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USJT Introdução ao processo civil Aula 1

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USJT – Introdução ao processo civil – Aula 1 – 10.3.2017
- obs.: inicial: extremamente importante acompanhar o curso com leituras dos temas nos livros
Anotações da aula
- direito regula a vida em sociedade, exercendo função ordenadora (a discussão sobre conceito e natureza do direito é muito mais profunda e será abordada pelo professor de Introdução ao Estudo do Direito); não há sociedade sem direito (ubi societas ibi jus)
- a existência do direito é insuficiente para evitar ou eliminar os conflitos, que surgem quando alguém pretende para si determinado bem (bem não sinônimo exclusivo de bem material) e não pode obtê-lo, seja porque alguém se recusa a satisfazer a pretensão daquele sujeito, seja porque o próprio direito proíbe a satisfação voluntária
- em muitos casos, contudo, o direito atua por meio da observância espontânea das normas estabelecidas
*** obs.: como se verá adiante, em aulas futuras, o ordenamento jurídico é composto de regras e princípios (é extremamente importante o fenômeno da constitucionalização do direito)
- conceito importante para o direito processual – LIDE (Carnelutti): conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida
- surgido o conflito, há uma necessidade social de que ele seja solucionado (o que ocorrerá por meio da satisfação da pretensão ou da legitimação da resistência)
- é possível falar em dois diferentes planos do ordenamento: material (ou substancial) e processual (direito processual é ramo autônomo que pode ser enquadrado como um dos ramos do direito público)
- o direito material (ou substancial) regula a situação dos bens jurídicos e as relações entre pessoas
- quando não observado espontaneamente o direito material, surge o conflito
- formas de solução dos conflitos: força (forma mais primitiva); métodos autocompositivos; métodos heterocompositivos
- “à medida que o Estado foi se afirmando e conseguiu impor-se aos particulares mediante a invasão de sua antes indiscriminada esfera de liberdade, nasceu, também gradativamente, sua tendência a absorver o poder de ditar as soluções para os conflitos” (Antonio Carlos Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover, Cândido Rangel Dinamarco, Teoria geral do processo, 31ª ed, São Paulo, Malheiros, 2015, p. 43)
- o Estado proíbe a força (sinônimo de autotutela); trata-se de conduta ilícita e que em muitos casos constitui crime; há, contudo, algumas exceções: em poucas hipóteses a própria lei permite a autotutela
- a partir do momento em que veda a autotutela, o Estado deve colocar à disposição das pessoas um método para solução dos conflitos. Hoje há previsão constitucional segundo a qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” (Constituição Federal, art. 5º, inc. XXXV)
- o Estado soluciona os conflitos por meio da JURISDIÇÃO (uma das três funções estatais)
*** obs.1: hoje reconhece-se também ser dever do Estado promover política pública que forneça aos cidadãos outras formas de solução dos conflitos
*** obs.2: a arbitragem é método muito antigo de solução dos conflitos, existente desde antes da organização do Estado, e no Brasil ganhou força renovada a partir de 1996, com a edição da lei de arbitragem, e especialmente a partir de 2001 quando foi reconhecida a constitucionalidade da lei de arbitragem; hoje é majoritária a corrente que afirma ter a arbitragem natureza jurisdicional, embora não seja método estatal
- se as próprias pessoas envolvidas no conflito, por sua VONTADE, decidem resolver o conflito de outro modo (arbitragem, mediação, conciliação, negociação), isso é plenamente legítimo. Não é possível impor às pessoas que façam isso, mas elas podem escolher não utilizar o método de solução fornecido pelo Estado
- se o Estado assume a responsabilidade pela solução dos conflitos (jurisdição), as pessoas têm o direito de exigir a solução (ação); para solucionar o conflito o Estado vale-se de um método (processo) e deve necessariamente ouvir as outras pessoas envolvidas no conflito (defesa ou exceção) e não só aquele que pediu solução (autor)
- jurisdição, ação, processo e defesa (ou exceção) são os INSTITUTOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO PROCESSUAL
- como o processo serve para a solução de conflitos, é correto dizer que o processo é instrumento do direito material (mas não há um ramo do direito processual equivalente a cada ramo do direito material). Segundo Antonio Carlos Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco, “o direito processual é assim, do ponto de vista de sua função jurídica, um instrumento a serviço do direito material: todos os seus institutos básicos (jurisdição, ação, exceção, processo) são concebidos e justificam-se, no quadro das instituições do Estado, pela necessidade de garantir a autoridade do ordenamento jurídico. O objeto do direito processual reside precisamente nesses institutos, e eles concorrem decisivamente para dar-lhe sua própria individualidade e distingui-lo do direito material” (Teoria geral do processo, 31ª ed, São Paulo, Malheiros, 2015, p. 64)
- quais as fontes do direito processual?
- primeiramente, esclareça-se que fontes formais do direito são “os meios de produção ou expressão da norma jurídica” (Antonio Carlos Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover, Cândido Rangel Dinamarco, Teoria geral do processo, 31ª ed, São Paulo, Malheiros, 2015, p. 121)
- como nem sempre uma fonte identifica que tratará de matéria processual, é necessário saber o que é direito processual para identificar as fontes
- direito processual é o conjunto de normas que regula os quatro institutos fundamentais
- normas processuais podem ser de 3 espécies: (i) organização do Poder Judiciário; (ii) regulamentação da relação jurídica processual; (iii) procedimento (sequência lógica de atos, forma, prazo etc.)
- principais fontes do direito processual: (i) Constituição Federal (mais princípios do que regras); (ii) leis federais (Código de Processo Civil + leis extravagantes: lei de arbitragem, lei de mediação; lei do mandado de segurança, lei dos juizados especiais etc.); (iii) Constituição estadual (organização do Poder Judiciário) e leis estaduais (podem disciplinar procedimentos, de acordo com a competência normativa estabelecida na Constituição Federal); regimentos internos (questões internas)
- há diplomas normativos que contêm ao mesmo tempo normas de direito material e normas de direito processual. O Código de Defesa do Consumidor é um bom exemplo disso
- polêmica: jurisprudência é fonte do direito? Essa discussão ganha colorido novo com a previsão de precedentes vinculantes no Código de Processo Civil de 2015 (o tema será aprofundado em outro semestre)

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