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LIGA ACADÊMICA DE CIRURGIA GERAL FAMERV Acadêmicas: Bárbara França; Ana Carolina Névoa Orientadoras: Dra Lilian, Dra Jéssyca TRAUMA TORÁCICO 2 ASPECTOS GERAIS DO TRAUMA TORÁCICO Responsável por 25% das mortes por trauma; 85 a 90% dos traumatismos torácicos contusos são tratados por medidas simples; Menos de 10 % dos traumatismos fechados do tórax e somente 15 a 30% das lesões penetrantes necessitam de tratamento cirúrgico (toracoscopia ou toracotomia). 3 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA Atendimento conforme ATLS; Evitar ou corrigir hipóxia; Identificação das lesões de risco; Assegurar e permeabilizar vias aéreas; Não explorar o ferimento; Tratamento definitivo; 4 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 5 A – Via Aérea • Permeabilidade da via; • Troca de Ar; • Lesões da Laringe; • Luxação esterno- clavicular; B – Respiração • Exposição do tórax e pescoço; • Frequência e Padrão Respiratório; • Cianose como sinal tardio; C – Circulação • Avaliar pulso; • Verificar veias do pescoço; • Temperatura/cor da pele; • Hipovolemia; • Contusão miocárdica; FISIOPATOLOGIA TRAUMA DE TÓRAX HIPERCAPNIA HIPÓXIA ACIDOSE 6 PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO 7 Sistema de Válvula Unidirecional; da pressão Intratorácica; Deslocamento do mediastino; Retorno Venoso Choque Obstrutivo; Causas: Ventilação Positiva; Pneumotórax Simples; Lesões Traumáticas; Fraturas com grande desvio da coluna torácica. É caracterizado por: O diagnóstico é clínico; O pneumotórax hipertensivo pode ser confundido com tamponamento cardíaco (diferença na ausculta e percussão pulmonar). 8 PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO Tratamento: 9 IMEDIATO DEFINITIVO PNEUMOTÓRAX ABERTO Exame físico: Expansibilidade Diminuida; Uso da musculatura acessória; Sinais Clínicos: Dispnéia; Taquicardia; Hipotensão; Hipóxia/Hipercapnia; Cianose Tardia; Tratamento: Inicial: Curativo estéril; Dreno de Tórax; Definitivo: Cirurgia; 10 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA: PNEUMOTÓRAX SIMPLES Trauma penetrante Trauma Fechado; Exame Físico: Murmúrio Vesicular; Hipertimpanismo; Sinais Clínicos: Variáveis de disfunção respiratória; Tratamento: Drenagem de tórax (no quarto ou quinto espaço intercostal, anteriormente à linha axilar média.) 11 TÓRAX INSTÁVEL E CONTUSÃO PULMONAR Duas ou mais fraturas em dois ou mais arcos; 12 TÓRAX INSTÁVEL E CONTUSÃO PULMONAR 13 SEGMENTO lNSTÁVEL DOR RESTRIÇÃO DOS MOV. VENTILATÓRIOS CONTUSÃO PULMONAR HIPÓXIA TÓRAX INSTÁVEL E CONTUSÃO PULMONAR Tratamento: 14 • Correção da hipoventilação; • Administração de oxigênio; • Reposição volêmica; INICIAL • Oxigenação; • Administrar líquidos cautelosamente; • Analgesia; DEFINITIVO HEMOTÓRAX MACIÇO Acúmulo de + 1500ml sangue; Ferimento penetrante é o padrão Lesão vasos sistêmicos ou hilares; Hipovolemia Veias do pescoço podem estar colabadas; Diagnóstico: Choque, ausência MV e/ou macicez à percussão; 15 HEMOTÓRAX MACIÇO Toracotomia de Urgência: 1500mL imediatamente; 200 mL/h por 2 a 4 horas; Estado fisiológico do paciente; 16 TRATAMENTO Reposição de volume Descompressão Sangue Tipo Específico AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA: HEMOTÓRAX < 1.500 mL de sangue A causa mais comum é a laceração pulmonar ou a ruptura de um vaso intercostal ou da artéria mamária interna; Se dá por trauma penetrante, trauma fechado e fraturas da coluna torácica; Geralmente, é autolimitado não necessitando de tratamento cirúrgico; Tratamento Dreno de tórax de grosso calibre; 17 TAMPONAMENTO CARDÍACO Resulta, mais comumente, de ferimentos penetrantes, mas, se dá também por trauma contuso; Tríade de Beck: Elevação da pressão venosa; Diminuição da pressão arterial; Abafamento das bulhas cardíacas; O sinal de Kussmaul reflete um comportamento paradoxal da pressão venosa efetivamente associado ao tamponamento; Diagnóstico inclui ecocardiograma, FAST e a janela pericárdica; 18 TAMPONAMENTO CARDÍACO TRATAMENTO Se um cirurgião qualificado estiver presente, a pericardiotomia deve ser realizada para aliviar o tamponamento; Quando a intervenção cirúrgica não for possível, a pericardiocentese pode ser tanto diagnóstica como terapêutica; 19 TORACOTOMIA Procedimento cirúrgico que requer tempo hábil para a manipulação do doente em local apropriado; Indicações de Toracotomia em Centro Cirúrgico no Trauma Hemotórax maciço Lesões penetrantes na parede anterior com tamponamento cardíaco Feridas na caixa torácica de grandes dimensões Lesões de vasos nobres no tórax associadas à instabilidade hemodinâmica Lesões traqueobrônquicas extensas Evidências de perfuração esofágica 20 TORACOTOMIA DE REANIMAÇÃO Em pacientes traumatizados por mecanismo penetrante com apresentação simultânea de parada cardíaca do tipo AESP, a compressão tradicional não é eficaz; Constitui uma indicação imediata de toracotomia na sala de emergência; Toracotomia anterolateral esquerda (4º ou 5º EIC); O cirurgião realiza massagem cardíaca aberta enquanto se restaura do volume intravascular. 21 22 Universidade Federal de São Paulo - 2011 A melhor indicação de toracotomia na sala de emergência é: a) Trauma torácico penetrante que evolui com parada cardíaca na sala de emergência b) Politraumatizado que chega ao hospital em PCR c) Contusão torácica e instável hemodinamicamente d) Trauma torácico penetrante e instável hemodinamicamente e) Contusão torácica que evolui para PCR na sala de emergência 23 LESÃO DA ÁRVORE TRAQUEOBRÔNQUICA A lesão da traqueia ou de um brônquio apresenta-se como condição potencialmente fatal; No trauma fechado a maioria ocorre próximo à carina Apresentação: 24 Sugerida pela expansão pulmonar incompleta após a drenagem; Difícil suspeição; Confirmada apenas por broncoscopia; Tratamento cirúrgico caso necessário Lesões pequenas na traqueia e com saída de ar limitada podem ser conduzidas de forma conservadora, uma vez afastadas lesões associadas, como, por exemplo, uma lesão no esôfago; 25 Na maioria dos serviços, o acesso utilizado para o terço proximal e médio da traqueia é uma incisão cervical em colar, podendo ser combinada com esternotomia parcial se necessário; Para lesões da traqueia distal, da carina, dos brônquios à direita e para o terço proximal do brônquio principal esquerdo, o acesso de escolha é a toracotomia direita; Lesões do terço médio e distal do brônquio principal esquerdo, o acesso de escolha é a toracotomia esquerda 26 CONTUSÃO CARDÍACA O trauma pode afetar: miocárdio, câmaras, válvulas e dissecar as artérias coronárias; Normalmente apresenta-se com umtamponamento, sendo a utilização precoce do FAST um facilitador do diagnóstico Pode cursar com hipotensão, arritmias e/ou anormalidades na motilidade do miocárdio; Achados mais comuns ao ECG: Extrassístoles ventriculares múltiplas Taquicardia sinusal inexplicada Fibrilação atrial Bloqueio de ramo (normalmente direito) Alteração do segmento ST 27 SEGUIMENTO DO PACIENTE A alta hospitalar deve ser analisada conforme a gravidade das lesões extra cardíacas associadas; A anticoagulação é contraindicada devido à possibilidade de precipitar ou agravar-se eventuais hemorragias intramiocárdica, intrapericárdica, ou extracardíaca; Tratamento cirúrgico a depender do quadro. 28 RUPTURA TRAUMÁTICA DE AORTA Causa comum de morte súbita após colisões de alta energia ou quedas de grande altura; Observar sinais radiológicos de alta suspeição: Alargamento do mediastino Obliteração do cajado aórtico Desvio da traqueia para a direita Rebaixamento do brônquio-fonte principal esquerdo Elevação do brônquio-fonte direito Obliteração do espaço entre a artéria pulmonar e a aorta (apagamento da janela da artéria pulmonar) Desvio do esôfago (SNG) para a direita Derrame extrapleural apical Hemotórax à esquerda Fratura de 1º ou 2º AC ou escápula 29 RUPTURA TRAUMÁTICA DE DIAFRAGMA Mais comum à esquerda; O maior risco envolvido é de herniação, normalmente causada por trauma contuso devido à extensão da lesão; O trauma penetrante pode causar pequenas perfurações que causarão herniações apenas muito tempo após o evento; Pode passar despercebida por exames de imagem; Normalmente descoberta por outra lesão abdominal; Sutura primária. 30 RUPTURA ESOFÁGICA POR TRAUMA FECHADO Condição muito rara e de alta letalidade; Mecanismo de expulsão forçada do conteúdo gástrico após grande energia cinética aplicada ao abdome, causando laceração esofágica com mediastinite subsequente e empiema pleural. Suspeição por: Golpe em região esternal inferior ou epigástrica; Dor ou choque desproporcional à clínica aparente; Eliminação de conteúdo suspeito pelo dreno de tórax; Presença de ar no mediastino. Sutura primária da lesão por toracotomia 31 OUTRAS MANIFESTAÇÕES DE LESÕES TORÁCICAS 32 ENFISEMA SUBCUTÂNEO Lesão de vias aéreas, pulmão ou explosão de alguma estrutura torácica; Não requer tratamento; Em caso de necessidade de ventilação, inicialmente deve-se drenar o tórax acometido para evitar pneumotórax hipertensivo. 33 ESMAGAMENTO TORÁCICO (ASFIXIA TRAUMÁTICA) Pletora em face, tronco e membros superiores, petéquias secundárias à compressão da veia cava inferior (VCI); Pode haver edema cerebral e/ou generalizado; Alta gravidade, requer tratamento conforme o órgão lesionado. 34 FRATURA DE ARCOS COSTAIS, ESTERNO E ESCÁPULA Os arcos costais são as estruturas torácicas mais comumente lesadas; Ocorre restrição dos movimentos respiratórios, podendo causar comprometimento sistêmico devido ao baixo fornecimento de oxigênio; As fraturas de esterno sempre elucidam lesões pulmonar e cardíaca secundariamente; O paciente jovem possui maior elasticidade da caixa torácica, concluindo-se portanto que uma fratura importante nessa faixa etária indica maior gravidade 35 Fratura nos últimos arcos costais (10 a 12) alerta para a possibilidade de trauma em fígado e baço; Achados clínicos: dor que piora à palpação, restrição à expansibilidade pulmonar, e crepitação; Uma deformidade palpável ou visível em região torácica sugere fratura de arcos costais; A fratura em idosos associa-se ao dobro de mortes e ocorrência de pneumonia quando comparada aos mais jovens; Não utilizar ataduras, cintas e fixação externa. 36 Conduta O alívio da dor garante a efetividade da ventilação; São utilizados: bloqueio intercostal, analgésicos sistêmicos, anestesia epidural e narcóticos. 37 BIBLIOGRAFIA: ATLS - Suporte Avançado de Vida no Trauma. 9.ed. Editora Elsevier , 2012; Diagnóstico e Conduta na Ruptura Traumática da Aorta Torácica- Ver. Assoc. Med.Bras.Vol47no.4 São Paulo Oct./Dec.2001 39 40
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