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Insulina, glucagon e DM.

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19/04/2017 
1 
Insulina, Glucagon e Diabetes Mellitus 
Profa. Dra. Fabiana de Andrade Bringel 
Estudar a síntese, a secreção, o transporte, o 
mecanismo de ação e o mecanismo de regulação dos 
hormônios insulina e glucagon e a fisiopatologia do 
diabetes mellitus. 
Objetivo da aula 
Hormônios 
insulina e glucagon 
19/04/2017 
2 
Anatomia, histologia e fisiologia do pâncreas 
• Órgão anexo ao tubo digestório 
• Localização: região retroperitonial 
 posterior ao estômago 
• Peso: 14 a 16 g em adultos 
• Comprimento: 15 a 25 cm 
• 2 porções: 
 exócrina: ácinos secreção de suco pancreático via duto 
pancreático para o interior do duodeno 
 
 
 endócrina: Ilhotas de Langerhans secreção de 
hormônios na circulação sanguínea 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Hormônios 
insulina e glucagon 
• Ilhotas de Langerhans: 
– 1 a 2 milhões 
– diâmetro: 0,3 mm 
– células: 
 
Nome das 
células 
Hormônios 
% das 
células 
Principais funções 
células beta 
insulina 
≈ 60% 
reduz a glicemia e inibe a secreção de 
glucagon 
amilina inibe secreção de insulina 
célula alfa glucagon ≈ 25% aumenta a glicemia 
célula delta somatostatina ≈ 10% inibe o pâncreas endócrino 
célula PP 
polipeptídeo 
pancreático 
≈ 1% inibe o pâncreas exócrino 
 
 
Anatomia, histologia e fisiologia do pâncreas 
19/04/2017 
3 
Histologia do pâncreas 
 
 
Corte histológico de pâncreas de rato 
Microscopia de luz - HE 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Insulina 
Hormônios 
insulina e glucagon 
CARACTERÍSTICAS 
Molécula Polipeptídeo com 2 cadeias de aminoácidos (21 e 30) 
conectadas por ligações dissulfeto 
Peso molecular 5.808 
Síntese Ribossomos ligados ao RER na forma de pré-pró-insulina, 
no RER sofre clivagem para formar pró-insulina, no 
Complexo Golgiense sofre clivagem para formar insulina e 
peptídeo C e revestimento por grânulos secretores 
Secreção Exocitose de insulina, peptídeo C e pró-insulina (5 a 10%) 
Meia-vida plasmática 6 minutos 
Degradação Pela enzima insulinase no fígado, rins e músculos e em 
menor quantidade na maioria dos outros tecidos 
Eliminação da circulação 10 a 15 minutos 
Transporte livre 
Metabolização Fígado e rins 
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Hormônios 
insulina e glucagon Síntese de insulina 
Efeitos da insulina sobre a célula-alvo: 
• Se liga e ativa receptor proteico da membrana 
• É o receptor ativado que causa os efeitos 
subsequentes 
• Receptor de insulina é uma combinação de 4 
subunidades (a e b) unidas por ligações 
dissulfeto e está ligado a uma tirosinocinase 
• Ligação da insulina às subunidades a 
• Subunidades b se tornam autofosforiladas 
• Ocorre a ativação da tirosinocinase que 
promove a fosforilação de diversas proteínas e 
enzimas intracelulares (ativação e inativação de 
enzimas) 
 
Hormônios 
insulina e glucagon Insulina 
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Hormônios 
insulina e glucagon Efeitos da insulina 
INSULINA 
Célula beta 
FÍGADO 
↑ glicogênese 
↑ glicólise 
↑ lipogênese 
↑ síntese proteica 
↓ gliconeogênese 
 
 
MÚSCULO 
↑ glicogênese 
↑ glicólise 
↑ síntese proteica 
↓ catabolismo das proteínas 
 
ADIPÓCITO 
↑ lipogênese 
↓ lipólise ↓ glicose 
↓ ácidos graxos 
↓ glicose 
↓ aminoácidos 
↓ glicose 
↓ ácidos graxos 
↑ [ ] plasmática de glicose 
MAIORIA DOS 
TECIDOS 
↑ captação de glicose 
↓ glicose 
Efeitos da insulina 
– ↑ captação de glicose do sangue: 
 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Fígado: 
Insulina 
glicocinase 
Glicose Glicose fosforilada UDP-Glicose Glicogênio 
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Efeitos da insulina 
– promove a síntese de glicogênio: 
 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Fígado: 
Insulina 
glicogênio sintase 
Glicose Glicose fosforilada UDP-Glicose Glicogênio 
Efeitos da insulina 
– Direciona o fluxo de glicose através da glicólise: 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Fígado: 
↑ atividade de enzimas glicolíticas: 
fosfofrutocinase e piruvato cinase 
Insulina 
Glicose ATP 
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Efeitos da insulina 
– Direciona o fluxo de glicose através da glicólise: 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Fígado: 
Fosfofrutocinase 
ATP 
Bifosfoglicerato 
Glicose Glicose fosforilada Frutose Gliceraldeído 
Fosfoglicerato 
Fosfoenolpiruvato Piruvato Acetil CoA 
Insulina 
Efeitos da insulina 
– Direciona o fluxo de glicose através da glicólise: 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Fígado: 
Piruvato cinase 
ATP 
Bifosfoglicerato 
Glicose Glicose fosforilada Frutose Gliceraldeído 
Fosfoglicerato 
Fosfoenolpiruvato Piruvato Acetil CoA 
Insulina 
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Efeitos da insulina 
– Reduz o efluxo de glicose: 
• inibe a glicogenólise por inativar a fosforilase hepática 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Fígado: 
Fosforilase hepática 
Insulina 
Glicogênio Glicose fosforilada 
Efeitos da insulina 
– Reduz o efluxo de glicose: 
• ↓ saída de glicose do fígado 
por inibir a glicose-6-fosfatase 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Fígado: 
glicose-6-fosfatase 
Glicose Glicose fosforilada 
Insulina 
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Efeitos da insulina 
– Reduz o efluxo de glicose: 
• Inibe a gliconeogênese por reduzir a liberação de 
aminoácidos do tecido muscular e de outros tecidos 
e por reduzir a atividade ou níveis de enzimas 
gliconeogênicas (piruvato carboxilase e frutose-1,6-
difosfatase) 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Fígado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Fígado: 
Efeitos da insulina 
glicose 
Insulina 
piruvato acetil-CoA 
acetil-coenzima A carboxilase 
malonil-CoA glicólise 
ácidos graxos 
sangue tecido adiposo 
VLDL 
carnitina acetiltransferase 
transferência de ácidos graxos do citoplasma 
para a mitocôndria para a b-oxidação e 
conversão em cetoácidos (ação anticetogênica) 
↑ a síntese e inibe a oxidação de ácidos graxos: 
triglicerídeos 
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– promove a captação da glicose (↑ nº de receptores), armazenamento sob 
a forma de glicogênio e fica sujeita a glicólise e oxidação 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Tecido muscular: 
Efeitos da insulina 
 
 Como estimula o uso da glicose pelas células do corpo, reduz o 
uso de gorduras 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Tecido adiposo 
Efeitos da insulina 
gorduras 
glicose 
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 Promove armazenamento das gorduras e suprime a mobilização 
de ácidos graxos 
 Inibe a lipólise: 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Tecido adiposo 
Efeitos da insulina 
hidrólise dos triglicerídeos armazenados nos adipócitos 
Insulina 
Lipase hormônio sensível 
 
 Promove armazenamento das gorduras e suprime a mobilização 
de ácidos graxos 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Tecido adiposo 
Efeitos da insulina 
Insulina 
Transporte de glicose para o 
interior do adipócito 
Ácidos graxos a-glicerofosfato 
glicerol Ácidos graxos + 
Triglicerídeos 
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 Promove armazenamento das gorduras e suprime a mobilização 
de ácidos graxos 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Tecido adiposo 
Efeitos da insulina 
triglicerídeos 
Lipoproteína lipase nas paredes 
dos capilares do tecido adiposo 
Insulina 
Adipócitos: absorvem, convertem em triglicerídeos e armazenam 
ácidos graxos 
 
 
• Insulina apresenta pouco efeito sobre a captação e utilização de 
glicose 
• Maioriadas células neurais é permeável à glicose 
• Neurônios empregam apenas glicose como fonte de energia 
• Podem empregar gorduras como fonte de energia com dificuldade 
• Glicemia entre 20-50 mg/dL: choque hipoglicêmico (irritabilidade 
progressiva que leva à perda da consciência, convulsões e coma) 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Cérebro: 
Efeitos da insulina 
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 Promove síntese e armazenamento de proteínas: 
 ↑ o transporte de aminoácidos pela MP 
 Limita o ↑ plasmático de aminoácidos após uma refeição rica em 
proteínas 
 Aumenta a síntese de proteínas por aumentar a transcrição gênica e 
a tradução de RNAm 
 Inibe o catabolismo de proteínas 
 Inibe a liberação de aminoácidos pelas células musculares 
 Como deprime a gliconeogênese hepática = conserva os aminoácidos 
nas reservas de proteínas do corpo 
 Efeitos anabólicos da insulina e do GH são sinérgicos 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Efeitos no metabolismo das proteínas e no crescimento 
Efeitos da insulina 
Fatores ou condições que aumentam a secreção de insulina 
Hormônios 
insulina e glucagon 
INSULINA 
↑ Glicemia 
↑ Ácidos graxos livres no 
sangue 
↑ Aminoácidos no sangue 
(arginina, alanina, lisina e 
leucina) 
Hormônios gastrointestinais: 
Gastrina 
Colecistocinina 
Secretina 
Peptídeo inibidor gástrico 
(↑ a [ ] de Ca2+ no LIC) 
Glucagon 
(↑ a [ ] de Ca2+ no LIC) 
 
 
GH 
Cortisol 
Estimulação 
parassimpática (Ach) 
(↑ a [ ] de Ca2+ no LIC) 
 
Estimulação b 
adrenérgica 
Resistência 
insulínica 
Obesidade 
Medicamentos do grupo 
sulfonilureia (bloqueiam os 
canais de K+ sensíveis ao ATP) 
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Mecanismo de secreção de insulina 
• Resposta ao ↑ da glicemia: 
1. Célula beta permite a entrada de glicose pelo 
transportador GLUT2 
2. Glicose é fosforilada pela glicocinase em 
glicose-6-fosfato (G6P) (substrato para todas as 
funções metabólicas dos carboidratos) 
3. Oxidação da G6P para formar ATP 
4. ATP inibe os canais de K+ sensíveis ao ATP 
5. Ocorre despolarização da MP 
6. Ocorre abertura dos canais de Ca++ 
 voltagem-dependentes 
7. Ocorre influxo de Ca2+ 
8. Fusão das vesículas que contêm insulina, com a 
MP e secreção de insulina no LEC por meio de 
exocitose 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Secreção de insulina 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Com o ↑ da glicemia ocorre: 
• 3 a 5 minutos depois a [ ] de insulina 
plasmática aumenta quase 10x devido 
à liberação imediata da insulina pré-
formada 
• 5 a 10 minutos depois a [ ] de insulina 
diminui por cerca da metade 
• 15 minutos depois ocorre aumento da 
secreção de insulina que atinge o platô 
em 2 a 3 horas resultado da liberação 
adicional da insulina pré-formada + 
nova insulina 
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Mecanismos de feedback entre a [ ] de 
glicose e a secreção de insulina 
Glicemia normal no jejum: 70 a 99 mg/100 mL 
Glicemia normal imediatamente após refeição: até 140 mg/100mL 
Hormônios 
insulina e glucagon 
• Ocorre ↑ da secreção de insulina 
quando a [ ] de glicose ultrapassar 
100mg/100mL 
• Secreção de insulina aumenta em 10 a 
25x quando a glicemia estiver entre 
400 a 600mg/100mL 
• Redução ocorre 3 a 5 minutos após a 
diminuição da [ ] da glicose para o 
nível de jejum 
 
Efeito da insulina e do GH 
• O GH e a insulina atuam de forma sinérgica para promover o 
crescimento 
Hormônios 
insulina e glucagon 
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Fatores ou condições que diminuem a secreção de insulina 
Hormônios 
insulina e glucagon 
INSULINA 
↓ Glicemia 
Jejum 
Somatostatina 
(inibe exocitose da insulina) 
 
Norepinefrina por 
meio da ativação 
de receptores 
 a-adrenérgicos 
(inibe exocitose da 
insulina) 
Leptina 
Efeitos da ausência de insulina 
 
 
 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
INSULINA 
Lipólise e liberação de 
ácidos graxos no sangue Causa a estimulação 
da glicogenólise e a 
liberação de glicose 
na circulação 
Síntese de fosfolipídios e 
colesterol pelo fígado 
(em excesso podem 
causar arteriosclerose) 
Cetose: produção de corpos cetônicos 
(ácido acetoacético, b-hidroxibutírico e 
acetona) (em excesso podem causar 
acidose e coma) 
 
Estimula o catabolismo de 
proteínas e a liberação de 
aminoácidos para a 
circulação 
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Efeitos plasmáticos da retirada do pâncreas 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Efeitos da insulina 
Metabolismo de carboidratos x metabolismo de lipídios 
• ↑ [ ] de insulina: utilização de glicose como fonte de energia 
• ↓ [ ] de insulina: utilização de lipídios como fonte de energia 
• GH e cortisol: inibem a utilização da glicose e promovem a 
utilização de lipídios (várias horas para expressão máxima) 
• Estresse → SNP simpático → epinefrina: provoca glicogenólise no 
fígado, lipólise no tecido adiposo, aumenta a [ ] plasmática de 
ácidos graxos livres e aumenta a utilização de lipídios como fonte 
de energia 
Hormônios 
insulina e glucagon 
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• Secretado pelas células alfa das ilhotas de Langerhans 
• Secretado quando a glicemia cai (“hormônio da fome”) 
• Causa hiperglicemia (“hormônio hiperglicêmico”) 
Química e síntese de glucagon 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Glucagon 
Hormônios 
insulina e glucagon 
CARACTERÍSTICAS 
Molécula Polipeptídeo de cadeia linear com 29 aminoácidos 
Peso molecular 3.485 
Síntese Ribossomos ligados ao RER na forma de pré-pró-
glucagon, no RER sofre clivagem para formar pró-
glucagon, no Complexo Golgiense sofre clivagem para 
formar glucagon e revestimento por grânulos secretores 
Secreção Exocitose de glucagon 
Meia-vida plasmática 5-10 minutos 
Eliminação da circulação 10 a 15 minutos 
Transporte livre 
Metabolização Fígado e rins 
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Hormônios 
insulina e glucagon Efeitos do glucagon 
GLUCAGON 
Célula alfa 
FÍGADO 
↑ gliconeogênese 
↑ glicogenólise 
↑ captação de aa. 
↑ proteólise 
↑ cetogênese 
Inibe o armazenamento 
de triglicerídeos o que 
impede de remover os 
ácidos graxos do sangue 
 
 
OUTROS LOCAIS 
↑ força do coração 
↑ fluxo do sangue para 
alguns tecidos (rins) 
↑ secreção de bile 
Inibe secreção de ácido 
gástrico 
ADIPÓCITO 
↑ lipólise 
↑ glicose 
↑ ácidos graxos 
↑ corpos cetônicos 
↑ ácidos graxos 
↑ glicerol 
Poupa a glicose 
↑ glicose 
↓ [ ] plasmática de glicose ↑ Aminoácidos no sangue 
Fatores ou condições que aumentam a secreção de glucagon 
Hormônios 
insulina e glucagon 
GLUCAGON 
↓ Glicemia 
↑ Aminoácidos no sangue 
(arginina e alanina) 
Estimulação b adrenérgica 
Exercícios exaustivos 
Hormônios 
gastrointestinais: 
Gastrina 
Colecistocinina 
Peptídeo inibidor gástrico 
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Ativação da adenilato ciclase na membrana do 
hepatócito 
 
Formação de monofosfato cíclico de adenosina 
(AMPc) 
 
Ativação da proteína reguladora da proteinocinase 
 
Ativação da proteinocinase 
 
Ativação da fosforilase cinase b 
 
Conversão de fosforilase b em fosforilase a 
 
Degradação do glicogênio em glicose-1-fosfato 
 
Desfosforilação da G-1-P em glicose e liberação 
pelos hepatócitos 
Efeitos do glucagon sobre o metabolismo da glicose 
• Estimula a glicogenólise hepática e provoca hiperglicemia 
 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
PGC: coativador-1 do receptor ativado por proliferadores 
de perixissomos; PEPCK: fosfoenolpiruvato carboxicinase; 
G-6-Pase: glicose-6-fosfatase; PIP2: fosfadidilinositol 4,5 
bifosfato 
Efeitos do glucagon sobre o metabolismo da glicose 
 
• Inibição da glicólise e aumento da liberação daglicose: inativação da fosfofrutocinase e piruvato 
cinase 
• ↓ o aporte de glicose para a via glicolítica: ↓ da 
glicocinase 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Raff & Levitzky (2012) 
Fígado: 
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Efeitos do glucagon sobre o metabolismo da glicose 
 
• A glicose entra na circulação:↑ da expressão 
da glicose-6-fosfatase 
• Estimulação da gliconeogênese: estimulação da 
expressão da fosfoenolpiruvato carboxicinase 
• Estimulação da gliconeogênese: ativação da 
frutose-1,6-difosfatase e da piruvato 
carboxilase 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Raff & Levitzky (2012) 
Fígado: 
Efeitos do glucagon sobre o metabolismo da glicose 
 
• Estimulação da glicogenólise: 
ativação da glicogênio 
fosforilase 
• Inibição da síntese de 
glicogênio, assim provoca a 
liberação de glicose para a 
circulação sanguínea: inibição 
da glicogênio sintase 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Raff & Levitzky (2012) 
Fígado: 
GLICOGENÓLISE GLICOGÊNESE 
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Concentração de glucagon no plasma em 
diferentes níveis de glicose sanguínea 
Regulação da secreção de glucagon 
Hormônios 
insulina e glucagon 
A redução da [ ] de glicose sanguínea dos níveis normais (99 mg/dL) para os níveis 
hipoglicêmicos é capaz de aumentar a concentração de glucagon plasmático 
Somatostatina 
• Hormônio produzido pelas células delta das ilhotas de Langerhans 
• Contém 14 aminoácidos 
• Meia-vida curta: 3 minutos na circulação 
• Inibe a secreção de insulina e glucagon 
• Secreção estimulada pelo aumento da glicose, aminoácidos e ácidos 
graxos e hormônios gastrointestinais na circulação 
Hormônios 
insulina e glucagon 
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Somatostatina 
• Funções: 
– Age nas Ilhotas de Langerhans para deprimir secreção tanto de insulina 
como de glucagon 
– Diminui motilidade do estômago, do duodeno e da vesícula biliar 
– Diminui tanto a secreção quanto a absorção no TGI 
– Prolonga o período de tempo em que os nutrientes alimentares são 
assimilados no sangue 
– Reduz a utilização dos nutrientes absorvidos pelos tecidos (impede o 
consumo imediato dos alimentos) 
– Suprime o GH 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Importância da regulação da glicose sanguínea 
• Glicose é o único nutriente que pode ser utilizado pelo encéfalo, retina 
e epitélio germinativo das gônadas para obtenção de energia 
• Glicose contribui para a pressão osmótica no LEC (↑ [ ] de glicose = 
desidratação celular) 
• Nível excessivamente elevado da [ ] de glicose sanguínea → perda de 
glicose pela urina 
• Perda de glicose pela urina → aumenta a eliminação de água e 
eletrólitos (diurese osmótica) 
• Aumentos duradouros da glicose sanguínea → lesões em diversos 
tecidos e lesões vasculares (podendo causar ataques cardíacos, 
derrames, doenças renais, cegueira, isquemia e gangrena nos 
membros) 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
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Diabetes mellitus 
• síndrome do metabolismo defeituoso de carboidratos, lipídios e 
proteínas 
• Causado tanto pela ausência de secreção de insulina como pela 
diminuição da sensibilidade dos tecidos à insulina 
• Existem 2 tipos gerais: 
– Diabetes tipo I – insulina dependente 
• Ausência de secreção de insulina 
• Lesão nas células beta (infecções virais, doenças autoimunes ou 
hereditariedade) 
 
– Diabetes tipo II – insulina independente (90% dos casos) 
• Sensibilidade reduzida à insulina 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Diabetes mellitus 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Característica Tipo I Tipo II 
Idade na apresentação Geralmente < 20 anos Geralmente > 30 anos 
Massa corporal Pequena (consumida) 
ou normal 
Obeso 
Insulina plasmática Baixa ou ausente Inicialmente de normal a elevada 
Glucagon plasmático Elevado, pode ser 
suprimido 
Elevado, resistente à supressão 
Sensibilidade à insulina Normal Reduzida 
Terapia Insulina Perder peso, tiazolidinedionas (↑ 
sensibilidade à insulina), 
metformina (↓ gliconeogênese 
hepática), sulfonilureias (liberação 
adicional de insulina), insulina 
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Diabetes mellitus tipo I 
• Ocorrência mais comum por volta dos 14 anos, mas pode ocorrer em 
qualquer idade 
• Pode ocorrer de modo abrupto ou período de alguns dias ou semanas 
• Glicemia aumentada (300 a 1.200mg/100mL) 
• Aumento da utilização de lipídios como fonte de energia e para 
formação de colesterol pelo fígado 
• Depleção das proteínas do organismo (↑ utilização e ↓ armazenamento) 
• Perda de peso rápida, astenia e polifagia 
• Perda de glicose pela urina (quando a [ ] de glicose sanguínea fica acima 
de 180mg/100mL) 
• Diurese osmótica (poliúria) → desidratação do LEC →desidratação do 
LIC 
 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Diabetes mellitus tipo I 
• Aumento da sede 
• Aumento do colesterol plasmático (pode levar a aterosclerose) 
• Acidose metabólica (gera respiração rápida e profunda) 
• Lesões teciduais: 
– lesões vasculares (retinopatias, cegueira, derrames, isquemias, 
doenças renais, hipertensão, ataque cardíaco) 
– lesão renal 
– neuropatia periférica 
– disfunção do SNP autônomo → reflexos cardiovasculares, 
deterioração do controle vesical, diminuição da sensibilidade nas 
extremidades 
 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
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Diabetes mellitus tipo II 
• Relacionado a um aumento da resistência dos tecidos do organismo 
aos efeitos da insulina (resistência insulínica) 
• Há hiperinsulinemia, devido ao aumento da secreção de insulina pelo 
pâncreas, em resposta ao aumento da glicemia 
• Relacionado ao excesso de peso e à obesidade 
• Há risco de aterosclerose e doença cardiovascular 
• Causa hiperglicemia 
• Pode causar exaurimento das células pancreáticas 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Diabetes mellitus tipo II 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Causas de resistência à insulina 
Obesidade/excesso de peso (adiposidade visceral) 
Excesso de glicocorticoides (síndrome de Cushing ou terapia com esteroides) 
Excesso de GH (acromegalia) 
Gestação (diabetes gestacional) 
Doença do ovário policístico 
Lipodistrofia (adquirida ou genética, associada a acúmulo de lipídios no fígado) 
Autoanticorpos ao receptor de insulina 
Mutações do receptor de insulina 
Mutações do receptor ativador do proliferador de peroxissoma 
Mutações que causam obesidade genética (mutações no receptor de 
melanocortina) 
Hemocromatose (doença hereditária que causa acúmulo de ferro tecidual) 
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Síndrome metabólica 
• Obesidade, especialmente acúmulo de gordura abdominal 
• Resistência insulínica (sugere se que esteja relacionado com a 
diminuição de receptores de insulina nas células ou alteração das vias 
de sinalização desses receptores) 
• Hiperglicemia de jejum 
• Aumento dos triglicérides sanguíneos e redução do HDL 
• Hipertensão 
 
Hormônios 
insulina e glucagon 
Métodos diagnósticos do DM 
• Glicosúria 
• Glicemia: limite superior da normalidade é de 110mg/100mL (valor 
atual é de 99mg/100mL) no jejum no começo da manhã 
• Teste de tolerância à glicose 
• A insulina está muito baixa ou indetectável no diabetes tipo I e 
elevada no diabetes tipo II 
• Hálito cetônico (devido à produção de acetona a partir do excesso 
de corpos cetônicos, principalmente no diabetes tipo I) 
Hormônios 
insulina e glucagon

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