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Disciplina: Ead207 - História e Educação II Professora: Janete Flor de Maio Fonseca Tutor a distância: Regiane de Fatima Teodoro / Elodia Honse Lebourg Polo: Lagoa Santa Período: 8º Reoferta Aluna: Shirlaine Aparecida Ferreira 13.1. 5676. Data: 13/5/2017 Trabalho apresentado à Universidade Federal de Ouro Preto-MG, como requisito parcial do curso de Pedagogia da disciplina História e Educação II. Há mais de cem anos já existia no Brasil iniciativas para a expansão da Educação Infantil, mas somente nas últimas décadas que ela foi reconhecida realmente. Até o século XVII a criança nem era reconhecida por suas particularidades. A criança era vista como um brinquedo do qual os adultos só gostavam pelo prazer e distração que proporcionava a eles e quando crescia e não distraia mais os adultos, deixava de interessar aos mesmos. Somente a partir do século XVIII que os adultos começaram a modificar sua concepção de criança. Mas, assim mesmo seu lugar ainda não era o mais privilegiado na família. Então, com a Proclamação da República, o Brasil começou a passar por um processo de grande modernização e industrialização. As mulheres passaram a fazer parte do mercado de trabalho e as crianças não tinham para onde ir. Surge-se então as mães mercenárias, que cuidavam de várias crianças juntas para suas mães trabalharem fora. Nesse período aumentou o número de mortalidade infantil devido as péssimas condições de higiene nas casas onde as crianças ficavam e a ausência da mãe também contribuía para isso uma vez que tornava a criança mais triste e vulnerável. Nesse contexto que surgiram as primeiras creches e pré-escolas. No começo elas eram filantrópicas ou mantidas pelos próprios usuários e somente bem mais tarde elas se tornaram públicas. No princípio as creches e pré-escolas tinham um caráter assistencialista, visando somente o guardar e o cuidar da criança na ausência da família. Essa concepção colocava a criança como um ser frágil, indefeso e completamente dependente. Os profissionais não tinham nenhuma formação e sua atuação era restrita aos cuidados básicos de higiene e as regras de bom comportamento. A partir de 1970 aumentou consideravelmente a entrada de mulheres no mercado de trabalho o que resultou num crescimento bem significativo de creches e pré-escolas. Uma nova ênfase começou a ser dada ao trabalho nestas instituições. Buscou uma compensação não só das carências orgânicas como também uma carência de ordem cultural. O pressuposto nesta visão compensatória da educação era de que o atendimento pré-escolar poderia atenuar as carências das crianças mais pobres. As propostas de trabalho foram então direcionadas para as crianças de baixa renda, estimulando precocemente e preparando-as para a alfabetização como forma de superar as condições sociais em que viviam. O objetivo principal dessa educação compensatória era o de promover oportunidades educacionais de cunho social e cultural compensando-se o déficit linguístico das crianças. As crianças mais pobres eram consideradas carentes. Nos jardins-de-infância as crianças provenientes de famílias de classe média a educação não tinha o mesmo caráter compensatório. O trabalho realizado envolvia também o desenvolvimento dos aspectos afetivos e cognitivos das crianças. Com o aumento da demanda por pré-escola, a educação passou por um processo de municipalização. O objetivo da educação agora não era mais assistencialista ou compensatório, mas a pré-escola tinha agora uma função educativa. Muitos educadores da época discutiram o papel das creches e pré-escolas e elaboraram novas programações pedagógicas visando o desenvolvimento cognitivo e linguístico dos alunos. Com a promulgação da Constituição Federal em 1988, a educação foi reconhecida como um direito de todas as crianças e um dever de Estado. Houve então uma expansão do número de escolas e uma melhoria na formação dos profissionais das instituições. Também na década de 90 com a promulgação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) os direitos das crianças foram concretizados. E finalmente com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB de 1986, a educação infantil é finalmente reconhecida como etapa inicial da educação básica. A educação infantil passa a ser vista por um novo olhar, valorizando-se a criança e a sua cultura, considerando-a ativa e capaz de construir o seu próprio conhecimento. O professor passa a assumir um novo papel, o papel de mediador entre a criança e o mundo. A família é coparticipante, é fundamental no processo de ensino-aprendizagem. Os conteúdos são desenvolvidos de maneira lúdica, respeitando a bagagem cultural que cada um traz consigo. Foi criado inclusive nessa época um Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil de maneira a levar a todas as escolas novas propostas pedagógicas diretamente voltadas para a criança tal como ela verdadeiramente é. A infância é algo que está em construção permanente. Variou durante toda a história. Ela deixou de ser objeto apenas de cuidados maternos para ser objeto dos deveres públicos do governo. Durante muito tempo a criança não foi considerada como um sujeito de direitos, ela vivia à margem da família e da sociedade. Hoje ela já é considerada como alguém que tem identidade própria, um cidadão de direitos e deveres. É preciso valorizar a infância como ela é e conhecer suas diferentes fases de maneira a oferecer uma educação adequada e compatível com a criança. A escola, inclusive a de educação infantil deve preparar o aluno para ser um cidadão participativo e consciente na sociedade onde vive. A pré-escola não pode ser mais considerada como um lugar de cuidados básicos de higiene e boa educação ou como um curso preparatório para p ingresso no ensino fundamental.
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