Buscar

Prova Foto II Robert Frank

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Prova Fotografia e Iluminação II - Prof. Joliane Olshowsky
Aluno: Wilyans Oliveira Pereira – Matricula: 201310812
ROBERT FRANK: UM FOTÓGRAFO CRONISTA SOCIAL
Robert Frank nasceu em 1924, em Zurique na Suiça, filho de judeus. Mesmo sua família estando segura durante a II Guerra Mundial, o medo pelo nazismo o afetou de tal modo que seu interesse por fotografia surgiu deste sentimento e, para isso fez aulas com alguns fotógrafos e designer até lançar seu primeiro livro com imagens feita à mão em 1946, chamado 40 fotos. 
No ano de 1955, Robert Frank consegue uma bolsa para viajar pelos Estados Unidos para fotografar todas as camadas sociais do país. Durante os dois anos da viagem, Frank tirou mais de 28 mil fotos, das quais oitenta e três foram selecionadas para a obra The Americans. Com essa publicação, ele ficou conhecido como um dos principais artistas visuais a documentar a sub-cultura beat, movimento que buscava por meio de uma linguagem de vida libertadora no pós-guerra, expressar seus sentimentos e contar sua visão de mundo. Frank captou essa ironia com imagens contrastadas e enquadramentos e focos pouco tradicionais.
É necessário compreender as relações que as imagens fotográficas possuem com duas questões importantes: ponto de vista e poder. Retornando o pensamento de Jacques Aumont em seu livro A Imagem (1993), fica nítido que não se pode entender o que é ponto de vista e qual sua relação no espaço fotográfico sem antes compreender os conceitos: pirâmide visual e enquadramento. Por pirâmide visual entende-se que ao olhar, o olho é tido como um “farol” que varre o espaço e, ao fazer isso infinitos raios luminosos acaba por formar um cone, cujo ponto mais alto está justamente no olho. Esta noção, portanto, corresponde à extração, pelo pensamento de uma parte do ângulo sólido formado; que tem por base um objeto, em direção ao centro do campo visual. Trate-se de uma definição meramente cientifica, assim carece de cuidado e atenção. 
Já o enquadramento segundo AUMONT, aparece como uma atividade de moldura e/ou mobilidade potencial, ou seja, fazer deslizar sobre a pirâmide visual imagens obtidas sob determinado campo visual e ângulo, com limites definidos e exatos. Pois bem, é a partir destes dois conceitos que se consegue entender a relação que o ponto de vista assume dentro do espaço pictórico da imagem e também fora dela. Assim, o ponto de vista é obtido quando o olhar do fotografo varre as imagens do mundo histórico (real) e o centraliza em “cumes da pirâmide”, onde as objetivas conseguem capturar. Deste modo as imagens produzidas carregam e são influenciadas pelos valores do fotógrafo. É justamente esta característica de fazer enxergar as coisas do mundo dentro desta pirâmide que confere ao fotógrafo o poder de influenciar pessoas. 
Nesse contexto falar de imagens técnicas se faz necessário e, para tal é preciso recorrer ao livro Filosofia da caixa preta de Vilém Flusser. No capítulo Imagem técnica o autor discorre que este tipo de imagem precisa ser dotado de estratégia, que por sua vez gira em torno do pensar crítico em relação ao mundo. De acordo com Flusser, quando uma imagem imbrica neste processo ela ganha valor, porém, não deve ser usado para sobrepor esse pensamento crítico uma vez que todas as imagens são dotadas de símbolos que aliada à estratégia podem ter utilidades para criar um envolvimento social com a cultura popular, que remonta a ideia das relações de poder estabelecidas pelas imagens. 
A fotografia Rodeo New York City, 1954 é fruto de imagens técnicas e, por serem técnicas (produzidas por aparelhos) possuem uma dualidade em pelo que se entende por realidade e ilusão. Nas imagens técnicas realidade e objetividade é aparentemente ilusão, isso porque essas imagens são tão simbólicas como quaisquer outras, ou seja, são símbolos, pois, são capazes de codificar textos, sentimentos, emoções em imagens destinadas ao público. O pensamento de Flusser retornar neste ponto. Realidade e ilusão estão lado a lado e, a ilusão (magia das imagens técnicas) é projetada no mundo por meio do observador que confia nas imagens técnicas, assim como em seus olhos, uma vez que o observador as vê como janelas do mundo. Aqui é evidente que o ponto de vista de Robert Frank realmente é dotado de poder. A magia que as suas imagens possuem é capaz de modificar não apenas a visão de mundo da objetiva para o olho humano, mas também os “nossos conceitos em relação ao mundo”. 
O aspecto visual da fotografia Rodeo New York City salta aos olhos e são imagens fortes, com tom provocativo, característico do trabalho de um cronista social. Nesta fotografia percebe-se uma metáfora: o cowboy na cidade, em um cenário pós-guerra no ano de 1954, imigrante, solitário, na busca pelo seu eu interior. Além do mais os ideias políticos de Frank estão fortemente presentes. Os Estados Unidos haviam saído vitorioso da Segunda Guerra Mundial, mas a crescente intolerância diferença tanto racial quanto ideológicas, passou a ser mais evidente para emigrantes recentes, como Frank.
Na fotografia Rodeo New York City, 1954 em termos de técnica está enquadrada segundo a regra dos terços, a figura humana ocupa aproximadamente 2/3 da imagem total. A velocidade utilizada foi alta, uma vez que o movimento do carro e também das pessoas caminhando não aparecem rastros, porém a fotografia não apresenta um aspecto petrificado por conta disso. A luz presente na imagem é natural e difusa, uma vez que não é possível perceber sombras ao redor da figura humana. Também são perceptíveis formas geométricas como cilindros (lixeira), círculos (botões da camisa), triângulo (formato do chapéu) e quadrado (fundo do caminhão). Outro ponto a ressaltar é a clara profundidade de campo que a imagem apresenta.
Relacionando o que foram discutidas no presente texto as obras de Robert Frank, trazem sua visão de sociedade e de cultura norte-americana estando enraizada a um modo particular como as questões sociais são consideradas. Carregando consigo opiniões e sentimentos, que destrinchavam a sociedade norte-americana, no pós-guerra, fazendo críticas fortes em relação à política, cultura de consumo, adequação a esfera social, tudo isso com uma visão particular que o caracteriza como um fotógrafo cronista social, que com suas fotografias captura um sentimento, em um lugar e momento únicos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://foto.espm.br/index.php/referencias/o-fotografo-beat/. Acesso em 26/11/2014 
http://www.theguardian.com/artanddesign/2014/nov/07/robert-frank-americans-photography-influence-shadows. Acesso em 26/11/2014 
AUMOUNT, Jacques. A Imagem. Tradução de Estela dos Santos Abreu e Cláudio César Santoro. SP: Papirus, 1993.
FLUSSER, Vilém. Filosofia da Caixa Preta: Ensaios para uma futura filosofia da fotografia. SP: Editora Hucitec, 1985.

Continue navegando