Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CÓDIGO PENAL - ARTIGOS 1 A 30: APLICACÃO DA LEI PENAL limpo-17fE Estft_Lact 1 Ui NOVA AGRAVANTE (a lei posterior que, de qualquer modo, cria situação mais rigorosa ou severa para o autor de um tipo já existente). Lex gravior ou Novatio legis In Pejus. Nestas duas hipóteses, aplica-se a regra geral da não Art. 1° - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há retroatividade, decorrente da adoção, pelo Direito Penal, do pena sem prévia cominação legal. princípio da reserva legal (artigo 1° do Código Penal), que Y. Princípio da legalidade e anterioridade; exige a anterioridade da lei penal incriminadora. LEI NOVA PERMISSIVA DESCRIMINANTE ( a lei posterior revoga um tipo até então existente, deixando de considerar crime tal fato). Abolitio Criminis. Art. 2° - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior > W NOVA PERMISSIVA ATENUANTE (a lei posterior atenua, deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a sem revogar, a situação do agente, diante de um tipo já execução e os efeitos penais da sentença condenatória, existente, favorecendo o autor de um tipo). Lex mitior ou Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo Novatio Legis In Mellius. favorecer o agente, aplica-se aos tatos anteriores, ainda que > Nestas duas hipóteses, aplica-se a exceção da decididos por sentença condenatórla transitada em julgado. retroatividade in mellius, ou retroatividade favorável ou da Regra Geral: A Lei Penal Incide sobre fatos ocorridos norma mais benigna. Seria iníquo e inútil punir alguém por fato durante a sua vigência (tempus regit actum). que lei posterior deixa de considerar crime (artigo 2°. caput Vigência: é a integração da lei ao ordenamento jurídico. c/c CPP - art. 61) ou que, de algum modo, considerou de Em regra, corresponde ao período que vai desde sua menor gravidade (artigo 2°, parágrafo único). No caso da publicação até sua revo ação por outra lei. Abolitio Criminis extingue-se a punibilidade mesmo depois da S. Data da vigência catova legoIs - Ou. 4 a ..- par7f-Lie-.-Oirt u rcolsa julgada, desaparecendo todos os efeitos penais, A revogação comp ende: a errogação e a ab-rogação, voltando o agente a ser primário (Deve ser declarada de que expressam, respectivamente, a revogação parcial e a ofício pelo magistrado) Em ambos os casos, há determinação Integral da lei. constitucional (artigo 5°, inciso XL, da Constituição Federal); A revogação pode ser: expressa (ocorre a primeira quando a lel, expressamente, determina a cessação da vigência da > Conclusão - Retroatividade benéfica: norma anterior) ou tácita (quando o novo texto, embora de > Observações: forma não expressa, é incompatível com o anterior ou regula > Combinação de leis de tempos diferentes (anterior e inteiramente a matéria precedente); posterior) - admite-se a combinação de leis para beneficio do Lei posterior - é aquele que entre em vigor após outra; agente; Lei intermediária - caso uma lei seja sucedida por outra, e > Pode-se até deixar à critério do acusado a escolha da lei esta por outra ainda, para os fins da retroatividade mais benéfica; prevalecerá a mais favorável delas, ainda que seja a Segunda > Mesmo no prazo de vacância, pode-se aplicar a lei mais e não a última lei; benéfica (Vacatio Legis); Competência de aplicação da lei mais benéfica ao juiz da Retroatividade e ultrativIdade da lei Den a I, execução, se a sentença já transitara em julgado, ou, em caso contrário, do juiz ou tribunal julgador; A função da lei é estabelecer conseqüências jurídicas para > Norma penal em branco - norma complementar uitrativa a ocorrência de determinados fatos. Se o Código Penal (tabelas de preços = art 3°) ou abolitio criminis afirma, por exemplo: quem matar alguém sofrerá reclusão, de (regulamentação de doenças, substâncias entorpecentes, seis a vinte anos, isso significa que, ocorrendo um homicídio etc); - fLi...... era, wiCer--, (fato), seu autor estará sujeito à pena ali fixada. Isso dá ao (..—iti ni‘Jel-o Estado o poder de, após submeter o indivíduo a julgamento, privá-lo de sua liberdade por 6 a 20 anos. LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA Normalmente a lei passa a poder produzir seus efeitos Art. 3° - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o somente em relação aos fatos que tenham lugar após sua período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a vigência. Mas é possível que uma lei venha a estabelecer determinaram, aplica-se ao tato praticado durante sua conseqüências jurídicas para fatos pretéritos — isso se chama vigência. retracção (de retro-agir). > Exceção ao princípio da retroatividade benéfica; Também é possível que uma lei, mesmo não tendo mais > Leis excepcionais - promulgadas para vigorar em situações vigência (revogação), venha a determinar as conseqüências ou condições anormais, com vigência subordinada à duração de um fato ocorrido após deixar de vigorar. Dá-se a tal da anormalidade que a motivou. Não mencionando procedimento o nome de ultra-ação. expressamente o prazo de vigência; A Constituição Federai estabelece, para a retroação, duas > Leis temporárias - são as que têm tempo de vigência regras básicas: definido e trazem preordenada a data da expiração de sua as leis não penais podem retroagir, mas respeitando o vigência; direito adquirido, a coisa julgada e o ato jurídico perfeito (CF, > Leis autorevoaáveir art. 5°, XXXVI)2; > As leis auto revogáveis têm eficácia ultra-ativa (artigo 3°), mas, obedecendo inteiramente ao principio tempus regit as leis penais só podem retroagir para benefício do réu, actum, não incidem sobre fatos ocorridos antes da sua atingindo, nesse caso, até mesmo a coisa julgada (CF, art. 5°., vigência, ou depois da sua revogação. XL). > Seus efeitos permanecem dada a excepcionalidade que justificou a sua elaboração (Ex.: Descumprimento de tabela de S. Casos: preços não se apaga com a alteração dos preços - norma LE NOVA INCRIMINADORA. (a lei posterior cria um tipo até penal em branco). então inexistente no ordenamento jurídico). Novatio legis > Entretanto, se vierem a ser revogadas por outra lei (lei incriminadora. posterior), e se a lei revogadora for favorável ao agente, há retroatividade in mellius. A LEI PENAL NO TEMPO S. A ultra-atividade somente prevalece se a lei excepcional ou temporária não é sucedida por outra lei favorável. TEMPO PO CRIME Art. 4° - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão ainda que outro seja o momento do resultado. Importância do tempo do crime - lei vigente no dia do crime, imputabilidade do agente, eventual anistia, circunstâncias do crime, etc; Teorias Acerca do Tempo do Crime (momento da ocorrência da infração) Teoria d.o atividade - momento da ação ou omissão, isto é, da conduta (adotado pelo nosso Código - art. 41; Teoriacio resultado - momento da ocorrência do dano ou causação do prejuízo pretendido pelo autor; Teoria dg ubiaüidade ou mista - o crime é um movimento contínuo, desde a conduta até o resultado; portanto, seu momento pode ser estabelecido, tanto na realização da conduta, quanto na produção do resultado; Ex.: se o agente atira na vítima e esta vem a falecer dois meses depois no hospital, considera-se praticado o crime no momento do tiro; Prática abortiva com expulsão do feto dias depois; Ex: Um rapaz, dias antes de completar 18 anos, desfere golpes na vítima, que vem a falecer dias depois de ele completar a maioridade penal. O rapaz não responde por homicídio. Em face do que dispõe o art. 27, combinado com a disposição do art. 26, caput (presunção absoluta de inimputabilidade por desenvolvimento mental incompleto), o homicídio foi cometido antes de ele alcançar a maioridade penal (tempo da ação - teoria da atividade).Observação: crime continuado há uma sucessão circunstancial de crimes; crime habitual é dado como um crime profissional, que é a reiteração ou habitualidade da mesma conduta reprovável, ilícita, de forma a constitui um estilo ou hábito de vida. Ex: curandelrismo (art. 284, I CP); exercer ilegalmente a medicina (art. 282 CP); manter caso de prostituição (art. 229 CP) e participar dos lucros da prostituta ou se fazer sustentar por ela (art. 230 CP); crime permanente, em que há apenas uma violação jurídica com resultado que se prolonga no tempo; Aplicação da teoria da atividade a várias espécies de infrações: No crime permanente, em que o momento consumativo se alonga no tempo sob a dependência da vontade do sujeito ativo, se iniciado sob a eficácia de uma lei e prolongado sob outra, aplica-se esta, mesmo que mais severa. O fundamento de tal solução está em que a cada instante da permanência ocorre a intenção de o agente continuar a prática delituosa. Assim, é irrelevante tenha a conduta seu Início sob o império da lei antiga, ou esta não incriminasse o fato, pois o dolo ocorre durante a eficácia da lei nova: presente está a intenção de o agente infringir a nova norma durante a vigência de seu comando (o mesmo se diga do crime habitual). Quanto ao crime continuado, podem ocorrer três hipóteses: a) o agente praticou a série de crimes sob o império de duas leis, sendo mais grave a posterior: aplica-se a lei nova, tendo em vista que o delinqüente já estava advertido da maior gravidade da sanctio juris, caso "continuasse a conduta delituosa; b) se se cuida de novatio legis incriminadora, constituem indiferente penal os fatos praticados antes de sua entrada em 2 vigor. O agente responde pelos fatos cometidos sob a sua vigência a titulo de crime continuado, se presentes os seus requisitos; c) se se trata de novatio leais supressiva de incriminação, a lei nova retroage, alcançando os fatos ocorridos antes de sua vigência. Quanto aos fatores posteriores, de aplicar-se o princípio de reserva legal. Nos crimes de estado, como o de bigamia (CP, art. 235), o tempus delicti é aquele em que surge esse estado. No concurso de crimes cometidos parle sob a lei antiga e parte sob a nova, aplica-se a norma que determina o princípio da exasperação (deve ser aplicada a pena do delito mais grave, entre os concorrentes, aumentada a sanção de certa quantidade em decorrência dos demais crimes) e não a que prescreve a acumulação material de penas. Observações - crimes permanentes, habituais e continuados; Observação: CONCURSO APARENTE DE NORMAS: São dois os pressupostos da concorrência de normas: 1.unidade de fato; 2.pluralidade de normas identificando o mesmo fato como delituoso. Inexistindo um deles não há "conflito aparente.de normas". Alguns princípios resolvem os conflitos aparentes de normas: 1) princípio da especialidade - o crime específico prefere o genérico. Ex.: O tipo do infanticídio contém os elementos da figura típica do homicídio e mais alguns rsob a influência do estado puerperar, "o próprio filho", "durante o parto ou logo após"), que são considerados especializantes. 2) princípio da subsidiariedade - Há relação de primariedade e subsidiariedade entre normas quando descrevem graus de violação do mesmo bem jurídico, de forma que a infração definida pela subsidiária, de menor gravidade que a da principal, é absorvida por esta. Ex: O art. 132 do CP, após descrever em seu preceito primário o crime de "perigo para a vida ou saúde de outrem", impõe no preceito secundário a pena de detenção, de três meses a um ano, ", se o fato não constitui crime mais grave" / O art. 129, § 3.o, define o crime de "lesão corporal seguida de morte", com a seguinte proposição: "Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo"; 3) princípio da consunção - Ocorre a relação consuntiva, ou de absorção, quando um fato definido por uma norma incriminadora é meio necessário ou normal fase de preparação ou execução de outro crime, bem como quando constitui conduta anterior ou posterior do agente, cometida com a mesma finalidade prática atinente àquele crime. Ex: A contravenção é absorvida pelo crime; 4) principio da alternatividade - Princípio da alternatividade: conceito e sua posição no tema Segundo o principio da altematividade, a norma penal que prevê vários fatos altemativamente, como modalidades de um mesmo crime, só é aplicável uma vez, ainda quando os ditos fatos são praticados, pelo mesmo sujeito, sucessivamente. Ocorre nos crimes de ação múltipla ou conteúdo variado, como a participação em suicídio, o comércio clandestino ou facilitação de uso de entorpecentes, o escrito ou objeto obsceno, a supressão de documentos etc. Assim, se o agente Induz, instiga e depois auxilia alguém a suicidar-se, só responde por um crime de participação em suicídio (CP art. 122) / Aquele que importa, depois tem em depósito e vende substância entorpecente, sem autorização legal, só transgride uma vez a norma do art. 12 da Lei n. 6368, de 21-10-1976. TERRITORIALIDADE 3 Art. 5° - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Cada país tem suas próprias leis, editadas para serem aplicadas no espaço onde ele é soberano. A soberania impede que a leis de um Estado seja aplicado em outro; Principio da Territorialidade; Territorialidade temperada - convenções, tratados e regras de direito internacional e art 7°; s. Espaço territorial - terrestre, fluvial, marítimo e aéreo; § 1°. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. S. embarcações e aeronaves brasileiras: públicas - em guerra ou em serviço militar, ou a serviço oficial; privadas - mercantes ou de propriedade particular; § 2° - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em podo ou mar territorial do Brasil. embarcações e aeronaves estrangeiras privadas; LUGAR DO CRIME Art. 6° - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Teorias da atividade e resultado e ubiqüidade; O CP adotou a ubiqüidade; deveria produzir-se o resultado = tentativa; aplica-se a lei brasileira ao crime com resultado no Brasil - difere da territorialidade; Prevenção; EXTRATERRITORIALIDADE Art. 7° - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; contra a administração pública, por quem está a seu serviço; de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; Princípio real ou da proteção; Extraterritorialidade Incondicionada (inciso I); II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir Principio da justiça ou competência universal. Crimes que atingem vários países Ex.: pirataria, tráfico de mulheres e de drogas, etc;praticados por brasileiro; praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. Princípio da nacionalidade ativa; Extraterritorialidade condicionada (inciso II); § P - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. § 2° - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; Permanência temporária ou definitiva, á lazer ou trabalho, legal ou clandestinamente A saída do agente não prejudica o andamento do processo; ser o fato punível também no país em que foi praticado; estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; Princípio da representação; não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punlbilidade, segundo a lei mais favorável. § 3° - A lel brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior não foi pedida ou foi negada a extradição; houve requisição do Ministro da Justiça. Princípio real ou da proteção; Observação: É inaplicável o princípio da extraterritorialidade nas contravenções. Nos termos do art. 2.o da LCP "a lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional". PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO Art. 8° - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena Imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando Idênticas. Regra 'non bis in idem"; Exemplo de diversidade qualitativa: Um sujeito, no estrangeiro, pratica crime contra a fé pública da União (brasileira), incidindo a extraterritorialidade incondicional de nossa lei penal (art. 7.o, I, b). É condenado nos dois países (art. 7.o, § I.o): multa no estrangeiro e reclusão no Brasil. Satisfeita a multa no estrangeiro, fica atenuada a pena imposta no Brasil. Exemplo de diversidade quantitativa: no caso anterior, o sujeito é condenado no estrangeiro a um ano e no Brasil a dois anos de reclusão. Cumprida a pena no estrangeiro, o condenado terá no Brasil a cumprir um ano de reclusão. EFICÁCIA DE SENTENCA ESTRANGEIRA Art. 9° - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lel brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II sujeitá-lo a medida de segurança. Parágrafo único - A homologação depende: para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; paro os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. Ti. São limitados os efeitos de sentença penal estrangeira no Brasil, pois a execução a pena é ato de soberania. Exceção - Incisos I e O; unL12Ak3tvvréo dice:A,03 -41 R,Q pLefr.sekn.r,c>.ri e 0.3-%. ..Sw-h.ren" u a- actrw: -C t vie-etue, 4 Homologação pelo STF; 1> Ex.: CC, arts. 1183, I a III, e 1595 (revogação da doação e indignidade para herdar). Observações: IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS - As denominadas imunidades diplomáticas advêm do Direito Internacional, excluindo os Chefes de Estado e representantes dos governos estrangeiros da jurisdição criminal dos países onde se encontram acreditados. Os representantes diplomáticos não se sujeitam à jurisdição criminal do pais onde estão acreditados porque suas condutas permanecem sob a eficácia da lei penal do Estado a que pertencem. Os funcionários do corpo diplomático também gozam dessa imunidade, acontecendo o mesmo com os componentes do família do representante. Não se estende, porém, aos cônsules, em face de suas funções meramente administrativas. De acordo com a teoria da extratenitorialidade absoluta, a sede da embaixada é considerada território estrangeiro. Nos termos da teoria da territorialidade relativa, a embaixada é considerada parte do território do País do sujeito ativo do delito. Hoje, entretanto, essas doutrinas se encontram superadas. A sede da representação não é considerada extensão do território estrangeiro. Os lugares em que se exercem os serviços da embaixada são invioláveis, não no sentido do princípio da extraterritorialidade, mas em função da imunidade dos representantes. Assim, cometida uma infração nesses locais, por pessoa que não goza do privilégio, o fato fica sujeito à jurisdição territorial. CHEFES DE GOVERNO - Os soberanos das monarquias constitucionais são invioláveis, tendo em vista o cargo que exercem. Não respondem pelas infrações por eles cometidas, dependendo de preceito constitucional. O mesmo não ocorre em relação aos presidentes de repúblicas, que se sujeitam a regime criminal especial. Entre nós, o Presidente da República, depois que a Câmara dos Deputados declarar procedente a acusação pelo voto de dois terços de seus membros, será submetido a julgamento perante o STF, nos crimes comuns, ou perante o Senado Federal, nos de responsabilidade (Const. Federal, art. 86, caput). D. IMUNIDADES PARLAMENTARES - Ao lado das imunidades diplomáticas, há as parlamentares, que diferem das primeiras porque constituem, em parte, causas funcionais de exclusão de pena e, em parte, prerrogativa processual, enquanto aquelas não excluem o crime e suas conseqüências, apenas colocando os seus titulares fora da jurisdição criminal do Estado onde estão acreditados, submetendo-os às de seus países. A imunidade parlamentar pode ser: 1) material - A imunidade parlamentar material constitui causa funcional de isenção de pena. 2) formal - A imunidade parlamentar formal constitui prerrogativas processuais. 1) Ex.: A, condenado a 20 dias de prisão, é detido às 22h do dia 6 de determinado mês: terá cumprido a pena às 24h do dia 25. EX: No caso de o agente ter sido condenado a três meses de detenção, começando a cumprir a pena às 18 h de 4 de julho, o prazo terminará às 24 h de 3 de outubro. O dia do começo é computado por inteiro, excluído o do vencimento da pena. Ex: Uma pena de um ano e quatro meses, iniciando o condenado o seu cumprimento às 20 h de 3 de janeiro: terminará às 24 h de 2 de maio do ano seguinte. fRACOES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de COMPITO. S. Horas ou centavos; Ex: se o juiz tiver de aumentar de metade a pena de 15 dias, o quantum será de 22 dias, e não de 22 dias e 12 h. LEGISLACAO ESPECIAL Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. Si Salvo leis especiais - prevalecerão as normas de lei especial se diversas do CP; Relação de causalidade( Redacâo dada peia Lei n° 7.209, de 11,7.1984) Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é Imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada Pela Lei n° 7.209. de 11,7.19841 Teoria adotada: Tudo o que contribui para o resultado é causa; para saber se um antecedente foi causa do resultado deve-se procurar eliminá-lo, mentalmente, e verificar se o resultado, sem ele, teria acontecido. Ex.: o homicídio poderia ter como causa a fabricação da arma; Adequação com o principio da relevância do nexo causal; Superveniência de cousa independente( incluído pela Lei n° 7,209,de 11.7.19841 § 10. A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resuHado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (incluído pela Lei n° 7.209. de 11.7.19841 O surgimento de situação independente ao crime que cause o resultado não produz punição; Exemplo: uma vitima é agredida por uma pessoa e, no caminho ao hospital, a ambulância em que estava colide com outro veículo. Se esta morrer em face dos ferimentos da colisão não é atribuída a morte ao agressor, porém este responde pelas lesões corporais; Exemplo: vítima de disparos não acertados morre de infarto; CONTAGEM DO PRAZO Art. 10 - O dia do começo Inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário COMUM. Dia do começo; Assim, um prazo que começa no dia 1.o de janeiro e termina em 31 de dezembro; Não importa se o ano é bissexto; Qualquer que seja a fração do primeiro dia, dia do começo, é computada como um dia inteiro. Assim, se o réu começa a cumprir a pena privativa de liberdade às 15 h, esse dia é contado por inteiro, não se levando em conta que, realmente, durante ele, ficou encarcerado somente nove horas. Superveniência da omissão( Incluído pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 2° - A omissão é penalmente relevante quando o omitente (Iti devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:fincluído pela Lei n°7.20?. de 11.7.19841 tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; z (Incluído peia Lei n° 7.209, de 11.7.19841 de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o 2-resultado; (incluído pela Lei n°7.209. de 11.7.1984) 2 c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984 Chamados crimes comissivos por omissão; Nett>41-1- vt (Les- Insz7: ,atttà-5 N j_61):41an."_ra- Ot».„Cr ,e„ (.5„L ittju -t> Feirar d•-t. -layj_Lsa- L;Cres INTER CRIMINIS E TENTATIVA: Na realização do crime há um caminho, um itinerário a percorrer entre o momento da idéia da sua realização até aquele em que ocorre a consumação. A esse caminho se dá nome de inter Criminis, que é composto de uma fase interna (cogitação) e de uma fase externa (atos preparatórios, atos de execução e consumação); A cogitação não é punida. Nem mesmo a cogitação externado a terceiros levará a qualquer punição, a não ser que constitua, de per si, um fato típico, como ocorre na incitação ao crime (art. 286), por exemplo; Os atos preparatórios são extemos ao agente, que passa da cogitação à ação objetiva, como aquisição da arma para pratica de um homicídio, ou a de uma chave falsa para o delito de tudo, o estudo do local onde se quer praticar um roubo, etc. Também escapam, regra geral, a aplicação da lei penal, salvo se já caracterizarem delito; Atos de execução (ou atos executórios) são os dirigidos diretamente à pratica do crime, "quando o autor se põe em relação imediata com a ação típica. Materialmente é quando ocorre o ataque ao bem jurídico com verificação de perigo ao mesmo. Formalmente é quando inicia-se a realização da conduta núcleo do tipo: matar, ofender, subtrair etc; O código brasileiro adotou a teoria objetiva (formal) e exige que o autor tenha realizado de maneira efetiva uma parte da própria conduta típica, penetrando, assim. no "núcleo do tipo"; Gdc, 1 5 A omissão em regra não é ilegal, mas sim se for um dever do agente; Dois fatores: dever de agir e possibilidade material; Dever de agir: do responsável legal (pais, policial, etc), do garantidor (enfermeira, guia profissional, etc) ou do criador do risco (ex; nadador profissional que convida cidadão que não sabe nadar para uma travessia à nado); A omissão se torna penalmente relevante quando o agente pode agir, sem pôr em risco sua própria vida, pois a lei não obriga ninguém a ser herói ou santo; Observações à criação do risco: A sugere a 8 que atravesse um lago de gelo quebradiço. 8, consciente do perigo, acolhe a sugestão e vem a morrer. Por ter a vítima se autocolocado em situação de perigo, o resultado não pode ser objetivamente imputado àquele que formulou a sugestão: A e B travam um "racha" de motocicletas após ingerirem bebidas alcoólicas, mas conscientes dos riscos envolvidos. 8, em virtude de erro por ele mesmo cometido, acidenta-se e morre; A entrega a B heroína para consumo, ambos com a consciência dos perigos que envolvem o ato. 8 utiliza a substancia e morre: Aos participantes de um duelo não se poderiam imputar as lesões perpetradas um contra o outro, pois ao aceitarem o desafio - ilícito - teriam assumido o risco de dano à integridade física e à própria vida; Ao proprietário e motorista de veículo de transporte alternativo ("perueiro") na cidade de São Paulo não seriam imputáveis as lesões sofridas por seus passageiros decorrentes de acidente causado justamente pelo excesso de passageiros no veículo, uma vez que, conscientes dos riscos envolvidos na realização de trajetos em tais condições, teriam eles anuído à situação perigosa; Ao comandante de uma escuna turística que não possuísse os necessários coletes salva-vidas, em havendo um acidente com o barco, não seriam imputáveis as mortes por afogamento dos turistas que, conscientes do inexistência dos equipamentos de segurança, resolvessem realizar o passeio, embora não soubessem nadar; Ao empregador não seriam imputáveis as lesões sofridas pelo empregado que, ao não receber os equipamentos de segurança obrigatórios, opta por assim mesmo executar trabalho arriscado Art. 14 - Diz-se o crime: fRedação dada Dela Lei n° 7.209. de 11.7.19841 Crime consumado (incluído bela Lei n° 7.209, de 11.7.19841 I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei n° 7.209 de 11.7.19841 Observações: Crime instantâneo - a consumação se dá no mesmo momento em que a conduta é praticada. Ex.: violação de segredo profissional; Crime permanente - a consumação se prolonga no tempo enquanto perdurar a conduta do agente, o que viabiliza a prisão em flagrante a todo tempo. Ex.: sequestro; Crime instantâneo de feito permanente - são aqueles cuja permanência dos efeitos não depende do agente. Na verdade, são crimes instantâneos que se caracterizam pela índole duradoura de suas conseqüências. Ex.: homicídio; Tentativa (incluído pela Lei n°7.209. de 11.7.1984) II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído bela Lei n°7.209, de 11.7.1984) DOS CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA. ,112W-. Crimes unissubsistentes: Já vimos que unissubsistentes são os crimes em que o "iter criminis" não é fracionável. São os que se aperfeiçoam em um só ato, independentemente de serem materiais, formais ou de mera conduta. (exemplo: desacato verbal; injuria verbal). Crimes preterdoiosos (ou preterintencionais): Aqui, nos crimes preterdolosos, o resultado agravador não decorre de vontade do agente. Na realidade o resultado não é querido. Assim, não há como se tentar o que não se quer. Exemplo: No crime de lesão corporal seguida de aborto, o resultado agravador - o aborto, não é buscado pelo agente, decorre de culpa. Caso fosse querido, o crime seria de aborto (artigo 125 e 127 do CP). Assim, não é possível falar-se em tentativa de lesão corporal seguida de aborto. É o que também sucede com a lesão corporal seguida de morte (artigo 129, parágrafo 3°, do CP). Crimes culposos: Nos crimes culposos. por sua vez, o resultado não é previsto pelo agente, apesar de previsível. Assim, não é possível tentar-se o que se quer é previsto. Crimes habituais: Nos crimes habituais a habitualidadeé elementar do crime. Não é possível tentar-se o crime habitual. Exemplo: Curandeirismo. Não há um iter criminis. Se não houver habltualidade (reiteração de conduta) não há crime e, se houver, o crime se consumou. Crimes omissivos puros (ou próprios): Nos crimes omissivos puros, a conduta de abster-se (deixar de fazer o que a lei manda) sem a necessidade de qualquer resultado naturalístico, faz desses crimes, crimes unissubsistentes, o que. por si só, não permite a tentativa. Não há como tentar deixar de fazer. Contravenções penais: por expressa disposição legal, é impunível a tentativo de contravenção. Pena de tentatIvafInclufdo pela Lei n° 7.209, de 11.7,19841 Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.fincluído Dela Lei n° 7.209, de 11.7.19841 Nem todos os crimes admitem a tentativa. Exemplo: culposos; omissivos próprios; etc. 6 Desistência voluntária e arrependimento eficazfRedacão dada pela Lei n°7.209. de 11.7.19841 Art. 15- O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou Impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. (Redação dada Dela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Desistência voluntária - Há interrupção no processo de execução do crime; Arrependimento eficaz - Não há interrupção no processo de execução do crime, mas sim na ocorrência do resultado; Arrependimento posterlorfRedacão dada pela Lei n° 7.209. de 11.7.19841 Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n°7.209. dei1.7.1984) Reparação pessoal; Reparação autorizada - é admissivel o benefício no caso de ressarcimento feito por parente ou terceiro, desde que autorizado pelo agente, por tratar-se de causa objetiva de redução obrigatória da pena, a qual não exige que o ato indenizatório seja pessoalmente realizado pelo sujeito; Reparação total ou parcial - satisfação da vítima; Crime impossível (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) ArL 17 - Não se pune a tentativa quando, por Ineficácia absoluta do melo ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.f Redação dada pela Lei n° 7.209 de 11.7.19841 DA INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO No crime impossível, a consumação já não houve. Necessário perquirirmos a eficácia do meio empregado pelo agente, para sabermos se houve crime tentado. O meio empregado pelo agente, no crime impossível, se mostra absolutamente ineficaz, o que leva à absoluta impossibilidade de consumação do delito. Se o meio empregado não possui capacidade de levar à consumação, por mais que se queira, não há que se falar nem mesmo em crime tentado. A ineficácia, todavia, deve ser absoluta. Caso relativa, há crime tentado. São meios absolutamente ineficazes: Envenenamento com açúcar; disparo de revólver sem munição: a falsidade grosseira que não tem capacidade de enganar. O meio relativamente ineficaz é aquele que poderia ter levado a efeito a consumação do ilícito, apesar de não tê-lo feito. É o caso clássico daquele que dispara arma de fogo com munição velha. Por estar envelhecida a munição, o disparo não se efetivou. Mas, apesar de envelhecida, poderia a munição ter levado ao disparo. Assim, relativamente ineficaz meio. Responderá o agente por crime tentado. São meios relativamente ineficazes: ingestão de abortivo com prazo de validade vencido; disparo de revolver com munição envelhecida. DA ABSOLUTA IMPROPRIEDADE DO OBJETO Objeto do ilícito é a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta delituosa. Não são poucas vezes que o objeto se mostra impróprio para o ilícito. A impropriedade deve ser absoluta. Caso relativa, há crime tentado. Exemplo: João, pretendendo matar Antônio, dispara contra ele vários tiros. Antônio, que parecia estar dormindo, na realidade já eslava morto em razão de envenenamento. No exemplo dado, o objeto é absolutamente impróprio para a consumação do crime Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11.7,1984) Crime doloso( Incluído pela Lei n°7.20?. de 11.7.1984) I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lotincluído pela Lei n°7.209, de 11.7.19841 Crime culposofIncluido pela Lei n°7.209. de 11.7.19841 II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por Imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei n° 7.209, de 11,7.1984) Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, sendo quando pratica dolosamente. (Incluído pela Lei n° 7.209. de 11.7.1984) A conduta, comissiva ou °missiva, pode ser dolosa ou culposo. Será dolosa se houver coincidência entre a finalidade desejada pelo agente e o resultado alcançado. Haverá culpa, em sentido estrito, quando o resultado, embora não desejado pelo agente, foi produzido em razão de sua imprudência, negligência ou imperícia: ImpSia: corresponde à ação positiva, que não devia ser praticada ou o é sem os cuidados necessário& Por exemplo: dirigir em alta velocidade, manusear uma arma de fogo sem descarregá-la etc. Negligência: significa desleixo, falta de cuidado. corMwando o agente deixa de realizar atos necessários a impedir que o resultado lesivo ocorra. Se deixa uma arma ao alcance de crianças, se não procede à correta manuntenção do automóvel, e assim por diante. Imperícia, implica descumprimento de regra técnica, que pode vir expressa em lei, regulamento, ou simplesmente pertencer ao domínio de alguma ciência, arte ou profissão. A imperícia normalmente vem acompanhada da imprudência ou da negligência. Exemplo: o médico que, sem saber utilizar o equipamento, dele faz uso, produzindo lesões no paciente: ou o motorista profissional que não procede à manutenção de seu veículo e por isso _ provoca acidente. O dolo pode ser direto e indireto. Este, alternativo ou eventual. Direto: quando o agente deseja o resultado. Alternativo: quando há mais de um resultado possível e ao agente interessa qualquer deles. Eventual: quando o agente não deseja o resultado, mas assume o risco de produzi-lo. Há que se diferenciar o dolo eventual da culpa consciente. Nesta, embora haja previsão, o agente tem certeza de que o resultado não ocorrerá. Do contrário, não persistiria na conduta. Naquele, a ocorrência ou não do resultado lhe é indiferente. A assunção do risco implica assentimento ao resultado. Agravação pelo resultado(Redactio dada pela Lei n° 7,209, de 11.7.1984) Ari. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.j itedacdo dada pela Lei n°7.209. de 11.7.19841 São os denominados crimes qualificados pelo resultado; No crime de latrocínio (roubo seguido de morte), por exemplo, o resultado agravador, morte, pode decorrer de comportamento doloso do agente ou de conduta culposo. Não há diferença. Assim, havendo dolo ou culpa quanto ao resultado °gravador, o agente responderá por crime de latrocínio (artigo 157, parágrafo 3°, do CP); É o que ocorre também com o crime de lesão corporal seguida de morte (artigo 129, parágrafo 3°, do CP); Crimes há, entretanto, em que o resultado agravador só pode existir na modalidade culposo, oportunidade em que estamos diante dos denominados crimes preterintencionals ou preterdolosos; Preterintencional ou preterdoloso é o crime em que o tipo penal exige que o resultado °gravador seja ao agente imputado a título de culpa, sob pena de estarmos diante de um outro ilícito; No crimepreterdoloso, há dolo no antecedente e culpa no conseqüente. DO ERRO Erro é a falsa compreensão da realidade. No Direito Penal Brasileiro, o erro pode recair sobre os elementos constitutivos do tipo penal; ou sobre a ilicitude do fato. No primeiro caso, o agente pratica a conduta sem a consciência de estarem presentes, na situação de fato, os elementos que o tomam típico, ou seja, os elementos previstos no tipo penal. Dai a denominação erro de tipo. Na segunda hipótese, o agente tem a exata compreensão do fato, mas ele age sem saber que a conduta praticada é ilícita, proibida pela lei penal. Esse erro, que pode excluir a culpabilidade, é chamado erro de proibição. O erro pode ser vencível ou invencível. aro vencível é aquele que poderia ter sido evitado, se o autor da conduta fosse mais diligente. O invencível é inevitável, ou seja, ainda que o agente atuasse com diligência, continuaria em erro. O erro vencível, evitável, é chamado de inescusável; o invencível, inevitável, é escusável. Erro sobre elementos do tIpojitedacão dada pela Lei n° 7.209 de 11.7,19841 Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. !Redação dada peia Lei n° 7.209, de 11.7.19841 O erro de tipo, seja vencível ou invencível, sempre exclui o dolo, porque o agente não tem consciência de estarem presentes, na situação de fato, os elementos constitutivos do tipo penal. Como o dolo depende dessa consciência, ou seja, de o agente saber o que está fazendo, não agirá dolosamente a pessoa que desconhecer algum ou alguns elementos da situação de fato; Ex.: o tipo penal de furto exige que a pessoa, com o intuito de apoderamento, subtraia uma coisa móvel alheia. Se, por engano, o indivíduo subtrai uma coisa móvel alheia acreditando que ela lhe pertence, não terá o dolo de furtar. Da mesma forma, se um caçador atira no que pensa ser um animal, e atinge um outro ser humano, causando-lhe a morte, não cometeu homicídio doloso, porque não sabia que estava matando alguém. É preciso atenção, no entanto, para a existência de elementos do fato típico que não têm existência concreta, mas dependem de valoração da parte do julgador. Tais elementos são chamados de normativos. No crime de rapto violento, a vitima tem de ser mulher honesta; mulher é elemento objetivo, factual — um ser humano do sexo feminino —, mas honestidade é um elemento normativo, valorativo. Nesse caso, o juiz terá de emitir um juízo de valor para definir o que, em sua opinião, é uma mulher honesta. São elementos normativos os conceitos presentes em tipos penais que dependem da aplicação de outras normas. No delito de bigamia, por exemplo, o indivíduo casado contrai novo casamento. A definição de casamento depende da verificação, no Código Civil, de quais são requisitos para que o casamento exista. Outro exemplo: a Lei 6.368/76 considera substância entorpecente, para efeitos penais. aquelas relacionadas em Podaria do Ministro da Saúde. Logo, a 7 verificação de a substância ser ou não entorpecente, para fins de aplicação das punições previstas na legislação própria, depende da aplicação dessa outra norma jurídica. Por vezes, o agente não conhece o conceito jurídico (normativo) de certos elementos do fato típico, e isso constituirá erro de tipo. Na hipótese de bigamia, se o indivíduo pensa que, por ter requerido o divórcio (ainda não concedido pela Justiça), não se encontra mais casado, seu erro recaiu sobre um conceito jurídico (casamento), mas será considerado erro de tipo, porque o casamento é um elemento do tipo penal. Em outras palavras, só age com dolo de bigamia a pessoa que se casa duas ou mais vezes sabendo que é casado. Embora o dolo seja excluído pelo erro de tipo, a culpa poderá persistir. Isso ocorre em relação aos erros vencíveis, evitáveis, e portanto inescusáveis. Na caso acima descrito, do caçador que atira no que pensava ser um animal, se fosse possível ao agente, com algum esforço, atingir a consciência de que atiraria em um ser humano, agirá com culpa. O agente não será responsabilizado de maneira alguma se: o erro de tipo for invencível, inevitável, escusável, excluindo-se, portanto, o dolo e a culpa; ou o erro de tipo for vencível, evitável, inescusável, mas o tipo penal não prevê punição a titulo de culpa. No crime de aborto, por exemplo, só existe modalidade dolosa. Se um médico, por negligência, receita um medicamento abortivo para uma mulher grávida, e o feto vem a morrer, não responderá o médico pelo aborto, pois, embora o erro seja vencível, não agiu com dolo, e não existe aborto culposo. DescrImInantes putativasfIncluído pela Lei n° 7.209, de 11.7,19841 § 1° - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de tato que, se existisse, tornaria a ação legitima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível corno crime cuiposo.f Redacão dada pela Lei n°7.20?. de 11.7.19841 Quando o agente pratica um fato típico, achando-se protegido por uma excludente de ilicitude (estado de necessidade, legitima defesa, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito) que na verdade não existe, o que ele não possui é o conhecimento da ilicitude do fato. O Código Penal brasileiro, no entanto, adotou a teoria limitada da culpabilidade, e trabalha com duas soluções distintas: Se o erro recai sobre a existência de uma excludente que a lei não prevê, ou sobre os limites de uma excludente que existe, considera-se que o, individuo agiu mediante erro de proibição. Ex.: se alguém, após sofrer uma agressão. aplica uma surra no agressor, achando que a legítima defesa lhe dá tal direito, seu erro foi sobre os limites da excludente, e portanto se considera ter agido em erro de proibição. Porém, se o agente supõe estar diante de uma situação de fato que, se existisse, tornaria sua ação legítima, o erro será de tipo, ou seja, se for escusável, não haverá dolo nem culpa; Se inescusável o erro, responderá culposamente. Ex.: uma pessoa vê um vulto desconhecido ingressar em sua residência, altas horas da noite; supondo ser um assaltante, atira e mata o suposto agressor, vindo depois a descobrir que se tratava de seu filho, que retomava de uma festa. Dependendo das circunstancias, se o erro for invencível, não haverá dolo ou culpa; se vencível, responderá por culpa (que a doutrina chama de culpa imprópria). Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei n° 7.209. de 11.7.1984 § 2° - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. fRedacao dada Pela Lei n° 7.209, de 11.7.19841 Erro sobre a pessoafincluído pela Lei n°7.209. de 11.7.19841 § 3° - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei n°7.209. de 11.7.1984) No erro quanto à pessoa, o agente não se equivoca sobre bem juridicamente protegido. Equivoca-se, entretanto, quanto à pessoa sobre a qual recai o crime. O erro, então, ocorre frente o objeto material do delito. É o caso de A pretendendo matar 8, seu pai, dispara contra C. seu irmão, que traja roupa de seu pai. Ocorreu aqui erro sobre a pessoa (objeto material do crime) e não sobre o bem jurídico protegido pela norma: a vida. O erro é acidental. Assim, não tem as mesmas conseqüências do erro de tipo. O agente, no caso em tela, responderá como se tivesse efetivamente alvejado o seu pai. Erro sobre a ilicitude do fatof Redacão dada pela Lei n° 7.209 de 11.7.19841 Arl. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre Maude do fato, se inevitável, isenta de pena;se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n°7,209. de 11.7.19841 Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa corlência. fRedanada peia lel n°7.209. de 11.7.1984) erro de proibição tratado, sob a rubrica de "erro sobre a ilicitude dotam; ; O erro de proibição é tratado no art. 21 do Código Penal. Não se trata de desconhecimento da norma (que é inescusável), mas de falta de compreensão, por parle do agente, da antijuridicidade do fato. Erro de proibição ou erro sobre a ilicitude do fato é o erro que incide sobre a norma de proibição que emana da lei penal. O agente acredita ser lícita conduta que a rigor é ilícita; Observe o caso daquele que planta no quintal de sua casa "cannabis saliva L" (maconha). acreditando que o entorpecente pode ser utilizado para fins medicinais. Sabe que é substância entorpecente. Mas acredita que é lícito utilizá-la para fins medicinais; Diverge o erro de proibição do erro de tipo porque neste o agente tem uma falsa representação do fato, não conseguindo perceber que estão reproduzidas na situação concreta os elementos da figura típica. Exemplo: alguém que, supondo estar atirando em um animal, no meio de uma caçada, termina por atingir uma pessoa. Não sabia ele que a elementar "alguém", do tipo penal descrito no art. 121, caput, estava presente no fato; logo, sua conduta não foi dolosa. No erro de proibição o agente tem exata consciência da situação tática, apenas não sabe que sua conduta é proibida. Pode acontecer, por exemplo, de o agente apostar no jogo de bicho entendendo ser lícita tal conduta, pois todos o fazem abertamente. Na verificação do erro sobre a ilicitude do fato há que se atentar para as qualidades do agente, em especial sua cultura; e para as condições em que ocorreu o fato. Se realmente ficar provado que o agente não teria condições de, naquelas circunstâncias, alcançar a compreensão da ilicitude da conduta, estará ele isento de pena. Se lhe fosse possível, apenas terá a seu favor uma redução da pena de um sexto a um terço (parágrafo único do art. 21). O erro de proibição, portanto, pode ser inevitável, invencível, escusável: exclui a culpabilidade (art. 21, copal, primeira parte); evitável, vencível. Inescusável; a pena é reduzida de um sexto a um terço (art. 21, caput, segunda parte e parágrafo único). 8 Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei n°1.209. de 11.7.19841 Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação Irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente Ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.! Redação dada pela Lei n°1.209, de 11.7.1984) Coação irresistível - coação Insuperável, avaliada caso à caso na prática; Coação resistível - ensejará apenas atenuante; Pode existir coação moral irresistivel putativa; Superior hierárquico - de autoridade ou de funcionário público superior para um inferior, de modo que não abrange familiar, religioso, empregaticla, etc; Observação - ordem não manifestamente Ilegal; Exclusão de illcitudef Redação dada Peia Lei n° 7.209, de 11,7.19841 Conceito de ilicitude IlicItude e antijuridicidade são palavras sinônimas, que expressam uma relação de contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico. Predomina a concepção de que a tipicidade serve como indício da antljurldicldade. Sendo típico o fato, é regra seja também Ilícito. As exceções seriam os fatos acobertados por alguma exciudente de anti uridicidade. Art. 23 - Zeir Met rtatige~i (Redação dada pela Lei n° .209, de 11.7.1 1 I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei n° 7.209, de 11,7.1984) ii - em legítima defesa;fincluído pela Lei n°7.209. de 11.7.19841 lii - em est% cum ri to de dever legal ou no exercício regulairfireito.( Inclu do Dela Lei n°7.209. de 11.7.1984) Excelso punível (Incluído pela Lei n° 7.209. de 11.7,1984) Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.(Incluído ela Lei n°7.209 de 11.7.1984 Estado de necessidade Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atua , que não provocou por sua vontade, nem podia de oirmodo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei n° 7.209 de 11.7.1984) § V - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 2° - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (Redação dada peta Lei n°7.209. de 11.7.1984) Para o Código, em seu art. 24, age em estado de necessidade "quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheiro, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se". O estado de necessidade possui os seguintes requisitos: Perigo atual não provocado pela vontade do agente. Bem jurídico do agente ou de terceiro ameaçado. lnexegibilidade de sacrifício do bem jurídico ameaçado (o bem jurídico ameaçado é de valor igual ou superior ao bem jurídico a ser sacrificado). Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo. Conhecimento da situação de perigo (elemento subjetivo da excludente). Uma dúvida surge quanto à provocação do resultado. Enquanto Damásio de Jesus afirmar que, pelo fato de o termo "vontade" referir-se unicamente ao resultado produzido dolosamente, boa parte dos autores entende que o comportamento culposo, por ser tecnicamente voluntário, caso provoque o perigo, não isentaria o agente da ilicitude do seu ato. O requisito da inexegibilidade do sacrifício do bem jurídico ameaçado refere-se à ponderação entre os bens jurídicos em jogo. Não se permite o sacrifício de um bem mais valioso em favor de outro, embora se tolere, de acordo com as circunstancias, um certo desnível. Difícil, entretanto, seria permitir o sacrifício de uma vida em beneficio de um bem patrimonial. São exemplos de estado de necessidade: as lesões corporais causadas por uma pessoa em outra fugindo de um incêndio; o atropelamento de um pedestre quando o motorista está sendo perseguido por assaltantes; a atitude dos passageiros do avião que caiu nos Andes, alimentando-se dos restos mortais das vítimas do desastre; e o clássico exemplo dos dois náufragos que lutam para ficar sobre a tábua boiando. No caso último, vemos que ambas as condutas são lícitas. O ordenamento jurídico, sendo idêntico ou similar o valor atribuído a cada bem jurídico. não toma partido, e espera o fim da contenda, sem que considere criminoso o comportamento de quem salva o seu direito. Legítima defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele Injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.(RedaCão dada pela n°7.209. de 11.7.19841 Diz o art. 25 do CP: "Encontra-se em legitima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem". São, portanto, seus requisitos: agressão injusta, que esteja em Curso ou na Iminência de ocorrer; a repulsa, utilizando-se os meios necessários; a moderação no uso dos meios de defesa; o conhecimento da agressão e a consciência de sua atualidade ou iminência e de seu caráter injusto (elemento subjetivo). A agressão não precisa ser criminosa. O termo "injusta" indica contrariedade com o ordenamento jurídico. Mas terá de ser atual ou iminente. Se passada,ou remota, a atitude será considerada criminosa. Ao contrário do estado-de-necessidade, não se comparam os bens jurídicos confrontados, mas não pode haver grande desproporcionalidade. Atenta-se para os meios empregados na defesa: devem ser os estritamente necessários, e usados com moderação. O parágrafo único do art. 23 diz que o agente responderá pelo excesso, doloso ou culposo. A legítima defesa classifica-se em: Própria: quando a pessoa que se defende é o titular do bem juridico ameaçado. De terceiro: quando o bem jurídico pertence a outrem. Real: quando não há erro sobre a situação de fato. Putativa: quando o agente pensa estar em legítima defesa, por erro de tipo (art. 20, §1°, ou erro de proibição, art. 21, todos do CP). 9 pessoa, pelo que a prática de uma ação típica não configuraria um ilícito. Mirabete cita como exemplos de exercício regular de direito: a correção dos filhos por seus pais; prisão em flagrante por particular; penhor forçado (art. 779 do CP); no expulsar, na defesa em esbulho possessório recente Em qualquer caso, não se pode ultrapassar os limites que a ordem jurídica impõe ao exercício do direito. Caso os pais, a pretexto de corrigir os filhos, incorram em maus-tratos, responderão pelo crime. Ofendículos: a predisposição de aparatos defensivos da propriedade (cacos de vidro no muro, cercas de arame farpado, maçanetas eletrificadas etc.), embora sejam consideradas, por parte da doutrina, como legítima defesa, são, na verdade, exercício regular de um direito, pois faltaria o elemento subjetivo da defesa à agressão. Também se consideram exercício regular de direito as lesões ocorridas na prática de esportes violentos, desde que toleráveis e dentro das regras do esporte. As intervenções médicas e cirúrgicas, havendo consentimento do paciente, seriam exercício de direito; inexistindo, poderia haver estado- de-necessidade (Mirabete). Observação: Causa supra-legal de exclusão da Maude: o consentimento do ofendido, fora essas hipóteses em que o dissenso da vítima constitui requisito da figura típica, pode excluir a ilicitude, se praticado em situação justificante. Exemplo: aquele que realiza tatuagens no corpo de terceiros pratica conduta típica de lesões corporais (art. 129 do CP), multo embora lícita, se verificado o consentimento do ofendido: aquele que inutiliza coisa de terceiro, ainda que a pedido deste, pratica conduta típica de dano (art. 163 do CP), muito embora lícita, se presente o consentimento da vítima. RESUMO - ERROS: ERRO DE TIPO e ERRO DE PROIBICÃO O erro de tipo, seja vencível ou invencível, sempre exclui o dolo, porque o agente não tem consciência de estarem presentes, na situação de fato, os elementos constitutivos do tipo penal. Como o dolo depende dessa consciência, ou seja, de o agente saber o que está fazendo, não agirá dolosamente a pessoa que desconhecer algum ou alguns elementos da situação de fato; Erro de proibição ou erro sobre a ilicitude do fato é o erro que Incide sobre a norma de proibição que emana da lei penal. O agente acredita ser lícita conduta que a rigor é ilícita; De forma bem simples, grave o seguinte . no erro de tipo, o sujeito não sabe o que faz; no erro de proibição, o sujeito sabe que faz, mas entende lícito quando, na verdade, é ilícito. Ex. Mulher na rodoviária é abordada por um sujeito que pede que ela leve uma caixa de medicamento para um amigo seu que estará esperando no local de destino. Inocentemente, a mulher pega a caixa, entra no Ónibus e segue viagem. Chegando ao local, é abordada por policiais que, ao abrir a caixa de remédios verifica que há 200 gramas de pó de cocaína. A pergunta: a mulher pode ser condenada pelo crime de tráfico? Resposta: não, uma vez que agia em erro de tipo, ou seja, entendia ausente um elemento típico presente, qual seja, levar consigo drogas. Ex. Holandês é pego no aeroporto de Guarulhos/SP fumando seu cigarrinho de maconha. Pode ser condenado pelo art. 28 da Lei de Drogas? Não, uma vez que agiu em erro de proibição, ou seja, sabia o que estava fazendo (fumando droga), mas Imaginava lícito (porque ndflolanda é liberado). 3. O erro de tipo pode ser ESSENCIAL ou AC/DENTAL 3.1. No erro de tipo essencial, o erro recai sobre dados principais do tipo. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. O Código não conceitua o estrito cumprimento do dever legal, mas a doutrina o entende como a obediência à norma ,t legal escrita, que impõe ao indivíduo uma obrigação de si praticar uma conduta típica. Embora se enquadre nos elementos do tipo penal, a conduta não se confrontaria com , o ordenamento jurídico, lã que dele partiria a obrigação. d • Encontra-se em estrito cumprimento do dever legal, por exemplo, o policial que prende em flagrante o autor de um crime, ou o inferior hierárquico que obedece a uma ordem legal de seu superior. O exercício do dever há de ser estrito, ou seja, extrapolando das obrigações que lhe são cometidas, o agente responderá pelo excesso. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. O exercício regular de direito pressupõe uma faculdade de agir atribuída pelo ordenamento jurídico (lato senso) a alguma 10 3.2. No erro de tipo acidental, o erro recai sobre dados periférico n do tipo. Um macete paro memorizar: no erro de tipo essencial o agente, se avisado do erro, para imediatamente o que ia fazer. No erro de tiDO acidental o agente, se avisado do erro, o corrige e continua a agir ilicitamente. 3.3. O erro de tipo essencial se divide em: INEVITÁVEL ou ESCUSÁVEL (nesse caso, exclui dolo e culpa); EVITÁVEL, ou INESCUSÁVEL (nesse caso só exclui o dolo, sendo possível a punição por crime culposo se possível). Ex. Eu vou caçar na floresta e, para Isso, me escondo atrás de uma árvore. Aponto minha arma para uma moita que não para de mexer (para frente e para trás). Acredito ser uma onça. Quando atiro, acerto uma pessoa que estava lá fazendo sei 16 o que. A pessoa morre. É erro de tipo ou erro de proibição? Resposta: é erro de tipo, pois não sabia que atirava num ser humano. É erro de tipo essencial ou acidental? Resposta: é erro de tipo essencial, pois recaiu sobre dado principal do tipo (art. 121: matar alguém). É erro de tipo essencial inevitável ou evitável? Depende. Neste ponto, para que o agente não responda por homicídio culposo, deverá provar que não havia como se saber que poderia haver uma pessoa ali. Ex. Vou a um supermercado para furtar sal. Chegando em casa com o produto do furto, vejo que é açúcar. É erro de tipo ou erro de proibição? Resposta: é erro de tipo, pois não sabia que estava subtraindo saL É erro de tipo essencial ou acidental? Resposta: é erro de tipo acidental, pois o fato de ser sal ou açúcar é periférico ao tipo. 4. O erro pie proibição pode ser: INEwrme, ou ESCIJSÁVFI - exclui a potencial consciência da ilicitude (atua assim, na culpabilidade, como hipótese de Isenção de pena): EVITÁVEL ou INESCUSÁVEL - é mera causa de diminuição de pena. CULPABILIDADE E SUAS EXCLUDENTES Conceito e elementos da culpabilidade. Culpabilidade é um juízo de reprovação dirigido ao autor do fato porque, podendo evitá-lo, não o fez. Só é culpável o autor de conduta típica e ilícita, de modo que o conceito de crime mais aceito na doutrina é o de fato típico, ilícito e praticado de forma culpável. São três os elementos da culpabilidade: Imputabilidade: capacidade de o agente compreender a ilicitude do fato ou de conduzir-se de acordo com esse entendimento. Potencial consciência da ilicitude: possibilidade de o agente, dentro das circunstâncias em que ocorre a prática da conduta, saber que ela contraria o direito. Exigibilidade de conduta diversa: sendo a culpabilidade uma reprovação por não ter o agente evitado a prática da conduta,não havendo liberdade de ação, ou seja, não podendo o agente proceder de outra maneira, não será reprovável. Causas de Exclusão da Culpabilidade Baseado nos elementos da culpabilidade, encontraremos seis excludentes: ELEMENTO EXCLUDENTE Imputabilidade Inimputabilidade por doença ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26) Inimputabilidade por menoridade (art. 27) Inimputabilidade por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior (art. 28, §1°) Potencial conscifincia ilicitude da Erro de proibição (art. 21) Exigibilidade conduta diversa de Coação moral irresistível (art. 21, 1° parle) Obediência hierárquica (art. 21, 20 parte) inimputabilldade penal. Imputablildade Imputabilidade é a possibilidade de atribuir-se ao indivíduo a responsabilidade pela conduta praticada. Baseia-se num principio de responsabilização moral que pressupõe o pleno exercício das faculdades mentais para que o caráter ilícito da conduta seja compreendido e a capacidade de o agente condições orientar sua conduta de acordo com tal entendimento. São três os critérios para definir a inimputabilidade: Biológico: que considera as alterações fisiológicas no organismo do agente; Psicológico: que se baseia na incapacidade, presente no momento da ação ou da omissão, de compreender a ilicitude do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento; Bio-psicológico: que reúne os elementos dos critérios anteriores. Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental Incompleto ou retardado, era ao tempo da ação ou do omissão, inteiramente Incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento Para o Código, art. 26, caput, são inimputáveis os agentes que não possuam, ao tempo da ação ou da omissão, condições de entender o caráter ilícito da conduta ou de determinar-se de acordo com tal entendimento. Tais pessoas não podem ter sua conduta reprovada e ficam isentos de pena. O parágrafo único do mesmo dispositivo trata de um caso de semi-imputabilidade (melhor seria semi-responsabilidade) que resulta em uma redução de pena, de um a dois terços, para os agentes que, embora imputáveis, têm reduzida sua condição de entender a ilicitude ou de conduzir-se conforme tal juízo. Fica claro que em ambas as hipóteses o CP utilizou o critério bio-psicológico, pois exige a doença ou retardamento mental (biológico) e a incacidade total ou relativa no momento da ação (psicológico). INIMPUTABILIDADE — ART. 26, CAPUT Requisito causal Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado Requisito temporal Ao tempo da ação ou da omissão Requisito conseqUencial Ser inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental Incompleto ou retardado não era Inteiramente capaz de entender o caráter Ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Requisito causal Requisito temporal Ter menos de 18 anos No momento da a ão ou da omissão SEMI-RESPONSABILIDADE — ART. 26, PARÁGRAFO ÚNICO Requisito causal Perturbação mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado Requisito temporal Ao tempo da ação ou da omissão Requisito conseqüenclal Não ser inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente InImputávels, ficando sujeitos às normas estabelecidos na legislação especial. O ad. 27 cuida da inimputabilidade por menoridade. É um caso de desenvolvimento mental incompleto que o Código tratou de maneira especifica para impedir a punição, nos mesmos termos dos adultos, de quem não tenha atingido ainda a idade de 18 anos. A pessoa torna-se imputável no primeiro instante do dia de seu 18° aniversário. Em verdade utilizou-se um critério de política criminal para evitar que pessoas ainda em formação convivessem, nas mesmas unidades prisionais, e tivessem um tratamento Igual aos criminosos adultos, o que terminada contribuindo para a irrecuperabilidade do indivíduo. Repetindo o art. 228 da Constituição Federal, o CP remete a punição dos menores de 18 anos à legislação especial— Lei 8.069/90, de 13.7.90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). No caso da menoridade, o CP utilizou o critério puramente biológico, pois despreza se o menor de dezoito anos tem ou não capacidade de entender a iliticitude do fato ou de conduzir-se de acordo com esse entendimento. INIMPUTABILIDADE POR MENORIDADE — ART. 27 Art. 28 - Não excluem a imputabilldade penal: 1- a emoção ou a paixão; Embriaguez li - a embriaguez voluntária ou culposo, pelo álcool ou substancia de efeitos análogos. § 1° - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente Incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2° - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-w de acordo com esse entendlmento O art. 28 trata da inimputabilidade por embriaguez, mas antes faz duas ressalvas: a emoção ou a paixão não excluem a imputabilidade, o mesmo se dando com a embriaguez voluntária ou culposa. Tem-se por embriaguez o "estado de intoxicação aguda e passageira, provocada pelo álcool (ou outras substâncias de semelhantes efeitos), que reduz ou priva a capacidade de entendimento" (Delmanto). A embriaguez comporta, segundo Damásio de Jesus, três estágios: excitação, depressão e fase de sono. A embriaguez completa corresponderia aos dois últimos estágios, enquanto o primeiro caracterizaria a embriaguez incompleta. 11 Na embriaguez completa o indivíduo perde a capacidade de discernimento e, por vezes, chega à Impossibilidade de compreensão do caráter ilícito de sua conduta ou à impossibilidade de direcionar-se de modo diverso. O Código, entretanto, só isenta de pena o agente se tal embriaguez derivar de caso fortuito ou força maior. Abaixo apresentamos um quadro com as espécies de embriaguez e suas conseqüências jurídico-penais: O parágrafo segundo trata de hipótese de redução de pena quando a embriaguez é incompleta e disso resulta compreensão apenas parcial do ilícito ou pouca capacidade de resistência ao impulso criminoso (redução de um a dois terços). I DO CONCURSO DE PESSOAS iF Aii. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime Incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. A lei penal responsabiliza aquele que diretamente comete um ilícito penal e como não poderia ser diferente, também incrimina o outro que direta ou indiretamente concorreu para a prática do crime. Autor é aquele que domina toda a ação, possuindo domínio sobre o resultado final, podendo decidir sobre sua prática ou não, bem como sobre suas circunstâncias. Autor de autoria mediata é aquele que se serve de pessoa sem condições de discernimento para realizar por ele a conduta típica. Ela é usada como mero instrumento de atuação, como se fosse uma arma ou um animal irracional. A autoria mediata advém da ausência de capacidade penal daquele que foi usado para praticar a ação, como na coação moral irresistível ou na obediência hierárquica. São co-autores os que executamo comportamento que a lei define como crime. Embora a conduta deles não precise ser idêntica, ambos cooperam no cometimento do crime. Existe co-autoria quando dois ou mais agentes. em conjunto, praticam um mesmo crime. Todos aqueles que, ajudando-se uns aos outros para atingir o mesmo fim, praticam ou não a conduta principal são co-autores. As condutas, porém, não precisam ser materialmente idênticas, podendo haver condutas variadas para atingir o mesmo fim. Toda participação tem que haver um participe, este é aquele que concorre para a realização do crime, mas não Espécie Origem Conseqüência Patológica - ,o 901‘ Doença que provoca dependência física e psíquica Inimputabilidade por equivalência à doença mental (art. 26, caput) Voluntária Intenção do indivíduo em embriagar-se, embora não tencionasse praticar crime algum Agente considerado imputável Culposo Ocasionada por descuido do agente Idem Fortuita ou acidental Quando o agente desconhecia os efeitos dg substância ingerida no seu organismo inimputabilidade (art. 28, § 1°) Por força maior O agente é coagido física ou moralmente a ingerir a substância Inimputabikdade (art. 28, §1°) Preordenada O agente embriaga- se propositalmente para o cometimento do delito Imputável, sendo punido com agravante (art. 61, "I") realiza o núcleo do tipo, como aquele que fica do lado de fora da casa vigiando, enquanto os comparsas a furtam. Seguindo o comando do art. 29, todos responderão. A participação consiste em livre e dolosa colaboração no delito doloso de outrem; essa colaboração se manifesta, no direito brasileiro ( como na maior parte dos sistemas legislativos), por duas formas fundamentais: a instigação e a cumplicidade(que o legislador brasileiro quis chamar de auxilio) A participação moral ou intelectual pode se dar na modalidade do induzimento ou determinação (o agente cria, implanta a idéia criminosa na cabeça de outro) ou da instigação (o sujeito reforça, estimula, incentiva uma idéia pré- existente), ou seja, a instigação dolosa é caracterizada como participação. A participação material é o auxílio material. O participe facilita materialmente a prática da infração penal, cedendo, por exemplo, a arma para aquele que deseja se matar. Seja a compra de uma arma, seja o empréstimo de um carro ou qualquer outro tipo de auxilio que venha a facilitar a manobra criminosa. Ela também pode ser chamada de cumplicidade § 1° - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. A participação de menor importância referida no parágrafo P, diz respeito única e exclusivamente ao participe e não ao co-autor. § 20 - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Como se pode entender, o legislador ambicionou penitenciar os concorrentes de um delito nos apropriados alcances do desígnio de sua conduta. Em outras palavras, se o agente tinha o seu dolo retornado para a obra de um determinado efeito, não poderá ele responder pelo desvio subjetivo da conduta do outro sujeito. Circunstâncias incomunicáveis Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Circunstancias são dados, fatos, elementos ou peculiaridades que apenas rodeiam o fato sem agregar a figura típica, colaborando, contudo, para majorar ou minorar a sua gravidade. Podem ser objetivas e subjetivas. Objetivas são as que dizem respeito ao fato, a qualidade e condições da vitima ao tempo, lugar, modo e meio de execução do crime. Exemplo: se A encomenda a B a morte de C, simplesmente, sem mais, não parece justo que, se B, por sua conta e risco, o fizer por meio de emboscada, emprego de veneno etc. sem que A tenha prévio conhecimento disso ou anuído para tanto, responda ele A também por essa qualificadora, que deve ser imputada ao seu autor exclusivamente. isto é, B. Subjetivas as que se referem aos agentes, as suas qualidades, estado, parentesco, motivo do crime etc. Exemplo: A venha a cometer homicídio contra B, seu pai, contando com o apoio de C. Em tal hipótese, aplicar-se-6 a A a agravante do artigo 61 (crime contra ascedente). Já C. porém, não terá sua pena agravada por isso, em razão do caráter pessoal da circunstância agravante em questão (ser filho da vítima). 12 Casos de Impunibilidade Art. 31 - O ajuste, a determinação ou Instigação e o auxilio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. Vê-se, assim, que se o agente não entra na fase executória do crime não será apenado, salvo se o próprio tipo penal dispõe em contrário. É o caso, exemplar, do crime de quadrilha ou bando (arl. 288 do Cl') em que o agente que se reúne a outros três ou mais indivíduos, com o arremate constante de cometer delitos, estará inciso nas penas do art. 288 do CP, ainda que não atinja a concretização de qualquer crime. EXCLUDENTES DE PUNIBILIDADE Todo crime é a principio punível. A lei penal, no entanto, traz algumas causas de exclusão da punibilidade, posteriores ao fato criminoso, e que são descritas no art. 107 do Código Penal. Segundo esse dispositivo, extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; .1V - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; VII - revogado: (casamento do agente com a vitima, nos crimes contra os costumes) VIII - revogado;(pelo casamento da vítima com terceiro, nos crimes referidos no inciso anterior, se cometidos sem violência real ou grave ameaça e desde que a ofendida não requeira o prosseguimento do inquérito policial ou do ação penal no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da celebração) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei; 00000001 00000002 00000003 00000004 00000005 00000006 00000007 00000008 00000009 00000010 00000011 00000012
Compartilhar