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3 O A N O • ENSINO FUNDAMENT AL I • EF 8 A N O S 4oano Cadernos de apoio e aprendizagem L I V R O D O P R O F E S S O R 2010 P R O G R A M A S : L E R E E S C R E V E R / O R I E N TA Ç Õ E S C U R R I C U L A R E S Port4ºAnoPROF.indd 1Port4ºAnoPROF.indd 1 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM Port4ºAnoPROF.indd 2Port4ºAnoPROF.indd 2 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM Prefeitura da Cidade de São Paulo Prefeito Gilberto Kassab Secretaria Municipal de Educação Secretário Alexandre Alves Schneider Secretária Adjunta Célia Regina Guidon Falótico Diretora da Assessoria Técnica de Planejamento Fátima Elisabete Pereira Thimoteo Diretora de Orientação Técnica Regina Célia Lico Suzuki (Coordenadora Geral do Programa) Divisão de Orientação Técnica Ensino Fundamental e Médio Suzete de Souza Borelli (Diretora e Coordenadora do Programa DOT/EF) Cristhiane de Souza, Hugo Luiz Montenegro, Humberto Luis de Jesus, Ione Aparecida Cardoso Oliveira, Leika Watabe, Leila de Cássia José Mendes, Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro, Maria Emilia Lima, Regina Célia dos Santos Câmara, Silvia Moretti Rosa Ferrari, Viviane de Camargo Valadares Divisão de Orientação Técnica Educação Especial Silvana Lucena dos Santos Drago Diretores Regionais de Educação Eliane Seraphim Abrantes, Elizabeth Oliveira Dias, Hatsue Ito, Isaias Pereira de Souza, José Waldir Gregio, Leila Barbosa Oliva, Leila Portella Ferreira, Maria Angela Gianetti, Maria Antonieta Carneiro, Marcelo Rinaldi, Silvana Ribeiro de Faria, Sueli Chaves Eguchi, Waldecir Navarrete Pelissoni Equipe técnica de apoio da SME/DOT Ana Lúcia Dias Baldineti Oliveira, Ana Maria Rodrigues Jordão Massa, Claudia Aparecida Fonseca Costa, Delma Aparecida da Silva, Jarbas Mazzariello, Magda Giacchetto de Ávila, Maria Teresa Yae Kubota Ferrari, Mariana Pereira Rosa Santos, Tania Nardi de Padua, Telma de Oliveira Assessoria Pedagógica SME/DOT Célia Maria Carolino Pires, Maria José Nóbrega, Rosaura Angélica Soligo Fundação Padre Anchieta Presidente João Sayad Vice-Presidentes Ronaldo Bianchi Fernando Vieira de Mello Diretoria de Educação Diretor Fernando José de Almeida Gerentes Monica Gardelli Franco Júlio Moreno Coordenadora do projeto Maria Helena Soares de Souza Equipe de autoria Coordenação Clecio dos Santos Bunzen Júnior, Jacqueline Peixoto Barbosa Assessoria de coordenação Márcia Mendonça e Claudia Vóvio Autores América dos Anjos Costa Marinho, Anna Maria C. Caricatti M. Cera, Carolina Assis Dias Vianna, Celina Diaféria, Clecio dos Santos Bunzen Júnior, Denise de Oliveira Teixeira, Ellen Rosenblat, Geraldo Antônio Andreasi Fantim, Jacqueline Peixoto Barbosa, Jordana Lima de Moura Thadei, Laura Inês Breda de Figueiredo, Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro, Maria Helena Costa, Maria Inês Nocite, Marisa Balthasar Soares, Marisa Vasconcelos Ferreira, Patrícia Prado Calheta, Paula Bacarat De Grande, Rosa Maria Antunes de Barros, Shirley de Oliveira Garcia Jurado, Virginia Scopacasa Pesquisa Átila Augusto Morand, Eduardo de Moura Almeida Leitura crítica Roxane Rojo Equipe Editorial Gerência editorial Carlos Seabra Secretaria editorial Janaína Chervezan da Costa Cardoso Assessoria de conteúdo Márcia Regina Savioli (Língua Portuguesa) Maria Helena Soares de Souza (Matemática) Controle de iconografi a Elisa Rojas Apoio administrativo Acrizia Araújo dos Santos, Ricardo Gomes, Walderci Hipólito Edição de texto Dida Bessana, Maria Carolina de Araujo Revisão Ana Luiza Saad Pereira, Barbara Eleodora Benevides Arruda, Marcia Menin, Maria Carolina de Araujo, Miguel Facchini, Silvia Amancio de Oliveira Direção de arte Eliana Kestenbaum, Marco Irici Arte e diagramação Cristiane Pino, Cristina Izuno, Henrique Ozawa, Mariana Schmidt Ilustrações Osnei Fernando Makita Bureau de editoração Mare Magnum Artes Gráfi cas Port4ºAnoPROF.indd 3Port4ºAnoPROF.indd 3 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecária Silvia Marques CRB 8/7377) C122 Cadernos de apoio e aprendizagem: Língua Portuguesa / Programas: Ler e Escrever e Orientações curriculares. Livro do Professor. São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2010. Quarto ano, il. (vários autores) ISBN 978-85-8028-015-9 ISBN 978-85-8028-006-7 (aluno) 1. Ensino Fundamental 2. Língua portuguesa 3. Leitura 4. Escrita I. Título. CDD 371.302.813 Esta obra, Cadernos de apoio e aprendizagem – Matemática e Língua Portuguesa, é uma edição que tem a Fundação Padre Anchieta como Organizadora e foi produzida com a supervisão e orientação pedagógica da Divisão de Orientação Técnica da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Port4ºAnoPROF.indd 6Port4ºAnoPROF.indd 6 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM Sumário Apresentação dos Cadernos de apoio e aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Expectativas de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Uma nota sobre o trabalho com gêneros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Integração entre as modalidades de atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 Organização do Caderno do aluno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 Organização do Caderno do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 O trabalho com o 4o ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Unidade 1 – Carta, e-mail e relato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Unidade 2 – Entrevista: diálogos para conhecer e pensar sobre o mundo . . . . . .18 Unidade 3 – Confabulando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 Unidade 4 – A curiosidade descobre os verbetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25 Unidade 5 – Poemas para sentir, entender e contar uma história . . . . . . . . . . . . . .30 Acompanhamento e avaliação de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 Referências bibliográfi cas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 Comentários e sugestões página a página Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 151 Unidade 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175 Port4ºAnoPROF.indd 7Port4ºAnoPROF.indd 7 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM Port4ºAnoPROF.indd 8Port4ºAnoPROF.indd 8 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 9 Apresentação dos Cadernos de apoio e aprendizagem A produção deste material se justifi ca por contemplar as es- pecifi cidades da rede pública municipal paulistana do ponto de vista de suas realidades regionais, das condições de acervo de livros, de equipamentos disponíveis, de espaços físicos das escolas e do processo de formação de educadores desenvolvi- do nos últimos cinco anos. Os Cadernos dos alunos têm formato consumível, para que eles possam usá-los individualmente e fazer as atividades tanto em sala de aula quanto em casa. Um DVD acompanha os Cadernos do professor e contém os vídeos previstos em algumas atividades, além de textos a serem lidos para os alunos (em determinados casos). O foco das atividades dos Cadernos são as expectativas de aprendizagem relativas às práticas de leitura, produção es- crita, escuta e produção oral de textos e de análise e refl exão sobre a língua e a linguagem, articuladas em torno dos gêne- ros selecionados propostas para estudo e aprofundamento. Assim, para cada ano, estão previstas cinco unidades – que correspondem às esferas/gêneros selecionados para o traba- lho com sequências didáticas ou projetos.1 O quadro a seguir apresenta os gêneros selecionados para os dois ciclos do En- sino Fundamental. 1 Para mais especifi cações dessas modalidades de atividade, ver p. 121 e 134 das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I e p. 106-107 das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa. Port4ºAnoPROF.indd 9Port4ºAnoPROF.indd 9 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 10 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Gêneros selecionados em cada ano do Ciclo I em sequências didáticas ou projetos Esfera de circulação Cotidiana Jornalística Literária (prosa) Literária (verso) Escolar 1o ano Bilhete/Recado Legenda/ Comentário de notícia Conto de repetição Parlenda/Regras de jogos e brincadeiras Diagrama/ Explicação 2o ano Receita Manchete/Notícia televisiva e radiofônica Conto tradicional Cantiga/Regras de cirandas e brincadeiras cantadas Verbete de curiosidades/ Explicação 3o ano Regras de jogo Notícia/ Comentário de notícias Conto tradicional Poema para crianças Verbete de enciclopédia infantil/Explicação 4o ano Carta, e-mail, relato de experiências vividas Entrevista Fábula Poema narrativo Verbete de enciclopédia infantil/ Exposição oral 5o ano Roteiro e mapa de localização/ Descrição de itinerário Notícia/Relato de acontecimento cotidiano Lenda e mito Poema Artigo de divulgação científi ca para crianças/ Exposição oral Gêneros selecionados em cada ano do Ciclo II em sequências didáticas ou projetos Esfera de circulação Vida pública e profi ssional Jornalística Literária (prosa) Literária (verso) Escolar 6o ano Carta de solicitação e de reclamação/ Debate Entrevista Conto/Causo Canção Biografi a/ Depoimento 7o ano Requerimento e carta de solicitação e de reclamação/ Solicitação, reclamação Resenha/ Comentário HQ e tiras/Piadas Cordel Artigo de divulgação científi ca/ Exposição oral 8o ano Estatuto/Debate regrado Notícia, reportagem/ Notícia televisiva e radiofônica Crônica/Relato de fatos cotidianos Poema visual/Rap Verbete de enciclopédia/ Exposição oral 9o ano Currículo/ Entrevista profi ssional Artigo de opinião/ Comentário Teatro Poema Relato histórico/ Exposição oral Port4ºAnoPROF.indd 10Port4ºAnoPROF.indd 10 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 11 Expectativas de aprendizagem As expectativas de aprendizagem, organizadas em torno das práticas de linguagem – leitura, produção de texto, fala e es- cuta e análise linguística –, “são metas de desenvolvimento que se alargam e se aprofundam progressivamente, conforme as possibilidades e necessidades dos estudantes. A cada ano do ciclo, são exploradas basicamente as mesmas expectati- vas de aprendizagem, em graus de complexidade crescentes”.2 Nos Cadernos do professor, as atividades estão acompanhadas das respectivas expectativas de aprendizagem para o ano, o gênero e a prática de linguagem contemplada, com a mesma formulação presente no documento de orientações curricula- res. Essas são as aprendizagens que se espera que todos os alunos construam (como diz Vygotsky,3 aprendizagens que possam, no fi m de cada etapa de trabalho, fazer parte de seu desenvolvimento). Algumas atividades abrangem expec- tativas propostas para anos ou ciclo posteriores, o que se justifi ca por se tratar de um processo de construção em que é importante que o que se espera ver consolidado em deter- minado ano seja processualmente trabalhado desde os anos anteriores (para Vygotsky, fariam parte do desenvolvimento potencial dos alunos – criariam zonas de desenvolvimento proximal –, vindo, futuramente, a fazer parte de seu desen- volvimento real). Há ainda questões que não se referem diretamente às ex- pectativas de aprendizagem, quer para o ano em questão, quer para os seguintes, mas que foram propostas porque, de alguma forma, contribuem com os processos de compreensão ou produção dos textos, objetivo maior de qualquer material didático ou prática pedagógica. Uma nota sobre o trabalho com gêneros No dia a dia, participamos de várias esferas de atividades (fa- miliar/cotidiana, escolar, jornalística, acadêmica, produtiva/ de consumo, política etc.), realizando ações próprias des- sas esferas. Toda esfera de atividade é também uma esfera 2 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 36. 3 VYGOSTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987. Port4ºAnoPROF.indd 11Port4ºAnoPROF.indd 11 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 12 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP de comunicação, e, para agir, nos comunicamos mediante os gêneros textuais que nelas circulam. Assim, ao nos apropriar- mos deles, temos oportunidade de participar mais adequada e plenamente das práticas de linguagem que circulam em cada uma dessas esferas, razão pela qual elegemos os gêneros tex- tuais como um dos eixos organizadores do currículo, articu- lados às práticas de linguagem – leitura, produção escrita, escuta/produção oral e análise linguística. Desse modo, ga- rantimos também um movimento metodológico que privilegia as práticas de uso – leitura/produção escrita, escuta/produ- ção oral – em relação às práticas de análise linguística, que devem reverter para os próprios usos. Portanto, é necessário cuidado para não transformar o tra- balho com os gêneros em uma série de atividades meramen- te classifi catórias e metalinguísticas não convergentes para o uso – leitura/escuta e produção de textos. Não adianta o aluno saber dizer uma série de características dos gêneros (de forma decorada), se não puder reverter esse conhecimen- to para a compreensão e/ou produção de textos relativos a esses gêneros textuais. Também na exploração dos elementos constitutivos dos gê- neros, é fundamental garantir uma perspectiva que relacione os gêneros (e os textos) aos contextos das esferas em que circulam, àssuas condições de produção típicas (e específi - cas) e ao contexto sócio-histórico mais amplo, indo além de uma perspectiva de abordagem meramente formal/estrutural, possibilitando que o aluno compreenda conteúdos explícitos e implícitos, interaja efetivamente com os textos lidos e pro- duza textos adequados a cada uma das situações. Integração entre as modalidades de atividades Cabe ressaltar que os Cadernos de apoio e aprendizagem abrangem parte das modalidades de atividades propostas para os anos – sequências didáticas e projetos. Ao fazer seu planejamento, você deve prever também atividades perma- nentes ou pontuais, não contidas neste Caderno, para que as demais intenções educativas possam se concretizar: não Port4ºAnoPROF.indd 12Port4ºAnoPROF.indd 12 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 13 é possível formar leitor literário ou de periódicos (jornais, revistas etc.) apenas trabalhando alguns gêneros em algumas séries. É preciso promover uma interação signifi cativa cons- tante com esses portadores.4 Organização do Caderno do aluno Em cada Unidade, há um grupo de atividades que contem- plam expectativas de aprendizagem elaboradas especifi ca- mente para o ano/gênero/esfera/prática de linguagem abor- dada. Cada uma delas, por sua vez, é composta por uma série de questões, exercícios e demandas de ações articuladas. Todas as Unidades são abertas com uma seção – Para co- meço de conversa – que objetiva convidar os alunos para o trabalho, contar quais serão os conteúdos trabalhados e as principais produções e ativar alguns conhecimentos prévios sobre o gênero em questão. É fundamental que você leia o texto dessa seção com os alunos, garantindo que eles tenham conhecimento do que vão estudar, por que isso está sendo proposto e o que se espera deles, para que também eles pos- sam aderir à proposta. Após essa seção, são apresentadas atividades que compre- endem exploração oral e respostas escritas coletivas e indi- viduais. Questões a serem exploradas oralmente não preveem espaço/linhas para resposta. Algumas das atividades (devidamente indicadas) supõem que os alunos assistam a vídeos. É fundamental que você os assis- ta previamente e leia as orientações para o desenvolvimento dessas atividades, a fi m de fazer mediações que potenciali- zem o uso desse recurso. Embora o trabalho com vídeo não seja uma proposta nova, infelizmente ainda é prática pouco frequente nas escolas e “o vídeo tem entrado na sala de aula quase pela porta de trás”. No entanto, trata-se de recurso de grande potencial mobilizador – pelas diferentes lingua- gens de que se vale, pelos ritmos e tempos dinâmicos conso- nantes com o tempo (de atenção/concentração) dos alunos, pela forma sofi sticada de contar histórias ou pela forma 4 Para melhor organização e fundamentação de seu planejamento, é essencial a leitura do item 4.2.1 Língua Portuguesa (p. 123-136) das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I e do item 5.3 Planejamento da rotina e das modalidades organizativas (p. 96-111) das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa do. Port4ºAnoPROF.indd 13Port4ºAnoPROF.indd 13 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 14 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP sintética e organizada de apresentar/discutir informações. Além disso, é de grande relevância para o trabalho com gêne- ros orais, cujos modelos de texto também precisam ser dis- cutidos. Senão, como ensinar a debater ou a participar de seminários se aos alunos não se permite assistir a debates e apresentações e discutir suas fi nalidades, seus conteúdos e características? Entretanto, o vídeo por si só não promove a interação. Daí a importância fundamental de sua mediação, que pode e deve prever pausas, retomadas, elaboração de ou- tras questões/atividades, objetivando o ajuste necessário en- tre o proposto e as possibilidades/necessidades dos alunos. No fi m de cada Unidade, a seção Retomando percursos propõe uma retomada da aprendizagem, mediante uma síntese que destaca os principais conteúdos/conceitos, relações e habi- lidades, e/ou mediante uma proposta de (auto)avaliação. Organização do Caderno do professor O Caderno do professor traz orientações de uso geral do ma- terial (Apresentação dos Cadernos) e orientações específi cas para uso dos volumes (O trabalho com o 4o ano). Cada volume conta com uma breve descrição dos gêneros que serão objeto de trabalho (subsídios direcionados para o professor, que não necessariamente devem ser aplicados aos alunos), orienta- ções gerais para a condução das atividades, possibilidades de resposta e, algumas vezes, indicações de atividades comple- mentares ou referências bibliográfi cas. Por último, deve-se ressaltar que as propostas de atividade fornecem pistas para caminhos que só serão efetivamente tri- lhados (contando com rotas alternativas que se façam neces- sárias) com a interação professor-alunos. Apenas a mediação do professor pode concretizar uma proposta didática. Bom trabalho! Port4ºAnoPROF.indd 14Port4ºAnoPROF.indd 14 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 15 O trabalho com o 4o ano Unidade 1 – Carta, e-mail e relato Carta (pessoal e de leitor), e-mail e relato de experiência vivida são o foco da Unidade 1 do Caderno do 4o ano e abrangem o trabalho com a esfera cotidiana. As atividades destacam diferentes situações comunicativas nas quais esses gêneros se fazem presentes para contemplar distintos modos e meios de contar, sugerir e opinar. Em relação às cartas, cabe dizer que são produzidas em dife- rentes esferas de comunicação, respondendo, portanto, a di- ferentes objetivos. Segundo Silva (1997, apud Bezerra, 2007, p. 210), ao analisar cartas em geral, é possível reconhecer [...] que seu corpo permite variados tipos de comunicação (pedido, agradecimento, informações, cobrança, intima- ção, notícias familiares, prestação de contas, propaganda e outros), o que a faz afi rmar que, embora sendo cartas, não são da mesma natureza, pois circulam em campos de atividade diversos, com funções comunicativas varia- das: nos negócios, nas relações pessoais, na burocracia, no trabalho... Assim, esses tipos de cartas podem ser considerados como subgêneros do gênero maior “carta”, pois todos têm algo em comum – sua estrutura básica: a seção de contato, o núcleo da carta e a seção de despe- dida – mas são diversifi cados em suas formas de realiza- ção, em suas intenções. É assim que temos carta pedido, carta-resposta, carta pessoal, carta programa, carta circu- lar, carta do leitor, carta ao leitor e tantas outras. Assim, serão enfocados os “subgêneros” carta pessoal e carta de leitor, além do e-mail (e-mail pode signifi car endereço ele- trônico, suporte ou gênero) e do relato de experiência vivida. Os quadros a seguir visam a sintetizar e a sistematizar algumas características recorrentes desses gêneros: seu conteúdo te- Port4ºAnoPROF.indd 15Port4ºAnoPROF.indd 15 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 16 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP mático (domínio discursivo; o que é possível ser dito em tex- tos desses gêneros), sua forma composicional (como o texto se organiza, as partes que o compõem e como se articulam) e seu estilo (que elementos e recursos da língua são selecionados). Estas descrições têm por objetivo sistematizar as principais características desses gêneros relacionadas com o contexto de sua produção. Não se pretende que os quadros se consti- tuam em um rol de conteúdos a ser transmitido aos alunos. Apenas algumas características foram selecionadas e incor- poradas às atividadespropostas. Breve descrição do gênero carta pessoal I – Situação comunicativa Em geral, interlocutores próximos. Na maioria dos casos, a resposta não é dada na mesma hora. Objetivos: relatar ou solicitar algo, desabafar, fazer contatos etc. O uso dos correios para a entrega da carta é o mais comum. II – Conteúdo temático Relato de situações diversas, como rotina (escolar, de trabalho), passeio, viagem, novas/ inusitadas experiências etc., vinculadas a períodos, espaços e temas variados; solicitações etc. III – Construção composicional e marcas linguísticas (estilo) • Data completa (local, dia, mês e ano). • Identifi cação dos interlocutores. • Relato de um ou mais fatos relacionados a uma ou mais situações. • Despedida (uso de expressões como: beijos, com carinho, até breve etc. e indicação do autor). • Texto na primeira pessoa. • Uso de marcadores de tempo, como: ontem, hoje, amanhã, mês que vem etc. • Vocabulário que expressa sensações e sentimentos, como: conquista, alegria, tristeza e saudade, por meio de adjetivos e advérbios, entre outros. • Linguagem informal, marcada pela intimidade entre os interlocutores. Breve descrição do gênero relato de experiência vivida5 I – Conteúdo temático Situações vivenciadas por uma pessoa (ou por um grupo), relacionadas a períodos específi cos de sua vida, espaços determinados e temas pontuais. II – Construção composicional e marcas linguísticas (estilo) • Contextualização inicial do relato, identifi cando tema/espaço/período. • Identifi cação do relator como sujeito das ações descritas e experiências vividas. • Referência à ação ou às ações relatadas. • Apresentação das ações, com base na sequência dos fatos. • Encerramento, expressando sentimentos e efeitos na vida do relator e dos envolvidos. • Escrito em primeira pessoa (singular ou plural). • Emprego de articuladores textuais (eixo temporal) como: depois, em seguida etc. • Marcas de sensações, efeitos, como: surpreso, confuso, decepcionado etc. 5 Descrição baseada em BRÄKLING, K. L. Caracterização do gênero relato de experiências vividas, mimeo., 2008. Port4ºAnoPROF.indd 16Port4ºAnoPROF.indd 16 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 17 Breve descrição do gênero carta de leitor6 I – Situação comunicativa Autor: leitor de determinada publicação. Destinatário: corpo editorial de uma publicação (jornal, revista etc.). Objetivo: comentar, elogiar, criticar etc. algum fato noticiado ou a publicação de alguma matéria. Dar sugestões também é uma possibilidade. Suporte/circulação: jornais, revistas (nestes as cartas são editadas), sites etc. II – Conteúdo temático Opinião, sugestão, comentários relacionados a assuntos veiculados em revistas e jornais (impressos e virtuais). III – Construção composicional e marcas linguísticas (estilo) • Título: em geral relacionado à matéria que originou a carta. • Identifi cação completa do autor, com endereço. • Data em que foi escrita. • Presença de opinião (podendo ser sustentada ou não) e/ou sugestão. • Comentário conciso e objetivo sobre a matéria lida ou sobre o veículo de comunicação. • Em geral, escrita em primeira pessoa. • Quando a opinião é sustentada, pode conter operadores argumentativos: uma vez que, por isso, pois etc. Breve descrição do e-mail 7 I – Situação comunicativa Autor/destinatário: usuários da internet. Objetivo: várias possibilidades: solicitar, lembrar, comentar, convidar, informar e opinar, entre outros. Suporte/circulação: provedores da internet. II – Construção composicional e marcas linguísticas (estilo) a) Na escrita para envio de um e-mail, estão presentes: • “para” (endereço digital de um ou mais destinatários); • “assunto”; • “cópias/cópias ocultas”; destinatários copiados (não são os principais, mas devem, por alguma razão, ter ciência da mensagem); • “anexar arquivo” e “procurar” (para inserir documentos que acompanharão a mensagem); • produção do texto contendo abertura/saudação inicial, texto vinculado ao assunto apresentado e fechamento/despedida. b) Na elaboração de uma resposta a uma mensagem enviada, estão presentes: • “para” (endereço eletrônico do autor da mensagem inicial); • “assunto” (indicado por “Re:” e seguido do assunto já apresentado na mensagem inicial); • “cópias/cópias ocultas”; • “anexar arquivo” e “procurar” (para inserir documentos que acompanharão a mensagem); • texto contendo abertura/saudação, resposta defi nida pelo e-mail enviado e fechamento/ despedida. • em geral, escrito em primeira pessoa. • em geral, apresenta informalidade e objetividade nas informações. 6 Descrição baseada em SME/DOT, Guia de planejamento e orientações didáticas para o professor do 3o ano – Ciclo I, 2008, p. 168. 7 Descrição baseada em PAIVA, V. L. M. de. O e-mail: um novo gênero textual. In: MARCUSCHI, L. A.; XAVIER, A. C. (Orgs.), 2004, p. 68-90. Port4ºAnoPROF.indd 17Port4ºAnoPROF.indd 17 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 18 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Unidade 2 – Entrevista: diálogos para conhecer e pensar sobre o mundo A entrevista é o foco da Unidade 2 e integra a proposta de trabalho com gêneros jornalísticos que, no Ciclo I, contem- pla legenda (1o ano), manchete/notícia televisiva e radiofô- nica (2o ano), notícia impressa (3o e 5o anos), comentário de notícia (1o e 3o anos) e relato de fato cotidiano (5o ano). As atividades destacam a entrevista em diferentes situações comunicativas, em suportes diversos, priorizando os objeti- vos, os papéis assumidos por entrevistador e entrevistado e a organização do texto. A proposta de trabalho com o gênero entrevista na sequên cia de atividade insere-se em dois momentos do Ensino Funda- mental: no 4o e no 6o anos. Portanto, propõe-se uma progres- são para o trabalho com o gênero como destacado no quadro a seguir: 4o ano 6o ano • Exploração inicial dos suportes de circulação: entrevistas em jornais, revistas, na TV e pela internet. • Objetivos da entrevista. • Papéis de entrevistador e entrevistado. • Exploração inicial de roteiro e demais etapas de elaboração de uma entrevista. • Entrevista com um membro da escola ou da comunidade. • Relação entre suportes de circulação de entrevistas e contextos de produção. • Objetivos da entrevista e análise de temas, argumentos e posicionamentos dos entrevistados. • Exploração das etapas de preparação da entrevista. • Entrevista gravada seguida de transcrição e organização dos dados. Contato com vários temas para mostrar opiniões e explicações sobre fatos polêmicos e/ou de interesse público e informações sobre a vida de personalidades públicas. Idem, com maior complexidade na seleção de assuntos. • Título, abertura e indicação de cada pergunta seguida da resposta. • Trechos de entrevista em reportagens. • Perguntas frequentes: O quê? / Quando? / Como? / Por quê? • Título, abertura e presença dos pares: pergunta/resposta ordem/execução convite – aceitação/recusa cumprimento/ cumprimento xingamento – defesa/revide acusação – defesa/justifi cativa pedido de desculpa/perdão • Trechos de entrevista em reportagens. • Uso de pronomes interrogativos (que, qual, quem e quanto). • Uso de advérbios interrogativos (onde, quando, como e por quê). Port4ºAnoPROF.indd 18Port4ºAnoPROF.indd 18 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 19 O quadro a seguir visa a sintetizar e a sistematizar algumas características da entrevista, referentes a seu conteúdo te- mático (domínio discursivo; o que se pode dizer em textos desse gênero), sua forma composicional (como o texto se or- ganiza, as partes que o compõem e como se articulam) e seu estilo (que elementos e recursosda língua são selecionados). Esta descrição tem por objetivo sistematizar as principais características desse gênero relacionadas com o contexto de sua produção. Não se pretende que o quadro se constitua em um rol de conteúdos a serem transmitidos aos alunos. Apenas algumas características foram selecionadas e incorporadas às atividades propostas. Breve descrição do gênero entrevista I – Situação comunicativa (entrevista jornalística) Entrevistador Jornal/revista/instituição, jornalista/apresentador/repórter ou personalidade pública. Entrevistado Especialista, personalidade pública ou alguém que vivenciou um fato de relevância social. Audiência/leitor Leitores de determinada publicação, site, blog etc., ou espectadores/ouvintes de determinado programa jornalístico (leitores com determinado perfi l). Objetivo/intenção • Informar. • Explicar. • Formar opinião. • Prestar serviços para leitores/espectadores etc. Local de circulação/ publicação Revistas, jornais, sites, blogs, programas jornalísticos de TV e rádio. Outras características da situação comunicativa Pressupõe conhecimento prévio ou estudo sobre o entrevistado e o assunto a ser abordado, bem como elaboração prévia de roteiro. Se entrevista publicada em jornais impressos e revistas, pressupõe ainda trabalho de edição (exclusão de marcas da oralidade, repetições, hesitações etc.) que visa a garantir maior clareza e objetividade ao texto, destacando falas consideradas mais relevantes para o leitor (a critério do entrevistador ou do editor) e adequação do texto ao espaço disponível da publicação. Port4ºAnoPROF.indd 19Port4ºAnoPROF.indd 19 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 20 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP II – Conteúdo temático • Informações que podem ajudar a esclarecer um fato relevante, explicar um assunto científi co, uma questão política, apresentar uma produção cultural etc. • Opiniões sobre um tema polêmico de relevância social. • Informações/relatos sobre a vida de personalidades e fatos considerados de interesse público. • Prestação de serviços para leitores/espectadores com informações úteis relacionadas ao dia a dia etc. III – Construção composicional e marcas linguísticas (estilo) Entrevista publicada em revistas e jornais. • Título/chamada (opcional). • Abertura para contextualizar a entrevista: – informações sobre o entrevistado; – informações sobre o assunto da entrevista; – destaques para as falas principais etc. • Estrutura típica: pergunta-resposta, as quais são marcadas por alguma indicação que permita identifi car seus enunciadores – entrevistado/entrevistador: indicação explícita antes das falas – “entrevistador”, “nome do jornal ou revista” etc. e nome do entrevistador – ou por letras diferentes. Quando a entrevista está inserida em reportagens, as perguntas podem estar depois de enunciados como: “em relação a...” e “sobre o tema...”, entre outras. Já as respostas, em geral, são indicadas pelo uso de aspas e itálico, seguidos de “conforme o entrevistado”; “comentou/ salientou/afi rmou/ressaltou o entrevistado” etc. Registro variável segundo a audiência, o entrevistado e a relação entre entrevistador e entrevistado. Port4ºAnoPROF.indd 20Port4ºAnoPROF.indd 20 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 21 Unidade 3 – Confabulando A Unidade 3 é parte da proposta de trabalho com gêneros literários. O objetivo central é permitir o acesso do aluno à literatura, “cujos textos de fi cção em verso e em prosa se apresentam à apreciação e à fruição estética de modo a pro- duzir maravilhamento e refl exão a respeito das experiências humanas”.8 Atualmente, a fábula pode ser defi nida como uma narrativa concisa, escrita em prosa ou em verso que, predominante- mente, apresenta em seu enredo animais como personagens, podendo também ter outros seres, objetos inanimados ou se- res humanos, e é marcada pela presença implícita ou explíci- ta de uma moral, um ensinamento ou uma crítica. Na evolução desse gênero, conforme demonstra Vygotsky (1999), as discussões sempre oscilaram entre enfatizar seu caráter didático-moralizante ou destacar seu valor estético, como um gênero literário. Na história da fábula no Ociden- te, Esopo (século VI a.C.) teria sido o maior divulgador do primeiro modelo – o didático-moralizante –, considerando a fábula um poderoso panfl eto político, um forte instrumento de publicidade das normas sociais (do certo e do errado, do adequado e do inadequado na vida em sociedade). Um olhar mais estético sobre o gênero começou com a ino- vação introduzida por Fedro e aprimorada por La Fontaine9 que recuperaram as fábulas de Esopo recriando-as em ver- sos. Essa modifi cação exigiu a incorporação de elementos da poesia, como as rimas, por exemplo, aproximando a fábula da arte literária. Daí em diante, na história da produção das fábulas passaram a coexistir as duas tendências: a que se manteve no sermão e na didática nua e a que enveredou pela poesia. Esse novo caminho da fábula provocou mudanças em sua for- ma composicional (de narrativa em prosa para narrativa em verso), alterou o modo de dizer (o estilo – os recursos ex- pressivos empregados) que, por sua vez, também provocou 8 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 34. 9 Caio Júlio Fedro ou Gaius Julius Phaedrus: escritor latino que viveu de 15 a.C. a 50. Recolheu, reescreveu e adaptou as fábulas atribuídas a Esopo à versifi cação latina. Jean de La Fontaine: viveu no século XVII (1621-1695). Reelaborou as fábulas do grego Esopo (século VI a.C.) e do romano Fedro (século I d.C.). Considerado um dos mais importantes escritores da França, é conhecido por modernizar as fábulas, com o frescor da poesia, imprimindo-lhes ritmo e ironia. Port4ºAnoPROF.indd 21Port4ºAnoPROF.indd 21 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 22 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP alterações em seu conteúdo temático (o que é dito/pode ser dito em uma fábula). Ao inovarem na forma, os novos fabulistas passaram a valo- rizar mais os procedimentos artísticos, como iriam escrever a história: passou-se a detalhar mais a descrição das persona- gens e da própria situação (uso de palavras que qualifi cam); a moral passou a ser entendida como parte constitutiva da fábula, incorporando-se no interior do texto e não mais des- tacado dele, tornando-se mais um recurso expressivo na pro- dução do sentido desejado (humor, crítica, ironia...). Essa inovação não signifi cou o abandono do caráter mora- lizante, mas acrescentou um valor estético ao conteúdo di- dático e revestiu a fábula de dupla fi nalidade: divulgar um ensinamento moral ou uma crítica e ser apreciada como um objeto estético. Atualmente, podemos perceber o uso de recursos expressivos da poesia nas novas versões das fábulas em prosa de Esopo e nas traduções ou adaptações das fábulas de La Fontaine (de versos para prosa). Passam a constituir essas novas versões recursos como: rima (mesmo em prosa); uso de comparações e metáforas na descrição das personagens; e uso de parado- xos, antíteses ou inversões de valores na construção da ironia ou do humor, em geral presente na elaboração de uma nova versão da moral que propõe novos valores, considerando o contexto sócio-histórico atual. Exemplos desse tipo poderão ser observados especialmente nas fábulas contemporâneas, como nas diferentes versões de “A cigarra e a formiga”, tra- balhadas neste Caderno. Neste trabalho, considerando o público a que se destina, o objetivo é favorecer a prática da leitura de fábulas, atentan- do para suas diferentes formas de apresentação e os diferen- tes sentidos construídos nas distintas versões com as quais terãocontato. Em segundo lugar, e não com menos ênfase, privilegia-se a produção de textos orais e escritos. Desse modo, as atividades propostas enfatizarão o caráter moralizante e estético do gênero, recorrendo à observação e Port4ºAnoPROF.indd 22Port4ºAnoPROF.indd 22 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 23 à análise da forma de organização e dos recursos linguísticos na construção do discurso da fábula, a fi m de possibilitar que esses saberes benefi ciem a compreensão e a produção de fábulas. A seguir, apresentamos um quadro que visa a sintetizar e a sistematizar algumas características das fábulas. Esta descrição tem por objetivo sistematizar as principais características do gênero, relacionadas ao contexto de sua produção. Não se pretende que o quadro se constitua em um rol de conteúdos a ser transmitido aos alunos. Apenas algumas características foram selecionadas e incorporadas às atividades propostas. Breve descrição do gênero fábula I – Situação comunicativa Autor Este gênero está ligado, em sua origem, à tradição oral. Passou a ser registrado na escrita por reconhecidos autores, como Esopo, seguido de Fedro, La Fontaine e outros. Objetivo Divulgar um ensinamento moral visando a regular determinados valores sociais ou apresentar uma crítica a valores considerados indesejáveis são algumas das fi nalidades da fábula, que, como todo gênero literário, também se presta a apreciações como um objeto estético. Suporte/circulação Atualmente, as fábulas são contadas, recontadas e reinventadas por vários outros escritores espalhados pelo mundo que, ao reelaborá-las, imprimem nelas sua marca autoral. Elas incorporam aspectos da cultura de cada lugar, fazendo uso de várias mídias, em diversos contextos sociais. Encontramos as fábulas em livros impressos, vídeos/áudios da internet e em programas de TV. II – Conteúdo temático A fábula apresenta um conteúdo didático-moralista que veicula valores éticos, políticos, religiosos ou sociais. Port4ºAnoPROF.indd 23Port4ºAnoPROF.indd 23 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 24 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP III – Construção composicional e marcas linguísticas (estilo) Tal conteúdo temático pode vir organizado de modo a destacar o discurso moralista – mais comum nas fábulas em prosa clássicas – ou pode assumir um valor mais estético, com uma linguagem metafórica e presença de descrições que investem na constituição poética das personagens e da ação narrativa. Nesse caso, o desfecho é, em geral, supreendente, humorístico ou impactante. Em prosa ou verso, as fábulas se organizam como uma narrativa concisa: há uma ação que se desenvolve em razão do estabelecimento de um problema (confl ito) que envolve alguma competição entre as personagens (quem é o mais forte, o mais rápido, o mais inteligente, o mais esperto...) com um desfecho crítico ou exemplar. Por ser uma narrativa curta, em geral, a ação da fábula apresenta um episódio do cotidiano da vida das personagens e, por isso, o tempo e o espaço quase sempre são vagos e só especifi cados se forem fundamentais para o desenvolvimento da ação. A moral, nas fábulas clássicas, aparece como o objetivo verdadeiro, e a fábula é criada para demonstrá-la. Por essa razão, normalmente, a moral aparece explícita, evidente, no fi m do texto. Já nas fábulas em versos, a moral passou a constituir-se como parte do fazer artístico da fábula e pode: a) não ser explícita; b) estar incorporada à fala das personagens; c) servir como introdução à narrativa. A voz que fala (3a pessoa): tanto nas versões clássicas das fábulas em prosa de Esopo quanto em versões mais atuais em versos, assume, normalmente, a voz da sociedade. Para obter esse efeito, usa-se a narração em 3a pessoa, que distancia o narrador do que acontece na história. Nas versões mais modernas (versos de La Fontaine ou prosas mais atuais), a voz assume um caráter mais individual e contestador dos valores sociais ou dos comportamentos humanos. É como se esse novo narrador dialogasse com a sociedade e expressasse sua opinião pessoal que pode, muitas vezes, contrariar o que se tem como valor (exemplo disso são, novamente, as várias versões de “A cigarra e a formiga” em que os narradores “defendem” a cigarra). Ao assumir essa voz individual, com certa frequência, o narrador se coloca pessoalmente na fábula, fazendo uso da 1a pessoa, como acontece, por exemplo, em muitas fábulas de La Fontaine: “... que eu não estou falando senão a verdade”. A escolha das personagens da fábula está diretamente relacionada a seu potencial de colaboração para o desenvolvimento da ação narrativa. Ou seja, os animais ou outros seres são escolhidos em razão de: a) alguma característica específi ca – que, muitas vezes, assume certa oposição (ágil, lento, ligeiro, pesado, leve, belo, feio...); b) algum traço, certo caráter de sua ação (manso, feroz, traiçoeiro, forte, frágil, desprotegido, perigoso, inofensivo...) Cabe ressaltar que a preferência pelo uso de animais e de outros seres animados ou inanimados como personagens é que eles dão colorido à narrativa, porque ilustram, personifi cam caracteres humanos, de modo a serem facilmente substituídos por estes. Port4ºAnoPROF.indd 24Port4ºAnoPROF.indd 24 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 25 10 ALMEIDA, Fernanda Lopes de. A curiosidade premiada. São Paulo: Ática, 1985. Unidade 4 – A curiosidade descobre os verbetes Sua fi lha sofre de curiosidade acumulada. [...] Pode fi car bem grave. Se ninguém responder às perguntas dela. [...] A criança vai fi cando entupida de perguntas sem respostas. E pode até explodir.10 Fernanda Lopes de Almeida A curiosidade é o principal motor da construção do conheci- mento, do desenvolvimento de teorias e das descobertas científi cas. De fato, sem essa força interior a movimentar a mente humana, não haveria como impulsionar o estudo e as investigações sobre os fenômenos do mundo. A curiosidade e a dúvida não caladas, não reprimidas podem funcionar como propulsores da busca do conhecimento, que se encontra re- gistrado em enciclopédias, livros, revistas, jornais e também na memória e na prática das pessoas. Esta Unidade visa a oferecer ferramentas para que os alunos possam encontrar informações que satisfaçam sua curiosida- de a respeito dos mais variados assuntos e atendam a suas necessidades como estudantes e como cidadãos. Seu foco reside na leitura e produção de verbetes de enciclopédia in- fantil, possibilitando práticas de fala, leitura e escrita com as mais diversas fi nalidades: prazer, estudo, divulgação etc. Durante o desenvolvimento das propostas, observe seus alu- nos e faça as intervenções necessárias para que avancem no processo de letramento (uso da leitura e da escrita) e nos conhecimentos discursivos (como fazer um resumo, de que recursos linguísticos lançar mão em uma exposição oral). A enciclopédia é quase sempre a primeira fonte de consulta, por causa de sua abrangência. Pode ser composta de apenas um volume ou mais de 30; seus artigos são escritos por es- pecialistas em diferentes ramos do saber, sob a coordenação de um editor-chefe; em geral, o nome ou as iniciais do autor constam do fi nal dos artigos. O rol de colaboradores costuma vir indicado no início de cada volume ou da obra. Avalia-se Port4ºAnoPROF.indd 25Port4ºAnoPROF.indd 25 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 26 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP o valor de uma enciclopédia por seu grau de atualização e pela capacidade de seus colaboradores. Há diferentes tipos de organização. Algumas enciclopédias dividem assuntos ge- rais em pequenos artigos, dispostos alfabeticamente; outras abordam grandes temas, sob os mais diferentes aspectos,em um único artigo. Além das explicações, descrições e conside- rações sobre o tema, podem apresentar o desenvolvimento histórico, a situação atual e uma bibliografi a, para os que quiserem se aprofundar. É comum as enciclopédias destinadas a estudantes do En- sino Fundamental organizarem os assuntos em ordem alfa- bética. Normalmente, na lombada de cada volume aparecem letras-guia, que ajudam a localizar seu conteúdo. As grandes enciclopédias (Barsa, Britannica, Delta Larousse) costumam trazer, no primeiro ou no último volume, um índice geral de todos os nomes que porventura possam representar assunto de interesse, facilitando a busca e reunindo os temas que versam ou estejam relacionados a um mesmo assunto, de modo a garantir a informação mais completa possível. Hoje as enciclopédias mais conhecidas estão disponíveis em ver- são digital. O verbete de enciclopédia infantil é o foco da Unidade 4 do 4o ano e integra a proposta de trabalhar com os gêne- ros da esfera escolar em diálogo com a esfera da divulgação científi ca, que, no Ciclo I, contempla: diagrama/explicação (1o ano), verbete de curiosidades/explicação (2o ano), verbete de enciclopédia infantil/explicação (3o ano), verbete de enci- clopédia infantil/exposição oral (4o ano), artigo de divulgação científi ca para crianças/exposição oral (5o ano). Tais gêneros pressupõem um trabalho interdisciplinar e apontam para o fato de que “as práticas de linguagem envolvidas no estu- do de diferentes conteúdos do currículo escolar podem ser aprendidas desde que sejam objeto de ensino sistemático”.11 A proposta de trabalho com o gênero verbete na sequência de atividades insere-se em quatro momentos do Ensino Funda- mental, em uma progressão específi ca para o trabalho com o gênero ao longo dos dois ciclos: 11 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 34. Port4ºAnoPROF.indd 26Port4ºAnoPROF.indd 26 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 27 Ciclo I Ciclo II 2o ano 3o ano 4o ano 8o ano Verbete de curiosidades e explicação Verbete de enciclopédia infantil e explicação Verbete de enciclopédia infantil e exposição oral Verbete de enciclopédia e exposição oral O trabalho iniciado com os verbetes de curiosidades – que circulam em revistas infantis e suplementos –, no 2o ano, avança, no 3o e 4o anos, para a leitura e produção de verbe- tes de enciclopédia infantil. O quadro da página 28 visa a sintetizar e a sistematizar algumas características do verbete de enciclopédia infantil relacionadas com seu contexto de produção, com destaque para o conteúdo temático (o que se pode dizer em textos desse gênero), a forma composicional (como o texto se organiza, as partes que o compõem e como se articulam) e o estilo (que elementos e recursos da língua são selecionados). Não se trata de um rol de conteúdos a ser transmitido aos alunos. Apenas algumas características fo- ram selecionadas e incorporadas em progressão às atividades propostas para o 3o e 4o anos, cujas expectativas de apren- dizagem previstas são basicamente as mesmas, mas em um movimento que as torna “metas de desenvolvimento que se alargam e se aprofundam, progressivamente, conforme as possibilidades e necessidades dos estudantes”.12 No 4o ano, espera-se que os alunos possam, além de pro- duzir verbetes, participar de exposições orais sobre temas de seu interesse. Quem vai expor precisa se preocupar com: localização de diferentes fontes; seleção, registro e organi- zação das informações de acordo com o tema e a fi nalidade da exposição; preparo e escolha de estratégias e recursos de apresentação dos conteúdos, tendo em vista possíveis inter- locutores – antecipando interesses e conhecimentos prévios desse público, possíveis questões que serão feitas –, bem como o espaço onde será feita a apresentação. A linguagem deve ser formal, clara e objetiva e a exposição, didática e organizada de maneira a facilitar a compreensão do público. 12 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 36. Port4ºAnoPROF.indd 27Port4ºAnoPROF.indd 27 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 28 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP A explicação oral insere-se também no campo da divulgação científi ca, uma vez que aponta para a reformulação de um discurso “especializado” em razão dos interlocutores.13 Breve descrição do gênero verbete de enciclopédia infantil14 I – Situação comunicativa Autor Os verbetistas normalmente escrevem os verbetes, mas não são identifi cados. Dessa forma, pressupõe-se – assim como nos dicionários – uma autoria coletiva. Os autores são, em geral, especialistas de determinados campos científi cos ou áreas do conhecimento. Público-alvo Crianças interessadas em explicações científi cas para realizar pesquisas escolares ou outras fi nalidades relacionadas com a divulgação do conhecimento. Objetivo/intenção Inserir as crianças na cultura científi ca, apresentando-lhes conceitos e explicações por meio de estratégias de divulgação do conhecimento adequadas ao público infantil, de forma mais simples e didática. Local de circulação/ publicação Enciclopédias, revistas de divulgação científi ca para crianças, livros didáticos, suplementos infantis, sites para crianças. II – Conteúdo temático De modo geral, as enciclopédias apresentam uma diversidade de temas relativos ao conhecimento humano, acumulado ao longo dos séculos em diversas áreas e campos de estudos. Existem também enciclopédias temáticas, que abordam temas específi cos (astronomia, música, botânica, animais, corpo humano, dinossauros etc.). Há ênfase na explicação mais simplifi cada de conceitos, fatos e noções discutidos pelos cientistas e/ou pelas várias tradições. III – Estrutura composicional e marcas linguísticas (estilo) • Texto breve, iniciado por uma palavra de entrada (em destaque) ou título (nas enciclopédias infantis). • Imagens (fotos e ilustrações), infográfi cos, mapas, tabelas e gráfi cos que dialogam com o texto verbal explicativo. O estilo das ilustrações volta-se para o público-leitor infantil. • Organização dos verbetes em ordem alfabética, numérica ou temporal. • Corpo do texto com defi nições com sequências textuais descritivas, expositivas, mas também narrativas. • Termos específi cos destacados com recursos gráfi cos (negrito, itálico) ou numerados. • Uso predominante da terceira pessoa do singular, ou seja, ausência das marcas pessoais de subjetividade. • Verbos predominantemente no presente do indicativo. • Linguagem científi ca, com recursos didáticos como explicações, retomadas, analogias e metáforas para se aproximar do público infantil. • Exemplos e boxes que procuram ampliar o tema, aproximando-se do leitor infantil. 13 CHARAUDEAU, Patrick; MAINGUENEAU, Dominique. Explicação e transmissão de conhecimentos. In: Dicionário de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2004. 14 A descrição tomou como base ROJO, R. H. R., 2008. Port4ºAnoPROF.indd 28Port4ºAnoPROF.indd 28 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 29 Faça registros dos progressos e das difi culdades. Mostre aos alunos seus avanços, por menores que sejam, e conscientize-os dos aspectos em que precisam melhorar. Aproveite o horário coletivo para compartilhar suas conquistas e difi culdades com os colegas e, periodicamente, dê retorno aos familiares, pro- curando enfatizar sempre as aprendizagens e possibilidades dos alunos e não apenas suas difi culdades. Port4ºAnoPROF.indd 29Port4ºAnoPROF.indd 29 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 30 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESPUnidade 5 – Poemas para sentir, entender e contar uma história15 Ao tratarmos dos textos da esfera literária (prosa e verso), ex- ploramos a leitura e a produção de textos que são, antes de tudo, objetos estéticos, “obras de arte”. Essa é a esfera privi- legiada para desenvolver a sensibilidade dos estudantes para o uso estético da palavra. Por isso, é fundamental que o professor proporcione aos estudantes experiências ricas em emoção es- tética e os estudantes aprendam a apreciar um texto literário, assim como eles fazem com a música, o cinema e outras lin- guagens artísticas. Nessa esfera, é fundamental que o estudan- te possa elaborar critérios próprios para selecionar, avaliar e criticar os textos que lê, e que tenha liberdade de se expressar emocional e esteticamente.16 Esta Unidade é parte da proposta de trabalho com os gêne- ros da esfera literária, desenvolvida ao longo de todo o En- sino Fundamental. O objetivo central dessa proposta, consi- derada no todo, é o de permitir o acesso efetivo dos alunos à literatura, “cujos textos de fi cção em verso e em prosa se apresentam à apreciação e fruição estética de modo a pro- duzir maravilhamento e refl exão a respeito das experiências humanas”.17 No Ensino Fundamental, o poema é o centro das atividades em cinco anos distintos: Ciclo I Ciclo II 3o ano 4o ano 5o ano 8o ano 9o ano Poema para crianças Poema narrativo Poema Poema visual Poema Como se pode observar no quadro acima, no 4o ano, o foco é o gênero poema narrativo, em suas modalidades oral e escrita. O poema narrativo, como o próprio nome diz, é um gê- nero híbrido: conta uma história em forma de poema. Os poetas antigos recitavam histórias de deuses e heróis, em 17 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 34. 16 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, p. 95-96. 15 Segundo o Minidicionário Aurélio da Língua Portuguesa (Curitiba: Positivo, 2008), poesia é a “arte de criar imagens, de sugerir emoções por meio de uma linguagem em que se combinam sons, ritmos e signifi cados”. Na mesma obra, poema é defi nido como: “obra, em verso ou não, em que há poesia”. Ou seja, poema refere-se a textos que têm ritmo e sonoridade próprios e contêm poesia; poesia refere-se àquilo que torna um texto poético. Port4ºAnoPROF.indd 30Port4ºAnoPROF.indd 30 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 31 epopeias18 e baladas, e essa é a origem do gênero. Também muitas fábulas, que costumamos considerar narrativas em prosa, foram escritas originariamente como poemas nar- rativos, como as de La Fontaine. Muito presente nas ma- nifestações literárias atuais, o poema narrativo apresenta personagens, ambiente e acontecimentos de um modo que sensibiliza o leitor. Vale assinalar que a epopeia surgiu na Grécia antiga como gênero poético destinado a cantar o coletivo. Já a poesia lírica, acompanhada da fl auta ou da lira, sempre esteve mais voltada para a expressão de sentimentos subjetivos, como as cantigas de ninar, os lamentos pela morte de alguém, os cantares de amor... A subjetividade e a emoção, inerentes ao ser humano, são marcas decisivas do lirismo. O que diferencia um poema de um desabafo íntimo (ambos portadores de subjetividade) é o trabalho estético ou artístico de seleção e ordenação das pa- lavras. É a intensa expressividade formal que faz com que um texto poético se destaque entre muitos outros e permaneça no tempo. Assim, o objetivo principal do trabalho desta Unidade é sen- sibilizar os alunos para a poesia, familiarizá-los com a lin- guagem poética, fazê-los sentir prazer em ler e ouvir poe- sia, de maneira que possam desfrutá-la e, em suas tentativas poé ticas, expressar de forma natural sentimentos e emoções. Espera-se que eles ampliem suas aprendizagens no que se re- fere a como se lê e como se produz um poema narrativo e que você, como mediador desse processo, oriente-os para ler e ouvir cada poema, levando-os a saborear a história, o ritmo, os sons, as imagens, a disposição gráfi ca, não uma única vez, mas várias. E, se nesse convívio os alunos perceberem de que estratégias os poetas lançam mão para provocar em nós o impacto pró- prio da poesia e, mais ainda, se conseguirem utilizar esses recursos em seus poemas, não se pode pedir mais nada. 18 Epopeia é uma longa narrativa literária de caráter heroico, grandioso e de interesse nacional ou social. Da Grécia nos chegaram exemplos magnífi cos da poesia épica: a Ilíada e a Odisseia, cuja autoria é atribuída ao lendário poeta Homero. Compostas provavelmente durante o século VIII a.C., tais epopeias representam a culminância de séculos de poesia oral. Composições desse tipo, em versos, foram criadas antes da invenção da escrita e conservadas graças à memória de incontáveis gerações de poetas-cantores, os aedos. Port4ºAnoPROF.indd 31Port4ºAnoPROF.indd 31 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 32 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Breve descrição do gênero poema narrativo I – Conteúdo temático Todos os temas podem ser objeto dos poemas narrativos: um fato pitoresco, uma história moralizante (como as fábulas), um caso de amor. II – Estrutura composicional e estilo Um poema narrativo, mesmo que conte uma história, sempre se organiza em versos, que exploram de modo intencional a sonoridade e alcançam uma divisão estrutural e lógica distinta dos parágrafos em prosa, com surpreendentes efeitos de musicalidade e sentido. Os versos são agrupados em conjuntos, chamados estrofes, que podem variar em quantidade de versos. Na passagem da forma cantada para a escrita, os poemas conservaram recursos que aproximam música e palavra: as repetições de estrofes, de ritmos, de versos (refrão), de palavras, de sílabas, de fonemas, enfi m, as rimas e todas as imagens que põem em harmonia o som e o sentido das palavras. A musicalidade da linguagem, em um casamento perfeito entre som e sentido, é um dos componentes mais importantes de qualquer tipo de manifestação poética. III – Aspectos estilísticos Nenhum outro gênero trabalha tanto a expressividade como o poético, pela concentração semântica, pelo ritmo e pela musicalidade, pela procura dos efeitos sugestivos e simbólicos das palavras, pela busca da originalidade, pela forma inesperada de dizer as coisas. Por meio de repetições, redundâncias, inversões, antíteses, paradoxos, eufemismos, hipérboles, comparações e, sobretudo, metáforas, a linguagem poética subverte a norma gramatical e a lógica discursiva e cria um contexto impreciso em que tudo se dissolve: o eu, o mundo e a própria estrutura da língua. Um texto é sempre o resultado das experiências do autor à época de sua produção, isto é, de sua maneira de ver o mundo, de suas expectativas, crenças, valores, dos conheci- mentos de que dispunha naquele momento, das infl uências que recebeu. A leitura desse texto também é fruto das expe- riências e conhecimentos de que dispõe o leitor, do momento histórico em que ocorre a leitura. Assim, nem sempre os sen- tidos aparentemente mais signifi cativos para o autor corres- pondem aos sentidos atribuídos por seus possíveis leitores, ainda que autor e leitores dominem a mesma língua e vivam no mesmo tempo. Por isso, nunca se pode exigir que todos os alunos leiam um texto da mesma forma ou como o professor (ou o autor do livro didático) leu. O importante é fazer com que procurem os signifi cados possíveis de cada um dos textos e abrir espaço para que todos se manifestem e acolham as diversas leituras, e, assim, organizar uma possível leitura coletiva. Port4ºAnoPROF.indd 32Port4ºAnoPROF.indd 32 9/16/10 11:32 AM9/16/1011:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 33 Acompanhamento e avaliação de aprendizagem Para acompanhamento sistemático do trabalho realizado ao longo de cada Unidade, encontra-se em suas páginas fi nais a avaliação individual dos alunos. As atividades da seção “Retomando percursos” foram elaboradas com base na aprendi- zagem dos gêneros propostos para cada ano/ciclo nas Orien- tações curriculares e proposição de expectativas de aprendiza- gem para o Ensino Fundamental, como no exemplo a seguir: A proposta é: imagine que um jornalista de uma revista infantil chega à sua escola para saber se os alunos leem as entrevistas das revistas infantis e o que sabem sobre elas. Você, com todo o conhecimento que já tem sobre o assunto, foi o escolhido para responder às perguntas. Vamos lá? Leia as perguntas abaixo e preencha o quadro com suas respostas. PERGUNTAS RESPOSTAS Qual o seu nome completo, idade e em que ano está na escola? Se alguém quiser encontrar uma entrevista, onde poderá procurá-la? O que um entrevistador deve fazer para conseguir uma boa entrevista? O que faz parte do papel do entrevistado? Qual a importância do roteiro para a entrevista? Por fi m, volte à questão 10 (página 52) da atividade 4 e veja o que mais você aprendeu sobre entrevista de lá para cá! Port4ºAnoPROF.indd 33Port4ºAnoPROF.indd 33 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 34 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP O objetivo é que esse não seja o único instrumento de ava- liação, mas que o professor estabeleça, durante o desenvol- vimento das Unidades, outros critérios e indicadores para avaliar o processo de ensino e aprendizagem. [...] Observar, compreender, explicar uma situação não é avaliá-la; essas ações são apenas uma parte do processo. Para além da investigação e da interpretação da situação, a avaliação envolve necessariamente uma ação que pro- mova a melhoria. [...] O papel do avaliador, ativo em termos de processo, transforma-se no de partícipe do sucesso ou do fracasso dos alunos, uma vez que os percursos individuais serão mais ou menos favorecidos a partir de suas decisões pe- dagógicas que dependerão, igualmente, da amplitude das observações. [...] O professor assume o papel de investigador, de es- clarecedor, de organizador de experiências signifi cativas de aprendizagem. Seu compromisso é o de agir refl etida- mente, criando e recriando alternativas pedagógicas ade- quadas a partir da melhor observação e conhecimento de cada um dos alunos, sem perder a observação do conjunto e promovendo sempre ações interativas (Hoffmann, 2009, p. 17-18). O professor poderá elaborar para cada Unidade uma planilha, como a da página 35, com as expectativas de aprendizagem contempladas na sequência didática, mostrando o que o es- tudante sabe e o que é preciso retomar, por meio da regula- ção de atividades e de intervenções mais pontuais. Port4ºAnoPROF.indd 34Port4ºAnoPROF.indd 34 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 35 Legenda: S = sim; P = parcialmente; N = não. Expectativas de aprendizagem Alunos Unidade 2 – Entrevista: diálogos para conhecer e pensar sobre o mundo 1 2 3 4 5 6 7 8 9... P26 Relacionar a entrevista à situação comunicativa e ao suporte em que circula originalmente. S P27 Estabelecer conexões entre o texto e os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores. P P28 Explicitar o assunto do texto. N P29 Inferir o sentido de palavras ou expressões a partir do contexto ou selecionar a acepção mais adequada em verbete de dicionário ou de enciclopédia. P30 Correlacionar causa e efeito, problema e solução, fato e opinião. P31 Produzir entrevista, levando em conta o gênero e seu contexto de produção. P32 Revisar e editar o texto focalizando os aspectos estudados na análise e refl exão sobre a língua e a linguagem. P33 Identifi car, com auxílio do professor, possíveis elementos da organização interna da entrevista: a abertura da interação, seu corpo e seu fechamento. P34 Preparar roteiro para realizar entrevista. P35 Reconhecer e assumir os papéis do entrevistador (abre e fecha, faz perguntas, pede a palavra do outro, introduz novos assuntos, reorienta a interação) e do entrevistado (responde e fornece as informações pedidas). Port4ºAnoPROF.indd 35Port4ºAnoPROF.indd 35 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM Port4ºAnoPROF.indd 36Port4ºAnoPROF.indd 36 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 37 Referências bibliográfi cas ABREU, Márcia. Cultura letrada: literatura e leitura. São Paulo: Editora Unesp, 2006. . Histórias de cordéis e folhetos. Campinas: Mercado de Letras, 1999. BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007. . Pesquisa na escola: o que é, como se faz?. São Paulo: Loyola, 1999. BARBOSA, Jacqueline Peixoto. Trabalhando com gêneros do discurso: argumentar – cartas de solicitação e de reclamação. São Paulo: FTD, 2005. . Trabalhando com gêneros do discurso: fábulas. São Paulo: FTD, 2001. . 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Port4ºAnoPROF.indd 38Port4ºAnoPROF.indd 38 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 39 ROJO, R. H. R. A prática de linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. Campinas: Mercado de Letras, 2000. . O letramento escolar e os textos de divulgação científi ca: a apropriação dos gêneros de discurso na escola. In: KLEIMAN, A.; BALTAR, M. (Orgs.). Linguagem em (Dis)curso, Palhoça, Unisul, v. 8, n. 3, set.-dez. 2008. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO/DIRETORIA DE ORIEN- TAÇÃO TÉCNICA. Guia de planejamento e orientações didáticas para o professor do 3o e 4o ano. São Paulo: SME/DOT, 2007. . Projeto Intensivo do Ciclo I. São Paulo: SME/DOT, 2006. . Orientações curriculares e proposição de expectativas de apren- dizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, 1o ao 5o ano. São Paulo: SME/DOT, 2007. . Orientações curriculares e proposição de expectativas de apren- dizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa. 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Tente descobrir o que os alunos sabem sobre esse fato histórico, retomando alguns as- pectos essenciais – interesse dos portugueses, rota percorrida etc., e pergunte se têm alguma ideia do conteúdo da carta: “Pero Vaz de Caminha escreve para o rei de Portugal tão logo as carave- las chegam ao Brasil.”, “Quais seriam os assuntos da carta?”. Espera-se que possam dizer que a carta deve contar como foi a viagem, descrever o Brasil, seus habitantes, suas terras etc., e o que aconteceu quando a tripu- lação desembarcou em terras brasileiras. Port4ºAnoPROF.indd 43Port4ºAnoPROF.indd 43 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 44 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP • P1 Relacionar a carta ou o e-mail à situação comunicativa e ao suporte em que circula originalmente. • P2 Estabelecer conexões entre o texto e os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores. • P3 Explicitar o assunto do texto. • P4 Inferir o sentido de palavras ou expressões a partir do contexto ou selecionar a acepção mais adequada em verbete de dicionário ou de enciclopédia. • P5 Recuperar informações explícitas. Explore com os alunos o contex- to de produção das cartas, sobre- tudo seus diferentes objetivos e tipos de leitores. Não se esqueça de comentar com eles que as cartas devem ser co- locadas em envelopes, preenchi- dos com os dados do remetente lado da caixa de correio, onde chegam as cartas. Nota: Em respeito ao texto origi- nal, manteve-se a expressão “aqui jaz cartas” (na língua padrão, grafa-se “aqui jazem cartas”). e do destinatário antes de enviá- -las ao correio. Explore também a ilustração: “Quem estaria lendo as cartas?” Possibilidade: quem as escreveu, já que o texto diz que jamais foram entregues. “Onde ele está encostado?” Ironicamente ao Port4ºAnoPROF.indd 44Port4ºAnoPROF.indd 44 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 4O ANO 45 • P1 Relacionar a carta ou o e-mail à situação comunicativa e ao suporte em que circula originalmente. • P11 Relatar experiências vividas, respeitando a sequência temporal e causal. • P12 Participar de situações de intercâmbio oral, formulando perguntas ou estabelecendo conexões com os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores. Ao longo desta Unidade, a pro- dução de envelopes será explo- rada, sendo importante que eles possam relacioná-la a situações de uso como as indicadas: as car- tas produzidas nas cenas do fi lme “Central do Brasil” (que posterior- mente serão colocadas em um en- velope e postadas) e a escrita de cartas familiares. Atividade 2: Esta atividade será iniciada em sala de aula, com a indicação da resposta para a ques- tão e apresentação das etapas do trabalho, uma vez que os alunos a farão em casa. Como requer um tempo de elaboração, passe para a atividade 3, garantindo um tempo viável, em outras aulas, para a apresentação do relato da experiên cia de todos os grupos. Cartas de amor Permanece; encontra-se. Para demonstrar seu amor. Para guardar a carta escrita e indicar nome e endereço para envio pelo correio. Por falta de coragem X X Port4ºAnoPROF.indd 45Port4ºAnoPROF.indd 45 9/16/10 11:32 AM9/16/10 11:32 AM 46 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Sugira aos alunos que procurem pessoas idosas para essa conver- sa, pois será interessante com- parar o que elas escreveram no passado
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