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- É impossível a vida em sociedade sem o direito das obrigações. - Obrigação de Direito = coisa / ato jurídico. - É o que pode gerar a busca pela reparação do direito “ferido”. CONCEITO - É o ramo do Direito Civil que disciplina o vínculo jurídico através do qual alguém (sujeito passivo / devedor) se obriga a dar, fazer ou não fazer alguma coisa em favor de outrem (sujeito ativo / credor). -EX: venda de carro que tu faz o pagamento pelo veículo, mas o dono do carro não entrega-o pq teve uma proposta melhor e não te devolve o dinheiro = gera estelionato. Elementos que constituem uma obrigação de direito: - Existência de vínculo jurídico. * DEVEDOR INADIMPLENTE: devedor que não pode pagar sua dívida / cumprir sua obrigação. CONCEITO - Se diz jurídico porque se trata de uma relação prevista em lei, que sujeita o devedor inadimplente a uma sanção de natureza pecuniária / patrimonial. - Presença de duas partes. - Um devedor (pelo menos, podendo ser mais de um) - Um credor (pelo menos, podendo ser mais de um) - Existência de um objeto. - Sendo um objeto imediato: que seria sempre a ação / conduta humana de dar, fazer ou não fazer algo em razão do credor. - Sendo um objeto mediato: que seria a coisa em si a ser entregue, feita ou desfeita. - O objeto mediato deve ser um objeto lícito. - O objeto mediato deve ser um objeto possível – fisicamente e juridicamente. - O objeto mediato deve ser um objeto determinado ou determinável. Natureza jurídica: - Direitos Patrimoniais: - Direitos Reais = vínculo que liga as pessoas as coisas = Art. 1225, CC Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a concessão de direito real de uso; XIII - a laje; - Direitos Pessoais: vínculo jurídico que liga duas pessoas. EX: credor x devedor. - Direitos Não Patrimoniais. Fontes: - Contrato: CONCEITO - É a fonte que gera uma obrigação de dar, fazer ou não fazer algo, decorrente de uma relação jurídica bilateral assumida por alguém (devedor) em favor de outrem (credor). EX: contrato de compra e venda, comodato, serviços... * Comodato = empréstimo de bens. - Declaração Unilateral de Vontade: - A pessoa assume a obrigação de dar, fazer ou não fazer algo para a pessoa que por ventura pode se encaixar nas condições impostas CONCEITO – É a obrigação assumida por uma pessoa (devedor) em favor de outra, em princípio, indeterminada. EX: promessa de recompensa, sorteio da Mega-Sena.. - Ato ilícito: * Responsabilidade civil = gera a obrigação de indenizar alguém. CONCEITO – É a obrigação decorrente da ação ou omissão culposa ou dolosa de alguém (devedor) que causa prejuízo a outra pessoa (credor) EX: tu furar o sinal vermelho e bater no carro de alguém; erro médico; - Lei. Modalidades: - Dar: - Entregar algo a alguém. CONCEITO - Consiste na entrega do objeto da obrigação para devedor em favor do credor. - Coisa incerta - Coisa certa: individualização do objeto / características próprias = Art. 313, CC Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. = aceitação de objeto diverso do acordado. - Propriamente dita (Pura) - Restituir = caso sem transferência de propriedade - Pagar quantia CONCEITO DE COISA CERTA – É a espécie da obrigação de dar, cujo objeto está perfeitamente individualizado em todas suas características, não podendo o credor ser obrigado a aceitar objeto diverso, ainda que mais valioso. - A diferença entre bem imóvel para bem móvel, é que no 1º há necessidade de registro no cartório. - No bem móvel não necessita de escritura = Art. 1267, CC Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico. - Já o bem imóvel, só quando fizer a transferência da propriedade da escritura. - O cumprimento efetivo se dá apenas quando tem a tradição satisfeita = Art. 1245, CC Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. § 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. § 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. Consequências pelo descumprimento: EX: roubo de carro = perda. EX: batida ao manobrar = deterioração. - Pura / Propriamente dita: - Perda do objeto: apesar da vontade de entregar, o objeto não existe mais. - Sem Culpa: a obrigação se resolve / desfaz como se não tivesse existido; caso algum valor tenha sido pago, será restituído; - Com Culpa: a pessoa que descumpre responde pelo valor equivalente do objeto mais as perdas e danos que tiver e conseguir demonstrar. * Valor equivalente: valor do objeto em si e NÃO do valor acertado. Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. - Deterioração: perda parcial do objeto. - Sem Culpa: * O credor pode resolver o negócio caso não queira-o com a deterioração e negue-se a esperar o concerto. * O credor pode aceitar o objeto no estado em que se encontra, desde que seja abatido o preço do concerto. Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. - Com Culpa: - Requerer-se o valor equivalente do objeto mais perdas e danos OU aceita-se o objeto no estado em que se encontra mais as perdas e danos. * Na 1ª, o credor pode negar o objeto e instaurar procedimento sobre o valor equivalente mais as perdas e danos * Já a 2ª, pode aceitar o objeto na situação em que se encontra e cobrar apenas as perdas e danos. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. - Restituir: dever de restituir o objeto ao dono. Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. - Perda do objeto: - Sem Culpa: a situação se resolverá. Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. - Com Culpa: o devedor responde pelo valor equivalente do objeto mais perdas e danos. Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. - Deterioração: - Sem Culpa: se possível devolver o objeto deteriorado, é devolvido e sem direito de indenização. Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-áo disposto no art. 239. - Com Culpa: havendo deterioração, o credor pode exigir o valor equivalente a DETERIORAÇÃO mais perdas e danos. O credor não recebe pelo valor equivalente pelo objeto e sim recebe pela deterioração (estrago) mais perdas e danos. - A pessoa só pode aceitar o carro e cobrar equivalente a deterioração e perdas e danos. - A pessoa não pode recusar o objeto e pedir o valor equivalente para ele. - Coisa Incerta: - O objeto não é individualizado. - Não há “especificação certa”. - É indicado por espécie e quantidade; Art. 243, CC Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. CONCEITO - É aquela obrigação de dar, cujo objeto está identificado pelo menos pela espécie e quantidade. - O momento da escolha é determinante; nesse momento, o objeto incerto passa a ser o objeto certo. - Caso não seja especificado, o devedor é quem escolhe o objeto a ser entregue. - Se atentar às delimitações da negociação.. EX: quer um cachorro do canil x.. (Especificamente) Acessórios na Obrigação de Dar: Propriamente dita (Pura) - Os objetos seguem a sorte do principal; - Os acessórios seguem o objeto principal - Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. EX: tu vai vender um carro, daí ele tem roda de liga leve, banco de couro, som de última geração e tal; no dia da venda, o comprador deve receber o carro com os bens (roda de liga leve, banco de couro, e tal) – regra geral; - Caso o vendedor avise que não vai vender o carro com os tais itens, o acordo sofre as alterações; - Caso os acessórios não vão acompanhar o objeto, deve ser dito expressamente durante a confecção do acordo; Frutos Pendentes: - Surgimento do fruto após a confecção do acordo e antes da tradição: 2 opções: - 1º: o vendedor pode requerer um aumento do preço, e o comprador aceita; dando segmento ao negócio; - 2º: o vendedor requer um aumento no preço, e o comprador se nega a pagar a diferença, assim se desfazendo o negócio; Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. Restituir: - Caso tu empreste tua casa na praia para alguém durante as férias de verão, e nesse meio tempo que tal pessoa esteja na casa, é feito um melhoramento ao redor da casa (iluminação, asfaltamento, instalação de um parque por perto...), sendo que a pessoa que morava na casa durante o período não contribuiu com nada, e no término do período acordado, a pessoa se recusa a sair da casa, e pede uma indenização – ELA NÃO TEM DIREITO A INDENIZAÇÃO PQ NÃO GASTOU COM NADA. – Cabe ação de despejo por a pessoa não ter direito sobre a propriedade do imóvel. Art. 241. Se, no caso do art. 238 (Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e está, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda), sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. ------------- ------------------ ------------------------- ------------------ --------------------- ------------------- - Mesma história, tu empresta a casa de praia para um amigo no verão, só que agora, a pessoa que está na casa tem que gastar do seu próprio bolso para continuar lá; Gastos com a casa em si!! - A pessoa que está morando lá faz benfeitorias; Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. § 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. § 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. EX: 1 - Boa- Fé 2 - Má-Fé Pilar (2,000.00) – necessário Indenização + retenção da casa Indeniza Trilho (1,000.00) – úteis Indenização + retenção da casa Não indeniza Chafariz (20,000.00) – voluptuárias Retirada OU indenização Não indeniza 1 - Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. - Faz-se a retirada do bem em caso que seja possível, desde que não se tenha prejuízo do bem ou do imóvel; - Em caso de item necessário e útil, a pessoa que fez as alterações na casa pode reter/ficar na casa até o pagamento da indenização; 2 - Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. - A pessoa age para obter ganho financeiro; - A pessoa NÃO retém a casa, pode requerer indenização apenas por benfeitoria necessária, não podendo reter a casa, e nem retirar a benfeitoria voluptuária; MACETE: fazer um contrato especificando tudo! Especificar sobre as benfeitorias, coloca-se que deve ter um comunicado feito expressamente ao dono da casa; Obrigação de Fazer: - Prestar realização de serviço físico, artístico ou intelectual; CONCEITO: É aquela obrigação na qual o devedor assume o compromisso de prestar um serviço de natureza física, artística ou intelectual em favor do credor; - Para a entrega, é necessário que antes seja confeccionado/construído o bem; EX: ir na loja escolher um guarda-roupa e comprar = obrigação de DAR EX: ir no marceneiro, dar as especificações de como quer, e o marceneiro confeccionar o guarda-roupa = obrigação de FAZER - A entrega é meramente ilustrativa; - Espécies: - Infungíveis / Personalíssima: - Interessa que o serviço seja feito pela pessoa do devedor = CONTRATA A PESSOA! CONCEITO: É a obrigação de fazer, cuja figura do devedor é condição para o efetivo cumprimento da obrigação; - Geralmente dom artístico e intelectual; EX: contratar um advogado para consultoria, contratar um engenheiro; - Fungíveis / Não Personalíssima: - Interessa que o serviço seja realizado; CONCEITO: É a obrigação de fazer que, para o credor, interessa a efetiva execução do serviço, sendo irrelevante a figura do devedor para seu cumprimento; - Geralmente serviço físico; EX: contratar uma empresa de pintura de ambientes; Consequências do Descumprimento: - Personalíssima: - Por RECUSA: Com Culpa = - A pessoa se nega a fazer a obrigação; - Pode haver mandado judicial obrigando o contratado a cumprir seu papel; - Gera obrigação de indenização por perdas e danos; EX: na festa de formatura, contratamos a Ivete Sangalo, e no fim ela se recusa a cumprir o acordo / se recusa a fazer o show; Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível; - Por Impossibilidade: Com Culpa = - A pessoa quer cumprir a obrigação, mas não é fisicamente possível que o faça; - Gera obrigação de indenização por perdas e danos; EX: Ivete está em Tóquio, e não chega a tempo para fazer o nosso show; Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. - Por Impossibilidade: Sem Culpa = - A pessoa quer cumprir a obrigação, mas não é fisicamente possível que o faça; - Desfaz a obrigação; EX: Ivete fica doente um dia antes do nosso show; Art. 248. Se a prestaçãodo fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. - Não Personalíssima: - Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. - Atraso: Com Culpa = - Atraso / não execução parcial / total - Credor pode contratar outra pessoa para concluir / executar o serviço e cobrar a indenização por perdas e danos; EX: contrata alguém para pintar uma sala/auditório para um congresso, e não fica pronto a tempo; dai contrata outra pessoa para fazer o serviço E em caso de não ficar pronto do mesmo jeito, pede indenização pela perda do congresso e tal.. - Atraso: Sem Culpa = - Resolve-se a obrigação; EX: chove por uma semana e a pessoa não consegue construir o muro que foi contratada para construir; Obrigação de Não – Fazer: EX: Obrigação do vendedor não vender produto algum fora do Estado de Santa Catarina; EX: Obrigação de não comercializar algo de certo ramo; EX: Obrigação de não abrir uma padaria pq o dono do lugar já tem sala alugada para esse fim; CONCEITO: É aquela obrigação na qual alguém (devedor) se obriga em favor de outrem (credor) a se abster de realizar uma conduta que poderia praticar se não estivesse vinculado a esta obrigação (DE NÃO FAZER) Consequências pelo Descumprimento: - Espécies: - Impossível de ser desfeita = Com Culpa: - Gera indenização por perdas e danos; EX: divulgar segredo comercial; EX: divulgar a fórmula de um remédio contra o câncer; - Possível de ser desfeita = Com Culpa: - Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigará, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. - Exigência de “desfazimento” do ato, através de terceiros, mais perdas e danos; Caso o autor não desfaça-o; - Deve ser ajuizada a ação para que o ato seja desfeito! - Em caso de urgência = vide parágrafo único, art. 251; - Possível de ser desfeita = Sem Culpa: - Sem direito de indenização EX: há o contrato de exclusividade entre duas partes (empresa farmacêutica e empresa de venda de medicamentos), tal empresa tem o remédio contra algum vírus, governo vem e desfaz o contrato de exclusividade para que possa ter acesso a tal medicamento direto da empresa que o fabrica; Classificação: Simples: - Contém 1 credor, 1 devedor e 1 objeto da obrigação; Complexa: - Pluralidade de objetos: - Contém dois ou mais objetos; * Podendo ser cumulativa: - Vários objetos cumulados; - Cobre todos os objetos; * Podendo ser alternativas: - Vários objetos cumulados, mas o devedor é obrigado a cumprir uma obrigação apenas; - Pluralidade de sujeitos: - Vários credores ou devedores em torno de 1 objeto; * Podendo ser objeto indivisível; * Podendo ser sujeitos solidários (ativo e passivo) Pluralidade de objetos: Cumulativa: CONCEITO: A obrigação cuja relação obrigacional é composta por dois ou mais objetos, de modo que o devedor somente se desobriga com o credor ao cumprir todos os objetos daquela obrigação, uma vez que o credor não é obrigado a aceitar o cumprimento parcial. = Art. 314, CC = Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. - Exige o valor equivalente mais perdas e danos; - Vários objetos cumulados; - A entrega dos bens deve ser completa para satisfazer a obrigação; EX: Negócio entre “A” e “B”, onde negocia-se um carro E uma moto = a satisfação do negócio vem com a entrega dos dois bens juntos!! - Caso tenha só um bem para entregar, é deterioração; Pq apesar de ainda ter-se um bem para entregar/ainda ter o outro objeto, o negócio era de dois objetos (que valiam como 1 só); - “E” – adição! Dois objetos (ou mais), sendo vistos como 1 só para cumprir a obrigação; - Rever as regras sobre CULPA = ----------- -------------------- ------------------ ------------------------- ---------------------------------- EX: roubo de carro = perda. EX: batida ao manobrar = deterioração. - Pura / Propriamente dita: - Perda do objeto: apesar da vontade de entregar, o objeto não existe mais. - Sem Culpa: a obrigação se resolve / desfaz como se não tivesse existido; caso algum valor tenha sido pago, será restituído; - Com Culpa: a pessoa que descumpre responde pelo valor equivalente do objeto mais as perdas e danos que tiver e conseguir demonstrar. * Valor equivalente: valor do objeto em si e NÃO do valor acertado. Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. - Deterioração: perda parcial do objeto. - Sem Culpa: * O credor pode resolver o negócio caso não queira-o com a deterioração e negue-se a esperar o concerto. * O credor pode aceitar o objeto no estado em que se encontra, desde que seja abatido o preço do concerto. Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. - Com Culpa: - Requerer-se o valor equivalente do objeto mais perdas e danos OU aceita-se o objeto no estado em que se encontra mais as perdas e danos. * Na 1ª, o credor pode negar o objeto e instaurar procedimento sobre o valor equivalente mais as perdas e danos * Já a 2ª, pode aceitar o objeto na situação em que se encontra e cobrar apenas as perdas e danos. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. - Restituir: dever de restituir o objeto ao dono. Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. - Perda do objeto: - Sem Culpa: a situação se resolverá. Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. - Com Culpa: o devedor responde pelo valor equivalente do objeto mais perdas e danos. Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. - Deterioração: - Sem Culpa: se possível devolver o objeto deteriorado, é devolvido e sem direito de indenização. Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. - Com Culpa: havendo deterioração, o credor pode exigir o valor equivalente a DETERIORAÇÃO mais perdas e danos. O credor não recebe pelo valor equivalente pelo objeto e sim recebe pela deterioração (estrago) mais perdas e danos. - A pessoa só pode aceitar o carro e cobrar equivalente a deterioração e perdas e danos. - A pessoa não pode recusar o objeto e pedir o valor equivalente para ele. ------------------ ----------------------------------------------------------------- ----------------------------- Alternativa: - Conjunto de dois ou mais objetos; - Aqui o devedor cumpre a obrigação ao entregar apenas 1 deles; - “OU” – alternância entre os objetos; CONCEITO: Se diz alternativa a obrigação estabelecida entre credor e devedor, composta por dois ou mais objetos, cabendo, no entanto, o cumprimento de apenas 1 deles pelo devedor, para satisfazer a obrigação; - Negócio entre “A” e “B”, tenho como objeto, “X” ou “Y” ou “Z” - Tem-se maior chance de satisfazer a obrigação por causa da maior demanda de objetos; - Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor. § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial. § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo. § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor. § 6° São impróprios ao uso e consumo: I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam. = possibilidades de sanar o vício do objeto vendido; EX: tu vende o carro, e no acordo coloca a obrigação de, caso o motor dê problema em 12 meses, tu consertar OU substituir o motor! Particularidade: - Caso o credor escolha dentre os objetos, torna-se obrigação simples; Concentração: - Depois do momento da escolha, a obrigação concentra-se no tal objeto; Regra Geral: - Na falta da estipulação do objeto, cabe ao devedor o direito de escolha; - EXCEÇÃO: caso fique acordado no contrato, o direito de escolha cabe ao credor; - EXCEÇÃO: caso fique acordado no contrato, o direito de escolha fica com uma terceira pessoa; - Caso o devedor não exerça seu direito de escolha, este passa ao credor; - Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. § 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. = o devedor não pode obrigar o credor a aceitar metade de cada “coisa”; EX: é feito um acordo de um fazendeiro vender uma tonelada de trigo ou milho, na hora da entrega, não pode dar meia tonelada de trigo e meia tonelada de milho; § 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. = caso a obrigação se renove, o direito de escolha também se renova; EX: é acordado que durante 12 meses, um fazendeiro vai entregar uma tonelada de milho ou cana por mês, dai nos primeiros 4 meses, entrega-se milho, e no quinto mês, a entrega é de cana, o credor não pode vir a reclamar, pois o direito de optar entre um ou outro, é do devedor; § 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. = em caso de a escolha recair entre quatro pessoas, e cada opção ter dois votos, a decisão vai para um juiz; § 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. = caso o terceiro ou terceiros não quiserem/poderem exercer seu direito de escolher, tal ato passa ao juiz para que se obtenha uma determinação judicial; Consequências da Impossibilidade do Direito de Escolha Escolha do Devedor: - Perda de 1 objeto: EX: tu tem proposta de vender 1 carro ou 1 moto, só que antes do dia da entrega, tu vende a moto, dai no dia tu não tem possibilidade de escolha; = considera-se escolha antecipada; C/ Culpa: a escolha recai automaticamente sobre o bem remanescente; - A partir do momento em que tu não tem mais a opção de escolher o bem restante é o que vai; S/ Culpa: EX: furtaram a moto; - Tem-se duas opções: 1 = escolhe-se o objeto remanescente e resolve a obrigação; 2 = resolve-se a obrigação, mesmo sem a entrega do bem; - Perda de 2 objetos: EX: 2 carros; C/ Culpa: vende um dos carros e acaba batendo com o outro; - Obrigação de indenização equivalente do objeto mais as perdas e danos; - Valor equivalente mais perdas e danos do objeto que por último se perdeu; - Em caso de perda simultânea dos objetos, tem a obrigação de indenização do valor equivalente mais as perdas e danos do objeto escolhido pelo devedor; S/ Culpa: um carro furtado e o outro pega fogo por causa da queda de um raio - A obrigação resolve-se; Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. = Quando uma das opções não vale mais, a escolha recai para o objeto remanescente; Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. = perda de objetos com culpa; Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. = resolução da obrigação; Escolha do credor: - Perda de 1 objeto: opção de carro e moto; C/ Culpa (do devedor): vende a moto; - Tem duas opções: 1 = o credor escolhe o objeto remanescente; 2 = o credor requer a indenização do valor equivalente mais as perdas e danos do objeto que se perdeu; S/ Culpa (do devedor): furto da moto; - Tem duas opções: 1 = escolhe o objeto remanescente; 2 = resolve a obrigação; - Perda de 2 objetos: C/ Culpa (do devedor): - O credor pode requerer o valor equivalente mais as perdas e danos de qualquer objeto, pois era este quem tinha a opção de escolha; S/ Culpa (do devedor): - Resolve-se a obrigação; = Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, alémda indenização por perdas e danos. Exercício Prático: João da Silva, produtor rural, foi procurado por Pedro Correia, que propôs a aquisição de 2 tratores identificados pelos códigos de trator 01 e trator 02, ou 20 toneladas de soja, o que foi aceito por João. Ambos também concordam que o credor faria a escolha da obrigação na data de 10/05/2017. Entretanto, na data de 20/04/2017, João vendeu o trator 01 para pagar dívidas com o Banco do Brasil, e na data de 05/05/2017, uma enchente destruiu toda a produção de soja da fazenda de João. Diante dessa situação responda: QUAIS O/S DIREITO/S QUE O CREDOR TERÁ EM RELAÇÃO AO DEVEDOR? João = devedor Pedro = credor - 2 tratores OU 20 toneladas de Soja - A escolha cabe a Pedro; Trator 01 “E” Trator 02 João – devedor OU Pedro – credor Soja - Tem a deterioração do trator 01 = pq era um objeto só (cumulativo) Duas opções: 1 = Exigir o valor equivalente mais as perdas e danos dos dois tratores OU aceitar no estado em que se encontra (1 trator apenas) e requerer as perdas e danos pela deterioração; 2 = Exigir a soja = mesmo que seja de outra fazenda, pois no acordo, não foi especificado que era a soja da fazenda do João apenas. Obrigação Complexa com Pluralidade de Sujeitos - Obrigações com objeto (in) divisível - Objeto divisível: - Art. 87, CC = bem que pode ser fracionado sem alteração na substância = EX: 1 tonelada de soja = Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. - Regra= se o objeto é divisível, o credor não pode cobrar além da sua cota (sua parte) - EX: 4 pessoas te emprestam $ 800,00 = cada 1 pode requerer sua cota ($200,00) - o mesmo serve para situações contrárias; - Regra = Art. 257, CC = Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores = obrigações iguais e distintas para os credores ou devedores; Salvo se for disposto que tal pessoa deu mais; - Objeto indivisível: - Art. 258, CC = Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. = outras possibilidades de objetos indivisíveis; - Sua Natureza: - O tipo de objeto; - O que é o objeto; - EX: é uma carteira; um carro; - Sua Ordem Econômica: - Tipo de objeto que pode ser fracionado, mas se torna um bem menos valoroso; - EX: tu tem um diamante bruto, dai vende para duas pessoas, elas vão dividir e lapidar tal diamante, tornando-o em dois diamantes; o bem ainda tem um valor financeiro, mas bem menor; - Sua Razão Determinante: - Negócio fisicamente e juridicamente possível de divisão, mas a razão do negócio inteiro; - EX: tu tenta vender um terreno onde de um lado tem um casarão, e o do outro tem vários estábulos para treinamento de animais, duas pessoas diferentes querem comprar tal terreno, dai tu dá a ideia de cada um ficar com uma parte, mas ambos querem o terreno inteiro e acabam desistindo do negócio; Pluralidade de sujeitos do objeto indivisível - Devedor - 3 devedores contra 1 credor - O credor pode exigir o pagamento da obrigação de qualquer um dos devedores, podendo requerer a totalidade do valor de qualquer um; - EX: tu vai comprar um carro de três pessoas (devedor da obrigação de entregar o carro), tu pode cobrar o carro de uma pessoa só; - O cumprimento da obrigação pela parte de uma pessoa, sana a obrigação dos outros; - Art. 259 c\c Art. 349 (sub rogação) = prestação não divisível, obrigação pela dívida toda por devedor; - Parágrafo Único = caso tu seja o devedor e pague o credor, sendo que tem mais 2 devedores juntos, tu passa a ser o credor do valor remanescente em face dos outros = equilíbrio da relação entre credores; - Art. 259, CC = Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. - Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. - Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. Pluralidade de sujeitos do objeto indivisível - Credor - 3 credores e 1 devedor - Cada credor pode exigir seu direito individual do cumprimento da obrigação; - A pessoa que fica com o bem, deve indenizar os outros ao valor equivalente a sua cota parte; - Providência que o credor toma para se desobrigar com outro: - Art. 260, CC = Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigam, pagando: - I - a todos conjuntamente; - II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. - Art. 261, CC = Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. - 1) Pagar a todos conjuntamente - EX: entregar o bem para todos juntos; e pegando assinatura de todos para comprovação; - 2) Caução de Ratificação = garantia para os demais credores; - EX: pagamento com cheque; - 3) Consignação em Pagamento = a posse do bem fica em depositório em fiel; - Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. - Art. 335. A consignação tem lugar: - I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; - II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; - III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; - IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; - V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. - Remição = reduz a cota da pessoa que perdoou a dívida; - Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. - Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão. Obrigações Complexas do objeto divisível e indivisível: EX: duas pessoas tem um carro para ser entregue no dia 10 pra ti, só que no dia 3, recebem uma proposta melhor de outra pessoa, e venderam o carro; chegando no dia da entrega pra mim, não tem mais como cumprir a obrigação, dai vai ter o descumprimento da obrigação; Perda do objeto: Com Culpa dos 2 devedores: pode cobrar o valor equivalente do objeto ($30,000.00) ais perdas e danos ($10,000.00) total: $40,000.00 - Convertido em indenização; O objeto que era indivisível, passa a ser divisível; Assim, o credor pode cobrar a cota parte de cada um, de acordo com a regra geral.. Onde se presume que é dividido em partes iguais; = $20,000.00 para cada; EX: o cara vai lavar o carro para entregar e acaba batendo: Com Culpa de 1 dos devedores: Assim, ambos respondem pela sua cota parte do valor equivalente, E pelas perdas e danos, responde apenas o culpado. Assim = devedor 1 (sem culpa), paga pela sua cota do valor equivalente apenas; já o devedor 2 (culpado), paga pela cota do valor equivalente mais as perdas e danos; - Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1o Se,para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. Obrigações Solidárias: - Pode-se cobrar a dívida de cada 1 deles; - Pode-se cobrar a quantia integral; Credor 1 Devedor 1 Credor 2 Devedor 2 Credor 3 Devedor 3 Credor 4 Devedor 4 - Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. - Cria uma relação jurídica entre credor e devedor; - Os envolvidos como credores são vistos como um “ser” só; e os envolvidos como devedores também são vistos como um “ser” só; - Aqui, não difere se o objeto é indivisível ou divisível; - Aqui interessa a relação jurídica, e não a natureza do objeto; - Solidariedade NÃO SE PRESUME, deve estar no contrato ou na lei; - Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. - Pode-se ajustar as condições de pagamento via contrato; - Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. - Mesmo que sejam devedores solidários, o credor pode estipular datas diferentes para cada devedor; - Nada impede que sejam ajustados condições de pagamento para cada um; - isso ocorre pq em primeiro lugar, o credor não precisa dar o dinheiro, e se der, pode estipular condições para que receba posteriormente; Espécies de Solidariedade: Solidariedade Ativa: - Gera maior insegurança entre os credores; - Ocorre entre vários credores; EX: Jean, Joel e Ana, emprestam $30,000.00 para Lúcia, sendo que os credores estipulam em acordo que serão credores solidários (só um ser); assim, caso Lúcia pague para Ana, considera-se pago para todos; dai extingue a obrigação; CASO o pagamento seja feito para um credor apenas, e este suma, os outros credores não podem reclamar com o devedor; - Se o pagamento for feito para um, considera-se pago para todos; - Se apenas um dos credores receber o pagamento, os outros credores que também devem receber, cobram sua cota parte do credor que teria recebido inicialmente; - O mesmo vale para o perdão, se um credor perdoar a dívida, vale como se todos os credores tivessem perdoado; Então os outros credores poderiam ir até o credor que perdoou a pessoa, e cobrar sua cota parte de tal que perdoou a dívida; - A pessoa que receber \ perdoar sozinho, deve indenizar os outros; - Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. = CONCEITO; - Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. = A QUEM SE PAGA; - Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. = SOBRE O PAGAMENTO; - Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. - Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. - Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba. = PERDÃO \ PERMISSÃO E INDENIZAÇÃO; Solidariedade Passiva: - Relacionado a vários devedores; - Considera-se o devedor como um “ser” só; - Na solidariedade passiva, há mais garantias para o credor; - Todos os devedores (solidários passivos), ficam responsáveis pelo pagamento da dívida integral = Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores EX: Silvio comprou uma carga de TV da Samsung, e contratou a Empresa Transportadora XYZ, só que João (motorista) dormiu no volante e acabou destruindo a carret com as TVs, gerando um prejuízo de $1.000,000.00, assim => => Silvio pode requerer indenização contra João; => Silvio se torna credor de João; - Só que, tanto Silvio como João, se tornam devedores da Samsung; Assim => segundo o Art. 932 e 942, João e Silvio se tornam devedores solidários da Samsung; onde esta poderia cobrar $1.000,000.00 de qualquer um dos dois; - Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. - C \ C Parágrafo único = Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. - Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932. -------------------------- --------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- Caso o credor proponha ação contra 1 pessoa só \ 1 devedor apenas, mesmo que essa não tenha mais patrimônio, isso não significa que os outros sejam perdoados; todos ainda são devedores solidários passivos até o cumprimento da obrigação; - Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores. -------------------------- --------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- Caso de edição de uma cláusula acertada entre credor e um dos devedores, sem que os outros tenham conhecimento, no caso da quebra de tal cláusula, o ajuste que foi feito, recai sobre o credor e o devedor que acordaram tal regra, a alteração não recai sobre os outros devedores que não sabiam da nova cláusula; EX: Ana, Maria e João pegam $30,000.00 emprestado de Fábio, chegando perto da data do pagamento (10\04), Ana faz um novo acordo com Fábio, sem que Maria e João saibam,, alterando a data do pagamento (alterando para 10 \ 05), e colocando uma multa de 100%; chegando no dia 10 \ 05, algo dá errado e Ana não consegue pagar, sendo que então a dívida se torna $60,000.00, dai então Fábio pode cobrar $10,000.00 de Maria, $10,000.00 de João e $40,000.00 de Ana; = > Ana paga $40,000.00 porque paga sua cotaparte mais a multa ($30,000.00) que teria sido acertada na alteração do acordo; - Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. -------------------------- --------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- Caso de prescrição = se o acordo prescreve para um devedor, prescreve para todos os outros. -------------------------- --------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- Não usa-se como defesa, quando a tal envolve vício de consentimento de outra pessoa, como defesa para sí próprio; EX: tem um processo rolando, e dai descobre-se algo irregular em relação a Mariazinha, dai Ana e João não podem usar a irregularidade relacionada a Mariazinha, para a própria defesa; - Art. 281. O devedor demandado (cobrado) pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor. = relacionado aos argumentos de defesa \ diz que se pode apresentar um argumento que inclua todos, ou algo que seja ligado apenas a si. ----------------------------------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- Caso de o credor poder renunciar a solidariedade contra um dos devedores, fazendo com que o credor possa cobrar a cota parte da pessoa que saiu da solidariedade; no caso dos credores que ainda são solidários, estes serão obrigados a pagar a obrigação desde que sejam reduzidos os valores do devedor que não é mais solidário; Possibilidade de retirada do devedor da solidariedade pertence apenas ao credor. EX: “A” empresta $30,000.00 para “B”, “C” e “D”, e então “A” abre mão da solidariedade de “B”, sendo assim, “B” não faz mais parte o grupo de devedores solidários; “B” ainda faz parte dos devedores, mas não responde mais pela dívida toda, e sim apenas por sua cota parte ($10,000.00); então “A” pode cobrar de “C” e “D” apenas $20,000.00; Assim => “A” cobra de “B” apenas $10,000.00; “A” cobra de “C” e “D” $20,000.00; - Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá (permanecerá) a dos demais. -------------------------- --------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- Caso de perdão = o credor pode perdoar um dos devedores; já os outros devedores solidários, estes ainda serão obrigados ao cumprimento da obrigação, desde que seja reduzida \ descontada a cota parte da pessoa perdoada; EX: “A” empresta $30,000.00 para “B”, “C” e “D”, e então “A” perdoa “B”, sendo assim, “B” não faz mais parte o grupo de devedores; então “A” pode cobrar de “C” e “D” apenas $20,000.00; pois a cota parte de cada um é de $10,000.00; - Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. - Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida. -------------------------- --------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- O devedor que cumpre a obrigação sozinho, passa a ser o credor dos demais devedores; só que pode cobrar suas referidas cotas partes; - Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. -------------------------- --------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- Quando há devedor insolvente, divide-se a cota parte desse devedor insolvente entre os outros devedores e então sim, se cobra deles = isso é feito para que se tenha um equilíbrio de prejuízo; EX: “A” emprestou $30,000.00 para “B”, “C” e “D”, sendo que “B” é insolvente; “C” pagou a dívida integralmente, assim, “C” e “D” são responsáveis pelo pagamento de sua cota parte, mais a cota de “B” = $5,000.00 para cada um ($5,000.00 para “C” e $5,000.00) = para que não se tenha um prejuízo maior para uma das partes; - Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. -------------------------- --------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- O credor pode renunciar a solidariedade de um devedor, e perdoar a dívida de outro; No caso da cobrança recair sobre uma pessoa só, e outro devedor seja insolvente, a pessoa que havia sido perdoada volta para a solidariedade, e a cota parte da pessoa insolvente é dividida entre os outros devedores para que tenha-se um equilíbrio no prejuízo; EX: EX: “A” emprestou $30,000.00 para “B”, “C” e “D”, sendo que “B” foi perdoado e retirado da solidariedade (- $10,000.00); assim, a dívida passa a ser $20,000.00; caso “D” se torne insolvente depois, sendo que então “C” pagou a dívida integralmente ($20,000.00); assim, a parte do insolvente e dividida entre todos os devedores, inclusive os que foram excluídos da solidariedade; assim, “B” volta á qualidade de devedor solidário, e suporta o prejuízo do insolvente; Assim => “B” pagaria $5,000.00 ($10,000. teriam sido perdoados antes, então “B” pagaria apenas os $5,000.00 do prejuízo causado pelo insolvente) e “C” pagaria $15,000.00 (sua cota parte de $10,000.00 mais os $5,000.00 de prejuízo causado pelo insolvente); - Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. -------------------------- --------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- Caso “A” empreste $30,000.00 para “B”, “C” e “D”, e “C” venha a falecer antes do pagamento da obrigação, a cota de “C” recai para seus herdeiros, assim, “C” é substituído por “C1” e “C2” e é cobrado apenas sobre seu patrimônio herdado; Não atinge os bens dos herdeiros; Atinge apenas o que vai ficar de herança para os filhos do devedor; Caso não reste herança, não paga nada!! - Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. -------------------------- --------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- EX 1: “A” vai comprar um carro de “B” e “C”, algunsdias antes, “B” bate o carro; Assim, a obrigação de entregar o bem, se transforma em indenização do valor equivalente mais as perdas e danos; O valor equivalente do carro é de $10,000.00 \ O valor das perdas e danos é de $10,000.00; assim => “B” vai ser responsável pelo pagamento de $5,000.00 (valor equivalente) e $10,000.00 (perdas e danos) => “C” vai ser responsável pelo pagamento de $5,000.00 (valor equivalente) apenas; “C” paga apenas sua cota parte do valor do carro, pois não teve culpa na perda do objeto; - Caso os dois tenham culpa no ocorrido, soma-se o valor equivalente mais as perdas e danos, ($10,000.00 do v.e mais $10,000.00 das p.e.d.) e assim, cada um dos devedores tem a obrigação de pagar sua cota ($10,000.00 para cada); EX 2: “A” vai comprar um carro de “B” e “C” (AQUI, SÃO DEVEDORES SOLIDÁRIOS), e alguns dias antes, “B” bate o carro assim => “B” e “C” são responsáveis pelo valor equivalente de $10,000.00; => “B” vai ser responsável pelas perdas e danos; $10,000.00, pois teve a culpa da perda do objeto; - Caso os dois tenham culpa no ocorrido, soma-se o valor equivalente mais as perdas e danos, ($10,000.00 do valor equivalente mais $10,000.00 das perdas e danos) e os dois são responsáveis pelo pagamento; Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. -------------------------- --------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- Caso apenas um dos devedores seja responsável pela dívida, e outro devedor pague-a, o devedor beneficiado é responsável pelo pagamento (ressarcimento) de quem pagou; EX: “A” empresta $30,000.00 para “B”, “C” e “D”, sendo que são devedores solidários, e o valor vai para apenas “B”, pois este vai trocar de carro; = após o vencimento da obrigação, o credor pode ir em qualquer devedor para receber o pagamento; caso “C” pague a dívida sozinho, poderá cobrar de “B” o valor integral depois, pois este é o interessado principal (quem recebeu e obteve lucro com o empréstimo); OU “C” pode cobrar de “D” sua cota parte ($10,000.00) e o restante da dívida de “B” ($20,000.00); MAS, depois de tal pagamento, “D” poderá cobrar de “B” a cota parte que “D” teria pago a “C” = “D” cobraria de “B” o valor de $10,000.00; Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar. -------------------------- --------------------- ---------------------- ------------------------- -------------------------- ARTIGOS: Das Obrigações de Dar Coisa Certa - Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. - Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. - Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. - Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. - Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. - Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. - Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. - Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. - Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. - Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. Seção II Das Obrigações de Dar Coisa Incerta - Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. - Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. - Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. - Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. CAPÍTULO II Das Obrigações de Fazer - Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível. - Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. - Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. CAPÍTULO III Das Obrigações de Não Fazer - Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. - Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. CAPÍTULO IV Das Obrigações Alternativas - Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. § 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. § 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. § 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz,findo o prazo por este assinado para a deliberação. § 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. - Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. - Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. - Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. - Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. CAPÍTULO V Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis - Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. - Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. - Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. - Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I - a todos conjuntamente; II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. - Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. - Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão. - Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. CAPÍTULO VI Das Obrigações Solidárias Seção I Disposições Gerais - Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. - Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. - Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. Seção II Da Solidariedade Ativa - Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. - Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. - Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. - Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. - Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. - Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba. - Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. - Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles. Seção III Da Solidariedade Passiva - Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores. - Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. - Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. - Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. - Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. - Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. - Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor. - Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. - Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. - Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. - Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
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