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8 Justiça Cristã

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Capítulo 8
Justiça Cristã
Discutem-se a imbricações existentes na cultura medieval entre Justiça e religião
1) Influência das Sagradas Escrituras sobre a ocidental:
● Tradição
● Hábitos
● Costumes
● Crenças populares
● Moral
● Instituições
● Ética
● Leis etc.
Cristianismo: religião ou filosofia?
Filosofia cristã
A Filosofia, dentre outras bases doutrinárias, pode ser “cristã”
2) Doutrina Cristã: produção de suficiente abalo no espírito humano, apesar 
● de sua utilização histórica (catolicismo, luteranismo, calvinismo etc.);
● dos desvios decorrentes da liberdade humana no discernimento dos conteúdos morais e religiosos; 
● das interpretações circunstanciais.
3) Da Doutrina Cristã, de caráter religioso, pode-se tirar os preceitos básicos sobre a justiça, mesmo não sendo o cristianismo uma doutrina política ou jurídica.
4) Deve-se, pautando-se nos Evangelhos, desvincular, por exemplo:
	● Da justiça instituída como cristã no Império Romano após a adoção do Cristianismo, por Constantino, como religião oficial;
	● Da justiça praticada pelos senhores feudais como soberanos medievais que retiravam seus poderes de Deus;
● Da justiça praticada pela Inquisição (Santo Ofício), fundada no séc. XI, que exercia poderes de julgamento sobre a vida das pessoas identificadas como hereges (jus vitae ac mortis).
5) O que se deve levar em conta na pesquisa sobre a justiça cristã:
-O julgamento de Jesus como fato humano de grande significado, uma vez que provocou extraordinária expansão de sua curta pregação (Ele nada escreveu);
- Que a doutrina sobre a justiça incorpora uma esperança e um anseio pela justiça divina;
- Diferenças entre os ensinamentos de Jesus e os do Antigo Testamento.
8.2 Ruptura com a lei mosaica
Relativo distanciamento entre a pregação de Cristo acerca da justiça e a palavra dos profetas do Antigo Testamento;
Kelsen apóia-se nesse fato (contradição de sentido entre o Antigo e o Novo Testamento) para relativizar os parâmetros da justiça estabelecidos pelo cristianismo.
No entanto, as divergências entre Antigo e Novo Testamento devem ser entendidas como propósito de Jesus em adequar o homem e sua moral ao seu tempo.
Cristo põe de lado o pensamento antigo “olho por olho dente por dente”, para fazer residir o bem no perdão e no esquecimento das ofensas e dos males causados, o que está para além do que se pede normalmente a um ser humano.
Afirmação de Cristo de que sua palavra não passará, o que mostra a existência de uma ordem superior (leis divinas) a presidir o que é humano (espeficidade, perecibilidade e circunstancialidade das leis humanas).
Para além do que o homem estabelece como o justo e o injusto, existe uma justiça que se exerce de acordo com a lei divina (universal, inexorável, perene, irrevogável).
Estar diante da justiça divina significa estar diante da justiça aplicada pelo próprio Deus.
A liberdade de agir do cristão reside no fato de que, conhecendo a Palavra Revelada, não precisa de outra crença senão no ensinamento de Jesus para governar-se a sim próprio.
Mundo bidimensional, em que há uma interseção entre esses dois mundos:
- Mundo terreno 
- Mundo espiritual.
10) Dificuldades, empecilhos, entraves oferecidos pela vida comum constituem motivo de aprendizado tendo em vista a conquista do mundo espiritual.
11) O homem é livre, porém, responsável pela opção quanto à forma de se conduzir, de se comportar, de agir perante outros e perante Deus; nos desvãos do caminho, tudo é possível, mas nem tudo é lícito ou conveniente ao homem.
12) O homem deve saber o que é lícito ou ilícito do ponto de vista cristão.
8.3 Lei divina e lei humana
- Onde parece haver injustiça, entre as ocorrências humanas, em verdade, há justiça de natureza divina;
- Mal e dor são formas de redenção da experiência humana;
- A experiência na dor auxilia o homem na sua opção pelo bem;
- “Amai os inimigos”: principal inovação de Cristo em relação ao Antigo Testamento;
- Desprendimento de si mesmo ou mesmo de sua própria honra pessoal;
- Não julgar para não ser julgado;
- Na base do perdão está a reconciliação e a união;
- Resumo de toda a doutrina cristã: amar a Deus e ao próximo como a si mesmo;
- Não fazer e não desejar ao outro o que eu não gostaria que a mim fosse feito ou desejado (crítica infundada de Hans Kelsen a esse preceito, pois o que a regra fez foi entregar a cada um o dever e a responsabilidade de administrar o bem do próximo a partir das próprias experiências): não matar, não roubar, não ferir, não iludir, não enganar, não prejudicar, não extorquir, não frustrar etc.
- “Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (distinção entre poder humano e poder divino).
- Esta máxima é a chave para se compreender a diferença entre lei humana e lei divina.
- O Direito positivo deve ser respeitado.
- A justiça prometida pelo Evangelho não é a justiça deste mundo.
- A doutrina cristã é a doutrina dos desvalidos, dos desamparados, dos empobrecidos, dos discriminados e dos desprezados (Vide as “bem-aventuranças”...).
- Importância da fé.
- A justiça dos senhores para com seus servos deve branda e, não, cruel.
- Cristo: imortalização da figura da condenação imposta.
8.4 Lei de amor e caridade
- Tolerância: razão de ser do operar cristão;
- O homem mede-se por suas obras.
- Lei do amor de caridade.
- O outro é condição de salvação pessoal.
Conclusão:
- Jesus introduz novas dimensões à questão da justiça;
- Justiça humana é transitória; não é nela que reside, necessariamente, a verdade, mas, na lei de Deus.
- A justiça cristã aponta para valores que rompem com o imediato do que é carnal.

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