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Clínica cirúrgica de pequenos

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Clínica cirúrgica de pequenos
Oftalmologia veterinária
Anatomia:
O olho é divido em 3 túnicas, 3 câmaras e a lente.
As túnicas são: 
Fibrosa (externa):
Mantém o formato do bulbo ocular, formada pela esclera (coberta pela conjuntiva) e córnea, a transição de uma estrutura para outra é determinada pelo limbo (estrutura vascular e pigmentada). Tanto a esclera quanto a córnea são formadas de colágeno, porém, a conformação dele é diferente nessas estruturas, por isso um é branco e outro é transparente. No limbo estão presentes as stem cells (células-tronco) que migram para a córnea para reparação, em casos de lesão. Lesões no limbo trazem alterações para o olho desde a não reparação até a conjuntivação da córnea (conjuntiva invade e ocorre perda da transparência
 Vascular (média):
É a úvea, dividida em anterior (íris e corpo ciliar) e posterior (coróide). A íris se contrai/dilata e forma um orifício, chamado pupila. Essa túnica é bem muscular e vascularizada (a mais vascularizada do olho, tem função de irrigação e tem papel nos processos inflamatórios dessa região). A adaptação da íris/pupila a luminosidade é importante porque a visão se dá pelo processo de fototransdução, onde a luz tem que atravessar todos os meios do olho para formar imagem na retina, se a luz não passa por todos não há formação correta da imagem. O corpo ciliar não é visto normalmente no exame clínico, ele é responsável pela produção do humor aquoso. Após o corpo ciliar tem a coróide.
 Inflamação: iríte (inflamação só da íris); ciclite (infl. só do CC); coroídite (infl. só da coróide); uveíte anterior ou iridociclíte (infl. íris e CC) e uveíte posterior (infl. íris, CC e coróide). 
O humor aquoso é um líquido ultrafiltrado plasmático responsável pela manutenção da pressão intraocular (PIO), devendo ser acelular e não ter proteínas de alto peso molecular, a filtração do plasma se dá pelos vasos (capilares) que formam uma barreira hemato-ocular que separa o olho do organismo para que afecções não atinjam o olho facilmente. 
O olho é um sítio imunologicamente privilegiado devido essas barreiras, são duas, a hemato-retiniana e a hemato-aquosa. 
O vítreo é responsável pelo formato ocular e mantém a retina justaposta a coróide, o animal nasce e morre com ele (não renovável e é degenerado com a idade), já o humor aquoso é produzido e drenado continuamente, isso mantém a PIO (15-20 mmHg nos animais). 
O HA é produzido no corpo ciliar, entra na câmara posterior, passa pelo orifício pupilar, faz um turbilhonamento, nutre a córnea e vai para o ângulo iridocorneal, onde é drenado. Esse processo é a drenagem iridocorneal, outra drenagem do HA é a uveoescleral, porém, ela é pouco significativa no cão e no gato. A PIO sofre interferência com o ciclo circadiano, mas isso é fisiológico.
 Infl. no CC gera queda da produção do HA e assim a PIO cai, ou seja, uveíte causa queda da PIO. Se a drenagem do HA não é correta, aumenta a PIO, porque o HA começa a se acumular, o aumento da PIO caracteriza o glaucoma.
As inflamações (uveíte) geram debris celulares, causando turbidez do HA, esses debris depositam-se por gravidade no âng. iridocorneal e diminuem a taxa de filtração do HA e a PIO começa a aumentar, podendo gerar glaucoma. Toda uveíte não tratada pode gerar um glaucoma secundário. 
O glaucoma primário não é tão comum e está relacionado a defeitos de nascimento nos âng. de drenagem (gônio), conhecido como gônioginesia.
Humor aquoso: Quando alterado, ele fica turvo, esse fenômeno é conhecido como flare clinicamente, que se assemelha a “poeira” caindo no fundo do olho, isso ocorre devido a presença de sedimentos. Pode ser um sinal clínico da inflamação. Pode haver células, sangue, prot de alto peso molecular, lipemia e pus. Sangue dentro da câmara anterior é chamado de hifema (parecem coágulos), e pus é chamado de hipópio (parecem abscessos). O hifema é comum em doenças sistêmicas que causam trombocitopenia, como a erliquiose. O hipópio é comum na PIF. No equino, danos no HA formam muita fibrina e parece uma teia de aranha, sendo bem evidente. 
Quando ocorre aumento da PIO, ocorre aumento, conhecido como olho bulfitálmico e há perda da conformação do colágeno da túnica externa, a córnea pode até romper certas estruturas, clinicamente, isso é caracterizados como riscos no meio da córnea (estrias de haab), sendo também um sinal clínico do glaucoma. Com isso ocorrem alterações metabólicas, liberação de radicais livres e morte celular, e esse olho para de ser funcional. Ocorre também midríase não responsiva no olho com glaucoma porque a íris não responde mais aos estímulos nervosos. Na uveíte ocorre edemaciação da íris e contração muscular, assim o animal se mantém em miose porque não responde corretamente. Na uveíte tem que controlar a miose, porque além de dolorida, a edemaciação da íris causa arrasamento da câmara anterior, podendo até ocorrer adesão a córnea ou a lente e formar fibrina, diminuindo a drenagem do HA. Essa adesão é chamada de sinéquia, anterior ou posterior dependendo do local onde se adere. Na posterior, a íris se adere a cápsula anterior da lente e na anterior, ela se adere ao endotélio da córnea. Uma sinéquia é difícil de resolver, fadando o olho a perda de função. 
Lente: Fica suspensa no CC por ligamentos zonulares, e é responsável pela refração da luz e pela acomodação para enxergar objetos perto e longe, quando os ligamentos puxam ela se achata e quando eles relaxam, ela se arredonda. Ela é uma cápsula com córtex (porção mais externa) e no meio tem o núcleo. A cápsula é dividida em anterior e posterior, a cápsula tem proliferação celular do endotélio, essas células se acumulam no centro da lente e são visíveis em animais mais velhos, assim o núcleo se torna mais denso, isso é um processo fisiológico conhecido como esclerose senil, com isso a lente perde elasticidade e vai perdendo capacidade de acomodação. Isso é diferente da catarata porque apesar de estar mais densa, a luz ainda passa, o que não ocorrem na catarata.
Os meios refringentes (córnea, HA, lente e vítreo) devem ser transparentes, qualquer alteração neles causa defeitos na visão.
Túnica nervosa:
Formada pela retina.
Córnea:
Avasc, componente da túnica fibrosa e não pigmentada (transparente). Quando se fala em restaurar a córnea, é a mesma coisa que dizer que quer restaurar a transparência. A córnea é um meio refringente, que também mantém o formato do bulbo ocular, ela é altamente inervada (porém é amielínica) e é considerada uma estrutura “desidratada”.
Formada por 4 camadas, a porção mais externa é o epitélio (não queratinizado) com uma taxa de renovação constante (completa de 7-10 dias). Logo após vem a estrutura mais espessa da córnea, o estroma, formado, principalmente, de colágeno, o arranjo dessas fibras é bem organizado (entremeadas), o que confere transparência e a diferencia da esclera. Após o estroma, existe uma membrana basal chamada de membrana de Descemet, que continua produzindo estroma e tem uma propriedade elástica, ou seja, quando ela se rompe, ela retraí. Ela rompe no glaucoma avançado e forma as estrias de Haab. A porção em contato íntimo com a câmara anterior é o endotélio, porção mais nobre da córnea, formada por uma única camada de células endoteliais, que não se renovam com facilidade, porém quando ocorre é em pequenas porções em animais muito jovens. Quando se perde poucas células do endotélio, as células vizinhas se remodelam para ocupar aquele espaço, o que confere a característica de polimorfismo para essas células. 
A córnea é considerada desidratada, porque suas estruturas (com exceção do estroma) são hidrofóbicas, essas estruturas ficam em contato com líquido. A nutrição da córnea vem do HA, assim o endotélio (alta função metabólica) seleciona os nutrientes que vão para córnea sem deixar a água passar. Em casos de alteração no HA, a córnea fica alterada. Nas uveítes oriundas de doenças imunomediadas ou sistêmicas, podem haver deposição de imunocomplexos no endotélio que alteram o seumetabolismo e afetam a córnea, isso é comum no adenovírus canino e na blue eye. 
A deturgescência é o estado de desidratação da córnea. Quando ocorre lesão no epitélio, geralmente a úlcera corneana, perde-se a primeira barreira anatômica, assim o estroma, que é hidrofílico, absorve o líquido e desarranja as fibras de colágeno e gera opacidade na córnea, conhecida com edema de córnea, que é causada por lesão no epitélio ou no endotélio (por uveíte). Quando se vê opacidade na córnea, ou é edema, ou uma cicatriz, ou uma degeneração causada por doenças sistêmicas de caráter metabólico ou endócrina. A conformação do edema depende do tipo de insulto. Edema de córnea não é catarata. 
Para a reparação do epitélio, ocorre neovascularização da córnea com vasos vindos do limbo e levam as células inflamatórias, esses vasos podem ficar superficiais ou profundos (atingem o estroma). Nas inflamações menos severas, a vascularização é superficial e ramificadas (longas e se assemelham a troncos de árvores), nas inflamações profundas (comum nas uveítes), a vascularização é curta e ciliar (360°, injeção ciliar). Junto com as células inflamatórias vem melanina, ou pelos vasos ou pelos macrófagos, isso pigmenta a córnea e é devido a alterações crônicas, essa alteração é chamada de melanose. 
A verificação da córnea é feita com uso de corantes, como a fluoresceína usada na forma de tiras estéreis ou colírios. Ela tem cor laranja e muda de cor quando se adere ao estroma, ela não cora estruturas hidrofóbicas, ou seja, indica úlcera de córnea. Em úlceras profundas que atingem a membrana de descemet (hidrofóbica), ela cora só em volta e não cora o fundo. Essa úlcera profunda é chamada descemetocele.
Quando a úlcera atinge o endotélio, ocorre uma perfuração ocular, podendo haver perda de HA, protrusão/prolapso da íris, perda da lente e do vítreo, que acarreta descolamento de retina e perda do bulbo ocular. Isso ocorre em casos graves.
 
Filme lacrimal:
É o líquido que recobre a córnea e conjuntiva, é um leito trilamelar. A porção externa é a lipídica, média (80%) é aquosa e interna é mucosa. A externa impede a evaporação da lágrima e a interna é para aderir a lágrima nas microvilosidades do epitélio. O filme e a córnea formam um biofilme, que tem que se manter estável (aderido) para hidratar a córnea e realizar sua função. 
O filme lacrimal vem da glândula da 3° pálpebra (recoberta com conjuntiva bulbar e tem folículos linfóides), das glân. tarsais (meibômio) e da glând. lacrimal (recoberta com conjuntiva palpebral). A porção lipídica é produzida pelas glândulas de meibômio, a aquosa é produzida pelas glând. lacrimais (principais e de 3° pálpebra) e a mucosa é produzida pelas células caliciformes da conjuntiva. 
A glând. da 3° pálpebra participa de forma significativa na produção da lágrima, não se deve retirar essa glând. nos casos de protrusão.
Hoje em dia, são medidas quantitativa e qualitativamente a produção de lágrima, porque a diminuição da prod leva a um olho seco ou ceratoconjuntivite seca. O teste lacrimal de Schirmer mede a quantidade de lágrima produzida, coloca-se uma fita milimetrada no fórnix conjuntival inferior por um minuto e vê o quanto umidificou, normal é de 15-25 mm/min, suspeito de 10-15 mm/min e abaixo de 10 mm/min é sugestivo de ceratoconjuntivite seca, abaixo de 5 é um olho seco severo. O teste é quantitativo, mede porção aquosa. Quando a lágrima excede os 25 mm é chamada de epífora, lágrima excessiva. 
A lágrima é drenada na ponta lacrimal que tem canalículos que chegam no ducto nasolacrimal, que chega na narina ou nos molares. O teste de Johns mostra a fluoresceína sendo drenada para narina ou boca, é sugestivo porque nem sempre a lágrima sai mas não quer dizer obstrução do ducto. 
A lágrima tem uma proteína que em contato com o meio ambiente, oxida e a lágrima fica marrom. Comum isso ocorrer em braquicefálicos. 
Os testes qualitativos são feitos contando as células caliciformes e com o teste de ruptura do filme lacrimal. Não são feitos na rotina.
Conceitos:
O aparelho da visão transforma o estímulo luminoso em imagem, que é enviada para interpretação no córtex, através dos nervos ópticos. Os nervos de cada olho se cruzam no quiasma óptico. 
A tração forte de um olho pode lesionar o contralateral, isso ocorre em grandes animais, com maior frequência.
Enucleação: Retira o bulbo com parte da pálpebra superior e inferior, junto com a 3° pálpebra. Os músculos extra-oculares também são retirados parcialmente.
Exenteração: Retira bulbo e todas as estruturas oculares (órbita, fáscia orbitária e músculos extraoculares). A órbita fica bem deprimida.
Evisceração: Abre túnica fibrosa e retira todas estruturas internas e substitui por prótese, porém essa técnica gera problemas futuros (infecções, ressecamento e úlcera).
A superfície ocular envolve as pálpebras, filme lacrimal, córnea e esclera. Um insulto em qualquer uma das túnicas, se propaga para todo olho, devido à proximidade entre elas.
A luxação da lente parcial é em formato de meia lua, completamente, é chamada de afácico. 
A degeneração vítreo é chamada de asteróide hialosis (parece purpurina e acompanha o movimento do animal), pode progredir para o descolamento de retina.
Semiotécnica:
Resenha e histórico; anamnese voltada para oftalmologia. A resenha indica possíveis diagnósticos diferenciais (por espécie, raça, idade). Testa reflexos palpebrais e pupilares, produção lacrimal, microbiologia e citologia e as alterações de pálpebra (eversão e protrusão), tipo de secreção e sua quantidade, na conjuntiva (hiperêmica, icterícia e edema - quemose) e na córnea (edema, vasos e pigmento e depósitos que causam opacidade). Faz o teste da fluoresceína. Teste de pupila (midríase e miose) e íris (hemorragia e edemaciação - parece morrinhos). Teste de lente (luxação e opacidade - com sua intensidade para caracterizar o grau da catarata). Teste de fundo de olho (região tapetal e não tapetal).
Primeiro verificar simetria ocular e facial, animais com dor tem fotofobia e blefaroespasmo (aperta a pálpebra tão forte que edemacia e dói mais) - comum em úlcera de córnea superficial aguda. Olho maior é buftalmia e menor é microftalmia.
A sala deve ser escura para individualizar as alterações e luz potentes, como a lupa de pala ou lâmpada de fenda.
O teste da ameaça segura o focinho e leva a mão levemente em direção aos olhos, não deslocar ar. O teste do labirinto vê se o animal desvia de objetos em um novo ambiente (se ele enxerga). O teste do algodão verifica se o animal acompanha a queda do algodão.
O reflexo pupilar se vê a reação a luz, direta e o reflexo consensual (no olho contralateral). O corneal mede a sensibilidade da córnea.
O animal pode não piscar por paralisia palpebral.
A inervação da córnea é contígua com a da íris, assim, uma lesão na córnea gera lesão reflexa na íris.
O teste da lágrima é feito em gatos, mas não é conclusivo.
No exame microbiológico tem que tomar cuidado para não encostar o swab em mais de uma estrutura.
A tonometria vai medir a pressão interna do olho, podendo ser digital (cientificamente não tem valor, mas com experiência serve de comparação). A de identação (tonômetro de schiotz) é pouco precisa, faz-se a média de 3 medições. Os tonômetros de aplanação e rebote são caros. A diferença entre os olhos não pode ser discrepante, se for indica alteração.
Oftalmoscopia é o exame de fundo de olho, deve-se dilatar a pupila para ver melhor. A direta é feita com panótico, indireta é feita com oftalmoscópio indireto. Ambas avaliam o fundo de olho, a direta tem que acompanhar o olho, a imagem é menor e igual a retina, a indireta, a imagem é maior e invertida.
Os corantes vitais avaliam a superfície ocular, existe a fluoresceína e outros. E também a patência do ducto nasolacrimal (teste de Jones). O rosa bengala também é usado para verificar a integridade do filme lacrimal (onde fica rosa, não tem filme).
Afecções de pálpebras:
As pálpebras que dão a aparência externa dos olhos, muitasvezes determinam a característica racial, não sendo necessária reparação.
São componentes da superfície ocular e são responsáveis pela formação, distribuição e drenagem do filme lacrimal, servem de proteção, na retirada de corpos estranhos (que podem ser drenados e param no ducto nasolacrimal, comum em cavalos) e troca de oxigênio da córnea. 
Alterações de pálpebra, geralmente são uma ceratite, que pode evoluir para uma úlcera ou perfuração de córnea, concomitante é comum ocorrer uma conjuntivite. Cães não tem conjuntivite como o humano, geralmente é um sinal clínico secundário. Os gatos tem conjuntivite primária.
A pálpebra é bem inervada e bem vascularizada e sangra muito, principalmente inflamada. Quando a contração é intensa causa edema e dói mais ainda.
Coloboma palpebral:
 É ausência parcial ou total da pálpebra, é congênito, pouco comum em cães e frequente em gatos. Causa redução do reflexo de piscar e pode haver diminuição da porção mucosa do filme lacrimal, o animal também pode ter alterações de córnea e até epífora. A cirurgia é elaborada e não melhora 100%.
Dermóide: 
Também é congênito, e são estruturas fora do seu local de origem, se assemelha a uma estrutura tumoral e pode ter pelos, músculos, pele e até ossos, relativamente frequente. Pode ser uni ou bilateral, sendo único ou múltiplos. Ele pode passar despercebido ou causar inflamações no olho, principalmente entre córnea e conjuntiva.
Conjuntivite folicular: 
Ocorre na 3° pálpebra (na porção interna) e na conjuntiva bulbar (incomum), nessa região existem folículos linfóides, em reações crônicas com antígenos, como alergias ou doenças crônicas, esses folículos hiperplasiam e o sinal clínico é uma hiperemia da pálpebra, para avaliar tem que everter a pálpebra e visualizar estruturas que parecem sagu. É comum em animais jovens até um ano, usa imunomoduladores e tratar a causa. 
Cherry eye: 
Protrusão da glândula da 3° pálpebra, acredita-se que ocorre frouxidão do ligamento que fixa a glândula, pode ocorrer bilateral e não simultânea, pode inflamar a conjuntiva e diminuir a produção do filme lacrimal ou causar epífora, pode até causar úlcera. Comum em animais jovens e em animais velhos é secundário a outras alterações. O tratamento é cirúrgico (técnica de morgan pocket) e é feito o reposicionamento da glândula, pode ser recidivante.
Entrópio: 
A pálpebra se volta em direção a córnea, é uma alteração de desenvolvimento em raças susceptíveis. Pode ser leve ou severa, podendo causar ulceração e até perfuração do olho. Causa muita dor. O entrópio pode ser completo, como no Sharpei, temporal, como no Rottweiler ou medial, como no poodle (nesse caso, causa epífora porque obstrui a drenagem). O primário é nas raças predisponentes e manifesta até um ano de idade, o secundário é comum em blefaroespasmos severos. O primário é sempre operável, o secundário tem que tratar a causa primeiro (se não dá ectrópio secundário). As cirurgias podem descaracterizar a raça, a cirurgia faz uma meia lua (Holtz…) na pálpebra, precisa saber quando se pode tirar, se tiver muito acentuado é necessário um segundo procedimento para corrigir completamente. 
Ectrópio: 
Também defeito de desenvolvimento, comum na inferior, não tão grave quanto o ectrópio. É primário, secundário (cicatricial, comum em cães por trauma ou cirurgia mal feita) e o de senilidade.
Diamond eye: 
É a combinação do ectrópio com o entrópio.
Triquíase: 
Primária ou secundária, tem sinais clínicos bem evidentes (úlcera, hiperemia e etc). Os cílios nascem virados para a córnea, a cirurgia feita é a de Stades. Em animais velhos pode vir associado a entrópio. 
Lagoftalmia:
 É quando o animal não fecha o olho completamente e ocorre pigmentação, comum em pugs. 
Blefarites: 
Causadas comumente por ácaros, sarnas e doenças imunomediadas.
Laceração: 
Comum em traumas, tem que ser sempre reconstruída para não lesionar a córnea.
Neoplasias também são comuns em pálpebras.
Afecções de córnea:
Cicatriz corneana: 
mácula < nebula < leucoma (não enxerga mais nessa região), ocorre depois do edema.
Pannus (ceratite superficial crônica): 
Doença imunomediada, comum em pastor alemão, acredita-se que raios UV aceleram o processo. É uma neovascularização corneana, começa no canto temporal e progride. Ocorre sempre que o animal fica imunodeprimido e sempre que ocorrem tem deposição de pigmento, o que dificulta a visão do animal. Comum em animais jovens e o tratamento é com ciclosporina o resto da vida do animal.
Distrofias ou degenerações: 
Relacionadas a doenças sistêmicas, são uni ou bilaterais.
Ceratoconjuntivite seca:
Também chamada de olho seco, no cão está relacionada a diminuição quantitativa da lágrima. A forma mais comum é a imunomediada (cocker, braquicefálicos e yorkshire, nessa última ocorre quando eles são jovens, o transitório é causado por alteração na glândula bulbar e de 3° pálpebra; doenças infecciosas como cinomose (não tem porção aquosa, só muco); conjuntivite e blefaroconjuntivite; a diabetes também é uma causa (controlar a diabetes); hipotireoidismo; medicamentos, como sulfas e atropina; traumas e neoplasias. Geralmente, crônica e bilateral, os sinais variam com a severidade da baixa de produção aquosa e da cronicidade. Os casos agudos são raros e progridem rapidamente para perfuração ocular. O animal pode ficar cego. O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos e teste de schirmer. Sempre fazer exame completo. Se possível fazer cultura bacteriana. O tratamento melhora a condição de vida do animal mas não cura, e usa-se imunomoduladores, como a ciclosporina A (inicial 0,2%, BID ou TID) e taprolinos, eles estimulam a produção lacrimal e diminuem inflamação. Existem tratamentos que podem ser associados aos imunomoduladores, como os lacrimomiméticos (os não epiteliotóxicos são caros), antibacterianos, agentes mucolíticos (n-acetilcisteína) e associação de corticosteróides no início do tratamento. Limpeza constante. 
Ceratite ulcerativa (úlcera de córnea):
Superficial ou profunda, simples ou refratária (só piora). As etiologias são variáveis, as mais comuns são por anormalidades palpebrais, cílio ectópico (nasce na conjuntiva e fere a córnea), traumas, automutilação, sempre usar colar elizabethano. Diagnóstico é feito pelos sinais clínicos (dor, fotofobia e blefaroespasmo, neovaso, edema de córnea e hiperemia conjuntival) e fluoresceína positiva. Perda do epitélio e/ou do estroma, pode evoluir para descemetocele, sinéquia (aderência da íris na lente ou endotélio) porque toda úlcera de córnea, tem uma uveíte reflexa. O tratamento pode ser emergencial, pois pode levar a uma perfuração, como nas profundas, na infecção por pseudomonas, ou por mudanças no metabolismo que aumentam produção de colagenase (metaloproteinase). Nesses casos ocorre o melting, a córnea “derrete” (tem que usar EDTA e o soro sanguíneo para controlar). O tratamento para a superficial é antibiótico local profilático por 7 dias, midriáticos (atropina que dura até 72 horas) e cicloplégicos (diminui contração muscular da íris e alivia dor). Úlcera profunda, o tratamento é cirúrgico, as ceratoplastias, às vezes, é preciso enuclear. O tratamento visa restaurar a visão e depois a túnica fibrosa. As ceratoplastias podem ser feitas com a conjuntiva do animal ou com membranas biológicas. Nunca usar corticosteróides, porque ele acelera a ação das proteinases e perfura mais rapidamente o olho. Na úlcera de epitélio solto, é necessário desepitelizar a córnea para reparação acelerada e faz-se a ceratotomia (em grade, punctata ou broca de diamante), essa úlcera é superficial. 
Obstetrícia de pequenos
Fases do parto:
Proestro: É a fase folicular, onde no final existe um pico de estrógeno e o animal entra em estro. Dura de 9-20 dias, mais longo em pré púberes, é caracterizado pelo edema de vulva e aumenta a vascularização do útero, corrimento vaginal serosanguinolento. Essas mudanças são devidas ao estrógeno, é desaconselhável castração nessa fase porque sangra muito.Passivo mas não aceita monta.
Estro: Existe um pico pré ovulatório de LH que permite a ovulação, cerca de 2 dias depois. A ovulação ocorre quando os níveis de LH caem e os níveis de progesterona aumenta (formada pelos CL). Os ovócitos são liberado imaturos, e depois de dois dias, se tornam maduros. Os níveis de estrógeno também caem. Após 48 horas do pico de LH, ocorre um pico de FSH e é a última sinalização para ovulação. Dura de 9-21 dias, corrimento vaginal amarelo palha, vulva edemaciada mas menor que no proestro. Passivo e aceita monta
Diestro: Administrada pelos altos níveis de progesterona atingido por volta de 30 dias após a ovulação. Se o animal não estiver prenhe, os níveis regridem a basais e o animal entra em anestro. Dura 75 dias - 3 meses, vulva diminuída e corrimento cessa, CL morre em animais não gestantes. A progesterona circulante mantém a gestação.
Anestro: Quiescência do TRP, ocorre aumento de FSH (crescimento dos folículos) e antes do proestro, tem um pico de estrógeno e de LH. Pode durar até 6 meses. 
Citologia vaginal:
Feita com swabs estéreis ou escovinhas vaginais, colhe material da região ventral da vagina e cora com eosina- hematoxilina. O que faz o envelhecimento das células é a ação do estrógeno.
Proestro: Aumento de células superficiais, diminuição das cél parabasais e intermediárias pequenas. As cél parabasais são jovens e envelhecem com a ação do estrógeno e são pequenas e redondas com núcleo grande. As intermediárias pequenas têm citoplasma maior e núcleo menor. As superficiais parecem folhas secas e quase não tem núcleo. Na transição tem leucócitos e hemácias.
Estro: Predominam as cél superficiais.
Diestro: Cél intermediárias pequenas, parabasais e existem alguns neutrófilos.
Anestro: Cél parabasais.
Fases da gestação:
As mudanças no organismo da fêmea são desencadeadas pelas demandas metabólicas para formação do feto.
O aporte sanguíneo aumenta cerca de 40% do volume sanguíneo original, porém só aumenta plasma e não das células, ou seja, ocorre uma hemodiluição e o VG cai. Isso é importante para aumentar o débito cardíaco (aumento de FC e vol. sistólico) para suprir o feto e a mãe.
O esvaziamento gástrico é demorado, devido ao deslocamento causado pelo crescimento do útero e pelo peristaltismo diminuído. É aconselhável que o proprietário divida a ração várias vezes ao dia (2 - 3 x).
Os exames pré-natais são importantes para acompanhar o desenvolvimento da gestação: raio-x pode ser feito aos 45 dias para contagem do n° de filhotes e próximo ao parto para ver posicionamento fetal e relação do tamanho da cabeça dos fetos com a abertura pélvica. A ultrassom pode ser feita com 24 dias de gestação e verifica a viabilidade fetal.
A gestação dura 63 - 72 dias, quanto mais fetos, menor o tempo de gestação. Pode ocorrer perda fetal ou aborto até os 45 dias, podendo ser reabsorvido ou a fêmea ingerir o feto abortado.
Infecções podem ocorrer, como as causadas por Brucella canis que acomete o animal no início da gestação, acompanhada de uma secreção vaginal castanha-avermelhada, causa morte fetal, cio frequente ou fetos natimortos. A neospora e toxoplasma não causam doença na mãe, mas os filhotes nascem bem debilitados. O herpesvírus causa problemas dependendo da fase de gestação, no terço inicial, ocorre morte e mumificação dos fetos, no terço médio ocorre aborto eno terço final ocorre parto prematuro. Tanto a herpes quanto a brucella são diagnosticados por sorologia.
O tamanho da ninhada varia com a idade da mãe (novas, poucos bebês) e com o tamanho da fêmea, menores podem ter menos filhotes e maiores terem mais (nem sempre é assim).
A síndrome do cãozinho único pode gerar distocias porque o feto pode ser muito grande e não passe no canal do parto, ou a sinalização para o parto seja insuficiente e não ocorre contrações uterinas. É necessário realizar exames de imagem para ver o tamanho do feto, se ele puder passar pela cavidade pélvica, administrar medicamentos, caso não, recomendar a cesária.
Próximo ao parto, o aparelho genital externo se modifica novamente, havendo edema vulvar e umidificação e hiperemia da vagina.
Fisiologia do parto:
A gestação é mantida pela ação da progesterona produzida pelo CL, a prostaglandina (formada pelo tecido feto placentário) inibe a produção de progesterona e os níveis caem, concomitante ocorre aumento nos níveis de estrogênio. O feto formado libera sinalização para vagina e útero que é interpretado pelo hipotálamo, que libera ocitocina. A ocitocina age no miométrio pela sensibilização do útero causada pelo estrogênio. A prostaglandina feto placentária também faz a queda da progesterona. A principal sinalização do parto é feita pela inversão desses hormônios (- progesterona, + prostaglandina e estrogênio) causando relaxamento da cérvix e contrações uterinas.
A relaxina é produzida durante toda gestação e faz o relaxamento das vias fetais e a prolactina é produzida de forma mais evidente em 48 horas antes do parto (leite na mama antes de parir). 
Outros sinais do periparto é o relaxamento da musculatura abdominal (barriga cai), diminuição da temperatura retal (8-24 horas antes do parto) mais evidente em raças pequenas, animal fica inquieto, estressado, não come e ficam arrumando ninho. 
Estágios do parto:
Tem 3 fases e as duas últimas se repetem a cada feto.
Fase preparatória: Dura até 12 horas, mais evidente em primíparas, pode haver contrações uterinas mas não há contrações abdominais, a fêmea fica inquieta, ofegante e as contrações ficam mais evidentes.
Fase de nascimento: Temp retal normal, contrações abdominais e uterinas bem evidentes e eliminação dos líquidos fetais. O primeiro filhote pode demorar 4 horas para nascer, a cadela sozinha limpa os filhotes, rompem membrana amniótica. Nos casos de hemorragia de umbigo é preciso ligar e fazer assepsia com PVPI. Evitar que a fêmea coma as placentas. Se os filhotes não nascem em 4 horas após a liberação de líquidos, contrações fracas e irregulares ou fortes sem nascimento são indicativos de complicações. É comum a fêmea descansar no meio do parto grande e esse descanso pode durar até 4 horas (nasce alguns, ela descansa, nasce o resto depois).
Fase de expulsão placentária: Pode durar de 5 min a 3 horas, pode não ser simultâneo com o nascimento, os lóquios podem ser expelidos até 3 semanas após o parto. A involução uterina ocorre de 13 a 15 semanas após o parto. 
Complicações e distocias:
Realizar anamnese cuidadosa e realizar o histórico, exame físico completo, exame digital da vagina (verifica obstruções e presença de feto no canal do parto, tônus vaginal - contração uterina faz a vagina apertar o dedo e verifica se tem fluído na cérvix), verificar presença dos sinais da segunda fase. Avaliar o caráter das contrações abdominais e uterinas.
O raio-x ajuda a verificar a posição dos fetos e o tamanho deles e pode verificar a abertura de pelve da mãe e detecta sinais de morte fetal (gases dentro do feto, 6 horas após a morte).
O ultrassom verifica a viabilidade fetal por batimento cardíaco, não contar fetos com ultrassom. 
Inércia uterina: primária (completa ou parcial) ou secundária a uma obstrução. A primária completa, o útero não tem forças nem para iniciar as contrações, ocorre em gestações muito pequenas ou com muitos fetos que causam estiramento exagerado do útero, pode ser hereditário (braquicefálicos) ou devido a deficiências nutricionais. A parcial, o animal inicia o parto, pare alguns filhotes e depois para, se o animal não estiver obstruído, usar medicamentos. Animais obesos podem ter problemas, anoréxicos e idosos também. A secundária é devido a exaustão do miométrio causada por uma obstrução da via fetal. Na primária, usa-se massagens (parede dorsal da vagina) e exercício, cálcio a 10% (0,5-1,5 mL/Kg, até o máximo de 20 mL, IV, bem lenta), se depois de 30 minutos não tiver efeito, aplica-se ocitocina (1-2 UI/IV, ou 2,5- 3 UI/IM), usa a ocitocina duas vezes, com intervalo de 30 min, se não responder, é cesaria. Pode usar umasolução de glicose também, de 10-20%. 
A secundária é a obstrução do canal do parto, de origem materna (torção ou ruptura uterina, hérnia do útero - histerocele, má formação do útero, anomalias na vagina e estreitamento da pelve) e de origem fetal (fetos muito grandes ou em mau posicionamento - desvio de cabeça lateral ou para baixo, nádegas, apresentação transversa ou bicornual- filhote está deitado). 
Indicações da cesariana: Distocias maternas e fetais, características da raça (braquicefálicos, principalmente), quando os filhotes morrem e entram em putrefação, é indicado a castração, porque retira o útero em bloco e diminui o risco de infecção sistêmica do animal. 
Cesariana:
É feita uma extensa tricotomia e assepsia, é indicado deixar o animal inclinado com a cabeça para o alto, o animal é intubado e a incisão é feita na linha mediana ventral. A incisão no útero é na porção ventral, cuidado para não pegar nos filhotes, depois que se abre o útero, “ordenha-se” o útero para retirar os fetos. Entrega para o auxiliar os fetos com placenta e tudo para higienizá-los e não se perder tempo. Retira todo conteúdo uterino e avalia seu estado. Faz lavagem abdominal com solução aquecida, se cair líquido na cavidade. O útero é suturado em dois planos, um com simples contínuo e outro com uma invaginante (cushing, lembert ou schmieden), ou duas invaginantes. Os fios são absorvíveis, monofilamentado e sutura a cavidade abdominal. 
Cuidados com os fetos:
Ligar os umbigos, liberar as vias áreas dos filhotes, estimular a respiração com massagens ou fármacos, avalia o animal a procura de defeitos congênitos, mantê-los aquecidos na incubadora ou com bolsas, fornecer o colostro. Avaliar o comportamento da mãe com os filhotes. 
Alterações pós parto:
É normal a fêmea apresentar gotejamento de sangue até 6 semanas pós parto, mas são realmente gotinhas, até a completa involução do útero. É normal que a temperatura fique um pouco elevada, mas não muito. É importante fazer a diferença entre o corrimento serosanguinolento de hemorragia, causadas por lacerações no útero ou em vasos adjacentes. A hemorragia é uma emergência cirúrgica.
A retenção de fetos e placenta pode ocorrer, o corrimento é enegrecido e bastante fétido, pode-se usar ocitocina para expulsão desses restos. Isso ocorre em animais que não fizeram cesariana.
Animais com infecção podem usar ATB, mas com critério porque elas estão amamentando.
A metrite aguda ocorre por bactérias gram negativas e é comum em distocias com intervenção com má higiene, apresenta febre, desidratação, deprimida, diminui lactação e cuidado com os filhotes. O corrimento é purulento, o animal sente dor abdominal à palpação, na citologia tem neutrófilos degenerados e no leucograma tem leucocitose com desvio à esquerda. Administra fluido para o animal, ATB de amplo espectro, limpeza uterina, mas o mais indicado é OSH. 
A subinvolução é indicada pela presença de corrimento serosanguinolento persistente, só vê eritrócito na citologia, ocorre em fêmeas jovens, normalmente, se resolve sozinha. Se houver hemorragias graves, a OSH é a solução. 
A ruptura ocorre em partos distócicos, ninhadas grandes demais ou uso de ocitocina exagerado. O animal sente muita dor, é uma emergência. É feita castração, não é indicado a sutura do útero. Faz-se fluido e ATB.
Prolapso uterino é a eversão e protusão do útero pela vulva, é indicado reposicionar o útero na cavidade e depois retira-o. Tenta diminuir o edema com açúcar, anestesia epidural e manobras. 
A eclampsia é a redução na conc. sanguínea de cálcio, acomete mais animais pequenos com grandes ninhadas, ocorre 21 dias após o parto. Os sinais variam pela cronicidade e gravidade, vai de salivação intensa e ofegante, até tremores intensos e convulsões. O tratamento é cálcio a 10% na mesma proporção da indução de parto. Administra glicose. É indicado a retirada dos filhotes para evitar recidivas.
Complexo da hiperplasia endometrial cística ocorre em cadelas de meia idade, devido a ação crônica da progesterona no útero, estimulando a secreção glandular do útero e diminui a contração do miométrio, criando um ambiente propício para proliferação bacteriana, ocorrem baixa na ação leucocitária também. Essa condição predispõe ao surgimento da piometra. A piometra raramente ocorre fora do diestro, porque ela precisa da ação da progesterona. As injeções anticoncepcionais a base de estrógeno aumentam os receptores de progesterona no útero, propiciando o desenvolvimento de infecções.
As suspeitas de piometra vão do corrimento vaginal, mas o animal também está apático e com febre. Normalmente, o animal apresentou cio de 6 a 8 semanas antes dos sinais clínicos (diestro). O animal com a cérvix aberta tem corrimento vaginal purulento, poliúria e polidipsia, febre, vômito e diarréia, os sinais são mais brandos porque o conteúdo purulento é drenado. Os animais com cérvix fechada podem apresentar septicemia, choque e vir a óbito, a dificuldade do diagnóstico está relacionado aos sinais poucos específicos, é preciso fazer exames de imagem, nos exames laboratoriais tem desvio à esquerda degenerativo, indicado um problema crônico e grave, tem anemia, aumento de uréia, aumento de enzimas hepáticas. Porém, esses sinais são poucos específicos. O tratamento é a OSH terapêutica, tenta estabilizar o animal, fazer uso de ATB com fluido IV para não sobrecarregar o rim. 
Se não houver leucocitose, é sinal que o processo é arregenerativo e o quadro é bem mais grave. 
O coto uterino é fechado por park-kerr. No pós operatório, mantém o animal na fluído, faz uso de ATB, mantém o animal em observação até que ele comece a se recuperar. 
Odontologia veterinária:
Conceitos:
O cão apresenta dentição decídua (28 dentes) e permanente, pode acontecer dos decíduos não caírem e gerarem alterações posteriores. A troca ocorre até os 7 meses (cão fica com 42 dentes). No gato, os decíduos (26 dentes) saem em torno de 6 semanas e quando trocam ficam com 30 dentes, por volta dos 5 meses. 
Para anamnese, divide-se a cavidade em 4 campos, começando no superior direito (a partir do incisivo) e segue no sentido horário. Os dentes são numerados. 
O dente tem na camada externa, o esmalte na porção superior e cemento na inferior, na camada intermediária tem a dentina, e internamente, o canal da polpa. A gengiva marginal ou livre é bem delimitada e tem um sulco fisiológico entre a gengiva e o dente. O dente é aderido pelo ligamento periodontal. O periodonto é formado pela gengiva, osso alveolar, cemento e ligamento periodontal, são estruturas de suporte do dente no alvéolo.
O cemento oferece ancoragem ao osso alveolar, recobre a raiz do dente, formado por matriz mineralizada de fibras de colágeno, é avascular. O ligamento periodontal é formado por fibras colágenas ligadas ao cemento e ao osso alveolar. A gengiva se fixa no esmalte e forma o sulco gengival de 2 mm (raças gigantes podem ter até 4 mm). O osso alveolar é onde o dente é aderido e fixado.
Doenças de cavidade oral podem ser secundária a doenças sistêmicas, é preciso conhecer o tipo de dieta do animal, pois pode estar relacionada a formação de cálculo dentário (alimentos moles) ou fraturas. Saber se o proprietário escova os dentes do animal. se fornecer biscoitos abrasivos, saber se o animal já passou por algum procedimento odontológico. Verificar halitose (alt de metabolismo ou alt gástricas), secreção nasal e espirros (fístulas), sialorréia (dor ao engolir), hemorragia oral (hiperemia, tumor e CE), meneios e pruridos de cabeça (pode confundir com problemas no olho), disfagia ou dor ao comer. Exame físico geral e extra oral (assimetria, lábios, focinho e plano nasal, linfonodos, edemas e feridas cutâneas, tumores, sensibilidade à dor e halitose). No exame intraoral é feito dente a dente, verificar dentes supranumerários, estado da gengiva, presença de cálculo, sondagem de sulco gengival, oclusão e fraturas, avaliar palato mole e duro e ossos, lesões orais (sistêmico ou não) e neoplasias (necessita sedar o animal). Sempreorientar o proprietário sobre os procedimentos e resultados.
Iniciar o uso de ATB, no mínimo 3 dias antes do procedimento. Em neoplasias, não pode ir para cirurgia sem saber o que é, pois costumam ser muito agressivos. Se a sondagem é muito funda, indica doença periodontal mais grave. 
Atentar para gatos que caem de alturas grandes, pois pode haver abertura do palato (fratura). Uremia causa úlceras e hemorragias orais e halitose características, a leptospirose também causa necrose e úlcera na mucosa, altera a coloração também. As doenças virais felinas também causam gengivites e estomatites crônica. A diabetes e o hipotireoidismo também gera alterações de mucosa. A dermatite de dobra labial também gera halitose. Moléstias autoimunes formam vesículas e petéquias na mucosa. 
Doenças periodontais;
Afetam estruturas que dão firmeza aos dentes, essa doença é comum em cães e gatos com mais de 5 anos de idade (mais de 80%), as raças pequenas são mais predispostas a desenvolver em todos os dentes, animais mais velhos também são mais predispostos.
Classificada em graus em 3 ou 5 graus (leve, moderado e severo).
Nenhum outro procedimento cirúrgico deve ser feito junto com procedimentos odontológicos, para que não haja translocação das bactérias da boca para outro sítio. Sempre que possível, tratar a boca antes. Os dentes supranumerários são mais fáceis de serem extraídos.
Os dentes tem 4 faces, e devem ser limpos individualmente nas 4 faces, necessita de anestesia geral inalatória e sondagem. 
A doença periodontal é formada, inicialmente, pela adesão de glicoproteínas e polissacarídeos da saliva que se aderem na coroa, formando um biofilme que favorece a adesão de bactérias gram positivas aeróbicas, que em 48-72 horas formam o glicocálix, que causa uma gengivite e propicia a adesão de mais bactérias e subprodutos e até sais minerais, que formam a placa bacteriana.
É indicada a escovação dos dentes dos animais para conter a placa. Imunossupressão e tipo de alimentação favorecem o acúmulo de placa.
A formação da placa gera uma hiperemia e gengivite, porém ainda é reversível. Quando ela progride para o periodonto, gera periodontite, onde a placa progride e aumenta o sulco bacteriano, porque elas produzem enzimas proteolíticas e afetam a aderência do epitélio juncional e favorecem o acúmulo de bactérias anaeróbicas, formando a placa subgengival, que destrói o epitélio juncional e destrói o periodonto, favorecendo a formação de cálculo dentário. A mineralização exacerba os efeitos patológicos da placa bacteriana. O pinscher e o york são predispostos a desenvolver doenças periodontais. Pode haver perda dentária e reabsorção óssea, fragilizando o osso palatino nasal, formando fístulas nasais e fraturas durante a extração dentária, pode haver formação de abscessos apicais, isso tudo em estágios avançados. 
O 4° pré molar e o 1° molar superior são os mais afetados. 
Na periodontite inicial verifica-se um cálculo subgengival e supragengival. No grau 2 tem maior perda óssea e formação de placa e cálculo. No grau 3 tem retração gengival, com destruição do periodonto, grande formação de cálculo e exposição da furca (espaços entre as raízes dentárias). Os cães raramente param de comer, isso é mais comum em gatos. 
O diagnóstico é feito pela inspeção dos dentes (algumas doenças causam hipoplasia de esmalte e manchas, como a cinomose), da gengiva, sondar os sulcos gengivais em todos os dentes. Realizar radiografia intra e extra oral para ver o comprometimento ósseo do dente, do alvéolo e maxilar. Verificar extensão das neoplasias orais para visualizar toda a área acometida.
O animal deve ser reavaliado de 6 meses a um ano, pois uma vez que se tem uma doença periodontal, será necessário uma reavaliação, já que a integridade dentária fica comprometida permanentemente. 
Após a retirada do cálculo/placa, é necessário fazer raspagem e aplainamento de superfícies duras para retirar as superfícies irregulares que propiciam a adesão de bactérias. Eliminar as bolsas periodontais, retirar os dentes soltos, pois estes perdem a função. É necessário um polimento dentário com flúor que é bactericida.
A bacteremia é inevitável, então necessita de ATB prévio e pós operatório, sendo o anterior estabelecido o período pela gravidade, e deve se manter até 5 dias depois o procedimento. Os ATB mais comuns são estreptomicina e metronidazol (?), clindamicina (indicada em casos menos graves), amoxicilina e clavulanato.
O tratamento vai de profilaxia com raspagem com cureta e ultrassom (na coroa, usado com cautela para não necrosar a polpa com o calor) e polimento com flúor e profilaxia com clorexidine oral a 0,2% (tem ação de 72 horas).
A mesa para cirurgia é diferente, tem um escoamento para água e a cabeça fica voltada para baixo para o animal não engolir o conteúdo retirado. A cirurgia é bem contaminada e a sala odontológica deve ser fora do centro cirúrgico. 
Quando fratura um dente, deve manter a superfície lisa para evitar placa e depois lavagem com anti séptico.
Em alguns procedimentos, é necessário a gengivectomia, em gengivas com processo inflamatório exacerbado que leva a hiperplasia da gengiva. Sangra bastante.
As exodontias são indicadas em doença periodontal avançada, dentes soltos com furca exposta, doença de reabsorção trofoblástica de felinos (causa muita dor, é difícil de tirar), dentes supranumerários, reparação da oclusão dentário, alinhamento dentário e dentes em linhas de fratura. 
Sempre lembrar quantas raízes os dentes tem, condição das estruturas adjacentes e ter material adequado para retirada. Ter bastante paciência para não gerar complicações. Deve se seccionar os dentes com muitas raízes para facilitar extração e não fraturar a raíz. 
A sindesmotomia é a desinserção do dente do periodonto. Odontosecção que é cortar os dentes para individualizar as raízes. A luxação remove o ligamento periodontal para soltar o dente e avulsioná-lo. Curetagem do osso alveolar para formar coágulo e retirar tecidos lesados e depois fecha com a diérese. 
No canino, recomenda uma incisão paralela na mucosa, onde se desgasta o osso alveolar e separa o dente do alvéolo e se traciona o dente, depois faz uma plastia com o flap feito com pontos simples separados.
No pós operatório, evitar fornecer alimentos muito duros para não atritar na sutura e ter deiscência. Lavagem com anti sépticos orais (0,12%), promover analgesia e ATB.
Complicações da exodontia tem a fratura de raiz, sempre perguntar se o animal já passou por um tratamento odontológico, pois pode ter ficado um pedaço de raiz e gera a condição clínica atual. São adotadas 3 medidas, extração, pulverização e espera (recomendada só se o animal sofrer parada, pois gera muitas complicações). A fratura de mandíbula ocorre em casos graves com reabsorção óssea e é necessário corrigir com imobilização com focinheira e alimentação por sonda esofágica, normalmente resolve. Podem haver lesões em tecidos moles e fístulas oronasais.
Na profilaxia, indica biscoitos apropriados, ossos e brinquedos abrasivos, atentando para que o animal não engula e avaliação veterinária, no mínimo anual.
Cirurgias odontológicas:
Pré operatório tem a anamnese mais elaborada porque são cirurgias comuns em neoplasias (animais idosos), então vai ser necessário fazer exames como eletro, raio-x e outros. Avaliar se o animal tem metástase, porque primeiramente não se opera animais com metástase, porque a anestesia geral causa imunossupressão, agravando o quadro do animal. As cirurgias em animais com metástase é feita em casos que a retirada do tumor proporciona melhor qualidade de vida, como em tumores de mama ulcerativos. Em casos de neoplasia, tem que sempre saber o tipo de neoplasia para saber seu grau de infiltração e metástase, porque é preciso deixar sempre uma margem cirúrgica. Diagnosticar por citologia (permite avaliar o grau de diferenciação e o tipo de células, é mais rápida mas menos conclusivos) e biópsia. Sempre diagnosticar porque os tratamentos são diferenciados. Em cabeça,é comum o comprometimento dos linfonodos regionais, principalmente em melanomas. A tomografia em tumores orais é eficaz porque mostra o grau de infiltração do tumor.
As técnicas deve ser o mais atraumáticas, com controle de hemorragia, sem tensão nas suturas (normalmente aposicionais, simples separado e contínuo), fios absorvíveis. As neoplasias orais são relativamente comuns, em animais velhos e podem ter envolvimento odontológico. É comum melanoma amelanótico, fibrosarcoma (muito agressivos), CCE, osteosarcoma e TVT em cães, em gatos é mais CCE e linfomas. Os tumores benignos são os epulides, raros em gatos, podem ser acantomatosos, fibromatosos ou ossificantes, são localmente invasivos e causam bastante incômodo. Os papilomas orais são menos comuns e são autolimitantes.
Maxilectomia:
É parcial (hemi ou bilateral, rostral, caudal e central) ou total. Tem que ter tecido adjacente, controlar hemorragia, às vezes é preciso retirar os turbinados nasais, fechar o defeito com elevação do retalho da mucosa bucal adjacente, tentar fazer dois planos de sutura. O tecido do palato é difícil de suturar.
Mandibulectomia:
É mais comum, feita parcial ou total, geralmente associada a queiloplastia para diminuir a comissura labial para que o animal exponha menos a língua e apreenda melhor o alimento. Suturar em dois planos. Dentes em linha de fratura são retirados. Na hemimandibulectomia total é feita em tumores agressivos para evitar recidivas, rebate os tecidos moles, secciona musculatura, rompe sínfise e cápsula da ATM e desarticula, é necessário queiloplastia. Cirurgia bem cruenta, mas o pós operatório tem recuperação boa. Animal tem dificuldade de se alimentar, colocar sonda e limpar a cavidade oral com antisséptico. 
Fístulas oronasais:
Pode ser congênita, ocorre em palato mole, duro, maxilar e lábio. É a comunicação com a cavidade nasal, os animais acometidos apresentam rinites e infecções respiratórias associadas, o filhote é afastado da ninhada e podem ter pneumonia aspirativa. Pode colocar sonda até que eles tenham idade suficiente para a cirurgia, porém a chance de êxito é baixa.
Por não ter solução de continuidade, é necessário incisionar de cada lado da fístula, e mais uma incisão paralela de cada lado, divulsionar o feixe e tracionar para fechar em cima da fenda. O lado contralateral nem sempre pode ser suturado, mas cicatriza por segunda intenção, não tem problema porque não há comunicação com a cavidade nasal. 
Outra opção é criar a solução de continuidade em um lado e rebater um flap do palato sobre a fenda e sutura. O animal é intubado por traqueostomia. As suturas são bem tensionadas. 
A adquirida é devido a traumas, fraturas e doenças periodontais, não ocluir sobre lesões infeccionadas. 
Fratura de mandíbula:
Ocorre por traumas, projetos balísticos, por doença periodontal avançada, devido a reabsorção óssea, podendo ser espontânea ou induzida, e também por neoplasias. É contaminada, precisa de ATB, é preciso corrigir a oclusão, evitar lesões em tecidos adjacentes e preservar os dentes possíveis. Em fraturas simples alinhadas podem ser corrigida com focinheira. O fio de aço em 8 ancorado nos dentes, coberto ou não com acrílico, sendo interdentário ou intrafragmentos. 
Neoplasias:
Conceitos:
É importante fazer anamnese e resenha, porque algumas raças e colorações são mais predispostas a certos tumores. Na anamnese, importa o grau de crescimento do tumor, o exame clínico é importante, porque pode haver metástase ou serem internos. Isso aumenta o sucesso terapêutico, lembrar da epidemiologia do tumor. Usar exames auxiliares de acordo com o tipo de tumor, pode usar raio-x (procurando metástase e acompanhamento), ultrassom (nódulos e tumores abdominais), tomografia e biopsias (muito importante para determinar o tratamento). As metástases ocorrem primeiro nos linfonodos regionais e depois se propagam. 
Sempre saber o tipo de tumor, que é indicada pela histopatologia. A biópsia pode ser para diagnóstico ou curativo, podem ser feitas por imprinting (TVT e ulcerados), punção aspirativa por agulha fina (aspirar nas laterais do tumor, indica células tumorais, é mais conclusivo em tumores mais diferenciados - benigno), punch (corte circular de 2-6 mm, usado em pele e precisa de uma margem para diferenciar), biópsia incisional (pega um fragmento do tumor, pode ser feito sem sedação em tumores pedunculados, em tumores inseridos é necessário sedar o animal), a biópsia excisional é a exérese do tumor e manda para patologia, precisa de margem de segurança, feito em tumores de mama sem metástase. A endoscopia e laparoscopia também podem ser usadas, bem como a celiotomia exploratória. 
A cirurgia é o tratamento de eleição, exceto em TVT e linfoma. A cirurgia pode ser diagnóstica (biópsia), curativa e paliativa (melhora condição de vida do animal, tumores ulcerados). É preciso saber o tipo de tumor, tamanho, estágio, indicação e efeitos da cirurgia, a primeira cirurgia deve ser a mais eficaz possível. A margem de segurança é de 2-3 cm lateralmente e profundamente, mas depende da vascularização, inserção, encapsulamento e agressividade.
Sempre orientar o proprietário a respeito do pós operatório. Alguns tumores têm envolvimento dos linfonodos regionais, retirar somente se houver cél neoplásicas.
As complicações podem ser metástase e recidivas, devido a imunossupressão anestésica. Pode haver infecções, deiscência de suturas, mastocitomas liberam heparina podendo causar hemorragia.
A quimioterapia é para diminuir a quantidade de cél tumorais, a terapia eficaz é proporcional a taxa de proliferação, só é realizada após a identificação do tumor, o animal deve ser acompanhado com exames completos periodicamente e o animal pode ter efeitos colaterais que podem suspender a quimio, tratar e depois retomar. É feito a poliquimio, associando fármacos e aumentando êxito e diminui toxicidade. É feita a remissão (diminui o tumor) e depois a manutenção. A citorredução é feito em tumores sem margem de segurança, é aplicado dentro do tumor, reduzindo seu tamanho e permitindo a cirurgia. Os fármacos são tóxicos e geram reações adversas nos animais, ter cuidado a manipulação. 
A radioterapia é pouco usada, necessita estrutura, causa morte celular da neoplasia e de cél adjacentes, é necessário proteger os outros locais. Pode aliviar a dor e retardar as metástases. 
A criocirurgia tem restrições para os tumores, induz morte celular pelo frio, direto (em cima do tumor, rompe membrana celular) ou por colapso vascular (interrompe a irrigação). Mais usada em pálpebras e tumores de pele. Forma uma ferida e cicatriza por segunda intenção. Feita em sistema aberto ou fechado. É um método rápido, não necessita sedar, não há hemorragias, baixo custo e acessibilidade. O investimento inicial é alto, evaporação do criógeno, necrose local, hemorragia e exsudação na cicatrização e despigmentação local.
Mastocitoma:
Tumor mais comum na clínica de pequenos, proliferação neoplásica de mastócito, com etiologia desconhecida, pode afetar diversos tecidos, mas, normalmente, ocorre em pele e subcutâneo e quando chega a ser sistêmico, tem um comportamento diferente. Comum em animais velhos, exceto no Sharpey e boxer, primeira neoplasia no cão e segunda na gata. A origem é suspeita em inflamações crônicas, ocorre uma alteração recep do mastócito (o recep é chamado de sequite, que se liga no fator de cél tronco e essa ligação faz a cél funcionar corretamente. No tumor, ocorre mutação do sequite causando proliferação excessiva das células).
O mastócito libera heparina, histamina, ativador de plaquetas e outros, depende do grânulo formado no tumor, quanto mais diferenciado libera heparina e indiferenciados libera histamina. A histamina causa vasodilatação, podendo ocorrer choque hipovolêmico em casos graves (cuidado ao manipular o tumor para não liberar os fatores do mastócito), a liberação dos fatores pode levar a hipotensão, ou diarréia, melena (aguda ou depois). 
A estimulação dos recep H2 aumentando a produção de HCl,diminuição da gastrina, alt da vascularização da submucosa (diminui proteção), levando até a ulceração gástrica e duodenal. Em alguns casos, tem liberação de heparina que alt a coagulação, animal pode ter hemorragia no trans e pós operatório. A cicatrização desses animais é mais lenta, devido ao retardo no remodelamento do fibroblasto pela presença de enzimas proteolíticas. É comum ter deiscência de sutura. 
São tumores bem agressivos, principalmente em boca, escroto e região inguinal. Em cães, é mais comum em tronco e membros. Os tumores circunscritos e isolados, de crescimento lento têm prognóstico melhor. As metástases são em linfonodos regionais, mas também em baço, fígado e medula óssea. 
O mastocitoma é dividido em 3 graus, sendo o 1 bem diferenciado e o 3 pouco diferenciado. Isso determina o tratamento (cirurgia e quimioterapia) e prognóstico. Sempre tratar as úlceras gástricas para melhorar condição de vida. O animal pode ter hematêmese, melena e diarréia, angioedema. Realizar ultrassom e raio-x, e exames laboratoriais.
Carcinoma de células escamosas:
Comum em gatos, origem nos ceratinócitos, ocorre bastante em face, é mais comum em animais despigmentados, mas pode ocorrer de maneira grave em animais escuros. Tem caráter ulcerativo, parecem feridas mas nunca cicatrizam, as vezes tem lesões pequenas e hiperêmicas, chamadas de pré-actínicas, que tem potencial neoplásico. Em cães, é comum no tronco ventral e membros. Em gatos, é comum em orelhas e narinas, base da língua e frênulo. Raramente gera metástase, mas as cirurgias são bem agressivas (amputação).
A cirurgia é o tratamento de eleição, porém pacientes muito debilitados não são indicados. Sempre tem que diferenciar de outros tumores, como osteossarcoma, odontológicos, tumores de mama e outros. 
Tumor de mama:
Bastante comum, a castração precoce diminui a incidência do tumor, é comum gerar metástase para linfonodos regionais, pulmão e fígado, possui uma grande diversidade de células, podendo ter cél benignas e malignas em um mesmo animal. A cadela tem 5 pares de glândulas mamárias e a gata tem 4. A mama sofre alteração no ciclo estral, nesse período, o tumor pode crescer ainda mais, o indicado é castrar a fêmea antes do primeiro cio. 
As glândulas torácicas e abdominais craniais são drenadas pelo linfonodo axilar e as glândulas abdominais caudais e inguinais são drenadas pelos linfonodos inguinais. Antigamente, fazia a mastectomia em blocos, porém há grandes chances de recidivas. Hoje em dia, se retira toda a cadeia mamária unilateral. 
Principal tumor em fêmeas, a incidência não é muito influenciadas pela raça, porém é mais comum em raças pequenas. Os tumores podem ser malignos ou benignos em um mesmo animal. A etiologia hormonal é a mais evidente. Macroscopicamente, são mais evidentes nas glândulas mais caudais, pois são as mais desenvolvidas e com maior tecido adiposo. Tumores maiores são mais agressivos (diminuem a sobrevida do animal). Diferenciar de hiperplasia mamária.
Os aspectos clínicos são simples, os nódulos podem ser únicos ou múltiplos, nunca operar sem fazer raio-x de tórax, o animal pode claudicar, devido a metástase óssea. 
O carcinoma inflamatório são placas no abdômen, sendo confundidos com CCE, tem uma reação inflamatória muito acentuada, não é operável, só melhora a condição de vida do animal.
A mastite também é um diagnóstico diferencial, coletar a secreção e enviar para a análise.
O prognóstico costuma ser bom, exceto em gatas. As vezes, é preciso fazer uma nodulectomia em tumores ulcerados, mesmo com metástase, para melhorar a condição de vida do animal. 
A mastectomia total bilateral, pode ser feito em momentos separados, devido a tensão e maior tempo cirúrgico. 
A OSH deve ser feita anterior a mastectomia para que não haja risco de transposição celular.
A quimioterapia pode ser feita para diminuir o tamanho dos tumores e melhorar a cirurgia.
É feita a walking suture para evitar o seroma e diminui edema no pós operatório.