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104 CURSO DE GESTÃO DE PROJETOS MÓDULO IV EXECUÇÃO E CONCLUSÃO Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 105 MÓDULO IV 56 INTRODUÇÃO Ufa! Quanto conhecimento você adquiriu até aqui, não é mesmo? Uma infinidade de informações, todas sobre projetos. Posso garantir que você já não é o mesmo de quando iniciou esse curso. Se esse foi seu primeiro contato com esse assunto, com certeza se surpreendeu ao ver o quanto o projeto é importante para a empresa e o quanto o gestor é fundamental para o sucesso do projeto. Nos módulos anteriores, estudamos a ligação do projeto com a empresa, a concepção do projeto, a prática e agora estudaremos a execução e a conclusão. Após o término desse módulo, você se tornará um conhecedor de projetos e caso ainda não tenha desenvolvido, poderá começar a desenvolver habilidades para trabalhar na área. Não necessariamente como gestor de projetos, pois essa área é bastante ampla e especial. Ampla porque alcança um número significativo de envolvidos e interessados no processo de desenvolvimento de projetos. E especial, porque todos têm projetos. Sejam eles pessoais ou profissionais. Estar capacitado para transformar uma ideia em projeto já é benéfico, imagine então estar apto para desenvolver, planejar e concluir um projeto? Por meio desse curso, você adquiriu conhecimentos suficientes para gerenciar seus projetos pessoais ou profissionais, para fazer parte de uma equipe de projetos e porque não para ser um gestor de projeto. É claro que existem muitas publicações referentes a esse assunto e uma série de outros cursos de aperfeiçoamento, que poderão ajudar ainda mais na aplicação das técnicas aqui estudadas. O profissional de projetos, não pode parar nunca. Atualizar-se e aperfeiçoar- se é quase como que uma obrigação de rotina. 106 Como você aprendeu no curso, os projetos devem ser o sucesso das organizações e não só devem como podem ser o sucesso da sua vida. Convido-te para um desafio. Inicie agora mesmo um projeto, seja ele pessoal ou profissional. Coloque em prática tudo que aprendeu e perceba a diferença. PROJETOS SÃO SONHOS QUE TEM DIA DEFINIDO PARA SE REALIZAR. Não importa se seus sonhos são pequenos e fáceis de serem conquistados ou se eles são grandes e parecem difíceis de serem realizados. Você aprendeu que é possível transformá-lo em projeto, planejá-lo e agora aprenderá que é possível executá-lo e concluí-lo. Regra básica do nosso curso “não perca tempo, recursos disponíveis e qualidade”. Quanto antes iniciar, antes finalizará e obterá resultados. Com tudo que aprendeu até esse momento e com o que ainda irá aprender nesse módulo, tenho certeza, sua vida e seus projetos jamais serão os mesmos. 57 RESUMO DE PLANEJAMENTO No Módulo anterior, estudamos a parte prática do projeto e a parte principal antecedente a execução, o planejamento. Planejar é como permitir que as coisas se ajustem no decorrer do projeto, delegar as tarefas, para que todos tenham suas funções bem definidas, organizar as ideias e soluções, avaliar os riscos, estabelecer metas, listar as atividades e definir o tempo de execução de cada uma. As atividades normalmente executadas no processo de planejamento são: Documentar os papéis e responsabilidades de cada equipe. Estabelecer os métodos de comunicação entre os integrantes. Desenvolver a avaliação e análise dos riscos. Estabelecer métodos de controle e garantia de qualidade. 107 Desenvolver o orçamento do projeto e o método de controle dos custos e recursos empregados. Estabelecer procedimentos para o gerenciamento de mudanças. Estabelecer procedimento para gerenciamento do escopo, cronograma, custo, qualidade e diferentes recursos do projeto. Definir mecanismos para monitoramento das mudanças organizacionais, como: utilizar método de “não surpresas”, dizendo ao pessoal o que cada um deverá fazer, como fazer e até quando fazer; Fornecer treinamento contínuo para a equipe ou sempre que necessário; estar preparado para fazer ajustes. 58 FATORES HUMANOS Como foram mencionadas inúmeras vezes no curso, o fator humano no projeto é fundamental e precisa assim como outras áreas ser gerenciado, monitorado e quando necessário modificado. Lidar com pessoas não é tarefa fácil, pois cada uma possui uma particularidade: necessidade, desejo, vontade, aspirações, motivações, comprometimento em diferentes fases, modos de se relacionar, temperamento, conduta e caráter. E todas essas particularidades devem ser monitoradas, gerenciadas e priorizadas para garantir o sucesso do projeto. Em uma equipe, essas particularidades tendem a potencializar-se, ora para melhor, ora para pior. Por isso, a formação da equipe é tão importante e necessita de atenção especial desde o início. Existe uma categoria de profissionais que se envolve no projeto desde o início, o patrocinador, o gerente do projeto, os gerentes funcionais e os especialistas. É certo que essas pessoas irão se relacionar durante todo o desenvolvimento do projeto e por isso, deverão interagir harmoniosamente, para que os resultados finais sejam positivos e satisfatórios para todos. 108 Mas nesse grupo, a preocupação poderá diminuir, pois o que garante esse relacionamento eficaz durante todo projeto são os conhecimentos e habilidades profissionais dos envolvidos. 59 TIPOS DE ESTRUTURA As estruturas são importantes para o gerenciamento do fator humano no projeto, são elas: Estrutura funcional: são agrupadas no mesmo ambiente, pessoas que executam atividades referentes à mesma área técnica, por exemplo, departamento de marketing, departamento financeiro, departamento jurídico, etc. Continuará existindo a necessidade de que todos os integrantes tenham conhecimento na área e saibam utilizar os recursos com eficiência. Estrutura Geográfica: são agrupadas no mesmo ambiente, pessoas que executam atividades referentes à mesma área geográfica, por exemplo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Brasília, etc. Estrutura por processo: são agrupadas no mesmo ambiente, pessoas que executam atividades referentes a uma fase do processo produtivo, por exemplo, Departamento de Recursos Humanos, Departamento de tecnologia, etc. A exigência principal é que todos os integrantes sejam especialistas para que a interação e a troca de informações sejam proveitosas, ou seja, para que todos falem a mesma língua técnica. Estrutura por clientes: são agrupadas no mesmo ambiente, pessoas relacionadas com o mesmo cliente, por exemplo, departamento de marketing. 109 Estrutura por produtos: são agrupadas no mesmo ambiente, pessoas relacionadas com o mesmo produto ou serviço, por exemplo, departamento de desenvolvimento de produtos. 60 MATRIZES DE RESPONSABILIDADES A matriz de responsabilidades é utilizada como instrumento para implantação da estrutura matricial, apoiando a divisão do trabalho. Antes da implementação do projeto é necessário que algumas perguntas sejam feitas e respondidas. Como deverá ser feita a divisão do trabalho e a distribuição de responsabilidades?Como fazer essa divisão de modo que não se perca o foco do projeto? Como explicar de maneira fácil e compreensível essa divisão? As respostas dessas perguntas formarão a matriz de responsabilidades que ajudará o gestor a dividir corretamente as atividades entre os participantes de forma que todos compreendam. 61 CÁLCULOS DAS DATAS DO PROJETO Projeto planejado, equipe formada e agora? Precisamos saber ao certo quanto tempo o projeto durará. Para chegarmos a essa resposta é necessário que a equipe de projeto monte uma rede de atividades a partir das precedências estabelecidas, com a base para cálculo das datas de início e conclusão de cada atividade, bem como, para o início e fim do projeto. 110 Também deverão ser verificados quais os mecanismos que serão empregados. O cálculo das datas de início e término das atividades e do projeto são fatores importantíssimos para o sucesso do projeto. Identificar as atividades críticas é uma das vantagens desse processo. Identificar a atividade crítica ou caminho crítico é um meio de se preparar para o futuro. Com a informação da data de início e término dessas atividades podemos calcular a folga dessas atividades. A folga é a diferença entre a data início e a data de término da atividade. Reconhecendo-a as chances de movimentar o cronograma quando necessário poderá aumentar e favorecer toda equipe e todo processo. 62 HISTOGRAMAS DE RECURSOS Além do tempo, outro fator importante no projeto são os recursos. O histograma tem o objetivo de nos mostrar a distribuição desses recursos ao longo da execução do projeto. Por meio do histograma é possível verificar os momentos em que a utilização desses recursos foram maiores e os momentos que foram menores. Possibilitando a distribuição uniforme desses valores, que gera enormes benefícios ao projeto. 63 NIVELAMENTOS DE RECURSOS O nivelamento de recursos minimiza os conflitos do projeto. Por meio do histograma e do Gantt inicial é possível visualizar o uso de recursos em relação ao tempo e distribuí-los ou adequá-los melhor no projeto, por meio do deslocamento das atividades que não são críticas no tempo, utilizando a folga e diminuindo as necessidades de recurso. 111 Na maioria das vezes, utiliza-se essa técnica quando os recursos não são suficientes. Os setores deverão estar nivelados para adequação dos recursos, para que setores sem recurso sejam apoiados pela sobra de recursos dos demais setores. Em algumas situações nota-se que existia recurso para suprir todo projeto, só bastava nivelá-los. Em outros casos, porém os recursos são mesmo limitados e deverão ser adequadas as atividades de modo que se obtenha o menor tempo crítico possível. Existem casos ainda de existirem recursos para vários projetos executados ao mesmo tempo. Nessa situação mais ampla o número de variáveis a serem manipuladas é maior. Poderiam, por exemplo, ser consideradas as seguintes variáveis: Considerar. Trabalhar. Diminuir. Acelerar. 64 EXECUÇÕES DO PROJETO A execução é a prática do planejamento. O que torna o projeto vivo, pois nenhum resultado é obtido somente tendo-o planejado. É nessa fase que os resultados começam a surgir e podemos notar se o trabalho executado anteriormente e o planejamento foram positivos. É certo que se o projeto foi bem planejado a execução será perfeita e somente trará bons resultados. Na fase da execução é natural que as tensões aumentem e as técnicas de mediação de conflitos, estudadas anteriormente, tenham que ser colocadas em prática. Afinal, é nessa etapa que as coisas terão que acontecer. 112 Obedecer à regra de controle e acompanhamento é fundamental nessa fase do projeto, pois quanto antes os problemas e conflitos forem identificados, antes poderão ser resolvidos. 65 CONTROLES DO PROJETO Já estudamos algumas técnicas de controle, mas controlar o projeto é tão importante que devemos utilizar de diferentes meios de acompanhamento e análises para garantir o sucesso do projeto. A atividade principal do gestor ou do responsável pelo controle é identificar o que deve ser constantemente monitorado. Todos aqueles documentos, cartas, diagramas e anotações elaborados na fase de planejamento, passarão a ser importantes nessa fase. As informações obtidas nesses documentos é que devem ser levadas em consideração no monitoramento do projeto. Avalie o que de mais importante foi mencionado nesses documentos, podem aparecer mais critérios dignos de observação, mas tente sintetizar ao máximo, para que o real objetivo seja atendido. Mantenha em mãos a sua rede de atividades, Gantt, histograma de recursos, curvas de custos e de progresso técnico. Observe cada um desses demonstrativos e com base nas informações constantes procure identificar o que é importante para ser controlado em seu projeto. Compreenda que será impossível controlar tudo. O controle em excesso pode tornar o projeto confuso, transtornado e levar tudo ao fracasso. Por isso, a tarefa do gestor nessa fase é identificar aquelas atividades que pertencem ao caminho crítico, os gargalos ou aquelas que demandam de bastantes recursos, ou seja, as atividades especiais do projeto. Lembre-se que outros fatores precisam ser controlados durante a execução, a qualidade, o escopo, os riscos. 113 Para que não fique tão complicado, o gestor poderá delegar tarefas de controle a outros especialistas envolvidos na execução ou na supervisão das atividades. O período de controle, os registros de identificações, as mudanças, análises e informações relevantes da fase de controle, deverão ser avaliados e determinados pelo gestor, que planejou e conhece bem todo projeto. Sabemos que o controle é eficaz, quando conseguimos obter informações precisas e rápidas sobre o andamento do projeto. Impedindo que o projeto tome rumos diferentes no decorrer da execução e obedecendo as regras de qualidade, custo e tempo. Porém é importante saber que o controle só é válido para projetos que foram corretamente planejados. Projetos sem planejamento não necessitam de controle, até mesmo porque não tem como efetuá-lo. 66 DIAGRAMAS DA GANTT O diagrama da Gantt, desenvolvido pelo engenheiro social Henry Gantt, é um gráfico utilizado para demonstrar o avanço das fases do projeto. O intervalo de tempo que indica o início e o fim de cada etapa é demonstrado por meio de barras coloridas sobre o eixo horizontal do gráfico. Esse gráfico é utilizado como uma ferramenta de controle de produção. Por meio dele podemos visualizar as tarefas de cada integrante da equipe e o tempo utilizado para que essas atividades sejam cumpridas, podendo assim avaliar o empenho de cada um, desde que associados a tarefa como uma necessidade de desempenho. Esse gráfico pode ainda possibilitar a análise de recursos necessários para a conclusão de cada atividade. O balanceamento (por meio da técnica EVM, por exemplo) de desempenho do projeto, por meio da medição relativa de tempo utilizado e o tempo faltante para conclusão da atividade em relação ao tempo previsto, por meio do diagrama de Gantt, permite saber o desempenho em relação a custo e prazo. 114 FONTE: Disponível em: <http://www.aulafacil.com/microsoftproject/curso/L2001.jpg>. Acesso em: 30 abr. 2010. 67 DIMENSÕES DO PROJETO A SEREM CONTROLADAS O controle ideal deverá abranger todas as fases do projeto e dimensões como: tempo, qualidade, características técnicas, integração, escopo,custos, receitas. Nessa etapa é que devem ser utilizadas as ferramentas como Pert/CPM, Gantt, ferramentas de controle de qualidade e diferentes gráficos de análise de mudanças, variações, orçamento, riscos, etc. As dimensões principais do projeto que precisam ser controladas são: Desempenho: a) Surgimento de problemas técnicos. b) Recursos disponíveis insuficientes. 115 c) Surgimento de problemas referente à qualidade. d) Mudanças de especificações técnicas. e) Erros de execução de atividades. f) Outros problemas ou falhas encontradas no desempenho do projeto. Custo: a) Necessidades de mais recursos. b) Aumento do escopo do projeto. c) Falha na estimativa inicial. d) Aumento de preços de recursos físicos. e) Falhas no orçamento. f) Outros problemas ou falhas relacionados ao custo do projeto. Tempo: a) Necessidade de aumento de tempo para execução do projeto. b) Falhas no sequenciamento de atividades. c) Atraso na execução das atividades. d) Atraso na entrega de recursos. e) Necessidade de trabalho duplo devido a falhas na qualidade ou mudanças técnicas. f) Falha nas estimativas iniciais. g) Outros problemas e falhas relativos ao tempo / prazos do projeto. É importante também que alguns riscos sejam analisados em relação às dimensões do projeto, sendo: Riscos de conclusão: referem-se às possíveis situações que venham a ocorrer e possam impedir a conclusão do projeto, como aumento da taxa de inflação, custo maior do que o planejado, etc. Riscos tecnológicos: referem-se ao risco da tecnologia definida para o projeto não atenderem as expectativas iniciais ou os equipamentos adquiridos para a execução não renderem o solicitado inicialmente. 116 Riscos econômicos: referem-se à demanda dos produtos e serviços não serem suficientes para gerar o lucro necessário / esperado. Riscos Políticos: referem-se às decisões políticas ou planos econômicos tornarem o projeto inviável. 68 DISTRIBUIÇÕES DE RESPONSABILIDADES DE CONTROLE A definição de responsabilidades dentro do projeto é quase que obrigatória, pois sem esse procedimento, as tomadas de decisão tendem a ser lentas e burocráticas, além de prejudiciais ao desempenho do projeto. A definição e hierarquização das responsabilidades atribuindo ações e atividades a serem executadas dentro do projeto proporcionam que o controle seja efetuado com eficiência e agilidade, garantindo que os objetivos e resultados preestabelecidos sejam alcançados. É necessário o emprego de técnicas de avaliação de pessoal, já estudadas nesse curso, para que o gerente de projetos consiga nomear pessoas certas para determinada responsabilidade. Ter profissionais de confiança, habilidosos, atenciosos e conhecedores da área de atuação é extremamente importante, para que nenhuma etapa do projeto fique de lado, principalmente no momento de monitoramento. Vale lembrar que a empresa precisa ser monitorada tanto quanto o desempenho do projeto e das atividades executadas e que em muitas situações o próprio gestor precisa monitorar-se. É válido, que toda a equipe tenha consciência da importância do monitoramento ou controle da execução, para que essa tarefa seja exercida por todos inconscientemente, ou seja, sem desvio do foco principal e das atividades que está realizando. 117 69 GERENTES DE CONTROLE O ideal é que um profissional, conhecedor do projeto, altamente capacitado, responsável e comprometido, seja selecionado para coordenar todo processo de controle, tanto das atividades como dos fatores principais do projeto. O gerente do projeto deve monitorar o processo constantemente, direta ou indiretamente, analisar as distorções, solucionar os conflitos e, se necessário, replanejar o projeto. Em determinadas situações o gerente de projetos precisa se valer de alguns poderes, para tomar decisões, optar por ações corretivas ou até mesmo para influenciar na equipe ou em determinadas atividades que não estejam sendo desenvolvidas de acordo com o planejamento. Podemos classificar esses tipos de poderes em cinco: 1) Formal: quando alguém da alta administração confiou esse poder a ele. 2) Penal: quando é necessário aplicar algum tipo de punição a algum integrante da sua equipe. 3) Recompensa: quando uma recompensa é oferecida a equipe ou a um integrante da equipe, por exemplo, uma promoção. 4) Especialista: quando o interlocutor possui habilidades, experiência ou conhecimentos necessários para cooperação do projeto; 5) Referência: quando o poder se dá porque as pessoas influenciadas por ele possuem forte identificação com quem o exerce. 118 70 MECANISMOS DE CONTROLE – BALANCED SCORECARD (BSC) Para exercer o controle sobre o desempenho de um projeto, é necessário o apoio de algumas ferramentas ou mecanismos que possibilitem a análise e monitoramento das fases do projeto. A definição dos indicadores de desempenho e de quais variáveis serão controladas, também é uma tarefa importante para que o monitoramento gere o resultado esperado. Uma ferramenta de apoio para essas definições é o Balanced Scorecard (BSC), que utiliza um método para medir o desempenho financeiro e não financeiro do projeto. Também possibilita a medição relativa de processos internos e operacionais, de clientes, de aprendizado e inovação. Os indicadores operacionais devem apresentar medidas de desempenho relativas ao tempo de realização das atividades, níveis de qualidade e de recursos físicos utilizados, percentual de atividades realizadas, índices de produtividade e outros. Os indicadores financeiros devem representar o desempenho dos índices financeiros do projeto: fluxo de caixa, o retorno de investimentos, lucros, percentual de investimento recuperado e outros. Os indicadores de aprendizado e inovação devem representar índices de mudança no projeto: quantidade de alterações efetuadas, número de sugestões dos envolvidos, quantas dessas sugestões foram utilizadas no projeto, etc. Os indicadores de clientes devem medir a satisfação dos clientes relacionados ao projeto: comportamento do cliente em relação ao projeto, nível de satisfação, quantidade de reclamações, quantos novos clientes foram conquistados, quantidade de clientes mantidos, etc. Apesar de essas perspectivas serem organizadas separadamente, a análise deverá ser conjunta para garantir a qualidade do monitoramento. Caso venham a ser analisados separadamente, os indicadores apontarão para o problema, mas não auxiliarão na solução dos mesmos. 119 71 ENCERRAMENTOS DE CONTRATOS O projeto chegou ao fim, e tudo que estava ligado a ele, deverá ser encerrado, inclusive os contratos. Os documentos utilizados para encerrar os contratos são: o próprio contrato, mudanças efetuadas no contrato, documentações técnicas, informações sobre o desempenho do trabalho – entregas, relatórios de desempenho, documentos e comprovantes financeiros, resultados de inspeções, garantias, plano de gerenciamento de contrato (utilizado desde o início do projeto para controlar e acompanhar o desempenho dos produtos ou equipamentos ou serviços adquiridos) e outros. Nessa etapa todos os contratos estabelecidos para o projeto deverão ser encerrados e as atividades relacionadas que dão suporte ao encerramento formal administrativo do projeto devem ser identificadas. A verificação de que todo trabalho foi finalizado corretamente e satisfatoriamente é obrigatória e a atualização dos registros decada contrato deverá ser efetuada. As informações relevantes a cada um devem ser arquivadas para auxiliar em projetos futuros. Devem ser avaliados os termos e condições dos contratos, para que sejam especificados nos documentos de finalização emitidos pela empresa. Rescisões contratuais são situações especiais de encerramento que podem ter sido originadas da incapacidade de entrega dos produtos, estouro de orçamento, falta de recursos, falta de qualidade, falta ou atraso nos pagamentos ou outros. A rescisão pode ser emitida por qualquer das partes, que esteja insatisfeita. O encerramento é importante para que todos os passos, termos e condições dos contratos sejam registrados. As atividades e responsabilidades respectivas a cada membro da equipe, clientes e outros envolvidos no processo de encerramento, também devem ser especificadas nos documentos de encerramento. As execuções de todas as atividades encerram todos os contratos ligados ao projeto. 120 Depois de encerrado o contrato, toda documentação deverá ser arquivada junto com os demais documentos referente a esse projeto. 72 RELATÓRIOS DE CONCLUSÃO Todo processo ou projeto que chega ao fim exige um relatório de conclusão, para que as informações não se percam. A documentação com os resultados tende a ser verificados frequentemente, por isso precisam ser bem estruturados e conter todas as informações relevantes ao projeto. Os relatórios de conclusão devem originar as informações da: Documentação de medida de desempenho: É toda documentação elaborada para analisar o desempenho do projeto. Documentação do produto: Planos, especificações, documentação técnica, desenhos, instruções, arquivos eletrônicos e outros que se refiram ao produto do projeto. Memória do projeto: Demais documentos, anotações, desenhos, documentos eletrônicos e outros que contenham informações referentes ao projeto em questão. O objetivo do relatório de conclusão é: Registrar os arquivos do projeto: Podem ser: a) As Built - demonstram como ficou o produto do projeto (construção, serviço ou outro). b) Memórias – técnicas de desenvolvimento, execução, evolução dos gastos e receitas e ajustes. 121 c) Análise dos resultados e efetividades do projeto, principalmente em relação aos prazos, recursos, qualidade. A aceitação formal: Documento no qual o patrocinador ou cliente atesta a aceitação do produto. Podem ser ordem de compra ou outro que relacione o pagamento ao projeto. Registrar as lições aprendidas: São as análises efetuadas no decorrer do processo: de erros, prazos, custos, especificações, escopo, riscos e também dos acertos. Existem reuniões efetuadas com a equipe e os envolvidos no projeto que visam identificar esses erros e acertos, são chamadas learning meetings. Porém precisam ser reuniões bastante planejadas para que consigam ser bem conduzidas, pois trarão à tona diversas situações do projeto, que podem gerar possíveis “ataques” entre a equipe que tentará se defender dos erros cometidos no processo. Fugindo do foco principal da reunião que é levantar informações referentes às “lições aprendidas no projeto”. As informações obtidas nessas reuniões devem compor a documentação final do projeto. Para que no final do projeto existam informações adequadas e úteis, é importante que desde o início do projeto, as reuniões, decisões e direções, sejam documentadas. O relatório final tem por objetivo registrar todos os acontecimentos do projeto inclusive seu fechamento. Esses relatórios serão úteis para relembrar as lições aprendidas, principalmente para auxiliar em novos projetos. O diagnóstico final nos possibilitará identificar as falhas ocorridas, os acertos, riscos, o comprometimento da equipe, bem como, ajudará a lembrar quem foi a equipe que trabalhou em determinado projeto e quais as atividades executadas, por quem, quando, quanto custaram, quando iniciaram e quando terminaram. Aprimorando assim os conhecimentos da próxima equipe, no novo projeto. 122 73 RELATÓRIO DE DESEMPENHO Devem considerar: O relatório parcial do projeto, sendo fase e iteração. Relatório de Status do projeto: tempo utilizado para execução, dificuldades em relação ao tempo, em que estágio o projeto se encontra e outros referente ao status. Relatório final do projeto: técnicas utilizadas, mudanças efetuadas, riscos enfrentados, lucros e resultados obtidos, desempenho da equipe, lições aprendidas, etc. 74 RELATÓRIO FINAL DO PROJETO Deve ser elaborado constando as seguintes informações sobre o projeto: Introdução. Escopo (do sistema). Melhorias do processo. Avaliação do planejamento. Sugestões de melhorias para o processo de planejamento. Fatores que causaram desvio do planejamento. Pontos positivos. Pontos negativos. Situação atual do sistema. Avaliação dos Custos. Analise de custo x benefício. 123 Referências. Relatório de Status e homologação. 75 RELATÓRIO DE HOMOLOGAÇÃO Deve considerar: Introdução. Participantes. Cronograma. Validação das análises e atividades. Validação do produto. Problemas e soluções encontrados. Aceitação do produto, ambiente e parecer do cliente. Referências. 76 RELATÓRIO DE STATUS Deve-se considerar: Escopo. Recursos de pessoal.. Recursos financeiros Riscos. Progresso técnico. Problemas técnicos. Marcos de referência. Avaliação completa do planejamento x execução. 124 77 ARQUIVOS DO PROJETO O arquivo do projeto é necessário para que todas as informações e documentos referentes à execução do mesmo sejam registradas para consultas posteriores. Os documentos importantes de serem localizados para esse arquivo ser eficiente são: Documentos referentes às atividades do projeto. Planos emitidos, como gerenciamento, aquisição, controle, etc. Escopo. Cronogramas. Análises. Gráficos. Relatórios de desempenho. Registro de riscos. Agenda. Calendários. Planejamento. Contratos. Documentos de Pessoal. Documentos referentes às lições aprendidas. E outros que se refiram ao projeto. 78 FECHAMENTOS DO PROJETO O encerramento do projeto é a fase onde as lições aprendidas devem ser coletadas. 125 Mesmo o encerramento de todas as atividades deverá ser formalizado. Guardar informações como um resumo das entregas dos produtos e serviços, análises de desempenho individual da equipe, das atividades executadas e do projeto, podem trazer benefícios futuros, tanto para a empresa, como para equipe, como para o profissional – gestor de projetos. É fundamental que dentre essas informações estejam destacados os desvios que foram identificados em relação ao planejamento, os riscos enfrentados, as falhas e problemas identificados e claro, as soluções para cada situação. O término do projeto é considerado como uma vitória, e provavelmente dará início a um novo projeto, que consequentemente cercado da experiência e conhecimentos adquiridos com a execução desse projeto, tenderá a ser mais produtivo. Valorizar a equipe pode ser um ato honroso e benéfico para os demais projetos que virão a ser executados. Quando dado por encerrado toda juntada de informações e documentos referentes ao projeto devem ser efetuadas, esses papéis devem ser arquivados para comprovação da execução, registro e consultasfuturas. 79 CONCLUSÃO: O GERENCIAMENTO DEFINE O SUCESSO DO PROJETO O gerenciamento de projetos proporciona a estrutura e metodologia necessárias para que o projeto chegue ao fim satisfatoriamente. É apenas um dos fatores que garante um projeto bem sucedido, mas é o principal deles. Estar a todo instante administrando os conflitos, encontrando soluções para os problemas, identificando os riscos, planejando as execuções e monitorando o processo e a equipe, não são tarefas fáceis, como já estudamos nesse curso. É justamente para isso que o profissional de gestão de projetos se especializa na área. Para conseguir desenvolver técnicas e habilidades suficientes para tornar as atividades de gerenciamento eficazes e ágeis. 126 Gerenciar um projeto é fundamental, e todas as empresas precisam adotar esse princípio, para que obtenham cada vez mais resultados positivos na conclusão de seus projetos. 80 CONCLUSÃO: RAZÕES PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS Elaborar um programa de gestão de arquivos envolve inúmeros setores das organizações e diversas disciplinas que precisam agir em conjunto por meio da abordagem do gerenciamento de projetos. Os gerentes de projetos que adotam o processo de gestão de arquivos terão inúmeros procedimentos, ferramentas e técnicas a disposição para coordenar, gerenciar e controlar projetos. O gestor poderá utilizar técnicas de mudança comportamental dentro de um modelo de gerenciamento em beneficio da equipe, evitando as resistências e conflitos quando forem deparados a novas regras e situações; 81 NÃO RELAXE NA ETAPA FINAL Projeto planejado, executado, chegou a hora de finalmente terminá-lo. Mas terminar não significa deixar de gerenciar. A etapa final do projeto é tão importante e depende tanto do gerenciamento quanto as demais etapas, já estudadas. O gerente de projetos e a equipe tendem a estar exaustos nessa fase do processo, mas devem ser coerentes e aceitar que a finalização do processo de execução é tão importante quanto à própria execução. Considere alguns dos procedimentos abaixo: 127 Fornecedor externo: é importante que todas as entregas, inclusive as parciais, estejam definidas desde o princípio, melhor ainda que essas definições encontrem-se relatadas no contrato. Na finalização, certifique-se de que tudo foi atendido conforme negociado no início e que nada ficou sem ser entregue e/ou cumprido. Essa regra também é valida para prestadores de serviços. Quando o projeto chegar ao fim, certifique-se de tudo que está definido no contrato foi efetuado e que não existe pendência alguma, em relação a nenhuma cláusula do contrato, por menor que seja. Aceite Parcial: esse método é prático e evita o acumulo de tarefas no final do projeto e também a identificação de surpresas justo na conclusão do projeto. Busque os aceites dos responsáveis ou cliente, de acordo com o término de cada atividade ou processo, logo que terminem, não sendo necessário aguardar até o fim da execução, para correr atrás dos aceites e aprovações. Histórico: é a memória do projeto. A organização de toda documentação formando um conjunto de informações e documentos relativos ao projeto, compondo uma espécie de biblioteca para consultas futuras. 82 DICAS PARA CAPTAR INÚMERAS INFORMAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS EM RELAÇÃO AO PROJETO Creio que você compreendeu a importância de registrar cada item do projeto, cada situação, seja ela boa ou ruim. Durante a execução de um projeto, muitas novidades surgem, novas ideias, soluções, bem como, novos problemas, riscos, conflitos, falhas, etc. Nem sempre o gerente de projetos fica sabendo de tudo que acontece, por isso, é fundamental escolher bem a equipe com a qual irá trabalhar e capacitá-las para recolher essas informações. 128 Hoje, já existem treinamentos para que a equipe compreenda a importância de cada passo e de cada desvio, durante a elaboração, planejamento, execução e conclusão do projeto. Uma dica bastante interessante para que o gestor consiga reunir o maior numero de informações possíveis, é interagir com a equipe, que se responsabilizou pelos diferentes processos do projeto. Podemos chamar essa “nova técnica” de Feedback. É a junção de opiniões, experiências, informações, soluções, métodos e outros respectivos ao projeto em questão. Essa coleta de “feedback” pode ser efetuada de diferentes modos: Por meio de uma reunião final com a equipe de projetos e os demais envolvidos. Por meio e documento / formulários padronizados, onde todos os integrantes devem preencher com as informações solicitadas pelo gestor. Por meio da elaboração de uma caixinha, onde todos os envolvidos devem depositar suas opiniões, sugestões, experiências e outros. Por meio de entrevista individual com cada integrante da equipe e demais envolvidos. 83 ANEXO – MODELO / EXEMPLO DE PLANEJAMENTO DE PROJETO. TERMO DE ABERTURA 1.0 Dados Básicos do Projeto 1.1 Nome do Projeto 1.2 Objetivo do Projeto 1.3 Justificativa do Projeto 1.4 Data de Autorização e Data de Início 1.5 Gerente do Projeto 1.6 Informações para Contato 129 2.0 RESUMO DO ESCOPO DO PROJETO 2.1 Escopo: 2.2 Principais Fases do Projeto: 3.0 ESTRATÉGIA PARA CONDUÇÃO DO PROJETO 4.0 CRONOGRAMA BÁSICO E CUSTOS 4.1 Cronograma 4.2 Custos 5.0 RECURSOS NECESSÁRIOS E PERFIL 5.1 Recursos HUMANOS do projeto (equipe de projeto) RECURSOS PERFIL ALOCAÇÂO 5.2 Recursos facilitadores e validadores RECURSO PERFIL 6.0 MATRIZ DE PAPÉIS E RESPONSABILIDADES PAPÉIS E RESPONSABILIDADES 7.0 CONTATOS ESCOPO 8.0 WBS (Work Breakdown Structure) 9.0 PLANO DA GERÊNCIA DO ESCOPO 9.1 Procedimento para Alterações de Escopo 9.2 Reuniões de Projeto para Alinhamento QUALIDADE 10.0 QUALIDADE 130 10.1 Qualidade do Processo 10.2 Qualidade do Produto ANÁLISE DE RISCOS 11.0 ANÁLISE DE RISCOS Risco Probabilidade Impacto Planejamento Ação PLANO DE COMUNICAÇÃO 12.0 PLANO DE COMUNICAÇÃO Documento Responsável Elaboração Meio Distribuição Destinatário/ Departamento Data/ Periodicidade Nível da Crítica Prazo para Decisão 131 84 GLOSSÁRIO DO CURSO BASE LINE: É o plano inicial, original, normalmente utilizado como modificador. BENCHMARKING Processo que envolve a comparação das práticas e planejamento do projeto atual com as de outros projetos. BRAINSTORMING Técnica para encorajar pensamento criativo em uma equipe, visando à solução de problemas FEEDBACK Opinião, realimentação, análise da execução ou atividade já executada. Retorno de informações. GANTT CHARTS Gráfico de Gantt. Técnica popular de planejamento e programação, introduzido por Henry L.Gantt. É usada em programas de pesquisa e desenvolvimento de produção e de tarefas simples. HISTOGRAMA Representação gráfica da relação entre duas variáveis. PERFORMANCE STANDARD Resultado que deve ser conquistado em cada área-chave em uma análise de resultados- chave. PERT Ferramenta de estimativa que trabalha com o risco como um elemento da estimativa. QUALITY CONTROL Controle de qualidade STAKEHOLDERS Conjunto de pessoas ou organizações que têm interesse na realização de um determinado projeto. WBS (Work Breakdown Metodologia estabelecida para o 132 Structure) desdobramento do projeto em ações,atividades e tarefas. FIM DO MÓDULO IV 133 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAYCHOUW, Merhi. 40 ferramentas técnicas de gerenciamento. São Paulo: Brasport, 2007. p. 272 KERZNER, Harold. Gestão de Projetos, as melhores práticas. Bookman, 2007. p. 821 MAXIMIANO, Antonio C. Administração de projetos: transformando ideias em resultados. Atlas, 1997. p.47 PMI, PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Organizational project management maturity model (OPM3) Knowledge Foundation. Newtown Square: Project Management Institute Inc., 2003. POSSI, Marcus. Gerenciamento de Projetos v.3: Guia do Profissional – Fundamentos Técnicos. São Paulo: Brasport, 2006. p. 340 PRADO, Darci. Planejamento e Controle de Projetos, 6. ed., INDG-Tecs, Nova Lima (MG), 2006. p. 230 PROIETTI, Anna Bárbara de Freitas Carmem et al. Disseminação da informação é o maior desafio para a Gestão Estratégica. Revista Gestão Minas, n 2, dez. 2007. PROJECT MANAGER INSTITUTE (PMI). A guide to project manager body of knowledge (PMBOK Guide). 3. ed. Newton Square, PA. 2004. TORRES, Cleber; LÉLIS, João Galdeia. Garantia de sucesso em gestão de projetos. São Paulo: Brasport, 2007. p. 144 VARGAS, Ricardo Viana. Gerenciamento de Projetos. 6. ed. São Paulo: Brasport, 2005. p. 276. 134 FIM DO CURSO
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