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Direito de Propriedade Prof. Marcio Pereira Direito Civil FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL Originária: se dá por fato próprio. Não há relação de transmissibilidade entre o anterior proprietário e o atual. Derivada: é aquela que há uma relação de transmissibilidade entre o anterior proprietário e o atual. São formas de aquisição da propriedade originária: acessão e usucapião. São formas de aquisição da propriedade derivada: sucessão (por causa mortis) e registro (por ato inter vivos) Acessão: é a incorporação a um objeto principal detudo quanto se lhe adere em volume ou em valor. Acessão natural: deriva da força da natureza, ocorrendo sem intervenção humana. Incluem-se nessa categoria: aluvião; avulsão; formação de ilhas álveo abandonado. Acessão física ou industrial: são aquelas feitas pelo homem, como as construções e plantações (art. 1253 CC) Aluvião: na aluvião ocorre o acréscimo paulatino de terra às margens de um rio ou de uma corrente, com a conseqüente aquisição da propriedade por parte do dono do imóvel ao qual aderirem estas terras (art. 1250 CC). Avulsão: a avulsão se dá pelo repentino deslocamento de uma porção de terra, em razão de força natural violenta, desprendendo-se de um prédio e indo juntar-se a outro. Neste caso será lícito ao proprietário do imóvel desfalcado pedir indenização no prazo decadencial de um ano (art. 1251 CC). Formação de ilhas: ocorrendo a formação de ilhas em correntes comuns ou particulares, estas pertencerão aos proprietários dos terrenos ribeirinhos fronteiros (art. 1249 CC) Álveo abandonado: ocorre o abandono de álveo quando um rio seca, ou desvia-se em razão de fenômeno da natureza, deixando a descoberto o leito por onde antes corria. O álveo abandonado pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sendo que a divisão se fará com base em sua linha mediana. Ademais, os proprietários de terrenos por onde as água abrirem novo curso não terão direito à indenização por tratar-se de motivo de força maior (art. 1252 do CC). Usucapião: é uma forma originária de aquisição da propriedade móvel (art. 1260 do CC) ou imóvel (art. 1242 do CC) por meio do exercício da posse, em obediência aos pressupostos legais. Espécies de Usucapião -Extraordinária - Ordinária - Especial rural - Especial urbana - Familiar ou por abandono de lar conjugal Requisitos gerais -Posse mansa e pacífica -Posse pública e notória -Posse continua e ininterrupta -Animus domini Requisitos específicos -Usucapião extraordinária: 15 anos de posse. Pode ser reduzido para 10 anos (art. 1238 do CC) -Usucapião ordinária: 10 anos de posse, mais justo título e boa-fé. Pode ser reduzido para 5 anos de posse (art. 1242 do CC) • Usucapião especial rural: 5 anos de posse de imóvel rural de até 50 hectares (art. 1239 do CC) • Usucapião especial urbano: 5 anos de posse de imóvel urbano de até 250m2 (1240 do CC) • Usucapião familiar ou por abandono do lar conjugal: imóvel urbano de até 250m2 que dividia com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar conjugal. FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL Tradição: a principal forma de transferência da propriedade móvel é a tradição, que se perfaz com a entrega da coisa ao novo proprietário (art. 1267). Ocupação: trata-se de aquisição originária de propriedade móvel e consiste na a aquisição de coisa móvel ou semovente, sem dono (por não ter sido apropriada ou por ter sido abandonada), desde que não seja essa apropriação defesa em lei (art. 1263 CC) Achado de tesouro: é o encontro casual de coisa escondida, e de cujo proprietário não se tenha notícia. (art. 1264 CC) Especificação: é o modo de adquirir a propriedade por meio da transformação de coisa móvel em espécie nova, em razão do trabalho ou da indústria do especificador, desde que não seja possível reduzi- la à sua forma prévia (art. 1269 do CC). Confusão, comistão e adjunção: são todas formas de aquisição da propriedade derivadas da mistura entre coisas pertencentes a vários donos, sem que seja possível separá-las depois sem deterioração. A confusão é a mistura de coisas líquidas; a comistão é a mistura de coisas sólidas; e a adjunção é a justaposição de uma coisa à outra, tornando-se impossível a separação ou sendo esta excessivamente onerosa. Usucapião - a usucapião de coisa móvel divide-se em: Ordinária: prazo necessário para a aquisição da propriedade é de três anos, exigindo justo título e boa-fé do possuidor (art. 1260 do CC). Extraordinária: o prazo será de cinco anos, independentemente de justo título e de boa fé (art. 1261 do CC). Perda da Propriedade (art. 1275 do CC) - Alienação - Renúncia - Abandono - Perecimento da coisa - Desapropriação QUESTÃO Em janeiro de 2010, Nádia, unida estavelmente com Rômulo, após dez anos de convivência e sem que houvesse entre eles contrato escrito que disciplinasse as relações entre companheiros, abandona definitivamente o lar. Nos dois anos seguintes, Rômulo, que não é proprietário de outro imóvel urbano ou rural, continuou, ininterruptamente, sem oposição de quem quer que fosse, na posse direta e exclusiva do imóvel urbano com 200 metros quadrados, cuja propriedade dividia com Nádia e que servia de moradia do casal. Em março de 2012, Rômulo – que nunca havia ajuizado ação de usucapião, de qualquer espécie, contra quem quer que fosse ‐ ingressou com ação de usucapião, pretendendo o reconhecimento judicial para adquirir integralmente o domínio do referido imóvel. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. a)A pretensão de aquisição do domínio integral do imóvel por Rômulo é infundada, pois o prazo assinalado pelo Código Civil é de 10 (dez) anos. b)A pretensão de aquisição do domínio integral do imóvel por Rômulo é infundada, pois a hipótese de abandono do lar, embora possa caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida, não autoriza a propositura de ação de usucapião. c)A pretensão de aquisição do domínio integral do imóvel por Rômulo é infundada, pois tal direito só existe para as situações em que as pessoas foram casadas sob o regime da comunhão universal de bens. d) A pretensão de aquisição do domínio integral do imóvel por Rômulo preenche todos os requisitos previstos no Código Civil.
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