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Doença Infecciosa da bolsa de Fabrício Doença de Gumboro

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1. Introdução
	
	A doença infecciosa da bursa de Fabricius (DIB) é uma doença caracterizada pela imunossupressão e mortalidade de aves jovens. O vírus da doença infecciosa da bursa de Fabricius (VDIB) é um vírus de RNA fita dupla do gênero  Avibirnavirus da família  Birnaviridae.  Altamente contagioso, possui muitas variações que podem infectar tanto galinhas como patos e perus. Afeta aves na faixa etária de 3 – 6 semanas, alterando a morfofisiologia do sistema imunológico. A Bursa de Fabricius é o órgão alvo do vírus. Durante vários anos, foi confundida com variantes de vírus de "Bronquite Infecciosa", devido às lesões observadas no campo, sendo posteriormente estabelecidos agentes etiológicos distintos.
	Em aproximadamente 11 horas após a infecção, o vírus chega, através da circulação sanguínea na Bursa de Fabrícius, baço, timo e rim, causando alterações nestes tecidos e, principalmente, imunossupressão relacionada com depleção de linfócitos B. Os efeitos imunodepressivos causados pela doença clínica induzem a morbidade e moratalidade das aves. As sequelas associadas à imunossupressão incluem: dermatite gangrenosa, corpos de inclusão na Síndrome de hepatite-anêmica, infecção por E. coli e falhas na vacinação. O vírus não acomete humanos e não tem importância na saúde pública.
	Os métodos de diagnóstico molecular baseados na RT-PCR são os mais utilizados, hoje em dia, por serem mais rápidos e sensíveis que os métodos convencionais de isolamento viral.
	A imunização é o principal método usado para o controle da DIB em aves. Para obtenção de imunidade sólida e duradoura deve-se empregar um programa de vacinação adequado as condições locais, conhecer as condições ambientais e de manejo e avaliar os níveis de uniformidade dos anticorpos maternos transferidos a progênie.
2. Doença de Gumboro, Doença Infecciosa da Bolsa (DIB), Infectious Bursal Disease (IBD)
2.1 Etiologia
	A família Birnaviridae é composta por vírus encontrados em vertebrados, insetos, moluscos e crustáceos. Os membros desta família caracterizam-se por não possuírem envelope, apresentam capsídeo icosaédrico e, principalmente, por possuírem o genoma distribuído em dos segmentos de dupla-fita de RNA (dsRNA, double stranded RNA), com tamanhos entre 2.9 e 3.5 mil pares de bases (Kbp). Essa estrutura característica do genoma em dois segmentos deu origem ao nome “bi RNA vírus”.
	O Vírus da Doença Infecciosa da Bolsa (VDIB) pertence à família Birnaviridae e seu genoma consiste em uma molécula de RNA de fita dupla. Tem simetria icosaédrica e não possui envelope. Pertence ao gênero Avibirnavirus. Tem 4 proteínas virais – VP1, VP2, VP3 e VP4 – sendo que a VP2 é a região responsável pela indução de anticorpos (Ac) protetores e base para a diferenciação de patótipos e subtipos virais. 
	O Infectious Bursal Disease Virus (IBDV) é bastante resistente ao ambiente, persiste por vários meses em instalações, é resistente também a agentes químicos (éter e clorofórmio), PH elevado (até 12); mas o vírus é inativado com solução de formalina (0,5% por no mínimo 6 horas), cloramina (0,5% após 10 minutos), iodóforos (após 2 minutos a 23oC). Sua notável resistência a desinfetantes lhe permite sobreviver em granjas por longos períodos (4 a 12 meses) apesar de limpezas e desinfecções profundas.
	Existem dois sorotipos de vírus que infectam aves: sorotipo 1, que é patogênico para galinhas e raramente perus, é o responsável pela DIB, e sorotipo 2, considerado não patogênico, isolado inicialmente em perus. Dentro do sorotipo 1 existem diferentes cepas ou patótipos que expressam diferentes graus de patogenicidade.
	As amostras são distinguidas por provas laboratoriais diretas, que permitem a tipificação do vírus, e indireta, que são uteis para comprovação da presença de anticorpos ou de antígenos específicos. O termo sorogrupos está consagrado para descrever um grupo sorológico que é um conjunto de cepas que reagem de forma semelhante, in vitro, frente a um soro padrão (protótipo) que contem anticorpos que indicam semelhanças imunogênicas estabelecidas por equações matemáticas. Uma cepa de vírus que induz a imunidade contra outra cepa, em determinada espécie animal, pode ser descrita como pertencente ao mesmo grupo imunológico. Dentro do sorotipo 1, distintos subtipos diferem quanto a sua capacidade antigênica e imunogênica. O VDI apresenta alta antigenicidade e alta imunogenicidade.
	2.1.1 Replicação viral
	Vários sistemas podem ser utilizados como ovos embrionados, cultura celular (fibroblastos ou células de linhagem) e aves SPF sendo que nestas após infecção deve ser coletada as bolsas para exame virológico e soro que irá indicar a presença ou não de anticorpos circulantes.
2.2 Epidemiologia
	2.2.1 Características da Doença
	A doença de Gumboro acomete aves principalmente entre 10 a 28 dias de idade, período este correlacionado com o desenvolvimento da bolsa. Este órgão cresce rapidamente durante três semanas de vida, período este marcado pela intensa colonização dos tecidos linfoides periféricos (baço, medula óssea, tonsilas cecais e outros tecidos linfoides) pelos linfócitos B. Na bolsa, o vírus se multiplica nos linfócitos B, destruindo-os e comprometendo a resposta humoral para outras doenças e vacinas. Os linfócitos B do timo, tonsila cecal, baço e glândula de Harder também são infectados pelo vírus, Linfócitos T aparentemente não são comprometidos.
	A bolsa começa a regredir de tamanho ao redor das 12 semanas e geralmente termina às 20 semanas. Aparentemente é necessário que existam grandes quantidades de células altamente suscetíveis para que se desenvolva a enfermidade. Quanto mais tempo permanece intacta a bolsa, menor será a imunodepressão.
	A imunodepressão pode alcançar seu grau máximo em aves infectadas no primeiro dia de idade (imunossupressão) e em menor grau, após semanas. 
	Geralmente a infecção ocorre no decréscimo dos anticorpos maternos (após duas ou três semanas de idade).
	As aves afetadas apresentam lesões na bolsa, podendo haver evidencias de infecções bacterianas ao redor da terceira e quarta semanas de idade e podem mostrar alterações na capacidade e reagir perante estímulos antigênicos comprometendo a resposta imune contra infecções causada pelos vírus da enfermidade Newcastle, Marek, Bronquite, Micoplasma e Avibacterium entre outros. 
	Existem evidências de que as aves que sofrem imunossupressão pelo vírus da DIB, se tornam mais suscetíveis à dermatite gangrenosa, hepatite por corpúsculo de inclusão e outras infecções secundárias. Perus podem se infectar com o vírus, mas não apresentam manifestação clínica e nem redução de performance ou imunossupressão.
	2.2.2 Cadeia Epidemiológica
		
Fontes de infecção
	A transmissão da enfermidade acontece diretamente de ave para ave, e o vírus é eliminado nas fezes do animal doente, sendo que a porta de entrada para as aves saudáveis é a via oral. Entretanto, pelo fato do vírus apresentar resistência no meio em que se reproduz, a transmissão indireta também acontece por materiais contaminados, como equipamento, ração, água, veículos e mesmo entre pessoas que circulam pelas granjas, levando o agente infeccioso de um local para outro. 
Doentes
	Um organismo vertebrado que alberga o vírus em seu organismo e o elimina para o meio exterior. As modalidades de infecções são: 
	Doentes típicos – são aqueles que alberga o VDIB em seu organismo na presença de sinais clínicos característicos da DIB – pintos entre três e seis semanas de idade. 
	Doentes atípicos – aquele que alberga o VDIB em seu organismo na presença de sinais clínicos atípicos da DIB, em ocorrência da manifestação benigna da doença no hospedeiro – pintos com imunidade materna e galinhas que se infectaram com mais de seis semanas de idade.
Portadores
	Portadores em incubação – aquele que alberga o VDIB em seu organismo e que ainda não manifesta os sinais clínicos da DIB, mas irá manifestar depois de superado o período de incubação – pintos adultos e recém infectados (galinhas).
Portadoressão – aqueles que alberga o VDIB em seu organismo na ausência permanente de sinais clínicos da DIB – pintos com imunidade materna e galinhas que se infectaram com mais de seis semanas de vida.
	Portador convalescente – aquele que alberga o VDIB em seu organismo e que não mais manifesta os sinais clínicos da doença porque foi curado – não ocorre a doença de Gumboro. 
Reservatório
	São animais vertebrados, não pertencentes à espécie animal principal, na qual o vírus da DIB se instala. Nesse caso, estão as outras aves domésticas (patos e perus) e silvestres (avestruzes) e roedores que eventualmente poderão albergar o VDIB e transmitir as galinhas. 
Vias de eliminação
	São os meios ou veículos de que se vale o vírus para ter acesso ao meio exterior. A única via de eliminação natural do vírus da DIB é representada pelas fezes. O vírus é excretado pelas fezes durante 10 a 14 dias.
Via de transmissão
	A transmissão ocorre pelo contato com aves infectadas e fômites contaminados. Não há evidencias de transmissão pelo ovo e não há detecção de galinhas portadoras do vírus. Os disseminadores do agente viral são carreados mecânicos como: aves silvestres, ratos, insetos e o próprio homem. Contudo, alguns vermes e restos de lixo podem conter vírus com capacidade de infecção por até oito semanas. 
Porta de entrada
	É o caso do vírus no organismo do suscetível. A mais comum é pela mucosa do aparelho digestivo. Contudo, nos casos de ambiente muito contaminado, densamente povoado e seco, pode haver a formação de poeiras infecciosa e consequentemente o vírus poderá penetrar por via conjuntival ou respiratória e então atingir o aparelho digestório. 
Suscetíveis
	São os novos hospedeiros. Somente as galinhas, patos e perus são relatados como suscetíveis ao vírus da DIB, sendo que patos e perus não manifestam sintomatologia clínica.
	Todas as raças são igualmente suscetíveis. Linhagens pesadas e leves parecem apresentar igual suscetibilidade. 
	Raramente os pintos com menos de três semanas desenvolvem doença típica, mas apresentam quadro sub clínico economicamente importante pela imensa supressão que causa.
Comunicantes
	Aves que tiveram contato com as fontes de infecção, mas se desconhece se forem infectadas ou não. As aves mais perigosas para a criação são aquelas oriundas de criações das quais não se conhece os cuidados sanitários, pois podem desencadear um surto de doenças, inclusive a DIB.
Hospedeiros
	As galinhas são os hospedeiros naturais do IBDV. Perus, patos e pintinhos de avestruzes são encontrados naturalmente infectados.
2.3 Sinais Clínicos
	Pintos sem anticorpos maternos e infectados antes da terceira semana de vida desenvolvem um quadro de imunossupressão que pode resultar em aves com crescimento retardado. A severidade e a persistência da imunossupressão são maiores quando os pintos se infectam na primeira semana de vida. Pintos infectados após a terceira semana de idade manifestam: prostação, anorexia, penas eriçadas, desidratação, tremores, diarreia e morte. Ocasionalmente pode ocorrer bicagem na região cloacal. A morbidade pode chegar a 100% e a mortalidade é variável, de 0 a 20% dependendo principalmente da condição imunitária do lote e da patogenicidade da cepa presente no surto. O curso da doença geralmente e de uma semana. 
2.4 Lesões
	 
	Nos primeiros três a quatro dias após a infecção a bolsa aumenta de tamanho, se torna edemaciada com ou sem deposição de material gelatinoso na superfície e às vezes hemorrágica. Existem patótipos, denominados muito virulentos, que causam severas hemorragias na bolsa. Nos dias subsequentes, o edema desaparece e a bolsa atrofia. As alterações da bolsa sempre estão presentes, independente de as aves apresentarem a infecção clínica ou subclínica. Hemorragias ocasionais podem ser vistas na musculatura da coxa, possivelmente relacionadas com a fragilidade capilar causada pelo vírus. Os rins podem estar edemaciados e apresentar acúmulo de uratos. O timo também pode estar moderadamente atrofiado. No caso de infecção por amostra muito virulenta, pontos hemorrágicos são observados na junção do proventrículo com a moela. Infecção na primeira semana de vida causa atrofia permanente na bolsa.
	Microscopicamente, na fase inicial, a bolsa apresenta infiltração de células inflamatórias no espaço interfolicular e necrose dos linfócitos dentro dos folículos. Pode haver edema e após a destruição dos linfócitos ocorre atrofia da bolsa. A degeneração dos linfócitos também pode ser vista no timo, baço, tonsila cecal, porém nestes órgãos nota-se uma repopulação linfóide mais rápida do que na bolsa. Com o tempo, a bolsa recupera a maioria da população de linfócitos, exceto quando a infecção ocorre na primeira semana de vida, que resulta em depopulação linfocitária e atrofia permanente. Algumas variantes do vírus podem causar lesões menos severas, mas podem induzir uma rápida atrofia da bolsa e severa imunossupressão.
2.5 Diagnóstico
	É indispensável a realização de análises anatomopatológicas, laboratoriais e epidemiológicas da doença, para um diagnóstico diferencial de outras enfermidades, especialmente na DIB sub clínica, onde animais infectados podem não apresentar sinais clínicos típicos ou aparentes.
	2.5.1 Diagnóstico Epidemiológico
	É realizado com base nas evidências, como antecedentes, sinais clínicos, morbidade, mortalidade, idade das aves acometidas e manejo sanitário. É realizado a partir do conhecimento da cadeia epidemiológica da DIB, bem como do levantamento e estudo de todos os dados de sua ocorrência em um determinado plantel ou região geográfica. Sua importância é possibilitar rápida adoção de medidas de controle, evitando prejuízos no plantel das aves.
	2.5.2 Diagnóstico Clínico
	O período de incubação é de dois ou três dias e são observados os sinais:
Na forma aguda ou clássica: A mortalidade provocada pelo vírus ocorre entre a terceira e quinta semanas de idade e devem ser acompanhadas pela ficha de acompanhamento das mortalidades na granja. O monitoramento por necropsia é feito quando o vírus atinge a Bursa, onde deve ser feita a avaliação do aspecto, consistência e tamanho das Bursas. Juntamente com avaliação macroscópica da Bursa a análise do órgão por biologia molecular, avaliação por PCR, informará se o vírus de campo está presente ou se o programa vacinal tem sido eficaz.
Na forma subclínica: Como a doença na sua forma sub clínica não apresenta mortalidade ou sinais específicos deve-se localizar os desafios, rastreando todos os sinais de imunossupressão, onde os lotes necessitam frequentemente de medicamentos, desafios respiratórios ou queda no desempenho; realizar avaliação em loco, realizando necropsia nas granjas, afim de coletar material para análise laboratorial; realizar envio de material para análise, avaliação por PCR, análise histopatológica e sorologia pelo método ELISA.
	2.5.3 Diagnóstico anatomopatológico 
	À necropsia, petéquias são as primeiras lesões observadas na musculatura das pernas, coxas e ocasionalmente na mucosa do proventrículo que aparecem em maior quantidade quanto mais patogênico for o vírus. Há aumento de mudo no intestino, do volume hepático com infartos periféricos e esplenomegalia ocasional. Em algumas aves, os rins aparecem aumentados de volume e pode conter depósitos de uratos e debris celulares. No caso da enfermidade sub clínica só se vê a atrofia das bursas.
	2.5.4 Diagnóstico laboratorial
	É fundamentado em resultados de provas laboratoriais e é, geralmente, fator de confirmação diagnóstica. Pode ser direto, através do isolamento do antígeno viral obtido do tecido bursal infectado, ou indireto, para análise sorológica das aves para detecção de anticorpos contra o vírus da DIB ou lesões provocadas pelo mesmo.
	A detecção de anticorpos para o VDIB pode ser feita por vírus-neutralização, ELISA ou testes de precipitação, que podem ser usados mesmo nos casos em que a imunidade adquirida passivamente se encontra abaixo dos níveis detectáveis. É preciso atentar parao fato de que não há uma correlação estrita entre os títulos de anticorpos contra o VDIB e a proteção. A existência de títulos de anticorpos superiores aos necessários para uma proteção completa não é capaz de proteger melhor.
	2.5.4.1 Precipitação em Gel de Ágar
	
	O antígeno é derivado da bolsa e detecta anticorpos precipitantes de infecção natural ou de vacinação. A sensibilidade é baixa e a especificidade é alta. Essa prova não é padronizada e os resultados variam entre os laboratórios.
	2.5.4.2 ELISA
	Apresenta alta sensibilidade e especificidade e é indicado quando se tem grande número de soros a serem testados devido à alta praticidade. Também não está padronizada e recomenda-se a usar kits de uma mesma procedência para garantir a reprodutibilidade dos resultados.
	
	2.5.4.3 Vírus-neutralização
	É a prova padrão para a medida de anticorpos contra VDIB. A sua execução é demorada e laboriosa, e por isso pouco utilizada em rotina. É uma prova sensível e pode ser empregada para medir títulos de neutralização cruzada, desde que se disponha de cepas variantes adaptadas a cultivos celulares.
2.6 Diagnóstico Diferencial
	Quando na fase inicial da DIB com início abrupto, alta morbidade, penas arrepiadas e diarreia, podem ser confundidas com coccidiose aguda. Em alguns casos, a coccidiose pode estar acompanhada de diarreia sanguinolenta, que poderá orientar o diagnóstico da coccidiose. Estão ausentes a hemorragia e edema muscular acentuados ou hemorragia da bolsa de Fabrício.
	Aves mortas podem apresentar intensa nefrose, que podem estar presentes em muitas outras patologias e não é patognomônico da DIB. Não se pode agastar a hipótese das 2 patologias estarem presentes simultaneamente.
	A restrição de água é acompanhada de alterações renais e ocasionalmente a bursa apresenta-se com coloração acinzentada e atrofiada.
	Na síndrome hemorrágica (provavelmente anemia infecciosa) há hemorragia muscular e de mucosa na junção proventrículo e moela, e ausência de alteração na bursa.
2.7 Tratamento
	Não existe tratamento efetivo para DIB. O tratamento de sintomas como desidratação e infecções secundárias pode ter algum benefício. O vírus da DID é bastante estável no ambiente, requerendo, portanto, medidas de higiene e biosseguridade bastante rigorosas. Instalações contaminadas devem sofrer limpeza e desinfecção muito cuidadosas e vazio sanitário de 2 a 3 semanas. 
2.8 Profilaxia
	Deve-se identificar ou diagnosticar as aves doentes ou portadoras do VDIB. Após diagnóstico da doença, eutanásia e descarte dessas aves. 
	Promover desinfecção com agentes físicos ou químicos de todos os fômites que entram em contado com as aves, bem como todo ambiente onde as mesmas se encontram alojadas. Evitar também o contato das aves com possíveis disseminadores do IBDV, como aves silvestres e os insetos, mantendo ótima higiene do pessoal de trabalho. Desinfetantes como a formalina, cloramina e compostos iodósforos têm se mostrado eficazes contra o VDIB. O controle do cascudinho Alphitobius diaperinus é importante, pois este pode albergar o vírus e favorecer a transmissão entre lotes.b
	A imunização passiva é aquela transferida da mãe para os pintinhos através da gema do ovo. Esses anticorpos foram elaborados pela galinha em consequência da infecção natural ou da vacinação.
	A imunização ativa, através da vacinação, é o procedimento profilático mais recomendado e prático. Existe uma diversidade grande de vacinas atenuadas (preparadas em embrião de pinto ou em cultivo celular) e inativas preparadas a partir de cepas clássicas e variantes.
3. Considerações Finais
	A Doença Infecciosa da Bursa (DIB), também conhecida como Doença de Gumboro (DG), caracteriza-se por uma enfermidade aguda, altamente contagiosa, que acomete pintos em fase de crescimento. É uma doença cosmopolita, que tem causado problemas sanitários na avicultura industrial, devido à ocorrência de surtos que resultam em perdas econômicas consideráveis. 
	Quando o vírus da DIB acomete aves entre três e seis semanas de idade, pode desencadear o aparecimento da doença clínica, com período de incubação de dois a três dias, causando alta mortalidade e queda no desempenho produtivo. 
	Para a obtenção de imunidade sólida e duradoura, deve-se empregar um programa de vacinação adequado às condições locais, conhecer as condições ambientais e de manejo e avaliar os níveis de uniformidade dos anticorpos maternos transferidos à progênie.
 4. Referências Bibliográficas
BACK, Alberto. Manual de Doenças de Aves. 2ª edição, Revisada e Ilustrada; Editora Integração; Cascavel – PR, 2010.
BERNARDINO, Alberto; LEFFER, Eduardo In: BERCHIERI JUNIOR, A; SILVA, E. N; DI FABIO, J; SESTI, L; ZUANAZE, M. A. F; Doença das Aves; 2ª edição: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas; Campinas, SP, 2009. 
IKUTA, Nilo; LUNGE, Vagner Ricardo; FONSECA, André Salvador Kazantzi In: FLORES, Eduardo Furtado. Virologia Veterinária. Virologia Geral e Doenças Víricas. 2ª edição, revista, atualizada e ampliada, Editora UFSM, Santa Maria, 2012.
KNEIPP, C. A. F; Doença de Gumboro no Brasil; Unidade de Negócios Avicultura Merial Saúde Animal Ltda; Santa Maria, 2000.
SIMON, Vilson Antonio; ISHIZUKA, Masaio Mizuno In: BERCHIERI JUNIOR, A; MACARI, Marcos. Doença das Aves; FACTA: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas; Campinas, SP, 2009

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