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Plano de Aula: Direito Internacional Público
DIREITO INTERNACIONAL
ALUNA: TANIA REGINA TEIXEIRA VIEIRA SOARES – MATRÍCULA 201202247148
Número de Semana de Aula - 1
O Direito Internacional Contemporâneo
 
CASO CONCRETO 1
 
O DIP e interdependência e cooperação entre Estados “Os Estados Unidos desistiram de apelar da decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) que deu vitória ao Brasil no processo contra as medidas antidumping aplicadas pelo governo americano na exportação de suco de laranja brasileiro. Com isso, as sobretaxas ao produto nos últimos quatro anos terão de ser retiradas em um prazo máximo de nove meses, tornando o produto novamente competitivo." Essa foi a primeira vez que os EUA desistiram de um processo na OMC antes de esgotar todas as possibilidades de apelação. O fato foi comemorado pelo Itamaraty como uma inclinação do governo americano de rever uma prática comum nas relações comerciais, o chamado "zeroing" ou "zeramento". 
Com base no texto acima, retirado da página da Organização Mundial do Comércio
 
(http://www.wto.org/spanish/news_s/news11_s/news11s.htm), discorra sobre a vertente do Direito Internacional que se ocupa da relação jurídica apresentada, seu objeto e a relevância da questão na contemporaneidade. 
RESPOSTA:
 O caso em tela refere-se a atuação do Direito Internacional Público, que tem como premissa ser uma regra de vida social, aplicável à Sociedade Internacional, objetivando o bem comum e a manutenção da ordem social, que deve reinar no âmbito internacional. Essa fonte de direito prima por tutelar as mais variadas relações entre nações, entre elas as comerciais e politicas. No Direito Internacional, as relações ocorrem entre pessoas internacionais (Estados soberanos, Organizações Internacionais, etc.). As relações internacionais, assim como as relações internas, objetivam a harmonia entre os entes da sociedade, permitindo um justo e adequado desenvolvimento da pessoa humana.
 A sociedade internacional caracteriza-se por ser: 
 a) universal: porque abrange todos os entes do globo terrestre; 
 b) paritária: uma vez que nela existe igualdade jurídica; 
 c) aberta: significa que todo ente, ao reunir determinados elementos, se torna seu membro sem que haja necessidade dos membros já existentes se manifestarem sobre o seu ingresso; 
 d) descentralizada: posto não existir organização institucional como na sociedade interna dos Estados. Assim, não existe poder legislativo da sociedade internacional; 
 e) O Direito que nela se manifesta é originário e não se fundamenta em nenhum outro ordenamento jurídico. 
CASO CONCRETO 2
 
O DIPRI e a globalização. 
 
Convenção de Direito Internacional Privado de Haia Uma organização mundial... Com mais de 60 Estados membros representando todos os continentes, a Conferência de Haia de Direito Internacional Privado é uma organização intergovernamental de caráter global. Mescla de diversas tradições jurídicas, ela desenvolve e oferece instrumentos jurídicos multilaterais que correspondem às necessidades mundiais. Um crescente número de Estados não-membros está aderindo às Convenções da Haia. Assim, mais de 120 países participam hoje nos trabalhos da Conferência. Que estende pontes entre os sistemas jurídicos... As situações pessoais, familiares ou comerciais que estão relacionadas a mais de um país são habituais no mundo moderno. Estas podem ser afetadas pelas diferenças que existem entre os sistemas jurídicos vigentes nesses países (...) (Disponível na íntegra em http://www1.stf.gov.br/convencaohaia/conferenciaDireito/conferenciaDireito.asp>). 
 
Com base no texto acima, retirado do site do STF, discorra sobre a vertente do Direito Internacional que se ocupa da relação jurídica apresentada, seu objeto e a relevância da questão na contemporaneidade. 
RESPOSTA:
O Direito que regula a relação jurídica acima narrada é o Direito Internacional Privado e para melhor compreender seu papel na contemporaneidade é imprescindível reconhecer que o impacto da globalização sobre o arcabouço jurídico é muito maior do que a realidade interna de cada Estado.
Em vista dessa nova ordem internacional que vem sendo alterada pela realidade política construída desde meados do século passado, diversos internacionalistas apontam a predominância de uma visão pluralista no Direito Internacional contemporâneo. Nesse sentido, Cançado Trindade (MELLO, 1999, p. 17) afirma que os antigos paradigmas da soberania irrestrita e ilimitada sucumbiram à necessidade de uma reformulação subjetiva da Sociedade Internacional em torno da pessoa humana e a proteção de sua dignidade.
Na formação desta Nova Ordem Internacional, a Segunda Conferência de Haia, de 1907 teve crucial importância. Eram 44 os países ali presentes, dentre os quais o Brasil, representado por Ruy Barbosa. Plasmava-se, então, a semente do que viria a se tornar a Corte Internacional de Justiça. Seriam traçados ali novos e importantes rumos para essa sociedade internacional, como o controle do uso da força, a importância dos Direitos Humanos e a solução pacífica de controvérsias. “Na nova sociedade universal pode-se dizer que se está embaralhando o mapa do mundo”. Nele as principais forças produtivas “compreendendo o capital, a tecnologia, a força de trabalho e a divisão transnacional do trabalho, ultrapassam fronteiras geográficas, históricas e culturais, multiplicando-se assim as suas formas de articulação e contradição.
O Direito Internacional Privado é classicamente visto como o ramo do direito interno que regula, direta ou indiretamente, as relações privadas internacionais. Seu desafio é dar respaldo eficiente e justo a esta crescente internacionalidade das vidas privadas, das relações civis, comerciais ou de consumo, dentre outras. Para Pimenta Bueno, o Direito Internacional Privado atenderia aos interesses recíprocos de dignidade, bem estar, civilização e justiça universal, ao tempo em que preserva a independência, a jurisdição e a soberania de cada Estado.
As circunstâncias atuais da Sociedade Internacional, marcadas pelos signos da globalização econômica (velocidade, ubiquidade e liberdade) apontam para a necessidade da cooperação entre os Estados soberanos, especialmente porque o atributo da soberania deixa de ser considerado em sua forma absoluta e ilimitada, por força da consagração de outros sujeitos de Direito Internacional, como os organismos internacionais, as empresas transnacionais e, principalmente a pessoa humana, cuja dignidade constitui o eixo epistemológico do Direito Internacional Contemporâneo, consagrado pela convergência dos ramos do Direito Internacional Público, do Direito Internacional Privado e de todas as áreas correlatas ao estudo da complexidade da vida internacional. 
Conforme se pode constatar, o direito contemporâneo é marcado pelo dinamismo das instituições, incrementado pelo aumento da circulação das construções jurídicas carreadas nos variados fluxos das atividades cotidianas que extravasam as fronteiras dos Estados soberanos. Reafirma-se, nesse contexto, o Direito Internacional Privado como importante ferramenta para compreensão da realidade jurídica contemporânea em visão convergente, entre o público e o privado, em vertente inspirada em um direito cosmopolita. 
Portanto, a análise do conteúdo do Direito Internacional Privado revela-se de importância estratégica para o domínio do conhecimento jurídico nesse Terceiro Milênio cuja primeira década acaba de ser superada. Reitera-se aqui o apelo à comunidade jurídica brasileira a fim de sintonizar-se com a necessidade de abertura e recuperação do atraso na internalização de importantes tratados e convenções internacionais, bem como a atualização das normas de Direito Internacional Privado. Esperam os autores que estas páginas contribuam para a releitura da disciplina primando por uma abordagem dinâmica, pragmática e, sobretudo, pluralista.
 
QUESTÃO OBJETIVA
 
Sobre o direito internacional privado pode-se afirmar: (XI CONCURSO JUIZ FEDERAL 20061ª REGIÃO)
a) Direito internacional privado trata basicamente das relações humanas vinculadas a sistemas jurídicos autônomos e convergentes;
b) Direito uniforme espontâneo resulta de esforço comum de dois ou mais Estados no sentido de uniformizar certas instituições jurídicas;
c) O direito internacional uniformizado é fruto de entendimento entre Estados e que se concentram nas atividades econômicas de natureza internacional;
d) A uniformização de normas disciplinadoras de comércio internacional é realizada por meios de acordos bilaterais, multilaterais, tratados e convenções, até onde isto seja aceitável para os países interessados.
	Plano de Aula: Direito Internacional Público
DIREITO INTERNACIONAL
Direito Internacional Público
ALUNA: TANIA REGINA TEIXEIRA VIEIRA SOARES – MATRÍCULA 201202247148
Número de Semana de Aula 2 
Caso Concreto 1
 
Considere o texto abaixo feito a partir da compilação de obras de importantes doutrinadores:
O eminente jurista Celso de Albuquerque Mello via no pensamento de Ignácio Ramonet a melhor descrição da sociedade internacional após a queda do muro de Berlim. Segundo esta descrição:
 
“Após 1989 já houve cerca de 60 conflitos armados com mais de 17 milhões de refugiados. As 225 maiores fortunas do globo representam 1000 bilhões de euros, que é o equivalente à renda anual de 45% dos mais pobres da população mundial (2,5 bilhões de pessoas). As pessoas estão mais ricas que os Estados. As 15 pessoas mais ricas ultrapassam o PIB da África Subsaárica. Em 1960 os 20% da população que vivia nos países mais ricos tinham uma renda 30 vezes superior a dos 20% mais pobres. Em 1995 a renda é 80 vezes superior.
Para atender às necessidades sanitárias e nutricionais fundamentais custaria 12 bilhões de euros, isto é, o que os habitantes dos EUA e União Européia gastam por ano em perfume e menos do que gastam em sorvete. Morrem anualmente 30 milhões de pessoas por fome. Esta é uma arma política, uma arma de guerra e cria o "charité business". As fusões de empresa têm permitido diminuir o número de empregos. Cada uma das 100 principais empresas globais vende mais do que exporta cada um dos 120 países mais pobres. As 23 empresas mais importantes vendem mais que o Brasil. Elas controlam 70% do comércio mundial.(Cf. MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público. Rio de Janeiro: Renovar, 14 ed, vol I, 2002, p.57).”
 
O texto acima descreve as consequências danosas de uma inserção internacional assimétrica feita a partir de relações verticalizadas com relação aos centros mundiais de poder, representados pelos países desenvolvidos. É melancólica aquela imagem dos gastos com perfumes e sorvetes no mundo desenvolvido em comparação com as necessidades básicas de saúde, educação e alimentação no mundo periférico. Igualmente forte, o registro de que as pessoas estão mais ricas do que os Estados nacionais. Tudo isso a refletir a complexa sociedade internacional contemporânea.
A partir da leitura do texto, disserte acerca das características da sociedade internacional que são idealmente apontadas pela melhor doutrina do direito internacional e que encontram respaldo na Carta na ONU e em outros documentos internacionais. 
RESPOSTA: 
A globalização possibilitou a integração entre todos os países do globo, seus respectivos povos e culturas, quebrou barreiras regionais, proporcionou a integração dos mercados financeiros, formação de blocos econômicos, acúmulo de riquezas por partes de diversos países, mas em contrapartida gerou distorções socioeconômicas muito graves.
A globalização tem levado o planeta à proximidade da catástrofe ambiental, convulsão social sem precedentes, desestruturação das economias de muitos países, aumento da pobreza, da fome, dos sem terra, da migração e do deslocamento social.
Assim, visando à criação de condições de estabilidade e bem-estar necessárias para a convivência pacífica entre as nações, a Carta da ONU, em seu artigo 55, estabelece que as Nações Unidas devem promover padrões de vida mais elevados, pleno emprego e condições de progresso econômico e social.
A sociedade internacional caracteriza-se por ser:
 a) universal: porque abrange todos os entes do globo terrestre; 
b) paritária: uma vez que nela existe igualdade jurídica; 
c) aberta: significa que todo ente, ao reunir determinados elementos, se torna seu membro sem que haja necessidade dos membros já existentes se manifestarem sobre o seu ingresso; 
d) descentralizada: posto não existir organização institucional com o na sociedade interna dos Estados. Assim, não existe poder legislativo da sociedade internacional; 
e) O Direito que nela se manifesta é originário e não se fundamenta em nenhum outro ordenamento jurídico.
 Não se pode negar, no entanto, que o processo de globalização tende a reduzir o conceito de soberania estatal pela desconstrução do Estado interventor (Welfare State) em prol do fortalecimento das estruturas internacionais mediante a consolidação de organismos multilaterais de cooperação internacional, o que evidentemente conduz à revalorização da concepção de Estado Mínimo.
 
CASO CONCRETO 2
“...Precisamos nos assegurar de estarmos oferecendo às nossas forças militares e de segurança os meios para realizarem suas missões, nos locais aos quais são enviadas. É nesse aspecto que a França e o Reino Unido trabalham em parceria por intermédio de um conjunto de sistemas, o que é útil não só para nossas forças, mas também para nossas indústrias, nossas economias e nossas populações. Uma etapa importante será vencida hoje, com a assinatura de um protocolo de acordo que lança nossa cooperação sobre nossos futuros porta-aviões pelos próximos 12 meses. Mas existem também numerosos programas importantes como, por exemplo, o sistema PAAMS (Principal Anti Air Missile System), o míssil ar-ar Meteor e o avião de transporte A 400M..” (Artigo da ministra francesa da defesa,  Michèle Alliot-Marie, e do ministro britânico da defesa, John Reid, publicado no jornal “Le figaro”(Paris, 6 de março de 2006). 
Analise o texto e os aspectos que destaca,  dissertando sobre as forças que atuam na relação entre as pessoas de Direito Internacional e sua importância na modelagem da sociedade internacional, em especial sobre os três sentidos de Fred Halliday para o termo “sociedade internacional” - realismo, transnacionalismo e homogeneidade.
RESPOSTA: As forças que influenciam a SI são forças econômicas, culturais, religiosas e políticas. Sendo que as forças econômicas e políticas são as mais importantes.
Forças culturais: Manifestam-se pela realização de acordos culturais entre os Estados, na criação de organismos internacionais de fomento e desenvolvimento da cultura (UNESCO).
Forças econômicas: Definem o sistema internacional como primariamente constituído pela atividade econômica e pela disseminação das relações sociais e econômicas capitalistas em uma escala mundial. Segundo Celso Mello, elas seriam despertadas pelo materialismo histórico de Marx e ainda que o seu enfrentamento exigiria uma grande cooperação interestatal. (FMI, BIRD, OMC...).
Forças políticas: a luta pelo poder e pelo aumento do território estatal ocasionou fenômenos característicos da sociedade internacional (ditadura e imperialismo).
Forças religiosas: catolicismo, protestantismo. Hoje, o Islamismo tem marcado presença na nova forma de terrorismo, que vem, atualmente, dando novo contorno à SI.
Os três sentidos para o termo sociedade internacional, segundo Fred Halliday são:
Realismo - dentro do qual a sociedade Internacional refere-se à relação entre Estados, baseada em normas compartilhadas e entendimentos. Em um mundo constituído por potências soberanas e independentes, a guerra é o único meio pelo qual cada uma delas pode, em última instância, defender seus interesses vitais.
Transnacionalismo - que se refere à emergência de laços não estatais de economia, de política, de associação, de cultura e de ideologia que transcendem as fronteiras dos Estados e constituem,em maior ou menor medida, uma sociedade que vai além destas mesmas fronteiras. 
Homogeneidade - que indica uma relação entre a estrutura interna das sociedades e da sociedade internacional, investigando de que maneira, como resultado das pressões internacionais, os Estados são compelidos a conformarem seus arranjos internos aos demais. É um conceito que se refere tanto ao desenvolvimento interno quanto às relações internacionais, já que o funcionamento interno dos Estados tanto influencia como é influenciado pelos processos internacionais.
DIREITO INTERNACIONAL
Semana de Aula 3 
ALUNA: TANIA REGINA TEIXEIRA VIEIRA SOARES – MATRÍCULA 201202247148
Aplicação Prática Teórica
 
Caso Concreto 1
 
O litígio se dá entre Portugal e Índia. O primeiro Estado aparelhou perante a Corte Internacional de Justiça procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, relativo a certos direitos de passagem pelo território deste último Estado de súditos portugueses (militares e civis), assim como de estrangeiros autorizados por Portugal com a intenção de dirigir-se a pontos encravados situados perto de Damão, para acesso aos encraves de Dadra e Nagar-Aveli. O Estado português alega que havia um costume [internacional] local que concedia um direito de passagem pelo território indiano a seus nacionais e às forças armadas até Dadra e Nagar-Aveli. A alegação de fundo é a de que o Estado indiano quer anexar estes dois territórios portugueses, ferindo seus direitos soberanos sobre eles. Os indianos sustentam que, segundo o Tratado de Pooma, realizado em 1779 entre Portugal e o governante de Maratha e posteriores decretos exarados por este governante, os direitos portugueses não consistiam na soberania sobre os mencionados encraves, para os quais o direito de passagem é agora reclamado, mas apenas num "imposto sobre o rendimento".
 
Quando o Reino Unido se tornou soberano naquele território em lugar de Maratha, encontraram os portugueses ocupando as vilas e exercendo um governo exclusivo. Os britânicos aceitaram tal posição, não reclamando qualquer tipo de soberania, como sucessores de Maratha, mas não fizeram um reconhecimento expresso de tal situação ao Estado português. Tal soberania foi aceita de forma tácita e subsequentemente reconhecida pelo Estado indiano, portanto as vilas Dadra e Nagar-Aveli foram tidas como territórios encravados portugueses, em território indiano.
A petição portuguesa coloca a questão que o direito de passagem foi largamente utilizado durante a soberania britânica sobre o Estado indiano, o mesmo ocorrendo no período pós-britânico. Os indianos alegam que mercadorias, com exceção de armas e munições, passavam livremente entre o Porto de Damão (território português) e ditos encraves, e que exerceram seu soberano poder de regulamentação impedindo qualquer tipo de passagem, desde a derrubada do governo português em ditos encraves. (Pereira, L. C. R. Costume Internacional: Gênese do Direito Internacional. Rio de Janeiro: Renova, 2002, p. 347 a 349 – Texto adaptado).
 
Diante da situação acima e dos dados apresentados, responda:
1)      De acordo com entendimento da Corte Internacional de Justiça, qual a fonte de direito internacional Público é aplicável a fim de dar solução ao litígio?
RESPOSTA: A fonte aplicável ao litígio apresentado entre Portugal e Índia, para dar-lhe solução, segundo entendimento da Corte Internacional de Justiça é o costume regional. 
2)      Como ela é definida?
RESPOSTA: Ela é definida como costume regional, também denominado de local, que diz respeito a pedido de permissão para transposição territorial, o qual tem sido reconhecido pela jurisprudência e doutrina internacionais, a exemplo do caso em tela sobre direito de passagem entre Portugal e Índia, julgado na CIJ em 1960, no qual se reconheceu, também, a possibilidade de estabelecimento de costume em sentido contrário em razão da desobediência recíproca a costumes preestabelecidos (costumes "contra legem").
Os costumes apresentam essencialmente dois elementos. O elemento material (ou objetivo) que se constitui na repetição de atos, também chamados precedentes; e o elemento psicológico (ou subjetivo), identificado pela expressão latina opinio juris sive necessitatis. O primeiro elemento pode ser analisado em várias dimensões (tempo de repetição do ato; número de Estado que o praticam etc). Aqui convém perceber que o ato costumeiro é praticado por dois Estados: Índia e Portugal, ainda que o primeiro tenha estado sob o jugo colonial da Grã-Bretanha. Dessa forma identifica-se a localidade do precedente, de modo tal a sustentar a existência de um Costume Internacional local (e não de caráter geral), caso entenda-se que contemporaneamente exista também o elemento subjetivo. Este representa a idéia de necessidade, obrigatoriedade e consentimento entre os Estados praticantes dos precedentes. No caso citado, a prática adotada pelos Estados leva a crer que existe um costume internacional local. Entretanto o direito de passagem deve se limitar ao trânsito de mercadorias e indivíduos civis e não de forças armadas, polícia militarizada, armas e munições.
 
3)      Qual o elemento que a torna norma jurídica?
RESPOSTA: O costume se estabelece pela união de certos elementos: um elemento que certifica sua existência, sua prática geral e sua uniformidade através do tempo; e outro elemento que atribui ao costume seu caráter eminentemente obrigatório entre os sujeitos do mesmo direito: a opinio iuris, ou a consciência de sua obrigatoriedade. Os primeiros elementos reúnem-se sob a denominação geral de elementos materiais; o segundo é considerado o elemento psicológico do costume. São eles que tornam a norma jurídica.
 
Caso concreto 2
Analise o texto abaixo retirado do voto de A.A. Cançado Trindade, proferido na Corte Interamericana de Direito Humanos no caso da Comunidade Indígena Sawhoyamaxa versus Paraguay:
“...No universo do Direito Internacional dos Direitos Humanos, é o indivíduo quem alega ter seus direitos violados, quem alega sofrer os danos, quem tem que cumprir com o requisito do prévio esgotamento dos recursos internos, quem participa ativamente da eventual solução amistosa, e quem é o beneficiário (ele ou seus familiares) de eventuais reparações e indenizações.
Em nosso sistema regional de proteção, o espectro da persistente denegação da capacidade processual do indivíduo peticionário ante a Corte Interamericana (....) emanou de considerações dogmáticas próprias de outra época histórica tendentes a evitar seu acesso direto à instância judicial internacional, - considerações estas que, em nossos dias, ao meu modo de ver, carecem de sustentação e sentido, ainda mais tratando-se de um tribunal internacional de direito humanos.
(...). No presente domínio de proteção, todo jusinternacionalista, fiel às origens históricas de sua disciplina, saberá contribuir para o resgate da posição do ser humano como sujeito de direito das gentes dotado de personalidade e plena capacidade jurídicas internacionais".
Responda a pergunta abaixo: 
No que se refere ao trecho do voto de Antônio Augusto Cançado Trindade, responda:
- Com base no conceito de sujeito de direito internacional e no de uma sociedade internacional aberta, como defende Celso Mello, discorra sobre a posição do ser humano como sujeito de Direitos, refletindo sobre sua personalidade e sobre sua capacidade para agir no plano internacional. 
RESPOSTA:
 Não há um consenso entre os autores acerca do conceito de pessoa internacional no DIP. Para alguns autores, como Celso de Albuquerque Mello, a conceituação de sujeito de direito no DIP seria idêntica à conceituação de sujeito de direito no direito interno, ou seja, é sujeito de direito internacional aquele que tem direitos ou obrigações perante a ordem jurídica internacional. 
Esses autores distinguem a personalidade jurídica da capacidade de agir, que diz respeito à realização de atos válidos no plano jurídico internacional. Assim, para eles é perfeitamente possível a existênciade sujeitos de direito internacional incapazes, à semelhança do que ocorre com as crianças no direito interno, que, apesar de serem sujeitos de direito, não possuem capacidade de exercê-los, devendo ser representadas por alguém capaz. Essa corrente doutrinária considera o ser humano e as empresas transnacionais como sujeitos de direito internacional público. 
A segunda corrente, cujo principal expoente brasileiro é Francisco Rezek, entende que, para que alguém possa ser qualificado como pessoa internacional, é necessário que lhe seja outorgada a capacidade de agir no plano internacional, possuindo, no mínimo, prerrogativa de reclamar nos foros internacionais a garantia de seus direitos. Para esses autores, são sujeitos de direito apenas os Estados soberanos (aos quais se equipara, por razões singulares, a Santa Sé1) e as organizações internacionais. 
Ambas as correntes concordam em um ponto: a subjetividade no DIP é evolutiva, variando conforme as transformações da sociedade internacional. Prova disso é que, até o século XIX, os Estados eram as únicas pessoas jurídicas no DI. No entanto, hoje, após a evolução da sociedade internacional, é indiscutível que as Organizações Internacionais são dotadas de personalidade jurídica internacional.
Existem outros autores ainda que enfrentam esta problemática de uma forma diferenciada, aceitando o indivíduo com um sujeito secundário de direito internacional. Por fim, existem os que aceitam o indivíduo apenas como objeto do Direito internacional, como Sereni e Quadri.
A maioria dos autores entende que o indivíduo pode ser sujeito de Direito Internacional, principalmente em decorrência da tendência ao monismo deste ramo do direito. Assim, se aceita que, em tese, o indivíduo possa ter subjetividade jurídico-internacional, apenas dependendo da forma de como as normas deste ordenamento jurídico o contemple. Ou seja, se destas normas se puder retirar os requisitos de um sujeito de direito, tais como possibilidade de atuação ou mesmo responsabilização do indivíduo, diretamente pela ordem internacional, pode ser que o indivíduo seja considerado um sujeito de Direito Internacional.
QUESTÃO OBEJTIVA
 
Segundo o Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, são fontes do direito internacional as convenções internacionais,
 
a. o costume, os atos unilaterais e a doutrina e a jurisprudência, de forma auxiliar.
b. o costume internacional, os princípios gerais de direito, os atos unilaterais e as resoluções das organizações internacionais.
c. o costume, princípios gerais de direito, atos unilaterais, resoluções das organizações internacionais, decisões judiciárias e a doutrina.
d. o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões judiciárias e a doutrina, de forma auxiliar, admitindo, ainda a possibilidade de a Corte decidir ex aequo et bono, se as partes concordarem.
  
Plano de Aula: Direito Internacional Público
DIREITO INTERNACIONAL
Número de Semana de Aula 4
Tema: O Estado como sujeito de direito internacional
Aplicação Prática Teórica
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos casos concretos, a saber:
 
Caso Concreto 1
 Inimiga natural do bom senso, a intolerância costuma fazer entre inocentes a maior parte de suas vítimas. O atentado terrorista contra a missão diplomática da Organização das Nações Unidas no Iraque, na terça-feira passada (19 de Agosto de 2003), não foge desse padrão: atingiu um organismo internacional que trabalhava pela paz, pela ordem e para mitigar os males das pessoas. A explosão matou 23 pessoas, de diversas nacionalidades, todas elas empenhadas em pavimentar o caminho para a consolidação de um governo capaz de colocar o país de pé. Uma das vítimas era a força motora desse esforço – o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, de 55 anos, chefe da representação da ONU no Iraque, que desde junho vinha desempenhando, com a peculiar competência, justamente o papel que se espera das Nações Unidas, qual seja, o de promover um mínimo de entendimento entre partes aparentemente incompatíveis. Eram 4 e meia da tarde quando uma betoneira amarela parou debaixo da janela de seu escritório em Bagdá. Detonada por um fanático suicida, a carga de 700 quilos de explosivos derrubou parte do prédio. Sob os escombros, imobilizado por uma viga que lhe esmagou as pernas, Vieira de Mello chegou a fazer ligações de seu telefone celular, mas não resistiu e sangrou até a morte antes que o resgate chegasse, já no começo da noite. "Um grande defensor da paz e da reconciliação assassinado em um ato de niilismo", descreveu com precisão o editorial do jornal The New York Times..  
No que se refere ao tema Responsabilidade Internacionais, responda:
a) A Organização das Nações Unidas teria o dever de reparar os danos causados, já que o diplomata estava a serviços da ONU? Explique.
RESPOSTA: Existe a responsabilidade funcional quando se trata de funcionário da Organização Internacional, pois esta tem o direito de proteção diplomática, podendo responsabilizar um Estado ou outra Organização Internacional por atos danosos a seus funcionários ou a seu patrimônio.
 O CIJ já emitiu parecer concluindo que a OI tem o direito de exigir a reparação dos danos sofridos por ela e pelas vítimas, seus funcionários ou seus bens. Sendo assim, cabe à família do brasileiro requerer a reparação do dano pela ONU, bem como esta pode pleitear a reparação do Estado que a lesionou.
b) O Brasil teria o dever de reparar os danos a ele causados no exercício de sua função, já que o diplomata representava o País no exterior? Explique
RESPOSTA: Sim, pois o diplomata é servidor público, passível de ser indenizado pelos danos causados à sua integridade.
 
Caso concreto 2
Paolo, italiano, líder de uma organização extremista que fazia oposição ao governo da Itália na década de 70, foi condenado por quatro homicídios ocorridos entre 1978 e 1979 e condenado à prisão perpétua. O julgamento terminou em 1993, mas o ex-ativista nunca cumpriu a pena que lhe foi imposta, fugindo para a França, onde viveu até 2004, quando o então presidente francês, Jacques Chirac, se posicionou favorável à extradição. Paolo, fugindo novamente e desta vez para o Brasil, foi preso a pedido do governo Italiano que solicita ao governo brasileiro a “entrega” de Paolo para que possa ele cumprir a pena que lhe foi imposta. Neste ínterim, Paolo solicita a concessão do status de refugiado, o que foi negado pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), sob o argumento que não é possível comprovar a alegada perseguição política, mas concedido unilateralmente pelo Ministro da Justiça.   
Neste contexto, responda: 
1)      Qual seria a medida de saída compulsória cabível à hipótese? Justifique.
RESPOSTA: A medida cabível seria a extradição. A extradição encontra fundamento legal do art. 76 ao art. 94 da Lei 6.815/80. Essa medida é tomada quando o Brasil entrega um estrangeiro a outro país, por ele ter cometido um crime naquele país. Trata-se de ato de defesa internacional, onde há a colaboração dos países na repressão do crime. Porém, dependerá de prévia apreciação do Supremo Tribunal Federal, para analisar o caráter dessa infração. Ou seja, a extradição só será permitida depois do julgamento feito pelo plenário do STF. Dessa decisão não cabe recurso,
2)      A medida poderia ser concedida? Justifique com base nos requisitos para sua concessão.
RESPOSTA: Sim, pois de acordo com o art. 77 do Estatuto do Estrangeiro, a viabilidade da concessão da extradição poderá ser verificada a partir da análise de requisitos negativos, os quais determinam os casos em que não será concedida extradição.
 Assim, em seu inciso II, podemos depreender que poderia ser concedida a extradição, uma vez que oextraditando cometeu fato tipificado como crime tanto no Brasil como em seu país. 
Essa medida visa evitar que o infrator fique impune, ainda que esse crime tenha sido cometido em outro país. Por isso, deve traduzir no sentido superior e universal de justiça. O Brasil deve entregar o estrangeiro para que ele receba a pena cabível no país onde ele cometeu o crime. No Brasil, a extradição, só é admitida em duas hipóteses: mediante promessa de reciprocidade (através de pedido formal de Estado Soberano, a se processar segundo o direito vigente no país) e com base em tratado (hipótese em que assume, a princípio, caráter obrigatório).
 3)      Se concedida a extradição, pode o Presidente da República se negar a efetivar a entrega de Paolo?
RESPOSTA: Sim, há certa discricionariedade ao Presidente da República. Ele pode ou não efetivar a extradição. Poder conferido pelo artigo 84, inciso VII da CF.
O STF, há tempos, vem entendendo que a competência para decidir, definitivamente, sobre a extradição ou não é do Presidente da República, por ser ele a autoridade responsável por manter relações com Estados estrangeiros (art. 84, VII), quando o julgamento que lhe compete é favorável ao processo de extradição.
 
1ª QUESTÃO OBJETIVA
 
No que concerne à perda e à reaquisição da nacionalidade brasileira, assinale a opção correta.
a) Eventual pedido de reaquisição de nacionalidade feito por brasileiro naturalizado será processado no Ministério das Relações Exteriores.
b) A reaquisição de nacionalidade brasileira é conferida por lei de iniciativa do presidente da República.
c) Em nenhuma hipótese, brasileiro nato perde a nacionalidade brasileira.
d) Brasileiro naturalizado que, em virtude de atividade nociva ao Estado, tiver sua naturalização cancelada por sentença judicial só poderá readquiri-la mediante ação rescisória.
 
2ª QUESTÃO OBJETIVA
 
No âmbito do direito internacional, a soberania, importante característica do palco internacional, significa a possibilidade de:
 
a)      Igualdade entre países, independentemente de sua dimensão ou importância econômica mundial.
b)      Um estado impor-se sobre o outro.
c)       A ONU dominar a legislação dos Estados participantes.
d)      Celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do Tribunal Penal Permanente.
 
 
DIREITO INTERNACIONAL - CCJ0056
Plano de Aula 5 - Teoria das Organizações Internacionais - 
MARCOS GABRIEL MIRANDA CAVALCANTI – 20140317597-7
Título
Direito Internacional Público
Número de Semana de Aula
5 
Tema
Teoria das Organizações Internacionais - aula 2
Objetivos
Apresentar a Organização Mundial do Comercio.
Apresentar a Organização das Nações Unidas.
Fornecer ao aluno a compreensão sobre o processo de integração regional e sua importância na contemporaneidade.
Apresentar a integração na América do Sul e Latina: Mercosul e Unasul.
Introduzir o aluno no processo de integração na Europa
Estrutura do Conteúdo
0. A O.M.C.
   10.1. Origem
   10.2. Funções e objetivos
   10.3. Estrutura
11. A O.N.U.
   11.1. Origem
   11.2. Princípios
   11.3. Estrutura
12. Integração Regional
    12.1. MERCOSUL
          12.1.1. Origem
          12.1.2. 
    12.2. União Europeia
Aplicação Prática Teórica
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos casos concretos, a saber:
 
Caso concreto
Diante da consulta feita pelo Brasil ao órgão de solução de controvérsias de determinada Organização Internacional, decide o órgão no sentido de considerar abusiva a prática de medidas antidumping ? tem como objetivo neutralizar os efeitos danosos à indústria nacional causados pelas importações objeto de dumping, por meio da aplicação de alíquotas específicas, ad valorem ou de uma combinação de ambas - aplicadas pelos EUA na exportação de suco de laranja brasileiro de laranjas pelo Brasil, determinando que “as sobretaxas ao produto nos últimos quatro anos terão de ser retiradas em um prazo máximo de nove meses, tornando o produto novamente competitivo”.
Essa foi a primeira vez que os EUA desistiram de um processo na OMC antes de esgotar todas as possibilidades de apelação. O fato foi comemorado pelo Itamaraty como uma inclinação do governo americano de rever uma prática comum nas relações comerciais, o chamado "zeroing" ou "zeramento”.
Com relação a hipótese acima, responda justificadamente:
1) Qual é a organização internacional cujo órgão de solução de controvérsias teria competência para deliberar sobre o caso em questão? Fundamente.
OMC - Acordo Constitutivo da OMC
Artigo II
Escopo da OMC
1. A OMC constituirá o quadro Institucional comum para a condução das relações comerciais entre seus Membros nos assuntos relacionados com os acordos e instrumentos legais conexos incluídos nos anexos ao presente acordo.
Artigo III
Funções da OMC
2. A OMC será o foro para as negociações entre seus Membros acerca de suas relações comerciais multilaterais em assuntos tratados no quadro dos acordos incluídos nos Anexos ao presente Acordo. A OMC poderá também servir de foro para ulteriores negociações entre seus Membros acerca de suas relações comercias multilaterais e de quadro Jurídico para a aplicação dos resultados dessas negociações secundo decida a Conferência Ministerial.
3. A OMC administrará o entendimento relativo às normas e procedimentos que regem a solução de controvérsias (denominado a seguir ‘Entendimento sobre Solução de controvérsias’ ou ‘ESC’) que figura no Anexo 2 do presente Acordo.
ENTENDIMENTO RELATIVO ÀS NORMAS E PROCEDIMENTOS SOBRE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS
Os Membros pelo presente acordam o seguinte:
Artigo 1
Âmbito e Aplicação
1. As regras e procedimentos do presente Entendimento se aplicam às controvérsias pleiteadas conforme as disposições sobre consultas e solução de controvérsias dos acordos enumerados no Apêndice 1 do presente Entendimento (denominados no presente Entendimento "acordos abrangidos"). As regras e procedimentos deste Entendimento se aplicam igualmente às consultas e solução de controvérsias entre Membros relativas a seus direitos ou obrigações ao amparo do Acordo Constitutivo da Organização Mundial de Comércio (denominada no presente Entendimento "Acordo Constitutivo da OMC") e do presente Entendimento, considerados isoladamente ou em conjunto com quaisquer dos outros acordos abrangidos.
2. As regras e procedimentos do presente Entendimento se aplicam sem prejuízo das regras e procedimentos especiais ou adicionais sobre solução de controvérsias contidos nos acordos abrangidos, conforme identificadas no Apêndice 2 do presente Entendimento. Havendo discrepância entre as regras e procedimentos do presente Entendimento e as regras e procedimentos especiais ou adicionais constantes do Apêndice 2, prevalecerão as regras e procedimentos especiais ou adicionais constantes do Apêndice 2. Nas controvérsias relativas a normas e procedimentos de mais de um acordo abrangido, caso haja conflito entre as regras e procedimentos especiais ou adicionais dos acordos em questão, e se as partes em controvérsia não chegarem a acordo sobre as normas e procedimentos dentro dos 20 dias seguintes ao estabelecimento do grupo especial, o Presidente do Órgão de Solução de Controvérsias previstos no parágrafo 1 do Artigo 2 (denominado no presente Entendimento "OSC"), em consulta com as partes envolvidas na controvérsia, determinará, no prazo de 10 dias contados da solicitação de um dos Membros, as normas e os procedimentos a serem aplicados. O Presidente seguirá o princípio de que normas e procedimentos especiais ou adicionais devem ser aplicados quando possível, e de que normas e procedimentos definidos neste Entendimento devem ser aplicados na medida necessária para evitar conflito de normas.2) Teria a Corte Internacional de Justiça competência para decidir a controvérsia sobre a prática de medidas antidumping? Explique e justifique.
	Não, pois a capacidade de agir das organizações internacional limitam-se aos seus objetivos e funções. Segundo o art. 34 do Estatuto da CIJ as controvérsias que podem ser submetidas à CIJ são aquelas que podem vir a constituir ameaça à paz e a segurança internacional.
À não ser que o conflito aumente e se torne uma ameaça.
Capítulo II
Competência da Corte
Artigo 34
1. Apenas os Estados poderão ser partes em casos diante da Corte.
2. Sujeita a seu próprio Regulamento e de conformidade do mesmo, a Corte poderá solicitar de organizações internacionais públicas informação relativa acasos que se litigam frente a Corte, e receberá a informação que tais organizações enviem a iniciativa própria.
3) A decisão proferida obriga os EUA? Se negativa a resposta, porque então cumpre a decisão? Justifique sua resposta.
R.: Não, os atos unilaterais são recomendações, embora a prática do cumprimento destes atos vem influenciando em sua natureza.
1ª QUESTÃO OBJETIVA
 
A Conferência de Bretton Woods (1944), realizada no ocaso da Segunda Guerra Mundial, é considerada um marco na história do Direito Internacional no século XX porque (Exame de Ordem 2010.3, Questão 99)
(A) estabeleceu as bases do sistema econômico e financeiro internacional, por meio da criação do Banco Mundial - BIRD, do Fundo Monetário Internacional - FMI e do Acordo Geral de Tarifas Aduaneiras e Comércio - GATT.
(B) inaugurou uma nova etapa na cooperação política internacional ao extinguir a Liga das Nações e transferir a Corte Internacional de Justiça para a estrutura da então recém-criada Organização das Nações Unidas ? ONU.
(C) criou o sistema internacional de proteção aos direitos humanos, a partir da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
(D) criou o Tribunal de Nuremberg, corte ad hoc responsável pelo julgamento dos principais comandantes nazistas e seus colaboradores diretos pelos crimes de guerra cometidos durante a Segunda Guerra Mundial.
 
 
2ª QUESTÃO OBJETIVA
Constitui objetivo da Organização Mundial do Comercio  (Exame de Ordem 2009.2, questão 12)
 
a) solucionar controvérsias sobre tarifas do comercio internacional.
b) Fornecer recursos monetários para incentivar o desenvolvimento econômico.
c) Permitir a criação de zonas franças de comercio.
d) Facilitar o empréstimo monetário internacional.
a OMC, cuja sede fica em Genebra, é  principal fórum para o comércio internacional, consagrado pela solução de controvérsias nas relações comerciais.
Plano de Aula: Direito Internacional Público
DIREITO INTERNACIONAL
Número de Semana de Aula 6
ALUNA: TANIA REGINA TEIXEIRA VIEIRA SOARES – MATRÍCULA 201202247148
 
Caso Concreto 1
O País GAMA celebra com os países BETA e DELTA tratado sobre pesquisa genética em seres humanos, com o objetivo de desenvolver novos medicamentos contra a AIDS. O tratado dispõe que as pesquisas serão realizadas na região da África subsaariana, onde há grande incidência da doença. A comunidade internacional, condenando o tratado celebrado, pugna por sua nulidade, exigindo sua revogação. Com base no conceito de norma internacional e nas teorias que discutem seus fundamentos, explique o fundamento para a nulidade da norma internacional em questão, discorrendo sobre suas características e sua relevância para o Direito Internacional Contemporâneo. Responda fundamentando na doutrina e na Convenção de Viena sobre Tratados.
RESPOSTA: O tratado possui nulidade flagrante não podendo ser considerado como um tratado válido, pois seu conteúdo viola a carta de direitos humanos da ONU que se revela como uma norma internacional imperativa não podendo ser afastada pela vontade das partes. Assim o referido tratado viola a dignidade humana e ainda não promove progresso econômico social para as pessoas desses Estados.
A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 consigna expressamente, em seu artigo 63, a impossibilidade da validade de tal Tratado, conforme segue: “Se sobreviver uma nova norma imperativa de direito internacional geral, qualquer tratado existente em conflito com essa norma torna-se nulo e extingue-se”.
 Caso concreto 2
 
Após os atentados do 11/09 os EUA adotaram uma postura peculiar no tratamento das questões envolvendo o terrorismo mundial, culminando com a prisão de supostos envolvidos, os quais eram detidos em prisões controladas pelos EUA, dentre as quais aquela situada em Guantánamo, em Cuba. Os EUA celebram então com a Inglaterra, sua aliada na luta contra o terrorismo, tratado prevendo a cooperação entre os dois Estados para desenvolvimento de métodos não ortodoxos para obtenção de informações secretas junto aos supostos terroristas presos. Alegam os EUA que o tratado, que prevê medidas de combate ao terrorismo islâmico, seria uma forma de proteger seus cidadãos de violações aos Direitos Humanos. A França, sendo contraria a tais medidas, leva o caso à Corte Internacional de Justiça. Com relação a situação hipotética acima, responda: 
O tratado internacional é válido nos termos descritos? Explique e fundamente sua resposta.
RESPOSTA: Não, ele não é válido, pois viola norma imperativa. Os direitos humanos dos presos encontram-se consagrados em documentos internacionais que vedam a tortura, o tratamento desumano e degradante. 
1ª QUESTÃO OBJETIVA
 
Com relação à chamada “norma imperativa de Direito Internacional geral”, ou jus cogens, é correto afirmar que é a norma (IV Exame Unificado da OAB/RJ, questão 17)
(A) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatários, segundo o direito interno de cada um.
(B) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual nenhuma derrogação é permitida.
(C) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Estados membros, salvo os que apresentarem reserva expressa.
(D) de direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de Justiça, aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito.
 
 
SEMANA 7 - RESPOSTA
Caso Concreto 1
 
Hungria e Checoslováquia (atual República Checa) celebraram em 1977 um tratado internacional para construção e funcionamento do sistema de esclusas Gabcikovo-Nagymaros que estava destinado a ampla utilização dos recursos do ramo Bratislava-Budapeste do Rio Danúbio, para exploração de recursos hídricos, energia, transporte, agricultura e outros setores da economia nacional das partes contratantes. No tratado, as partes comprometeram-se a garantir a preservação da qualidade da água do Rio Danúbio e do meio ambiente vinculado a construção do sistema.
Em 1989 a Hungria suspendeu e depois abandonou as obras por conta das intensas criticas que o projeto sofreu no país e, em 1991, a Checoslováquia adotou a variante C, colocando em prática uma solução provisória que consistia no desvio unilateral do curso do Danúbio em seu território e a construção de um dique. Por conta da realização dos planos da variante C a Hungria emitiu uma nota verbal através da qual rescindia o Tratado de 1977.
Com base no tema da execução, suspensão e extinção dos tratados, analise o caso acima e responda fundamentadamente:
Pode a Hungria suspender e depois descumprir o tratado pactuado? Qual seria o efeito da nota verbal de rescisão?
R: Não. A suspensão deve ser notificada ao outro Estado. No caso, a suspensão e o descumprimento do tratado por parte da Hungria é uma violação substancial, como prevê o art. 60 da CVT.
A nota verbal não surtiria nenhum efeito, pois diante da violação do Tratado pela Hungria e também pela Republica Tcheca, a nota verbal de rescisão não tem qualquer efeito.
O ato unilateral da Checoslováquia viola o tratado?
R: Conforme o art. 60 da CVT, a República Tcheca deveria ter invocadoa violação como motivo para fazer cessar a vigência do tratado ou suspendê-la, mas como prevê o art. 60, parágrafo 2º, a possibilidade de invocar a violação da Hungria deixa de existir quando a República Tcheca, ela mesma, viola substancialmente o tratado.
Uma violação substancial de um tratado bilateral, por uma das Partes, autoriza a outra Parte a invocar a violação como motivo para fazer cessar a vigência do tratado ou para suspender a sua aplicação, no todo ou em parte. [Nos tratados bilaterais, o descumprimento substancial de uma parte permite que a outra parte considere extinto ou suspenso o tratado. 
Qual(ais) o(s) princípio(s) internacional(ais) violado(s)? Explique-o(os) e fundamente-o (os)
R: O princípio da boa-fé e da pacta sunt servanda, conforme art 36 da CVT que diz que todo o tratado em vigor vincula as Partes e deve ser por elas cumprido de boa fé.
CASO CONCRETO 2
O País Alfa não-membro da União Europeia (UE) celebra tratado com a República Tcheca, membro da referida Organização, cujo objeto, dentre outros, é o desenvolvimento econômico e social da região. No entanto, o tratado, negociado sob a condução ardilosa de Alfa, induzindo à assinatura nas mesmas circunstâncias pelo plenipotenciário Tcheco, é ratificado por seu chefe de Estado, que desconhecia o ambiente das negociações e da consequente assinatura. Quando da execução do Tratado, a República Tcheca percebe a existência de uma cláusula na qual o Estado Tcheco se submeteria à nova cooperação, abdicando de qualquer compromisso internacional anterior. O Tratado celebrado é válido? Pode Alfa ser responsabilizado pelos prejuízos causados? Explique justificadamente, fundamentando ainda sua resposta na norma jurídica pertinente.
R: O tratado não é válido, pois há vício de consentimento, uma vez que foi ardilosamente induzido à sua assinatura, a vontade não foi livre, houve dolo do país Alfa, na forma do art. 49 da CVT. Houve um prejuízo intencional, havendo assim a responsabilidade de Alfa de ressarcir os prejuízos causados.
Art. 49: Se um Estado tiver sido induzido a concluir um tratado pela conduta fraudulenta de um outro Estado que participou na negociação, pode invocar o dolo como tendo viciado o seu consentimento em ficar vinculado pelo tratado.
 
CASO 3
 
Um tratado em vigor elaborado na língua portuguesa (lusitana), entre o Brasil e Portugal utilizou termos e expressões que não revelavam a intenção real com a vontade declarada pelo plenipotenciário da República Federativa do Brasil. Alegou-se, pois, que a redação de alguns dispositivos do tratado, dava sentido diverso daquele esperado pelo plenipotenciário. Os termos foram introduzidos por Portugal, através do seu plenipotenciário, que desconhecia a diferença linguística apontada como vício.  Todavia, o representante, plenipotenciário da República Federativa do Brasil tinha previamente conhecimento da questão, e mesmo assim alegou estar o tratado eivado de vício, o que gera a sua nulidade.  O Ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil, solicita uma análise sobre o caso supra mencionado, para que possa se posicionar perante o Presidente da República sobre o ocorrido. Com relação a situação acima responda fundamentadamente:
O tratado é Válido? 
 R: Quem alega o vício não pode ter contribuído de alguma forma para a ocorrência do vício. Embora o Brasil não possa alegá-lo, pois o plenipotenciário brasileiro percebeu o vício, mas calou-se, ele agiu de má-fé. Sendo assim, o contrato possui erro de consentimento não sendo, portanto, válido.
1ª QUESTÃO OBJETIVA
 
Julgue os itens abaixo, relativos aos tratados internacionais.
 
A) Considerando que o consentimento mútuo constitui condição de validade dos tratados internacionais, terá plena validade o tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com norma imperativa de direito internacional geral, de conformidade com o que estabelece a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados. ERRADO
B) Não é juridicamente possível a exclusão, do âmbito de aplicação territorial de tratado internacional, de parte do território de um ou de ambos os Estados pactuantes. ERRADO
C) Segundo a Convenção de Viena sobre Tratados de 1969 é vício de consentimento o erro de direito. ERRADO
 
2ª QUESTÃO OBJETIVA
 
O direito dos tratados, até meados do século XX, sempre foi regulado, via de regra, pelo costume internacional. Porém, o trabalho desenvolvido pela Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas, resultou na elaboração e conclusão da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, celebrada em 22 de maio de 1969, tendo entrado em vigor em 27 de janeiro de 1980. Tal instrumento internacional se justificava pelo fundamental papel que os tratados significaram e significam na história das relações internacionais, bem como pela importância, cada vez maior, dos tratados como fonte do Direito Internacional e como meio de desenvolver a cooperação pacífica entre as Nações. Sob o prisma da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, é correto afirmar, quanto a elaboração, conclusão e entrada em vigor dos tratados internacionais, EXCETO:
(A) Nem todos os Estados têm capacidade para concluir tratados.
(B) Uma pessoa é considerada representante de um Estado para a adoção ou autenticação do texto de um tratado ou para expressar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado se apresentar plenos poderes apropriados ou a prática dos Estados interessados ou outras circunstâncias indicarem que a intenção do Estado era considerar essa pessoa seu representante para esses fins e dispensar os plenos poderes.
(C) Em virtude de suas funções e independentemente da apresentação de plenos poderes, são, dentre outros, considerados representantes do seu Estado: os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das Relações Exteriores, para a realização de todos os atos relativos à conclusão de um tratado.
(D) Um ato relativo à conclusão de um tratado praticado por uma pessoa que, nas formas ordinárias e expressas de representação estatal previstas pela da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, não pode ser considerada representante de um Estado para esse fim, não produz efeitos jurídicos, a não ser que seja confirmado, posteriormente, por esse Estado.
 
AULA 8
Em 2009, Maria foi nomeada depositária judicial de dois automóveis - marca Fiat  - (zero kilômetro) pelo juízo da 2ª Vara de Fazenda Pública da Comarca de São José dos Campos – SP). Em 2010, depois de não atender a ordem judicial de exibição dos veículos, Maria foi intimada pessoalmente para apresentá-los no prazo de 48, sob pena de prisão. Maria alega ter se confundido ao assinar o termo de penhora de depósito, já que à época não estava mais nos quadros da empresa proprietária dos carros penhorados. Diante da ameaça à sua liberdade de locomoção, Maria impetra habeas corpus alegando que a prisão civil do depositário infiel constitui violação aos direitos humanos, em especial à Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 7º, 7) e ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (art. 11). A ordem é denegada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e, após os recursos cabíveis, o remédio passa a apreciação do STF. Com relação à questão acima colocada responda:
1)      Procede o argumento de Maria de que a prisão civil do depositário infiel viola Tratados de Direitos Humanos? Explique.
RESPOSTA: Sim. O Pacto de São José de Costa Rica foi ratificado pelo Brasil em 1991. Ao ratificá-lo, o Brasil estaria revogando o antigo Código Civil de 1916 em vigor com relação à prisão do depositário infiel. A lei posterior revoga lei anterior. No entanto, o Tratado conflitava com a Constituição Federal. Foi então criado o § 3º do art 5º da CF, através da EC/45. Ainda, assim, a cláusula pétrea foi alterada. Diante disso, o STF criou a Súmula Vinculante nº 25. 
2)      Como no Brasil se dá a relação entre o Direito Internacional e o direito interno? Explique e fundamente sua resposta.
RESPOSTA: Há Tratados recepcionadoscomo emenda constitucional e outros como lei ordinária. 
Quando o Tratado for recepcionado como lei ordinária, isso permite eventual controle de constitucionalidade do tratado.
Nos casos do tratado recepcionado como lei ordinária que conflite com norma de direito interno (lei ordinária), aplica-se o princípio da intertemporalidade ou o princípio da especialidade.
Se ele foi recepcionado como emenda constitucional vai prevalecer o princípio da supremacia constitucional.
O tratado do portador de necessidades especiais e tratado do idoso foram recepcionados como emendas constitucionais.
3)      Qual o entendimento da jurisprudência a respeito do status dos tratados de direitos humanos na ordem jurídica brasileira. Fundamente. 
RESPOSTA: Se o procedimento foi votado por maioria simples, o entendimento é que foi recepcionado com o status de lei ordinária.
Se o procedimento foi votado por, no mínimo, 3/5 dos votos dos membros, em dois turnos, nas duas casas do congresso nacional e se o tratado for de direitos humanos o entendimento é de que foi recepcionado com status de emenda constitucional.
 
CASO CONCRETO 2
Em 2005 foi negociado um tratado de proteção ao meio ambiente entre 30 Estados numa Conferência realizada no Japão. O texto elaborado foi aprovado por um quorum de 3/5 dos presentes, como decido pelos Estados e expresso em cláusula incluída no texto. Em fase de assinatura, apenas 10 Estados assinaram o compromisso internacional por seus plenipotenciários habilitados, 5 apenas o rubricaram e os outros 15, manifestaram seu consentimento por representantes sem carta de plenos poderes. Decidiram os Estados pela prorrogação da fase de assinatura por 30 dias, ao fim dos quais o acordo deveria ser ratificado. Passados os 30 dias, as manifestações expressas por rubrica foram confirmadas, mas os Estados cujos representantes não portavam cartas de plenos poderes não apresentaram o exigido documento. O tratado foi ratificado pelos 30 Estados. Um Estado Y, que assinou e ratificou o acordo vai à Corte Internacional de Justiça pleitear a exclusão dos 5 Estados que não apresentaram carta de plenos poderes, alegando que não houve a assinatura e assim o tratado não teria efeitos com relação a eles. Procede a alegação do Estado Y? Justifique e fundamente sua resposta.
 RESPOSTA: Sim, pois é requisito essencial a habilitação dos agentes signatários. Apesar do prazo suplementar, os Estados não supriram a falta da representação, portanto, não se reconhece o representante sem a outorga dos plenos poderes.
1ª QUESTÃO OBJETIVA
 
A Constituição Federal estabelece que a União representará o Brasil nas relações internacionais. Por outro lado, também confere competência exclusiva ao Congresso Nacional para resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais. Nessa linha, no âmbito do Senado, quanto à tramitação, avalie as afirmativas a seguir: (FGV – Analista do Senado)
I. O ato internacional deverá ser acompanhado de cópia autenticada do texto em português e inglês, não sendo necessária mensagem de encaminhamento. ERRADO
II. O projeto será lido, publicado, distribuído em avulsos e remetido à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. CERTO
III. A Comissão receberá emendas no prazo de cinco dias a contar da distribuição dos avulsos. CERTO
IV. Após a apresentação das emendas, deve a Comissão opinar sobre o projeto no prazo improrrogável de quinze dias. ERRADO. 
V. Publicado o parecer e as emendas e distribuídos os avulsos, decorrido o interstício regimental, a matéria será incluída na ordem do dia. CERTO
Assinale:
(A) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas III, IV e V estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II, III e V estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
SEMANA 9
Caso Concreto 1
   A Corte Internacional de Justiça (CIJ) da ONU emitiu parecer declarando que o muro que Israel está construindo na Cisjordânia é ilegal, uma vez que viola leis internacionais. Outra conclusão foi que o governo israelense não pode usar a segurança como justificativa para a construção.
   De acordo com a corte, a obra deverá ser imediatamente suspensa e derrubada nos trechos já erguidos, uma vez que a conclusão da obra equivaleria à anexação de terras palestinas, ferindo o direito dos palestinos à autodeterminação.
   Seguindo o entendimento da Corte Internacional de Justiça, a Assembleia Geral da ONU emitiu a Resolução RES/ES-10/15de 2 de Agosto de 2004. Com relação à Resolução da Assembleia Geral da ONU e ao parecer emitido pela Corte Internacional de Justiça, responda?
Qual a natureza dos apontados atos internacionais? Explique
R: A natureza jurídica da Resolução da Assembleia da ONU é de recomendação. Ela não é obrigatória, é facultativa. Já o parecer da CIJ é fruto da função consultiva e também facultativo.
São eles considerados fontes formais do Direito Internacional? Justifique e fundamente.
R: Não, eles não estão enumerados no art 38 da CIJ. 
A Corte Internacional de Justiça considerou as recomendações dotadas de natureza de opinio juris, ou, em outras palavras, precederem ao surgimento de um direito costumeiro internacional. O direito costumeiro é visto, sob o prisma do Estatuto da CIJ, como direito aplicável, mas as opinio juris não o são por ainda não gozarem de tal status. Nesse diapasão, a CIJ determinou que as recomendações prolatadas pela AG da ONU tem caráter de elemento constitutivo do direito internacional costumeiro.
3)      Os referidos atos obrigam os Estados? Por quê? Explique e justifique.
R: Não. A recomendação é um ato desprovido de efeitos obrigatórios. O sentido jurídico do termo coincide com o seu sentido corrente. Os seus destinatários não são obrigados a submeterem-se a ela e não cometem infração no caso de não a respeitarem. Qualquer recomendação só se torna obrigatória após aceitação expressa ou tácita.
Ainda que não sejam obrigatórias de um ponto de vista jurídico, as recomendações podem tomar-se politicamente coercitivas, fusionando como meios de pressão políticos, possuindo força moral e politica, mas não jurídica. 
4)      Os Estados vem cumprindo atos desta natureza? Explique.
R: Cumprem quando é de seu interesse e não deixam de cumprir quando não for de seu interesse, diante do caráter não obrigatório.
 
1ª QUESTÃO OBJETIVA
 
Acerca das organizações internacionais, julgue os seguintes itens.
As organizações internacionais são instituídas por meio de um tratado multilateral, denominado tratado constitutivo, que em geral estabelece os objetivos e as regras para a instituição dos principais órgãos e dispõe sobre os direitos e deveres dos Estados-membros.
R: Correto. As organizações internacionais, sujeitos de direito internacional dotados de personalidade jurídica derivada, são instituídas pela vontade dos Estados através de um tratado constitutivo no qual constam as principais regras a respeito de sua organização, funcionamento, órgão, direitos e deveres dos membros, etc.
As organizações internacionais dispõem, necessariamente, de uma única sede, estabelecida por meio de tratado bilateral com um dos Estados-membros, denominado acordo da sede. 
R: Errado. Nada impede que uma organização internacional tenha mais de uma sede e, de igual forma, o acordo de sede não precisa se dar necessariamente com um Estado membro, podendo ser celebrado entre a organização internacional e um terceiro Estado.
Às organizações internacionais são concedidos privilégios e imunidades similares aos dos Estados.
R: Correto. Os privilégios concedidos às organizações internacionais são pactuados através dos acordos de sede que esta estabelece com determinados países.
A receita das organizações internacionais resulta basicamente das contribuições (cotizações) dos Estados-membros, estabelecidas de acordo com o princípio da capacidade contributiva.
R: Correto. Não sendo, inicialmente,dotadas de competência para instituição de tributos, as organizações internacionais se mantem através de verbas oriundas de seus Estados-membros.
Em razão de sua própria natureza, as organizações internacionais não estão sujeitas a ação de responsabilidade internacional.
R: Errado. As organizações internacionais podem ser responsabilizadas internacionalmente em virtude de seus atos, pois, como sujeitos de direito, elas participam ativa e passivamente na ordem jurídica internacional. O tema da responsabilidade internacional das organizações é tratado pela Comissão de Direito Internacional da ONU desde 2000.
2ª QUESTÃO OBJETIVA
Comparando-se as instituições de direito internacional público com as típicas do direito interno de determinado país, percebe-se que, no direito internacional, (39º Exame da OAB/RJ, questão 11)
 
a)      Há um governo central que possui soberania sobre todas as nações.
b)      Há uma norma suprema como no direito interno.
c)       H á um órgão central legislativo pata todo o planeta.
d)     Há cortes judiciais com jurisdição transnacional.
SEMANA 10 - RESPOSTA
Caso concreto
 
Em outubro de 2004 a Comissão Interamericana de Direitos Humanos submeteu à Corte Interamericana de Direitos Humanos uma demanda contra o Brasil pela violação aos direitos consagrados no art. 4º, 5º, 8º e 25º da Convenção Americana de Direitos Humanos. Alegou-se que D. Ximenes supostamente estaria sob condições sub-humanas em sua hospitalização, por motivo de tratamento psiquiátrico, em um centro de saúde que operava pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Constava das informações colhidas que D. Ximenes teria sido alvo de golpes e ataques contra sua integridade física por parte dos funcionários da casa de repouso. A Comissão Interamericana ressaltou a vulnerabilidade em que se encontram as pessoas com problemas psiquiátricos no Brasil e a obrigação especial do Estado de zelar pela proteção das pessoas que se encontram sob os cuidados de um centro de saúde que integra o SUS. 
 
Diante da hipótese acima, responda:
 
A Corte Interamericana de DDHH tem jurisdição para decidir a questão? Justifique e fundamente.
R: Criada pelo Pacto de São José, a Corte Interamericana de Direitos Humanos tem a finalidade de julgar casos de violação aos direitos humanos ocorridos em países que integram a Organização dos Estados Americanos (OEA), que reconheçam sua competência. Ou seja, trata-se de um organismo jurisdicional autônomo que faz parte do sistema regional interamericano de proteção aos direitos humanos, criado no âmbito da OEA. Assim, a Corte analisa, basicamente, os casos de suspeita de que os Estados-partes tenham violado um direito ou liberdade protegido pela Convenção. Uma vez que 
Pode a Corte determinar a reparação dos danos causados a D. Ximenes sem que tenha sido interposto e esgotado os recursos da jurisdição interna? Justifique e fundamente.
Resposta: Não, só depois de esgotados todos os recursos na jurisdição interna. É necessário ter exaurido todas as instâncias judiciárias internas sem que tivesse obtido a prestação jurisdicional.
O Brasil se obriga a cumprir o que for determinado pela Corte? Explique e justifique. 
Sim. O Brasil ratificou o Tratado e assim reconheceu a competência da CIDDHH, obrigando-se a cumprir o determinado pela Corte.
 
1ª QUESTÃO OBJETIVA
 
Em relação ao direito internacional dos direitos humanos, julgue C(certo) ou E (errado).
1-O direito de Haia, assim chamado por ter seus fundamentos nas quatro convenções internacionais ocorridas nessa cidade, destina-se à proteção das vítimas de conflitos armados — feridos, enfermos, prisioneiros de guerra, náufragos, população civil e militares que estejam fora de combate. ERRADO
EXPLICAÇÃO: O país é Genebra.
2-O Direito Internacional Humanitário, campo das ciências jurídicas com o objetivo de prestar assistência às vítimas de guerra, surgiu, efetivamente, com a primeira  Convenção de Genebra, em 1864. CERTA
 3-Atualmente, a garantia da eficácia dos direitos humanos compete principalmente à Corte Europeia dos Direitos Humanos, com sede em Estrasburgo, na França, e à Corte Interamericana de Direitos Humanos, sediada em São José da Costa Rica. CERTA
4-A Corte Interamericana de Direitos Humanos profere sentenças recorríveis pelos interessados, as quais declaram eventual violação de direito protegido por tratado, não lhe competindo, no caso concreto, determinar pagamento de indenização à parte lesada. ERRADA. 
EXPLICAÇÃO: Elas são irrecorríveis e definitivas e podem determinar o pagamento de indenização.
2ª QUESTÃO OBJETIVA
 
O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (1966) admite a possibilidade de um Estado-parte suspender sua aplicação, “quando situações excepcionais ameacem a existência da nação e sejam proclamadas oficialmente”. O mesmo pacto não autoriza a suspensão de determinados direitos, entre os quais se destaca(m): (32º Exame da OAB)
a) a proibição da pena de morte e de tortura e penas ou tratamentos cruéis.
b) a proibição de escravidão e de prisão por não cumprimento de obrigação contratual.
c) a liberdade de pensamento, consciência e religião e proibição de propaganda em favor da guerra.
d) a liberdade de expressão e a garantia do princípio da reserva legal.
 
Aula 11
 
M. Munbassa é procurado internacionalmente por ter alistado e recrutado menores de 15 anos nas forças armadas nacionais, utilizando-as para participar ativamente das hostilidades praticadas no conflito armado ocorrido de 2002 e 2003 na República do Congo. M. Munbasse foi localizado em 2008 pela Interpol, em Paris, França. Com relação ao caso acima, baseado em dados reais, responda:
 
a)    M. Munbassa praticou algum crime previsto pelo Direito Internacional? Qual(ais)? Fundamente sua resposta.
RESPOSTA: Sim, crime contra a humanidade e crime contra a paz, na medida em que recrutou crianças e as armou para utilizá-las como soldados nas forças armadas.
b)    Poderia ele ser julgado por alguma jurisdição supranacional? Qual? Fundamente.
RESPOSTA: Sim. Este é caso de competência suplementar do Tribunal Penal Internacional, uma vez que ninguém avocou a si a propositura de ação por crime contra a humanidade contra o Mumbassa.
c)    Poderia a instância supranacional atuar independentemente da provocação da jurisdição estatal? Justifique e fundamente.
RESPOSTA: O Estado pode lançar mão do seu próprio poder judiciário quanto pode denunciar o fato ao TPI. O tratado confere ao TPI esse poder.
d)    A França teria que obrigatoriamente entregar Munbassa? Explique e justifique.
RESPOSTA: Uma vez que a França é signatária do Estatuto de Roma, cumpri-lhe entregar o indivíduo acusado de crimes contra a humanidade, no entanto ela não é obrigada, mas é um dever moral.
 
1ª QUESTÃO OBJETIVA
 
Acerca de tribunais internacionais e de sua repercussão, assinale a opção correta. 
 
A) O Tribunal Penal Internacional prevê a possibilidade de aplicação da pena de morte, ao passo que a Constituição brasileira proíbe tal aplicação. 
B) O § 4.º do art. 5.º da Constituição Federal prevê a submissão do Brasil à jurisdição de tribunais penais internacionais e tribunais de direitos humanos. 
C) O Estatuto de Roma não permite reservas nem a retirada dos Estados-membros do tratado. 
D) O Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional, estabelece uma diferença entre entrega e extradição, operando a primeira entre um Estado e o mencionado tribunal e a segunda, entre Estados. 
 
  
2ª QUESTÃO OBJETIVA
 
O asilo diplomático é um instituto latino-americano de direito internacional e tem por objetivo a proteção de pessoas perseguidas por motivos ou delitos políticos. São locais de asilo, segundo a Convenção de Caracas, de 1954, (33º Exame da OAB, questão 93)
A) legações, navios de guerra e acampamentos ou aeronaves militares.
B) legações, consulados e sedes de organizações internacionais.
C) acampamentos militares, consulados e veículos de embaixadas.
D) navios e aeronaves militarese sedes de organizações internacionais.
 
3ª Questão objetiva
Como antecipou Joaquim Nabuco, a escravidão e o tráfico de escravos, graves violações aos direitos humanos, estão hoje proscritos pelo direito internacional. À luz das normas de direito internacional aplicáveis ao tema, julgue C(certo) ou E(errada). (Prova para o Instituto Rio Branco 2010)
1-Atos de escravidão, em determinadas circunstâncias, podem constituir crimes contra a humanidade. CERTA
2-É nulo todo tratado que regulamente o tráfico de escravos entre dois ou mais Estados. CERTA
3-A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (l969) enumera as normas imperativas de direito  internacional (jus cogens), entre as quais, a proibição da escravidão. ERRADA
4-O tráfico de pessoas como modalidade de crime organizado internacional limita-se à exploração de mão de obra escrava. ERRADA
AULA 12
 
Em 2007, após a tomada do poder em Gaza pelo Hamas, grupo islâmico radical, Israel e o Egito passaram a isolar – manu militari - econômica e comercialmente a faixa de Gaza.  As fronteiras  foram  totalmente fechadas, só sendo permitidos carregamentos com suprimentos humanitários, que são fiscalizados minuciosamente. Israel alega que as medidas foram tomadas com a finalidade de enfraquecer o poder do Hamas. Em 2010, as medidas  foram abrandadas com a abertura da fronteira de Rafah pelo Egito, mas a passagem só está franqueada a circulação de pessoas e não de mercadorias.
Com relação à medida coercitiva tomada por Israel e Egito, responda:
 
1)      Trata-se de qual medida coercitiva, representativa do uso da força contra Gaza? Explique e justifique.
RESPOSTA: Trata-se de bloqueio que utiliza as Forças Armadas para impedir a comunicação com os portos e as costas. Enquanto Israel permite a entrada de suprimentos humanitários, o bloqueio é perfeitamente lícito em termos de Direito Internacional, no momento em que bloqueá-los, torna-se um ato ilícito.
2)      Esta medida é aceita pelo Direito Internacional? 
RESPOSTA: Sim, na forma dos artigos 41 e 42, da Carta da ONU.
3)      E se  houvesse impedimento de entrada de suprimentos humanitários? Explique, justifique e fundamente.
RESPOSTA: Seria um bloqueio ilícito, pois estaria violando uma norma imperativa de direito humanitário (jus cogens), em especial a Convenção de Genebra de1949.
 
1ª QUESTÃO OBJETIVA
 
O modo jurídico de solução de controvérsias pelo qual os Estados delimitam o objeto da mesma,  escolhem os juízes, determinam as fontes do direito que podem ser utilizadas no processo e se comprometem a cumprir a decisão, mediante acordo, é a (33º Exame da OAB, questão 96)
A) mediação.
B) negociação diplomática.
C) conciliação.
D) arbitragem.
 
 
2ª QUESTÃO OBJETIVA
 
Um contrato internacional entre um exportador brasileiro de laranjas e o comprador americano, previu que em caso de litígio fosse utilizada a arbitragem, realizada pela Câmara de Comércio Internacional. O exportador brasileiro fez a remessa das laranjas, mas estas não atingiram a qualidade estabelecida no contrato. O comprador entrou com uma ação no Brasil para discutir  o cumprimento do contrato. O juiz decidiu:(Exame de Ordem Unificado 2010.3, questão 94)
(A) extinguir o feito sem julgamento de mérito, em face da cláusula arbitral.      
(B) deferir o pedido, na forma requerida.
(C) indeferir o pedido porque o local do cumprimento do contrato é nos Estados Unidos.
(D) deferir o pedido, em razão da competência concorrente da justiça brasileira.
 3ª Questão objetiva
Julgue os itens a seguir C(certo) ou E(errado), relativos aos meios  jurisdicionais  de solução pacífica dos conflitos internacionais.
 1-      Tanto os acórdãos da Corte Internacional de Justiça quanto as sentenças arbitrais são definitivos e obrigatórios. ERRADA
2-      A jurisdição internacional, quer judiciária, quer não judiciária, só é exercida para equacionar conflitos entre Estados quando estes se comprometem previamente em acatar a decisão a ser proferida. CERTA
3-      Diferentemente dos acórdãos dos tribunais internacionais, as sentenças arbitrais poderão ser impugnadas sob a alegação de serem errôneas ou contrárias à equidade. CERTA
4-      Tanto as sentenças arbitrais quanto os acórdãos dos tribunais internacionais têm força executória. CERTA
 
SEMANA 13 - Caso Concreto 1
 
Em junho de 2009, uma construtora brasileira assina, na Cidade do Cabo, África do Sul, contrato de empreitada com uma empresa local, tendo por objeto a duplicação de um trecho da rodovia que liga a Cidade do Cabo à capital do país, Pretória. As contratantes elegem o foro da comarca de São Paulo para dirimir eventuais dúvidas. Um ano depois, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos de medição das obras e não conseguem chegar a uma solução amigável. A construtora brasileira decide, então, ajuizar, na justiça paulista, uma ação rescisória com o objetivo de colocar termo ao contrato. Com relação ao caso hipotético acima, responda:
- No que tange à competência internacional, o poder judiciário brasileiro (Comarca da São Paulo, capital) é competente para conhecer e julgar a lide? Justifique e fundamente.
Resposta: O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide. Ele deverá basear sua decisão na legislação sul-africana, tendo em vista que o contrato é silente quanto à lei de sua regência, pois os contratos se regem pela lei do local de sua assinatura.
 Caso concreto 2
Teck SPA S/A requer ao STJ a homologação de sentença arbitral estrangeira proferida em 22 de outubro de 2004 por Paul Anderson, árbitro membro da L. C. Association (Inglaterra), que condenou A.A Gerais Ltda., empresa estabelecida no Brasil, no pagamento de US$ 416.323,77 em razão de descumprimento de contrato de fornecimento de algodão cru.
Apreciado o pedido de homologação pelo Pleno do STJ, uma vez que houve impugnação do Ministério Público e manifestação do representante da A.A Gerais Ltda., o mesmo foi indeferido com base nos artigos 3º, 4º e 5º da lei 9307/96 (lei de arbitragem) que estabelece como condição de eficácia da via arbitral a expressa manifestação por escrito das partes acerca da opção pela arbitragem, anuência que deve ser expressa e específica em relação à cláusula compromissória. Apurou o STJ que não havia assinatura ou visto qualquer da A.A. Geral na cláusula de eleição da via arbitral, nada que fosse prova da manifesta declaração autônoma de vontade da requerida de renunciar à jurisdição estatal em favor da arbitral. Com relação ao caso acima responda:
É necessária a homologação de laudos arbitrais internacionais? Justifique Fundamente. 
R: Se pretender executar aqui, tem que homologar.
Quais são os requisitos a serem apreciados para que o laudo seja homologado? Explique-os fundamentadamente.
Não pode conflitar com a lei do país homologante, não pode conflitar com a ordem pública e tem que ter os requisitos formais para a homologação.
Está correta a decisão do STJ?
R. Sim, pois falta o requisito formal para validade da decisão arbitral: concordância e assinatura de todas as partes.
 1ª QUESTÃO OBJETIVA
 Jogador de futebol de um importante time espanhol e titular da seleção brasileira é filmado por um celular em uma casa noturna na Espanha, em avançado estado de embriaguez. O vídeo é veiculado na internet e tem grande repercussão no Brasil. Temeroso de ser cortado da seleção brasileira, o jogador ajuíza uma ação no Brasil contra o portal de vídeos, cuja sede é na Califórnia, Estados Unidos. O juiz brasileiro (Exame da Ordem 2010.2, questão 93)
(A) não é competente, porque o réu é pessoa jurídica estrangeira.
(B) terá competência porque os danos à imagem ocorreram no Brasil.
(C) deverá remeter o caso, por carta rogatória, à justiça norte-americana.
(D) terá competência porque o autor tem nacionalidade brasileira.
AULA 15
Caso Concreto 1
O caso Pulp Mills on the river Uruguay refere-se a uma disputa entre a Argentina e o Uruguai a respeito da permissão pelo governo uruguaio da construção de uma fábrica de celulose

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