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Intervenção em Grupos

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CURSO DE PSICOLOGIA – FAFIA
DISCIPLINA: Intervenção em Processos grupais
 
Conceitos Básicos em Intervenção Grupal
Profª Florinette Ridolphi
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Breve revisão de Processo Grupal:
O ser humano é um ser social e somente existe em função de seus relacionamentos grupais. O fato de que o indivíduo nasce, aprende, trabalha e morre em grupo, torna evidente a necessidade do estudo da vida grupal. 
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Para Zimerman e Osório (1997), todo indivíduo é um grupo na medida em que, no seu mundo interno, há um grupo de personagens introjetados, como os pais, os irmãos entre outros, que convivem e interagem entre si. 
Este fato indica que, se quisermos compreender o ser humano, devemos estudar sua vida em grupo.
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O campo do conhecimento sobre a convivência em grupo e de suas relações com os outros grupos e com as instituições mais amplas foi denominado dinâmica de grupo ou dinâmica grupal. 
Seu desenvolvimento é um fenômeno do século XX e deu-se de forma diferenciada dos estudos realizados nos séculos anteriores. É neste período que, sobretudo, psicólogos e sociólogos passaram a dar um tratamento mais científico ao estudo de grupo.
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A dinâmica de grupo está intimamente ligada à teoria de campo aplicada à psicologia social. Kurt Lewin é considerado o fundador da moderna dinâmica de grupo. Com seu trabalho na Universidade de Iowa, por volta dos anos 1940, e, mais tarde, no Massachusetts Institute of Technology (MIT), Lewin estabeleceu esse campo de estudo e atraiu pesquisadores e recursos financeiros para este tipo de pesquisa
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Para Lewin (1978), um grupo é mais do que a soma de seus membros: consiste numa totalidade dinâmica que não resulta apenas da soma de seus integrantes, tendo propriedades específicas enquanto totalidade, princípio da Escola da Gestalt. Possui estrutura própria, objetivos e relações com outros grupos.
A essência de um grupo não é a semelhança ou a diferença entre seus membros, mas sua interdependência.
 Lewin caracteriza um grupo como sendo um todo dinâmico, o que significa que uma mudança no estado de uma das suas partes provoca mudança em todas as outras.
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Nesse sentido, as tentativas com vistas à realização dos objetivos grupais criam no grupo um processo de interação entre as pessoas, que se influenciam reciprocamente e pode haver a produção de novos significados e metas ( PROCESSO GRUPAL).
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Existem grupos de diversos tipos.
 Uma subdivisão com implicações quantitativas permite diferenciar os grandes grupos sociais e os pequenos grupos ou microgrupos. 
Na nossa disciplina abordaremos as formas de intervenção nos microgrupos, pois a qualidade das relações entre os participantes nesse tipo de formação explicita mais claramente a força do próprio grupo na dialética da interação grupal. Neste sentido, para Luft (1970) o conceito de microgrupos é:
[...] o estudo dos indivíduos em interação dentro de grupos cujo número é suficientemente limitado para permitir aos participantes estabelecerem entre si relações explícitas e terem uma percepção recíproca uns dos outros – a expressão face a face resulta desta situação. (LUFT, 1970, p.15).
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Em outras palavras, nos microgrupos todos os participantes estão frente a frente e têm a possibilidade de estabelecer relacionamentos interpessoais sem a mediação de terceiros.
 Assim, a interdependência grupal costuma possibilitar coesão grupal, clima gerado pelo compromisso assumido, possibilitando, entre outros aspectos, o ambiente acolhedor para a solidariedade e a mudança.
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Devido à importância que o objetivo do grupo tem para sua existência parece-nos oportuno uma classificação que considere esta característica como balizadora.
 Assim, há os grupos OPERATIVOS E OS PSICOTERÁPICOS.
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 Os OPERATIVOS cobrem o campo institucional, organizacional, comunitário, com foco psico-educativo, portanto, na modificação desses campos.
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 Os PSICOTERÁPICOS são classificados a partir da abordagem teórica e têm perspectiva terapêutica. 
Neste caso, temos as perspectivas psicodramática, psicanalítica, cognitivo-comportamental e teoria sistêmica (ZIMERMAN; OSÓRIO, 1997).
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Para o estudo dos microgrupos é necessário ter outras conceituações. 
A partir de Mucchielli (1979) e Minicucci (1982), podemos estabelecer a seguinte classificação para a gênese dos microgrupos:
 Naturais espontâneos - caracterizados por relações afetivas, enraizadas na existência natural como a família, a comunidade de nascimento, entre outros;
Artificiais - a razão do agrupamento é, pelo menos na origem, exterior à vontade direta dos membros. Exemplo desses microgrupos são o serviço militar obrigatório e os cursos de graduação universitários.
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Momentâneos - caracterizam-se por uma limitada duração da sua existência. Exemplos desses microgrupos são as reuniões eventuais, como eventos de secretários municipais de uma determinada área de trabalho ou microgrupos de discussão por tema de uma comunidade, escola, entre outras;
Duráveis - exemplificado pela família e as organizações militares.
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O desenvolvimento das práticas de intervenção grupal
Ainda hoje a expressão “dinâmica de grupo” continua sendo percebida apenas como uma técnica, onde o sentido ideológico do termo encontra-se valorizado e a pesquisa científica ausente.
Entretanto, dinâmica de grupo refere-se a um conjunto de técnicas, que se propõem a investigar e trabalhar com questões tais como o desempenho de papéis, grupos de discussão, feedback de processos coletivos, entre outras. 
 ATENÇÃO: técnicas quando aplicadas sem o alicerce de uma teoria e uma perspectiva metodológica mais ampla, desconstroem o espaço grupal.
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Considerar a dinâmica dos grupos apenas como técnica, independente do método e da teoria, destitui-a de implicações sociais e psicológicas mais amplas, que realmente lhe dão sentido. 
Evidente que precisamos de técnica, porém técnica sem método e teoria é cegueira intelectual.
Não podemos nos esquecer de que as tendências socioeconômicas têm proposto o trabalho em grupo como estratégia de gestão
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Não podemos perder de vista que DINÂMICA DE GRUPOS refere ao campo de pesquisa dedicado a obter conhecimento a respeito da natureza dos grupos, dos seus axiomas, de seu desenvolvimento e das interrelações entre os indivíduos, outros grupos e instituições mais amplas.
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A definição de Processo Grupal
Para Mucchielli (1979) a dinâmica dos grupos, como passaremos a denominar a partir de agora esse campo de conhecimento, compreende dois conjuntos diferentes de processos: 
O conjunto dos fenômenos psicossociais que se produzem nos pequenos grupos, assim como as leis naturais que os regem e, 
O conjunto dos métodos que permitem atuar sobre a personalidade através dos grupos, assim como os que possibilitam aos pequenos grupos atuar sobre as organizações sociais mais amplas (ou organizações complexas intergrupais) (MUCCHIELLI, 1979, p.11).
Nos dois sentidos atribuídos pelo autor para a expressão dinâmica dos grupos, podemos concluir que se trata de um campo da ciência, pois investiga os fenômenos de sujeitos em microgrupo; também se trata de uma ciência aplicada, pois se propõe uma intervenção.
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MÉTODO (processo) x TÉCNICA
 ( procedimento)
Para trabalharmos com grupos é importante estabelecer a diferença entre processo (método) e procedimento (técnica). 
Scholtes (1992) define procedimento (técnica) como a descrição detalhada de ações necessárias para alcançar determinado resultado.
O que caracteriza o procedimento não é o tipo de resultado esperado, mas a descrição minuciosa e rígida dos passos que devem ser obedecidos para atingir o resultado definido. 
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MÉTODO (processo) x TÉCNICA
 ( procedimento)
Já nos processos encontramos também a definição de um resultado a ser alcançado, mas os resultados são definidos de forma a permitir diversas estratégias de ação. 
Em
um grupo, o resultado do processo é a realização do objetivo do grupo e o processo de realização da tarefa.
O processo é imaterial, intangível... Pode ser observado, descrito e analisado.
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Os objetivos e necessidades grupais
Os objetivos direcionam as ações grupais. 
Quando trabalhamos com grupos, devemos saber como o objetivo do grupo foi estabelecido, como o objetivo grupal está em interação com os objetivos de cada membro e como o objetivo do grupo influenciou o processo de inclusão grupal. 
Quando os motivos que levam os indivíduos a fazerem parte de um grupo ficam muito destoantes entre si há uma tendência a surgirem insatisfações e angústias que geram estresses e conflitos. 
Os objetivos individuais e grupais podem modificar-se ao longo da existência do grupo. Assim, é necessário rever os objetivos através de uma discussão explícita no grupo. 
Merece atenção especial e acompanhamento sistemático da relação entre os objetivos individuais e coletivos.
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Os objetivos e necessidades grupais
Lewin ( 1978) postula que o ser humano que se reúne em grupo tem, em maior ou menor grau, necessidades específicas e que é apenas no grupo e através do grupo que estas necessidades podem ser satisfeitas.
 Ele identificou três necessidades interpessoais típicas: necessidades de inclusão;
 necessidades de controle;
 e necessidades de afeição. 
Estas necessidades são experimentadas por todas as pessoas, ainda que em graus diferentes.
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A necessidade que toda pessoa tem de sentir-se fazendo parte do grupo e de sentir-se aceito, valorizado e respeitado é definida pelo autor como necessidade de inclusão.
 Nesta fase, as pessoas procuram evidências de que são aceitas pelos membros do grupo. 
A inclusão se processa na plenitude quando o indivíduo sente-se fazendo parte dos processos decisórios do grupo. A inclusão se refere ao estabelecimento de interação com outras pessoas: manter contatos, travar conhecimentos, comunicar-se, participar de encontros e cultivar o companheirismo e a cooperação.
 As pessoas que têm alto nível de inclusão se dão facilmente com todos e têm grande círculo de relações, gozam de prestígio, valorizam a fama e a popularidade. As pessoas que têm inclusão negativa são retraídas, desligam-se das funções sociais e apreciam o isolamento.
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A necessidade de controle se refere ao estabelecimento de relações de comando e de autoridade (poder).
 Diz respeito ao domínio e aos termos do processo decisório entre as pessoas.
 Na fase de controle, a necessidade de relacionamento implica no respeito pela competência e pela responsabilidade dos outros e a consideração dos outros por sua própria competência e responsabilidade. 
As pessoas que têm alto índice de controle gostam de influir, de liderar, de persuadir e de chefiar. As pessoas que expressam controle negativo não dominam, pelo contrário, ou são submissas e seguidoras, ou são rebeldes e resistentes. Isto é, ou se submetem ao controle dos outros ou a ele se opõem, mas não assumem o controle delas próprias.
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A necessidade de afeição se refere ao estabelecimento de relações afetivas, de sentimentos íntimos e particulares e de contatos amistosos não indiscriminados, mas efetivos. 
Concerne à aproximação emocional. 
Esta necessidade está ligada ao sentimento de amar e ser amado e de sentir-se amável, ou seja, ao sentimento de amor mútuo e recíproco. 
As pessoas buscam no grupo a afirmação de que sua presença e isso é fundamental, pois mostra um grande desejo de interação emocional. 
Os sujeitos com afeição negativa são mais distantes, menos amorosos, menos íntimos e confidenciam menos.
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Todos nós usamos as três formas de interação: ora uma, ora outra, mas uma delas predomina no nosso estilo pessoal.
Schutz (1989) ainda destaca que as três necessidades ocorrem em diferentes momentos ou fases dos grupos (inclusão, controle e afeição).
A fase de inclusão se apresenta sempre no período inicial do grupo quando os participantes, confrontando-se uns com os outros, buscam e encontram o lugar que lhes convém. É o momento em que o grupo estabelece seus limites e cada um decide se vai implicar-se ou comprometer-se, até que ponto vai tornar-se membro do grupo e ser aceito e respeitado. É neste período que cada um avalia com quem pretende comunicar-se e ter contato. Os subgrupos são criados a partir do momento em que cada um escolhe seus parceiros. A ideia inicial do objetivo e da composição do grupo, assim como o tipo de papel que se espera representar é formada nesta fase. Na teoria do grupo operativo de Pichon-Rivière (1994), a inclusão recebe, nos momentos iniciais de um grupo, a denominação de afiliação e, quando plenamente construída, gera o sentimento de pertença.
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Já incluídas pelo grupo, as pessoas sentem-se responsáveis por tudo aquilo que constitui o grupo, passando à fase de controle. Esse momento corresponde ao momento no qual o jogo de forças assume caráter importante, uma vez que os membros, ao procurarem firmar seu lugar no grupo, tentam também a mostrar seu poder de influência. Compreendem as lutas, as disputas pessoais pela liderança e pela distribuição de poder; refere-se ao domínio entre as pessoas, à competição fraternal, às discussões sobre os objetivos, às normas, à organização interna e aos métodos de ação e a tomada de decisão.
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Na afeição, por sua vez, o grupo torna-se mais produtivo, criativo, construtivo, interdependente, sinérgico e amoroso. Em contrapartida, também aparecem o ciúme, a hostilidade e as manifestações de sentimentos negativos. Cada indivíduo estabelece sua norma pessoal no que concerne a dar e a receber afeto. Nesta fase, o grupo sente confiança de expressar sentimentos de qualquer natureza na busca do crescimento individual e grupal.
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Na afeição, por sua vez, o grupo torna-se mais produtivo, criativo, construtivo, interdependente, sinérgico e amoroso. Em contrapartida, também aparecem o ciúme, a hostilidade e as manifestações de sentimentos negativos. Cada indivíduo estabelece sua norma pessoal no que concerne a dar e a receber afeto. Nesta fase, o grupo sente confiança de expressar sentimentos de qualquer natureza na busca do crescimento individual e grupal.
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A compreensão de como as necessidades interpessoais apresenta-se no grupo é importante para situar seus integrantes (membros, coordenadores e lideres). Possibilita o entendimento dos momentos vivenciados nos grupos e por isso possibilita fundamentar as intervenções que contribuem para a eficácia grupal.
Com a aproximação do fim do grupo, costumam emergir momentos afetivos como a avaliação e feedback em relação aos sentimentos vividos coletivamente. 
Algumas tomadas de consciência tornam-se claras nessa etapa. Quanto maior o nível de envolvimento afetivo do grupo, maior o estado de coesão grupal. Uma dinâmica emerge e pode-se observar a inversão das fases anteriores na seguinte ordem: afeição, controle e inclusão.
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Grupo é cultura, grupo produz cultura: normas e valores
Segundo Schein (1982), cultura é um conjunto de pressupostos básicos desenvolvidos (utilizados, inventados, descobertos) por um determinado grupo à medida que ele aprende a lidar com seus problemas de adaptação externa e integração interna. 
Todo grupo adquire, portanto, a partir das crenças, das normas, dos valores e de códigos implícitos e explícitos, padrões de comportamento que formam sua cultura. Assim, uma organização contém as diversas culturas dos grupos por ela formados.
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Os participantes de um grupo tendem a se associar ou a escolher em subgrupos os integrantes com quem compartilham valores semelhantes. 
Sempre que um grupo se forma, os membros discutem o que devem fazer como funcionar e como se comportar para atingir os objetivos grupais. Assim, as normas são as regras de conduta que nascem pouco a pouco num grupo. 
As normas são estabelecidas através de processos de identificação, incorporação, aprendizado (MILLS, 1970)
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Para Freitas (1991), as normas são comportamentos sancionados, através dos quais as pessoas são recompensadas ou punidas, confrontadas ou encorajadas, ou postas em ostracismo quando as violam. 
Se uma pessoa deseja continuar a pertencer ao grupo, deve considerar-se dentro das normas.
 As normativas e códigos têm a função de proteger o grupo quanto a fatores internos e externos que possam vir a ameaçar seu funcionamento, para isso o grupo faz uso de controles e sanções.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem da dinâmica dos grupos aplica-se as mais variadas estratégias de intervenção e pesquisa em instituições.
 Presta-se ao serviço de transformação das relações humanas uma vez que põe em destaque o entrelaçamento de objetivos pessoais e objetivos coletivos. 
Destacam-se, assim, os papéis assumidos e como estes corroboram na manutenção da existência grupal ou mesmo desafiam sua preservação. 
Com isso, podemos destacar que o grupo não é uma entidade que naturalmente se compõe, mas é preciso que haja a intervenção da cultura, dos atributos humanos. Isso provoca a emergência de uma rede colaboração e de outra parte, a explicitação dos conflitos que, a depender da articulação de seus membros, particularmente da liderança, pode provocar transformações estruturais na identidade grupal.
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Referências:
AMADO, G.; GUITTET, A. A dinâmica da comunicação nos grupos. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982.
BION, W. R. Experiências com grupos: os fundamentos da psicoterapia de grupo. São Paulo: EDUSP, 1975.
FREITAS, M. E. Cultura organizacional: formação, tipologias e impactos. São Paulo: Makron Books, 1991.
GRINBERG, L.; SOR, D.; BIANCHEDI, E. T. de. Introdução às ideias de Bion. Rio de Janeiro: Imago,1973.
LEWIN, K. Teoria de campo em ciência social. São Paulo, Pioneira, 1965. ______. Problemas de dinâmica de grupo. São Paulo: Cultrix, 1978.
LUFT, J. Introdução à dinâmica de grupo. Lisboa: Moraes, 1970.
MILLS, T. M. Sociologia dos pequenos grupos. São Paulo: Pioneira, 1970.
MINICUCCI, A. Dinâmica de grupo: manual de técnicas. São Paulo: Atlas, 1982.
MORENO, J. L. Fundamentos de psicodrama. São Paulo: Summus, 1984. ______. Psicodrama. 9 ed. São Paulo: Cultrix, 1991.
MUCHIELLI, R. Dinâmica de grupos: conhecimento do problema. Rio de janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979.
PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
RIBEIRO, J. P. Gestalt-terapia: o processo grupal - uma abordagem fenomenológica da teoria do campo e holística. São Paulo: Summus, 1994.
SCHEIN, E. H. Psicologia organizacional. 3 ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1982.
SCHUTZ, W. Profunda simplicidade: uma nova consciência do eu interior. São Paulo: Ágora, 1989.
ZIMERMAN, D. E.; OSÓRIO, L. C. Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artmed, 1997.
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Por que trabalhar com grupos?
Possibilita o senso de inclusão, valorização e identificação entre os participantes, sendo que muitos buscam amparo diante dos seus problemas de saúde (ZIMERMAN; OSÓRIO, 1997).
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Dinâmica de Grupo
Campo de estudo e pesquisa dedicado ao desenvolvimento do conhecimento sobre a natureza dos grupos e da vida coletiva, às leis de seu desenvolvimento e sua interrelação com os indivíduos que os compõem, com outros e com instituições mais amplas. 
 ( Busnello, 1986 ).
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Quanto aos objetivos um grupo pode
oferecer suporte no período de crises;
realizar tarefas;
socializar informações, problemas;
aprender mudanças de comportamento;
contribuir para o desenvolvimento de relações humanas;
oferecer psicoterapia.
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Coordenação do grupo
O papel do coordenador
 É o co-pensor do grupo.
 Facilitar o processo grupal.
 Papel do coordenador: leitura da dinâmica visível e invisível.
 Apoiar o grupo em sua tarefa interna tendo como meta o desenvolvimento da tarefa externa.
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Atividade grupal 
Êxito
Fracasso
(MUNARI; FUREGATO, 2003)
... No cotidiano profissional
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Estrutura do grupo
Delimitação do problema por meio do diagnóstico
(demanda)
Traçar objetivos específicos para alcance das metas
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Estrutura do grupo
 Atenção 
 Antes de iniciar o trabalho grupal deve-se realizar reunião com a instituição, objetivando expor a proposta de trabalho – apreciação e discussão COLETIVA.
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 Estrutura do grupo
Grupo homogêneo ou heterogêno? Fechado ou aberto? Duração limitada ou ilimitada? ...
agrupados de acordo com a possibilidade de comprometer 
com os objetivos do grupo e por suas 
habilidades em participar de regras.
área geográfica, iluminação, ventilação, conforto, familiaridade e segurança
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Variáveis físicas (local)
Foto 1: Grupo de hipertensos: Vivendo saúde. 
 Experiência da Fisioterapia.
Fonte: http://images.google.com.br/images.
Utilização dos espaços extra-muros!
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Contrato Grupal
Estabelecimento dos objetivos e metas
Número de encontros
Duração dos encontros
Periodicidade dos encontros
Metas declaradas
CONSTRUÇÃO
 COLETIVA
Facilita aderência e 
coesão do GRUPO
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Clima grupal
coesão/integração 
de esforços
conflitos/competição 
e desagregação
Afeta a tarefa e desempenho global 
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Dicas para um ambiente mais harmônico
Clarifique a mensagem recebida.
Verbalize quando concordar com o que está sendo dito.
Aceite o direito de a pessoa ter opinião própria.
Expresse de quem é o problema.
Descreva o comportamento que lhe causa problema.
Você nunca me deixa falar!
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Dicas para um ambiente mais harmônico
Descreva seus sentimentos verbalmente.
Verifique a percepção do outro.
Aprenda a conversar com você mesmo.
Chame a pessoa pelo nome.
Eu não tinha terminado a frase e você me interrompeu.
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Avaliação do grupo
Considerada à partir de parâmetros que visualize no mínimo a manutenção dos objetivos do grupo, o aprendizado de seus participantes e a mudança do comportamento inicial (MUNARI; FUREGATO, 2003).
Vetores de avaliação do processo grupal pichoniano.
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Instrumento para o Trabalho com Grupos
Obs: Os nomes devem ser escritos em letra de forma, inclusive o próprio.
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O que é INTERPRETAÇÃO?
Em inglês, significa feed back.
Trata-se de uma forma de ajudar a alguém a pensar em mudar seu comportamento inefetivo ou negativo.
Consiste em comunicar à pessoa ou ao grupo informação a respeito de como ela ou ele está agindo sobre os demais.
Ajuda o indivíduo a perceber melhor seu comportamento e, dessa forma, conseguir seus propósitos de melhorar as relações interpessoais.
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É descritiva e não avaliativa
» A pessoa descreve à outra sua própria reação e deixa a outra livre para utilizar essa descrição como melhor entenda.
» Evitar linguagem avaliativa deduz a necessidade do indivíduo de reagir de maneira defensiva.
Critérios para conseguir uma boa INTERPRETAÇÃO
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 ZIMERMAN, D. E.; OSÓRIO, L. C (Org.). Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 424 p.
 FERNANDES, M. T. de O. Trabalho com grupos na Saúde da Família: concepções, estrutura e estratégias para o cuidado transcultural. 2007. 179 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.
 MUNARI, D. B.; FUREGATO, A. R. F. Enfermagem e grupos. 2. ed. Goiânia: AB, 2003. 82 p.
 ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das grupoterapias. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. 244 p. 
Referências
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Técnicas, vitalizadores, jogos e vivências
» TÉCNICA
Todas as pessoas que trabalham com grupos costumam verbalizar: “vou aplicar uma técnica...”,, “Essa
técnica visa...”. A palavra é dita mais como uma forma de variação das expressões “Dinâmica de grupo” ou
“vivência”.
No sentido lateral, conforme o dicionário de Sacconi, técnica é: 
• Método, procedimento, jeito ou maneira especial de ensinar
• Grau de excelência em alguma atividade
• Forma
de desenvolver alguma coisa 
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» No desenvolvimento ou facilitação de trabalho com grupos, a expressão “técnica” é uma maneira de denominar o exercício a ser vivenciado, ou seja, um método de procedimento.
Aurea Castilho costuma utilizar a palavra técnica para designar os seus trabalhos, com grupos, e diz: 
“A técnica utilizada como uma real necessidade do momento de um individuo ou de um grupo, a mim parece uma verdadeira obra de arte, daquela que você, diante dela, pára e ve aflorar um novo mundo. A usada com sentimento e intuição me faz sentir como construindo uma partitura ou criando um quadro ou uma escultura”.
Mas se pode utilizar atividade, técnica ou exercício grupal, etc 
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Vitalizador
» É uma dinâmica de grupo. É rápido, objetivo eficaz para o que se propõe: aquecer, acender, ascender, “levantar” o grupo, descontrair.
	 A expressão vitalizar sugere dar vida ou tornar vivo. A utilização de um vitalizador não caracteriza necessariamente uma reflexão ou um aprendizado, porém se houver necessidade pode ser feito. 
	Existem vitalizadores recreativos, competitivos ou puramente energizantes. O vitalizador deve ser, também, o mais prático possível, podendo ou não ser utilizado materiais ou acessórios que venham a demandar algum tempo de preparação ou elaboração prévia. Em geral, os recursos são as pessoas e o próprio facilitador. 
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Jogo
» É um processo vivencial, naturalmente: exige relação entre pessoas. É uma competição, cooperação, dinâmica,
saudável entre pessoas de interesses comuns, que visa da simples recreação (caráter de gincana) à viabilização
de alguma aprendizagem, reflexão ou correlação com a prática do dia a dia.
Dizemos que a dinâmica de grupo classificada como “jogo” é um exercício que tem normas pré estabelecidas
e, para participar, os integrantes do grupo devem concordar com elas. Pode haver limites do tempo ou espaço,
há inicio, meio e fim e pressupõe perdas e ganhos, entre os participantes.
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» As atuais tendências sócio-culturais e empresariais tem considerado principalmente os jogos de empresa que exercitam o ganha-ganha, que é quando as partes tem algum tipo de “lucro”, que pode ser financeiro, de crescimento e aprendizado individual. O ganha-ganha é o melhor resultado que se pode esperar quando se utiliza o jogo em dinâmicas de grupo.
A técnica (ou metodologia) do jogo facilita o aparecimento de características como liderança, planejamento, visão estratégica, ambição, competição, respeito a si e ao outro, limites, respeito a regras e normas, etc. 
A simulação é a teatralização de situações com base no cotidiano nos indivíduos e/ou grupos de trabalho, onde um ou mais participantes assumem os diferentes papéis e conteúdos que estão contidos na situação que se quer vivencia.
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VIVÊNCIA
» “As mudanças pessoais podem abranger diferentes níveis de aprendizagem: cognitiva (informações, conhecimentos, compreensão intelectual), emocional (emoções e sentimentos, gostos, preferências), atitudinal (percepções, conhecimentos, emoções e predisposição para ação integrados) e comportamental (atuação e competência) – afirma Fela Moscovici, em seu livro “Desenvolvimento interpessoal.
 Quando Fela Moscovici se refere a VIVÊNCIA, diz que é um processo de ensino-aprendizagem denominado Educação de Laboratório, ou seja “um conjunto metodológico que objetiva o alcance de mudanças pessoais, a partir de aprendizagens baseadas em experiências diretas ou vivencias”, como exemplo temos a educação de laboratório. 
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» No dicionário de Luiz A Sacconi, ele caracteriza vivência como:
1. Experiência de contato íntimo.
2. Ato de viver ou sentir intensamente.
3. Exteriorização de emoções e sentimentos.
	Aplicar uma dinâmica de grupo é possibilitar o exercício de uma vivência. É um processo vivencial, é um momento de laboratório, que pode ir além de um simples quebra-gelo a reflexões e aprendizados mais profundos e elaborados. 
 
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