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PROCRASTINAÇÃO E O ESTUDO

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1 
 
PROCRASTINAÇÃO E O ESTUDO 
FILIPE COLOMBINI 
 
 
 
_ Zeca! Vi na sua agenda que vai ter prova no dia 30, né? 
_ É mãe! Já sei... Vai demorar! Hoje é dia 10! 
_ Zeca, Zeca... É melhor estudar já, hein? 
_ Tá mãe! Eu sei! 
(passa-se uma semana...) 
_ Zeca! Já estudou? Olha lá! 
(...mais uma semana) 
_ Zecaaa!!! 
_ Relaxa mãe! Eu sei! Vai ser fácil! Vou dar uma olhada... 
(um dia antes da prova...) 
_ Mãeee!!! Esse professor! Quanta coisa! Ele não tem noção de nada! Ele é um 
#$G%#@!!! 
_ Caraaaca! É amanhã! Por onde eu começo?!?!? Puts!! Erghhhh! 
 
 A história de Zeca é apenas um exemplo ilustrativo utilizado para o nosso texto 
e dificilmente ocorre nos lares brasileiros, certo? Então, vamos fazer “de conta” que isso 
ocorre. 
 Podemos tentar falar algumas coisas para a mãe de Zeca e descrever um pouco 
sobre a questão do planejamento de estudo, oferecendo breves análises e hipóteses para 
essa história que “raramente” acontece. 
 O que o Zeca está fazendo em relação ao estudo da prova? 
 
 
 2 
 Embaçando, enrolando, embromando, delongando, postergando... Isso mesmo! 
Todas essas expressões fazem parte do que muitos pesquisadores chamam de 
procrastinação. 
 Vamos parar de embromação e falar logo o que significa essa palavra um tanto 
diferente. Uma pesquisadora que deu início às pesquisas a respeito do tema foi Rachel 
Kerbauy, terapeuta comportamental e doutora formada pela USP. 
 Ela trouxe esse tema de pesquisa para o Brasil e aprofundou muito a temática, 
dando-nos algumas pistas do que é a procrastinação. Agora é sério! Vamos falar o que 
é isso! 
 Muitos são os pensamentos, ideias e “encanações” que acompanham o ato de 
procrastinar, como por exemplo: 
• Vou precisar de mais 3 horas para fazer. Acho que não vai dar! 
• Acho que em uma hora termino... Será que rola? 
• Estarei mais descansado e melhor depois e daí eu faço... 
• Não estou com vontade e nem motivado para fazer isso agora! 
• Não estou muito a fim. Não dá certo fazer isso quando se está desmotivado! 
 
 Legal, legal... mas... O QUE É PROCRASTINAÇÃOOO??!! Você está 
enrolando! 
 
 Ok! Procrastinar deriva do latim e significa “do dia seguinte”. Do latim popular 
significa adiamento e no caso de Zeca é a dificuldade de iniciar um trabalho, um estudo; 
adiá-lo e, provavelmente, ficar angustiado, com raiva e demonstrar sofrimento por não 
conseguir estudar a tempo ou não conseguir entregar a tarefa no prazo estipulado. Há 
relatos de intenso sofrimento e muitos, acabam desistindo de estudar. 
 Há uma mobilização de todos os membros da família e na maioria das vezes os 
pais não sabem o que fazer: brigam, choram juntos, contratam professores particulares 
aos montes, culpam a escola, falam que o filho é vítima e, outras vezes falam que ele é o 
culpado. Enfim, muitas ações impulsivas e também destrutivas. 
 Todas essas “inconstâncias” nos atos acabam por tornar essa prática dos filhos 
cada vez mais frequente e resistente às mudanças. 
 A pesquisadora comenta que na procrastinação estamos diante de um caso no 
qual existem possíveis condições que facilitam que Zeca adie, embrome, postergue... 
 
 
 3 
 Pensando no trabalho de desenvolvimento de hábitos de estudo, o ambiente 
físico e social da residência do aluno nos proporciona maior possibilidade de análise e 
condições para planejarmos intervenções, além de orientações focadas à melhoria do 
estudo e da prevenção da procrastinação. Antes de se aprofundar nessas questões, 
vamos discutir um pouco mais sobre a embromação. 
 O estudo desse tema é ligado ao autocontrole, ou seja, Zeca pode aprender a 
escolher estudar ao invés de escolher brincar com os amigos às duas horas da tarde e 
sim, brincar depois do estudo às cinco horas. 
 Entretanto, isso não é tão fácil assim, pois é necessário auxiliarmos Zeca nessa 
aprendizagem, o que exige um bom planejamento e organização do estudo, além de 
analisarmos o que pode motivá-lo a estudar. A parceria com a instituição de educação e 
com os pais nos parece bastante interessante. 
 Muitas vezes a escola/colégio coloca a avaliação como o grande “fator de 
interesse” e nisso, ir bem na prova, ser elogiado pelos professores, colegas, pais, ter a 
sensação de ser vitorioso, discutir esse conhecimento adquirido... Fica muuuiiitooo lá na 
freeenteee. 
 Atrasar o estudo porque jogar videogame é mais fácil, legal, desafiador não é 
uma coisa rara, não? 
 Atrasar pode ter consequências imprevistas para cada um e é nessa questão que 
também podemos atuar, tornando-as mais previsíveis. 
 Pensando no Zeca, poderíamos pensar em intervenções que envolvam 
organização do tempo, recompensas contingentes a tarefas em curto prazo, regras que 
envolvam a descrição das consequências em relação a adiar ou fazer; tudo isso em prol 
de Zequinha se conhecer e saber quais condições ele está envolvido. 
 Exemplificando, Zequinha poderia “sacar” que ao fazer determinadas tarefas, 
como estudar 3 páginas uma semana antes da prova, poderia ganhar pontos que seriam 
acumulados para conquistar determinada viagem ou um ingresso ao futebol ou um 
elogio de pais, professores, entre outros prêmios... 
 Zeca também poderia “sacar” que ao longo das semanas poderia obter ganhos 
com o próprio ato de estudar: chegar perto da prova e se sentir preparado, podendo 
apenas revisar a matéria e até, ensinar seus amigos. Além disso, poderia usar seu final 
de semana para se divertir e não ficar estudando até altas horas, brigando, sendo culpado 
e culpando os outros. 
 
 
 4 
 São muitas as estratégias e muitos casos e condições existentes que necessitam 
de um maior aprofundamento. Todavia, salientamos que tais intervenções podem sim, 
minimizar o sofrimento de Zeca e de sua família, possibilitando com que o estudar 
aconteça e a procrastinação acabe e não se delongue! 
... 
... 
_ Mãe! Cadê as minhas roupas?! 
_ Depois eu vejo, filhão! 
_ Mãe! Na boa! 
_Já vou, Zequinha... 
(duas semanas...) 
_Aê mãe! Dá uma chegada no meu quarto. Pensei em montar algumas tabelas de 
planejamento. Vamos dar uma organizada na sua rotina, suas atividades... E àquela 
viagem que você gostaria de fazer, vamos conversar...

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