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Jusnaturalismo e juspositivismo

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Jusnaturalismo e juspositivismo, qual a diferença?
A corrente do jusnaturalismo defende que o direito é independente da vontade humana, ele existe antes mesmo do homem e acima das leis humanas. O direito natural é universal, imutável e inviolável, são leis impostas pela natureza a todos aqueles que se encontram em um estado de natureza. Para os jusnaturalistas o direito tem como pressupostos os valores do ser humano, e busca sempre um ideal de justiça.
Para Thomas Hobbes, o estado de natureza é o direito e a liberdade de cada um para usar todo o seu poder (inclusive força) para preservar a sua natureza e satisfazer os seus desejos. Como a violência é uma possibilidade constante, podendo ocorrer da forma mais imprevisível, então, para assegurar a paz e a segurança, os homens devem concordar conjuntamente em renunciar aos direitos de natureza (uso individual e privado da força) em nome de um soberano. É o contrato social.
John Locke, preocupado em encontrar respostas para graves conflitos políticos e religiosos do século XVII, questiona: como criar uma teoria que conciliasse a liberdade dos cidadãos com a manutenção da ordem política? Locke, assim como Hobbes, defende que apenas o contrato torna legítimo o poder do Estado. Embora não considere o estado de natureza como uma situação de guerra, entende que cada indivíduo é juiz da sua própria causa, o que pode deixar as relações entre os homens desestabilizadas. Uma vez que Locke considera o trabalho como fundamento de onde se originou a propriedade, o contrato é importante para a sua preservação. É a necessidade de superar as possíveis ameaças contra a propriedade (vida, liberdade, bens) que leva os homens a se unirem e estabelecerem livremente entre si o contrato social, que realiza a passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil.
Dentro do jusnaturalismo, temos algumas vertentes:
a) Jusnaturalismo cosmológico- Justiça natural emanada da ordem cósmica, que instiga os indivíduos a fazer o bem e evitar fazer o mal. Afirma que a força da natureza se impõe sobre todos nós, e que sempre nos adaptamos a ela, inclusive quando organizamos comunidades e criamos leis.
b) Jusnaturalismo teológico- Tem como fundamento jurídico a ideia da divindade como um ser onipotente, onisciente e onipresente. Parte da corrente que acredita que todos têm total condição de evitar o mal e fazer o bem, pois as leis foram gravadas no coração de cada indivíduo, por Deus.
c) Jusnaturalismo racionalista- Tem como fundamento a razão humana universal, afasta o vínculo teológico. Afirma que todos os indivíduos são racionais e têm total condição de respeitar as leis. A desobediência seria como negar a própria humanidade
Ao contrário do que defende a corrente jusnaturalista, a corrente juspositivista acredita que só pode existir o direito e a justiça através de normas positivadas, ou seja, emanadas pelo Estado com o poder coercivo, todas as normas escritas pelos homens por intermédio do Estado. O direito positivo é aquele que o Estado impõe à coletividade, e que deve estar adaptado, de certa forma, aos princípios fundamentais do direito natural.
Principais diferenças:
Jusnaturalismo - leis superiores, direito como produto de ideais (metafísico), valores como pressuposto e existência de leis naturais.
Juspositivismo- leis impostas, leis como produto da ação humana (empírico-cultural), o próprio ordenamento positivo como pressuposto e existência de leis formais.

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