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“O país dos contos de fadas se encontra em nossa alma.” Hans Dieckmann Valores sociais da Literatura Infantil O que é Literatura? Literatura infantil Confusão nos conceitos Breve histórico O f rigens da Literatura infantil Esopo La Fontaine Perrault I ã Gi rm os Grimm Andersen Conceito de Literatura A palavra Literatura vem do latim"litteris" (Letras). Literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, relacionando-se com as artes dagramática da retórica e da poética Por gramática, da retórica e da poética. Por extensão, refere-se, especificamente, à arte ou ofício de escrever de forma artística. O que é Literatura? Na literatura, as palavras ultrapassam seus limites de significação. Podendo, assim, conquistar novos espaços e passar novas possibilidades de perceber a realidade. O artista sente escolhe e manipula as O artista sente, escolhe e manipula as palavras, organiza-as para que produzam um efeito que vá além da sua significação objetiva, procurando aproximá-las do imaginário. A obra do escritor é fruto de sua imaginação. Da concretização desse trabalho surge então a obra literária. A literatura e o trabalho do escritor O escritor, dotado de uma percepção aguçada, capta a realidade pelos seus sentimentos. Explora as possibilidades linguísticas e as manipula no nível semântico, fonético e sintático. A literatura é uma manifestação artística A literatura é uma manifestação artística, diferindo-se das demais pela maneira como se expressa. Sua matéria-prima é, pois, a palavra, a linguagem. A Literatura e o trabalho do escritor "Escrevo porque gosto. Com meus textos, quero botar para fora algo que não consigo deixar dentro. E escrevo para criança porque tenho uma certa afinidade de linguagem. Mas não tenho intenção didática, não quero transmitir nenhuma mensagem não sou transmitir nenhuma mensagem, não sou telegrafista. Acredito que a função da obra literária é criar um momento de beleza através da palavra. Em momento algum eu acho que a linguagem deva ser simplificada. Em meus livros não há condescendência, tatibitate nem barateamento da linguagem. A colocação dos pronomes é consciente, a regência e a concordância são rigorosas. As rupturas são intencionais, têm uma função estilística.”(Ana Maria Machado) Literatura infantil O conceito de Literatura infantil é discutido entre os estudiosos. Há os que defendem que é o objeto escolhido pelo seu próprio leitor; outros que é o objeto de formação de um agente transformador da sociedade e há os que questionam o da sociedade e há os que questionam o fato de existir uma literatura infantil ou dela ser uma questão de estilo. Conceitos "Literatura Infantil é todo o acervo literário eleito pela criança"(Bárbara Vasconcelos Bahia) "Literatura Infantil são os livros que têm a capacidade de provocar a emoção, o prazer,o entretenimento, a fantasia, a identificação e o interesse da criançada." (Leo Cunha) "A literatura, e em especial a infantil, tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação: a de servir como agente de formação, seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo leitor/texto estimulado pela escola diálogo leitor/texto estimulado pela escola“ (Nelly Novaes Coelho) "O gênero literatura infantil tem, a meu ver, a existência duvidosa. Haverá música infantil? Pintura infantil? A partir de uma obra literária deixa de se constituir alimento para o espírito da criança ou do jovem e se dirige ao espírito adulto? " (Carlos Drummond de Andrade) Literatura infantil Embora considerada por uns como arte “menor” por ter sua designação voltada para a criança, a literatura infantil começa a viver uma nova etapa em sua história. A palavra literatura significa arte e deleite; sendo assim o termo infantil e deleite; sendo assim, o termo infantil associado à literatura não significa que ela tenha sido feita necessariamente para crianças. Na verdade, a literatura infantil é aquela que corresponde de alguma forma aos que corresponde, de alguma forma, aos anseios do leitor e que se identifique com ele. Há uma enorme discussão entre os teóricos para entender a Literatura Infantil. A discussão passa pela conceituação, a concepção da infância e do leitor, a ligação da literatura infantil e a escola até o caráter literário dessas a escola, até o caráter literário dessas obras para crianças. Um pouco de história Os primeiros livros para crianças surgem somente no final do século XVII, escritos por professores e pedagogos. Estavam diretamente relacionados a uma função utilitário-pedagógica e, por isso, foram sempre considerados uma forma literária sempre considerados uma forma literária menor. A produção para a infância surgiu com o objetivo de ensinar valores (caráter didático), ajudar a enfrentar a realidade social e propiciar a adoção de hábitos . Dentro do contexto da literatura infantil, a função pedagógica implicava a ação educativa do livro sobre a criança. De um lado, relação comunicativa leitor-obra, tendo por intermediário o pedagógico, que dirige e orienta o uso da informação; que dirige e orienta o uso da informação; de outro, a cadeia de mediadores que interceptam a relação livro-criança: família, escola, biblioteca e o próprio mercado editorial, agentes controladores de usos que d cu ta à c a ça a usos que dificultam à criança a decisão e escolha do que ler e de como ler. (PALO, Maria José e OLIVEIRA, Maria Rosa D.) Origens da Literatura infantil Quando e onde teriam nascido as narrativas maravilhosas, que hoje conhecemos como Literatura infantil clássica? Quem teria inventado as histórias que os avós dos nossos avós já conheciam e contavam para as crianças? Onde teriam nascido Cinderela, Branca de Neve, Chapeuzinho vermelho, O pequeno polegar e tantas outras personagens? Onde teriam nascido as fadas? Em que lugar do mundo teriam acontecido os encantamentos? As magias? As bruxarias ou metamorfoses que envolviam animais falantes, sapos que se transformavam em príncipes, princesas que dormiam durante cem anos e eram acordadas pelo beijo apaixonado do príncipe? O impulso de contar histórias deve ter nascido no homem, no momento em que ele sentiu necessidade de comunicar aos outros as suas experiências, que poderiam ter significação para todos. Não há povo que não se orgulhe de suas há povo que não se orgulhe de suas histórias, tradições e lendas, posto que elas representam a expressão de seus valores sociais e culturais. A origem da Literatura infantil, conhecida atualmente como "clássica", encontra-se na Novelística Popular Medieval que tem suas origens na Índia. Descobriu-se que, desde essa época, a palavra impôs-se ao homem como algo mágico como um homem como algo mágico, como um poder misterioso, que tanto poderia proteger, como ameaçar, construir ou destruir. As narrativas, de caráter mágico ou fantasioso, são conhecidas hoje como literatura primordial. Nessa literatura, foi descoberto o fundo fabuloso das narrativas orientais, que se forjaram durante séculos a C e se difundiram por durante séculos a.C., e se difundiram por todo o mundo, por meio da tradição oral. Literatura infantil clássica: grandes influências Esopo (+/- 620 a.C.); Jean de La Fontaine (1621/1695); Charles Perrault (1628/1703); Os irmãos Grimm: Jacob (1785/1863) e Wilhelm (1786/1859); Wilhelm (1786/1859); Hans Christian Andersen (1805/1875). Esopo, fabulista grego, tornou-se célebre por suas fábulas, chegando a ser conhecido em todas as literaturas.Levanta-se a possibilidade de sua obra ser uma compilação de fábulas ditadas pela sabedoria popular da antiga Grécia pela sabedoria popular da antiga Grécia. As primeiras versões escritas das fábulas de Esopo datam do séc. III d. C. e muitas traduções foram feitas para várias línguas, não existindo uma versão que possa a a se a s p ó a da afirmar ser mais próxima da primordial. Antes do advento da impressão, as fábulas de Esopo eram ilustradasem louça, em manuscritos e até em tecidos. Esopo As histórias de Esopo são de caráter moral e alegórico, cujos papéis principais eram desenvolvidos por animais. Em Atenas, essas fábulas, de tradição oral, eram conhecidas e apreciadas. As suas fábulas sugeriam normas de conduta que são exemplificadas pela ação dos animais (mas também de homens, deuses e mesmo coisas inanimadas). Esopo partia da cultura popular para compor as suas histórias, transcritas 200 anos depois de sua morte. A cigarra e a formiga Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de comida. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado molhados. De repente aparece uma cigarra: Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de comida!(...) Mas por quê? O que você fez durante overão? Por acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno?(...) Para falar a verdade, não tive tempo, Passei o verão todo cantando! Falaram as formigas: Bom... Se você passou o verão todo cantando, que tal passar o inverno dançando? (...) Moral da história: Os preguiçosos colhem o que merecem. Disponível em<http://asfabulasdeesopo.blogspot.com.br/2009/04/cigarrae-formiga.html>.Acesso em 13 mai. 2012. La Fontaine Jean de La Fontaine, poeta e fabulista, dedicou-se ao resgate de antigas historietas moralistas, guardadas pela memória popular: as fábulas. Escreveu o romance "Os Amores de Psique e Cupido" e tornou e tornou-se próximo dos se próximo dos escritores Molière e Racine. Em 1668 foram publicadas as primeiras fábulas, num volume intitulado "Fábulas Escolhidas". O livro era uma coletânea de 124 fábulas dividida em seis partes 124 fábulas, dividida em seis partes. O Lobo e o Cordeiro, A cigarra e a formiga, a raposa e as uvas. O leão e o rato Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho começou a correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe a pata em cima, abriu a bocarra e preparou-se para o engolir. Perdoa-me! - gritou o ratinho - Perdoa-me desta vez e eu nunca o esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim? O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e o deixou partir. Dias depois o Leão caiu numa armadilha Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o queriam oferecer vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio para o transportarem. Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam. E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais. Moral da história: Não devemos Moral da história: Não devemos subestimar os outros. Disponível em<http://pensador.uol.com.br/fabulas_de_jean_de_la_fontain e/ >. Acesso em 13 mai. 2012. Perrault Charles Perrault, além de estabelecer bases para um novo gênero literário, o conto de fadas, foi o primeiro a dar acabamento literário a esse gênero da literatura, feito que lhe conferiu o título de Pai da Literatura Infantil A primeira de Pai da Literatura Infantil. A primeira coletânea de contos infantis foi publicada no século XVII, chamada “Contos da Mãe Gansa (1697). Suas histórias mais conhecidas são Chapeuzinho Vermelho, A bela adormecida, O gato de botas, Cinderela, entre outras. Perrault, membro da alta burguesia, foi imortalizado por criar uma literatura de cunho popular que agradou às crianças e contou também com a aprovação dos adultos. Com pouco mais de 50 anos, trocou o serviço ativo pela educação dos trocou o serviço ativo pela educação dos filhos. Movido por esse desejo, começou a registrar as histórias da tradição oral contadas, principalmente, pela mãe ao pé da lareira. Com quase 70 anos, publicou uma obra de contos conhecida, na época, como "contos de velha", "contos da cegonha" ou “Contos da mamãe Gansa”, sendo esse último o título pelo qual ficou conhecido o livro em todo o mundo A conhecido o livro em todo o mundo. A primeira edição, de 1697, recebeu o nome de "Histórias ou contos do tempo passado com moralidades", que remete à famosa moral da história presente ao final de cada texto. Irmãos Grimm Os irmãos Jacob e Wilhelm Grimm dedicaram-se ao registro de várias histórias infantis, ganhando notoriedade e expandindo seus textos pela Europa e América. Também deram grandes contribuições à língua alemã com um contribuições à língua alemã com um dicionário (O Grande Dicionário Alemão) e estudos de linguística e folclore. Os Irmãos Grimm entregaram-se à busca das histórias, transmitidas por gerações, pela tradição oral. Histórias famosas dos autores: A Bela adormecida, Branca de Neve e os sete anões, Chapeuzinho Vermelho, A Gata borralheira, entre outras. Nos contos, sempre há uma mensagem positiva que se pode tirar das aventuras dos heróis e do castigo dos vilões. Bruxas, monstros, lobos e dragões serviam como um alerta para as crianças se afastarem de estranhos e obedecerem se afastarem de estranhos e obedecerem aos pais. As pessoas bondosas são premiadas e as maldosas são castigadas. Não é sempre que isso acontece na vida real, mas na fantasia dos irmãos Grimm quem merece sempre ganha um final feliz. Andersen Hans Christian Andersen teve infância pobre e dificuldade para se educar. No entanto, os seus ensaios poéticos e o conto "Criança Moribunda" garantiramlhe um lugar no Instituto de Copenhague. Escreveu peças de teatro canções Escreveu peças de teatro, canções patrióticas, contos e, principalmente, contos de fadas, pelos quais é mundialmente conhecido. O Patinho Feio, O Soldadinho de Chumbo, A Pequena Sereia A Pequena Sereia, A Roupa A Roupa Nova do Rei, A Pequena Vendedora de Fósforos, A Polegarzinha, dentre outros. As histórias de Andersen desenrolam-se, em sua grande maioria, presas ao cotidiano. Andersen teve a oportunidade de conhecer bem os contrastes da abundância organizada, ao lado da miséria sem horizontes Ele mesmo miséria sem horizontes. Ele mesmo pertenceu a essa faixa social. Andersen vai tornar mais explícitos os padrões de comportamento exigidos pela Sociedade Patriarcal, Liberal, Cristã e Burguesa que então se consolidavam. A par desses valores éticos, sociais, políticos e culturais que regem a vida dos homens em sociedade, o autor insiste, também, no comportamento cristão que devia nortear pensamentos e ações da humanidade. Andersen é a primeira voz autenticamente romântica a contar histórias para as crianças e a sugerir-lhes padrões de comportamento. Ele demonstra, em suas histórias, ternura pelos pequenos e desvalidos no pelos pequenos e desvalidos, no confronto constante estabelecido entre o poderoso e o desprotegido e o forte e o fraco. Esopo e La Fontaine: diálogos Jean de La Fontaine dedicou-se à carreira literária, escrevendo para crianças e adultos. Os livros de literatura adulta não sobreviveram. Suas fábulas, entretanto, escritas em versos elegantes, deram-lhe enorme popularidade. enorme popularidade. “Sirvo-me dos animais me dos animais para instruir os homens”, dizia. Os animais simbolizavam os homens, suas manias e seus defeitos. La Fontaine reeditou muitas das fábulas clássicas de Esopo, o pai do gênero. Há muito mistério em torno de sua vida: muito mistério em torno de sua vida: escravo, corcunda e gago, teria sido executado por haver cometido o crime de blasfêmia. Suas fábulas são curtas, bem humoradase trazem sempre uma moral no fim. Esopo, La Fontaine e a fábula A fábula é um texto narrativo curto utilizado para se opor à opressão, para criticar usos e costumes e mesmo pessoas. Para fugir da repressão que poderia haver por parte de quem fosse criticado os autores usavam muitas criticado, os autores usavam, muitas vezes, animais como personagens de suas histórias. Esse gênero apresenta um fundo moral, utilizado com fins educativos. A moral das fábulas adquiriu vida própria transformando-se em provérbios - frases prontas, vindas do conhecimento popular, transmitidas de boca em boca e que encerram um certo ensinamento sob algum aspecto da vida. As fábulasPor se tratar de um gênero transmitido oralmente, as fábulas costumam ter muitas versões. A mesma história ganha roupagens diferentes, em épocas e regiões diferentes. “A cigarra e a formiga”, além das versões de Esopo e de La Fontaine, possui versões de Monteiro Lobato, José Severino, entre outras. A cigarra e a formiga Aquele que trabalha E guarda para o futuro Quando chega o tempo ruim Nunca fica no escuro. (...) A formiga então lhe disse Com um arzinho sorridente Se no verão só cantavas Com sua voz estridente Agora aproveitas o ritmo E dance um samba bem quente. José Severino Perrault e o resgate de narrativasfolclóricas Perrault não criou as narrativas de seus contos, editou-as para que elas se adequassem à audiência da corte do rei Luís XIV (1638-1715). Estas eram narrativas folclóricas contadas pelos camponeses governantas e serventes camponeses, governantas e serventes que forneceram a matéria-prima para os contos. Após coletar tais narrativas, Perrault eliminou o quanto pôde as passagens obscenas ou repugnantes que continham obscenas ou repugnantes que continham incesto, sexo grupal e canibalismo, para manter o seu apelo literário junto aos salões letrados parisienses. Irmãos Grimm e a consciência linguística O G s irmãos Grimm, por dez anos, dedicaram-se à Gramática Germânica; depois envolveram-se na mitologia do seu país, determinados em estabelecer algo comparável aos mitos nórdicos e eslavos, já bastante divulgados. Foi esta tarefa que concedeu ao mundo os contos de fadas, coletados como parte da evidência necessária desse trabalho mais amplo. Os autores, já adultos, examinavam esses contos com olhos críticos e com a esses contos com olhos críticos e com a esperança de que iluminassem a história, as crenças e os costumes da longa sucessão de camponeses alemães que haviam concedido a essas histórias suas formas finais. Perrault, Irmãos Grimm e Chapeuzinho Vermelho A versão de Chapeuzinho Vermelho, ou Capuchinho, de Perrault (séc. XVII), apresenta um final trágico, pois tanto a avó quanto a garota são engolidas pelo lobo. Por esse motivo, não era originalmente considerada como conto originalmente considerada como conto de fadas. O final feliz aparece na versão dos Irmãos Grimm (séc. XIX), com o aparecimento do caçador que salva a menina e sua avó e coloca as pedras no menina e sua avó e coloca as pedras no estômago do lobo. Chapeuzinho Vermelho e a moralização A versão de Perrault termina com a moralidade expressa em um poema de quinze versos, o qual metaforiza a sedução da donzela. Perrault explicita tudo ao máximo e, na conclusão de Bettelheim, "a imaginação do ouvinte não a imaginação do ouvinte não entra em ação para dar um significado pessoal à história". Essa versão trágica e didática perde muito de seu atrativo ao se apresentar como uma advertência às mocinhas ingênuas. Educa pelo medo, da mesma forma que o fazem as narrativas populares. Impedindo, portanto que, a interpretação e a imaginação da criança fluam livremente. Chapeuzinho Vermelho As versões brasileiras do clássico utilizam as adaptações dos Irmãos Grimm. Na história, aparece o caçador que salva Chapeuzinho e sua avó. A inserção do salvador, que para muitos psicanalistas representa a figura psicanalistas representa a figura protetora do pai, transforma esse conto em uma história atraente. Muito embora a história fale de perigos tão improváveis como encontrar um lobo no caminho para a casa da avó e ser devorada porele, continua a exercer fascínio sobre a criança. O lobo é o ser estranho, o desconhecido, aquele que engana com a aparência de bondade. Andersen e os ideais românticos Andersen foi o primeiro autor a usar o estilo romântico para contar histórias para crianças. Reinventou o conto de fadas para os novos tempos em que a sociedade aprendeu a valorizar a infância, respeitando as diferenças de cada indivíduo. A infância seria a idade de ouro do ser humano e a adolescência era o momento de pureza que se corromperia no mundo adulto. Valores românticos em Andersen Defesa dos direitos iguais, pela anulação das diferenças de classe (A Pastora e o Limpador de Chaminés) Valorização do indivíduo por suas qualidades intrínsecas e não por seus privilégios ou atributos exteriores (O Pati nho Feio – A Pequena Vendedora de Fósforos) Atração pelo diferente, pelo incomum, pela aventura (A Pequena Sereia – O Soldadinho de Chumbo) Consciência da precariedade de vida, eventualidade de situações (O Soldadinho de Chumbo – O Homem da Neve) Crença na superioridade das coisas naturais em relação às artificiais (O Rouxinol)
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