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Matéria Direito Contitucional II

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DIREITO CONSTITUCIONAL II
Professor Gassen Email: gzgebara@unigran.br
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO DIREITO BRASILEIRO
AUTOR: LUIZ ROBERTO BARROSO
EDITORA: SARAIVA
A assembleia legislativa de 1989 teve liberdade de fazer sua constituição?
Resposta: Não. Teve que “copiar” a constituição de 1988, obedecer seus princípios.
Poder Decorrente (Art. 11, ADCT – Art. 18, 25, 29, 32 e 125, CF) ***Prova
De acordo com o Art. 11, ADCT, as Assembleias Legislativas promulgaram as Constituições Estaduais, mas não exerceram Poder Constituinte. Como se infere da Constituição, o legislador local foi obrigado a reproduzir na Constituição Estadual os princípios da CF. Por isso limitou-se a exercer Poder Decorrente. 
Caso os princípios não estejam expressos na Constituição Estadual, serão presumidos.
LM X CE : ADI –TJ
(Se uma Lei Municipal violar a Constituição Estadual cabe ADI junto ao Tribunal de Justiça)
LM X CF : Não cabe ADI
(Se uma Lei Municipal violar a Constituição Federal, não cabe ADI).
LE X CF : ADI – TJ 
(Se uma Lei Estadual violar a Constituição Federal cabe ADI junto ao Tribunal de Justiça)
LE X CF : ADI – STF 
(Se uma Lei Estadual violar a Constituição Federal cabe ADI junto ao Superior Tribunal Federal) Art. 102
CONTROLE/FISCALIZAÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE/LEGITIMIDADE
Constituição pode ser descrita historicamente como o conjunto de leis superiores, fundamentais, das quais derivavam a lei comum. Esse conjunto poderia ser costumeiro/não escrito, ou expresso em um texto legal. No curso da história, houve uma tradição: se a lei comum divergisse da Constituição, era declarada ilegítima, e suprimida do sistema normativo.
O controle de constitucionalidade tem o papel de purificar esse sistema retirando a vigência e a eficácia das leis inconstitucionais. Controle = Filtro.
CONTROLE NA INGLATERRA
Edward Coke (Inglaterra), 1610-1688: Atribuía ao juiz interpretar as leis (Controle de constitucionalidade).
Após Revolução Gloriosa (1688) coube ao Parlamento interpretar as leis.
A Constituição da Inglaterra não é formal, e sim material.
No direito comparado (estrangeiro), interessa o exame do controle realizado na Inglaterra. Em 1610, houve um debate entre Edward Coke e Francis Bacon, o primeiro defendendo o papel do juiz como intérprete do Common Law (Constituição da Inglaterra) e o segundo advogando que esse papel deveria ser garantido ao monarca absolutista. Saiu vencedora a tese de Coke como se pode concluir no exame do julgamento em Bonham’s Case (Ler Controle de constitucionalidade no direito comparado, Mauro Capelletti. Editora Sérgio Fabris).
A partir da Revolução Gloriosa (1688), a última palavra sobre a Constituição é do Parlamento Inglês. ***Prova.
Obs.: Edward Coke (Séc. XVII) até 1688 (Revolução Gloriosa): O Parlamento não pode fazer lei contrária à Common Law (Constituição inglesa). Se fizer, o juiz declara a lei inconstitucional.
Hoje: É o Parlamento que exerce o controle da constitucionalidade. O Parlamento está acima da Constituição.
Edward Coke notabilizou-se por duas razões fundamentais: 
1º O parlamento não pode aprovar leis que contrariem a Common Law (precedentes) e as leis da razão; e
2º Compete ao juiz o papel de interpretar o Common Law, declarando a nulidade da lei que a contrariarem.
Francis Bacon: “O juiz, é um leão, porém, aos pés do Rei”. Ou seja, quem manda é a monarquia.
Hoje na Inglaterra: Como pode o juiz, que não é eleito pelo povo, afastar a efetividade da lei, que foi criada por Parlamento que foram eleitos pelo povo? Não pode?
Resposta: Quem confere poder ao juiz, ao STF é a CF (Competências e Atribuições).
CONTROLE DOS ESTADOS UNIDOS.
1ª constituição escrita 1787 (Filadélfia) – República Federativa Presidencialista
A constituição é a norma fundamental (situada no ápice do ordenamento jurídico). Cada Poder com suas funções típicas. Logo, se o Congresso Nacional aprova leis, é ele também que revoga leis, pelo princípio da democracia, princípio da separação de poderes.
Desde o século XVII preponderou o pensamento de Edward Coke de que compete ao juiz interpretar a lei. A despeito disso, a Constituição Americana vigente não traz, qualquer previsão que garanta ao juiz competência para exercer o controle, essa omissão deve-se ao princípio democrático (Separação dos Poderes).
	 Controle da Inglaterra ≠ Controle dos EUA
	Parlamento está acima da CF (até hoje)
	CF acima de tudo
 
Características do controle nos Estados Unidos.
O controle nos EUA tem raiz nas lições extraídas na obra “O Federalista” (Ver apostila que trata sobre Alexander Hamilton) e do caso concreto Marbury X Madison, decidido em 1803 (Ver material disponibilizado).
Características deste controle:
1º Ocorre sempre em uma controvérsia judicial, em um processo concreto, em que litigam autor e réu;
A sociedade participa da decisão do Poder Judiciário. Assim, a condenação tem efeito erga omnes e não apenas ao caso concreto.
Não existe controle concentrado (Não existe ADIN), somente ocorre controle em casos concretos e não contra leis.
2º Este controle é chamado difuso, pois pode ser exercido por qualquer juiz ou tribunal;
3º A decisão tem eficácia erga-omnes (para todos), vinculante (stare decisis – deixa quieto o que está decidido – ação de repetição de indébito), e sua eficácia é ex tunc (de nulidade da lei);
4º Esse modelo americano denomina-se judicial review (revisão judicial – O juiz faz revisão da lei que ele considera não ser mais aplicável);
5º Para compreensão da vinculatividade, imprescindível o exame detalhado dos motivos determinantes da respectiva sentença (fundamentação). Ex.: Aborto (Quem quiser fazer aborto, deverá respeitar alguns requisitos/motivos. Exemplo: Apenas até a 12ª semana de gestação, que já tenha mais de três filhos);
6º Nesse modelo não há declaração de inconstitucionalidade, o juiz ao reconhecer a inconstitucionalidade da lei limita-se em afastar sua incidência nos casos concretos, porém a efeito erga omnes;
7º Nesse modelo é admitida a participação do “Amici Curiae” (amigos da corte) que devem colaborar com o Tribunal, garantindo-lhe a mais ampla compreensão de casos complexos (Hoje: Audiências públicas); e
8º As decisões proferidas pela Suprema Corte integram materialmente a Constituição dos EUA (Por isso considerada a maior do mundo).
Suprema Corte Federal
 Decisão da Suprema Corte Federal vincula decisões de juízes de 1º e 2º graus.
Juiz 2º grau
Decisões de juiz de 2º grau vincula juízes de 1º grau.
Juiz 1º grau
Se estiverem presentes os motivos determinantes, a decisão vincula o juiz.
Decisão da Suprema Corte não vincula o Congresso para o futuro (Lei nova), apenas faz o controle para leis vigentes, atuais, já existentes (Art. 102, § 2º, CF – Não vincula para o Legislativo).
Quem revoga uma súmula? Resposta: Poder Judiciário. Quem revoga uma lei? Resposta: Poder Legislativo.
O juiz americano não declara a inconstitucionalidade, ele reconhece, a diferença é que aquela se dar abstratamente e este parte de um caso concreto e logo não se aplica a mais ninguém.
Para saber o alcance da vinculatividade, é preciso saber os motivos que levaram a Suprema Corte a julgar daquela forma.
O exercício do controle se refere a leis já existentes.
Art. 102, CF - Não cita o Congresso Nacional.
CONTROLE NA ÁUSTRIA (EUROPA)
1920 – Tribunal Constitucional – Hans Kelsen
1929 – Incidental de inconstitucionalidade
Nenhum dos três poderes exerce o controle, Hans Kelsen cria um 4º Poder intitulado Tribunal Constitucional, tem a função exclusiva de exercer o controle. O juiz é responsável apenas por impor os casos concretos.
Se o Tribunal Constitucional julgara lei inconstitucional ela é revogada. Nenhum juiz tem competência para declarar lei inconstitucional na Europa, exceto na Suécia.
Se a lei está vigente o juiz aplicará a lei.
Características:
1ª Foi criado um Tribunal Constitucional desvinculado do poder judiciário, com competência exclusiva de exercer o controle. O controle, portanto, continuou fora da alçada do Poder Judiciário;
2ª A ação era proposta diretamente no Tribunal Constitucional por isso “Controle direto”;
3ª Esse controle é objetivo, não ingressa nos direitos subjetivos dos cidadãos;
4ª A decisão declara abstratamente a lei inconstitucional. Essa decisão não interfere automaticamente nos direitos das pessoas;
5ª A decisão é erga omnes, e seus efeitos projetam-se para o futuro (ex nunc). Para Kelsen a lei inconstitucional é anulável, e não nula (revogação da lei). Esse controle é chamado de direto, pois é exercido diretamente pelo Tribunal Constitucional (TC), e é concentrado, pois somente o TC exerce este poder;
6ª Esse controle restringia-se aos vícios formais, aqueles decorrentes aos procedimentos para a formação da lei.
No Brasil o modelo de controle chama-se híbrido, é uma mistura entre o controle difuso e abstrato.
A partir de 1929.
Incidental – Se um cidadão entrar-se com uma ação e o juiz entender que uma lei é inconstitucional, ele pode paralisar a ação e enviar a lei para o TC, para ser avaliada. Se a lei for declarada inconstitucional o juiz não a aplicaria. Caso contrário, o processo seguiria normalmente. O TC avaliará de forma objetiva, abstrata e em tese.
7º Em 1929 houve uma revisão constitucional que trouxe importante inovação: a criação da incidental ou inconstitucionalidade. Se o juiz ao resolver um litígio deparar-se com uma lei supostamente inconstitucional, paralisa o processo e encaminha ao TC uma questão indagando sobre esse vício. Com a resposta o juiz decidia o litígio. Nesse caso o controle tem início em um caso concreto, mas a decisão do TC é objetiva e abstrata, com efeitos erga omnes, e ex nunc.
Conjur – Fenômeno para debates sobre dever profissional nos EUA (ler).
8º O TC na Áustria atua apenas como legislador negativo, suprimindo do texto legal, o dispositivo declarado inconstitucional.
CONTROLE NA ALEMANHA 
1949 - 1951
Com base na lei (conferida a Hitler) e na autorização do Parlamento é que ocorreu a 2ª Guerra Mundial. Esta Trouxe a necessidade de leis protetivas da dignidade da pessoa humana.
Com a tragédia decorrente da 2ª Guerra Mundial, em que o próprio Estado, em nome da lei e do Parlamento, assassinou seus próprios cidadãos, os estados viram-se obrigados a reinventarem suas constituições, baseando-as na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Nelas os direitos fundamentais finalmente eram protegidos especialmente a partir da promoção da dignidade da pessoa humana. Nesse cenário vingou o pensamento Kantiano, de que as coisas têm preço e as pessoas dignidade (Fundamentos da metafísica dos costumes).
Esse modelo tem a seguinte estrutura:
1º Controle exercido exclusivamente pelo TC;
2º Controle abstrato, direto, objetivo;
3º Decisão com efeitos erga omnes, vinculante e ex tunc (nulidade da lei – efeitos retrospectivos);
Na Áustria os efeitos são prospectivos? Resposta: Sim. ***Prova
4º O TC foi criado em 1941;
5º Atua examinando vício formal e material;
6º Exercia o papel de legislador negativo e positivo. O juiz é admitido como intérprete da Constituição, legítimo coparticipe na criação do direito.
O Parlamento é eleito pelo voto direto e o TC é nomeado pelo Parlamento.
O TC atua quando o Parlamento atua contra a Constituição.
7º O controle pode ser direto ou incidental.
Recurso Constitucional.
Se determinado direito ter repercussão geral, não for tutelado por nenhuma instância judiciária, é cabível esse apelo ao TC. Essa matéria será examinada abstratamente considerando-se os motivos determinantes, para fins de vinculação. Lembrar que a última instância recursal na Europa, é a Corte Europeia ou Direitos Humanos.
É predominantemente político, preventivo e exercido sucessivamente pelas duas casas legislativas (Assembleia Nacional e Senado), pelo Presidente da República e pelo Conselho Constitucional.
Projeto somente será promulgado pelo Presidente se não for encontrado pelos órgãos de controle vícios de inconstitucionalidade.
A partir de 2009, entrou em vigor uma reforma nesse sistema provado em 2009 que admite o controle repressivo de constitucionalidade exercido pelo conselho constitucional.
CONTROLE NA FRANÇA
Político – Preventivo – Conselho Constitucional 1958
Responda:
1º Um juiz de direito em 1923, na Áustria, depara-se com uma lei:
Encaminha o processo ao Tribunal Constitucional.
Encaminha o processo ao Tribunal de Justiça.
Aplica-se a lei.
Afasta a incidência da lei.
2º Um juiz de direito em 1923, na França, depara-se com uma lei:
Encaminha o processo ao Tribunal Constitucional.
Encaminha o processo ao Tribunal de Justiça.
Aplica-se a lei.
Afasta a incidência da lei.
3º Um juiz de direito em 1923, na Alemanha, depara-se com uma lei:
Encaminha o processo ao Tribunal Constitucional.
Encaminha o processo ao Tribunal de Justiça.
Aplica-se a lei.
Afasta a incidência da lei.
CONTROLE NO BRASIL
Quanto ao momento – Preventivo e Repressivo.
Preventivo – A quarteori
Repressivo – A posteriori
Comunicação – Art. 220, CF.
O que é sanção? Resposta: É a confirmação que o projeto é Constitucional, exercendo o controle prévio.
O que é veto? Resposta: Quando o Presidente nega a sanção por considerar a lei inconstitucional.
Quando é um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) o Presidente não sanciona, promulga e publica.
Art. 66, CF.
Quanto ao momento preventivo é exercido sucessivamente pelas duas casas legislativas através das respectivas Comissões de Constituição e Justiça (Art. 58, §1º, CF) e pelo Presidente da República.
Esse controle refere-se a Projeto de Lei Ordinária e a Projeto de Lei Complementar (Presidente não participa do controle dos Projetos de Emenda Constitucional – PEC) O veto presidencial pode ser total ou parcial e deve alcançar a íntegra de um dispositivo do projeto.
Veto parcial é aquele que alcança por inteiro os dispositivos da lei: Artigo, Inciso, Parágrafo e Alínea.
Veto integral (total) é o que cancela a lei inteira.
O STF firmou posição no sentido de ser inadmissível o Controle Concentrado antes da vigência da lei: enquanto tramitar o projeto de lei não se admite Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) sob pena de usurpação aos Poderes Legislativos e Executivos (ADI 466).
O STF tem admitido controle prévio através de mandado de segurança impetrado (proposto) por parlamentares que defendem o direito subjetivo em não deliberarem uma PEC tendente a abolir cláusula pétrea (Mandado de Segurança MS 20257). Nesse caso o STF proibiu o andamento da PEC.
No Mandado de Segurança não se exerce controle.
Controle Prévio é feito pelo Poder Legislativo e Executivo.
ADI = Ação Direta de Inconstitucionalidade.
O mandado de segurança interfere no STF?
O Tribunal exerce controle.
O Tribunal julga um caso subjetivo e não exerce controle.
O STF declara a PEC inconstitucional.
Qualquer cidadão pode propor mandado de segurança.
A decisão vale apenas para os impetrantes.
Controle Repressivo Difuso
É exercido em uma controvérsia judicial com base no Art. 5º, Inciso 35, CF (Princípio da inafastabilidade da jurisdição). O juiz que preside a ação reconhecendo a inconstitucionalidade da lei deixa de aplica-la. A decisão só gerará efeitos se confirmada pelo Tribunal (Duplo grau de jurisdição – Art. 47, CF). ***Prova
Art. 5º, Inciso 69, CF.
Art. 475, CPC.
***Estudar também sobre Turma Fracionária e Órgão Especial.
No Tribunal de Justiça o recurso é distribuído por sorteio a uma turma fracionária composta por três desembargadores (ou ministros conforme o Tribunal) se essa turma reconhecer que a lei é inconstitucional paralisa ojulgamento e encaminha uma incidental ao Órgão Especial. Turma fracionária não tem competência para declarar a inconstitucionalidade, tampouco para afastar a incidência da lei no caso concreto (Princípio da reserva do Plenário, Art. 97, CF e Súmula vinculante nº 10).
O juiz não declara lei inconstitucional por qual motivo? Resposta na gravação.
A decisão do Órgão Especial tem efeito “Inter Partes” e admite recursos extraordinários para o STF (Art. 102, Inciso 3º, Letra “A”, CF).
Hipóteses em que a Turma Fracionária não encaminha a incidental ao Órgão Especial.
De acordo com o Art. 481, CPC (Anotar no Vade Mecum - Controle Difuso), a incidental não será encaminhada ao Órgão Especial em três situações:
1ª Se entender que a lei é constitucional;
2ª Se o Órgão Especial já se pronunciou sobre a mesma lei em outro recurso; e
3ª Se o Plenário do STF já se manifestou sobre a lei anteriormente. Nesses casos legais a Turma Fracionária julga o recurso e intima as partes.
Incidenter Tantun = Controle Difuso
Incidental = Arguição de inconstitucionalidade
Ver Art. 93, Inciso 11, CF.
A incidental é encaminhada ao Órgão Especial que examinará a lei de modo objetivo pois não tem competência para adentrar na controvérsia judicial. Por maioria absoluta pode declarar a lei inconstitucional ou constitucional. Essa decisão é irrecorrível e vincula a decisão da Turma Fracionária ao STF. A decisão é inter partes e ex tunc (retroativa).
Estudar o que é sumula vinculante.
No STF a mesma lei é submetida ao Plenário que poderá por maioria absoluta declarar sua inconstitucionalidade ou sua constitucionalidade. Decisão com efeito inter partes e ex tunc (De nulidade para o caso concreto).
Estudar sobre recurso extraordinário (Art. 108, Inciso III, CF).
Ao julgar o recurso extraordinário 197917-8/SP (Mira Estrela), declarou o STF a inconstitucionalidade da lei, mas excepcionalmente atribuíram-lhe efeitos prospectivos, para o futuro. ***Prova
Ex Tunc – Irá retroagir.
Ex Nunc – Os efeitos da lei serão da data da sentença para o futuro.
Papel do Senado no Controle Difuso
De acordo com Art. 52, X, CF, o Senado tem a faculdade de suspender total ou parcialmente uma lei declarada inconstitucional pelo STF. Essa lei pode ser Federal, Estadual, Distrital ou Municipal que violar a CF (Vale para o controle Difuso, o mesmo não vale para o Controle Concentrado).
Ver Art. 481, CPC.
Doutrina de Lenio Streck
De acordo com esse autor Turma Fracionária sói deixará de encaminhar a incidental ao Órgão Especial, se o Supremo já se manifestou sobre a mesma lei e já comunicou sua decisão ao Senado Federal. Para ele é irrelevante pronunciamento de Órgão Especial. Obra hermenêutica e Jurisdição Constitucional.
Controle Difuso e Súmula Vinculante
Art. 103-A, CF, de acordo com esse artigo o STF por maioria qualificada de 2/3 pode de ofício ou por provocação aprovar Súmula Vinculante, referente à matéria constitucional que a partir de sua publicação vincula todos os Tribunais e juízes. Requisito principal: decisões reiteradas (no mesmo sentido) sobre matéria constitucional.
Aprovada uma Súmula Vinculante que reconhece a inconstitucionalidade de uma lei, o controle difuso abrevia-se:
Pois a lei não deve ser aplicada;
Se for aplicada em um caso concreto a parte prejudicada pode propor uma reclamação constitucional diretamente no STF que obrigará o juiz a cumprir a Súmula (Art. 102, I, letra “L”, Lei 8.038/90, Art. 13 e seguintes).
Maioria qualificada = 8 Ministros do STF
Maioria absoluta = 6 Ministros do STF
Controle Difuso e (tentativa) Mutação Constitucional
(Art. 52, X, CF e Reclamação Constitucional 4335).
Nessa reclamação o Ministro Gilmar Mendes votou no sentido de a decisão do STF no Controle Difuso ter eficácia erga omnes e vinculante; caberia ao Senado o papel de publicar a decisão o que implicaria na revogação do Art. 52, X, CF. Foi acompanhado pelo Ministro Eros Roberto Graus, mas a questão continua pendente na Corte.
É correto afirmar que a partir da Reclamação 4335, passou a ser erga omnes e ex tunc? Resposta: Não.
Art. 5º, CF – Cláusulas Pétreas.
Estudar para a P1!!!!
Súmula vinculante vincula todos os Tribunais e todos os juízes.
Art. Frívolos 1710 e 1889, CF.
Qual a influência da lição de Alexandre Hamilton.
Quanto ao Controle Difuso e seus efeitos RE 197917 (Mira Estrela) – Efeitos prospectivos.
Lei Inconstitucional
Ação – Juiz 1º grau – Lei Inconstitucional – Não aplicar a lei – Afastar a lei – Tribunal de Justiça (Art. 475, CPC) – Turma Fracionária – Lei Inconstitucional – Órgão Especial (Objetivo) – Inconstitucional.
Princípio da Reserva de Plenário
Controle Prévio 
Câmara dos Deputados – CCJ – Parecer – Plenário – Aprovado
Senado – CCJ – Plenário – Aprovado
Sanção Presidente ou Veto (Expresso ou Motivado)
2º BIMESTRE
Controle Concentrado no Brasil – EC 16/1965
A partir dessa emenda o Brasil passa a ter controle híbrido de constitucionalidade das leis. Foi mantido o Controle Difuso e recepcionado o Controle Concentrado, modelo Europeu.
Principais características (Art. 34, VII, CF):
1 – Era denominado representação de inconstitucionalidade (Vai desde da EC 16/1965 até a criação CF/1988 e depois ficou conhecida como ADI);
2 – Era legitimado para propor a ação o Procurador Geral da República;
3 – A competência originária para julgá-la é do STF (Art. 102, CF);
4 – Podem ser objeto da representação leis federais e estaduais (Ver Art. 125, § 2º, CF. Fala sobre inclusão de leis municipais a partir de 1988);
5 – O único parâmetro: A Constituição Federal;
6 – A decisão tinha efeito erga omnes, vinculante e ex tunc;
7 – Examinava-se vícios formais e materiais;
8 – O STF atuava como legislador negativo.
Esse modelo fracassou por duas razões:
1 – Por ser o Procurador Geral o representante judicial do Poder Executivo/Presidente da República. Essa competência conflitava com aquela de propor a representação.
2 – O desrespeito à vinculatividade das decisões do STF. A época não existia com a efetividade de hoje a reclamação constitucional.
Ver Art. 102, § 2º, CF.
Complementando a falta de autonomia do Poder Judiciário decorrente da ingerência ilegítima do Poder Executivo contribuiu para o insucesso desse controle.
Controle CF/88
Em 88 foi instituída nova fórmula para o Controle Concentrado, conforme orienta o Art. 102,I, “a”, CF. A representação é designada como Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). Esta ação é regida ordinariamente pela lei 9.868/99.
Características:
1 – Pode ser proposta por 9 (nove) órgão ou entidades citadas no Art. 103, I a IX CF. Em geral são órgãos de representação nacional. Alguns deles só são admitidos como autores da ADI se demonstrarem a relação entre sua representação e matéria contida na lei atacada: é a pertinência temática. Deve fazê-lo Governadores, Assembleias Legislativas, Entidades de âmbito nacional que não possuem legitimidade universal. Essa última deverá demonstrar também que representa efetivamente os interesses da categoria em pelo menos nove Estados da Federação.
Efeitos da ADI:
De acordo com o Art. 102, § 2º, CF. A decisão proferida em ADI é erga omnes, vinculante e ex tunc.
A Lei declarada inconstitucional é nula, como nulos são todos os efeitos dela derivados.
A decisão do STF exige o cumprimento de dois requisitos: 1 – a presença da respectiva seção de julgamento de pelo menos oito ministros; e, 2 – O quórum de maioria absoluta (Art. 22 e 23, da lei 9.868/99).
Modulação permite constatar que houve vício substancial na lei, porém, a lei será anulada da data da sentença da PEC em diante, sem anular os efeitos que já produziu esta lei.
Ex tunc – Art. 102, §2, CF.
Modulação – Art. 27, Lei 9.868/99.
De acordo com o Art. 27 da Lei 9.868/99 podem pelo menos oito Ministros do STF modular os efeitos de uma decisão da Corte com base: a) Em excepcional interesse social; e/ou, b) Em nome da segurança jurídica. Nesse casoa decisão poderá ser ex nunc, da sentença para o futuro; ou a partir de uma data fixada pelo STF, no passado ou no futuro.
No Controle Concentrado e em todos os seus desdobramentos só se exige maioria qualificada (2/3) para a modulação dos efeitos da sentença. No mais será maioria absoluta.
Art. 52, X, CF.
Objeto da ADI.
Podem ser impugnados nessa ação além das leis, os atos normativos abstratos e gerais, aqueles que ao entrarem em vigor inovem para todos indeterminadamente a ordem jurídica: Constituições Estaduais, Leis Orgânicas Municipais, Tratados Internacionais, Lei Complementar, Lei Ordinária, Lei Delegada, Medida Provisória, Resoluções Normativas, Decretos Legislativos (Art. 59, CF).
Qualquer Tratado Internacional pode ser impugnado em uma ADI, ainda que seja, sobre Direitos Humanos e tenha passado pelo rito do Art. 5º, §3º, CF. O Tratado Internacional só servirá de parâmetro para o controle se presentes dois pressupostos: a) Passar pelo Art. 5º, § 3º, CF; e, b) Sobre Direitos Humanos.
Ler ADI 1480, para compreender melhor sobre o tema Tratados Internacionais.
O Brasil recepcionou como Emenda Constitucional um Tratado Internacional, qual foi?
Técnica da Parcelaridade ou Divisibilidade.
Pode ser utilizada no Controle Repressivo de modo que o STF declara inconstitucional apenas uma palavra, uma frase ou expressão que tornou inconstitucional o dispositivo da lei. Utilizada a técnica, o dispositivo da lei continua a ter sentido e volta a ser constitucional. Se o dispositivo tornasse incompreensível a técnica não é admitida. Exemplifica a hipótese a ADI 1127 na parte em que impugnou o Art. 7º, V e seu §4º da Lei 8.906/94.
Técnica da Atração ou Arrastamento.
De acordo com Art. 3º, I, da Lei 9.868/99, o autor da ADI indicará na inicial a lei ou o dispositivo da lei que viole a CF. O STF contudo não, se limita a fiscalizar somente o artigo indicado. Deve fazer uma filtragem ampla que permita arrastar para sua sentença também outros dispositivos que tenham conexão com aquele.
Ler Art. 22 e 23 da Lei 9.868/99.
(Se o vício for formal a lei toda é inconstitucional)
Prova: Para o julgamento de uma ADI a dois requisitos: 1º Devem está presentes a Seção pelo menos oito Ministros – Art. 22, Lei 9.68/99; e, 2º Para procedência ou improcedência da ADI votos de pelo menos seis Ministros (maioria absoluta) – Art. 23, Lei 9.868/99.
Se houver empate 5 x 5 no julgamento de uma ADI a lei impugnada mantém a sua presunção de constitucionalidade.
Ler Art. 1723, CC.
ADI e Interpretação.
Nem sempre o Controle de Constitucionalidade é usado contra o texto de uma Lei. Pode também ser manejado (utilizado) em relação à fórmula de interpretação ou aplicação do texto legal. Isso ocorre quando o texto legal for ambíguo, polissêmico, plurissignificativo, podendo ocasionar insegurança jurídica diante de várias interpretações conflitantes entre si. Também para ampliar a proteção de direitos fundamentais, como ocorreu com a ADI 4277 que deu interpretação conforme ao Art. 1.723, CC.
Exemplificam também esse princípio a ADI 3324 que deu interpretação conforme ao Art. 1º da Lei 9.536; e a ADI 1127 que deu interpretação conforme sem redução de texto ao Art. 50 da Lei 8.906/94. Nesse caso o STF atua como legislador positivo.
Art. 28 da Lei 9.868.
Decreto 6949
Ler Art. 59, CF.
Princípio da transcendência das normas determinantes.
Nos termos do Art. 28 da Lei 9.868/99 a decisão do STF / Acórdão é publicada resumidamente no Diário Oficial. Esse resumo é a ementa ou a parte dispositiva da sentença.
Tradicionalmente a vinculatividade das decisões do STF ficava limitada à ementa publicada em Diário Oficial. Atualmente a vinculação transcende os limites da ementa alcançando os votos vencedores da decisão desde que determinantes para aquela conclusão.
Lei revogada e ADI.
Considerando-se que a discussão ocorrida em uma ADI é abstrata, não envolve direitos subjetivos, a revogação da lei impugnada implica no arquivamento da ADI. Eventuais prejuízos decorrentes da lei enquanto vigente podem ser ressarcidos através do Controle Difuso.
Norma Originária e ADI.
Em relação aos dispositivos promulgados em 05 de outubro de 1988 (Originário) não se admite Controle de Constitucionalidade. Norma Originária não pode ser parâmetro para Controle de Norma Originária.
Indisponibilidade da ADI.
Por envolver a ordem pública uma vez proposta a ADI o autor não pode desistir de seu prosseguimento. De igual a ADI não é atingida pela regra da prescritibilidade: pode ser proposta a qualquer tempo.
Não existe controle em relação à Lei Originária, no caso só é cabível na Emenda Constitucional.
ADI Estadual.
Ler Art. 102, I, ”a”, CF.
A Constituição traz outra inovação importante: se uma Lei Estadual ou Municipal transgredirem a Constituição Estadual, explicita ou implicitamente, a ADI será proposta no Tribunal de Justiça (Art. 125, §2º, CF). Temos então a possibilidade de Controle Concentrado em relação à Lei Municipal e mais um parâmetro de Controle: A Constituição Estadual. Também a legitimação de um Tribunal de Justiça para exercer o controle.
Anotar no §2, Art. 125, CF (Está na gravação importante verificar e anotar).
É possível que uma mesma Lei Estadual viole simultaneamente a Constituição Estadual e a Federal. Nesse caso a ADI local fica prejudicada, pois a decisão do STF é erga omnes e vinculativa (Art. 102, §2º, CF).
Estudar Art. 102, III, CF.
Os principais centrais da Constituição Federal devem ser repetidos obrigatoriamente na Constituição Estadual. Não se fala aqui em poder discricionário ou em mera liberdade do constituinte local. Por isso, ainda que um desses municípios não tiver êxito na Constituição Estadual, implicitamente, fará parte desta Constituição.
Ler Art. 125, § 2º, CF.
Nesse sentido o Art. 11, ADCT; os Art. 18, 25, 29, 32 e 125, CF (Todos eles falam a mesma coisa).
Por conta disso é possível ADI contra Lei Municipal e Estadual, que agredirem de modo implícito ou explícito a Constituição Estadual (no TJ).
Se uma Lei Municipal e uma Lei Estadual Violarem simultaneamente as duas Constituições pode ocorrer o seguinte: No caso da Lei Estadual uma ADI no STF e outra no TJ, caso em que a ADI local fica prejudicada, pois a decisão do STF é vinculante. Em relação a Lei Municipal admite-se ADI somente no TJ. A decisão do TJ admite Recurso Extraordinário (RE) para o STF, cuja decisão será erga omnes e vinculante na circunscrição daquele Estado.
Ler Reclamação 283 – Ministro Moreira Alves.
Questões para estuda para prova:
1) O que veio de novo na CF/88?
R- Paradigma Constituição Estadual, TJ foi destinado a julgar ADI Constituição Estadual e Lei Municipal (Controle Concentrado).
2) Que normas não podem ser impugnadas em ADI no STF?
R- Lei Originária, Lei Originária Estadual, Lei Municipal, Lei Revogada, Norma de efeito concreto, Leis pré-constitucionais, Lei Estadual quando for somente contrária a CE e não for contrária a CF e Normas secundárias.
3) O que pode ser impugnado por uma ADI?
R- Lei Federal, Lei Estadual, Lei Municipal, Constituição Estadual, Emendas Constitucionais, Medidas Provisórias, Decreto Legislativo e Lei Delegada.
4) Em que atuações rege-se o quórum de 2/3 em caso de ADI?
R- Parcelaridade, Técnica da atração, Interpretação conforme a CF, Modulação, Procedência ADI (Maioria absoluta), Improcedência ADI e Abertura de Sessão de Julgamento (oito Ministros).
Estudar Lei 8.906/94, Lei 9.868/94 e ADI 1127.
Matéria para a Prova
Parâmetro para Controle:
CF
CE (TJ)
EC (Tratado de Nova Iorque)
ADI x LF
Podem ser impugnados ADI:
EC
Norma Originária
Tratado Internacional
Leis Complementares, Ordinárias e Delegadas.
MP
Decreto Legislativo
Resolução
Leis Estaduais
Leis Municipais

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