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Direito Administrativo I - Matéria Completa.docx

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Direito Administrativo I
Professora: Márcia 
Email: 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA
		Governo é o ente político que exerce suas funções de forma discricionária. Em regra, há restrições ao controle judicial sobre seus atos, ressalvada a hipótese de ofensa a Constituição.
		A Administração Pública exerce sua função de forma hierárquica e seus atos são vinculados a lei. A Administração Pública violando ou contrariando as normas e princípios constitucionais vicia o ato, tornando-o passível de revisão pela própria Administração pelo Princípio da Autotutela ou através do controle judicial.
Observações: 
O Congresso Nacional é quem fiscaliza o Executivo (art. 49, X e art. 70 – CRFB);
Os atos do governo não contêm controle judicial;
Não há que se falar em indenização nos casos de legalização.
Súmula do STF:
Súmula 346 – A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos (ilegais, irregulares, viciados). O Poder Judiciário só pode anular atos administrativos.
Súmula 473 – A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
		A Administração Direta corresponde a prestação dos serviços diretamente pelo próprio Estado e seus órgãos. Na lição do saudoso Hely Lopes, órgãos públicos “são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.”
		Administração Indireta é o serviço prestado por pessoa jurídica criada pelo poder público para exercer tal atividade.
		Assim quando a União, Estados membros, Distrito Federal e Municípios prestam serviços públicos por seus próprios meios diz-se que há atuação da Administração direta. Se cria autarquias, fundações, sociedades de economia mista ou empresas públicas e lhes repassa serviços públicos haverá Administração indireta.
		Entretanto, segundo o inciso XIX, do art. 37 da CRFB, alterado pela EC 19/98, somente compõem a Administração Pública Indireta as autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas e nenhuma outra entidade, valendo essa regra para todos os entes da Federação.
		No âmbito federal essa enumeração já era vista no Decreto Lei nº 200/67, que foi recepcionado pela CRFB. Lembrar que essas 4 fazem parte da Administração Indireta.
		Chama-se centralizada a atividade exercida diretamente pelos entes estatais, ou seja, pela Administração Direta.
		Descentralizada, por sua vez, é a atividade delegada (por contrato) ou outorgada (por lei) para as entidades da Administração Indireta.
		O termo Administração Pública possui dois sentidos: objetivo e subjetivo.
		No sentido objetivo a Administração Pública significa atividade administrativa exercida pelo Estado, por meio de seus órgãos públicos e agentes.
		No sentido subjetivo significa funções administrativas exercidas pelos três Poderes de forma atípica.
		No aspecto funcional a Administração Pública significa um conjunto de atividades do Estado que auxiliam as instituições políticas no exercício das funções de governo.
		No aspecto organizacional a Administração Pública significa um conjunto de órgãos e entidades que produzem bens e serviços de utilidade pública.
Administração Pública Direta e Centralizada
		É o conjunto de entes federativos (União, Estado, DF e Municípios) que, de acordo com a divisão de competências e titularidades definidos na CRFB, poderão de forma direta e centralizada prestar o serviço público.
Divisão de Titularidade
		Art. 21 – União.
		Art. 25 – Estados.
		Art. 30 – Municípios.
Observação: centralização é quando o próprio titular presta o serviço.
Descentralização
		É o princípio fundamental da Administração Pública. É a transferência dos serviços públicos feita pelo titular, materializado pela outorga legal ou delegação negocial e fundamentada no P da eficiência administrativa.
Outorga Legal
		É a criação, por lei, de nova entidade que passará a ser a executora de serviço, por sua conta e risco.
		São entidades autônomas, com personalidade jurídica, patrimônio e receita de pessoal próprias.		Neste ato a Administração Pública cria a Administração Pública Indireta, cujo rol é composto pelas autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas (art. 37, XIX, CRFB).
Delegação Negocial
		É a transferência de serviços públicos formalizada por um contrato administrativo, prescindindo de licitação na modalidade concorrência a pessoa física, jurídica ou consórcio de empresas, por sua conta e risco e remunerado pelo sistema de tarifas pago pelos usuários. Exemplo: concessionárias e permissionárias de serviço público, conforme Lei 8987/95.
Observação: a responsabilidade civil do Estado é subsidiária. 		
DESCONCENTRAÇÃO
		Desconcentração é a diluição de competências realizada dentro do mesmo organismo. De acordo com o art. 1º, § 2º, I, Lei 9784/99, órgão público é uma unidade de competências que faz parte de um ente federativo. 
TEORIA do ÓRGÃO ou TEORIA da IMPUTAÇÃO
		De acordo com tal teoria, a vontade manifestada pelos órgãos públicos e seus agentes são de responsabilidade do ente federativo ao qual este pertença. Trata-se da responsabilidade civil objetiva, que tem fundamento na teoria do risco administrativo, com base no art. 37, §6º da CRFB, que dispensa a prova de culpa bastando apenas três elementos para caracterizar a responsabilidade do ente federativo: conduta estatal – dano – nexo de causalidade, entre o dano e a conduta.
Características
Não tem personalidade jurídica, o órgão público é ente despersonalizado;
Não tem patrimônio;
Não tem capacidade postulatória e nem capacidade processual;
Observação: os órgãos públicos de status constitucional, com competências claramente definidas pelo legislador podem, excepcionalmente, estar em juízo como autor ou réu no processo somente para defesas de suas titularidades e competências constitucionais.
CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DE ÓRGÃOS
		De acordo com o P da Reserva Legal, somente por lei de iniciativa do Chefe do Executivo, poderá ser criado/extinto órgão público. Pelo P da Simetria Constitucional, todos os chefes do Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) podem elaborar projeto de lei, já que é de sua competência a organização e o funcionamento da administração pública. Tal projeto deve prever fonte de custeio para suportar o novo gasto público, na forma do art. 167, CRFB.
Observação: o art. 2º da CRFB prevê a separação entre os poderes. Contudo, em relação a independência e a harmonia, surge a teoria dos freios e contrapesos, no sentido de que se houver norma disciplinando o controle um poder tem a função de frear e contrapesar o outro.
Princípios da Administração Pública expressos na Constituição Federal – Art. 37, CRFB.
P da Legalidade.
P da Impessoalidade.
P da Moralidade.
P da Publicidade.
P Eficiência.
P da Legalidade.
		
		A Administração Pública tem o poder dever de agir em conformidade com a lei, uma vez que a legalidade impulsiona e direciona a atuação da Adm. Pública.
		A discricionariedade administrativa é uma margem de liberdade oferecida pelo legislador para que a autoridade faça suas opções políticas. Os elementos nucleares do ato discricionário são a conveniência e a oportunidade. A discricionariedade não pode ser contra a lei (contra legis).
		“Reformatio in Pejus”: em regra, o § único do art. 65 da Lei 9784/99 e § único do art. 182 da Lei 8112/90 vedam o reformatio in pejus para piorar a situação do recorrente.
		Contudo, no restabelecimento da legalidade e para amoldar a penalidade àquela prevista em lei, quando o Legislador disciplinar de forma objetiva a penalidade a ser aplicada, as autoridades administrativas ao rever um processo têm amplos poderes revisionais,sendo permitido o agravamento da sanção aplicada.
P da Impessoalidade.
		Os atos administrativos devem objetivar o interesse público, sendo vedada a utilização da máquina administrativa para promoção pessoal e vedando-se, por via de consequência, o ato que favorece um em detrimento da coletividade.
		A impessoalidade sintetiza o princípio da igualdade ou isonomia. Vale lembrar que a administração pode privilegiar a isonomia material.
		
P da Moralidade.
		Impõe ao administrador o respeito as normas, a ética e a moral das instituições. Assim, na prática de atos discricionários, não basta apenas a verificação da conveniência e/ou oportunidade, mas, também, a distinção do que é honesto e desonesto.
		Um bom administrador deve agir com lealdade, boa-fé, probidade e ética. A violação a esse princípio pode ser repelida pela Ação Popular, de acordo com a Lei 4717/65 e o art. 5º, LXXIII da CRFB.
P da Publicidade.
		O ato administrativo deve preencher alguns requisitos essenciais de validade, dentre eles a forma. É nulo e de nenhum efeito o ato verbal. Os atos devem ser por escrito, solenes e publicados no Diário Oficial. O STF entende ser nulo e não alcançar a publicidade o ato apenas veiculado na mídia. Contudo, nas prefeituras que não tenham criado a imprensa oficial, a publicidade será alcançada com o documento afixado na entrada principal da prefeitura no prazo legal.	
		Outros instrumentos para alcançar a publicidade são as certidões, o direito de petição e o mandado de segurança.
P da Eficiência.
		Esse princípio foi introduzido pela EC 19/98 e sintetiza a ideia de que a administração deve gerir a coisa pública de uma forma moderna, observando a economicidade, ou seja, menos custos e mais resultados e, ainda, a perfeição, cortesia e o rendimento funcional.
PRINCÍPIOS RECONHECIDOS
Supremacia do interesse Público sobre o interesse Privado
		Para o exercício da função administrativa, o Estado goza de prerrogativas, ou seja, do poder de império do Estado, de mando e de comando da coisa pública. Assim, quando houver colisão entre o interesse público e o privado, o interesse público deve prevalecer. Exemplos: desapropriação, interdição de obras, fiscalização de atividades, dentre outras.
		
Indisponibilidade
		A responsabilidade administrativa do Estado consiste no dever jurídico de prestar informações, contas, corrigir irregularidades e imperfeições na sua atuação e, ainda, punir o servidor que no exercício de suas funções descumprir seu estatuto funcional. A autoridade administrativa atua em nome de toda a sociedade, sendo vedado utilizar o cargo público para alcançar fim proibido em lei.
		
Princípio da Autotutela
		Prerrogativa da Administração Pública em rever seus próprios atos.
		A Administração Pública deve rever seus próprios atos, em razão de ilegalidade e, ainda, poderá revoga-los através de juízo de valoração, utilizando os critérios de conveniência ou oportunidade. A autoridade administrativa, ao rever o processo, tem amplos poderes revisionais, podendo confirmar, modificar, anular ou revogar total ou parcialmente a decisão anterior, conforme art. 64 da Lei 9784/99 (súmulas 346 e 473 STF).
Anulação: ato ilegal, imoral, abusivo – possui efeitos ex-tunc, ou seja, retroativos.
Revogação: ato válido, perfeito, legal – possui efeitos ex-nunc.
		O Poder Judiciário somente pode anular atos da Administração Pública e não pode revogar tais atos. A revogação é ato privativo da Administração Pública.
		O prazo de prescrição de ato administrativo, via de regra, é de 5 anos.
		
Princípio da Segurança Jurídica
		A prescrição administrativa, em regra, é de 5 anos (art. 1º, Dec. 20910/32; art. 54 da Lei 9784/99 e art. 1º da Lei 9873/99).
		Justifica-se o instituto da prescrição administrativa para o fim de estabilizar as relações entre a Administração Pública e o administrado e entre a Administração e seus servidores, consubstanciado o princípio da segurança jurídica.
Princípio da Motivação
		Os atos administrativos devem ser motivados com a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos que autorizaram a decisão administrativa, conforme art. 50 e §§ da Lei 9784/99. Pela Teoria dos Motivos Determinantes a Administração Pública deve motivar seus atos pautando-se pela verdade. Se por um lado a Administração goza da discricionariedade administrativa, por outro ela tem a obrigação de justificar à sociedade vinculada a uma verdade fática, sob pena de nulidade do ato. Por força da Teoria dos Motivos Determinantes a decisão da Administração a vincula com o administrado.
Princípio da Continuidade e permanência dos Servidores Públicos
		
		Em tese, cabe a autoridade administrativa, no uso de suas prerrogativas, fazer opções políticas e implantar os serviços públicos: trata-se do chamado mérito administrativo. Contudo, se o serviço já tiver sido implantado, o cidadão tem o direito subjetivo a sua obtenção, podendo se socorrer ao Poder Judiciário, por meio de ação própria, no sentido de obtê-lo.
		1º) Corrente Legalista (art. 6º, §3º, II, Lei 8987/95) – o serviço pode ser interrompido em razão de inadimplemento sem ofensa a continuidade, bastando apenas o prévio aviso.
		2º) Corrente Humanista - se o usuário provar que vive em situação de miserabilidade e depende do serviço para mantença de sua vida, o serviço deverá ser restabelecido com fundamento no princípio da dignidade da pessoa humana.
USO E ABUSO DE PODER
		Os poderes administrativos são instrumentos de ação do Estado que autorizam a autoridade administrativa a agir independentemente da vontade do particular. O administrador tem o poder-dever de agir para alcançar o interesse público. O abuso de poder constitui uma ilegalidade que gera a nulidade do ato administrativo. Nem toda ilegalidade é considerada abuso de poder, mas todo abuso de poder é uma ilegalidade que gera diversas consequências para aquele que o pratica.
	Gênero
	Espécies
	Abuso de poder
	Excesso de Poder
	
	Desvio de Poder ou Desvio de Finalidade
	
	Omissão Administrativa
Excesso de Poder
		A autoridade administrativa está no uso de suas atribuições, no exercício do cargo, mas vai além do que a lei determina, ou seja, excede a norma legal.
Desvio de Poder ou Desvio de Finalidade
		O servidor está no uso de suas atribuições, conduto utiliza o cargo público para praticar ato visando fim proibido em lei ou diverso da regra de sua competência. O desvio de poder constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública e, de acordo com o art. 132, IV, da Lei 8112/90, gera a perda do cargo (violação ideológica a lei).
Omissão Administrativa
		A inércia do Estado em cumprir ou deixar de cumprir, em maior ou menor grau, os ditames constitucionais constituem omissão administrativa passível de responsabilização do Estado se houver danos ao particular. 
		Os tribunais defendem que deve ser relativizada a discricionariedade administrativa e prestigiados os deveres expressos na Constituição. Assim, é admitida a judicialização de políticas públicas no sentido de o Poder Judiciário implementar serviços de interesse da população.
Consequências para o agente que comete abuso de poder no exercício de suas funções serão aplicadas de acordo com a gravidade do abuso cometido. Assim, o abuso poderá gerar consequências penais civis e administrativas.
Responsabilidade Penal – sempre que o ilícito praticado pelo servidor for tipificado como crime, cópia do processo administrativo deve ser encaminhada ao Ministério Público para que esse promova a ação penal cabível. De acordo com o art. 61 - CP, é considerado crime o abuso de poder. De acordo com o art. 19, da Lei 8429/92 – Lei de Improbidade Administrativa, o crime de improbidade administrativa gera pena de detenção ao servidor público; de acordo com o art. 83, da Lei 8666/93 – Lei de Licitações, o servidor que fraudar o procedimento licitatório poderá sofrer pena de detenção.De acordo com o art. 6º, §3º, da Lei 4898/65, o agente que comete abuso de poder, de acordo com a gravidade, sofrerá pena de detenção. 
Responsabilidade Civil (patrimonial) – o servidor, no exercício de suas funções, que cometer abuso de poder e causar prejuízo a Administração ou a terceiro, por ato comissivo ou omissivo, doloso ou culposo, deverá ressarcir integralmente o dano causado. O Estado tem o dever jurídico de promover ação regressiva em face do servidor. O prazo para promover essa ação é a qualquer tempo, ou seja, é imprescritível (art. 37, §5º - CRFB). A obrigação de ressarcimento estende-se aos herdeiros, conforme art. 122 da Lei 8112/90 – Estatuto do Servidor.
		A responsabilidade do servidor é subjetiva, ou seja, depende de prova de culpa.
Responsabilidade Administrativa
		A autoridade administrativa que tiver ciência de qualquer irregularidade no serviço público tem a obrigação de apurar e aplicar a penalidade prevista em lei. Os instrumentos de punição são: PAD (Processo Administrativo Disciplinar) e a sindicância. 
Os deveres do servidor estão disciplinados no art. 116, o que lhe é proibido no art. 117 e as penalidades para aquele que comete infração disciplinar estão no art. 127, todos da Lei 8112/90.
Somente o desvio de poder constitui ato de improbidade administrativa e gerará demissão do servidor público.
A representação é uma espécie de denúncia contra irregularidade ou abuso de poder, feito na via administrativa. A denúncia deve ser oferecida por escrito e conter nome e endereço do denunciante.
A denúncia pode ser feita por qualquer pessoa, mesmo que não seja parte interessada. Contudo, o signatário da denúncia poderá ser responsabilizado, civil e criminalmente, pela falsidade de suas informações, conforme art. 144 da Lei 8112/90 c/c art. 14, §1º, da Lei 8429/92 e art. 2º, da Lei 4898/65.
Poderes Administrativos
Os poderes administrativos são instrumentos de ação do Estado que autorizam os atos praticados pelo poder público no exercício da função Administrativa.
Poderes:
	
Poder Discricionário;
Poder Vinculado;
Poder Regulamentar;
Poder Hierárquico;
Poder de Polícia.
Poder Discricionário
		É a liberdade de atuação dos agentes públicos quando houver margem dada pelo próprio legislador, ou seja, opções políticas.
		A discricionariedade não pode ser “contra legis”.
Poder Vinculado
		É o poder dever do Estado de agir em conformidade com a lei. Administrar é aplicar a lei.
Poder Regulamentar
		É a prerrogativa do Executivo de editar atos gerais para explicar leis já existentes. De acordo com o art. 84, IV, CRFB, é competência privativa do chefe do Executivo de editar decretos e regulamentos para a fiel execução das leis.
		O poder regulamentar, ou normativo, do executivo é limitado e secundário, ou seja, depende de norma preexistente. Se o Executivo, no exercício da sua função normativa, exorbitar de suas faculdades cabe ao Congresso Nacional sustar os efeitos do regulamento. O STF já decidiu que o poder de sustação exercido pelo Poder Legislativo não é poder modificativo, assim não cabe ao Congresso anular, revogar ou modificar o ato, mas, tão somente, sustá-lo.
		As Agências Reguladoras têm o poder regulamentar sem poder, entretanto, extrapolar em suas funções.
		Ver art. 49, V, CRFB.
		
Poder Hierárquico
		É a prerrogativa do Executivo em ordenar, coordenar, impor ordens de serviço, escalonar funções para órgãos e agentes subordinados.	
		
Poder Disciplinar
		A autoridade administrativa que tiver ciência de qualquer irregularidade no Serviço Público tem a obrigação de instaurar o procedimento para apurar e punir o servidor infrator.
		A sindicância é um procedimento sumário preliminar de investigação, tendente a colher, coletar, juntar provas contra o servidor que cometeu uma infração funcional. Por ser um instrumento inquisitorial não há, durante a investigação, o oferecimento da ampla defesa. Contudo, se esta sindicância resultar na aplicação de qualquer penalidade o servidor deve ser notificado a apresentar sua defesa no prazo de 10 dias.
		A sindicância tem dupla natureza jurídica: investigativa e punitiva, e pode ter como resultado: 
	
Arquivamento, se nada ficar comprovado;
Aplicação de penas leves: multa, advertência, suspensão de até 30 dias;
Instauração do Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
Observação: se o ilícito administrativo cometido pelo servidor ensejar a aplicação de suspensão acima de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou destituição de cargo, o PAD é obrigatório.
Processo Administrativo Disciplinar
		É procedimento ordinário, dividido em três fases: 
 Instauração
 Inquérito administrativo, dividido em 3 partes:
Instrução
Defesa
Relatório
Julgamento.
1. Instauração
		O PAD é instaurado por Portaria da autoridade competente (art. 141, Lei 8112/90), e deverá conter: o nome do servidor, matrícula, a suposta infração cometida e o nome da Comissão Processante, composta por 03 servidores estáveis (art. 149, Lei 8112/90). O presidente da Comissão deverá ter nível funcional e de instrução igual ou superior ao do funcionário que responde.
Observação: nos processos administrativos são admitidas medidas cautelares de afastamento preventivo do Servidor, para que esse não se utilize de seu conhecimento e influência para prejudicar o andamento do processo. O afastamento será de até 60 dias, podendo ser prorrogado por igual período sem prejuízo da remuneração, na forma do art. 147 e parágrafo único.
2. Inquérito Administrativo
	2.1 Instrução
		
		Na instrução, a Comissão realizará a coleta de provas: acareações, depoimentos, oitiva de testemunhas, perícias, ou seja, tudo que for necessário para elucidar os fatos e encontrar a verdade real. O Servidor pode acompanhar pessoalmente ou contratar advogado, contudo, a falta de defesa técnica por advogado não nulifica o processo, na forma da Súmula Vinculante nº 05.
	2.2 Defesa
		Após a instrução a Comissão tipificará a infração cometida e indiciará o Servidor. O Servidor será citado para oferecer sua defesa em um prazo de 10 dias. Se não oferecer a defesa é considerado revel e a revelia reduzida a termo no processo. Contudo, não produz efeitos, uma vez que será restabelecido o prazo de mais 10 dias para que um defensor dativo produza a defesa (art. 164, Lei 8112/90).
2.3 Relatório
		Após a instrução e a defesa a Comissão elaborará um relatório conclusivo e opinativo quanto a inocência ou condenação do Servidor. A Comissão NÃO FAZ o julgamento, apenas emite opinião através do relatório e o encaminha para o julgador (autoridade que instaurou o processo).
3. Julgamento
		Todo o processo é encaminhado a autoridade que o instaurou, para que prolate sua decisão. O relatório não vincula a decisão do julgador, portanto a autoridade deve analisar o conjunto probatório.
Observações do PAD:
As penalidades de advertência e suspensão serão retiradas da ficha funcional do servidor no prazo de 03 anos após a advertência e 05 anos após a suspensão.
O prazo da sindicância é de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, conforme art. 145, p. único.
O prazo do PAD é de 60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias.
O prazo de julgamento é de 20 dias, na forma do art. 167. Contudo, o julgamento fora do prazo legal não constitui nulidade do processo, na forma do art. 169.
Os prazos para prescrição da ação disciplinar são de 05 anos para demissão (cargo efetivo), cassação de aposentadoria e destituição de cargos (cargo em comissão); de 02 anos para suspensão e de 180 dias para advertência.
EXONERAÇÃO não é punição.
Se já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição, a Administração Pública poderá processar o Servidor, contudo não poderá condená-lo.
PODER DE POLÍCIA
		O Poder de Polícia refere-se a fiscalização e não é discricionário, é vinculado.
		Há discricionariedade quanto a margem de fiscalização, mas não há quanto a aplicação de punições por parte doagente do Estado. Ele só poderá aplicar as penas previstas em Lei.
		O Poder de Polícia não pode ser exercido por entidades privadas.
		 
		O Poder de Polícia destina-se a assegurar o bem-estar geral impedindo, através de ordens, proibições e apreensões, o exercício antissocial dos direitos fundamentais, o uso abusivo da propriedade ou a prática de atividades prejudiciais a coletividade. Expressando-se por meio de um conjunto de órgãos ou entidades públicas incumbidas de fiscalizar, frear e deter atividades individuais que se revelem contrárias a saúde, a moradia, ao sossego, a ética urbana, ao exercício de atividades profissionais e a salubridade pública.
		A CRFB, em diversos dispositivos, prevê a possibilidade de o Estado intervir na propriedade que não cumprir sua função social. Nesse sentido o proprietário tem o dever jurídico de usar de forma adequada e racional sua propriedade.
		As limitações administrativas derivam do Poder de Polícia e se exteriorizam sob a tríplice modalidade: obrigar aos proprietários fazer, não fazer ou tolerar, tendo como fundamento a função social da propriedade. A propriedade atende a função social quando cumpre as regras do plano diretor, que é um instrumento básico de expansão e política urbana definido por lei municipal, conforme art. 170, III e art. 182, §2º - CRFB, e art. 39 e 40 - Lei 10257/2001.
Atributos ou características do Poder de Polícia
1º Discricionariedade
		
		No exercício do Poder de Polícia a fiscalização goza de liberdade para atuar nos limites disciplinados pelo legislador. Em regra, o Poder de Polícia é vinculado a lei, contudo a discricionariedade é a margem de liberdade dos agentes públicos no momento de atuar.
2º Autoexecutoriedade
		Este atributo indica que o agente público pode tomar a decisão e executa-la independentemente de ordem judicial.
3º Coercibilidade
		A fiscalização pode fazer uso da força caso seja necessário, podendo pedir auxílio policial.
Polícia Administrativa x Polícia Judiciária
Polícia Administrativa
		É o poder de fiscalização de alguns órgãos públicos que limitam direitos individuais em benefício da coletividade. 
		O fundamento do Poder de Polícia é a supremacia do interesse público sobre o interesse privado e a manutenção da ordem pública.
		O Poder de Polícia Administrativo incide sobre bens, direitos e atividades e pode ser exercido de forma preventiva e repressiva.
Polícia Judiciária
		É exercida por agentes públicos que tem a incumbência de investigar crimes (Polícia Militar, Civil, Rodoviária Federal e Federal). Tal poder incide sobre as pessoas. Tais agentes públicos são auxiliares do Poder Judiciário na elucidação dos crimes.
Observação: No exercício do Poder de Polícia a Administração poderá aplicar sanções em razão de uma infração administrativa e ainda poderá cobrar taxas, de acordo com o art. 145, II – CRFB e art. 77- CTN.
ATO ADMINISTRATIVO
		É a manifestação unilateral do Estado que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos e, ainda, impor obrigações a si e a terceiros.
		Os elementos essenciais de validade do ato administrativo são:
Competência,
Finalidade,
Forma,
Motivo e
Objeto.
Elementos essenciais de validade
Competência
		A competência é oriunda da lei e por ela é limitada. A autoridade competente poderá delegar parte de sua competência, ou avoca-la, se não houver impedimento legal.
		Se a lei não disciplinar a competência, esta será do chefe do Executivo (art. 11 e 12 – Lei 9784/99).
Em regra, a competência vincula o ato. Contudo, se o ato foi expedido por autoridade incompetente e a parte beneficiária é terceiro de boa-fé, o ato poderá ser convalidado	pela própria Administração, conforme art. 55 – Lei 9784/99.
Finalidade
		O ato praticado pelo agente deve prestigiar o interesse público, sendo vedado o desvio de finalidade.
Forma
		Em regra, os atos devem ser solenes, por escrito e conter data, local e assinatura da autoridade (art. 22, Lei 9784/99).	
		É nulo e de nenhum efeito o ato verbal, conforme art. 60 da Lei 8666/93.
			
Motivo
		Conforme o art. 50, da Lei 9784/99, os atos administrativos devem ser motivados com a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos que impulsionaram a decisão administrativa. De acordo com a Teoria dos Motivos Determinantes a motivação deve guardar compatibilidade com a situação fática. Dessa forma, a decisão administrativa deve ter nexo com a verdade e a finalidade pública, sob pena de desvio de finalidade, tornando o ato passível de revisão pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário.
Objeto
		É o resultado prático desejado pela Administração Pública. O objeto é o conteúdo do ato que a Administração se propõe a realizar.
ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS DO ATO ADMINISTRATIVO
1º Imperatividade
		
		A Administração impõe sua vontade, independentemente da vontade do particular. A Administração tem a prerrogativa de utilizar a sua superioridade para atender o bem-estar da coletividade.
2º Presunção de Veracidade / Legalidade / Legitimidade
		Os atos praticados pelos agentes públicos gozam de fé pública, na forma do art. 19, II – CRFB. Contudo, tal presunção não é absoluta e sim relativa, uma vez que admite prova em contrário. Cabe ao particular o ônus probatório.
3º Autoexecutoriedade
		O agente público toma a decisão de acordo com suas prerrogativas e pode executá-la independentemente de ordem judicial.
4º Coercibilidade
		Os agentes públicos podem utilizar da força, caso seja necessário. 
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
. Atos Normativo
. Atos Ordinatório
. Atos Negociais
. Atos Enunciativos
. Atos Punitivos
Atos Normativos
		São aqueles que tem um comando geral do Executivo, de conteúdo normativo. De acordo com o art. 84, IV – CRFB, cabe ao Executivo expedir decretos, regulamentos e instruções normativas para fiel execução das leis (poder secundário e limitado).
Atos Ordinatórios
		São aqueles exercidos por órgãos superiores que impõe comandos a órgãos inferiores. Exemplos: circulares, portarias, ordens de serviço, etc.
Atos Negociais
		São aqueles em que a Administração Pública, a pedido do particular, expede o ato seja ele discricionário ou vinculado, no interesse do administrado e a critério da Administração Pública. Exemplos: autorização, licença e permissão.
Autorização – é ato unilateral, discricionário e precário, no interesse do particular e controlado pela Administração. A precariedade do ato indica a prerrogativa da Administração Pública de revoga-lo a qualquer tempo, sem qualquer direito de indenização pelos eventuais prejuízos decorrentes da revogação (necessário haver motivo).
Licença – é ato vinculado, ou seja, trata-se de direito líquido e certo desde que o interessado reúna todos os requisitos essenciais para a expedição do ato. Portanto, não há que se falar em revogação da licença.
Observação: no caso de licença edilícia, se for editada uma nova lei impondo restrições e limitações ambientais no local, a licença será revogada e o Estado obrigado a indenizar os eventuais prejuízos.
Permissão de uso de Bem Público – é ato unilateral, discricionário e precário, normalmente a título oneroso, a pedido do particular e a critério da Administração. Sob a ótica da transparência e publicidade dos atos administrativos, a escolha do particular deve ser feita por licitação. A revogação não gera qualquer direito a indenização ao particular.
Atos Enunciativos
		São aqueles expedidos por agentes, técnicos, especialistas ou experts, que apenas certificam ou declaram uma situação preexistente. Exemplos: pareceres, laudos, etc.
Atos Punitivos
		São aqueles praticados pelas autoridades em razão de uma infração administrativa. Exemplos: demissão, cassação de aposentadoria, multa, demissão.
FORMAS DE EXTINÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO
Revogação
		O ato será extintoem razão de juízo de valoração, utilizando os critérios de conveniência ou oportunidade. Os efeitos da revogação são prospectivos, ou seja, ex nunc. Utilizado para ato administrativo válido, perfeito e legal.
Anulação
		
		É a forma de extinção em razão de vícios na formação do ato. Os efeitos da anulação são retroativos, ou seja, ex tunc. A anulação pode ser feita pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. Utilizada para anular atos irregulares, abusivos e ilegais.
Cassação
		E a forma de extinção pela qual a parte interessada deixa de cumprir requisitos legais para a manutenção do ato. A cassação é um ato punitivo em razão do descumprimento da norma.
Caducidade (de ato)
		É a forma de extinção em razão da edição de nova lei, com outros requisitos incompatíveis com o ato anteriormente expedido. Assim em razão de novos requisitos legais, o ato anterior caducou, ou seja, perdeu a validade.
Contraposição ou derrubada
		As decisões administrativas fazem coisa julgada e se tornam irretocáveis na via administrativa. Contudo, no Brasil, vigora o sistema de jurisdição una, ou seja, o princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário, previsto no art. 5º, XXXV – CRFB. Assim, apesar das instâncias administrativas, cíveis e penais serem independentes conforme art. 125, da Lei 8112/90, o Poder Judiciário poderá derrubar uma decisão administrativa se houver prazo prescricional (Ler art. 142, Lei 8112/90). 
Matéria AV1
PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
		É o procedimento administrativo formal e vinculado por meio do qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa dentre aquelas interessadas em celebrar contratos administrativos (fonte: art. 22, XXVII e art. 37, XXI da CRFB, Lei 8666/93 e Lei 10520/02.
Finalidade do Procedimento
Garantir a isonomia entre os licitantes (ME e EPP tem tratamento diferenciado – possibilidade de adjudicação com valores até 10% maiores que a proposta mais vantajosa);
Selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública.
Princípios a serem observados
Todos os princípios do art. 37, CRFB;
Vinculação ao instrumento convocatório;
Julgamento objetivo.
Quem está obrigado a licitar?
Administração Pública Direta (União, Estados, DF e Municípios);
Administração Pública Indireta (Autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas);
Fundos Especiais;
Consórcios Públicos;
 Associações Públicas.
O procedimento inicia-se com uma Fase Interna (demanda do órgão e autorização da autoridade competente).
Comissão de Licitação: a comissão é composta de, no mínimo, 03 membros, sendo certo que dois deles devem ser servidores do quadro efetivo.
A comissão poderá ser permanente ou especial.
Os membros da comissão poderão ser responsabilizados solidariamente por todos os atos do procedimento, ressalvados posição individual divergente registrada em ata, conforme art. 6º, XVI c/c art. 51, §3º da Lei 8666/93.
Fases do Procedimento
1ª fase: Edital
		O Edital é o ato convocatório chamado “Lei do Certame”, que deverá definir o objeto da licitação, o prazo de entrega, as condições do contrato, o regime de execução, a modalidade licitatória, o tipo de licitação, as sanções por inadimplemento, os prazos e condições de pagamento, data e local para abertura das propostas e entrega de documentos, dentre outros previstos nos art. 38 a 43 da Lei 8666/93.
		Os avisos e resumos dos editais devem ser publicados com antecedência, de acordo com a modalidade licitatória, na forma do art. 21.
		A Administração poderá fazer aditivos aos editais, contudo deve restabelecer o prazo para os interessados corrigirem suas propostas. As minutas dos editais deverão ser previamente examinadas e aprovadas pela Procuradoria, na forma do art. 38, p. único. Qualquer licitante ou cidadão poderá impugnar irregularidade no Edital, no prazo de até 05 dias úteis antes da data da abertura das propostas, conforme art. 31, §1º.
		
2ª Fase: Habilitação
		É a fase do procedimento em que a Administração verifica a aptidão do licitante para a futura contratação. Na habilitação exigir-se-á dos interessados os documentos relativos a habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômica e financeira e regularidade fiscal e trabalhista, conforme art. 27 a 33 da Lei 8666/93.
		A entrega de documentos não precisa ser por ato público, contudo a abertura dos envelopes deve ser por ato público, devendo-se lavrar ata assinada pelos licitantes e pela Comissão, conforme art. 43, §1º.
		Os documentos previstos em Lei são documentos mínimos; caso seja de interesse da Administração poderão ser solicitados documentos adicionais.
3ª Fase: Julgamento
		No julgamento das propostas a Comissão deve utilizar critérios claros, objetivos, definidos no Edital, sendo vedado qualquer critério sigiloso ou secreto. O julgamento poderá ser formal e material: no julgamento formal a Comissão analisará as propostas de acordo com as regras previstas no Edital; já o julgamento material a Administração verificará a proposta que oferecer o menor preço.
		Se a Administração optar pelo tipo de licitação “melhor técnica e menor preço”, em primeiro lugar serão analisadas as propostas técnicas e estas uma vez classificadas serão analisadas as propostas de preço, conforme art. 46 e §§.
		Se houver empate entre as propostas nas mesmas condições deverão ser prestigiados produtos produzidos no país; serviços prestados por empresas brasileiras; empresas que invistam em pesquisas. Contudo, a Lei prevê tratamento diferenciado e privilegiado a micro e a pequena empresa, na forma do art. 3º, §14 c/c art. 5º-A.
		Por outro lado o art. 44 da LC 123/2006 prevê que, se a pequena empresa oferecer preço com valor 10% superior ao menor preço, ocorrerá empate ficto ou presumido, devendo o contrato ser celebrado com tal empresa.
4ª fase: Homologação
		É a aprovação do certame. Consiste no controle de legalidade do procedimento. A autoridade deverá analisar e conferir todas as fases anteriores e homologar o procedimento.
5ª fase: Adjudicação
		É a atribuição do objeto do certame ao licitante vencedor. Não se confunde com a assinatura do contrato, já que neste ato a autoridade declara o licitante vencedor. De acordo com o art. 50, a Administração não poderá celebrar o contrato preterindo o licitante vencedor.
Desistência do procedimento
		A Administração poderá desistir do certame em qualquer das fases do procedimento, podendo revoga-lo ou anula-lo, em regra sem qualquer direito a indenização.
Revogação
		A autoridade poderá revogar o procedimento em razão de fato superveniente ocorrido após o lançamento do Edital e motivação com as devidas justificativas amoldadas ao interesse público, conforme art. 49.
Anulação
		A autoridade poderá anular o certame por razões de ilegalidade, conforme art. 49, §1º, sem qualquer direito a indenização. No desfazimento do procedimento deve ser oferecida a ampla defesa aos licitantes.
		Se a licitação for anulada quando o contrato já estiver em andamento e a empresa contratada não estiver envolvida na fraude, esta tem o direito de receber as parcelas do contrato que estiverem concluídas.
SERVIÇOS PÚBLICOS
		É toda atividade material que a Lei atribui ao Estado para que execute de forma direta e centralizada ou via delegação de serviços para satisfazer necessidades coletivas sob regime jurídico total ou parcial público.
Fonte – art. 175, CRFB.
Princípios inerentes aos serviços públicos (art. 6º, Lei 8987/95):
- Generalidade: atendimento sem distinção, a toda a população. Não ofende o princípio da generalidade o tratamento direcionado a idosos, mulheres, etc.
- Mutabilidade: a Adm. Pública tem a prerrogativa de alterar a prestação do serviço para prestigiar a sociedade.
- Continuidade e permanência dos serviços: o serviço não pode ser paralisado de forma inadequada.
- Eficiência: celeridade + resultado. Serviço delegado a concessionárias, com menor custoe que atenda aos anseios da sociedade
- Modicidade das tarifas: preços baixos, o menor possível.
Classificação
Serviços Delegáveis – São aqueles que o titular pode prestar diretamente o serviço em razão da competência constitucional ou pode transferir o serviço através da descentralização (Delegação Negocial). Exemplo: telefonia.
Serviços Indelegáveis – São aqueles que somente o titular pode presta-lo. São serviços ligados a segurança e soberania nacional. A legislação não prevê a possibilidade de transferência ao Particular. Exemplo: Diário Oficial, emissão de moedas, justiça, forças armadas (serviços inerentes a soberania nacional).
Serviços Individuais ou Ut Singuli – são aqueles que podem ser mensurados na sua utilização individual. Se o indivíduo cumprir todos os requisitos para obtenção do serviço tem direito subjetivo a exigi-lo para si. E se houver negativa na implantação do Serviço, o cidadão poderá exigi-lo através da via administrativa ou na via judicial. Exemplo: serviço de fornecimento de água potável.
Serviços Coletivos ou Ut Universi – são aqueles que não podem ser individualizados na utilização. A implantação de serviços coletivos é decisão administrativa vinculada ao orçamento público. Trata-se, portanto, de mérito administrativo, ou seja, cabe ao Executivo diante do orçamento oferecer políticas públicas. As políticas públicas são ações governamentais viabilizadas pelo Executivo diante da Lei Orçamentária. Em regra, não cabe ao Poder Judiciário adentrar na discricionariedade administrativa, sob pena de violação ao art. 2º da CRFB. Assim, o cidadão não tem direito subjetivo a obtenção de serviço coletivo.
CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS
Fonte: Lei 8987/95.
Conceito
		É o contrato administrativo feito pelo poder concedente a pessoa jurídica ou consórcio de empresas, precedido de licitação para executar certo serviço público a prazo certo e remunerado pelo sistema de tarifas pagos pelo usuário.
Características do Contrato de Concessão
Poder concedente (art. 2º, I): é o titular de acordo com a divisão de competências dos art. 21,25 e 30 da CRFB.
Procedimento Licitatório – nos contratos de concessão é obrigatória a licitação na modalidade concorrência, conforme art. 14.
Relação contratual – incumbe a concessionária a prestação do serviço. A relação contratual é personalíssima. 
Exceções: 
1ª – Subcontratação: a concessionária poderá contratar empresas terceirizadas para prestar serviços complementares ao serviço concedido. Não se trata de atividade fim e sim atividade meio. A relação entre a concessionária e a empresa terceirizada reger-se-á por normas de direito privado. A escolha da empresa terceirizada não depende de licitação, conforme art. 25, §§ 1º e 2º.
			2ª – Subconcessão: a Concessionária poderá transferir parcela do serviço concedido a outras empresas subconcessionárias. Contudo, depende de autorização do Poder Público e previsão contratual. A escolha da subconcessionária depende de licitação na modalidade concorrência, e o contrato é administrativo regido por normas de direito público.
Transferência total: 
FORMAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO DE CONCESSÃO (Lei 8.987/95)
Advento do Termo contratual
			Com o termo final do contrato todos os bens e direitos vinculados ao contrato serão REVERTIDOS ao Poder Público tendo como fundamento o princípio da Continuidade dos Serviços Públicos, conforme art. 36.
Encampação
			É a extinção por razões de interesse público, o poder concedente retorna a Execução do Serviço.
			A encampação depende de LEI autorizativa (a vontade do Executivo de extinguir o contrato depende de aprovação do Poder Legislativo).
			A empresa tem direito a indenização pelos investimentos realizados NÃO amortizados (NÃO há lucros cessantes), conforme art. 37.
Caducidade
			Se a concessionária descumprir total ou parcialmente cláusulas contratuais, o Poder concedente poderá declarar a caducidade da concessão.
			Antes de declarar a caducidade o Poder Público deve apontar as falhas e transgressões contratuais, concedendo prazo para corrigi-las. Caracterizada a inadimplência a caducidade é declarada por Decreto.
			Com a caducidade a empresa tem direito a indenização que será calculada = investimentos realizados ainda NÃO amortizados, deduzidas as MULTAS e danos causados pela concessionária, conforme art. 38.
Rescisão
			Se o Poder concedente descumprir as OBRIGAÇÕES contratuais e inviabilizar a prestação do serviço a concessionária deverá requerer a RESCISÃO contratual na Justiça, por meio de ação própria. Não pode paralisar o serviço até a Ação transitar em JULGADO, conforme art. 39.
PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS (Lei 8.987/95)
			É o contrato Administrativo pelo qual o Poder Público (Permitente) transfere à particular pessoa física ou pessoa jurídica (permissionário) certo serviço público para que este execute por sua conta e risco. A permissão depende de procedimento licitatório.
			A permissão é formalizada por um Contrato de Adesão que tem natureza precária.
			A precariedade do contrato autoriza o Poder Público a REVOGAR o contrato a qualquer momento. Assim, a permissão é extinta por anulação ou revogação, conforme art. 40.
(Concessão é feita entre o Poder Público e PJ e CE [Consórcio de Empresas]).
PARCERIA PÚBLICO PRIVADA – P.P.P (Lei 11.079/2004)
			É o contrato administrativo de concessão para prestação de serviços públicos. A PPP é uma concessão patrocinada ou administrativa. 
			A concessão patrocinada envolve tarifa cobrada dos usuários e orçamento público, conforme art. 2º, §1º.
			Na concessão administrativa, a Administração é usuária direta ou indiretamente custeada por orçamento público.
			Os contratos de PPP são para obras de infraestrutura e grandes empreendimentos que dependam de significativos investimentos. Nos contratos de PPP o Poder Público poderá oferecer garantias ao parceiro privado para fomentar a parceria, tais como: vinculação a receitas ou criação de fundos especiais, na forma do art. 8º.
			São vedados contratos de PPP com valores inferiores a R$20.000.000,00, bem como contratos inferiores a 5 anos e superiores a 35 anos e, ainda, contratos em que o único objeto seja fornecimento de mão de obra ou instalação de equipamentos.
			A Lei prevê a repartição objetiva dos riscos entre as partes e, ainda, o compartilhamento com a Administração Pública dos ganhos econômicos.
CONSÓRCIOS PÚBLICOS (Lei 11.107/2005)
			É a união de dois ou mais entes federativos na gestão associada de serviços públicos.
Constituição do Consórcio
Os entes federados devem elaborar um protocolo de intenções, indicando a área de atuação;
Publicação do protocolo no Diário Oficial;
Promulgação de lei ratificando o protocolo de intenções em cada ente consorciado;
Celebração de um contrato administrativo, assinado por todos os membros;
Contrato de rateio das despesas entre os consorciados. As despesas assumidas devem ficar consignadas em cada exercício financeiro.
Observações:
A Administração Pública poderá ceder Servidores Públicos para trabalhar em um consórcio. Contudo, os agentes públicos incumbidos da gestão não responderão pessoalmente pelas obrigações assumidas.
A fiscalização contábil, operacional e patrimonial será realizada pelo Tribunal de Contas.
A União somente participará do consórcio se o Estado onde estiverem localizados os municípios também participar.
Os consórcios poderão ter personalidade jurídica de direito público ou privado, que será definida pelos entes consorciados. Se a personalidade for de direito público fará parte da Administração Pública Indireta e terá natureza de associação. Se a personalidade for privada deve observar normas de direito público no que se refere a licitações e contratos, prestação de contas e concurso público.
(PROVA) Os consórcios poderão firmar convênios, contratos e acordos de qualquer natureza, conforme art. 2º, §1, I.
Os consórcios poderão promover desapropriações.Os consórcios poderão outorgar concessão e permissão.
Autarquias		Personalidade Jurídica D. Público
Adm. Pública Indireta 		Fundações		Personalidade Jurídica D. Público
(art.37, XIX, CRFB)
				Sociedade de Economia Mista 		Personalidade Jurídica D. Privado (art. 173, CRFB)
				Empresas Públicas			Personalidade Jurídica D. Privado
				Atividades: Exploração de atividade econômica ou prestação de serviço público com vínculo econômico (lucro).
Aula 01, aula 03.
AV2 
Licitação (revogação e anulação – art. 49 e 59)
Fato do Príncipe e alteração lateral do contrato.
Organização internacional banca licitação. Organização desiste e o governo anula a licitação após a adjudicação.
Requisitos para revogar e anular licitação. Governo deveria revogar, art. 49.
Serviços individuais e serviços coletivos.
Aula 14 - Prova
R.: Em regra a responsabilidade civil das empresas públicas é subjetiva, própria das empresas privadas. Contudo, de acordo com a atividade desenvolvida por força de lei específica a responsabilidade será objetiva. No caso em exame a responsabilidade é subjetiva e depende de prova de culpa.
Objetiva: (a) composição do capital
Aula 15 - Prova
R.: 
a) Não, seus atos ofendem os princípios da moralidade e impessoalidade.
b) Sim, desde que a decisão seja fundamentada no interesse público e situações emergenciais. Trata-se de mérito administrativo, por ser uma decisão discricionária.
c) Em regra, o Judiciário não pode examinar o mérito das decisões discricionárias do Executivo, sob pena de ofensa ao princípio da separação de poderes. Assim, o controle judicial se restringe a legalidade.
Objetiva: (d)
Aula 16 - 
R.: 
a) A concessionária é responsável por todos os danos causados durante a execução do serviço e sua responsabilidade é objetiva, fundamentada na teoria do risco administrativo. O STF já decidiu que tal responsabilidade estende-se aos não usuários do serviço. O Estado não tem responsabilidade primária e nem solidária, mas sim secundária e subsidiária.
Objetiva: (a)

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