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CÓDIGO PENAL - PARTE GERAL ARTIGOS 1 A 30

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CÓDIGO PENAL - ARTIGOS 1 A 30: 
APLICACÃO DA LEI PENAL 
limpo-17fE 	 Estft_Lact 
1 
Ui NOVA AGRAVANTE (a lei posterior que, de qualquer 
modo, cria situação mais rigorosa ou severa para o autor de 
um tipo já existente). Lex gravior ou Novatio legis In Pejus. 
Nestas duas hipóteses, aplica-se a regra geral da não 
Art. 1° - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há 	 retroatividade, decorrente da adoção, pelo Direito Penal, do 
pena sem prévia cominação legal. 	 princípio da reserva legal (artigo 1° do Código Penal), que 
Y. Princípio da legalidade e anterioridade; 	 exige a anterioridade da lei penal incriminadora. 
LEI NOVA PERMISSIVA DESCRIMINANTE ( a lei posterior 
revoga um tipo até então existente, deixando de considerar 
crime tal fato). Abolitio Criminis. 
Art. 2° - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior 	 > W NOVA PERMISSIVA ATENUANTE (a lei posterior atenua, 
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a 	 sem revogar, a situação do agente, diante de um tipo já 
execução e os efeitos penais da sentença condenatória, 	 existente, favorecendo o autor de um tipo). Lex mitior ou 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo 	 Novatio Legis In Mellius. 
favorecer o agente, aplica-se aos tatos anteriores, ainda que 	 > Nestas duas hipóteses, aplica-se a exceção da 
decididos por sentença condenatórla transitada em julgado. 	 retroatividade in mellius, ou retroatividade favorável ou da 
Regra Geral: A Lei Penal Incide sobre fatos ocorridos 	 norma mais benigna. Seria iníquo e inútil punir alguém por fato 
durante a sua vigência (tempus regit actum). 	 que lei posterior deixa de considerar crime (artigo 2°. caput 
Vigência: é a integração da lei ao ordenamento jurídico. 	 c/c CPP - art. 61) ou que, de algum modo, considerou de 
Em regra, corresponde ao período que vai desde sua 	 menor gravidade (artigo 2°, parágrafo único). No caso da 
publicação até sua revo ação por outra lei. Abolitio Criminis extingue-se a punibilidade mesmo depois da 
S. Data da vigência 	 catova 	 legoIs - Ou. 4 	 a ..- par7f-Lie-.-Oirt u rcolsa julgada, desaparecendo todos os efeitos penais, 
A revogação comp ende: a errogação e a ab-rogação, 	 voltando o agente a ser primário (Deve ser declarada de 
que expressam, respectivamente, a revogação parcial e a 	 ofício pelo magistrado) Em ambos os casos, há determinação 
Integral da lei. 	 constitucional (artigo 5°, inciso XL, da Constituição Federal); 
A revogação pode ser: expressa (ocorre a primeira quando 
a lel, expressamente, determina a cessação da vigência da 	 > Conclusão - Retroatividade benéfica: 
norma anterior) ou tácita (quando o novo texto, embora de 	 > Observações: 
forma não expressa, é incompatível com o anterior ou regula 	 > Combinação de leis de tempos diferentes (anterior e 
inteiramente a matéria precedente); 	 posterior) - admite-se a combinação de leis para beneficio do 
Lei posterior - é aquele que entre em vigor após outra; 	 agente; 
Lei intermediária - caso uma lei seja sucedida por outra, e 	 > Pode-se até deixar à critério do acusado a escolha da lei 
esta por outra ainda, para os fins da retroatividade 	 mais benéfica; 
prevalecerá a mais favorável delas, ainda que seja a Segunda 	 > Mesmo no prazo de vacância, pode-se aplicar a lei mais 
e não a última lei; 	 benéfica (Vacatio Legis); Competência de aplicação da lei mais benéfica ao juiz da 
Retroatividade e ultrativIdade da lei Den a I, 	 execução, se a sentença já transitara em julgado, ou, em caso 
contrário, do juiz ou tribunal julgador; 
A função da lei é estabelecer conseqüências jurídicas para 	 > Norma penal em branco - norma complementar uitrativa 
a ocorrência de determinados fatos. Se o Código Penal 	 (tabelas de preços = art 3°) ou abolitio criminis 
afirma, por exemplo: quem matar alguém sofrerá reclusão, de 	 (regulamentação de doenças, substâncias entorpecentes, 
seis a vinte anos, isso significa que, ocorrendo um homicídio 	 etc); 	
- fLi...... era, wiCer--, (fato), seu autor estará sujeito à pena ali fixada. Isso dá ao 	 (..—iti ni‘Jel-o 
Estado o poder de, após submeter o indivíduo a julgamento, 
privá-lo de sua liberdade por 6 a 20 anos. 	 LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA 
Normalmente a lei passa a poder produzir seus efeitos 	 Art. 3° - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o 
somente em relação aos fatos que tenham lugar após sua 	 período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a 
vigência. Mas é possível que uma lei venha a estabelecer 	 determinaram, aplica-se ao tato praticado durante sua 
conseqüências jurídicas para fatos pretéritos — isso se chama 	 vigência. 
retracção (de retro-agir). 	 > Exceção ao princípio da retroatividade benéfica; 
Também é possível que uma lei, mesmo não tendo mais 	 > Leis excepcionais - promulgadas para vigorar em situações 
vigência (revogação), venha a determinar as conseqüências 	 ou condições anormais, com vigência subordinada à duração de um fato ocorrido após deixar de vigorar. Dá-se a tal 	 da anormalidade que a motivou. Não mencionando 
procedimento o nome de ultra-ação. 	 expressamente o prazo de vigência; 
A Constituição Federai estabelece, para a retroação, duas 	 > Leis temporárias - são as que têm tempo de vigência 
regras básicas: 	 definido e trazem preordenada a data da expiração de sua 
as leis não penais podem retroagir, mas respeitando o 	 vigência; 
direito adquirido, a coisa julgada e o ato jurídico perfeito (CF, 	 > Leis autorevoaáveir 
art. 5°, XXXVI)2; 	 > As leis auto revogáveis têm eficácia ultra-ativa (artigo 3°), mas, obedecendo inteiramente ao principio tempus regit 
as leis penais só podem retroagir para benefício do réu, 	 actum, não incidem sobre fatos ocorridos antes da sua 
atingindo, nesse caso, até mesmo a coisa julgada (CF, art. 5°., 	 vigência, ou depois da sua revogação. 
XL). 	 > Seus efeitos permanecem dada a excepcionalidade que justificou a sua elaboração (Ex.: Descumprimento de tabela de 
S. Casos: 	 preços não se apaga com a alteração dos preços - norma 
LE NOVA INCRIMINADORA. (a lei posterior cria um tipo até 	 penal em branco). 
então inexistente no ordenamento jurídico). Novatio legis 	 > Entretanto, se vierem a ser revogadas por outra lei (lei 
incriminadora. 	 posterior), e se a lei revogadora for favorável ao agente, há 
retroatividade in mellius. 
A LEI PENAL NO TEMPO 
S. A ultra-atividade somente prevalece se a lei excepcional 
ou temporária não é sucedida por outra lei favorável. 
TEMPO PO CRIME 
Art. 4° - Considera-se praticado o crime no momento da ação 
ou omissão ainda que outro seja o momento do resultado. 
Importância do tempo do crime - lei vigente no dia do 
crime, imputabilidade do agente, eventual anistia, 
circunstâncias do crime, etc; 
Teorias Acerca do Tempo do Crime (momento da 
ocorrência da infração) 
Teoria d.o atividade - momento da ação ou omissão, isto é, 
da conduta (adotado pelo nosso Código - art. 41; 
Teoriacio resultado - momento da ocorrência do dano ou 
causação do prejuízo pretendido pelo autor; 
Teoria dg ubiaüidade ou mista - o crime é um movimento 
contínuo, desde a conduta até o resultado; portanto, seu 
momento pode ser estabelecido, tanto na realização da 
conduta, quanto na produção do resultado; 
Ex.: se o agente atira na vítima e esta vem a falecer dois 
meses depois no hospital, considera-se praticado o crime no 
momento do tiro; Prática abortiva com expulsão do feto dias 
depois; 
Ex: Um rapaz, dias antes de completar 18 anos, desfere 
golpes na vítima, que vem a falecer dias depois de ele 
completar a maioridade penal. O rapaz não responde por 
homicídio. Em face do que dispõe o art. 27, combinado com a 
disposição do art. 26, caput (presunção absoluta de 
inimputabilidade por desenvolvimento mental incompleto), o 
homicídio foi cometido antes de ele alcançar a maioridade 
penal (tempo da ação - teoria da atividade).Observação: 
crime continuado há uma sucessão circunstancial de 
crimes; 
crime habitual é dado como um crime profissional, que é a 
reiteração ou habitualidade da mesma conduta reprovável, 
ilícita, de forma a constitui um estilo ou hábito de vida. Ex: 
curandelrismo (art. 284, I CP); exercer ilegalmente a medicina 
(art. 282 CP); manter caso de prostituição (art. 229 CP) e 
participar dos lucros da prostituta ou se fazer sustentar por ela 
(art. 230 CP); 
crime permanente, em que há apenas uma violação 
jurídica com resultado que se prolonga no tempo; 
Aplicação da teoria da atividade a várias espécies de 
infrações: 
No crime permanente, em que o momento consumativo 
se alonga no tempo sob a dependência da vontade do 
sujeito ativo, se iniciado sob a eficácia de uma lei e 
prolongado sob outra, aplica-se esta, mesmo que mais severa. 
O fundamento de tal solução está em que a cada instante da 
permanência ocorre a intenção de o agente continuar a 
prática delituosa. Assim, é irrelevante tenha a conduta seu 
Início sob o império da lei antiga, ou esta não incriminasse o 
fato, pois o dolo ocorre durante a eficácia da lei nova: 
presente está a intenção de o agente infringir a nova norma 
durante a vigência de seu comando (o mesmo se diga do 
crime habitual). 
Quanto ao crime continuado, podem ocorrer três 
hipóteses: 
a) o agente praticou a série de crimes sob o império de 
duas leis, sendo mais grave a posterior: aplica-se a lei nova, 
tendo em vista que o delinqüente já estava advertido da 
maior gravidade da sanctio juris, caso "continuasse a conduta 
delituosa; 
b) se se cuida de novatio legis incriminadora, constituem 
indiferente penal os fatos praticados antes de sua entrada em 
2 
vigor. O agente responde pelos fatos cometidos sob a sua 
vigência a titulo de crime continuado, se presentes os seus 
requisitos; 
c) se se trata de novatio leais supressiva de incriminação, a 
lei nova retroage, alcançando os fatos ocorridos antes de sua 
vigência. Quanto aos fatores posteriores, de aplicar-se o 
princípio de reserva legal. 
Nos crimes de estado, como o de bigamia (CP, art. 235), o 
tempus delicti é aquele em que surge esse estado. 
No concurso de crimes cometidos parle sob a lei antiga e 
parte sob a nova, aplica-se a norma que determina o princípio 
da exasperação (deve ser aplicada a pena do delito mais 
grave, entre os concorrentes, aumentada a sanção de certa 
quantidade em decorrência dos demais crimes) e não a que 
prescreve a acumulação material de penas. 
Observações - crimes permanentes, habituais e 
continuados; 
Observação: CONCURSO APARENTE DE NORMAS: 
São dois os pressupostos da concorrência de normas: 
1.unidade de fato; 2.pluralidade de normas identificando o 
mesmo fato como delituoso. 
Inexistindo um deles não há "conflito aparente.de normas". 
Alguns princípios resolvem os conflitos aparentes de 
normas: 
1) princípio da especialidade - o crime específico prefere o 
genérico. Ex.: O tipo do infanticídio contém os elementos da 
figura típica do homicídio e mais alguns rsob a influência do 
estado puerperar, "o próprio filho", "durante o parto ou logo 
após"), que são considerados especializantes. 
2) princípio da subsidiariedade - Há relação de 
primariedade e subsidiariedade entre normas quando 
descrevem graus de violação do mesmo bem jurídico, de 
forma que a infração definida pela subsidiária, de menor 
gravidade que a da principal, é absorvida por esta. Ex: O art. 
132 do CP, após descrever em seu preceito primário o crime 
de "perigo para a vida ou saúde de outrem", impõe no 
preceito secundário a pena de detenção, de três meses a um 
ano, ", se o fato não constitui crime mais grave" / O art. 129, § 
3.o, define o crime de "lesão corporal seguida de morte", com 
a seguinte proposição: "Se resulta morte e as circunstâncias 
evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o 
risco de produzi-lo"; 
3) princípio da consunção - Ocorre a relação consuntiva, 
ou de absorção, quando um fato definido por uma norma 
incriminadora é meio necessário ou normal fase de 
preparação ou execução de outro crime, bem como quando 
constitui conduta anterior ou posterior do agente, cometida 
com a mesma finalidade prática atinente àquele crime. Ex: A 
contravenção é absorvida pelo crime; 
4) principio da alternatividade - Princípio da 
alternatividade: conceito e sua posição no tema Segundo o 
principio da altematividade, a norma penal que prevê vários 
fatos altemativamente, como modalidades de um mesmo 
crime, só é aplicável uma vez, ainda quando os ditos fatos são 
praticados, pelo mesmo sujeito, sucessivamente. Ocorre nos 
crimes de ação múltipla ou conteúdo variado, como a 
participação em suicídio, o comércio clandestino ou 
facilitação de uso de entorpecentes, o escrito ou objeto 
obsceno, a supressão de documentos etc. Assim, se o agente 
Induz, instiga e depois auxilia alguém a suicidar-se, só responde 
por um crime de participação em suicídio (CP art. 122) / 
Aquele que importa, depois tem em depósito e vende 
substância entorpecente, sem autorização legal, só transgride 
uma vez a norma do art. 12 da Lei n. 6368, de 21-10-1976. 
TERRITORIALIDADE 
3 
Art. 5° - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido 
no território nacional. 
Cada país tem suas próprias leis, editadas para serem 
aplicadas no espaço onde ele é soberano. A soberania 
impede que a leis de um Estado seja aplicado em outro; 
Principio da Territorialidade; 
Territorialidade temperada - convenções, tratados e regras 
de direito internacional e art 7°; 
s. 	 Espaço territorial - terrestre, fluvial, marítimo e aéreo; 
§ 1°. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do 
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer 
que se encontrem, bem como as aeronaves e as 
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo 
correspondente ou em alto-mar. 
S. embarcações e aeronaves brasileiras: 
públicas - em guerra ou em serviço militar, ou a serviço 
oficial; 
privadas - mercantes ou de propriedade particular; 
§ 2° - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados 
a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de 
propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no 
território nacional ou em vôo no espaço aéreo 
correspondente, e estas em podo ou mar territorial do Brasil. 
embarcações e aeronaves estrangeiras privadas; 
LUGAR DO CRIME 
Art. 6° - Considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como 
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
Teorias da atividade e resultado e ubiqüidade; 
O CP adotou a ubiqüidade; 
deveria produzir-se o resultado = tentativa; 
aplica-se a lei brasileira ao crime com resultado no Brasil - 
difere da territorialidade; 
Prevenção; 
EXTRATERRITORIALIDADE 
Art. 7° - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: 
I - os crimes: 
contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito 
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa 
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou 
fundação instituída pelo Poder Público; 
contra a administração pública, por quem está a seu 
serviço; 
de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado 
no Brasil; 
Princípio real ou da proteção; 
Extraterritorialidade Incondicionada (inciso I); 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a 
reprimir 
Principio da justiça ou competência universal. Crimes que 
atingem vários países Ex.: pirataria, tráfico de mulheres e de 
drogas, etc;praticados por brasileiro; 
praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, 
mercantes ou de propriedade privada, quando em território 
estrangeiro e aí não sejam julgados. 
Princípio da nacionalidade ativa; 
Extraterritorialidade condicionada (inciso II); 
§ P - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei 
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
§ 2° - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira 
depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
Permanência temporária ou definitiva, á lazer ou trabalho, 
legal ou clandestinamente A saída do agente não prejudica 
o andamento do processo; 
ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei 
brasileira autoriza a extradição; 
Princípio da representação; 
não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí 
cumprido a pena; 
não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro 
motivo, não estar extinta a punlbilidade, segundo a lei mais 
favorável. 
§ 3° - A lel brasileira aplica-se também ao crime cometido por 
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as 
condições previstas no parágrafo anterior 
não foi pedida ou foi negada a extradição; 
houve requisição do Ministro da Justiça. 
Princípio real ou da proteção; 
Observação: 	 É 	 inaplicável 	 o 	 princípio 	 da 
extraterritorialidade nas contravenções. Nos termos do art. 2.o 
da LCP "a lei brasileira só é aplicável à contravenção 
praticada no território nacional". 
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO 
Art. 8° - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena 
Imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela 
é computada, quando Idênticas. 
Regra 'non bis in idem"; 
Exemplo de diversidade qualitativa: Um sujeito, no 
estrangeiro, pratica crime contra a fé pública da União 
(brasileira), incidindo a extraterritorialidade incondicional de 
nossa lei penal (art. 7.o, I, b). É condenado nos dois países (art. 
7.o, § I.o): multa no estrangeiro e reclusão no Brasil. Satisfeita a 
multa no estrangeiro, fica atenuada a pena imposta no Brasil. 
Exemplo de diversidade quantitativa: no caso anterior, o 
sujeito é condenado no estrangeiro a um ano e no Brasil a dois 
anos de reclusão. Cumprida a pena no estrangeiro, o 
condenado terá no Brasil a cumprir um ano de reclusão. 
EFICÁCIA DE SENTENCA ESTRANGEIRA 
Art. 9° - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lel 
brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode 
ser homologada no Brasil para: 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e 
a outros efeitos civis; 
II sujeitá-lo a medida de segurança. 
Parágrafo único - A homologação depende: 
para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte 
interessada; 
paro os outros efeitos, da existência de tratado de 
extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a 
sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da 
Justiça. 
Ti. São limitados os efeitos de sentença penal estrangeira no 
Brasil, pois a execução a pena é ato de soberania. 
Exceção - Incisos I e O; 
 
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Homologação pelo STF; 
1> Ex.: CC, arts. 1183, I a III, e 1595 (revogação da doação e 
indignidade para herdar). 
Observações: 
IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS - As denominadas imunidades 
diplomáticas advêm do Direito Internacional, excluindo os 
Chefes de Estado e representantes dos governos estrangeiros 
da jurisdição criminal dos países onde se encontram 
acreditados. Os representantes diplomáticos não se sujeitam à 
jurisdição criminal do pais onde estão acreditados porque suas 
condutas permanecem sob a eficácia da lei penal do Estado 
a que pertencem. Os funcionários do corpo diplomático 
também gozam dessa imunidade, acontecendo o mesmo 
com os componentes do família do representante. Não se 
estende, porém, aos cônsules, em face de suas funções 
meramente administrativas. De acordo com a teoria da 
extratenitorialidade absoluta, a sede da embaixada é 
considerada território estrangeiro. Nos termos da teoria da 
territorialidade relativa, a embaixada é considerada parte do 
território do País do sujeito ativo do delito. Hoje, entretanto, 
essas doutrinas se encontram superadas. A sede da 
representação não é considerada extensão do território 
estrangeiro. Os lugares em que se exercem os serviços da 
embaixada são invioláveis, não no sentido do princípio da 
extraterritorialidade, mas em função da imunidade dos 
representantes. Assim, cometida uma infração nesses locais, 
por pessoa que não goza do privilégio, o fato fica sujeito à 
jurisdição territorial. 
CHEFES DE GOVERNO - Os soberanos das monarquias 
constitucionais são invioláveis, tendo em vista o cargo que 
exercem. Não respondem pelas infrações por eles cometidas, 
dependendo de preceito constitucional. O mesmo não ocorre 
em relação aos presidentes de repúblicas, que se sujeitam a 
regime criminal especial. Entre nós, o Presidente da República, 
depois que a Câmara dos Deputados declarar procedente a 
acusação pelo voto de dois terços de seus membros, será 
submetido a julgamento perante o STF, nos crimes comuns, ou 
perante o Senado Federal, nos de responsabilidade (Const. 
Federal, art. 86, caput). 
D. IMUNIDADES PARLAMENTARES - Ao lado das imunidades 
diplomáticas, há as parlamentares, que diferem das primeiras 
porque constituem, em parte, causas funcionais de exclusão 
de pena e, em parte, prerrogativa processual, enquanto 
aquelas não excluem o crime e suas conseqüências, apenas 
colocando os seus titulares fora da jurisdição criminal do 
Estado onde estão acreditados, submetendo-os às de seus 
países. 
A imunidade parlamentar pode ser: 
1) material - A imunidade parlamentar material constitui 
causa funcional de isenção de pena. 
2) formal - A imunidade parlamentar formal constitui 
prerrogativas processuais. 
1) Ex.: A, condenado a 20 dias de prisão, é detido às 22h do 
dia 6 de determinado mês: terá cumprido a pena às 24h do 
dia 25. 
EX: No caso de o agente ter sido condenado a três meses 
de detenção, começando a cumprir a pena às 18 h de 4 de 
julho, o prazo terminará às 24 h de 3 de outubro. O dia do 
começo é computado por inteiro, excluído o do vencimento 
da pena. 
Ex: Uma pena de um ano e quatro meses, iniciando o 
condenado o seu cumprimento às 20 h de 3 de janeiro: 
terminará às 24 h de 2 de maio do ano seguinte. 
fRACOES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e 
nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de 
multa, as frações de COMPITO. 
S. Horas ou centavos; 
Ex: se o juiz tiver de aumentar de metade a pena de 15 
dias, o quantum será de 22 dias, e não de 22 dias e 12 h. 
LEGISLACAO ESPECIAL 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos 
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo 
diverso. 
Si Salvo leis especiais - prevalecerão as normas de lei 
especial se diversas do CP; 
Relação de causalidade( Redacâo dada peia Lei n° 7.209, de 
11,7.1984) 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, 
somente é Imputável a quem lhe deu causa. Considera-se 
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria 
ocorrido. (Redação dada Pela Lei n° 7.209. de 11,7.19841 
Teoria adotada: Tudo o que contribui para o resultado é 
causa; para saber se um antecedente foi causa do resultado 
deve-se procurar eliminá-lo, mentalmente, e verificar se o 
resultado, sem ele, teria acontecido. Ex.: o homicídio poderia 
ter como causa a fabricação da arma; 
Adequação com o principio da relevância do nexo causal; 
Superveniência de cousa independente( incluído pela Lei n° 
7,209,de 11.7.19841 
§ 10. A superveniência de causa relativamente independente 
exclui a imputação quando, por si só, produziu o resuHado; os 
fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
(incluído pela Lei n° 7.209. de 11.7.19841 
O surgimento de situação independente ao crime que 
cause o resultado não produz punição; 
Exemplo: uma vitima é agredida por uma pessoa e, no 
caminho ao hospital, a ambulância em que estava colide 
com outro veículo. Se esta morrer em face dos ferimentos da 
colisão não é atribuída a morte ao agressor, porém este 
responde pelas lesões corporais; 
Exemplo: vítima de disparos não acertados morre de 
infarto; 
CONTAGEM DO PRAZO 
Art. 10 - O dia do começo Inclui-se no cômputo do prazo. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário 
COMUM. 
Dia do começo; 
Assim, um prazo que começa no dia 1.o de janeiro e 
termina em 31 de dezembro; 
Não importa se o ano é bissexto; 
Qualquer que seja a fração do primeiro dia, dia do 
começo, é computada como um dia inteiro. Assim, se o réu 
começa a cumprir a pena privativa de liberdade às 15 h, esse 
dia é contado por inteiro, não se levando em conta que, 
realmente, durante ele, ficou encarcerado somente nove 
horas. 
Superveniência da omissão( Incluído pela Lei n° 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 2° - A omissão é penalmente relevante quando o omitente 
(Iti devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir 
incumbe a quem:fincluído pela Lei n°7.20?. de 11.7.19841 
tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
z (Incluído peia Lei n° 7.209, de 11.7.19841 
de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o 
2-resultado; (incluído pela Lei n°7.209. de 11.7.1984) 
2 c) com seu comportamento anterior, criou o risco da 
ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei n° 7.209, de 
11.7.1984 
Chamados crimes comissivos por omissão; 
	
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INTER CRIMINIS E TENTATIVA: 
Na realização do crime há um caminho, um itinerário a 
percorrer entre o momento da idéia da sua realização até 
aquele em que ocorre a consumação. A esse caminho se dá 
nome de inter Criminis, que é composto de uma fase interna 
(cogitação) e de uma fase externa (atos preparatórios, atos 
de execução e consumação); 
A cogitação não é punida. Nem mesmo a cogitação 
externado a terceiros levará a qualquer punição, a não ser 
que constitua, de per si, um fato típico, como ocorre na 
incitação ao crime (art. 286), por exemplo; 
Os atos preparatórios são extemos ao agente, que passa 
da cogitação à ação objetiva, como aquisição da arma para 
pratica de um homicídio, ou a de uma chave falsa para o 
delito de tudo, o estudo do local onde se quer praticar um 
roubo, etc. Também escapam, regra geral, a aplicação da lei 
penal, salvo se já caracterizarem delito; 
Atos de execução (ou atos executórios) são os dirigidos 
diretamente à pratica do crime, "quando o autor se põe em 
relação imediata com a ação típica. Materialmente é quando 
ocorre o ataque ao bem jurídico com verificação de perigo 
ao mesmo. Formalmente é quando inicia-se a realização da 
conduta núcleo do tipo: matar, ofender, subtrair etc; 
O código brasileiro adotou a teoria objetiva (formal) e 
exige que o autor tenha realizado de maneira efetiva uma 
parte da própria conduta típica, penetrando, assim. no 
"núcleo do tipo"; 
Gdc, 1 
5 
A omissão em regra não é ilegal, mas sim se for um dever 
do agente; 
Dois fatores: dever de agir e possibilidade material; 
Dever de agir: do responsável legal (pais, policial, etc), do 
garantidor (enfermeira, guia profissional, etc) ou do criador do 
risco (ex; nadador profissional que convida cidadão que não 
sabe nadar para uma travessia à nado); 
A omissão se torna penalmente relevante quando o 
agente pode agir, sem pôr em risco sua própria vida, pois a lei 
não obriga ninguém a ser herói ou santo; 
Observações à criação do risco: 
A sugere a 8 que atravesse um lago de gelo 
quebradiço. 8, consciente do perigo, acolhe a 
sugestão e vem a morrer. Por ter a vítima se 
autocolocado em situação de perigo, o resultado não 
pode ser objetivamente imputado àquele que formulou 
a sugestão: 
A e B travam um "racha" de motocicletas após 
ingerirem bebidas alcoólicas, mas conscientes dos riscos 
envolvidos. 8, em virtude de erro por ele mesmo 
cometido, acidenta-se e morre; 
A entrega a B heroína para consumo, ambos com a 
consciência dos perigos que envolvem o ato. 8 utiliza a 
substancia e morre: 
Aos participantes de um duelo não se poderiam 
imputar as lesões perpetradas um contra o outro, pois 
ao aceitarem o desafio - ilícito - teriam assumido o risco 
de dano à integridade física e à própria vida; 
Ao proprietário e motorista de veículo de transporte 
alternativo ("perueiro") na cidade de São Paulo não 
seriam imputáveis as lesões sofridas por seus passageiros 
decorrentes de acidente causado justamente pelo 
excesso de passageiros no veículo, uma vez que, 
conscientes dos riscos envolvidos na realização de 
trajetos em tais condições, teriam eles anuído à 
situação perigosa; 
Ao comandante de uma escuna turística que não 
possuísse os necessários coletes salva-vidas, em 
havendo um acidente com o barco, não seriam 
imputáveis as mortes por afogamento dos turistas que, 
conscientes do inexistência dos equipamentos de 
segurança, resolvessem realizar o passeio, embora não 
soubessem nadar; 
Ao empregador não seriam imputáveis as lesões sofridas 
pelo empregado que, ao não receber os 
equipamentos de segurança obrigatórios, opta por 
assim mesmo executar trabalho arriscado 
Art. 14 - Diz-se o crime: fRedação dada Dela Lei n° 7.209. de 
11.7.19841 
Crime consumado (incluído bela Lei n° 7.209, de 11.7.19841 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de 
sua definição legal; (Incluído pela Lei n° 7.209 de 11.7.19841 
Observações: 
Crime instantâneo - a consumação se dá no mesmo 
momento em que a conduta é praticada. Ex.: violação de 
segredo profissional; 
Crime permanente - a consumação se prolonga no tempo 
enquanto perdurar a conduta do agente, o que viabiliza a 
prisão em flagrante a todo tempo. Ex.: sequestro; 
Crime instantâneo de feito permanente - são aqueles cuja 
permanência dos efeitos não depende do agente. Na 
verdade, são crimes instantâneos que se caracterizam pela 
índole duradoura de suas conseqüências. Ex.: homicídio; 
Tentativa (incluído pela Lei n°7.209. de 11.7.1984) 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma 
por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído bela 
Lei n°7.209, de 11.7.1984) 
DOS CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA. ,112W-. 
Crimes unissubsistentes: Já vimos que unissubsistentes são 
os crimes em que o "iter criminis" não é fracionável. São os que 
se aperfeiçoam em um só ato, independentemente de serem 
materiais, formais ou de mera conduta. (exemplo: desacato 
verbal; injuria verbal). 
Crimes preterdoiosos (ou preterintencionais): Aqui, nos 
crimes preterdolosos, o resultado agravador não decorre de 
vontade do agente. Na realidade o resultado não é querido. 
Assim, não há como se tentar o que não se quer. Exemplo: No 
crime de lesão corporal seguida de aborto, o resultado 
agravador - o aborto, não é buscado pelo agente, decorre 
de culpa. Caso fosse querido, o crime seria de aborto (artigo 
125 e 127 do CP). Assim, não é possível falar-se em tentativa de 
lesão corporal seguida de aborto. É o que também sucede 
com a lesão corporal seguida de morte (artigo 129, parágrafo 
3°, do CP). 
Crimes culposos: Nos crimes culposos. por sua vez, o 
resultado não é previsto pelo agente, apesar de previsível. 
Assim, não é possível tentar-se o que se quer é previsto. 
Crimes habituais: Nos crimes habituais a habitualidadeé 
elementar do crime. Não é possível tentar-se o crime habitual. 
Exemplo: Curandeirismo. Não há um iter criminis. Se não 
houver habltualidade (reiteração de conduta) não há crime e, 
se houver, o crime se consumou. 
Crimes omissivos puros (ou próprios): Nos crimes omissivos 
puros, a conduta de abster-se (deixar de fazer o que a lei 
manda) sem a necessidade de qualquer resultado 
naturalístico, faz desses crimes, crimes unissubsistentes, o que. 
por si só, não permite a tentativa. Não há como tentar deixar 
de fazer. 
Contravenções penais: por expressa disposição legal, é 
impunível a tentativo de contravenção. 
Pena de tentatIvafInclufdo pela Lei n° 7.209, de 11.7,19841 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a 
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, 
diminuída de um a dois terços.fincluído Dela Lei n° 7.209, de 
11.7.19841 
Nem todos os crimes admitem a tentativa. Exemplo: 
culposos; omissivos próprios; etc. 
6 
Desistência voluntária e arrependimento eficazfRedacão dada 
pela Lei n°7.209. de 11.7.19841 
Art. 15- O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir 
na execução ou Impede que o resultado se produza, só 
responde pelos atos já praticados. (Redação dada Dela Lei n° 
7.209, de 11.7.1984) 
Desistência voluntária - Há interrupção no processo de 
execução do crime; 
Arrependimento eficaz - Não há interrupção no processo 
de execução do crime, mas sim na ocorrência do resultado; 
Arrependimento posterlorfRedacão dada pela Lei n° 7.209. de 
11.7.19841 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave 
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até 
recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário 
do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
(Redação dada pela Lei n°7.209. dei1.7.1984) 
Reparação pessoal; 
Reparação autorizada - é admissivel o benefício no caso 
de ressarcimento feito por parente ou terceiro, desde que 
autorizado pelo agente, por tratar-se de causa objetiva de 
redução obrigatória da pena, a qual não exige que o ato 
indenizatório seja pessoalmente realizado pelo sujeito; 
Reparação total ou parcial - satisfação da vítima; 
Crime impossível (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 
11.7.1984) 
ArL 17 - Não se pune a tentativa quando, por Ineficácia 
absoluta do melo ou por absoluta impropriedade do objeto, é 
impossível consumar-se o crime.f Redação dada pela Lei n° 
7.209 de 11.7.19841 
DA INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO 
No crime impossível, a consumação já não houve. 
Necessário perquirirmos a eficácia do meio empregado pelo 
agente, para sabermos se houve crime tentado. 
O meio empregado pelo agente, no crime impossível, se 
mostra absolutamente ineficaz, o que leva à absoluta 
impossibilidade de consumação do delito. Se o meio 
empregado não possui capacidade de levar à consumação, 
por mais que se queira, não há que se falar nem mesmo em 
crime tentado. 
A ineficácia, todavia, deve ser absoluta. Caso relativa, há 
crime tentado. 
São meios absolutamente ineficazes: Envenenamento com 
açúcar; disparo de revólver sem munição: a falsidade 
grosseira que não tem capacidade de enganar. 
O meio relativamente ineficaz é aquele que poderia ter 
levado a efeito a consumação do ilícito, apesar de não tê-lo 
feito. É o caso clássico daquele que dispara arma de fogo 
com munição velha. Por estar envelhecida a munição, o 
disparo não se efetivou. Mas, apesar de envelhecida, poderia 
a munição ter levado ao disparo. Assim, relativamente ineficaz 
meio. Responderá o agente por crime tentado. 
São meios relativamente ineficazes: ingestão de abortivo 
com prazo de validade vencido; disparo de revolver com 
munição envelhecida. 
DA ABSOLUTA IMPROPRIEDADE DO OBJETO 
Objeto do ilícito é a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a 
conduta delituosa. 
Não são poucas vezes que o objeto se mostra impróprio 
para o ilícito. A impropriedade deve ser absoluta. Caso 
relativa, há crime tentado. 
Exemplo: João, pretendendo matar Antônio, dispara 
contra ele vários tiros. Antônio, que parecia estar dormindo, na 
realidade já eslava morto em razão de envenenamento. 
No exemplo dado, o objeto é absolutamente impróprio 
para a consumação do crime 
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 
11.7,1984) 
Crime doloso( Incluído pela Lei n°7.20?. de 11.7.1984) 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco 
de produzi-lotincluído pela Lei n°7.209, de 11.7.19841 
Crime culposofIncluido pela Lei n°7.209. de 11.7.19841 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por 
Imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei n° 
7.209, de 11,7.1984) 
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém 
pode ser punido por fato previsto como crime, sendo quando 
pratica dolosamente. (Incluído pela Lei n° 7.209. de 
11.7.1984) 
A conduta, comissiva ou °missiva, pode ser dolosa ou 
culposo. Será dolosa se houver coincidência entre a finalidade 
desejada pelo agente e o resultado alcançado. Haverá 
culpa, em sentido estrito, quando o resultado, embora não 
desejado pelo agente, foi produzido em razão de sua 
imprudência, negligência ou imperícia: 
ImpSia: corresponde à ação positiva, que não 
devia ser praticada ou o é sem os cuidados 
necessário& Por exemplo: dirigir em alta velocidade, 
manusear uma arma de fogo sem descarregá-la etc. 
Negligência: significa desleixo, falta de cuidado. 
corMwando o agente deixa de realizar atos 
necessários a impedir que o resultado lesivo ocorra. Se 
deixa uma arma ao alcance de crianças, se não 
procede à correta manuntenção do automóvel, e 
assim por diante. 
Imperícia, implica descumprimento de regra técnica, 
que pode vir expressa em lei, regulamento, ou 
simplesmente pertencer ao domínio de alguma 
ciência, arte ou profissão. A imperícia normalmente 
vem acompanhada da imprudência ou da 
negligência. Exemplo: o médico que, sem saber 
utilizar o equipamento, dele faz uso, produzindo lesões 
no paciente: ou o motorista profissional que não 
procede à manutenção de seu veículo e por isso 
_ provoca acidente. 
O dolo pode ser direto e indireto. Este, alternativo ou 
eventual. 
Direto: quando o agente deseja o resultado. 
Alternativo: quando há mais de um resultado possível e 
ao agente interessa qualquer deles. 
Eventual: quando o agente não deseja o resultado, mas 
assume o risco de produzi-lo. 
Há que se diferenciar o dolo eventual da culpa consciente. 
Nesta, embora haja previsão, o agente tem certeza de que o 
resultado não ocorrerá. Do contrário, não persistiria na 
conduta. Naquele, a ocorrência ou não do resultado lhe é 
indiferente. A assunção do risco implica assentimento ao 
resultado. 
Agravação pelo resultado(Redactio dada pela Lei n° 7,209, de 
11.7.1984) 
Ari. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só 
responde o agente que o houver causado ao menos 
culposamente.j itedacdo dada pela Lei n°7.209. de 11.7.19841 
São os denominados crimes qualificados pelo resultado; 
No crime de latrocínio (roubo seguido de morte), por 
exemplo, o resultado agravador, morte, pode decorrer de 
comportamento doloso do agente ou de conduta culposo. 
Não há diferença. Assim, havendo dolo ou culpa quanto ao 
resultado °gravador, o agente responderá por crime de 
latrocínio (artigo 157, parágrafo 3°, do CP); É o que ocorre 
também com o crime de lesão corporal seguida de morte 
(artigo 129, parágrafo 3°, do CP); 
Crimes há, entretanto, em que o resultado agravador só 
pode existir na modalidade culposo, oportunidade em que 
estamos diante dos denominados crimes preterintencionals ou 
preterdolosos; 
Preterintencional ou preterdoloso é o crime em que o tipo 
penal exige que o resultado °gravador seja ao agente 
imputado a título de culpa, sob pena de estarmos diante de 
um outro ilícito; 
No crimepreterdoloso, há dolo no antecedente e culpa no 
conseqüente. 
DO ERRO 
Erro é a falsa compreensão da realidade. No Direito Penal 
Brasileiro, o erro pode recair sobre os elementos constitutivos 
do tipo penal; ou sobre a ilicitude do fato. 
No primeiro caso, o agente pratica a conduta sem a 
consciência de estarem presentes, na situação de fato, os 
elementos que o tomam típico, ou seja, os elementos previstos 
no tipo penal. Dai a denominação erro de tipo. 
Na segunda hipótese, o agente tem a exata compreensão 
do fato, mas ele age sem saber que a conduta praticada é 
ilícita, proibida pela lei penal. Esse erro, que pode excluir a 
culpabilidade, é chamado erro de proibição. 
O erro pode ser vencível ou invencível. aro vencível é 
aquele que poderia ter sido evitado, se o autor da conduta 
fosse mais diligente. O invencível é inevitável, ou seja, ainda 
que o agente atuasse com diligência, continuaria em erro. 
O erro vencível, evitável, é chamado de inescusável; o 
invencível, inevitável, é escusável. 
Erro sobre elementos do tIpojitedacão dada pela Lei n° 7.209 
de 11.7,19841 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de 
crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, 
se previsto em lei. !Redação dada peia Lei n° 7.209, de 
11.7.19841 
O erro de tipo, seja vencível ou invencível, sempre exclui o 
dolo, porque o agente não tem consciência de estarem 
presentes, na situação de fato, os elementos constitutivos do 
tipo penal. Como o dolo depende dessa consciência, ou seja, 
de o agente saber o que está fazendo, não agirá 
dolosamente a pessoa que desconhecer algum ou alguns 
elementos da situação de fato; 
Ex.: o tipo penal de furto exige que a pessoa, com o intuito 
de apoderamento, subtraia uma coisa móvel alheia. Se, por 
engano, o indivíduo subtrai uma coisa móvel alheia 
acreditando que ela lhe pertence, não terá o dolo de furtar. 
Da mesma forma, se um caçador atira no que pensa ser um 
animal, e atinge um outro ser humano, causando-lhe a morte, 
não cometeu homicídio doloso, porque não sabia que estava 
matando alguém. 
É preciso atenção, no entanto, para a existência de 
elementos do fato típico que não têm existência concreta, 
mas dependem de valoração da parte do julgador. Tais 
elementos são chamados de normativos. No crime de rapto 
violento, a vitima tem de ser mulher honesta; mulher é 
elemento objetivo, factual — um ser humano do sexo feminino 
—, mas honestidade é um elemento normativo, valorativo. 
Nesse caso, o juiz terá de emitir um juízo de valor para definir o 
que, em sua opinião, é uma mulher honesta. 
São elementos normativos os conceitos presentes em tipos 
penais que dependem da aplicação de outras normas. No 
delito de bigamia, por exemplo, o indivíduo casado contrai 
novo casamento. A definição de casamento depende da 
verificação, no Código Civil, de quais são requisitos para que o 
casamento exista. Outro exemplo: a Lei 6.368/76 considera 
substância entorpecente, para efeitos penais. aquelas 
relacionadas em Podaria do Ministro da Saúde. Logo, a 
7 
verificação de a substância ser ou não entorpecente, para fins 
de aplicação das punições previstas na legislação própria, 
depende da aplicação dessa outra norma jurídica. 
Por vezes, o agente não conhece o conceito jurídico 
(normativo) de certos elementos do fato típico, e isso 
constituirá erro de tipo. Na hipótese de bigamia, se o indivíduo 
pensa que, por ter requerido o divórcio (ainda não concedido 
pela Justiça), não se encontra mais casado, seu erro recaiu 
sobre um conceito jurídico (casamento), mas será 
considerado erro de tipo, porque o casamento é um elemento 
do tipo penal. Em outras palavras, só age com dolo de 
bigamia a pessoa que se casa duas ou mais vezes sabendo 
que é casado. 
Embora o dolo seja excluído pelo erro de tipo, a culpa 
poderá persistir. Isso ocorre em relação aos erros vencíveis, 
evitáveis, e portanto inescusáveis. 
Na caso acima descrito, do caçador que atira no que 
pensava ser um animal, se fosse possível ao agente, com 
algum esforço, atingir a consciência de que atiraria em um ser 
humano, agirá com culpa. 
O agente não será responsabilizado de maneira alguma 
se: o erro de tipo for invencível, inevitável, escusável, 
excluindo-se, portanto, o dolo e a culpa; ou o erro de tipo for 
vencível, evitável, inescusável, mas o tipo penal não prevê 
punição a titulo de culpa. 
No crime de aborto, por exemplo, só existe modalidade 
dolosa. Se um médico, por negligência, receita um 
medicamento abortivo para uma mulher grávida, e o feto 
vem a morrer, não responderá o médico pelo aborto, pois, 
embora o erro seja vencível, não agiu com dolo, e não existe 
aborto culposo. 
DescrImInantes putativasfIncluído pela Lei n° 7.209, de 
11.7,19841 
§ 1° - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado 
pelas circunstâncias, supõe situação de tato que, se existisse, 
tornaria a ação legitima. Não há isenção de pena quando o 
erro deriva de culpa e o fato é punível corno crime 
cuiposo.f Redacão dada pela Lei n°7.20?. de 11.7.19841 
Quando o agente pratica um fato típico, achando-se 
protegido por uma excludente de ilicitude (estado de 
necessidade, legitima defesa, estrito cumprimento do dever 
legal ou exercício regular de direito) que na verdade não 
existe, o que ele não possui é o conhecimento da ilicitude do 
fato. O Código Penal brasileiro, no entanto, adotou a teoria 
limitada da culpabilidade, e trabalha com duas soluções 
distintas: 
Se o erro recai sobre a existência de uma excludente que a 
lei não prevê, ou sobre os limites de uma excludente que 
existe, considera-se que o, individuo agiu mediante erro de 
proibição. Ex.: se alguém, após sofrer uma agressão. aplica 
uma surra no agressor, achando que a legítima defesa lhe dá 
tal direito, seu erro foi sobre os limites da excludente, e 
portanto se considera ter agido em erro de proibição. 
Porém, se o agente supõe estar diante de uma situação de 
fato que, se existisse, tornaria sua ação legítima, o erro será de 
tipo, ou seja, se for escusável, não haverá dolo nem culpa; Se 
inescusável o erro, responderá culposamente. Ex.: uma pessoa 
vê um vulto desconhecido ingressar em sua residência, altas 
horas da noite; supondo ser um assaltante, atira e mata o 
suposto agressor, vindo depois a descobrir que se tratava de 
seu filho, que retomava de uma festa. 
Dependendo das circunstancias, se o erro for invencível, 
não haverá dolo ou culpa; se vencível, responderá por culpa 
(que a doutrina chama de culpa imprópria). 
Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei n° 7.209. de 
11.7.1984 
§ 2° - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. 
fRedacao dada Pela Lei n° 7.209, de 11.7.19841 
Erro sobre a pessoafincluído pela Lei n°7.209. de 11.7.19841 
§ 3° - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é 
praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, 
as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa 
contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela 
Lei n°7.209. de 11.7.1984) 
No erro quanto à pessoa, o agente não se equivoca sobre 
bem juridicamente protegido. Equivoca-se, entretanto, 
quanto à pessoa sobre a qual recai o crime. O erro, então, 
ocorre frente o objeto material do delito. 
É o caso de A pretendendo matar 8, seu pai, dispara 
contra C. seu irmão, que traja roupa de seu pai. Ocorreu aqui 
erro sobre a pessoa (objeto material do crime) e não sobre o 
bem jurídico protegido pela norma: a vida. 
O erro é acidental. Assim, não tem as mesmas 
conseqüências do erro de tipo. O agente, no caso em tela, 
responderá como se tivesse efetivamente alvejado o seu pai. 
Erro sobre a ilicitude do fatof Redacão dada pela Lei n° 7.209 
de 11.7.19841 
Arl. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre 
Maude do fato, se inevitável, isenta de pena;se evitável, 
poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada 
pela Lei n°7,209. de 11.7.19841 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente 
atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, 
quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa 
corlência. fRedanada peia lel n°7.209. de 11.7.1984) 
erro de proibição tratado, sob a rubrica de "erro sobre 
a ilicitude dotam; ; 
O erro de proibição é tratado no art. 21 do Código Penal. 
Não se trata de desconhecimento da norma (que é 
inescusável), mas de falta de compreensão, por parle do 
agente, da antijuridicidade do fato. 
Erro de proibição ou erro sobre a ilicitude do fato é o erro 
que incide sobre a norma de proibição que emana da lei 
penal. O agente acredita ser lícita conduta que a rigor é ilícita; 
Observe o caso daquele que planta no quintal de sua 
casa "cannabis saliva L" (maconha). acreditando que o 
entorpecente pode ser utilizado para fins medicinais. Sabe que 
é substância entorpecente. Mas acredita que é lícito utilizá-la 
para fins medicinais; 
Diverge o erro de proibição do erro de tipo porque neste o 
agente tem uma falsa representação do fato, não 
conseguindo perceber que estão reproduzidas na situação 
concreta os elementos da figura típica. Exemplo: alguém que, 
supondo estar atirando em um animal, no meio de uma 
caçada, termina por atingir uma pessoa. Não sabia ele que a 
elementar "alguém", do tipo penal descrito no art. 121, caput, 
estava presente no fato; logo, sua conduta não foi dolosa. 
No erro de proibição o agente tem exata consciência da 
situação tática, apenas não sabe que sua conduta é proibida. 
Pode acontecer, por exemplo, de o agente apostar no jogo 
de bicho entendendo ser lícita tal conduta, pois todos o fazem 
abertamente. 
Na verificação do erro sobre a ilicitude do fato há que se 
atentar para as qualidades do agente, em especial sua 
cultura; e para as condições em que ocorreu o fato. Se 
realmente ficar provado que o agente não teria condições 
de, naquelas circunstâncias, alcançar a compreensão da 
ilicitude da conduta, estará ele isento de pena. Se lhe fosse 
possível, apenas terá a seu favor uma redução da pena de 
um sexto a um terço (parágrafo único do art. 21). 
O erro de proibição, portanto, pode ser 
inevitável, invencível, escusável: exclui a culpabilidade (art. 
21, copal, primeira parte); 
evitável, vencível. Inescusável; a pena é reduzida de um 
sexto a um terço (art. 21, caput, segunda parte e parágrafo 
único). 
8 
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada 
pela Lei n°1.209. de 11.7.19841 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação Irresistível ou em 
estrita obediência a ordem, não manifestamente Ilegal, de 
superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da 
ordem.! Redação dada pela Lei n°1.209, de 11.7.1984) 
Coação irresistível - coação Insuperável, avaliada caso à 
caso na prática; 
Coação resistível - ensejará apenas atenuante; 
Pode existir coação moral irresistivel putativa; 
Superior hierárquico - de autoridade ou de funcionário 
público superior para um inferior, de modo que não abrange 
familiar, religioso, empregaticla, etc; 
Observação - ordem não manifestamente Ilegal; 
Exclusão de illcitudef Redação dada Peia Lei n° 7.209, de 
11,7.19841 
Conceito de ilicitude 	 IlicItude e antijuridicidade são 
palavras sinônimas, que expressam uma relação de 
contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico. 
Predomina a concepção de que a tipicidade serve como 
indício da antljurldicldade. Sendo típico o fato, é regra seja 
também Ilícito. As exceções seriam os fatos acobertados por 
alguma exciudente de anti uridicidade. 
Art. 23 - Zeir Met rtatige~i 
(Redação dada pela Lei n° .209, de 11.7.1 	 1 
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei n° 7.209, de 
11,7.1984) 
ii - em legítima defesa;fincluído pela Lei n°7.209. de 11.7.19841 
lii - em est% cum ri 	 to de dever legal ou no exercício 
regulairfireito.( Inclu do Dela Lei n°7.209. de 11.7.1984) 
Excelso punível (Incluído pela Lei n° 7.209. de 11.7,1984) 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste 
artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.(Incluído 
ela Lei n°7.209 de 11.7.1984 
Estado de necessidade 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem 
pratica o fato para salvar de perigo atua , que não provocou 
por sua vontade, nem podia de oirmodo evitar, direito 
próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era 
razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei n° 7.209 de 
11.7.1984) 
§ V - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o 
dever legal de enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei n° 
7.209, de 11.7.1984) 
§ 2° - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito 
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. 
(Redação dada peta Lei n°7.209. de 11.7.1984) 
Para o Código, em seu art. 24, age em estado de 
necessidade "quem pratica o fato para salvar de perigo atual, 
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro 
modo evitar, direito próprio ou alheiro, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se". 
O estado de necessidade possui os seguintes requisitos: 
Perigo atual não provocado pela vontade do agente. Bem 
jurídico do agente ou de terceiro ameaçado. lnexegibilidade 
de sacrifício do bem jurídico ameaçado (o bem jurídico 
ameaçado é de valor igual ou superior ao bem jurídico a ser 
sacrificado). Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo. 
Conhecimento da situação de perigo (elemento subjetivo da 
excludente). 
Uma dúvida surge quanto à provocação do resultado. 
Enquanto Damásio de Jesus afirmar que, pelo fato de o termo 
"vontade" referir-se unicamente ao resultado produzido 
dolosamente, boa parte dos autores entende que o 
comportamento culposo, por ser tecnicamente voluntário, 
caso provoque o perigo, não isentaria o agente da ilicitude do 
seu ato. 
O requisito da inexegibilidade do sacrifício do bem jurídico 
ameaçado refere-se à ponderação entre os bens jurídicos em 
jogo. Não se permite o sacrifício de um bem mais valioso em 
favor de outro, embora se tolere, de acordo com as 
circunstancias, um certo desnível. Difícil, entretanto, seria 
permitir o sacrifício de uma vida em beneficio de um bem 
patrimonial. 
São exemplos de estado de necessidade: as lesões 
corporais causadas por uma pessoa em outra fugindo de um 
incêndio; o atropelamento de um pedestre quando o 
motorista está sendo perseguido por assaltantes; a atitude dos 
passageiros do avião que caiu nos Andes, alimentando-se dos 
restos mortais das vítimas do desastre; e o clássico exemplo dos 
dois náufragos que lutam para ficar sobre a tábua boiando. 
No caso último, vemos que ambas as condutas são lícitas. 
O ordenamento jurídico, sendo idêntico ou similar o valor 
atribuído a cada bem jurídico. não toma partido, e espera o 
fim da contenda, sem que considere criminoso o 
comportamento de quem salva o seu direito. 
Legítima defesa 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando 
moderadamente dos meios necessários, repele Injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de 
outrem.(RedaCão dada pela 	 n°7.209. de 11.7.19841 
Diz o art. 25 do CP: "Encontra-se em legitima defesa quem, 
usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem". São, 
portanto, seus requisitos: 
agressão injusta, que esteja em Curso ou na Iminência de 
ocorrer; a repulsa, utilizando-se os meios necessários; a 
moderação no uso dos meios de defesa; o conhecimento da 
agressão e a consciência de sua atualidade ou iminência e 
de seu caráter injusto (elemento subjetivo). 
A agressão não precisa ser criminosa. O termo "injusta" 
indica contrariedade com o ordenamento jurídico. Mas terá 
de ser atual ou iminente. Se passada,ou remota, a atitude 
será considerada criminosa. 
Ao contrário do estado-de-necessidade, não se 
comparam os bens jurídicos confrontados, mas não pode 
haver grande desproporcionalidade. Atenta-se para os meios 
empregados na defesa: devem ser os estritamente 
necessários, e usados com moderação. O parágrafo único do 
art. 23 diz que o agente responderá pelo excesso, doloso ou 
culposo. 
A legítima defesa classifica-se em: Própria: quando a 
pessoa que se defende é o titular do bem juridico ameaçado. 
De terceiro: quando o bem jurídico pertence a outrem. Real: 
quando não há erro sobre a situação de fato. Putativa: 
quando o agente pensa estar em legítima defesa, por erro de 
tipo (art. 20, §1°, ou erro de proibição, art. 21, todos do CP). 
9 
pessoa, pelo que a prática de uma ação típica não 
configuraria um ilícito. 
Mirabete cita como exemplos de exercício regular de 
direito: a correção dos filhos por seus pais; prisão em flagrante 
por particular; penhor forçado (art. 779 do CP); no expulsar, na 
defesa em esbulho possessório recente 
Em qualquer caso, não se pode ultrapassar os limites que a 
ordem jurídica impõe ao exercício do direito. Caso os pais, a 
pretexto de corrigir os filhos, incorram em maus-tratos, 
responderão pelo crime. 
Ofendículos: a predisposição de aparatos defensivos da 
propriedade (cacos de vidro no muro, cercas de arame 
farpado, maçanetas eletrificadas etc.), embora sejam 
consideradas, por parte da doutrina, como legítima defesa, 
são, na verdade, exercício regular de um direito, pois faltaria o 
elemento subjetivo da defesa à agressão. 
Também se consideram exercício regular de direito as 
lesões ocorridas na prática de esportes violentos, desde que 
toleráveis e dentro das regras do esporte. As intervenções 
médicas e cirúrgicas, havendo consentimento do paciente, 
seriam exercício de direito; inexistindo, poderia haver estado-
de-necessidade (Mirabete). 
Observação: 
Causa supra-legal de exclusão da Maude: o consentimento 
do ofendido, fora essas hipóteses em que o dissenso da vítima 
constitui requisito da figura típica, pode excluir a ilicitude, se 
praticado em situação justificante. Exemplo: aquele que 
realiza tatuagens no corpo de terceiros pratica conduta típica 
de lesões corporais (art. 129 do CP), multo embora lícita, se 
verificado o consentimento do ofendido: aquele que inutiliza 
coisa de terceiro, ainda que a pedido deste, pratica conduta 
típica de dano (art. 163 do CP), muito embora lícita, se 
presente o consentimento da vítima. 
RESUMO - ERROS: 
ERRO DE TIPO e ERRO DE PROIBICÃO 
O erro de tipo, seja vencível ou invencível, sempre exclui o 
dolo, porque o agente não tem consciência de estarem 
presentes, na situação de fato, os elementos constitutivos do 
tipo penal. Como o dolo depende dessa consciência, ou seja, 
de o agente saber o que está fazendo, não agirá 
dolosamente a pessoa que desconhecer algum ou alguns 
elementos da situação de fato; 
Erro de proibição ou erro sobre a ilicitude do fato é o erro 
que Incide sobre a norma de proibição que emana da lei 
penal. O agente acredita ser lícita conduta que a rigor é ilícita; 
De forma bem simples, grave o seguinte . no erro de tipo, o 
sujeito não sabe o que faz; no erro de proibição, o sujeito sabe 
que faz, mas entende lícito quando, na verdade, é ilícito. 
Ex. Mulher na rodoviária é abordada por um sujeito que pede 
que ela leve uma caixa de medicamento para um amigo seu 
que estará esperando no local de destino. Inocentemente, a 
mulher pega a caixa, entra no Ónibus e segue viagem. 
Chegando ao local, é abordada por policiais que, ao abrir a 
caixa de remédios verifica que há 200 gramas de pó de 
cocaína. A pergunta: a mulher pode ser condenada pelo 
crime de tráfico? Resposta: não, uma vez que agia em erro de 
tipo, ou seja, entendia ausente um elemento típico presente, 
qual seja, levar consigo drogas. 
Ex. Holandês é pego no aeroporto de Guarulhos/SP fumando 
seu cigarrinho de maconha. Pode ser condenado pelo art. 28 
da Lei de Drogas? Não, uma vez que agiu em erro de 
proibição, ou seja, sabia o que estava fazendo (fumando 
droga), mas Imaginava lícito (porque ndflolanda é liberado). 
3. O erro de tipo pode ser ESSENCIAL ou AC/DENTAL 
3.1. No erro de tipo essencial, o erro recai sobre dados 
principais do tipo. 
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. 
O Código não conceitua o estrito cumprimento do dever 
legal, mas a doutrina o entende como a obediência à norma 
,t legal escrita, que impõe ao indivíduo uma obrigação de 
si
praticar uma conduta típica. Embora se enquadre nos 
elementos do tipo penal, a conduta não se confrontaria com 
, 	 o ordenamento jurídico, lã que dele partiria a obrigação. 
d • Encontra-se em estrito cumprimento do dever legal, por exemplo, o policial que prende em flagrante o autor de um 
crime, ou o inferior hierárquico que obedece a uma ordem 
legal de seu superior. 
O exercício do dever há de ser estrito, ou seja, 
extrapolando das obrigações que lhe são cometidas, o 
agente responderá pelo excesso. 
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. 
O exercício regular de direito pressupõe uma faculdade de 
agir atribuída pelo ordenamento jurídico (lato senso) a alguma 
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3.2. No erro de tipo acidental, o erro recai sobre dados 
periférico n do tipo. 
Um macete paro memorizar: no erro de tipo essencial o 
agente, se avisado do erro, para imediatamente o que ia 
fazer. No erro de tiDO acidental o agente, se avisado do 
erro, o corrige e continua a agir ilicitamente. 
3.3. O erro de tipo essencial se divide em: 
INEVITÁVEL ou ESCUSÁVEL (nesse caso, exclui dolo e 
culpa); 
EVITÁVEL, ou INESCUSÁVEL (nesse caso só exclui o dolo, 
sendo possível a punição por crime culposo se possível). 
Ex. Eu vou caçar na floresta e, para Isso, me escondo atrás de 
uma árvore. Aponto minha arma para uma moita que não 
para de mexer (para frente e para trás). Acredito ser uma 
onça. Quando atiro, acerto uma pessoa que estava lá 
fazendo sei 16 o que. A pessoa morre. É erro de tipo ou erro de 
proibição? Resposta: é erro de tipo, pois não sabia que atirava 
num ser humano. É erro de tipo essencial ou acidental? 
Resposta: é erro de tipo essencial, pois recaiu sobre dado 
principal do tipo (art. 121: matar alguém). É erro de tipo 
essencial inevitável ou evitável? Depende. Neste ponto, para 
que o agente não responda por homicídio culposo, deverá 
provar que não havia como se saber que poderia haver uma 
pessoa ali. 
Ex. Vou a um supermercado para furtar sal. Chegando em 
casa com o produto do furto, vejo que é açúcar. É erro de 
tipo ou erro de proibição? Resposta: é erro de tipo, pois não 
sabia que estava subtraindo saL É erro de tipo essencial ou 
acidental? Resposta: é erro de tipo acidental, pois o fato de 
ser sal ou açúcar é periférico ao tipo. 
4. O erro pie proibição pode ser: 
INEwrme, ou ESCIJSÁVFI - exclui a potencial consciência 
da ilicitude (atua assim, na culpabilidade, como hipótese de 
Isenção de pena): 
EVITÁVEL ou INESCUSÁVEL - é mera causa de diminuição de 
pena. 
CULPABILIDADE E SUAS EXCLUDENTES 
Conceito e elementos da culpabilidade. 
Culpabilidade é um juízo de reprovação dirigido ao autor 
do fato porque, podendo evitá-lo, não o fez. 
Só é culpável o autor de conduta típica e ilícita, de modo 
que o conceito de crime mais aceito na doutrina é o de fato 
típico, ilícito e praticado de forma culpável. 
São três os elementos da culpabilidade: Imputabilidade: 
capacidade de o agente compreender a ilicitude do fato ou 
de conduzir-se de acordo com esse entendimento. Potencial 
consciência da ilicitude: possibilidade de o agente, dentro das 
circunstâncias em que ocorre a prática da conduta, saber 
que ela contraria o direito. Exigibilidade de conduta diversa: 
sendo a culpabilidade uma reprovação por não ter o agente 
evitado a prática da conduta,não havendo liberdade de 
ação, ou seja, não podendo o agente proceder de outra 
maneira, não será reprovável. 
Causas de Exclusão da Culpabilidade 
Baseado nos elementos da culpabilidade, encontraremos 
seis excludentes: 
ELEMENTO EXCLUDENTE 
Imputabilidade Inimputabilidade por doença ou 
desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado (art. 26) 
Inimputabilidade por menoridade 
(art. 27) 
Inimputabilidade por embriaguez 
completa, 	 proveniente 	 de 	 caso 
fortuito ou força maior (art. 28, §1°) 
Potencial 
conscifincia 
ilicitude 
da 
Erro de proibição (art. 21) 
Exigibilidade 
conduta diversa 
de Coação moral irresistível (art. 21, 1° 
parle) 
Obediência hierárquica (art. 21, 20 
parte) 
inimputabilldade penal. 
Imputablildade 
Imputabilidade é a possibilidade de atribuir-se ao indivíduo 
a responsabilidade pela conduta praticada. Baseia-se num 
principio de responsabilização moral que pressupõe o pleno 
exercício das faculdades mentais para que o caráter ilícito da 
conduta seja compreendido e a capacidade de o agente 
condições orientar sua conduta de acordo com tal 
entendimento. 
São três os critérios para definir a inimputabilidade: 
Biológico: que considera as alterações fisiológicas no 
organismo do agente; 
Psicológico: que se baseia na incapacidade, presente no 
momento da ação ou da omissão, de compreender a ilicitude 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento; 
Bio-psicológico: que reúne os elementos dos critérios 
anteriores. 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental Incompleto ou retardado, era ao 
tempo da ação ou do omissão, inteiramente Incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento 
Para o Código, art. 26, caput, são inimputáveis os agentes 
que não possuam, ao tempo da ação ou da omissão, 
condições de entender o caráter ilícito da conduta ou de 
determinar-se de acordo com tal entendimento. Tais pessoas 
não podem ter sua conduta reprovada e ficam isentos de 
pena. 
O parágrafo único do mesmo dispositivo trata de um caso 
de semi-imputabilidade (melhor seria semi-responsabilidade) 
que resulta em uma redução de pena, de um a dois terços, 
para os agentes que, embora imputáveis, têm reduzida sua 
condição de entender a ilicitude ou de conduzir-se conforme 
tal juízo. 
Fica claro que em ambas as hipóteses o CP utilizou o 
critério bio-psicológico, pois exige a doença ou retardamento 
mental (biológico) e a incacidade total ou relativa no 
momento da ação (psicológico). 
INIMPUTABILIDADE — ART. 26, CAPUT 
Requisito causal Doença mental ou desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado 
Requisito 
temporal 
Ao tempo da ação ou da omissão 
Requisito 
conseqUencial 
Ser inteiramente incapaz de entender 
o 	 caráter 	 ilícito 	 do 	 fato 	 ou 	 de 
determinar-se de acordo com esse 
entendimento 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois 
terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde 
mental ou por desenvolvimento mental Incompleto ou 
retardado não era Inteiramente capaz de entender o caráter 
Ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
Requisito causal 
Requisito temporal 
Ter menos de 18 anos 
No momento da a ão ou da omissão 
SEMI-RESPONSABILIDADE — ART. 26, PARÁGRAFO ÚNICO 
Requisito causal Perturbação 	 mental 	 ou 
desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado 
Requisito temporal Ao tempo da ação ou da omissão 
Requisito 
conseqüenclal 
Não 	 ser 	 inteiramente 	 capaz 	 de 
entender o caráter ilícito do fato ou 
de determinar-se de acordo com 
esse entendimento 
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente 
InImputávels, ficando sujeitos às normas estabelecidos na 
legislação especial. 
O ad. 27 cuida da inimputabilidade por menoridade. É um 
caso de desenvolvimento mental incompleto que o Código 
tratou de maneira especifica para impedir a punição, nos 
mesmos termos dos adultos, de quem não tenha atingido 
ainda a idade de 18 anos. A pessoa torna-se imputável no 
primeiro instante do dia de seu 18° aniversário. 
Em verdade utilizou-se um critério de política criminal para 
evitar que pessoas ainda em formação convivessem, nas 
mesmas unidades prisionais, e tivessem um tratamento Igual 
aos criminosos adultos, o que terminada contribuindo para a 
irrecuperabilidade do indivíduo. 
Repetindo o art. 228 da Constituição Federal, o CP remete 
a punição dos menores de 18 anos à legislação especial— Lei 
8.069/90, de 13.7.90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). 
No caso da menoridade, o CP utilizou o critério puramente 
biológico, pois despreza se o menor de dezoito anos tem ou 
não capacidade de entender a iliticitude do fato ou de 
conduzir-se de acordo com esse entendimento. 
INIMPUTABILIDADE POR MENORIDADE — ART. 27 
Art. 28 - Não excluem a imputabilldade penal: 1- a emoção ou 
a paixão; 
Embriaguez 
li - a embriaguez voluntária ou culposo, pelo álcool ou 
substancia de efeitos análogos. 
§ 1° - É isento de pena o agente que, por embriaguez 
completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao 
tempo da ação ou da omissão, inteiramente Incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. 
§ 2° - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o 
agente, por embriaguez proveniente de caso fortuito ou força 
maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena 
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-w de acordo com esse entendlmento 
O art. 28 trata da inimputabilidade por embriaguez, mas 
antes faz duas ressalvas: a emoção ou a paixão não excluem 
a imputabilidade, o mesmo se dando com a embriaguez 
voluntária ou culposa. 
Tem-se por embriaguez o "estado de intoxicação aguda e 
passageira, provocada pelo álcool (ou outras substâncias de 
semelhantes efeitos), que reduz ou priva a capacidade de 
entendimento" (Delmanto). 
A embriaguez comporta, segundo Damásio de Jesus, três 
estágios: excitação, depressão e fase de sono. A embriaguez 
completa corresponderia aos dois últimos estágios, enquanto 
o primeiro caracterizaria a embriaguez incompleta. 
11 
Na embriaguez completa o indivíduo perde a capacidade 
de discernimento e, por vezes, chega à Impossibilidade de 
compreensão do caráter ilícito de sua conduta ou à 
impossibilidade de direcionar-se de modo diverso. O Código, 
entretanto, só isenta de pena o agente se tal embriaguez 
derivar de caso fortuito ou força maior. 
Abaixo apresentamos um quadro com as espécies de 
embriaguez e suas conseqüências jurídico-penais: 
O parágrafo segundo trata de hipótese de redução de 
pena quando a embriaguez é incompleta e disso resulta 
compreensão apenas parcial do ilícito ou pouca capacidade 
de resistência ao impulso criminoso (redução de um a dois 
terços). 
I DO CONCURSO DE PESSOAS iF 
Aii. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime 
Incide nas penas a este cominadas, na medida de sua 
culpabilidade. 
A lei penal responsabiliza aquele que diretamente comete 
um ilícito penal e como não poderia ser diferente, também 
incrimina o outro que direta ou indiretamente concorreu para 
a prática do crime. 
Autor é aquele que domina toda a ação, possuindo 
domínio sobre o resultado final, podendo decidir sobre sua 
prática ou não, bem como sobre suas circunstâncias. 
Autor de autoria mediata é aquele que se serve de pessoa 
sem condições de discernimento para realizar por ele a 
conduta típica. Ela é usada como mero instrumento de 
atuação, como se fosse uma arma ou um animal irracional. A 
autoria mediata advém da ausência de capacidade penal 
daquele que foi usado para praticar a ação, como na 
coação moral irresistível ou na obediência hierárquica. 
São co-autores os que executamo comportamento que a 
lei define como crime. Embora a conduta deles não precise 
ser idêntica, ambos cooperam no cometimento do crime. 
Existe co-autoria quando dois ou mais agentes. em 
conjunto, praticam um mesmo crime. Todos aqueles que, 
ajudando-se uns aos outros para atingir o mesmo fim, praticam 
ou não a conduta principal são co-autores. As condutas, 
porém, não precisam ser materialmente idênticas, podendo 
haver condutas variadas para atingir o mesmo fim. 
Toda participação tem que haver um participe, este é 
aquele que concorre para a realização do crime, mas não 
Espécie Origem Conseqüência 
Patológica 
- ,o 
901‘ 
Doença que provoca 
dependência física e 
psíquica 
Inimputabilidade 
por 	 equivalência 
à doença mental 
(art. 26, caput) 
Voluntária Intenção do indivíduo 
em 	 embriagar-se, 
embora 	 não 
tencionasse 	 praticar 
crime algum 
Agente 
considerado 
imputável 
Culposo Ocasionada 	 por 
descuido do agente 
Idem 
Fortuita 	 ou 
acidental 
Quando 	 o 	 agente 
desconhecia 	 os 
efeitos dg substância 
ingerida 	 no 	 seu 
organismo 
inimputabilidade 
(art. 28, § 1°) 
Por 	 força 
maior 
O agente é coagido 
física ou moralmente 
a ingerir a substância 
Inimputabikdade 
(art. 28, §1°) 
Preordenada O agente embriaga- 
se 	 propositalmente 
para o cometimento 
do delito 
Imputável, sendo 
punido 	 com 
agravante 	 (art. 
61, "I") 
realiza o núcleo do tipo, como aquele que fica do lado de 
fora da casa vigiando, enquanto os comparsas a furtam. 
Seguindo o comando do art. 29, todos responderão. 
A participação consiste em livre e dolosa colaboração no 
delito doloso de outrem; essa colaboração se manifesta, no 
direito brasileiro ( como na maior parte dos sistemas 
legislativos), por duas formas fundamentais: a instigação e a 
cumplicidade(que o legislador brasileiro quis chamar de 
auxilio) 
A participação moral ou intelectual pode se dar na 
modalidade do induzimento ou determinação (o agente cria, 
implanta a idéia criminosa na cabeça de outro) ou da 
instigação (o sujeito reforça, estimula, incentiva uma idéia pré-
existente), ou seja, a instigação dolosa é caracterizada como 
participação. 
A participação material é o auxílio material. O participe 
facilita materialmente a prática da infração penal, cedendo, 
por exemplo, a arma para aquele que deseja se matar. Seja a 
compra de uma arma, seja o empréstimo de um carro ou 
qualquer outro tipo de auxilio que venha a facilitar a manobra 
criminosa. Ela também pode ser chamada de cumplicidade 
§ 1° - Se a participação for de menor importância, a pena 
pode ser diminuída de um sexto a um terço. 
A participação de menor importância referida no 
parágrafo P, diz respeito única e exclusivamente ao participe 
e não ao co-autor. 
§ 20 - Se algum dos concorrentes quis participar de crime 
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será 
aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o 
resultado mais grave. 
Como se pode entender, o legislador ambicionou 
penitenciar os concorrentes de um delito nos apropriados 
alcances do desígnio de sua conduta. Em outras palavras, se o 
agente tinha o seu dolo retornado para a obra de um 
determinado efeito, não poderá ele responder pelo desvio 
subjetivo da conduta do outro sujeito. 
Circunstâncias incomunicáveis 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições 
de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 
Circunstancias são dados, fatos, elementos ou 
peculiaridades que apenas rodeiam o fato sem agregar a 
figura típica, colaborando, contudo, para majorar ou minorar 
a sua gravidade. Podem ser objetivas e subjetivas. 
Objetivas são as que dizem respeito ao fato, a qualidade e 
condições da vitima ao tempo, lugar, modo e meio de 
execução do crime. Exemplo: se A encomenda a B a morte 
de C, simplesmente, sem mais, não parece justo que, se B, por 
sua conta e risco, o fizer por meio de emboscada, emprego 
de veneno etc. sem que A tenha prévio conhecimento disso 
ou anuído para tanto, responda ele A também por essa 
qualificadora, que deve ser imputada ao seu autor 
exclusivamente. isto é, B. 
Subjetivas as que se referem aos agentes, as suas 
qualidades, estado, parentesco, motivo do crime etc. 
Exemplo: A venha a cometer homicídio contra B, seu pai, 
contando com o apoio de C. Em tal hipótese, aplicar-se-6 a A 
a agravante do artigo 61 (crime contra ascedente). Já C. 
porém, não terá sua pena agravada por isso, em razão do 
caráter pessoal da circunstância agravante em questão (ser 
filho da vítima). 
12 
Casos de Impunibilidade 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou Instigação e o auxilio, 
salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o 
crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
Vê-se, assim, que se o agente não entra na fase executória 
do crime não será apenado, salvo se o próprio tipo penal 
dispõe em contrário. É o caso, exemplar, do crime de 
quadrilha ou bando (arl. 288 do Cl') em que o agente que se 
reúne a outros três ou mais indivíduos, com o arremate 
constante de cometer delitos, estará inciso nas penas do art. 
288 do CP, ainda que não atinja a concretização de qualquer 
crime. 
EXCLUDENTES DE PUNIBILIDADE 
Todo crime é a principio punível. A lei penal, no entanto, 
traz algumas causas de exclusão da punibilidade, posteriores 
ao fato criminoso, e que são descritas no art. 107 do Código 
Penal. Segundo esse dispositivo, extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
pela retroatividade de lei que não mais considera o fato 
como criminoso; 
.1V - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, 
nos crimes de ação privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a 
admite; 
VII - revogado: (casamento do agente com a vitima, nos crimes 
contra os costumes) 
VIII - revogado;(pelo casamento da vítima com terceiro, nos 
crimes referidos no inciso anterior, se cometidos sem violência 
real ou grave ameaça e desde que a ofendida não requeira o 
prosseguimento do inquérito policial ou do ação penal no 
prazo de 60 (sessenta) dias a contar da celebração) 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei; 
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