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Direito Internacional

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1 
Sumário 
1	 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO. CONCEITO. FONTES. PRINCÍPIOS.	......................................	7	
1.1	 ORIGEM	HISTÓRICA	.............................................................................................................................................	7	
1.1.1	 Marcos	históricos:	.......................................................................................................................................	8	
1.2	 CARACTERÍSTICAS	DO	DIREITO	INTERNACIONAL	.......................................................................................................	10	
1.3	 CONCEITO	DE	DIREITO	INTERNACIONAL	.......................................................................................................	10	
1.3.1	 Direito internacional público e direito internacional privado	........................................................	11	
1.3.2	 Objeto do Direito Internacional	........................................................................................................	11	
1.3.3	 Sociedade Internacional versus Comunidade Internacional	.......................................................	12	
1.3.4	 Direito Internacional Público e Direito Interno	...............................................................................	13	
1.4	 TENDÊNCIAS	DO	DIREITO	INTERNACIONAL	..............................................................................................................	22	
1.5	 FUNDAMENTOS	DO	DIREITO	INTERNACIONAL	PÚBLICO	.............................................................................................	23	
1.5.1	 Doutrina	voluntarista.	...............................................................................................................................	27	
1.5.2	 Doutrina	objetivista.	.................................................................................................................................	28	
1.5.3	 Fundamento	do	Direito	Internacional	na	regra	pacta	sunt	servanda.	......................................................	28	
2	 PARADÍGMAS	DO	DESENVOLVIMENTO	DO	DIREITO	INTERNACIONAL	...........................................................	30	
2.1	 INTRODUÇÃO	E	DESENVOLVIMENTO	HISTÓRICO	DO	DIREITO	INTERNACIONAL	PÚBLICO	..................................................	30	
2.1.1	 Ordem	jurídica	numa	sociedade	internacional	.........................................................................................	30	
2.1.2	 Evolução	histórica	do	Direito	Internacional	..............................................................................................	31	
2.1.3	 Fontes	e	principiologia	do	Direito	Internacional	.......................................................................................	31	
2.2	 NORMAS	INTERNACIONAIS	..................................................................................................................................	32	
2.2.1	 Tratado	internacional:	criação,	classificação,	consentimento,	vigor	e	extinção.	.....................................	32	
2.2.2	 O	costume	como	criador	de	normas	internacionais	.................................................................................	36	
2.2.3	 Princípios	gerais	do	direito	.......................................................................................................................	36	
2.2.4	 Atos	unilaterais:	prova	e	criação	de	direitos	.............................................................................................	36	
3	 FONTES	......................................................................................................................................................	36	
3.1	 FONTES	MATERIAIS	E	FORMAIS	DO	DIP:	................................................................................................................	38	
3.2	 FONTES	PRIMÁRIAS	E	SECUNDÁRIAS	DO	DIP:	..........................................................................................................	41	
3.2.1	 Fontes Primárias: (Art. 38 do Estatuto da CIJ):	............................................................................	41	
3.2.2	 Princípios gerais do Direito	..............................................................................................................	44	
3.2.3	 FONTES SECUNDÁRIAS DO DIP ou meios auxiliáres	..............................................................	45	
3.2.4	 Meios auxiliares	.................................................................................................................................	46	
3.2.5	 Novas fontes	......................................................................................................................................	46	
4	 PRINCÍPIOS DO DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO	.......................................................................	52	
4.1	 IGUALDADE	SOBERANA	DOS	ESTADOS:	..................................................................................................................	53	
4.2	 NÃO	INGERÊNCIA	NOS	ASSUNTOS	INTERNOS	E	EXTERNOS	DOS	ESTADOS:	.....................................................................	53	
4.3	 A	PROIBIÇÃO	DA	AMEAÇA	E	DO	USO	DA	FORÇA:	......................................................................................................	54	
4.4	 A	SOLUÇÃO	PACÍFICA	DAS	CONTROVÉRSIAS:	...........................................................................................................	54	
4.5	 O	RESPEITO	AOS	DIREITOS	HUMANOS:	...................................................................................................................	54	
4.6	 A	AUTODETERMINAÇÃO	DOS	POVOS:	....................................................................................................................	54	
4.7	 PRINCÍPIO	UTTI	POSSIDETIS	.................................................................................................................................	55	
5	 TRATADOS INTERNACIONAIS	...............................................................................................................	56	
5.1	 CONCEITO	.....................................................................................................................................................	56	
5.2	 TRATADO	.........................................................................................................................................................	56	
5.2.1	 Elementos que configuram um tratado
	........................................................................................	57	
5.2.2	 Classificações dos tratados	.............................................................................................................	59	
5.2.3	 Fases de celebração dos tratados	..................................................................................................	61	
5.2.4	 Validade e vigência	...........................................................................................................................	63	
5.2.5	 Treaty-making power no Brasil	........................................................................................................	66	
5.2.6	 Procedimento de conclusão de tratados internacionais no brasil	..............................................	68	
5.2.7	 Procedimento parlamentar: etapas internas no congresso nacional	.........................................	71	
2 
5.2.8	 Procedimento brasileiro para a entrada em vigor dos tratados	..................................................	73	
5.2.9	 Efeitos	.................................................................................................................................................	78	
5.2.10	 Ratificação	..........................................................................................................................................	79	
5.2.11	 Promulgação	......................................................................................................................................82	
5.2.12	 Registro e Publicidade	......................................................................................................................	82	
5.2.13	 Vigência contemporânea e diferida (vigência interna)	.................................................................	82	
5.2.14	 Incorporação ao Direito interno	.......................................................................................................	83	
5.2.15	 Violação	..............................................................................................................................................	83	
5.2.16	 Conflito entre tratado e direito interno	............................................................................................	84	
5.2.17	 Interpretação de Tratados	................................................................................................................	88	
5.2.18	 Extinção	..............................................................................................................................................	89	
6	 PERSONALIDADE INTERNACIONAL.	....................................................................................................	93	
6.1	 PERSONALIDADE	INTERNACIONAL	-	ASPECTOS	GERAIS	.............................................................................................	93	
6.2	 ESTADO	...........................................................................................................................................................	96	
6.2.1	 Conceito	..............................................................................................................................................	96	
6.2.2	 Elementos Constitutivos: Território, Povo e Governo Soberano	................................................	96	
6.2.3	 Surgimento dos Estados	..................................................................................................................	97	
6.2.4	 Classificação dos Estados	...............................................................................................................	97	
6.2.5	 Reconhecimento de Estado e de Governo	....................................................................................	98	
6.2.6	 Direitos e Deveres dos Estados	......................................................................................................	99	
6.2.7	 Extinção e Sucessão de Estados	..................................................................................................	102	
6.2.8	 Território	............................................................................................................................................	103	
6.2.9	 Aquisição e perda	............................................................................................................................	104	
6.2.10	 Fronteiras	..........................................................................................................................................	104	
6.3	 A	IMUNIDADE	À	JURISDIÇÃO	ESTATAL	.................................................................................................................	104	
6.3.1	 Conceito e natureza	........................................................................................................................	104	
6.3.2	 Imunidade pessoal x real	................................................................................................................	105	
6.3.3	 Imunidade cognitiva x executória	..................................................................................................	105	
6.3.4	 Imunidade absoluta x relativa	........................................................................................................	105	
6.3.5	 Imunidade de organizações internacionais	.................................................................................	107	
6.4	 OS	ÓRGÃOS	DO	ESTADO	NAS	RELAÇÕES	INTERNACIONAIS	.......................................................................................	108	
6.4.1	 Análise dos órgãos do Estado	.......................................................................................................	108	
7	 PONTO 5 - PERSONALIDADE INTERNACIONAL. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS. 
CONCEITO. NATUREZA JURÍDICA. ELEMENTOS CARACTERIZADORES. ESPÉCIES.	......................	114	
7.1	 ORGANIZAÇÕES	INTERNACIONAIS	.......................................................................................................................	114	
7.1.1	 Conceito	............................................................................................................................................	114	
7.1.2	 Personalidade Jurídica	...................................................................................................................	115	
7.1.3	 Órgãos indispensáveis em uma OI	...............................................................................................	115	
7.1.4	 Características	.................................................................................................................................	116	
7.1.5	 Classificação das organizações internacionais	...........................................................................	116	
7.1.6	 Responsabilização internacional das OIs	....................................................................................	117	
8	 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS	..............................................................................................	118	
8.1.1	 Organismos do Sistema das Nações Unidas	..............................................................................	121	
9	 OEA	...........................................................................................................................................................	123	
10	 NACIONALIDADE	................................................................................................................................	125	
10.1	 NACIONALIDADE	.............................................................................................................................................	125	
10.1.1	 Natureza Jurídica	.............................................................................................................................	125	
10.1.2	 População	.........................................................................................................................................	125	
10.1.3	 Nacionalidade adquirida	.................................................................................................................	126	
10.1.4	 Espécies de Nacionalidade	............................................................................................................	126	
10.1.5	 Brasileiros Natos	..............................................................................................................................	127	
10.1.6	 Nacionalidade potestativa (CF, art. 12, I, c)	................................................................................	128	
10.1.7	 Brasileiros Naturalizados	................................................................................................................	129	
3 
10.1.8	 Tratamento Diferenciado entre Brasileiro Nato e Naturalizado	................................................	133	
10.1.9	 Perda da Nacionalidade	.................................................................................................................	134	
10.2	 RELAÇÃO	DOS	ESTADOS	COM	SEUS	NACIONAIS	......................................................................................................	136	
10.2.1	 Da Proteção Diplomática	................................................................................................................	136	
10.3	 APÁTRIDAS	.....................................................................................................................................................	137	
11PERSONALIDADE INTERNACIONAL. ESTRANGEIROS.	..............................................................	138	
11.1	 ESTRANGEIROS	................................................................................................................................................	138	
11.1.1	 Situação jurídica	..............................................................................................................................	138	
11.1.2	 Regime jurídico	................................................................................................................................	138	
11.1.3	 Os Direitos do Estrangeiro no Brasil	.............................................................................................	139	
11.1.4	 Admissão	..........................................................................................................................................	141	
11.2	 VISTOS	..........................................................................................................................................................	142	
11.2.1	 Espécies de visto	.............................................................................................................................	142	
11.2.2	 Não concessão de vistos	................................................................................................................	143	
11.2.3	 Direitos e deveres em geral	...........................................................................................................	143	
11.2.4	 Condição especial dos portugueses	.............................................................................................	144	
11.3	 SAÍDA	COMPULSÓRIA	DO	ESTRANGEIRO	...............................................................................................................	144	
11.3.1	 Quadro comparativo	........................................................................................................................	144	
11.3.2	 Expulsão	...........................................................................................................................................	145	
11.3.3	 Deportação	.......................................................................................................................................	147	
11.3.4	 Extradição	.........................................................................................................................................	148	
11.4	 ASILO	POLÍTICO	...............................................................................................................................................	152	
11.4.1	 Conceito, natureza e disciplina	......................................................................................................	152	
11.4.2	 Diferenças entre asilo político e refúgio	.......................................................................................	153	
12	 PERSONALIDADE INTERNACIONAL. PESSOA JURÍDICA	..........................................................	157	
12.1	 PESSOAS	JURÍDICAS	ESTRANGEIRAS	.....................................................................................................................	157	
12.1.1	 Natureza das pessoas jurídicas de direito privado	.....................................................................	158	
12.1.2	 Nacionalidade e domicílio da pessoa jurídica. Teorias e legislação.	.......................................	158	
12.1.3	 Empresas binacionais	.....................................................................................................................	160	
13	 PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS.	.........................................................	161	
13.1	 PROTEÇÃO	INTERNACIONAL	DOS	DIREITOS	HUMANOS	...........................................................................................	161	
13.2	 DECLARAÇÃO	UNIVERSAL	DOS	DIREITOS	HUMANOS	(1948)	...................................................................................	163	
13.3	 IMPACTO	DA	DECLARAÇÃO	UNIVERSAL	NO	DIREITO	INTERNO	E	INTERNACIONAL	.........................................................	164	
13.4	 RELATIVISMO	E	UNIVERSALISMO	CULTURAL	.........................................................................................................	164	
13.5	 OS	NOVOS	PRINCÍPIOS	DE	DIREITOS	HUMANOS	....................................................................................................	165	
13.5.1	 Mecanismos de implementação	....................................................................................................	165	
13.5.2	 Paralelo do Sistema Global e do Sistema Regional Interamericano	.......................................	165	
13.5.3	 Sistema global	..................................................................................................................................	165	
13.5.4	 Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP)	.......................................................	166	
13.5.5	 Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC)	.......................	166	
13.5.6	 Sistema americano	..........................................................................................................................	167	
13.5.7	 A CR de 1988 e os direitos humanos	...........................................................................................	168	
13.5.8	 Responsabilização no plano internacional	..................................................................................	169	
13.5.9	 A Lei da Anistia e a Teoria do Duplo Controle (Caso da Guerrilha do Araguaia / Caso 
Gomes Lund e outros contra o Brasil)	...........................................................................................................	169	
14	 CONFLITOS INTERNACIONAIS.	.......................................................................................................	172	
14.1	 CONFLITOS	INTERNACIONAIS	.............................................................................................................................	172	
15	 MEIOS DE SOLUÇÃO	.........................................................................................................................	172	
15.1	 MEIOS	DIPLOMÁTICOS	.....................................................................................................................................	173	
15.2	 MEIOS	JURÍDICOS	............................................................................................................................................	174	
15.2.1	 A ARBITRAGEM	..............................................................................................................................	174	
15.2.2	 A SOLUÇÃO JUDICIÁRIA	.............................................................................................................	175	
15.3	 MEIOS	POLÍTICOS	............................................................................................................................................	178	
4 
15.3.1	 ÓRGÃOS POLÍTICOS DA ONU	...................................................................................................	179	
15.3.2	 ESQUEMAS REGIONAIS E ESPECIALIZADOS	.......................................................................	179	
15.4	 OS	MEIOS	COERCITIVOS	...................................................................................................................................	180	
16	 CORTES INTERNACIONAIS	..............................................................................................................	181	
16.1	 TRIBUNAL	INTERNACIONAL	DE	JUSTIÇA	OU	CORTE	INTERNACIONAL	DE	JUSTIÇA	..........................................................	181	
16.1.1	 CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA	....................................................................................	181	
16.1.2	 OUTRAS CORTES:	........................................................................................................................182	
17	 TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL	..............................................................................................	182	
17.1	 PRINCÍPIOS	E	CARACTERÍSTICAS	DO	TRIBUNAL	PENAL	INTERNACIONAL	....................................................	182	
17.2	 A	COMPETÊNCIA	DO	TRIBUNAL	PENAL	INTERNACIONAL	............................................................................	183	
17.3	 DELITOS	INTERNACIONAIS	..........................................................................................................................	183	
17.3.1	 Crimes de genocídio	.......................................................................................................................	183	
17.3.2	 Crimes contra a Humanidade	........................................................................................................	184	
17.3.3	 Crimes de guerra	.............................................................................................................................	187	
17.3.4	 Crimes de agressão	........................................................................................................................	188	
17.4	 O	GARANTISMO	NO	TRIBUNAL	PENAL	INTERNACIONAL	.............................................................................	189	
17.5	 COMPOSIÇÃO	E	MANDATO	DOS	JUÍZES	......................................................................................................	189	
17.6	 AS	PENAS	APLICÁVEIS	..................................................................................................................................	190	
17.7	 CONSIDERAÇÕES	FINAIS	....................................................................................................................................	190	
18	 CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS	..................................................................	191	
18.2	 GUERRA	.........................................................................................................................................................	193	
18.2.1	 Regras Costumeiras	.......................................................................................................................	194	
18.2.2	 Convenções da Haia de 1907	.......................................................................................................	194	
18.2.3	 Evolução Normativa	........................................................................................................................	195	
19	 DIREITO COMUNITÁRIO.	...................................................................................................................	197	
19.1	 DIREITO	DA	INTEGRAÇÃO	..................................................................................................................................	197	
19.2	 FORMAS	DE	INTEGRAÇÃO	..................................................................................................................................	197	
19.3	 DIREITO	COMUNITÁRIO	....................................................................................................................................	198	
19.4	 MERCOSUL	..................................................................................................................................................	199	
19.4.1	 Desenvolvimento do MERCOSUL	................................................................................................	199	
19.4.2	 Características do MERCOSUL	....................................................................................................	200	
19.4.3	 Estrutura orgânica do MERCOSUL	..............................................................................................	200	
19.4.4	 Fontes jurídicas do Mercosul	.........................................................................................................	201	
19.4.5	 Autoridade Central	...........................................................................................................................	204	
20	 DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL.	............................................................................................	206	
20.1	 DOMÍNIO	PÚBLICO	INTERNACIONAL	....................................................................................................................	206	
20.2	 MAR	.............................................................................................................................................................	206	
20.3	 ÁGUAS	INTERIORES	..........................................................................................................................................	207	
20.4	 MAR	TERRITORIAL	...........................................................................................................................................	207	
20.5	 ZONA	CONTÍGUA	E	A	ZONA	ECONÔMICA	EXCLUSIVA	..............................................................................................	208	
20.6	 PLATAFORMA	CONTINENTAL	.............................................................................................................................	209	
20.7	 ALTO-MAR	.....................................................................................................................................................	210	
21	 DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL. ESPAÇO AÉREO.	............................................................	214	
21.1	 DOMÍNIO	PÚBLICO	INTERNACIONAL	....................................................................................................................	214	
21.2	 ESPAÇO	AÉREO	...............................................................................................................................................	214	
21.3	 PRINCÍPIOS	ELEMENTARES	.................................................................................................................................	214	
21.4	 NORMAS	CONVENCIONAIS	................................................................................................................................	215	
21.5	 NACIONALIDADE	DAS	AERONAVES	......................................................................................................................	216	
21.6	 ESPAÇO	EXTRA-ATMOSFÉRICO	...........................................................................................................................	217	
22	 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO BRASILEIRO.	.....................................................................	219	
22.1	 DIREITO	INTERNACIONAL	PRIVADO	BRASILEIRO.	....................................................................................................	219	
22.2	 FONTES	..........................................................................................................................................................	220	
5 
22.3	 CONFLITO	DE	LEIS	NO	ESPAÇO.	NORMAS	INDIRETAS.	QUALIFICAÇÃO	PRÉVIA.	ELEMENTO	DE	CONEXÃO.	REENVIO.	............	221	
22.3.1	 Natureza das normas de DIPr.	......................................................................................................	223	
22.3.2	 Qualificação prévia	..........................................................................................................................	224	
22.3.3	 Reenvio	.............................................................................................................................................	225	
22.3.4	 Elemento de conexão.	....................................................................................................................	226	
22.3.5	 Objetos de conexão em espécie	...................................................................................................	228	
22.4	 PROVA.	DIREITO	ESTRANGEIRO.	INTERPRETAÇÃO.	APLICAÇÃO.	EXCEÇÕES	À	APLICAÇÃO.	..............................................	244	
22.4.1	 Interpretação	....................................................................................................................................246	
22.5	 LIMITES	DE	APLICAÇÃO	DO	DIREITO	ESTRANGEIRO	(EXCEÇÕES	À	APLICAÇÃO)	...............................................................	246	
23	 RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL	.........................................................................................	249	
23.1	 RESPONSABILIDADE	INTERNACIONAL	...................................................................................................................	249	
23.2	 FATO	ILÍCITO	...................................................................................................................................................	254	
23.3	 IMPUTABILIDADE	.............................................................................................................................................	256	
23.3.1	 Hipóteses de exclusão da responsabilidade	...............................................................................	256	
23.4	 DANO	............................................................................................................................................................	257	
23.5	 FORMAS	E	EXTENSÃO	DA	REPARAÇÃO	..................................................................................................................	258	
24	 PROCESSO INTERNACIONAL.	.........................................................................................................	260	
24.1	 COMPETÊNCIA	JURISDICIONAL	NAS	RELAÇÕES	JURÍDICAS	COM	ELEMENTO	ESTRANGEIRO	..............................................	260	
24.1.1	 A competência internacional é o poder de decidir uma causa com conexão internacional	.	260	
24.1.2	 Competência da autoridade brasileira no plano internacional	..................................................	261	
24.1.3	 Competência concorrente	..............................................................................................................	261	
24.1.4	 Competência exclusiva	...................................................................................................................	262	
24.1.5	 Litispendência Internacional	..........................................................................................................	263	
24.1.6	 Prova de fatos ocorridos no exterior	.............................................................................................	264	
24.2	 CARTAS	ROGATÓRIAS	.......................................................................................................................................	264	
24.2.1	 Introdução	.........................................................................................................................................	264	
24.2.2	 Rogatórias enviadas pelo Brasil (Ativas)	.....................................................................................	265	
24.2.3	 Rogatórias recebidas pelo Brasil (Passivas)	...............................................................................	265	
24.2.4	 Cartas Rogatórias x Auxílio Direto	................................................................................................	268	
24.3	 HOMOLOGAÇÃO	DE	SENTENÇAS	ESTRANGEIRAS	....................................................................................................	268	
24.3.1	 Homologação de sentença estrangeira no Brasil	.......................................................................	269	
24.3.2	 Situação especial: Guarda e Alimentos	.......................................................................................	270	
24.3.3	 Homologação de sentenças penais para efeitos civis	...............................................................	271	
24.3.4	 A homologação nos tratados	.........................................................................................................	272	
24.3.5	 Sentenças proferidas por tribunais internacionais.	.....................................................................	273	
25	 PONTO 17. CONTRATOS INTERNACIONAIS. CLÁUSULAS TÍPICAS.	........................................	274	
25.1	 CONTRATOS	INTERNACIONAIS	............................................................................................................................	275	
25.2	 GARANTIAS	AOS	CONTRATOS	INTERNACIONAIS	.....................................................................................................	278	
25.3	 CRIAÇÃO	DO	CONTRATO	INTERNACIONAL	............................................................................................................	279	
26	 MÉTODOS DE SOLUÇÃO ALTERNATIVA DE CONTROVÉRSIAS.	..............................................	282	
26.1	 NOÇÕES	GERAIS	DE	ARBITRAGEM	E	SUA	NORMATIZAÇÃO	NO	ÂMBITO	INTERNO	.........................................................	282	
26.2	 A	LEI	Nº	9.307/96	..........................................................................................................................................	282	
26.3	 A	ARBITRAGEM	NO	ÂMBITO	INTERNACIONAL	.......................................................................................................	284	
26.4	 ARBITRAGEM	DE	CARÁTER	PRIVADO	...................................................................................................................	285	
26.5	 ARBITRAGEM	NOS	TRATADOS	............................................................................................................................	285	
26.6	 PRINCÍPIOS	DA	ARBITRAGEM	E	NOÇÕES	GERAIS	....................................................................................................	285	
26.6.1	 Arbitragem no MERCOSUL	...........................................................................................................	286	
26.6.2	 Corte Permanente de Arbitragem	.................................................................................................	286	
27	 CONVENÇÃO DE NOVA IORQUE SOBRE COBRANÇA DE ALIMENTOS NO ESTRANGEIRO.
	 287	
27.1	 PRESTAÇÃO	DE	ALIMENTOS	NO	ESTRANGEIRO	......................................................................................................	287	
27.1.1	 Convenção de Nova Iorque Sobre Cobrança de Alimentos No Estrangeiro (Decreto 56.826, 
de 02/09/1965)	..................................................................................................................................................	287	
6 
27.1.2	 Cartas Rogatórias	............................................................................................................................	289	
27.1.3	 Disposições relevantes do Novo CPC	..........................................................................................	290	
27.2	 JULGADOS	......................................................................................................................................................	290	
28	 TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL (TPI).	....................................................................................	294	
28.1	 INTRODUÇÃO	..................................................................................................................................................	294	
28.2	 EVOLUÇÃO	HISTÓRICA	......................................................................................................................................	296	
28.3	 COMPETÊNCIA	E	DELITOS	INTERNACIONAIS	..........................................................................................................	297	
28.4	 PROCEDIMENTO	..............................................................................................................................................	298	
28.5	 NATUREZA	DAS	DECISÕES	.................................................................................................................................	299	
 
 
7 
 
1 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO. CONCEITO. FONTES. 
PRINCÍPIOS. 
1.1 ORIGEM HISTÓRICA 
O direito internacional tem como premissa básica a soberania dos Estados, o que implica maior 
dificuldade na aplicação das regras jurídicas.Ao contrário do que ocorre no ordenamento interno dos países, nos quais os indivíduos estão 
subordinados a regras constitucionais e ao poder de jurisdição do Estado, na ordem internacional 
não há força superior, capaz de determinar condutas. 
Podemos dizer que os Estados soberanos se encontram no mesmo nível hierárquico e que as 
relações entre eles se manifestam mediante coordenação, oriunda de acordos de vontade. 
Não existe um poder supranacional dotado de poder para definir regras ou aplicar sanções sem 
a concordância dos envolvidos. Essa característica do direito internacional tem sido, ao longo dos 
anos, objeto de diversas críticas, no sentido de que a ausência de normas abrangentes e 
coercitivas poderia invalidar ou até mesmo tornar desnecessário o estudo da matéria. 
O grande desafio do direito internacional diz respeito à eficácia das regras jurídicas. 
Os Estados soberanos submetem--se apenas às obrigações que tiverem assumido, dentro de 
parâmetros que considerem razoáveis. 
A ausência de uma força externa e superior exige que o direito internacional tenha algum 
elemento de vinculação entre as partes, capaz de atribuir obrigações e conferir direitos recíprocos. 
O princípio que garante a coerência do tecido normativo internacional é conhecido como pacta 
sunt servanda, que pode ser traduzido como “o que foi pactuado deve ser obedecido”. 
Também denominado força obrigatória, o pacta sunt servanda está diretamente relacionado à 
boa-fé, mediante a qual uma parte se compromete a cumprir as regras que aceitou, ante a 
expectativa de que a outra parte proceda da mesma forma. 
O vínculo formado entre os Estados normalmente se consolida com a celebração de um tratado, 
documento que representa o acordo de vontades soberanas destinado a estabelecer normas 
recíprocas e obrigatórias para os signatários. 
Existe, ainda, a possibilidade de comprometimento mediante a aceitação de costumes, práticas 
reiteradas e dotadas de validade jurídica, que possuem grande relevância, em razão do baixo 
nível de codificação do direito internacional. 
Definição: 
O direito internacional pode, portanto, ser definido como o conjunto de princípios e regras 
jurídicas, escritas e não escritas, destinado a regular as relações entre Estados soberanos 
e organismos internacionais. 
O chamado direito internacional público ou direito das gentes (jus gentium) baseia-se na ideia 
de consentimento, pela qual os Estados apenas se obrigam quanto a regras que livremente 
aderiram ou, ainda, na hipótese de tê-las produzido em conjunto com outras vontades soberanas. 
Essa característica essencial do direito internacional tem como suporte dois princípios 
fundamentais para a compreensão da matéria e suas particularidades, ambos expressamente 
consagrados pela Constituição Brasileira: 
1. Soberania (art. 1º, I); 
2. Autodeterminação dos povos (art. 4º, III). 
 
8 
 
 
A soberania representa o poder supremo das sociedades políticas, no que tange à organização 
interna do Estado e à possibilidade de conformar a vontade dos indivíduos a ele subordinados. 
Relaciona-se, portanto, com a ideia de jurisdição, ou seja, o conjunto de competências e 
atribuições exercidas pelo Estado no seu território. 
No âmbito internacional, a soberania implica a existência de poderes equivalentes entre os 
Estados, independentemente de seu tamanho, capacidade econômica ou força política. Os 
poderes são mutuamente limitados e não encontram ordem superior que os condicione. 
• Soberania interna: Poder supremo de organização interna o Estado 
• Soberania internacional: Poder equivalente entre os Estados 
O princípio da autodeterminação dos povos garante que as comunidades nacionais podem dispor 
livremente acerca dos assuntos de seu interesse (como escolher a forma de governo, por 
exemplo), sem se submeter à vontade de outro Estado. 
Como o direito internacional é bastante amplo e abrangente, existe outro sistema jurídico 
dedicado a regular as relações entre particulares, pessoas físicas ou jurídicas, decorrentes de 
contratos e outras obrigações de natureza civil. Cuida-se, nesse caso, do Direito Internacional 
Privado, que se caracteriza justamente pela ausência de participação estatal. 
CONCEITO 
O DIP tem como premissa a soberania dos Estados e em consequência não há 
força superior (poder supranacional) capaz de determinar condutas, mas acordo 
de vontades, formalizado mediante tratados regidos pelo princípio do pacta sunt 
servanda ou força obrigatória. E também pelo uso do costume internacional. O 
direito internacional pode, portanto, ser definido como o conjunto de princípios e 
regras jurídicas, escritas e não escritas, destinado a regular as relações entre 
Estados soberanos e organismos internacionais 
 
1.1.1 MARCOS	HISTÓRICOS:	
O Direito Internacional Público (DIP) surgiu a partir do século XVII, quando se formaram os 
Estados-Nação com as características que conhecemos hoje. O ponto limite foi o fim da Guerra 
dos 30 anos (em 1648), por meio do tratado (paz) de Vestfália, quando nasce a soberania 
nacional. 
	
 
Paz de Vestifália: celebrou o fim da guerra dos trinta anos, demarcando: 
1. Soberania entre os Estados 
2. Obrigação de não intervenção nos assuntos internos 
3. Igualdade jurídica. 
Jus	fetiale	
romano
Jus	
gentium
Tratado	de	
Westfália	
de	1648
Revolução	
Francesa
Congresso	
de	Viena	
(1815)
Doutrina	
Monroe	
(1823)
Liga	das	
Nações
Criação	da	
ONU
 
9 
 
Francisco de Vitória (1486-1546): teoria da Guerra, abominando as atrocidades do império de 
Carlos V. 
Hugo Grócio: salienta a necessidade de regulamentar a guerra, de modo a evitá-la. Fundamenta 
no direito natural, enaltecendo os direitos fundamentais inerentes ao homem. Afirma que o mar é 
bem comum, não sendo passível de apropriação privada. 
Contexto
 
A vida em sociedade é permeada de conflitos interpessoais, e na sociedade internacional 
igualmente há tensões entre os atores, tendo em vista as inúmeras disputas entre os sujeitos, 
uma vez que há diferenças e interesses variados entre os mesmos.
Paulo Henrique Portela 
enfatiza que “os conflitos que ocorrem na seara internacional não podem, via de regra, ser 
solucionados da mesma maneira, o que se deve, fundamentalmente, à forma pela qual a 
sociedade internacional está organizada do ponto de vista jurídico”. Referido autor aponta que as 
relações internacionais são caracterizadas por: 
1. Inexistência de um poder central mundial, ou seja, não há um ente de direito 
internacional que imponha aos Estados Soberanos as suas deliberações 
2. Igualdade jurídica entre os Estados; 
3. Soberania dos Estados. 
4. Princípio da não-intervenção. 
Foi na Europa que apareceu o Estado-moderno, sendo esse o marco do desenvolvimento dos 
principais institutos do direito internacional contemporâneo. Contudo, não se pode negar que no 
período “pré-estatal” havia um direito internacional, pois, a disciplina deve ser considerada, acima 
de tudo, um direito “intersocial” ou “intergrupal”. 
O período de formação vai até à Revolução Francesa. O documento mais antigo encontrado 
(de 2.100 a.C.) foi um tratado solene firmado entre os soberanos de Lagash e Umma, cidades-
estados da Mesopotâmia, inscrito em um bloco de pedra e contratava a definição de uma fronteira 
a ser respeitada sob pena de provocar a ira dos deuses da região. Já o documento mais famoso 
da antiguidade foi o tratado firmado entre Ramsés II do Egito e o rei dos hititas, de 1.292 a.C., em 
que se estabelecia entre ambos a paz e irmandade eterna. 
Na Grécia, as Cidades-Estados gregas, utilizavam dois instrumentos essenciais às relações entre 
si: o tratado e a diplomacia. 
Roma, após o período do império, deixou de usar tratados igualitários (foedus aequum), 
trocando-os pelo instituto do foedus iniquum de obrigações apenas unilaterais. Também em 
Roma destacam-se as normasestabelecidas unilateralmente referentes às relações com os 
estrangeiros dando origem ao jus fetiale e o jus gentium. 
• Grécia: Tratado e diplomacia 
• Roma: Ferdus aequum (tratados igualitários) e Foedus iniquum (obrigações unilaterais) 
Da Idade Média a mais importante característica foi a divisão do Direito Internacional entre direito 
da guerra e direito da paz, adotada por alguns autores até hoje. Também nessa época distingue-
se guerra justa da guerra injusta. 
Þ A teoria da guerra justa: Costuma-se conceituar guerra justa como a guerra moralmente 
legítima, vale dizer, o conflito armado em que são respeitados certos critérios de justiça, 
tanto no que diz respeito ao direito de iniciar a guerra (“jus ad bellum”), como no que 
concerne ao comportamento dos participantes durante a guerra (“jus in bello”). 
“Guerra justa é a que corresponde a um ideal ético, a preceitos de moral prática, 
decorrentes de princípios morais ou religiosos superiores”. 
 
10 
 
Þ Guerra injusta: Seria a guerra que não respeita o jus ad bellum, uma guerra ilegítima, 
imoral, sem justa causa. 
A formação do Direito Internacional contemporâneo se dá com o surgimento dos Estados 
soberanos. O marco moderno foi a conclusão dos TRATADOS DE VESTFÁLIA de 1648, dando 
fim à Guerra dos 30 anos, cujas principais características são: 
1. Derrota do imperador e do Papa: legaliza-se formalmente o nascimento dos novos 
Estados soberanos e a nova carta política da Europa; e institui-se a liberdade religiosa 
total; 
2. Assentam-se os primeiros elementos do direito público europeu: a soberania e a 
igualdade dos Estados são reconhecidas como princípios fundamentais das relações 
internacionais; prevê-se o recurso ao processo dos tratados como instituto de resolução de 
problemas comuns; cria-se um mecanismo de manutenção da nova ordem europeia. 
 
1.2 CARACTERÍSTICAS DO DIREITO INTERNACIONAL 
Embora o direito deva ser entendido como um sistema uno e coerente, as relações internacionais 
possuem algumas peculiaridades que as distinguem das regras típicas do direito interno dos 
países. 
Os principais traços característicos do direito internacional são: 
a) Inexistência de órgãos centrais – no DIP não há um poder legislativo apto a criar regras 
supranacionais e aplicáveis a todos os Estados. Também não existem tribunais com 
jurisdição absoluta e obrigatória; 
b) Baixo nível de codificação – existem menos tratados do que leis internas, e o direito 
internacional possui normas abertas à interpretação, como os costumes, que precisam ser 
reconhecidas pelos Estados; 
c) Escassez de sujeitos – apenas os estados soberanos e as organizações internacionais 
possuem personalidade jurídica de direito internacional público; 
d) Responsabilidade coletiva – quando necessário, as sanções devem ser aplicadas de 
modo coletivo (como no caso das resoluções do conselho de segurança das nações 
unidas); 
e) Boa-fé – premissa maior do sistema, manifestada pelo princípio do pacta sunt servanda e 
pela transparência nas relações entre as partes; 
f) Igualdade soberana – os estados se encontram no mesmo nível e assumem 
compromissos na ordem internacional mediante consentimento; 
g) Proteção aos direitos humanos – embora regule relações entre estados e/ou 
organizações internacionais, a finalidade derradeira do direito internacional é promover a 
tutela dos direitos fundamentais dos indivíduos. 
1.3 CONCEITO DE DIREITO INTERNACIONAL 
Assim podemos definir o Direito Internacional Público como: o conjunto de princípios e normas, 
sejam positivadas ou costumeiras, que representam direito e deveres aplicáveis no âmbito 
internacional (perante a sociedade internacional). Em outras palavras, Direito internacional 
público consiste no sistema normativo que rege as relações exteriores entre os atores 
internacionais. O arcabouço jurídico que norteia as relações exteriores entre os sujeitos que 
 
11 
 
integram a sociedade é o que se pode denominar de direito internacional público. É o Ramo da 
ciência jurídica que visa regular as relações internacionais com o fim precípuo de viabilizar a 
convivência entre os integrantes da sociedade internacional. 
O direito internacional não é dotado da mesma coerção existente no prisma interno dos Estados, 
mas estes princípios e normas são aceitos quase que universalmente, incidindo sobre: 
1. Estados diferentes; 
 
2. Estados e nacionais de outros Estados; 
 
3. Nacionais de Estados diferentes. 
 
4. Estados e organismos internacionais. 
1.3.1 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
O direito internacional trata destas relações e deste âmbito normativo, que pode ser positivado 
ou consuetudinário (costumes). Denomina-se: 
• Direito internacional público quando tratar das relações jurídicas (direitos e deveres) 
entre Estados ou atores internacionais, ao passo que o; 
• Direito internacional privado trata da aplicação de leis civis, comerciais ou penais de um 
Estado sobre particulares (pessoas físicas ou jurídicas) de outro Estado. 
 
DIREITO INTERNACIONAL 
PÚBLICO 
DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO 
Relação jurídica: Trata das relações 
exteriores entre os Estados e atores 
internacionais, compondo tensões; 
Relação jurídica: Trata das 
relações jurídicas entre os sujeitos 
privados com conexão internacional, 
regulando conflitos de leis no 
espaço. 
Fonte: principal são os tratados e 
cosntumes internacionais 
Fonte: legislação interna dos 
Estados. 
Regras:
 
1. Vinculam as relações 
internacionais ou internas de 
incidência internacional;
 
2. São estabelecidas pelas fontes 
internacionais;
 
3. São normas de aplicação direta, 
vinculando diretamente os sujeitos. 
 
Regras: normas indicativas de qual 
Direito aplicável nas relações entre 
os sujeitos; 
 
 
1.3.2 OBJETO DO DIREITO INTERNACIONAL 
 
 
12 
 
Num primeiro momento, o objeto do Direito Internacional são os Estados, regendo a atividade 
interestatal. Com o fim da 2a Guerra Mundial começam a surgir as Organizações Internacionais 
(ONU, OMC, FMI, etc.), e estas passaram a deter também personalidade Jurídica Internacional, 
atribuindo aos indivíduos capacidades postulatórias. 
Há uma tríplice função do direito internacional público: 
1. Repartição de competência entre os estados soberanos, cada qual com sua delimitação 
territorial, ao qual exerce sua jurisdição. 
 
2. Fixa obrigações aos Estados soberanos, de modo que as suas liberdades de atuação são 
são (de) limitadas; 
 
3. Rege as relações entre as organizações internacionais. 
 
 
RELACIONAMENTO INTERNACIONAL 
TRADICIONAL 
RELACIONAMENTO INTERNACIONAL 
MODERNO 
1. Entre Estados 1. Entre Estados 2. Organizações internacionais 
3. Organizações não-governamentais 
4. Empresas
 
5. Indivíduos 
O Direito Internacional Público (DIP) é composto pelos sujeitos ou atores de direito internacional 
público, que estão sujeitos às regras, princípios e costumes internacionais. Entretanto, não 
apenas de relações entre Estados cuida o DIP. Como ressalta Gustavo Bregalda, o Estados tem 
sua personalidade jurídica internacional reconhecida pelos outros Estados ou pelos organismos 
internacionais. 
Organismos internacionais são pessoas ou coletividades criadas pelos próprios sujeitos de 
direito internacional, reconhecendo-os como pessoas internacionais, com capacidade de ter 
direitos e assumir obrigações na ordem internacional. São exemplos a ONU, OEA. Podem ainda 
ser criados por particulares, como a Cruz Vermelha Internacional, a Ordem de Malta, por exemplo. 
Portanto, atualmente, o objeto moderno do Direito Internacional são os Estados, as Organizações 
Internacionais e os Indivíduos. Alguns doutrinadores salientam que as empresas são atores 
atuantes nas relações internacionais, de modo que devem figurar como integrantesdo 
Relacionamento internacional. Quanto ao indivíduo, este tem responsabilidade ativa e passiva, 
podendo tanto postular quanto ser demandado internacionalmente. 
1.3.3 SOCIEDADE INTERNACIONAL VERSUS COMUNIDADE INTERNACIONAL 
A sociedade internacional é formada pelos Estados, pelos organismos internacionais e pelo 
homem, apresentando as características em relação às sociedades internas: 
Þ Isonomia: deve haver igualdade entre os sujeitos;
 
Þ Descentralização: pois vários são os criadores e destinatários das normas de direito 
internacional. Ainda permanece, mas não como uma verdade absoluta, já que existem hoje 
órgãos completamente centralizados, como por exemplo, a União Européia; 
Þ Universalidade: deve abranger o máximo possível de integrantes; 
Þ Aberta: como corolário lógico da característica anterior, é aberta à novos integrantes. 
Þ Direito originário: visam criar um âmbito normativo novo. 
 
13 
 
Apresentando as seguintes características:
 
1. Multiplicidade de Estados, dotados de soberania; 
2. Relações comerciais internacionais 
3. Princípios jurídicos em comum. 
São expressões que não se confundem, apesar de serem utilizados como sinônimos. 
A sociedade internacional é formada pelos sujeitos de direito internacional: Estados, 
Organizações Internacionais, Empresas e Indivíduos. A comunidade internacional, por seu 
turno, é marcada pela união natural (laço espontâneo), marcados por afinidades de cunho social, 
cultural, familiar, religioso. Ao se falar em comunidade internacional, não há que se pensar em 
dominação de uns perante os outros. 
SOCIEDADE INTERNACIONAL COMUNIDADE INTERNACIONAL 
União de Estados, Organizações 
Internacionais e indivíduos; 
É um vínculo entre pessoas que se unem por 
um laço moral e não-jurídico 
Vínculos intencionais Vínculos espontâneos 
Aproximação pela vontade dos membros Aproximação por laços culturais, religiosos, 
linguísticos... 
Objetivos e interesses comuns Identidade comum, cumplicidade 
Possibilidade de dominação Ausência de dominaçãoo\ 
 
CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE INTERNACIONAL 
1. Universal - abrange o mundo inteiro, ainda que o nível de integração de seus membros às 
suas dinâmicas não seja tão profunda.
 
2. Heterogênea - os atores podem apresentar significativas diferenças entre si.
 
3. Interestatal - para parte da doutrina, é formada apenas por Estados e, nesse sentido, seria 
também paritária (igualdade jurídica entre os Estados). A doutrina moderna rechaça esse 
entendimento. 
4. Desigualdade de fato - grande diferencial de poder entre os Estados. 
5. Descentralizada - não há um poder central internacional ou um governo mundial, mas 
vários centros de poder. Não possui uma organização institucional. As relações entre os 
Estados se dão de maneira horizontal, sem que haja uma norma suprema. 
6. Coordenação de interesses - em vez da subordinação (direito interno). 
1.3.4 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E DIREITO INTERNO 
Uma questão tormentosa é a relação entre conflitos entre as normas de Direito Internacional e de 
Direito interno, “A questão em apreço é polêmica, e seu tratamento reveste-se de grande 
importância, em função do relevo que o Direito Internacional vem adquirindo como marco que visa 
a disciplinar o atual dinamismo das relações internacionais, dentro de parâmetros que permitam 
que estas se desenvolvam num quadro de estabilidade e de obediência a valores aos quais a 
sociedade internacional atribui maior destaque”. 
De partida ressaltamos que a relação entre o Direito Internacional e o Direito interno muito diferem 
quando analisamos as esferas de poder, a estrutura organizacional e algumas características das 
normas jurídicas emanadas de cada um. Contudo, pode-se dizer que: 
 
14 
 
• Direito Internacional o poder é descentralizado e a vontade estatal não é coercitiva, 
possui estrutura horizontal onde predomina a vontade dos Estados e dos possuem o 
mesmo patamar hierárquico 
• Direito Interno, o poder é indivisível e todas as normas são provenientes de um único 
ente. Ocorre de maneira vertical no direito interno, haja vista a organização do Estado ser 
hierarquizada, sendo perceptível uma imposição funcional do ente. 
 
 DIREITO INTERNACIONAL DIREITO INTERNO 
Poder Descentralizado Indivisível (centralizado) 
Vontade Estatal não é coercitiva Estatal coercitiva 
Estrutura Estrutura horizontal onde predomina a vontade do estado 
Estrutura vertical 
hierarquizada, imposição 
funcional do Estado 
Sujeitos Estados e organismos internacionais Estado e povo 
Normas Coordenadas, de adesão voluntária e consensual. Impositivas e subordinantes 
Elaboração Pelos próprios destinatários Pelo Estado 
 
Ademais, acerca das matérias híbridas que estão vinculadas tanto à competência internacional 
como à nacional, no campo da doutrina nacional para tanto, há duas teorias explicativas do 
impasse entre conflito entre direito internacional público e direito interno, quais sejam, as teorias 
monista e dualista. 
1.3.4.1 TEORIA	DUALISTA	OU	DUALISMO:		
A denominação de dualista foi dada por Alfred Verdross, em 1914, e aceita por Triepel, em 1923. 
Salienta que direito internacional e direito interno são realidades distintas, ou seja, tem âmbito 
de incidência completamente diferentes. Triepel defendia que o direito interno e o direito 
internacional são duas ordens jurídicas separadas, autônomas e independentes. Em 
decorrência dessa completa independência, não existe possibilidade de um conflito entre elas. 
Assim, para que uma norma internacional seja aplicada na ordem interna de um Estado, este 
deve primeiramente transformá-la em norma de direito interno, incorporando-a ao seu 
ordenamento jurídico. Essa concepção traduz a chamada “Teoria da Incorporação”. 
O ente estatal nega, portanto, aplicação imediata ao direito internacional, mas permite que suas 
normas se tornem vinculantes internamente a partir do momento que se integrem ao direito 
nacional por meio de diploma legal distinto, que adote o mesmo conteúdo do tratado, apreciado 
por meio do processo legislativo estatal cabível. Cabe destacar que, com esse processo de 
incorporação, os conflitos que porventura ocorram envolverão não o Direito Internacional e o 
Direito Interno, mas apenas normas nacionais. 
Devido a Teoria da incorporação, surgiram duas subdivisões ao dualismo, quais sejam: 
dualismo moderado e dualismo radical. 
 
15 
 
 
Dualismo Radical 
De acordo com o dualismo radical, para que uma norma internacional tenha aplicabilidade e 
eficácia no âmbito interno, é necessário que seja transformada por uma lei interna, que a incorpore 
ao ordenamento jurídico nacional do Estado. 
Dualismo moderado (Brasil) 
Já o dualismo moderado defende que não é necessário que conteúdo das normas internacionais 
seja inserido em um projeto de lei interna, bastaria um ato formal de internalização, no caso 
do Brasil, um decreto de promulgação do presidente da republica, que inclui o ato internacional 
na ordem jurídica nacional. 
A respeito, o Ilustríssimo Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que: 
É na Constituição da República - e não na controvérsia doutrinária que antagoniza 
monistas e dualistas - que se deve buscar a solução normativa para a questão da 
incorporação dos atos internacionais ao sistema de direito positivo interno 
brasileiro. O exame da vigente Constituição Federal permite constatar que a 
execução dos tratados internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica 
interna decorrem, no sistema adotado pelo Brasil, de um ato subjetivamente 
complexo, resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do 
Congresso Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto legislativo, 
sobre tratados, acordos ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a do Presidente 
da República, que, além de poder celebrar essesatos de direito internacional 
(CF, art. 84, VIII), também dispõe - enquanto Chefe de Estado que é - da 
competência para promulgá-los mediante decreto. (480 DF, Relator: CELSO DE 
MELLO, Data de Julgamento: 03/09/1997, Tribunal Pleno, Data de Publicação: 
DJ 18-05-2001 PP-00429 EMENT VOL-02031-02 PP-00213) 
Desta forma, pode-se afirmar que no Brasil há uma tendência para a aplicação do dualismo 
moderado, uma vez que não há a necessidade de dupla manifestação do Congresso Nacional 
como condição de validade dos tratados internacionais no ordenamento jurídico brasileiro. 
A Suprema Corte brasileira tem exigido, após a aprovação do tratado no Congresso Nacional e a 
troca dos respectivos instrumentos de ratificação, que seja o tratado internacional promulgado 
internamente, por meio de um decreto executivo, não necessitando, portanto, de 
transformação em lei interna. 
1.3.4.2 TEORIA	MONISTA		
A teoria monista admite a existência de apenas uma ordem jurídica coordenada no contexto de 
uma unidade normativa, logo, o Direito Internacional aplica-se diretamente na ordem 
jurídica dos Estados, independentemente de qualquer transformação. 
De acordo com essa teoria, as normas internacionais podem ter eficácia condicionada a harmonia 
de seu teor com o direito interno. Da mesma forma, a aplicação das normas nacionais não podem 
contrariar os preceitos do Direito Internacional aos quais o Estado encontra-se vinculado. 
Teoria	da	incorporação
Dualismo	Radicial	
Dualismo	Moderado
 
16 
 
A doutrina monista não parte do principio da vontade dos estados, mas sim da norma 
superior, pois o direito é um só, quer se apresente nas relações de um estado, quer nas relações 
internacionais. 
No caso de conflito entre normas de direito interno e internacional, duas subespécies dentro do 
monismo foram desenvolvidas, para decidir qual norma será aplicada, quais sejam: monismo 
nacionalista e monismo internacionalista. 
 
Monismo nacionalista 
Provém da doutrina constitucionalista nacionalista baseada em Hegel, defensor da soberania 
absoluta do Estado, que é irrestrita e absoluta. De acordo com essa teoria, havendo um conflito, 
deverá prevalecer a ordem jurídica nacional de cada Estado. 
Monismo Internacionalista (Direito Internacional) 
Teve como maior precursor Hans Kelsen, formulando a conhecida imagem da pirâmide das 
normas, sendo que no vértice deveria encontrar-se a norma fundamental, que vem a ser o 
direito internacional. 
Para o monismo internacional, o direito interno e o direito internacional, embora tratem de 
assuntos diferentes, fazem parte de um todo harmônico e, portanto, devem conviver desta 
maneira, porém, em caso de conflitos de normas internacionais e as do ordenamento jurídico 
interno de cada Estado, aquelas se sobrepõem a estas, surgindo então a superioridade 
hierárquica do direito internacional em face do direito interno. 
Como bem acentua Celso D. de Albuquerque Mello: 
O monismo com primazia do Direito Internacional foi desenvolvido principalmente 
pela escola de Viena (Kelsen, Verdross, Kunz, etc.). Kelsen, ao formular a teoria 
pura do direito, enunciou a célebre pirâmide de normas. Uma norma tem a sua 
origem e tira a sua obrigatoriedade da norma que lhe é imediatamente superior. 
No vértice da pirâmide estava a norma fundamental, a norma base 
(``Grundnorm``), que era uma hipótese, e cada jurista podia escolher qual seria 
ela. Diante disso, a concepção Kelseniana foi denominada na sua primeira fase 
de teoria da livre escolha; posteriormente, por influencia de verdros, Kelsen sai 
do seu ``indiferentismo`` e passa a considerar a ``Grundnorm`` como sendo uma 
norma de DI: a norma costumeira ``pacta sunt servanda``. Em 1927, duguit e 
Politis defendem o primado do DI e como eles toda a escola realista francesa, 
que apresenta em favor argumentos sociológicos. (MELLO, 2004, p. 124) 
A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969 consagrou a teoria do monismo 
internacionalista em seu artigo 27, que dispõe: 
“Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar 
o inadimplemento de um tratado.” 
Dessa forma, pode-se concluir que monismo internacionalista é a teoria adotada pelo direito 
internacional. 
Observação: O Direito Internacional dos Direitos Humanos vai conceber o princípio da 
primazia da norma mais favorável à vítima, pelo qual, estando diante de um conflito entre 
Teoria	da	Monitas
Monismo	Nacionalista
Monismo Internacionalista
 
17 
 
normas internacionais e internas, deve prevalecer aquela que melhor promova a dignidade 
da pessoa humana. 
	
O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
O termo “Direito Internacional” foi empregado pela primeira vez em 1780, pelo inglês Jeremy 
Bentham. “Público” foi incluído posteriormente por influência francesa, para diferenciar do privado. 
Ainda há autores que se referem a “Direitos das Gentes” (jus gentium). 
Foi criada a expressão “direito transnacional” para superar a dicotomia entre os termos direito 
internacional público e privado. 
	
Definição de Portela: DIP é o ramo do direito que visa a regular as relações internacionais e a 
tutelar temas de interesse internacional, norteando a convivência entre os membros da sociedade 
Teoria
Dualista
Radical
A	norma	internacional	deve	ser	
internalizada	por	uma	lei	interna	para	se	
incorporar	ao	OJ	interno
Moderado
A	norma	internacional seria	internalizada	
por	um	ato	formal,	não	necessariamente	
uma	lei	(Brasil)
Monista
Nacionalista
Hegel	- Havendo conflito	entre	a	lei	
Internacionao	e	interna	esta	deverá	
prevalecer
Internacionalista
Hans	Kelsen	- As	normas	de	direito	
internacional	encontram-se	no	vértice	da	
pirâmide	normativa,	sendo	superiores	ao	
direito	interno
Conceito	de	DIP
Clássico
Sistema	 jurídico	autônomo,	onde	 se	ordenam	as	
relações	 entre	 os	 ESTADOS	 soberanos	 (Rezek).	
Essa	 concepção	 remonta	 à	 Paz	 de	 Vesvália,	 que	
consolidou	o	sistema	moderno	dos	Estados.	Defini
ção	 estreita:	 não	 contempla	 a	 pessoa	 humana	
(desznatário),	 nem	 outros	 sujeitos	 de	 direito	
internacional.	
Moderno
Conjunto	 de	 normas	 que	 regula	 as	 relações	
externas	 dos	 atores	 que	 compõem	 a	 sociedade	
internacional:	 Estados,	 Organismos	
Internacionais,	etc...
 
18 
 
internacional, que não incluem só os Estados e as organizações internacionais, mas também 
outras pessoas e entes como os indivíduos, as empresas e as ONGs, dentre outros. 
O DIP é fator de organização da sociedade que tem como missões: 
a) Redução da anarquia nas relações internacionais e delimitação das competências de seus 
membros;
	
b) Regulação da cooperação internacional;
	
c) Tutela adicional a bens jurídicos aos quais a sociedade internacional decidiu atribuir 
importância; 
d) Satisfação de interesses comuns entre os Estados. 
Duas correntes divergem sobre o fundamento do DIP: 
	
 
Co
rr
en
te
Vo
lu
nt
ar
ist
a
As	normas	de	DIP	são	obrigatórias	
porque	 os	 Estados	 	 e	 OIs	
expressam	 livremente	 sua	
vontade	 livre	 em	 fazê-lo,	 de	
forma	 expressa	 ou	 tácita	
(costume).
VERTENTES:
Autolimitação da vontade (Jelinek)
Vontade coletiva (Triepel)
Consentimento das nações (Oppenheim)
Delegação do Direito Interno (Max
Wenzel)
É criticada por condicionar toda a
regulamentação internacional à
mera vontade dos Estados.
Co
rr
en
te
	O
bj
et
iv
ist
a
As normas de DIP são
obrigatórias porqeu serguem da
dinâmica da sociedade
internanciona, sendo irrelevante
a vontade dos sujeitos de DIP,
tendo sobre eles uma PRIMAZIA
NATUAL.
VERTENTES:
Jusnaturalismo
Teorias sociológicas
do direito
Teoria da norma-
base de Kelsen
Direitos
fundamentais dos
Estados
É criticada por minimizar o papel da vontade dos sujeitos
de DIP na criação de norma internancionais e, assim,
facilitaro surgimento de normas que podem não
corresponder aos anseios legítimos do povo.
 
19 
 
ORDENAMENTO JURÍDICO INTERNACIONAL 
a) Dicotomia entre a relativização da soberania nacional e manutenção de sua importância.
 
b) O DIP é um direito de “coordenação”, em oposição ao direito interno, que é de 
“subordinação”.
 
c) O DIP distingue-se pela ampla descentralização da produção normativa (ocorre em 
vários âmbitos). 
d) O DIP não é um mero conjunto de intenções de caráter político. É composto de normas 
jurídicas, obrigatórias para seus destinatários.
 
e) A fragmentação também é característica do DIP (heterogeneidade de suas normas).
 
f) A diversidade de temas regulados pelo DIP leva à criação ramos específicos (DIDH, Direito 
Internacional do Trabalho, Direito Internacional do Meio Ambiente etc).
 
g) A cooperação internacional entre Estados é uma das mais evidentes vertentes do DIP 
na atualidade. Na concepção tradicional, os Estados soberanos teriam poderes para tratar 
de todos os problemas que ocorram em seu território de forma independente de outros 
entes. Não é verdade. Ex.: a poluição emitida em um país pode gerar efeitos nocivos em 
todo o mundo; um conflito armado interno pode gerar fluxos de refugiados. A cooperação 
internacional não é um meio apenas para combater problemas, mas também constitui 
instrumento adicional, pelo qual os Estados podem promover seu desenvolvimento 
econômico e social (ex.: mecanismos de integração social). 
h) Os entes que exercem a jurisdição internacional normalmente são criados por tratados, 
que definem as respectivas competências e modo de funcionamento. Podem ser judiciais, 
arbitrais ou administrativos. 
i) O DIP tem como um de seus pilares a IGUALDADE FORMAL ENTRE OS ESTADOS, 
independentemente de qualquer aspecto fático ou econômico. 
j) Regra geral: Os Estados não são automaticamente jurisdicionáveis perante as cortes 
internacionais, ainda que sejam parte do tratado de criação dessa jurisdição internacional. 
É o caso do CIJ, que só pode apreciar um processo envolvendo um Estado se este aceitar 
seus poderes para julgá-lo em um caso específico. 
k) SOMENTE A AQUIESCÊNCIA DE UM ESTADO SOBERANO CONVALIDA A 
AUTORIDADE DE UM FORO JUDICIÁRIO OU ARBITRAL, JÁ QUE O MESMO NÃO É 
ORIGINALMENTE JURISDICIONÁVEL PERANTE NENHUMA CORTE QUANTO A SEUS 
ATOS DE IMPÉRIO.
 
l) A maioria dos órgãos internacionais ainda não permite que sujeitos que não sejam Estados 
ou Organismo Internacionais participem de seus procedimentos. Exceções: A Corte 
Europeia de Direitos Humanos permite que um indivíduo processo um Estado Europeu; O 
TPI julga pessoas naturais acusadas de crimes contra a humanidade
 
m) As dificuldades para impor sanções do DIP podem estar relacionadas à ausência de órgãos 
internacionais centrais encarregados da tarefa, assim como ao fato de que a aplicação 
dessas sanções normalmente depende de articulação dos Estados, o que pode não ocorrer 
em determinado contexto. Em todo caso, o DIP dispõe de instrumentos de sanções. Ex.: 
envio de tropas da ONU para regiões em que esteja sendo violada a proibição do uso da 
força armada, reparações financeiras, retaliações comerciais. 
n) Direito Internacional Público: Regulação da sociedade internacional. Disciplina direta 
das relações internacionais ou das relações internas de interesses internacionais. Normas 
 
20 
 
de aplicação direta. Regras estabelecidas em normas internacionais. Regras de Direito 
Internacional Público. 
o) Direito Internacional Privado: Regulação de conflitos de leis no espaço. Indicação da 
norma nacional aplicável a um conflito de leis no espaço. Normas meramente indicativas 
do direito aplicável. Regras estabelecidas em normas internacionais ou internas. Regras 
de direito internacional público interno. 
DUALISMO	 MONISMO	
HÁ	 DUAS	 ORDENS	 JURÍDICAS	 DISTINTAS	 E	
INCONFUNDÍVEIS	 (DIREITO	 INTERNACIONAL	 E	
DIREITO	 INTERNO).	 ASSIM,	 PARA	 A	 APLICAÇÃO	
INTERNA	DE	UMA	NORMA	INTERNACIONAL,	DEVE	
HAVER	 SUA	 INCORPORAÇÃO	 AO	 ORDENAMENTO	
INTERNO.	
		
UMA	ÚNICA	ORDEM	JURÍDICA:	o	direito	interno	e	
o	direito	internacional,	embora	tratem	de	assuntos	
diferentes,	fazem	parte	de	um	todo	harmônico	e,	
portanto,	 devem	 conviver	 desta	maneira,	 porém,	
em	caso	de	conflitos	de	normas	internacionais	e	as	
do	ordenamento	 jurídico	 interno	de	cada	Estado,	
aquelas	 se	 sobrepõem	 a	 estas,	 surgindo	 então	 a	
superioridade	hierárquica	do	direito	internacional	
em	face	do	direito	interno.	Em	caso	de	CONFLITO	
entre	 as	 normas,	 há	 2	 correntes:	 Monismo	
Nacionalista	e	Internacionalista	
Os	 tratados	 são	apenas	 compromissos	 assumidos	
na	esfera	externa,	sem	capacidade	de	gerar	efeitos	
no	interior	dos	Estados	
Se	houver	a	incorporação	dos	tratados	
internacionais,	os	eventuais	conflitos	envolverão	
apenas	normas	internas,	pois	já	integradas	ao	
ordenamento	jurídico.	
Monismo	internacionalista:	primazia	do	DIP.	
Monismo	internacionalista	Radical:	para	Kelsen,	o	
OJ	 é	 uno,	 e	 o	 DIP	 é	 a	 ordem	 hierarquicamente	
superior,	da	qual	deriva	direito	 interno	e	a	este	é	
subordinado.
	
Monismo	internacionalista	Moderado:	tanto	o	DIP	
como	o	nacional	podem	ser	aplicados,	entretanto,	
o	 eventual	 descumprimento	 da	 norma	
internacional	 poderia	 ensejar	 a	 responsabilidade	
internacional	do	Estado.		
Dualismo	 Radical:	 De	 acordo	 com	 o	 dualismo	
radical,	 para	que	uma	norma	 internacional	 tenha	
aplicabilidade	 e	 eficácia	 no	 âmbito	 interno,	 é	
necessário	 que	 seja	 transformada	 por	 uma	 lei	
interna,	que	a	incorpore	ao	ordenamento	jurídico	
nacional	do	Estado.	
Monismo	nacionalista:	primazia	do	direito	interno	
(soberania	 estatal	 absoluta).	 Os	 Estados	 só	 se	
vinculariam	às	normas	com	as	quais	consentirem.		
O	 STF	 ADOTA	 O	 MONISMO	 NACIONALISTA:	
PREVALECEM		AS	REGRAS	INTERNA		
Dualismo	 Moderado:	 defende	 que	 não	 é	
necessário	 que	 conteúdo	 das	 normas	
internacionais	 seja	 inserido	em	um	projeto	de	 lei	
interna,	bastaria	um	ato	formal	de	internalização,	
no	caso	do	Brasil,	um	decreto	de	promulgação	do	
presidente	 da	 republica,	 que	 inclui	 o	 ato	
internacional	 na	 ordem	 jurídica	 nacional.	
(entendimento	do	STF	sobre	o	Brasil)	
 
 
21 
 
INCORPORAÇÃO DE TRATADOS E O ENTENDIMENTO BRASILEIRO SOBRE O DIREITO 
INTERNACIONAL 
Na esteira da jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal Federal, várias posições foram 
questionadas pela doutrina. Assim, questão importante a ser discutida é a relativa ao 
posicionamento do Brasil quanto à dicotomia dualismo x monismo. 
Apesar da doutrina majoritária no país adotar a teoria monista[1], o STF se pronunciou no 
acórdão tratado acima e na ADIn n. 1.480-DF[2], no sentido de que o Brasil adota na verdade 
a teoria dualista moderada. 
A doutrina considera a posição do Brasil como monista por admitir o conflito entre norma de 
direito interno e norma de direito internacional, colocando-as em um mesmo plano. Seria, 
porém, de forma moderada porque há a equiparação do tratado internacional à lei ordinária 
pela jurisprudência do STF. 
Já o STF manifestou estranho entendimento, de que o Brasil adota um posicionamento 
dualista moderado. 
Neste sentido, veja-se o seguinte julgado: 
“Mercosul - Carta rogatória passiva - Denegação de exequatur - Protocolo de medidas 
cautelares (Ouro Preto/MG) - Inaplicabilidade, por razões de ordem circunstancial - Ato 
internacional cujo ciclo de incorporação, ao direito interno do brasil, ainda não se achava 
concluído à data da decisão denegatória do exequatur, proferida pelo presidente do supremo 
tribunal federal - relações entre o direito internacional, o direito comunitário e o direito nacional 
do brasil - Princípios do efeito direto e da aplicabilidade imediata - Ausência de sua previsão 
no sistema constitucional brasileiro - Inexistência de cláusula geral de recepção

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