mais de uma pessoa titular do bem jurídico, é o exemplo da Marinete e a sua patroa, a Marinete ao sofrer o roubo, é sujeito passivo no que diz respeito à integridade física, já no que diz respeito a patrimônio a patroa de marinete foi lesada.
aspecto e elemento do crime quanto ao elemento volitivo –INTERNOS, subjetivos.
		DOLO
Dolo é a vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal, quando se realiza uma conduta com dolo, tem-se a consciência da situação do fato – denominado elemento cognitivo- + vontade de produzir o resultado – elemento volitivo = acarretando no dolo natural (próprio do finalismo). 
INTENÇÃO DE PRATICAR A CONDUTA JURÍDICA PROIBIDA, DE LESAR O BEM JURÍDICO TUTELADO.
ELEMENTOS:
ELEMENTO COGNITIVO: consciência daquilo que pretende praticar, abrange todos os elementos essenciais do tipo
ELEMENTO VOLITIVO: dolo exige que se tenha vontade de praticar a conduta
MODALIDADES
DIRETO: A pessoa prevê o resultado e atua para alcançá-lo; o agente deseja o resultado mentalmente imaginado. Pode ser dividido em dolo direto de primeiro grau e de segundo grau.
Dolo direto de primeiro grau: é comum, a pessoa delibera os meios e os fins para alcançar o resultado pretendido. O exemplo que o Brodt deu foi de uma pessoa utilizar uma bomba para matar a outra.
Dolo direto de segundo grau: Consequências resultadas pela conduta do agente, mas que não faziam parte do resultado pretendido, são as consequências necessárias, ele tem consciência que a sua conduta, além de causar o resultado pretendido, causará outros efeitos colaterais. O exemplo que o Brodt deu foi no caso da pessoa que utilizou uma bomba para matar a outra, ter colocado essa bomba em um trem, assim, o agente tem consciência que pode matar outros quando colocar a bomba.
EVENTUAL: A pessoa não quer o resultado, diretamente, mas assume o risco de produzi-la, o agente além de assumir o risco. Exemplo: dirigir embriagado em uma rua movimentada, fazendo um pega e, causando a morte de alguém.
	O DOLO PERDE A CONSCIENCIA DA ILICITUDE QUANDO SAI DA CULPABILIDADE; O DOLO, NO CAUSALISMO, ERA CHAMADO DE DOLO NORMATIVO E SUAS CARACTERÍSTICAS ERAM: CONSCIENCIA DA SITUAÇÃO DE FATO, VONTADE DO RESULTADO E CONSCIENCIA DE ILICITUDE.
CABE LEMBRAR QUE CONSCIENCIA DA ILICITUDE É DIFERENTE DE CONSCIENCIA DA SITUAÇÃO DE FATO – CASO DO BOLIVARIANO
		CULPA
Culpa é empregada como uma alternativa ao dolo, pune-se a conduta porque a pessoa deu causa ao resultado, por falta de cuidado, sem a intenção de fazer. A pessoa responde pelo resultado, não por querer atingi-lo, mas por ter agido de forma imprudente, descuidada. O bem jurídico nesse caso é tão importante que o Direito Penal visa protege-lo até em culpa. Nem todo crime é punido por culpa, se o tipo não enunciar expressamente a possibilidade de culpa o agentenão pode ser punido na forma culposa.
TIPO ABERTO: para que seja entendido, o juiz avalia o caso concreto para entender se houve ou não culpa. Observa-se regras administrativas, técnicas, usos e costumes, prudência, retorna-se a figura do homem médico.
CASO FORTUITO: Caso a pessoa de causa a um resultado imprevisível, ela é isenta de responsabilidade e não responde por ele, exclui-se a falta de cuidado, excluindo, assim, o tipo culposo. Para se exigir de alguém que tenha cuidado ao realizar uma ação para evitar um determinado resultado, é preciso que ele seja, no mínimo, possível de ser previsto. Então se não houver forma de prever, não se pode condenar o indivíduo penalmente.
MODALIDADES
NEGLIGÊNCIA: Ausência de cautela para evitar o resultado, exemplo: pai com arma em casa, deixa em local de fácil acesso, filho pega a arma e brincando mata o amiguinho, o pai responde pela falta de cuidado.
IMPRUDÊNCIA: Quando se toma uma atitude arriscada, agir de maneira menos cautelosa do que a média das pessoas, do que é esperado. Ex: dirigir em alta velocidade.
IMPERICIA: Restringe-se ao âmbito de atividades profissionais. Você agindo no exercício da sua profissão não possui aptidão, habilidade, conhecimento suficiente para realizar algum ato inerente à profissão, como um médico não habilitado para realizar cirurgias plásticas, ou que utiliza uma nova técnica e não tem o treinamento exigido. Nem todo erro profissional é imperícia – ex: deixar gazes dentro do paciente é negligência.
ESPÉCIES
INCONSCIENTE: A pessoa não prevê o resultado, mas deveria ter previsto – previsibilidade segundo o parâmetro do homem médio. Se fosse imprevisível a pessoa não responderia, pois seria caso fortuito. 
CONSCIENTE: A pessoa prevê o resultado e acredita sinceramente que ele não vai acontecer. O que diferencia o dolo eventual da culpa consciente é justamente isso, pois mesmo prevendo o resultado, no dolo eventual, o agente não se importa com ele, se vai ou não acontecer.
		PRETERDOLOSO
Há uma combinação de dolo e culpa, pretendia cometer X (dolo, antecedente), mas acabou gerando Y, que era mais grave do que esperava (culpa, consequência). Exemplo: lesão corporal seguida de morte (Art. 129 §3º)
OBSERVAÇÃO ERRO DE TIPO: quando uma pessoa comete um engano em relação ao que é descrito no tipo penal. A pessoa não compreende que está praticando o comportamento descrito no tipo penal. Nesse caso, o erro é incompatível com dolo, por isso a pessoa não responde pelo resultado, mas pode responder a título de culpa vai, segundo o art. 20. Exemplo: após pegar uma bolsa em um guarda volume, sem saber que não é sua e em casa você percebe que ela não te pertence, houve um engano, no aspecto subjetivo do tipo, uma vez que você pensava que a bolsa era sua e não alheia. Assim não se responde por furto – furto só existe com dolo, logo você não responde penalmente por isso.
aspecto e elemento do crime quanto ao resultado
Naturalístico: alteração no mundo exterior em virtude do crime, não está presente em todos os crimes comissivos, apenas nos crimes materiais.
Algumas condutas exigem o resultado normativo, tipos penais que exigem resultados naturalísticos são chamados de tipos penais materiais – exigem o resultado naturalístico.
- Crime material: tem resultado naturalístico
- Crime formal: podem ou não ter resultado naturalístico, não é necessário para a consumação do crime. Exemplo: apenas a solicitação da vantagem já caracteriza o crime de corrupção passiva, não é necessário que se chegue a receber a vantagem.
- Crime de mera conduta: o comportamento descrito no tipo penal não tem a potencialidade de gerar um resultado naturalístico. Ex: crime contra a honra, violação de domicílio.
Normativo: Ofensa ao bem jurídico tutelado; não há crime sem resultado, isto é, deve haver ofensa ou colocar em perigo algum bem jurídico tutelado. Dano ou ameaça ao bem jurídico tutelado. Podem ser:
- Dano: lesa efetivamente o bem jurídico –ex. art. 121 e 123
- Perigo: exposição do bem jurídico a uma possibilidade de lesão –ex: art 130,131,132
	Os crimes de perigos podem ser:
		- Abstrato: presumido pelo legislador e representa um perigo abstrato – no nosso 			direito penal, não se admite os crimes de perigo abstrato, uma vez que 				esse fere o princípio da ofensividade (lesividade).
		- Individuais: colocam em perigo o bem jurídico de uma pessoa
		- Comum: coloca em perigo os bens jurídicos de um número indeterminado de 			pessoas
		-Concretos: o perigo deve ser demonstrado, deve comprovar a existência real do 		perigo durante o processo penal
CRIME COMISSIVO: fazer algo – material. Indivíduo faz a ação proibida pela lei.
O que está na lei é a descrição de fazer alguma coisa que o legislador não deseja, podem ser dolosos ou culposos. Ex. art. 121. Matar alguém.
CRIME OMISSIVO: descreve uma omissão de conduta, um “deixar de fazer algo”, a descrição se refere a não fazer uma coisa que o legislador deseja que seja feito. O agente deixa de realizar determinada conduta, tendo a obrigação jurídica de fazer, configura como uma abstenção de conduta devida, quando podia e devia realiza-la independente do resultado. Podem ser dolosos ou culposos. Ex. art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública.
- Crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão: quando a omissão é o meio ao qual o agente produz o resultado, o agente responde pelo resultado, não pela omissão simplesmente, já que era obrigado a impedir o resultado decorrente desta; não tem tipo, aproveita de um tipo comissivo material.
- Crime omissivo próprio: tem a mesma estrutura do comissivo: ex: omissão de socorro no art.135, são de mera conduta. 
GARANTIDOR: Só responde por um resultado quem deu causa a ele, quando houver entre as pessoas envolvidas em um acontecimento especial, existe um dever especial de assistência, chamado de posição de garantidor e, essa pessoa responde pelo resultado não só por ter dado causa a ele, mas por não ter tentado impedi-lo. Exemplo é a baba que assiste a criança afogar, tendo a posição de garantidora entre a criança, respondendo não por omissão de socorro, mas por homicídio. A omissão equivale a uma ação. Se estiver impossibilitado de realizar a ação a pessoa não responde. Apenas em crimes materiais – que exigem um resultado.
CAUSAS DE UM RESULTADO – CONCAUSAS 
Um resultado pode ter diferentes causas que contribuem para que ele aconteça. São causas que se juntam à outra para ocasionar o resultado. Se dividem em absolutamente independente e relativamente independente.
ABSOLUTAMETE INDEPENDENTE: na verdade, não são concausas, porque o resultado se produz não por causa desses comportamentos, mas por causa de outros comportamentos que já foram feitos, nesse caso há uma coincidência, de modo que o resultado não é produzido pelo comportamento do agente e ele então não responde pelo resultado.
Exemplo: preexistente – o que provoca a morte é um comportamento preexistente à conduta; logo, no exemplo do tiro em que Caio quer matar Lucas, mas Lucas antes tinha sido envenenado por causa de uma sopa e a morte é resultado do envenenamento e não do tiro, Caio responde apenas como tentativa de homicídio e quem envenenou a sopa responde por consumação.
Concomitante- o que provoca a morte é um comportamento que se realiza no exato momento da conduta que causou o resultado. Exemplo: Caio dá um tiro em Lucas na mesma hora em que Lucas sofre um infarto, absolutamente independente dos tiros. Caio responderia como tentativa também. 
Nesses casos, percebe-se que não se responde por crime, porque na hora de aplicar a hipótese de eliminação, a conduta não possui um nexo causal concreto com o resultado, Caio queria matar Lucas, começou a ação, mas houve motivos alheios à sua vontade e assim ela não foi concretizada.
RELATIVAMENTE INDEPENDENTE: Concausa propriamente dita; combinação de diversos comportamentos na produção de um resultado. 
Exemplo: - pré-existente: Caio corta com uma faca Lucas, que é hemofílico, levandoLucas à óbito. Em uma situação normal, o comportamento não mataria ninguém, Lucas morre devido à doença (pré-existente) aliado ao ferimento. Se Caio soubesse da doença, responderia por crime doloso, se não soubesse responderia por Lesão corporal, mesmo levando Lucas à morte.
Concomitante: Caio atira em Lucas que tem problemas cardíacos, provocando a morte de Lucas.
Superveniente: único expresso no CP – art. 12§1 – O resultado se encontra na linha de desdobramento físico/natural da conduta inicial, quem praticou responde pelo fato. Exemplo: Caio lesiona Lucas na perna e devido a uma infecção Lucas perde a perna → Caio responde pela perda da perna. Caso o resultado não esteja na linha de desdobramento natural, a pessoa só responde pelo o que fez, exemplo: idoso é atropelado por Caio e a ambulância que o idoso estava bate e ele morre. Caio não responde por homicídio.
O TERMO PUTATIVO trabalhado em sala de aula: imagina/supõe uma situação que não é verdadeira. Para que haja ação putativa, a pessoa deve ter cometido um engano que qualquer outra pessoa na mesma situação cometeria
ROXIN - TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA
O problema do tipo na teoria causalista e finalista
- Roxin inicia o livro falando que o causalismo fundamentava o tipo no conceito de causalidade, considerando que o tipo estava realizado toda vez que alguém constituía uma condição para o resultado previsto. Assim, o tipo era estendido, uma vez que todos os que contribuíram para a condictio sine qua non seriam responsáveis, as restrições à responsabilização jurídica só seriam realizadas na antijuridicidade ou na culpabilidade, onde se encontrava todos os elementos subjetivos do delito.
- Contra o causalismo, vem a teoria finalista que observa mais do que a causação, mas sim o direcionamento guiado pela vontade humana. Essa teoria evita consideravelmente o regresso ao infinito da teoria causalista, uma vez que o dolo e a culpa já estão a nível do tipo, como parte subjetiva. Roxin fala que os méritos do finalismo estão apenas dentro do tipo subjetivo, uma vez que o seu tipo objetivo continua como no causalismo, observando a mera equivalência, a mera relação de causalidade. 
- A teoria da imputação objetiva tenta resolver os problemas que as teorias citadas acima não conseguem resolver. A teoria da imputação objetiva: o resultado só deve ser imputado como obra do agente e preencher o tipo objetivo se o comportamento do autor criar um risco não permitido, quando o risco se realiza no resultado concreto e quando o resultado se encontra dentro do alcance do tipo.
- A criação de um risco não permitido: o risco proibido supera o risco permitido, assim, se nos parâmetros admitidos para uma determinada atividade – seja por lei, regras administrativas, técnicas, praxe, pela figura do homem médio- o risco for juridicamente irrelevante sequer cabe o tipo objetivo.
- Roxin fala que o Risco permitido é guiado pelo princípio da confiança também, é o exemplo que ele fala sobre o indivíduo vender um punhal para outro, apesar de admitir um certo risco, esse é permitido, pois em uma vida ordenada em sociedade, deve-se confiar que as pessoas com quem você interage não irão cometer um delito doloso.
- Dentro do exemplo da pessoa que toma um tiro dado por X, mas morre em decorrência de um acidente da ambulância, X responde por tentativa de homicídio, mas não por homicídio. O autor demonstra como as outras teorias conseguem justificar a tentativa. Sendo que na Teoria da Imputação Objetiva já se considera de cara que o tipo não é preenchido, nas demais teorias exclui-se o dolo, pois se trata de um desvio “essencial”. O conceito de essencialidade é extremamente vago, que só é preenchido quando não se realizou o risco contido na ação de tentativa. Roxin chama de roupagem subjetiva a uma questão de imputação objetiva, isso é, ele fala que as demais teorias possuem uma solução muito pobre de conteúdo para justificar esses casos.
- não se pode punir a participação em uma auto colocação em perigo quando a vítima tem uma completa visão do risco, uma vez que o efeito protetivo da norma tem o seu limite na auto responsabilidade da vítima. Cabe aqui a delimitação de âmbitos de responsabilidade.
- Ações que diminuem o risco não são imputáveis ao tipo objetivo, entra dentro das hipóteses de risco permitido, uma vez que substitui um risco mais grave.
- A pessoa agindo dentro do risco permitido e causa um dano, não cabe discussão sobre adequação ao tipo. Exemplo de dirigir um carro dentro das normas de transito e ainda assim acaba se envolvendo em um acidente. Nesse caso o próprio legislador suporta os riscos.
- Para que haja um nexo entre o resultado e o risco não permitido criado pelo causador é preciso, além disso, que o resultado esteja abrangido pelo fim de proteção da norma de cuidado, caso dos ciclistas falado em sala e que está no livro, na página 111. Isso é, no caso de estar dirigindo o carro e fazer uma ultrapassagem proibida na qual o outro motorista morre de infarto porque tomou um susto, não cabe um homicídio culposo, já que a finalidade que a lei visa ao proibir a ultrapassagem é unicamente em evitar colisões resultantes da ultrapassagem em si.
- A teoria da imputação objetiva fornece regras genéricas que resolvem tanto a questão do tipo objetivo, quando problemas concretos de punibilidade; é uma teoria que possibilita uma limitação político criminal plausível de responsabilidade por culpa.
- Colocar o dolo e a culpa no tipo é compatível com a teoria da imputação objetiva, mas a concepção do que é uma ação típica difere muito entre o finalismo e o funcionalismo, o ponto de gravidade do delito já se desloca para a face objetiva do tipo.
- A questão da culpa, que a dogmática tradicional conceitua como – imperícia, imprudência e negligencia- para Roxin são supérfluos e podem ser abandonados, pois o que esses conceitos pretendem dizer já são precisos dentro dos critérios da imputação objetiva.
- Comportamentos que conforme o Direito também não evitaria o resultado, não cabe entrar na tipicidade.
- “Violação do dever de cuidado” da culpabilidade, nada mais é do que uma denominação que compreende em si os pressupostos do risco juridicamente desaprovado.
- Quando se fala dos elementos subjetivos na teoria da imputação objetiva, observa-se que os elementos subjetivos também influenciam, desempenham um papel decisivo no alcance do tipo. A teoria objetiva constrói a ação típica na imputação, que é algo objetivo, mas só posteriormente, se for o caso, acrescenta-se o dolo ou os elementos subjetivos do injusto. Agora, quando você usa conteúdos de consciência que não são elementares do tipo, mas que tem importância para o juízo de perigo ou para distribuir a responsabilidade entre os participantes, ai você está tratando da imputação ao tipo objetivo.
- É obvio, mas é preciso reiterar, que a imputação, exclui o caso fortuito e, os casos que não são fortuitos, mas que se encontram fora do fim de proteção da norma de cuidado ou do alcance do tipo penal também não são imputados.
- A teoria da imputação objetiva satisfaz as exigências de uma sistemática fundada sobre as finalidades político-criminais, o direito penal protege os bens jurídicos dentro dos limites do estado de direito.
BRODT- DA CONSCIENCIA DA ILICITUDE NO DIREITO PENAL BRASILEIRO
A ilicitude é um termo usado por doutrinadores mais novos, introduzido na reforma de 84. Autores mais antigos preferem o uso do termo antijuridicidade.
A consciência da ilicitude é a capacidade de o agente de uma conduta proibida, em uma situação concreta, apreender a ilicitude do seu comportamento; quando presente, autoriza-se a reprovação do agente e se ausente, permite ao mesmo alegar que atuou em erro sobre a ilicitude.
- dois Aspectos: um positivo – a investigação do conteúdo e um segundo sobre a ausência de ilicitude.
Sobre o primeiro aspecto:
- Crime coincidente com infração de ordem moral, basta, para caracterizar a potencial consciência da ilicitude que o agente possa ter conhecido a ilicitude

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