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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ORIGEM PROCESSUAL: 2ª Vara de Sucessões da Comarca de São Paulo, autos de nº 0127446-72.2016.8.26.0100- Procedimento Comum- Inventário/ Partilha Agravante: Helena Soares Rocha Lima Agravado: Rogério Rocha Lima HELENA SOARES ROCHA LIMA, brasileira, viúva, médica, portadora do RG nº..., e do CPF nº..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliada à rua..., nº..., bairro..., Cidade São Paulo, Estado de São Paulo, por seu advogado e bastante procurador que a presente subscreve, com escritório situado à rua..., bairro..., cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, CEP..., endereço eletrônico..., vem à presença de Vossa Excelência, não se conformando com a decisão de fls. Emanado do excelentíssimo Juiz de Direito da 2ª Vara de sucessões da Comarca de São Paulo, proferida nos autos de nº 0127446-72.2016.8.26.0100, com base no art. 1.015, parágrafo único do NCPC, interpor o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO Pelas razões de fato e de direito a seguir. DO PREPARO Em respeito ao disposto pelo art. 1.017, § 1º do NCPC, junta-se aos autos o respectivo comprovante do recolhimento de custas judiciais. DA TEMPESTIVIDADE A interposição do presente agravo é tempestiva pois a publicação da intimação da decisão que originou o presente agravo se deu na data de 26 de setembro de 2016, deste modo o citado prazo findaria na data de 17 de outubro de 2016, de acordo com o disposto no art. 1.003, § 5º do NCPC. DOS ADVOGADOS Os advogados que atuam nos autos principais são os que seguem: Pela agravante: Advogado, portador da cédula de identidade nº..., CPF nº..., Advogado com registro na OAB/SP sob o nº XXX-X, residente e domiciliado à rua..., bairro..., na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, CEP..., endereço eletrônico..., com escritório situado à rua..., bairro..., cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, CEP..., endereço eletrônico... Pelo agravado: advogado, portador da cédula de identidade nº..., CPF nº..., Advogado com registro na OAB/SP sob o nº XXX-X, residente e domiciliado à rua..., bairro..., na cidade de..., Estado de São Paulo, CEP..., endereço eletrônico..., DA JUNTADA DOS DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS Deixa-se de juntar ao presente feito as cópias de cunho obrigatório por serem dispensáveis de acordo com o art. 1.017, § 5º do NCPC por se tratarem de autos eletrônicos. Termos em que, requerendo o recebimento das inclusas razões. Pede deferimento São Paulo, 17 de outubro de 2016. Advogado OAB/SP XXX-X DAS RAZÕES DO AGRAVO EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA CÂMARA Excelentíssimos Desembargadores do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; A decisão proferida pelo juízo a quo não deve ser mantida no caso em comento. DOS FATOS Henrique Andrade Lima, faleceu na cidade de Belo Horizonte/MG em 20 de abril de 2016 em decorrência de acidente de automóvel, não deixando testamento ou disposição de última vontade, deste modo abrindo-se a sucessão legítima de acordo com o previsto nos arts. 1829 a 1844 do NCPC. A agravante juntamente com sua filha e herdeira legítima do espólio, Camila Soares Rocha lima, distribuíram ação de inventário e partilha pois o agravado apresentou discordância das pretensões da agravante em herdar os bens deixados pelo autor da herança. O processo de inventário e partilha foi distribuído na 2ª Vara de Sucessões da Comarca de São Paulo, atribuindo-se ao mesmo o número 0127446-72.2016.8.26.0100; na data 25 de Abril de 2016, o juizado “a quo” nomeou a agravante como inventariante e determinou a prestação do compromisso no prazo de 05 dias, e a prestação das primeiras declarações no prazo de 20 dias, tudo de acordo com os termos da lei. O agravado não se conformando com o encargo recebido pela agravante, peticionou ao juízo de origem a remoção da agravante do encargo de inventariante, alegando que a agravante deixou de cumprir suas obrigações legalmente impostas com relação aos bens que foram entregues a sua administração. Trouxe o agravado a juízo o fato da ocorrência da invasão de um imóvel que compõe o patrimônio, no caso um imóvel situado na cidade de Belo Horizonte/MG, alegando que a agravante nada fez para proteger o citado bem; alegou ademais o agravado que a agravante agiu com desídia quanto a apresentação “ ad tempore” de suas primeiras declarações conforme manda o art. 620 do NCPC. Sob tais argumentos o agravado peticionou ao juízo originário a remoção da agravante por descumprimento ao disposto nos arts. 618, II e 620 Caput do NCPC. Intimada do pleito trazido a juízo pelo agravado a agravante apresentou suas razões e pediu a concessão de dilação do prazo para apresentação de suas primeiras declarações, sustentando ser indispensável o aguardo da manifestação do fundo de investimentos quanto aos valores depositados em suas contas pelo falecido. Foi solicitado prazo de até 30 dias pelo fundo de investimentos, sendo tal fato trazido ao conhecimento do juízo sendo posteriormente tal pedido deferido pelo magistrado. Quanto ao citado imóvel que foi invadido, a agravante trouxe ao magistrado “a quo” a prova de sua eficaz atuação no que diz respeito ao combate a ilícita ocupação do imóvel, juntou aos autos o comprovante de contrato de honorários advocatícios entre a agravante e seu advogado prova as medidas tomadas para a defesa do imóvel invadido. Apesar da agravante ter manifesto suas razões, em que pese o deferimento da dilação temporal, o juízo de primeira instância proferiu o seguinte despacho: “2ª VARA DE SUCESSÕES DA COMARCA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO Autos nº 0127446-72.2016.8.26.0100 O presente incidente versa sobre o pedido de remoção da inventariante Helena Soares Rocha Lima do seu cargo, formulado pelo herdeiro Rogério Rocha Lima, tendo em vista que ela não apresentou as Primeiras Declarações no prazo legal, nem está agindo com a diligência esperada para proteger a posse de um dos imóveis a serem inventariados, constituído por uma casa situada em Belo Horizonte/MG, que for invadida por terceiros desconhecidos. Ao final, pede a sua nomeação como novo inventariante. Da análise dos autos, este juízo tem por bem afastar a atual inventariante, tendo em vista que a inventariante não logrou êxito em comprovar que apresentou o Primeiro prazo de até 30 (trinta) dias, o que ainda não havia vencido. O magistrado lhe concedeu a prorrogação do prazo, pelo que o novo prazo passaria a vencer somente em 20 de outubro de 2016. Quanto à invasão do imóvel situado em Belo Horizonte/MG, ela informou que já havia contratado um advogado naquela cidade para que ele pudesse providenciar as medidas cabíveis, que, por sua vez, já havia lhe afirmado que entraria com a ação de reintegração de posse em curto prazo. Para comprovar, apresentou o contrato de honorários com o referido advogado contratado. Na defesa, sustentou ainda que o herdeiro Rogério não poderia ser nomeado novo inventariante, pois ele não estava na posse dos bens, sendo ela a pessoa indicada a manter-se na administração deles. Não obstante Helena tenha falado e comprovado seus fatos, o juiz proferiu a seguinte decisão: Declarações tempestivamente, uma vez que a ausência de resposta da instituição financeira sobre quantia a ser inventariada não pôde obstaculizar a celeridade do feito, subsumindo-se à hipótese de remoção prevista no art. 622, inciso I, do Código de Processo Civil. Assim como não demonstrou o que fez para protegero imóvel invadido, uma vez que a contratação de advogado é insuficiente para retirar os invasores, o que se configura dissidia na administração dos bens, correspondendo à hipótese prevista no art. 622, inciso III, do mesmo diploma legal. Verifica-se que o herdeiro Rogério Rocha Lima tem legitimidade, nos termos da lei, para assumir a inventariança. Assim, determino a remoção da viúva Helena Soares Rocha Lima do cargo de inventariante, devendo entregar imediatamente a Rogério Rocha Lima todos os bens do espólio, sob pena de busca e apreensão ou de imissão na posse dos bens inventariados, sem prejuízo de arcar com a multa no valor de R$ 1.000,00 por dia. Transitada em julgado essa decisão, intime-se a requerida para recolhimento das custas devidas e, em seguida, baixe e arquive-se os autos. Intimem-se. São Paulo/SP, 22 de setembro de 2016. Pelo exposto através das provas, provado está que a agravante não deixou de zelar pelos bens que integram o espólio, nem agiu de má-fé quanto aos atos processuais que lhe cabem cumprir, a agravante aguardava a obtenção das informações necessárias e concretas ao esclarecimento do real conteúdo dos valores depositados pelo falecido no fundo de investimentos. De forma alguma deixou a agravante de zelar pelos bens que integram o espólio como foi dito pelo agravado, o imóvel na cidade de Belo Horizonte/MG, foi ilegalmente ocupado por terceiros, ou seja, a agravante em nenhum momento concordou com a ocupação do imóvel em questão. DO DIREITO E RAZÕES DE REFORMA A manutenção da agravante no encargo de inventariante é a decisão correta a ser tomada, esta é a vontade da lei, a legitimidade e a capacidade são seus fundamentos, de comum acordo com o previsto no art. 617 e incisos do NCPC. Pela luz dos fatos trazidos a vossas excelências, é certo que a remoção da agravante do encargo de inventariante sob a alegação de inobservância ao disposto no art. 622, inc. I e III do NCPC é equivocada, devendo a decisão do juízo a quo ser reformada. A concessão da dilação de prazo para apresentação das primeiras declarações em razão do prazo solicitado pelo fundo de investimentos é prova suficientemente capaz para confrontar as alegações do agravado, tais informações apenas poderiam ser requeridas pela agravante após estar nomeada como inventariante, o prazo foi concedido pelo juízo de primeira instância, portanto, não há de se falar que a agravante deixou de cumprir com seus deveres, razão pela qual é nítida a necessidade de reforma da decisão do juízo de primeira instância. Foi trazido a juízo pelo agravado que a agravante não dedicou o devido zelo aos bens que integram o patrimônio deixado pelo inventariado, tal afirmação é errônea, uma vez que comprovado está que a agravante tomou as devidas providências para proteger o imóvel. Nos autos que tramitam no juízo a quo está juntado o contrato de honorários entre a agravante e seu patrono constituído com a intenção de proteção e reintegração na posse do citado imóvel, claro é que adotou a agravante todas as medidas cabíveis para a sua proteção do bem em questão, não cabendo a alegação de inércia de sua parte. Quanto ao pedido formulado pelo agravado quanto a sua nomeação, enfatizamos que não possui o agravado a legitimidade para ser nomeado como inventariante uma vez que assim dispõe o art. 617 I e II do Novo Código de Processo Civil acerca da nomeação do inventariante: Art. 617. O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem: I - O cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste; II - O herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados; Por tudo quanto já foi exposto temos como incontroverso que apenas no caso de não haver cônjuge ou companheiro sobrevivente terá legitimidade o agravado para ser nomeado inventariante, o que não sucede no caso presente. Neste entendimento, provado está o direito da agravante de manter-se como inventariante, razão pela qual vem a presença deste tribunal requerer que seja reformada a decisão que lhe removeu do encargo de inventariante. DA CONCESSÃO DOS EFEITOS SUSPENSIVOS Diante da necessidade da manutenção da agravante no encargo de inventariante, fundando-se na premissa de zelar pelo bom e regular deslinde processual, requer-se a suspensão do processo de origem até o julgamento do presente, de acordo com o art. 1.019, inc. I do NCPC. DOS PEDIDOS Por todo o exposto, requer de vossas excelências: Seja julgado procedente o presente agravo reformando-se a decisão do juízo “a quo”, mantendo-se a agravante no encargo de inventariante, uma vez que de maneira nenhuma incidiu em qualquer uma das hipóteses de remoção previstas no ordenamento jurídico. Seja concedido o efeito suspensivo do processo principal até o deslinde final do incidente de remoção e do presente agravo. Nestes termos, Pede deferimento. São Paulo, 17 de outubro de 2016. ADVOGADO OAB/SP XXX-X
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