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Olá, constitucionalistas! Já posso chamá-los dessa forma, uma vez que os desafios que enfrentaremos no Núcleo de Prática Jurídica de Direito Constitucional são dignos de profissionais com experimentação na área. Pelas contextualizações, você terá acesso às causas que serão assemelhadas às que você vivenciará no cotidiano enquanto profissional do Direito, seja na advocacia, como promotor de justiça, procurador, juiz de direito ou professor da área. Além disso, você estará apto para enfrentar o “Exame da Ordem dos Advogados do Brasil/OAB”, em que são requeridas habilidades tanto na 1a quanto na 2a fase que iremos trabalhar juntos em nosso NPJ.
Agora é o seu momento: preste bastante atenção, pois a sua primeira cliente ingressa em seu escritório de advocacia. Ela é a senhora Auxiliadora, uma servidora pública municipal efetiva de 45 anos que trabalha como técnica de enfermagem há 24 anos em um mesmo hospital público, o Hospital Geral dos Servidores do Município de Goiânia. Ela lhe relata que é presidente da Associação Nacional dos Servidores Públicos em Saúde, entidade essa constituída em 1998, e, em campanha salarial que se estendeu de janeiro a julho de 2016, fizeram diversos movimentos grevistas em apoio ao Sindicato dos Servidores Públicos do Município de 
Sua causa!
Direito Constitucional - Seção 1 Instrumentos de tutela de liberdades I
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NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
 DIREITO CONSTITUCIONAL - SUA PETIÇÃO - SEÇÃO 1
Goiânia, porém, a administração pública do município decidiu não negociar com os grevistas e, nesse sentido, cortou todos os pontos (controles de jornada diária), o que acarretou em faltas, abertura de procedimentos administrativos, bem como cortes salariais dos servidores públicos participantes do aludido movimento grevista. Assim, ela lhe questiona se a decisão da municipalidade possui amparo constitucional e quais os direitos e garantias que os servidores públicos detêm face à Administração Pública em razão dos cortes efetuados. Além disso, ciente de que não existe uma lei de greve federal específica para os servidores públicos, questiona se você pode ajuizar alguma medida judicial que ampare a ela e os sindicalizados que representa para que tenham assegurado o exercício do direito de greve enquanto servidores públicos mesmo na ausência de lei específica. Mas se essa medida judicial for cabível, onde ela deveria ser proposta? Haveria um tribunal específico para conhecimento de uma causa de tal natureza? Você deverá levar em conta a representatividade da associação nacional que lhe procurou para o assessoramento jurídico. Prontos para relembrar, ampliar seus conhecimentos e colocá-los em prática?
Agora é com você, advogado! Elabore a medida judicial pertinente para resguardar os direitos de greve dos servidores públicos tendo em vista a representatividade adequada da Associação Nacional dos Servidores Públicos em Saúde. Essa medida deve ser hábil a elidir a inefetividade constitucional decorrente da inexistência de lei federal específica que confira direitos e deveres aos grevistas no serviço público em todas as suas esferas (federal, estadual, municipal ou distrital). Observe que não há prazo específico para a adoção dessa medida, bastando que exista o “vácuo” legislativo.
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Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
Fundamentando!
Instrumentos de tutela das liberdades, remédios constitucionais, ações constitucionais, garantias constitucionais ou writs são as diversas facetas dadas aos mecanismos previstos constitucionalmente para que os indivíduos ou os entes coletivos busquem o amparo estatal diante de lesão ou ameaça de lesão aos direitos e garantias constitucionais provocados por ilegalidade. E não pense que tais instrumentos se prestam apenas para o resguardo do indivíduo perante a ameaça estatal, o detentor histórico do monopólio da violência, pois também os atos privados podem ser hábeis a ocasionar ilegalidades dignas de tutela pelos “remédios”.
Então passemos à análise nessa seção de alguns dos instrumentos de tutelas das liberdades em espécie. Nas seções seguintes continuaremos a estudar tais mecanismos, então vejamos:
a) Direito de petição: a doutrina aponta como imediato histórico o right of petition, porém, desde a Magna Charta Libertatum (1215), o direito de petição já vinha sendo anunciado pelos barões em oposição ao Rei João Sem Terra. O que ocorre é que com as Revoluções Gloriosas da Idade Média, em especial a Revolução de 1689, da qual culminou o Bill of Rights, que se tornou um meio para que os nobres obtivessem a sanção real das leis. O direito de petição passou, então, a ser verificado na Declaração de Direitos da Pensilvânia (1776), bem como na Constituição Francesa (1791 e 1793). A partir de então o direito de petição se propagou mundialmente. No Brasil, o direito de representação expresso nas Constituições de 1937, 1967 e na Emenda Constitucional 1/69 está expresso em nossa Constituição da República de 1988 com o consectário do direito de acesso à justiça (art. 5o, XXV da CRFB/88): a ampla defesa, que está prevista no art. 5o, XXIV, a, CRFB/88.
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
Quanto à titularidade e legitimidade do direito de petição, vejamos que se estende à generalidade, vez que a nossa Carta o garante a todos, sejam pessoas físicas, jurídicas, nacionais ou estrangeiros, para que possam resguardar direito próprio ou alheio contra ilegalidade, o que caracteriza também as suas finalidades. 
Em relação ao exercício, o direito de peticionar independe do pagamento de taxas e seu procedimento ocorre por escrito segundo a doutrina majoritária. 
Em sua natureza jurídica, temos a índole democrática, e como não requer nenhuma qualidade especial daquele que a exerce, não há norma que defina seu modo de exercício. 
Já a relação entre o direito de petição e sua efetividade no Brasil, Bulos (2015, p. 716) relata que em razão da inexistência de sanção faz com que as autoridades, muitas vezes, optem por simplesmente ignorar sua interposição, atitude diferente do que ocorre em países até mesmo vizinhos sul-americanos, como a Colômbia e o Equador. 
b) Direito de certidão: a previsão constitucional desse direito está no art. 5o, XXXIV, b da CRFB/88, servindo a Lei Federal n. 9.051/94 para disciplinar a expedição de certidões para defesa de direitos e esclarecimento de situações. O exercício desse direito independe do pagamento de taxas e obedece a três requisitos para o atendimento pleno: 
• a existência da informação: para que se tenha acesso a uma determinada informação, o consectário lógico é que ela de fato exista, ou seja, para que possamos requerer o acesso a dados perante a Administração Pública ou entidades privadas que exerçam serviços ou atividades de interesse público, essa deve deter documentos dotados de fé pública. 
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Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
• ausência de sigilo: a regra no caso de acesso a documentos públicos é a publicidade, sendo a declaração de sigilo ou a restrição ao acesso uma exceção; tanto que a lei de acesso à informação (Lei Federal n. 12.527/2011) disciplina as hipóteses nas quais é possível a classificação e declaração do sigilo administrativo, e o tempo no qual será possível a oponibilidade do sigilo como decorrência da regulamentação do art. 5o, XXXIII da CRFB/88. Caso interessante levado a julgamento perante o Supremo foram os portais da transparência que tornaram públicos os acessos a dados de remuneração dos servidores públicos. O pretório excelso decidiu pela aplicação in totum da lei de acesso à informação, no sentido de que tais dados não estão sujeitos a sigilo:
“• Direito à informação de atos estatais, neles embutida a folha de pagamento de órgãos e entidades públicas. (...) Caso em que a situação específica dos servidores públicos é regida pela 1a parte do inciso XXXIII do art. 5o da Constituição. Sua remuneração bruta, cargos e funções por eles titularizados, órgãos de sua formal lotação, tudo é constitutivo de informação de interesse coletivoou geral. Expondo-se, portanto, a divulgação oficial. Sem que a intimidade deles, vida privada e segurança pessoal e familiar se encaixem nas exceções de que trata a parte derradeira do mesmo dispositivo constitucional (inciso XXXIII do art. 5o), pois o fato é que não estão em jogo nem a segurança do Estado nem do conjunto da sociedade. Não cabe, no caso, falar de intimidade ou de vida privada, pois os dados objeto da divulgação em causa dizem respeito a agentes públicos enquanto agentes públicos mesmos; ou, na linguagem da própria Constituição, agentes estatais agindo “nessa qualidade” (§ 6o do art. 37). E quanto à segurança física ou cor- portal dos servidores, seja pessoal, seja familiarmente, claro que ela resultará um tanto ou quanto fragilizada com a divulgação nominalizada dos dados em debate, mas é um tipo de risco pessoal e familiar que se atenua com a proibição de se revelar o endereço residencial, o CPF e a CI de cada servidor. 
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Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
No mais, é o preço que se paga pela opção ã o por uma carreira pública no seio de um Estado republicano. (...) A negativa de prevalência do princípio da publicidade administrativa implicaria, no caso, inadmissível situação o de grave lesão à ordem pública. [SS 3.902 AgR-segundo, rel. min. Ayres Brito, j. 9-6-2011, P, DJE de 3-10-2011. ] = RE 586.424 ED, rel. min. Gilmar Mendes, j. 24-2-2015, 2a T, DJE de 12-3-2015. ” (A Constituição o e o Supremo. Supremo Tribunal Federal. 5. ed. atual. Até a EC 90/2015. Brasília: STF, Secretaria de Documentação o, 2016, p. 121). 
• legitimo interesse: são os fins e as razões do pedido, ou seja, o requerente deverá demonstrar a motivação sufi ciente para que a administração defira seu pedido, nos termos do art. 2o da Lei Federal n. 9.051/94. Com relação ao prazo que a administração possui para expedir a certidão ao interessado, a mesma Lei define o prazo de 15 (quinze) dias, improrrogável e contado a partir de seu protocolo.
FIQUE ATENTO!
O indeferimento do pedido de certidão é um caso que suscita muitas dúvidas em relação ao instrumento constitucional que se deve valer para combater uma possível ilegalidade. Vejamos que, preenchidos os requisitos acima expostos para que seja extraída a certidão, no caso de indeferimento teremos o cabimento de um remédio constitucional que conheceremos mais à frente: o mandado de segurança ou o habeas data. O primeiro, na hipótese de ser negado o acesso à informação para a fi nalidade de instruir um procedimento, processo, etc., e o segundo na hipótese de inacessibilidade à informação sem essa necessidade fi nalística! 
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 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
c) Mandado de Injunção: 
Como antecedentes históricos do mandado de injunção, José Afonso da Silva (2004, p. 446) relata que é um remédio constitucional de origem da Inglaterra do século XIV que visava a equity – juízo de equidade, que é um valor relacionado à promoção da justiça material, ou seja, a proteção deficiente decorrente de norma regulamentadora de determinado direito deveria ser combatida, não mediante a atuação do “juiz da equity” enquanto legislador positivo, mas segundo uma pauta de valores conectados aos princípios gerais do direito, normas costumeiras, etc. Já no direito norte-americano verificamos a existência do writ of injunction, que é aplicável aos direitos da pessoa humana ligados às liberdades e igualdades. 
O chamado caso-líder ou leading case que tornou patente a aplicação desse mecanismo constitucional nos Estados Unidos foi o caso Brown x Board of Education of Topeka (1954), em que os estudantes negros obtiveram da Suprema Corte um julgamento favorável de acesso à educação sem segregações (em igual oportunidade em relação aos “brancos) por uma injunction. O embasamento legal que foi utilizado para deferimento do direito foi a Emenda 14 da Constituição norte-americana, segundo a qual os direitos inerentes à nacionalidade, cidadania e à soberania popular podem ser objeto crescente de tutela, como esse caso em que se proibiu veementemente que o acesso à educação fosse restringido pelo critério racial. 
Não deixa de ser, também, um pressuposto de justiça material aristotélica nos mesmos moldes do que ocorria no antecedente histórico inglês. Todavia, ressalte-se que Manoel Gonçalves Ferreira Filho não vê relação entre o mandado de injunção brasileiro e o writ of injuction do Direito norte-americano, em razão de esse se constituir em uma obrigação de não fazer, o que conduz a um objetivo contrário daquele.
No Brasil, a Constituição de 1988 inovou perante as Cartas que a antecederam na previsão do mandado de injunção como ação 
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Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
constitucional que visa resguardar os direitos fundamentais relacionados a:
Direitos individuais protegidos pelo mandado de injunção. 
Fonte: Elaborado pela autora com base no art. 5o, LXXI CRFB/88.
O objetivo claro do mandado de injunção hoje está alinhado com a jurisprudência mais recente do Supremo Tribunal Federal (STF, MI 708-0/DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, Voto Min. Celso de Mello, j: 19.9.2007), no sentido de que se constitui como ação mandamental -na classificação clássica de Pontes de Miranda - e não uma ação que tenha como desdobramento único a declaração de mora do Poder Legislativo da República; vejamos, assim, que a utilização desse meio processual serve como remédio para o combate da chamada “síndrome da inefetividade constitucional”. Expliquemos: a Constituição de 1988, como sabemos, possui diversos direitos e garantias fundamentais que, segundo a classificação de José Afonso da Silva (2004, p. 447), apesar de todas possuírem aplicabilidade - art. 5o, parágrafo primeiro da Constituição de 1988 -, algumas dependiam de regulamentação legislativa para que plenamente atendessem aos direitos individuais que visam resguardar (repitase, ligados à nacionalidade, soberania e cidadania). São as normas constitucionais de eficácia limitada. Passados quase 20 (vinte) anos de sua promulgação, o Supremo finalmente decidiu que “já era tempo” de conferir concretude ou eficácia plena a alguns direitos individuais protegidos pelo mandado de injunção que não eram completamente implementados em razão de sua atuação enquanto órgão judicial estar adstrita à declaração da mora do Poder Legislativo da União em disciplinar questões constitucionais. Foi no esteio da jurisprudência do Supremo 
Nacionalidade Soberania Cidadania
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Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
Tribunal Federal que foi editada em 23 de junho de 2016 a Lei do Mandado de Injunção (Lei n° 13.300), para disciplinar o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo, nos termos do inciso LXXI do art. 5° da CRFB/88.
Nos exames de acesso à Magistratura, Ministério Público e carreiras policiais você poderá se submeter ao Exame Oral, como uma das últimas etapas do certame. Nesse caso, você necessitará de conceitos rápidos para responder aos questionamentos do examinador. Pense também em que na vida prática você poderá esclarecer de forma rápida ao seu cliente o “por quê” do manejo de determinada medida. Nesse caso, forneceremos a você o Glossário como recurso. Assim:
GLOSSÁRIO
Mandado de injunção. Descrição do Verbete: (MI) Processo que pede a regulamentação de uma norma da Constituição, quando os Poderes competentes não o fizeram. O pedido é feito para garantir o direito de alguém prejudicado pela omissão.
Fonte: http://www.stf.jus.br/portal/glossario/verVerbete. asp?letra=M&id=188. Acessado em: 13.10.2016.
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Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
Supremo finalmente decidiu que “já era tempo” de conferir concretude ou eficácia plena a alguns direitos individuais protegidos pelo mandado de injunção que não eram completamente implementados em razão de sua atuação enquanto órgão judicial estar adstrita à declaração da mora do Poder Legislativo da União em disciplinar questões constitucionais. Foi no esteio da jurisprudênciado Supremo Tribunal Federal que foi editada em 23 de junho de 2016 a Lei do Mandado de Injunção (Lei n° 13.300), para disciplinar o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo, nos termos do inciso LXXI do art. 5° da CRFB/88.
Pressupostos do MI
O STF define que o writ pode ser manejado pelo interessado na medida em que a busca desse pelo “direito à legislação” corresponda a um dever de prestar, ou seja, “uma obrigação jurídica indeclinável imposta ao poder público” (STF, MI 5.926 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 10.4.2014, P, DJE de 2-6-2014). Dados esses pressupostos definidos na esteia da jurisprudência do STF, para que o mandado de injunção seja cabível, não basta que haja somente a omissão legislativa por si só, mas uma omissão que concretamente inviabilize a fruição dos direitos individuais por ele resguardados pelo seu titular e que seja especificadamente apontado pelo legitimado ativo. (STF, MI 624, rel. Min. Menezes Direito, j. 21-11-2007, P, DJE de 28-3-2008).
Objeto do MI
O objeto que o mandado de injunção visa combater é a existência de lacunas constitucionais que frustrem direitos individuais relacionados à soberania, nacionalidade e à cidadania, que é a 
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Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
previsão do art. 2° da Lei n° 13.300/16. Como vimos, são as normas constitucionais de eficácia limitadas, também denominadas pela doutrina constitucionalista como normas constitucionais por princípio institutivo, impositivas (art. 20, parágrafo segundo da CRFB/88) ou facultativas (art. 22, parágrafo único da CRFB/88). 
Vejamos, agora, alguns exemplos de matérias que foram analisadas sobre a pertinência do Mandado de Injunção segundo a jurisprudência do STF: 
• regulamentação do art. 192 da CRFB/88 relativo à taxa de juros reais que dependia de lei complementar para sua efetividade plena (MI 372-6, Rel. Min. Celso de Mello, D.J.: 23-9-1994).
• greve dos servidores públicos: “Em observância aos ditames da segurança jurídica e à evolução jurisprudencial na interpretação da omissão legislativa sobre o direito de greve dos servidores públi- cos civis, a fixação do prazo de sessenta dias para que o Congresso Nacional legisle sobre a matéria”. Mandado de injunção deferido para determinar a aplicação das Leis 7.701/1988 e 7.783/1989. Sinais de evolução da garantia fundamental do mandado de injunção na jurisprudência do STF. No julgamento do MI 107/DF, rel. min. Moreira Alves, DJ de 21-9-1990, o Plenário do STF consolidou entendimento que conferiu ao mandado de injunção os seguintes elementos operacionais: i) os direitos constitucionalmente garantidos por meio de mandado de injunção apresentam-se como direitos à expedição de um ato normativo, os quais, via de regra, não poderiam ser diretamente satisfeitos por meio de provimento jurisdicional do STF; ii) a decisão judicial que declara a existência de uma omissão inconstitucional constata, igualmente, a mora do órgão ou poder legiferante, instam-o a editar a norma requerida; iii) a omissão inconstitucional tanto pode referirse a uma omissão total do legislador quanto a uma omissão parcial; iv) a decisão proferida em sede do controle abstrato de normas acerca da existência, ou não, de omissão, é dotada de eficácia erga omnes, e não apresenta diferença significativa em relação a atos decisórios proferidos no contexto de mandado 
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Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
de injunção; v) o STF possui competência constitucional para, na ação de mandado de injunção, determinar a suspensão de processos administrativos ou judiciais, com o intuito de assegurar ao interessado a possibilidade de ser contemplado por norma mais benéfica, ou que lhe assegure o direito constitucional invocado; vi) por esse plexo de poderes institucionais legitima que o STF determine a edição de outras medidas que garantam a posição do impetrante até a oportuna expedição de normas pelo legislador. Apesar dos avanços proporcionados por essa construção jurisprudencial inicial, o STF flexibilizou a interpretação constitucional primeiramente fixada para conferir uma compreensão mais abrangente à garantia fundamental do mandado de injunção. A partir de uma série de precedentes, o Tribunal passou a admitir soluções “normativas” para a decisão judicial como alternativa legítima de tornar a proteção judicial efetiva (CF, art. 5o, XXXV). Precedentes: MI 283, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 14-11-1991; MI 232/RJ, rel. min. Moreira Alves, DJ de 27-3-1992; MI 284, rel. min. Marco Aurélio, rel. p/ o ac. min. Celso de Mello, DJ de 266-1992; MI 543/DF, rel. min. Octavio Gallo i, DJ de 24-5-2002; MI 679/DF, rel. min. Celso de Mello, DJ de 17-12-2002; e MI 562/DF, rel. min. Ellen Gracie, DJ de 20-6-2003. (...) Em razão da evolução jurisprudencial sobre o tema da interpretação da omissão legislativa do direito de greve dos servidores públicos civis e em respeito aos ditames de segurança jurídica, fixa-se o prazo de sessenta dias para que o Congresso Nacional legisle sobre sumário a matéria. Mandado de injunção conhecido e, no mérito, deferido para, nos termos acima especificados, determinar a aplicação das Leis 7.701/1988 e 7.783/1989 aos conceitos e às ações judiciais que envolvam a interpretação do direito de greve dos servidores públicos civis. 
[MI 708, rel. min. Gilmar Mendes, j. 25-10-2007, P, DJE de 31-10-2008.]
= MI 670, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, e MI 712, rel. min. Eros Grau, j. 25-10-2007, P, 
DJE de 31-10-2008 (A Constituição e o Supremo. Supremo 
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Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
Tribunal Federal. 5. ed. atual. até a EC 90/2015. Brasília: STF, Secretaria de Documentação, 2016, p. 340).
• Não é cabível para regulamentação de bingos: “Para o cabimento do mandado de injunção, é imprescindível a existência de um direito previsto na Constituição que não esteja sendo exercido por ausência de norma regulamentadora. O mandado de injunção não é remédio destinado a fazer suprir lacuna ou ausência de regulamentação de direito previsto em norma infraconstitucional, e muito menos de legislação que se refere a eventuais prerrogativas a serem estabelecidas dis- cricionariamente pela União. No presente caso, não existe norma constitucional contra o direito que, segundo os impetrantes, estaria à espera de regulamentação. Como ressaltou o PGR, a União não está obrigada a legislar sobre a matéria, porque não existe.
Os agravantes objetivam a regulamentação da atividade de jogos de bingo, mas não há na CF qualquer preceito consubstanciador de determinação constitucional para se que legisle, especificamente, sobre exploração de jogos de bingo.” (MI 766 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 21-10-2009, P, DJE de 13-11-2009). 
• regulamentação do direito de aposentadoria especial por servidores públicos: “Mandado de injunção. Natureza. Conforme disposto no inciso LXXI do art. 5o da CF, concederse-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada. Mandado de injunção. Decisão. Balizas. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele revelada. Aposentadoria. Trabalho em condições especiais. Prejuízo à saúde do servidor. Inexistência de lei complementar. Art. 40, § 4o, da CF. Inexistente a disciplina específica da aposentadoria 
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Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
especial do Art. 5o, LXXI ao servidor, impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em geral – art. 57, § 1o, da Lei 8.213/1991. [MI 721, rel. min. Marco Aurélio, j. 30-8-2007, P, DJ de 30-11-2007.] = MI 1.231 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 16-11-2011, P, DJE de 1o-12-2011. (A Constituição e o Supremo.Supremo Tribunal Federal. 5. ed. atual. até a EC 90/2015. Brasília: STF, Secretaria de Documentação, 2016, p. 342).
• Prática de ato administrativo: o mandado de injunção não é instrumento processual para se determinar a prática de ato administrativo (STF, MI 14 – QO, Rel. Min. Sydney Sanches, D.J.: 18-11-1988).
• ADI por omissão e Mandado de Injunção: são ações constitucionais que não se confundem; a primeira liga-se ao controle concentrado de constitucionalidade das leis e a segunda não se presta como meio próprio para a declaração de inconstitucionalidade de certa norma, mesmo em se tratando de controle difuso de constitucionalidade (STF, MI 81-6/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJU 30-3-1990). 
Legitimidade ativa: 
Com a regulamentação da Lei do Mandado de Injunção Individual e Coletivo, Lei n° 13.300/16, art. 3º, temos expressa a legitimidade ativa para o writ: “São legitimadas para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2o”.
A Constituição define como legitimado aquele que se encontre privado do exercício dos direitos individuais que especifica para fins de mandado de injunção, sendo este o próprio titular do direito que se visa beneficiar pela implementação da norma regulamentadora. (STF, MI 595-AgRg, Rel. Min. Carlos Velloso, D.J.: 23-4-1999). 
Porém, além do mandado de injunção individual, temos o 
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Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
mandado de injunção coletivo, que é o ajuizado pelas entidades coletivas previstas no art. 5o, LXX da CRFB/88, ou seja: os mesmos legitimados ativos do mandado de segurança coletivo, que foram transpostos para o art. 12 da Lei n° 13.300/16.
Ponto importante é a legitimação para impetração do Mandado de Injunção coletivo pelo Ministério Público que se extrai do art. 6o, VII da Lei Complementar n. 75/93, Lei Orgânica do Ministério Público da União c/c art. 12, I da Lei n° 13.300/16.
Legitimidade passiva:
Ocupa a posição de legitimado passivo no Mandado de Injunção a esfera estatal que seja considerada omissa no dever de legislar. Assim, tratando-se de competência legislativa, o Poder Legislativo ocupará essa posição. Tratando-se do Poder Legislativo federal, o sujeito passivo será o Congresso Nacional. Não obstante, sendo a norma em questão de competência privativa quanto à iniciativa do Presidente da República, esse ocupará a posição de legitimado passivo. 
Nos termos do art. 3º da Lei do Mandado de Injunção Individual e Coletivo, temos expressa a legitimidade passiva “como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora”.
Competência
Competência para julgamento do Mandado de Injunção. Fonte: Elaborado pela autora.
Tribunal STF STJ TSE TJ Juízes de 1o instância
Embargos de 
declaração
-Art. 102, I 
CRFB/88
-Art. 102, II, a 
CRFB/88 (recurso 
ordinário)
-Art. 105, I, h 
CRFB/88
-Art. 121, parág. 4o, 
V, CRFB/88
-Art. 125, parág. 
1o – cabe às 
Constituições 
estaduais firmar 
a competência 
dos Tribunais de 
Justiça
-normas 
municipais
16 16
 
Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
Procedimento e Liminar
Até o advento da Lei do Mandado de Injunção tínhamos que o procedimento previsto na Lei do Mandado de Segurança se aplica subsidiariamente ao Mandado de Injunção, conforme previsão do art. 24, parág. único da Lei 8.038/90 que regula os procedimentos nos tribunais. Vejamos que interessante de se notar é que até mesmo o caráter autoaplicável do mandado de injunção já foi apreciado pelo STF, que decidiu que o art. 5o, LCCI é autoaplicável (STF, MI 107, Rel. Min. Moreira Alves, D.J.: 21-9-1990). Em razão da inovação legislativa, tivemos no art. 14 que a Lei do Mandado de Segurança continua tendo aplicação Subsidiária em relação à Lei do Mandado de Injunção; o Código de Processo Civil também se aplica subsidiariamente no procedimento do MI. 
Não cabe liminar em sede de Mandado de Injunção. Não se aplica a regra geral de cautelaridade que observamos nas demais ações constitucionais. 
Decisão e seus efeitos
A decisão que declara a mora legislativa e determina um prazo para a implementação da regulamentação que prejudica os direitos individuais é de caráter eminentemente judicial, não fazendo os julgados as vezes do legislador positivo; muito pelo contrário: não há nesse caso violação ao princípio republicano da separação dos poderes. Proferida a decisão e apta a surtir todos os efeitos, somente poderá ser cassada por ação rescisória nos prazos e condições previstas no Código de Processo Civil. 
Quanto aos efeitos do Mandado de Injunção, a doutrina (BULOS, 2015, p. 770) expõe quatro correntes:
I) Tese não concretista: cabe ao Tribunal apenas declarar a mora do Poder Legislativo, exortando-o a praticar sua função legislativa típica. (MI, 107/DF, Rel. Min. Moreira Alves, DJU 21-0-1190)
II) Tese concretista individual direta: julgada procedente a ação constitucional de Mandado de Injunção, a ausência de norma 
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regulamentadora é suprida mas apenas em favor do detentor do direito individual que impetrou o writ, não possuindo efeitos erga omnes. 
III) Tese concretista individual intermediária: procedente a ação de mandado de injunção, cabe ao Poder Judiciário ficar um prazo para que o Poder Legislativo legisle; ultrapassado esse lapso, e permanecendo esse inerte, o impetrante do MI passa a ter assegurado seu direito. (STF, Ata da 7a Seção Extraordinária, DJ 4-4-1995)
IV) Tese concretista geral: procedente a sentença em sede de Mandado de Injunção, temos que essa decisão vigorará até que o Poder Legislativo legisle sobre o tema, agindo como substituto do legislador positivo. (MI 670, MI, 695, MI, 708, MI 712, MI 721, MI 758). Esse é o atual entendimento da composição do STF. 
Vejamos que com a edição da Lei do MI, o art. 13 prevê os efeitos da coisa julgada no Mandado de Injunção individual ou coletivo:
No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o do art. 9o. Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.
Súmulas do STF aplicáveis ao Mandado de Injunção:
Súmula 629 
A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO POR ENTIDADE DE CLASSE EM FAVOR DOS ASSOCIADOS INDEPENDE DA AUTORIZAÇÃO DESTES. 
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Súmula 630 
A ENTIDADE DE CLASSE TEM LEGITIMAÇÃO PARA O MANDADO DE SEGURANÇA AINDA QUANDO A PRETENSÃO VEICULADA INTERESSE APENAS A UMA PARTE DA RESPECTIVA CATEGORIA. 
PRIMEIRA FASE! 
1. Em relação ao Mandado de Injunção, julgue as assertivas abaixo:
I) Seu procedimento é amparado pela Lei do Mandado de Segurança, tanto no que tange à impetração coletiva quanto individual;
II) Tem como objeto normas constitucionais relativas a direitos individuais de nacionalidade, soberania e cidadania;
III) As normas objeto de mandado de injunção são normas constitucionais de eficácia contida.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente I e II são corretas;
b) Somente I é correta;
c) Somente II é correta;
d) Somente II e III são corretas;
e) I, II e III são corretas.
Comentário: I e II são corretas. Na medida em que o mandado de injunção previsto no art. 5o, LXX da CRFB/88 e Lei n° 13.300/16 visa combater a síndrome da inefetividade das normas constitucionais que obsta o pleno exercício de direitos individuais relacionados à soberania, cidadania e nacionalidade. Ademais, as normas constitucionais de eficácia limitada e não as de eficácia contida 
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que são objeto de tutela por mandado de injunção, o que torna incorreto o item III.
2. (Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso (TJ-MT) - Juiz - FMP-RS (2014) – adaptada)
Texto-base: “O Supremo Tribunal Federal – por entender que o mandado de injunção não se destina a viabilizar suposta prerrogativa decorrente de convenção internacional – negou trânsito a esse writ constitucional, havendo ainda enfatizado que a norma inscrita no art. 7o do ADCT/88 não reclama, para efeito de sua incidência, a edição de qualquer norma regulamentadora de direito interno (STJ, MI 527/RJ, Rel. Min. Octavio Gallotti). 
Sobre o mandado de injunção, assinale a alternativa correta.
a) Refere-se à omissão de regulamentação de norma constitucional, não havendo a possibilidade de que a ação tenha como finalidade compelir o Congresso Nacional a corrigir omissões normativas existentes na Convenção Americana sobre Direitos Humanos de forma a dar concreção ao que prescreve o artigo 25 do Pacto de S. José da Costa Rica, pois conforme exposto no trecho da decisão acima, o art. 7o do ADCT/88 não reclama, para efeito de sua incidência, a edição de qualquer norma regulamentadora de direito interno.
b) Pode ser ajuizado somente por aqueles que detêm a legitimidade ativa para propor a ação direta de inconstitucionalidade. 
c) Não permite a forma coletiva, em razão da ausência de previsão constitucional expressa. 
d) É de competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal.
e) Será admitido o mandado de injunção sempre que houver falta de norma reguladora de uma previsão constitucional, ainda que desta não ocorra inviabilização dos direitos e liberdades constitucionais.
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Comentário: Letra A. Os legitimados de ADI não coincidem com os legitimados do MI, em razão de nesse caso estarem abrangidos os titulares de direitos individuais que estejam impossibilitados de seu exercício pleno em razão da falta de regulamentação legislativa. Ademais, o MI admite a forma coletiva e não é de competência exclusiva do STF, pois isso dependerá da competência legislativa para edição da norma em questão. 
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Agora que conhecemos alguns instrumentos de tutelas das liberdades (direito de petição, direito de certidão e mandado de injunção), vamos retomar o problema exposto pela nossa primeira cliente que atendemos em nosso escritório de advocacia?
Bem, a Sra. Auxiliadora é titular de algumas características que nos fazem direcionar a uma peça processual capaz de atender à sua solicitação em matéria de direito constitucional. Vejamos:
É presidente da Associação Nacional dos Servidores em Saúde, e nesse sentido aplica-se o art. 3º c/c art. 12, III da Lei n° 13.300/16 e, analogamente, o teor dos enunciados sumulares ns. 629 e 630 do Supremo Tribunal Federal. 
Ela alega que os servidores municipais citados participaram de uma campanha salarial e o município, ao invés de promover a negociação salarial, efetuou o corte dos dias parados e, consequentemente, dos vencimentos respectivos, sem direito a compensação, e, ainda, instaurou em desfavor de tais servidores processo administrativo disciplinar pela conduta grevista do servidor público que não encontra previsão de amparo legal no ordenamento jurídico brasileiro por ausência de regulamentação do texto constitucional. 
Assim, pensemos que tais elementos nos levam a algumas inferências:
a) competên cia do ór gão julgador dada a legitimidade ativa da entidade de âmbito nacional e a natureza federal da espécie legislativa carente de edição;
b) legitimidade ativa e passiva, sendo tais ocupadas, respectivamente, pela entidade e pelo Poder Legislativo pertinente;
Vamos peticionar!
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c) argumentos de mérito, dentre eles a tese concretista adotada pelo Supremo Tribunal Federal;
d) observância do procedimento atinente ao Mandado de Segurança Coletivo. 
Ademais, não se esqueça de que sua peça processual deve conter breve resumo dos fatos e sua conexão com os dispositivos legais e constitucionais que amparam seus pedidos.
Nos requerimentos, observe o que prevê a Lei do Mandado de Segurança (Lei n. 12.016/09), no sentido de que em tais procedimentos análogos, necessária é a notificação da autoridade coatora (responsável pela omissão legislativa) para que preste informações, a intimação do Ministério Público e, nesse ponto, a competência jurisdicional terá reflexos sobre a atribuição do órgão de execução do Ministério Público que atuará sobre o caso. Ou seja, caso seja de competência do STF a apreciação da questão, pede-se a intimação do PGR (Procurador Geral da República), caso seja de competência do Tribunal de Justiça, do Procurador Geral de Justiça e, assim, sucessivamente. 
Por fim, peça pela procedência da demanda e conste o valor da causa, date, assine sem identificar sua peça com o respectivo número de Ordem.

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