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Terapia Cognitivo comportamental no tratamento da Bulimia e da Anorexia

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DOS TRANSTORNOS 
ALIMENTARES: ANOREXIA NERVOSA E BULIMIA NERVOSA. 
 
 
Daniela Dornsbach Koszeniewski¹ 
Flávia Souza de Freitas¹ 
Rosieli Ribarski Bortolotti¹ 
 
RESUMO 
 
Este artigo tem por objetivo mostrar a importância da Terapia Cognitivo 
Comportamental no auxílio ao tratamento dos transtornos alimentares, principalmente 
anorexia nervosa e bulimia nervosa focadas neste presente artigo. 
Caracteriza-se anorexia nervosa (AN) por uma restrição dietética auto-imposta, com 
um padrão alimentar “bizarro” e acentuada perda de peso, que está associada a um temor 
intenso de engordar e à má percepção corporal, e bulimia nervosa (BN) pela grande ingestão 
de alimentos com sensação de perda de controle, os episódios bulímicos, a preocupação 
excessiva com o peso e a imagem corporal levam o paciente a métodos compensatórios 
inadequados para controlar o peso, como vômitos induzidos, uso de medicamentos, dietas e 
exercícios físicos. 
O foco cognitivo nos transtornos alimentares é a preocupação extrema com a forma e 
o peso e a proposta de atitudes alternativas mais saudáveis em relação à comida, peso, forma e 
imagem corporal, já o foco comportamental são “experimentos” que visam ajudar os 
pacientes a firmar suas conclusões originais e confirmar crenças alternativas. 
 
 
 2
Palavras-chave: Terapia Cognitivo-Comportamental – Transtornos alimentares – Anorexia e 
Bulimia. 
 
 
1 Acadêmicas do Curso de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil, Unidade Guaíba – 
RS. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 “A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma intervenção semi-estruturada, 
objetiva e orientada para metas, que aborda fatores cognitivos, emocionais e comportamentais 
no tratamento dos transtornos psiquiátricos” (DUCHESNE e ALMEIDA , p. 49, 2002). 
Segundo o mesmo autor, os transtornos alimentares (TA) são determinados por vários 
fatores e resultam da interação entre o biológico, cultural e experiências pessoais. A TCC 
preocupa-se na identificação e correção das condições que favorecem o desenvolvimento e 
manutenção das alterações cognitivas e comportamentais que caracterizam os casos clínicos. 
Muito utilizadas no tratamento dos transtornos alimentares, técnicas cognitivas e 
comportamentais têm sido avaliadas e reconhecidas como estratégias eficazes na melhora dos 
quadros clínicos. 
Para Knapp (2004), os focos principais da TCC para os transtornos alimentares, são o 
cognitivo que se preocupa com a forma e o peso e com atitudes alternativas mais saudáveis 
em relação à comida, peso, forma e imagem corporal, e o foco comportamental que visa 
ajudar os pacientes a firmar conclusões e originais e confirmar crenças alternativas. 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
Conforme Papalia (2000), os jovens na busca de não ficarem obesos, podem ter 
problemas mais graves que a própria obesidade. Em nome da saúde e da beleza, adolescentes, 
principalmente meninas, perpetuam uma luta contra o peso, o que em alguns casos pode se 
tornar patológico. 
A incidência dos transtornos alimentares dobrou nestes últimos 20 anos. 
Principalmente em relação à anorexia, o número de casos por ano teve um aumento constante 
entre 1955 e 1984 em adolescentes de 10 a 19 anos. A prevalência de anorexia nervosa (AN) 
 3
varia de 2% a 5% em mulheres adolescentes e adultas. Nos Estados Unidos é a terceira 
doença crônica mais comum entre adolescentes, apenas perdendo para a obesidade e a asma 
(DUNKER, K; PHILIPPI, S apud FISCHER, p. 52, 2003). 
 
ANOREXIA NERVOSA 
 
 Transtorno alimentar visto principalmente em mulheres jovens brancas, embora possa 
afetar ambos os sexos. Ocorre em todos os níveis socioeconômicos, geralmente durante a 
adolescência. A anorexia pode em parte ser uma reação às pressões extremas da sociedade 
para que sejamos esbeltos, padrão cultural mais extremo do que em qualquer época desde os 
anos vinte. Sua causa é desconhecida. Algumas autoridades dizem que ela possa ser um 
distúrbio físico provocado por uma substância química no cérebro ou por um distúrbio no 
hipotálamo, outros acreditam em uma inadequação nas habilidades de enfrentamento; o 
anoréxico pode sentir que controlar o peso é a única maneira de ter controle em alguma coisa 
em sua vida (PAPALIA apud GARNER, 2000, p. 318). 
A anorexia nervosa é caracterizada por uma restrição dietética auto-imposta, com um 
padrão alimentar “bizarro” e acentuada perda de peso, que está associada a um temor intenso 
de engordar e à má percepção corporal, e que deve ser diagnosticada por meio dos critérios do 
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) e da Classificação 
Internacional de Doenças (CID-10) (DUNKER, K; PHILIPPI, S apud FLEITLICH, p. 52, 
2003). 
Segundo Cordás (2004) “a AN caracteriza-se por perda de peso intensa e intencional 
às expensas de dietas extremamente rígidas com uma busca desenfreada pela magreza, uma 
distorção grosseira da imagem corporal e alterações do ciclo menstrual”. 
 
BULIMIA NERVOSA 
 
 A bulimia nervosa é caracterizada pela grande ingestão de alimentos com sensação de 
perda de controle, os episódios bulímicos. A preocupação excessiva com o peso e a imagem 
corporal levam o paciente a métodos compensatórios inadequados para controlar o peso, 
como vômitos induzidos, uso de medicamentos (diuréticos, inibidores de apetite, laxantes), 
dietas e exercícios físicos (CORDÁS, 2004). 
 De acordo com Papalia (2000), a pessoa se entrega a grandes “comilanças” rápidas e 
depois tenta neutralizar o grande consumo de calorias forçando o vômito, fazendo dieta ou 
 4
severos jejuns, exercícios desenfreados, ou uso de laxantes, lavagem ou diuréticos para purgar 
o corpo. 
 A maioria das pessoas com bulimia nervosa é do sexo feminino; estima-se que 1 a 3% 
das jovens sofrem deste transtorno. Os indivíduos bulímicos são obcecados pelo peso e pela 
forma. Não se tornam anormalmente magros, mas são dominados pela vergonha, pelo 
desprezo por si mesmos e por depressão por seus hábitos alimentares errados e anormais. 
Também sofrem de cáries dentárias, irritação gástrica, problemas de pele e perda de cabelo 
(PAPALIA, 2000). 
 
TCC PARA ANOREXIA E BULIMIA 
 
Historicamente, o tratamento de pessoas com transtornos 
alimentares mudou de foco: da supervisão médica de reposição do peso, 
como descrito por Gull (1874), para introdução das primeiras variantes 
de psicoterapia psicodinâmica no século XX e, mais tarde, para o 
desenvolvimento de técnicas específicas e tratamentos voltados para a 
redução dos sintomas como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) 
(KNAPP, 2004). 
 
 
Para Duchesne e Almeida (2002), as estratégias para o tratamento da AN têm como 
objetivo a diminuição da restrição alimentar e da freqüência de atividade física, para assim 
facilitar o aumento de peso, diminuição da distorção da imagem corporal; a modificação do 
sistema disfuncional de crenças associadas à aparência, peso e alimentação e o aumento da 
auto-estima. Para o tratamento da BN as técnicas objetivam a normalização do padrão 
alimentar e o desenvolvimento de estratégias que possam controlar os episódios de compulsão 
alimentar e dos comportamentos compensatórios como o vômito, medicamentos, dietas e 
exercícios; também da auto-estima, modificação da relação com a imagem corporal e a 
modificação das crenças disfuncionais. 
Knapp (2004) diz que o tratamento da bulimia é conduzido ao longo de vinte sessões 
(seis meses), em média, e subdividido em quatro estágios: o primeiro, psicoeducativo, 
informações sobre transtornos alimentares com episódios bulímicos, compulsão alimentar, 
suas conseqüências médicas, pesquisas relevantes e conhecimentoatual sobre as hipóteses 
etiológicas e tratamentos, incluindo uma introdução a visão cognitiva da manutenção do BN, 
 5
em geral uma sessão; o segundo é o monitoramento dos comportamentos alimentares, em 
média duas sessões; o terceiro a introdução de estratégias comportamentais para prevenir os 
episódios de compulsão alimentar e os comportamentos extremos para controle do peso e 
promover o autocontrole, com treinamento e técnicas para solução de problemas,com duração 
de seis a oito sessões e o quarto estágio é o desafio cognitivo e reestruturação das atitudes 
alimentares disfuncionais tendo em média, oito sessões. As últimas sessões visam a 
estabelecer um plano para prevenção de recaídas e manutenção do tratamento. 
Knapp (2004) comenta que para a anorexia nervosa a terapia é conduzida ao longo de 
um a dois anos e freqüentemente inclui um período de reabilitação nutricional em meio 
hospitalar. Devem ser tratadas correlações entre dificuldades interpessoais e padrões 
alimentares restritivos e identificadas às áreas deficientes de resolução de problemas para as 
quais a AN formou uma solução desajustada e desenvolver novas habilidades para a solução 
de problemas, esta proposta também apresenta quatro estágios, no primeiro o foco é a 
avaliação detalhada da fobia de comida, dos sintomas alimentares e da função positiva da 
anorexia; formulação do esquema cognitivo abordando as dificuldades interpessoais, as 
deficiências na resolução de problemas e na identificação de elementos que reforçam a fobia 
de comida; a recuperação do peso e/ou a substituição das dietas restritivas por padrões 
alimentares mais normais, tendo em média quatorze sessões. No segundo, tratar das 
dificuldades interpessoais e o aumento das habilidades para resolver problemas sociais e a 
ênfase do tratamento da fobia de comida e no medo de ganhar peso continua nesse estágio, 
aproximadamente quatorze sessões. No terceiro estágio, prepara-se o paciente para um 
funcionamento autônomo; são discutidas as técnicas para enfrentar futuras dificuldades e para 
manter expectativas razoáveis, objetivando a prevenção de recaídas, em média seis sessões e 
no quarto estágio, tratam-se questões relacionadas ao final do tratamento, três sessões 
mensais. 
O autor traz, que a maior dificuldade encontrada no tratamento para os transtornos 
alimentares e a falta de motivação para participar honestamente do tratamento, solicitar aos 
pacientes que abandonem estes hábitos é fazê-los desistir do mecanismo mais forte e mais 
utilizado para lidar com os problemas interpessoais. 
 
CONCLUSÃO 
 
 A Terapia cognitiva comportamental tem resultados na diminuição da restrição 
alimentar com melhora das escolhas nutricionais e aumento de peso. Também tem sido 
 6
relatada redução de pensamentos disfuncionais acerca de peso e alimentação, melhora do 
funcionamento sexual e do humor. 
Auxilia também na redução dos sintomas depressivos associados, na melhora da auto-
estima e do funcionamento social. A utilidade desta forma de intervenção tem sido enfatizada 
por superar os resultados alcançados com o uso de medicação isolada e pelo fato da 
associação de TCC à medicação aumentar a eficácia do tratamento farmacológico. Foi 
observada também uma boa manutenção dos resultados. 
A TCC considera a relação terapêutica fundamental para a obtenção da melhora dos 
TA. O terapeuta mantém uma atitude empática em relação às dificuldades e necessidades da 
paciente e apresenta a terapia como um trabalho em equipe, no qual ambos terão uma 
participação ativa na detecção de causas das dificuldades e na seleção das estratégias 
utilizadas no tratamento. 
O tratamento dos transtornos alimentares é realizado em equipe multidisciplinar, 
sendo necessária a associação de psicólogos a outros profissionais, tais como: nutricionistas, 
médicos clínicos e psiquiatras. O envolvimento da família no tratamento pode ajudar a criar 
uma estrutura de colaboração, facilitando mudanças e a melhora do indivíduo. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
CORDÁS, Táki. Transtornos alimentares: classificação e diagnóstico. Revista de Psiquiatria 
Clinica, São Paulo, p. 154-157, 2004. 
 
DUCHESNE, Mônica; ALMEIDA, Paola. Terapia cognitivo-comportamental dos transtornos 
alimentares. Revista Brasileira de Psiquiatria, Supl III, Rio de Janeiro, p. 49-53, 2002. 
 
DUNKER, Karin; PHILIPPI, Sonia. Hábitos e comportamentos alimentares de adolescentes 
com sintomas de anorexia nervosa. Revista de Nutrição, Campinas, p. 51-60, jan-mar, 2003. 
 
KNAPP,P. Terapia Cognitivo Comportamental na prática clínica. Porto Alegre: Artmed, 
2004. 
 
PAPALIA, Diane; OLDS, Sally. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
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