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Fichamento sobre Acesso à justiça por meio da mediação de conflitos

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PROJETO DE EXTENSÃO BASE
SEGUNDO
 ESTÁGIO
	Período Letivo: 2016.2
Tema: "Acesso à justiça por meio da mediação de conflitos"
Aluno: Rafaelly Medeiros Palmeira Alexandre
Turma: J – 2° Período
Monitora: Jarleyde Oliveira
1.Introdução; 2.Direito fundamental ao acesso à justiça; 3. Teoria do conflito; 4.Formas de resolução de conflitos; 5.Mediação; 6.Conclusão; 7. Referências bibliográficas.
INTRODUÇÃO
O artigo tem por finalidade provocar em nós, uma reflexão sobre os meios que nos dão acesso à justiça e a democratização, de tal forma analisando como são abordados e encarados os conflitos no modelo lógico jurídico-processual.
A autora, Roberta Freitas Carvalho dos Santos, nos diz que acesso à justiça é como a busca por uma justiça social que engloba a justiça institucional, mas que com ela não se confunde. Não se limita ao universo do direito Estatal, tampouco no acesso aos órgãos judiciais já existentes. Ou seja, nem todos têm acesso à uma justiça eficiente. Com isso, será abordado no presente artigo o papel da mediação, como eficiente método de compor os conflitos.
DIREITO FUNDAMENTAL AO ACESSO À JUSTIÇA
O sistema pelo qual os cidadãos reivindicam seus direitos e resolvem conflitos, pode ser entendido como o acesso à justiça, no qual é um direito fundamental garantido na Constituição Federal de 1988. Esse direito deve ser assegurado pelo Estado, que deve dispor de meios que o-tornem acessível e irrestrito à justiça.
O grande problema dessa questão é que o atual paradigma de realização da justiça não responde satisfatoriamente ao comando constitucional de democratização do mesmo. Este, encontra-se em crise e acaba por excluir, consequentemente, tal acesso aos cidadãos que tanto carecem.
Buscando a efetivação de uma justiça mais simples, racional, de baixo custo, baseada na equidade, faz-se necessário a construção de meios alternativos para a solução do conflito, e assim, atender de forma mais eficaz à toda uma sociedade vigente.
TEORIA DO CONFLITO
O conflito pode ser definido como um processo ou estado em que duas ou mais pessoas divergem em razão de metas, interesses ou objetivos individuais percebidos como mutuamente incompatíveis. Morton Deutsche, entende que o conflito pode se revelar de duas maneiras: o conflito manifesto, que é aberto ou explicito, e o conflito oculto, que é implícito ou negado.
Como se é de costume, nas relações sociais, o conflito é visto de forma negativa, por proporcionar perdas, para ao menos uma das partes envolvidas. Entretanto, a chamada teoria moderna do conflito defende a possibilidade de se perceber o conflito de forma positiva, como um fenômeno natural, como uma oportunidade de aprendizado, de crescimento e geração de ganhos mútuos.
“Os meios escolhidos para a resolução dos conflitos estão intimamente ligados com a forma pela qual os conflitos são enxergados” (SANTOS, Roberta). Seguindo nessa mesma linha o processualista mexicano Zamorra Y Castillo propôs a classificação de processos construtivos ou destrutivos.
Um Processo Destrutivo é caracterizado pelo rompimento ou enfraquecimento da relação social que existia antes da disputa processual dado pela maneira como a disputa foi conduzida, muitas vezes, nos processos destrutivos, o conflito não é resolvido e toma maiores proporções no decorrer da relação processual, deixando o processo com uma aparência competitiva. E segundo Zamora Y Castillo, o processo judicial se identificaria muitas das vezes com um processo destrutivo.
Já os processos construtivos, são aqueles onde as partes, após a relação processual, conseguem chegar a um acordo e fortalecem a relação social que foi afetada pelo conflito, podemos perceber que esse processo é o oposto do processo destrutivo.
Partindo desta análise, a mediação mostra-se como um instrumento de fundamental importância na teoria moderna do conflito, visto que proporciona o espaço de construção pelas partes.
FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
Existem diversos métodos para solucionarmos um conflito. Segundo o sociólogo Boaventura de Souza Santos, se levarmos em consideração o maior ou menor grau de emancipação e regulação do conflito que envolve as partes, podemos classifica-los, basicamente, em três grupos: autotutela, auto composição e heterocomposição.
Na autotutela, o indivíduo adota uma posição dominadora, afirmando seu interesse, impondo-a a outra parte envolvida. Na auto composição o conflito é solucionado sem que haja a intervenção de agentes. Por fim, a heterocomposição ocorre quando um agente externo auxilia e intervém nas soluções do conflito.
Convém salientar, quatro meios de resolução de conflitos, oscilando entre eles o grau de autonomia dos participantes, são eles: negociação, mediação, conciliação e arbitragem.
A autora, Roberta Freitas, explica-os da seguinte maneira: “negociação não há participação de terceiro, as próprias pessoas em conflito buscam, por elas mesmas, a resolução do problema (auto composição). Pode haver ou não a participação de representantes, tal como advogados.
A mediação revela-se pela existência de uma “auto composição assistida”, ou seja, são os próprios envolvidos que discutirão e comporão o conflito, mas com a presença de um terceiro imparcial, que não deve influenciar ou persuadir que as pessoas entrem em um acordo.
Na conciliação o conciliador faz sugestões, interfere, oferece conselhos, ele facilita a comunicação, sem induzir as partes ao acordo.
Já na arbitragem as pessoas em conflito elegem um árbitro para decidir suas divergências, utilizando critérios específicos. Não possuem, portanto, o poder de decisão.”
MEDIAÇÃO
No artigo proposto, Roberta Freitas diz que “a mediação como método de solução de conflitos, dentro da proposta geral de fomento de sistemas alternativos de solução de conflitos, faz parte de uma recomendação das Nações Unidas (ECOOSOC), proposta na resolução 1999/26 de julho de 1999, no sentido de que os estados considerassem, no contexto de seus sistemas de justiça, o desenvolvimento de procedimentos alternativos ao processo judicial tradicional e a formulação de políticas públicas de acesso à justiça com este escopo.”
Ou seja, a democratização desse direito nos traz a buscar formas que aproximem e favoreçam a participação da sociedade na construção de um sistema de justiça eficaz. Vale salientar que a proteção de direitos deve ser desempenhada pelo cidadão para a construção de um ideal que possa inseri-lo no contexto social.
Por conseguinte, a mediação é vista como democrática e emancipatória, pois insere o cidadão no contexto social, aproximando-o a conquista do direito fundamental ao acesso à justiça.
Os mediadores são guiados por princípios, dentre eles destacam-se: voluntariedade, não-adversaridade, autonomia das decisões, participação de um terceiro imparcial, informalidade do procedimento e confidencialidade. Com a prática argumentativa, respeito aos princípios e garantias, a mediação aproxima a reconstrução gradativa dos laços interpessoais, como também, proporciona o fortalecimento da coesão social. Por consequência, a judicialização das demandas conflituosas é reduzida, fornecendo espaço para maior pacificação da comunidade, e, gradativamente, amplia o direito fundamental ao acesso à justiça.
CONCLUSÃO
A proposta para a resolução, apresentada pela mediação, traz como benefício a restauração do senso de valor e poder dos envolvidos na solução do conflito. Ela alcança a pacificação social e tem reflexos na diminuição da judicialização de demandas, que traz consequentemente uma real possibilidade de melhora na prestação da jurisdição institucional. E na atual conjuntura em que se encontra o sistema judiciário brasileiro cai bem verificar novas formas, saídas para a resolução de conflitos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
USO DO ARTIGO PROPOSTO
SANTOS, Roberta Freitas Carvalho dos. Acesso à justiça por meio da mediação de conflitos. Rio de Janeiro, p.24 , 2012.
TEXTOS NA INTERNET
SILVA, Ismael Guimarães da. Direito fundamental de acesso à justiça. In: ÂmbitoJurídico, Rio Grande. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9059> Acesso em: 09 outubro 2016.

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