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1 Sumário 1 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO. CONCEITO. FONTES. PRINCÍPIOS. ...................................... 7 1.1 ORIGEM HISTÓRICA ............................................................................................................................................. 7 1.1.1 Marcos históricos: ....................................................................................................................................... 8 1.2 CARACTERÍSTICAS DO DIREITO INTERNACIONAL ....................................................................................................... 10 1.3 CONCEITO DE DIREITO INTERNACIONAL ....................................................................................................... 10 1.3.1 Direito internacional público e direito internacional privado ........................................................ 11 1.3.2 Objeto do Direito Internacional ........................................................................................................ 11 1.3.3 Sociedade Internacional versus Comunidade Internacional ....................................................... 12 1.3.4 Direito Internacional Público e Direito Interno ............................................................................... 13 1.4 TENDÊNCIAS DO DIREITO INTERNACIONAL .............................................................................................................. 22 1.5 FUNDAMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO ............................................................................................. 23 1.5.1 Doutrina voluntarista. ............................................................................................................................... 27 1.5.2 Doutrina objetivista. ................................................................................................................................. 28 1.5.3 Fundamento do Direito Internacional na regra pacta sunt servanda. ...................................................... 28 2 PARADÍGMAS DO DESENVOLVIMENTO DO DIREITO INTERNACIONAL ........................................................... 30 2.1 INTRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO .................................................. 30 2.1.1 Ordem jurídica numa sociedade internacional ......................................................................................... 30 2.1.2 Evolução histórica do Direito Internacional .............................................................................................. 31 2.1.3 Fontes e principiologia do Direito Internacional ....................................................................................... 31 2.2 NORMAS INTERNACIONAIS .................................................................................................................................. 32 2.2.1 Tratado internacional: criação, classificação, consentimento, vigor e extinção. ..................................... 32 2.2.2 O costume como criador de normas internacionais ................................................................................. 36 2.2.3 Princípios gerais do direito ....................................................................................................................... 36 2.2.4 Atos unilaterais: prova e criação de direitos ............................................................................................. 36 3 FONTES ...................................................................................................................................................... 36 3.1 FONTES MATERIAIS E FORMAIS DO DIP: ................................................................................................................ 38 3.2 FONTES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS DO DIP: .......................................................................................................... 41 3.2.1 Fontes Primárias: (Art. 38 do Estatuto da CIJ): ............................................................................ 41 3.2.2 Princípios gerais do Direito .............................................................................................................. 44 3.2.3 FONTES SECUNDÁRIAS DO DIP ou meios auxiliáres .............................................................. 45 3.2.4 Meios auxiliares ................................................................................................................................. 46 3.2.5 Novas fontes ...................................................................................................................................... 46 4 PRINCÍPIOS DO DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO ....................................................................... 52 4.1 IGUALDADE SOBERANA DOS ESTADOS: .................................................................................................................. 53 4.2 NÃO INGERÊNCIA NOS ASSUNTOS INTERNOS E EXTERNOS DOS ESTADOS: ..................................................................... 53 4.3 A PROIBIÇÃO DA AMEAÇA E DO USO DA FORÇA: ...................................................................................................... 54 4.4 A SOLUÇÃO PACÍFICA DAS CONTROVÉRSIAS: ........................................................................................................... 54 4.5 O RESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS: ................................................................................................................... 54 4.6 A AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS: .................................................................................................................... 54 4.7 PRINCÍPIO UTTI POSSIDETIS ................................................................................................................................. 55 5 TRATADOS INTERNACIONAIS ............................................................................................................... 56 5.1 CONCEITO ..................................................................................................................................................... 56 5.2 TRATADO ......................................................................................................................................................... 56 5.2.1 Elementos que configuram um tratado ........................................................................................ 57 5.2.2 Classificações dos tratados ............................................................................................................. 59 5.2.3 Fases de celebração dos tratados .................................................................................................. 61 5.2.4 Validade e vigência ........................................................................................................................... 63 5.2.5 Treaty-making power no Brasil ........................................................................................................ 66 5.2.6 Procedimento de conclusão de tratados internacionais no brasil .............................................. 68 5.2.7 Procedimento parlamentar: etapas internas no congresso nacional ......................................... 71 2 5.2.8 Procedimento brasileiro para a entrada em vigor dos tratados .................................................. 73 5.2.9 Efeitos ................................................................................................................................................. 78 5.2.10 Ratificação .......................................................................................................................................... 79 5.2.11 Promulgação ......................................................................................................................................82 5.2.12 Registro e Publicidade ...................................................................................................................... 82 5.2.13 Vigência contemporânea e diferida (vigência interna) ................................................................. 82 5.2.14 Incorporação ao Direito interno ....................................................................................................... 83 5.2.15 Violação .............................................................................................................................................. 83 5.2.16 Conflito entre tratado e direito interno ............................................................................................ 84 5.2.17 Interpretação de Tratados ................................................................................................................ 88 5.2.18 Extinção .............................................................................................................................................. 89 6 PERSONALIDADE INTERNACIONAL. .................................................................................................... 93 6.1 PERSONALIDADE INTERNACIONAL - ASPECTOS GERAIS ............................................................................................. 93 6.2 ESTADO ........................................................................................................................................................... 96 6.2.1 Conceito .............................................................................................................................................. 96 6.2.2 Elementos Constitutivos: Território, Povo e Governo Soberano ................................................ 96 6.2.3 Surgimento dos Estados .................................................................................................................. 97 6.2.4 Classificação dos Estados ............................................................................................................... 97 6.2.5 Reconhecimento de Estado e de Governo .................................................................................... 98 6.2.6 Direitos e Deveres dos Estados ...................................................................................................... 99 6.2.7 Extinção e Sucessão de Estados .................................................................................................. 102 6.2.8 Território ............................................................................................................................................ 103 6.2.9 Aquisição e perda ............................................................................................................................ 104 6.2.10 Fronteiras .......................................................................................................................................... 104 6.3 A IMUNIDADE À JURISDIÇÃO ESTATAL ................................................................................................................. 104 6.3.1 Conceito e natureza ........................................................................................................................ 104 6.3.2 Imunidade pessoal x real ................................................................................................................ 105 6.3.3 Imunidade cognitiva x executória .................................................................................................. 105 6.3.4 Imunidade absoluta x relativa ........................................................................................................ 105 6.3.5 Imunidade de organizações internacionais ................................................................................. 107 6.4 OS ÓRGÃOS DO ESTADO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS ....................................................................................... 108 6.4.1 Análise dos órgãos do Estado ....................................................................................................... 108 7 PONTO 5 - PERSONALIDADE INTERNACIONAL. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS. CONCEITO. NATUREZA JURÍDICA. ELEMENTOS CARACTERIZADORES. ESPÉCIES. ...................... 114 7.1 ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS ....................................................................................................................... 114 7.1.1 Conceito ............................................................................................................................................ 114 7.1.2 Personalidade Jurídica ................................................................................................................... 115 7.1.3 Órgãos indispensáveis em uma OI ............................................................................................... 115 7.1.4 Características ................................................................................................................................. 116 7.1.5 Classificação das organizações internacionais ........................................................................... 116 7.1.6 Responsabilização internacional das OIs .................................................................................... 117 8 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS .............................................................................................. 118 8.1.1 Organismos do Sistema das Nações Unidas .............................................................................. 121 9 OEA ........................................................................................................................................................... 123 10 NACIONALIDADE ................................................................................................................................ 125 10.1 NACIONALIDADE ............................................................................................................................................. 125 10.1.1 Natureza Jurídica ............................................................................................................................. 125 10.1.2 População ......................................................................................................................................... 125 10.1.3 Nacionalidade adquirida ................................................................................................................. 126 10.1.4 Espécies de Nacionalidade ............................................................................................................ 126 10.1.5 Brasileiros Natos .............................................................................................................................. 127 10.1.6 Nacionalidade potestativa (CF, art. 12, I, c) ................................................................................ 128 10.1.7 Brasileiros Naturalizados ................................................................................................................ 129 3 10.1.8 Tratamento Diferenciado entre Brasileiro Nato e Naturalizado ................................................ 133 10.1.9 Perda da Nacionalidade ................................................................................................................. 134 10.2 RELAÇÃO DOS ESTADOS COM SEUS NACIONAIS ...................................................................................................... 136 10.2.1 Da Proteção Diplomática ................................................................................................................ 136 10.3 APÁTRIDAS ..................................................................................................................................................... 137 11PERSONALIDADE INTERNACIONAL. ESTRANGEIROS. .............................................................. 138 11.1 ESTRANGEIROS ................................................................................................................................................ 138 11.1.1 Situação jurídica .............................................................................................................................. 138 11.1.2 Regime jurídico ................................................................................................................................ 138 11.1.3 Os Direitos do Estrangeiro no Brasil ............................................................................................. 139 11.1.4 Admissão .......................................................................................................................................... 141 11.2 VISTOS .......................................................................................................................................................... 142 11.2.1 Espécies de visto ............................................................................................................................. 142 11.2.2 Não concessão de vistos ................................................................................................................ 143 11.2.3 Direitos e deveres em geral ........................................................................................................... 143 11.2.4 Condição especial dos portugueses ............................................................................................. 144 11.3 SAÍDA COMPULSÓRIA DO ESTRANGEIRO ............................................................................................................... 144 11.3.1 Quadro comparativo ........................................................................................................................ 144 11.3.2 Expulsão ........................................................................................................................................... 145 11.3.3 Deportação ....................................................................................................................................... 147 11.3.4 Extradição ......................................................................................................................................... 148 11.4 ASILO POLÍTICO ............................................................................................................................................... 152 11.4.1 Conceito, natureza e disciplina ...................................................................................................... 152 11.4.2 Diferenças entre asilo político e refúgio ....................................................................................... 153 12 PERSONALIDADE INTERNACIONAL. PESSOA JURÍDICA .......................................................... 157 12.1 PESSOAS JURÍDICAS ESTRANGEIRAS ..................................................................................................................... 157 12.1.1 Natureza das pessoas jurídicas de direito privado ..................................................................... 158 12.1.2 Nacionalidade e domicílio da pessoa jurídica. Teorias e legislação. ....................................... 158 12.1.3 Empresas binacionais ..................................................................................................................... 160 13 PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS. ......................................................... 161 13.1 PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS ........................................................................................... 161 13.2 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (1948) ................................................................................... 163 13.3 IMPACTO DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL NO DIREITO INTERNO E INTERNACIONAL ......................................................... 164 13.4 RELATIVISMO E UNIVERSALISMO CULTURAL ......................................................................................................... 164 13.5 OS NOVOS PRINCÍPIOS DE DIREITOS HUMANOS .................................................................................................... 165 13.5.1 Mecanismos de implementação .................................................................................................... 165 13.5.2 Paralelo do Sistema Global e do Sistema Regional Interamericano ....................................... 165 13.5.3 Sistema global .................................................................................................................................. 165 13.5.4 Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP) ....................................................... 166 13.5.5 Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) ....................... 166 13.5.6 Sistema americano .......................................................................................................................... 167 13.5.7 A CR de 1988 e os direitos humanos ........................................................................................... 168 13.5.8 Responsabilização no plano internacional .................................................................................. 169 13.5.9 A Lei da Anistia e a Teoria do Duplo Controle (Caso da Guerrilha do Araguaia / Caso Gomes Lund e outros contra o Brasil) ........................................................................................................... 169 14 CONFLITOS INTERNACIONAIS. ....................................................................................................... 172 14.1 CONFLITOS INTERNACIONAIS ............................................................................................................................. 172 15 MEIOS DE SOLUÇÃO ......................................................................................................................... 172 15.1 MEIOS DIPLOMÁTICOS ..................................................................................................................................... 173 15.2 MEIOS JURÍDICOS ............................................................................................................................................ 174 15.2.1 A ARBITRAGEM .............................................................................................................................. 174 15.2.2 A SOLUÇÃO JUDICIÁRIA ............................................................................................................. 175 15.3 MEIOS POLÍTICOS ............................................................................................................................................ 178 4 15.3.1 ÓRGÃOS POLÍTICOS DA ONU ................................................................................................... 179 15.3.2 ESQUEMAS REGIONAIS E ESPECIALIZADOS ....................................................................... 179 15.4 OS MEIOS COERCITIVOS ................................................................................................................................... 180 16 CORTES INTERNACIONAIS .............................................................................................................. 181 16.1 TRIBUNAL INTERNACIONAL DE JUSTIÇA OU CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA .......................................................... 181 16.1.1 CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA .................................................................................... 181 16.1.2 OUTRAS CORTES: ........................................................................................................................182 17 TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL .............................................................................................. 182 17.1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL .................................................... 182 17.2 A COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL ............................................................................ 183 17.3 DELITOS INTERNACIONAIS .......................................................................................................................... 183 17.3.1 Crimes de genocídio ....................................................................................................................... 183 17.3.2 Crimes contra a Humanidade ........................................................................................................ 184 17.3.3 Crimes de guerra ............................................................................................................................. 187 17.3.4 Crimes de agressão ........................................................................................................................ 188 17.4 O GARANTISMO NO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL ............................................................................. 189 17.5 COMPOSIÇÃO E MANDATO DOS JUÍZES ...................................................................................................... 189 17.6 AS PENAS APLICÁVEIS .................................................................................................................................. 190 17.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................... 190 18 CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS .................................................................. 191 18.2 GUERRA ......................................................................................................................................................... 193 18.2.1 Regras Costumeiras ....................................................................................................................... 194 18.2.2 Convenções da Haia de 1907 ....................................................................................................... 194 18.2.3 Evolução Normativa ........................................................................................................................ 195 19 DIREITO COMUNITÁRIO. ................................................................................................................... 197 19.1 DIREITO DA INTEGRAÇÃO .................................................................................................................................. 197 19.2 FORMAS DE INTEGRAÇÃO .................................................................................................................................. 197 19.3 DIREITO COMUNITÁRIO .................................................................................................................................... 198 19.4 MERCOSUL .................................................................................................................................................. 199 19.4.1 Desenvolvimento do MERCOSUL ................................................................................................ 199 19.4.2 Características do MERCOSUL .................................................................................................... 200 19.4.3 Estrutura orgânica do MERCOSUL .............................................................................................. 200 19.4.4 Fontes jurídicas do Mercosul ......................................................................................................... 201 19.4.5 Autoridade Central ........................................................................................................................... 204 20 DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL. ............................................................................................ 206 20.1 DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL .................................................................................................................... 206 20.2 MAR ............................................................................................................................................................. 206 20.3 ÁGUAS INTERIORES .......................................................................................................................................... 207 20.4 MAR TERRITORIAL ........................................................................................................................................... 207 20.5 ZONA CONTÍGUA E A ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA .............................................................................................. 208 20.6 PLATAFORMA CONTINENTAL ............................................................................................................................. 209 20.7 ALTO-MAR ..................................................................................................................................................... 210 21 DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL. ESPAÇO AÉREO. ............................................................ 214 21.1 DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL .................................................................................................................... 214 21.2 ESPAÇO AÉREO ............................................................................................................................................... 214 21.3 PRINCÍPIOS ELEMENTARES ................................................................................................................................. 214 21.4 NORMAS CONVENCIONAIS ................................................................................................................................ 215 21.5 NACIONALIDADE DAS AERONAVES ...................................................................................................................... 216 21.6 ESPAÇO EXTRA-ATMOSFÉRICO ........................................................................................................................... 217 22 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO BRASILEIRO. ..................................................................... 219 22.1 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO BRASILEIRO. .................................................................................................... 219 22.2 FONTES .......................................................................................................................................................... 220 5 22.3 CONFLITO DE LEIS NO ESPAÇO. NORMAS INDIRETAS. QUALIFICAÇÃO PRÉVIA. ELEMENTO DE CONEXÃO. REENVIO. ............ 221 22.3.1 Natureza das normas de DIPr. ...................................................................................................... 223 22.3.2 Qualificação prévia .......................................................................................................................... 224 22.3.3 Reenvio ............................................................................................................................................. 225 22.3.4 Elemento de conexão. .................................................................................................................... 226 22.3.5 Objetos de conexão em espécie ................................................................................................... 228 22.4 PROVA. DIREITO ESTRANGEIRO. INTERPRETAÇÃO. APLICAÇÃO. EXCEÇÕES À APLICAÇÃO. .............................................. 244 22.4.1 Interpretação ....................................................................................................................................246 22.5 LIMITES DE APLICAÇÃO DO DIREITO ESTRANGEIRO (EXCEÇÕES À APLICAÇÃO) ............................................................... 246 23 RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL ......................................................................................... 249 23.1 RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL ................................................................................................................... 249 23.2 FATO ILÍCITO ................................................................................................................................................... 254 23.3 IMPUTABILIDADE ............................................................................................................................................. 256 23.3.1 Hipóteses de exclusão da responsabilidade ............................................................................... 256 23.4 DANO ............................................................................................................................................................ 257 23.5 FORMAS E EXTENSÃO DA REPARAÇÃO .................................................................................................................. 258 24 PROCESSO INTERNACIONAL. ......................................................................................................... 260 24.1 COMPETÊNCIA JURISDICIONAL NAS RELAÇÕES JURÍDICAS COM ELEMENTO ESTRANGEIRO .............................................. 260 24.1.1 A competência internacional é o poder de decidir uma causa com conexão internacional . 260 24.1.2 Competência da autoridade brasileira no plano internacional .................................................. 261 24.1.3 Competência concorrente .............................................................................................................. 261 24.1.4 Competência exclusiva ................................................................................................................... 262 24.1.5 Litispendência Internacional .......................................................................................................... 263 24.1.6 Prova de fatos ocorridos no exterior ............................................................................................. 264 24.2 CARTAS ROGATÓRIAS ....................................................................................................................................... 264 24.2.1 Introdução ......................................................................................................................................... 264 24.2.2 Rogatórias enviadas pelo Brasil (Ativas) ..................................................................................... 265 24.2.3 Rogatórias recebidas pelo Brasil (Passivas) ............................................................................... 265 24.2.4 Cartas Rogatórias x Auxílio Direto ................................................................................................ 268 24.3 HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇAS ESTRANGEIRAS .................................................................................................... 268 24.3.1 Homologação de sentença estrangeira no Brasil ....................................................................... 269 24.3.2 Situação especial: Guarda e Alimentos ....................................................................................... 270 24.3.3 Homologação de sentenças penais para efeitos civis ............................................................... 271 24.3.4 A homologação nos tratados ......................................................................................................... 272 24.3.5 Sentenças proferidas por tribunais internacionais. ..................................................................... 273 25 PONTO 17. CONTRATOS INTERNACIONAIS. CLÁUSULAS TÍPICAS. ........................................ 274 25.1 CONTRATOS INTERNACIONAIS ............................................................................................................................ 275 25.2 GARANTIAS AOS CONTRATOS INTERNACIONAIS ..................................................................................................... 278 25.3 CRIAÇÃO DO CONTRATO INTERNACIONAL ............................................................................................................ 279 26 MÉTODOS DE SOLUÇÃO ALTERNATIVA DE CONTROVÉRSIAS. .............................................. 282 26.1 NOÇÕES GERAIS DE ARBITRAGEM E SUA NORMATIZAÇÃO NO ÂMBITO INTERNO ......................................................... 282 26.2 A LEI Nº 9.307/96 .......................................................................................................................................... 282 26.3 A ARBITRAGEM NO ÂMBITO INTERNACIONAL ....................................................................................................... 284 26.4 ARBITRAGEM DE CARÁTER PRIVADO ................................................................................................................... 285 26.5 ARBITRAGEM NOS TRATADOS ............................................................................................................................ 285 26.6 PRINCÍPIOS DA ARBITRAGEM E NOÇÕES GERAIS .................................................................................................... 285 26.6.1 Arbitragem no MERCOSUL ........................................................................................................... 286 26.6.2 Corte Permanente de Arbitragem ................................................................................................. 286 27 CONVENÇÃO DE NOVA IORQUE SOBRE COBRANÇA DE ALIMENTOS NO ESTRANGEIRO. 287 27.1 PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS NO ESTRANGEIRO ...................................................................................................... 287 27.1.1 Convenção de Nova Iorque Sobre Cobrança de Alimentos No Estrangeiro (Decreto 56.826, de 02/09/1965) .................................................................................................................................................. 287 6 27.1.2 Cartas Rogatórias ............................................................................................................................ 289 27.1.3 Disposições relevantes do Novo CPC .......................................................................................... 290 27.2 JULGADOS ...................................................................................................................................................... 290 28 TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL (TPI). .................................................................................... 294 28.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 294 28.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA ...................................................................................................................................... 296 28.3 COMPETÊNCIA E DELITOS INTERNACIONAIS .......................................................................................................... 297 28.4 PROCEDIMENTO .............................................................................................................................................. 298 28.5 NATUREZA DAS DECISÕES ................................................................................................................................. 299 7 1 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO. CONCEITO. FONTES. PRINCÍPIOS. 1.1 ORIGEM HISTÓRICA O direito internacional tem como premissa básica a soberania dos Estados, o que implica maior dificuldade na aplicação das regras jurídicas.Ao contrário do que ocorre no ordenamento interno dos países, nos quais os indivíduos estão subordinados a regras constitucionais e ao poder de jurisdição do Estado, na ordem internacional não há força superior, capaz de determinar condutas. Podemos dizer que os Estados soberanos se encontram no mesmo nível hierárquico e que as relações entre eles se manifestam mediante coordenação, oriunda de acordos de vontade. Não existe um poder supranacional dotado de poder para definir regras ou aplicar sanções sem a concordância dos envolvidos. Essa característica do direito internacional tem sido, ao longo dos anos, objeto de diversas críticas, no sentido de que a ausência de normas abrangentes e coercitivas poderia invalidar ou até mesmo tornar desnecessário o estudo da matéria. O grande desafio do direito internacional diz respeito à eficácia das regras jurídicas. Os Estados soberanos submetem--se apenas às obrigações que tiverem assumido, dentro de parâmetros que considerem razoáveis. A ausência de uma força externa e superior exige que o direito internacional tenha algum elemento de vinculação entre as partes, capaz de atribuir obrigações e conferir direitos recíprocos. O princípio que garante a coerência do tecido normativo internacional é conhecido como pacta sunt servanda, que pode ser traduzido como “o que foi pactuado deve ser obedecido”. Também denominado força obrigatória, o pacta sunt servanda está diretamente relacionado à boa-fé, mediante a qual uma parte se compromete a cumprir as regras que aceitou, ante a expectativa de que a outra parte proceda da mesma forma. O vínculo formado entre os Estados normalmente se consolida com a celebração de um tratado, documento que representa o acordo de vontades soberanas destinado a estabelecer normas recíprocas e obrigatórias para os signatários. Existe, ainda, a possibilidade de comprometimento mediante a aceitação de costumes, práticas reiteradas e dotadas de validade jurídica, que possuem grande relevância, em razão do baixo nível de codificação do direito internacional. Definição: O direito internacional pode, portanto, ser definido como o conjunto de princípios e regras jurídicas, escritas e não escritas, destinado a regular as relações entre Estados soberanos e organismos internacionais. O chamado direito internacional público ou direito das gentes (jus gentium) baseia-se na ideia de consentimento, pela qual os Estados apenas se obrigam quanto a regras que livremente aderiram ou, ainda, na hipótese de tê-las produzido em conjunto com outras vontades soberanas. Essa característica essencial do direito internacional tem como suporte dois princípios fundamentais para a compreensão da matéria e suas particularidades, ambos expressamente consagrados pela Constituição Brasileira: 1. Soberania (art. 1º, I); 2. Autodeterminação dos povos (art. 4º, III). 8 A soberania representa o poder supremo das sociedades políticas, no que tange à organização interna do Estado e à possibilidade de conformar a vontade dos indivíduos a ele subordinados. Relaciona-se, portanto, com a ideia de jurisdição, ou seja, o conjunto de competências e atribuições exercidas pelo Estado no seu território. No âmbito internacional, a soberania implica a existência de poderes equivalentes entre os Estados, independentemente de seu tamanho, capacidade econômica ou força política. Os poderes são mutuamente limitados e não encontram ordem superior que os condicione. • Soberania interna: Poder supremo de organização interna o Estado • Soberania internacional: Poder equivalente entre os Estados O princípio da autodeterminação dos povos garante que as comunidades nacionais podem dispor livremente acerca dos assuntos de seu interesse (como escolher a forma de governo, por exemplo), sem se submeter à vontade de outro Estado. Como o direito internacional é bastante amplo e abrangente, existe outro sistema jurídico dedicado a regular as relações entre particulares, pessoas físicas ou jurídicas, decorrentes de contratos e outras obrigações de natureza civil. Cuida-se, nesse caso, do Direito Internacional Privado, que se caracteriza justamente pela ausência de participação estatal. CONCEITO O DIP tem como premissa a soberania dos Estados e em consequência não há força superior (poder supranacional) capaz de determinar condutas, mas acordo de vontades, formalizado mediante tratados regidos pelo princípio do pacta sunt servanda ou força obrigatória. E também pelo uso do costume internacional. O direito internacional pode, portanto, ser definido como o conjunto de princípios e regras jurídicas, escritas e não escritas, destinado a regular as relações entre Estados soberanos e organismos internacionais 1.1.1 MARCOS HISTÓRICOS: O Direito Internacional Público (DIP) surgiu a partir do século XVII, quando se formaram os Estados-Nação com as características que conhecemos hoje. O ponto limite foi o fim da Guerra dos 30 anos (em 1648), por meio do tratado (paz) de Vestfália, quando nasce a soberania nacional. Paz de Vestifália: celebrou o fim da guerra dos trinta anos, demarcando: 1. Soberania entre os Estados 2. Obrigação de não intervenção nos assuntos internos 3. Igualdade jurídica. Jus fetiale romano Jus gentium Tratado de Westfália de 1648 Revolução Francesa Congresso de Viena (1815) Doutrina Monroe (1823) Liga das Nações Criação da ONU 9 Francisco de Vitória (1486-1546): teoria da Guerra, abominando as atrocidades do império de Carlos V. Hugo Grócio: salienta a necessidade de regulamentar a guerra, de modo a evitá-la. Fundamenta no direito natural, enaltecendo os direitos fundamentais inerentes ao homem. Afirma que o mar é bem comum, não sendo passível de apropriação privada. Contexto A vida em sociedade é permeada de conflitos interpessoais, e na sociedade internacional igualmente há tensões entre os atores, tendo em vista as inúmeras disputas entre os sujeitos, uma vez que há diferenças e interesses variados entre os mesmos. Paulo Henrique Portela enfatiza que “os conflitos que ocorrem na seara internacional não podem, via de regra, ser solucionados da mesma maneira, o que se deve, fundamentalmente, à forma pela qual a sociedade internacional está organizada do ponto de vista jurídico”. Referido autor aponta que as relações internacionais são caracterizadas por: 1. Inexistência de um poder central mundial, ou seja, não há um ente de direito internacional que imponha aos Estados Soberanos as suas deliberações 2. Igualdade jurídica entre os Estados; 3. Soberania dos Estados. 4. Princípio da não-intervenção. Foi na Europa que apareceu o Estado-moderno, sendo esse o marco do desenvolvimento dos principais institutos do direito internacional contemporâneo. Contudo, não se pode negar que no período “pré-estatal” havia um direito internacional, pois, a disciplina deve ser considerada, acima de tudo, um direito “intersocial” ou “intergrupal”. O período de formação vai até à Revolução Francesa. O documento mais antigo encontrado (de 2.100 a.C.) foi um tratado solene firmado entre os soberanos de Lagash e Umma, cidades- estados da Mesopotâmia, inscrito em um bloco de pedra e contratava a definição de uma fronteira a ser respeitada sob pena de provocar a ira dos deuses da região. Já o documento mais famoso da antiguidade foi o tratado firmado entre Ramsés II do Egito e o rei dos hititas, de 1.292 a.C., em que se estabelecia entre ambos a paz e irmandade eterna. Na Grécia, as Cidades-Estados gregas, utilizavam dois instrumentos essenciais às relações entre si: o tratado e a diplomacia. Roma, após o período do império, deixou de usar tratados igualitários (foedus aequum), trocando-os pelo instituto do foedus iniquum de obrigações apenas unilaterais. Também em Roma destacam-se as normasestabelecidas unilateralmente referentes às relações com os estrangeiros dando origem ao jus fetiale e o jus gentium. • Grécia: Tratado e diplomacia • Roma: Ferdus aequum (tratados igualitários) e Foedus iniquum (obrigações unilaterais) Da Idade Média a mais importante característica foi a divisão do Direito Internacional entre direito da guerra e direito da paz, adotada por alguns autores até hoje. Também nessa época distingue- se guerra justa da guerra injusta. Þ A teoria da guerra justa: Costuma-se conceituar guerra justa como a guerra moralmente legítima, vale dizer, o conflito armado em que são respeitados certos critérios de justiça, tanto no que diz respeito ao direito de iniciar a guerra (“jus ad bellum”), como no que concerne ao comportamento dos participantes durante a guerra (“jus in bello”). “Guerra justa é a que corresponde a um ideal ético, a preceitos de moral prática, decorrentes de princípios morais ou religiosos superiores”. 10 Þ Guerra injusta: Seria a guerra que não respeita o jus ad bellum, uma guerra ilegítima, imoral, sem justa causa. A formação do Direito Internacional contemporâneo se dá com o surgimento dos Estados soberanos. O marco moderno foi a conclusão dos TRATADOS DE VESTFÁLIA de 1648, dando fim à Guerra dos 30 anos, cujas principais características são: 1. Derrota do imperador e do Papa: legaliza-se formalmente o nascimento dos novos Estados soberanos e a nova carta política da Europa; e institui-se a liberdade religiosa total; 2. Assentam-se os primeiros elementos do direito público europeu: a soberania e a igualdade dos Estados são reconhecidas como princípios fundamentais das relações internacionais; prevê-se o recurso ao processo dos tratados como instituto de resolução de problemas comuns; cria-se um mecanismo de manutenção da nova ordem europeia. 1.2 CARACTERÍSTICAS DO DIREITO INTERNACIONAL Embora o direito deva ser entendido como um sistema uno e coerente, as relações internacionais possuem algumas peculiaridades que as distinguem das regras típicas do direito interno dos países. Os principais traços característicos do direito internacional são: a) Inexistência de órgãos centrais – no DIP não há um poder legislativo apto a criar regras supranacionais e aplicáveis a todos os Estados. Também não existem tribunais com jurisdição absoluta e obrigatória; b) Baixo nível de codificação – existem menos tratados do que leis internas, e o direito internacional possui normas abertas à interpretação, como os costumes, que precisam ser reconhecidas pelos Estados; c) Escassez de sujeitos – apenas os estados soberanos e as organizações internacionais possuem personalidade jurídica de direito internacional público; d) Responsabilidade coletiva – quando necessário, as sanções devem ser aplicadas de modo coletivo (como no caso das resoluções do conselho de segurança das nações unidas); e) Boa-fé – premissa maior do sistema, manifestada pelo princípio do pacta sunt servanda e pela transparência nas relações entre as partes; f) Igualdade soberana – os estados se encontram no mesmo nível e assumem compromissos na ordem internacional mediante consentimento; g) Proteção aos direitos humanos – embora regule relações entre estados e/ou organizações internacionais, a finalidade derradeira do direito internacional é promover a tutela dos direitos fundamentais dos indivíduos. 1.3 CONCEITO DE DIREITO INTERNACIONAL Assim podemos definir o Direito Internacional Público como: o conjunto de princípios e normas, sejam positivadas ou costumeiras, que representam direito e deveres aplicáveis no âmbito internacional (perante a sociedade internacional). Em outras palavras, Direito internacional público consiste no sistema normativo que rege as relações exteriores entre os atores internacionais. O arcabouço jurídico que norteia as relações exteriores entre os sujeitos que 11 integram a sociedade é o que se pode denominar de direito internacional público. É o Ramo da ciência jurídica que visa regular as relações internacionais com o fim precípuo de viabilizar a convivência entre os integrantes da sociedade internacional. O direito internacional não é dotado da mesma coerção existente no prisma interno dos Estados, mas estes princípios e normas são aceitos quase que universalmente, incidindo sobre: 1. Estados diferentes; 2. Estados e nacionais de outros Estados; 3. Nacionais de Estados diferentes. 4. Estados e organismos internacionais. 1.3.1 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO O direito internacional trata destas relações e deste âmbito normativo, que pode ser positivado ou consuetudinário (costumes). Denomina-se: • Direito internacional público quando tratar das relações jurídicas (direitos e deveres) entre Estados ou atores internacionais, ao passo que o; • Direito internacional privado trata da aplicação de leis civis, comerciais ou penais de um Estado sobre particulares (pessoas físicas ou jurídicas) de outro Estado. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Relação jurídica: Trata das relações exteriores entre os Estados e atores internacionais, compondo tensões; Relação jurídica: Trata das relações jurídicas entre os sujeitos privados com conexão internacional, regulando conflitos de leis no espaço. Fonte: principal são os tratados e cosntumes internacionais Fonte: legislação interna dos Estados. Regras: 1. Vinculam as relações internacionais ou internas de incidência internacional; 2. São estabelecidas pelas fontes internacionais; 3. São normas de aplicação direta, vinculando diretamente os sujeitos. Regras: normas indicativas de qual Direito aplicável nas relações entre os sujeitos; 1.3.2 OBJETO DO DIREITO INTERNACIONAL 12 Num primeiro momento, o objeto do Direito Internacional são os Estados, regendo a atividade interestatal. Com o fim da 2a Guerra Mundial começam a surgir as Organizações Internacionais (ONU, OMC, FMI, etc.), e estas passaram a deter também personalidade Jurídica Internacional, atribuindo aos indivíduos capacidades postulatórias. Há uma tríplice função do direito internacional público: 1. Repartição de competência entre os estados soberanos, cada qual com sua delimitação territorial, ao qual exerce sua jurisdição. 2. Fixa obrigações aos Estados soberanos, de modo que as suas liberdades de atuação são são (de) limitadas; 3. Rege as relações entre as organizações internacionais. RELACIONAMENTO INTERNACIONAL TRADICIONAL RELACIONAMENTO INTERNACIONAL MODERNO 1. Entre Estados 1. Entre Estados 2. Organizações internacionais 3. Organizações não-governamentais 4. Empresas 5. Indivíduos O Direito Internacional Público (DIP) é composto pelos sujeitos ou atores de direito internacional público, que estão sujeitos às regras, princípios e costumes internacionais. Entretanto, não apenas de relações entre Estados cuida o DIP. Como ressalta Gustavo Bregalda, o Estados tem sua personalidade jurídica internacional reconhecida pelos outros Estados ou pelos organismos internacionais. Organismos internacionais são pessoas ou coletividades criadas pelos próprios sujeitos de direito internacional, reconhecendo-os como pessoas internacionais, com capacidade de ter direitos e assumir obrigações na ordem internacional. São exemplos a ONU, OEA. Podem ainda ser criados por particulares, como a Cruz Vermelha Internacional, a Ordem de Malta, por exemplo. Portanto, atualmente, o objeto moderno do Direito Internacional são os Estados, as Organizações Internacionais e os Indivíduos. Alguns doutrinadores salientam que as empresas são atores atuantes nas relações internacionais, de modo que devem figurar como integrantesdo Relacionamento internacional. Quanto ao indivíduo, este tem responsabilidade ativa e passiva, podendo tanto postular quanto ser demandado internacionalmente. 1.3.3 SOCIEDADE INTERNACIONAL VERSUS COMUNIDADE INTERNACIONAL A sociedade internacional é formada pelos Estados, pelos organismos internacionais e pelo homem, apresentando as características em relação às sociedades internas: Þ Isonomia: deve haver igualdade entre os sujeitos; Þ Descentralização: pois vários são os criadores e destinatários das normas de direito internacional. Ainda permanece, mas não como uma verdade absoluta, já que existem hoje órgãos completamente centralizados, como por exemplo, a União Européia; Þ Universalidade: deve abranger o máximo possível de integrantes; Þ Aberta: como corolário lógico da característica anterior, é aberta à novos integrantes. Þ Direito originário: visam criar um âmbito normativo novo. 13 Apresentando as seguintes características: 1. Multiplicidade de Estados, dotados de soberania; 2. Relações comerciais internacionais 3. Princípios jurídicos em comum. São expressões que não se confundem, apesar de serem utilizados como sinônimos. A sociedade internacional é formada pelos sujeitos de direito internacional: Estados, Organizações Internacionais, Empresas e Indivíduos. A comunidade internacional, por seu turno, é marcada pela união natural (laço espontâneo), marcados por afinidades de cunho social, cultural, familiar, religioso. Ao se falar em comunidade internacional, não há que se pensar em dominação de uns perante os outros. SOCIEDADE INTERNACIONAL COMUNIDADE INTERNACIONAL União de Estados, Organizações Internacionais e indivíduos; É um vínculo entre pessoas que se unem por um laço moral e não-jurídico Vínculos intencionais Vínculos espontâneos Aproximação pela vontade dos membros Aproximação por laços culturais, religiosos, linguísticos... Objetivos e interesses comuns Identidade comum, cumplicidade Possibilidade de dominação Ausência de dominaçãoo\ CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE INTERNACIONAL 1. Universal - abrange o mundo inteiro, ainda que o nível de integração de seus membros às suas dinâmicas não seja tão profunda. 2. Heterogênea - os atores podem apresentar significativas diferenças entre si. 3. Interestatal - para parte da doutrina, é formada apenas por Estados e, nesse sentido, seria também paritária (igualdade jurídica entre os Estados). A doutrina moderna rechaça esse entendimento. 4. Desigualdade de fato - grande diferencial de poder entre os Estados. 5. Descentralizada - não há um poder central internacional ou um governo mundial, mas vários centros de poder. Não possui uma organização institucional. As relações entre os Estados se dão de maneira horizontal, sem que haja uma norma suprema. 6. Coordenação de interesses - em vez da subordinação (direito interno). 1.3.4 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E DIREITO INTERNO Uma questão tormentosa é a relação entre conflitos entre as normas de Direito Internacional e de Direito interno, “A questão em apreço é polêmica, e seu tratamento reveste-se de grande importância, em função do relevo que o Direito Internacional vem adquirindo como marco que visa a disciplinar o atual dinamismo das relações internacionais, dentro de parâmetros que permitam que estas se desenvolvam num quadro de estabilidade e de obediência a valores aos quais a sociedade internacional atribui maior destaque”. De partida ressaltamos que a relação entre o Direito Internacional e o Direito interno muito diferem quando analisamos as esferas de poder, a estrutura organizacional e algumas características das normas jurídicas emanadas de cada um. Contudo, pode-se dizer que: 14 • Direito Internacional o poder é descentralizado e a vontade estatal não é coercitiva, possui estrutura horizontal onde predomina a vontade dos Estados e dos possuem o mesmo patamar hierárquico • Direito Interno, o poder é indivisível e todas as normas são provenientes de um único ente. Ocorre de maneira vertical no direito interno, haja vista a organização do Estado ser hierarquizada, sendo perceptível uma imposição funcional do ente. DIREITO INTERNACIONAL DIREITO INTERNO Poder Descentralizado Indivisível (centralizado) Vontade Estatal não é coercitiva Estatal coercitiva Estrutura Estrutura horizontal onde predomina a vontade do estado Estrutura vertical hierarquizada, imposição funcional do Estado Sujeitos Estados e organismos internacionais Estado e povo Normas Coordenadas, de adesão voluntária e consensual. Impositivas e subordinantes Elaboração Pelos próprios destinatários Pelo Estado Ademais, acerca das matérias híbridas que estão vinculadas tanto à competência internacional como à nacional, no campo da doutrina nacional para tanto, há duas teorias explicativas do impasse entre conflito entre direito internacional público e direito interno, quais sejam, as teorias monista e dualista. 1.3.4.1 TEORIA DUALISTA OU DUALISMO: A denominação de dualista foi dada por Alfred Verdross, em 1914, e aceita por Triepel, em 1923. Salienta que direito internacional e direito interno são realidades distintas, ou seja, tem âmbito de incidência completamente diferentes. Triepel defendia que o direito interno e o direito internacional são duas ordens jurídicas separadas, autônomas e independentes. Em decorrência dessa completa independência, não existe possibilidade de um conflito entre elas. Assim, para que uma norma internacional seja aplicada na ordem interna de um Estado, este deve primeiramente transformá-la em norma de direito interno, incorporando-a ao seu ordenamento jurídico. Essa concepção traduz a chamada “Teoria da Incorporação”. O ente estatal nega, portanto, aplicação imediata ao direito internacional, mas permite que suas normas se tornem vinculantes internamente a partir do momento que se integrem ao direito nacional por meio de diploma legal distinto, que adote o mesmo conteúdo do tratado, apreciado por meio do processo legislativo estatal cabível. Cabe destacar que, com esse processo de incorporação, os conflitos que porventura ocorram envolverão não o Direito Internacional e o Direito Interno, mas apenas normas nacionais. Devido a Teoria da incorporação, surgiram duas subdivisões ao dualismo, quais sejam: dualismo moderado e dualismo radical. 15 Dualismo Radical De acordo com o dualismo radical, para que uma norma internacional tenha aplicabilidade e eficácia no âmbito interno, é necessário que seja transformada por uma lei interna, que a incorpore ao ordenamento jurídico nacional do Estado. Dualismo moderado (Brasil) Já o dualismo moderado defende que não é necessário que conteúdo das normas internacionais seja inserido em um projeto de lei interna, bastaria um ato formal de internalização, no caso do Brasil, um decreto de promulgação do presidente da republica, que inclui o ato internacional na ordem jurídica nacional. A respeito, o Ilustríssimo Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que: É na Constituição da República - e não na controvérsia doutrinária que antagoniza monistas e dualistas - que se deve buscar a solução normativa para a questão da incorporação dos atos internacionais ao sistema de direito positivo interno brasileiro. O exame da vigente Constituição Federal permite constatar que a execução dos tratados internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica interna decorrem, no sistema adotado pelo Brasil, de um ato subjetivamente complexo, resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do Congresso Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto legislativo, sobre tratados, acordos ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a do Presidente da República, que, além de poder celebrar essesatos de direito internacional (CF, art. 84, VIII), também dispõe - enquanto Chefe de Estado que é - da competência para promulgá-los mediante decreto. (480 DF, Relator: CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 03/09/1997, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 18-05-2001 PP-00429 EMENT VOL-02031-02 PP-00213) Desta forma, pode-se afirmar que no Brasil há uma tendência para a aplicação do dualismo moderado, uma vez que não há a necessidade de dupla manifestação do Congresso Nacional como condição de validade dos tratados internacionais no ordenamento jurídico brasileiro. A Suprema Corte brasileira tem exigido, após a aprovação do tratado no Congresso Nacional e a troca dos respectivos instrumentos de ratificação, que seja o tratado internacional promulgado internamente, por meio de um decreto executivo, não necessitando, portanto, de transformação em lei interna. 1.3.4.2 TEORIA MONISTA A teoria monista admite a existência de apenas uma ordem jurídica coordenada no contexto de uma unidade normativa, logo, o Direito Internacional aplica-se diretamente na ordem jurídica dos Estados, independentemente de qualquer transformação. De acordo com essa teoria, as normas internacionais podem ter eficácia condicionada a harmonia de seu teor com o direito interno. Da mesma forma, a aplicação das normas nacionais não podem contrariar os preceitos do Direito Internacional aos quais o Estado encontra-se vinculado. Teoria da incorporação Dualismo Radicial Dualismo Moderado 16 A doutrina monista não parte do principio da vontade dos estados, mas sim da norma superior, pois o direito é um só, quer se apresente nas relações de um estado, quer nas relações internacionais. No caso de conflito entre normas de direito interno e internacional, duas subespécies dentro do monismo foram desenvolvidas, para decidir qual norma será aplicada, quais sejam: monismo nacionalista e monismo internacionalista. Monismo nacionalista Provém da doutrina constitucionalista nacionalista baseada em Hegel, defensor da soberania absoluta do Estado, que é irrestrita e absoluta. De acordo com essa teoria, havendo um conflito, deverá prevalecer a ordem jurídica nacional de cada Estado. Monismo Internacionalista (Direito Internacional) Teve como maior precursor Hans Kelsen, formulando a conhecida imagem da pirâmide das normas, sendo que no vértice deveria encontrar-se a norma fundamental, que vem a ser o direito internacional. Para o monismo internacional, o direito interno e o direito internacional, embora tratem de assuntos diferentes, fazem parte de um todo harmônico e, portanto, devem conviver desta maneira, porém, em caso de conflitos de normas internacionais e as do ordenamento jurídico interno de cada Estado, aquelas se sobrepõem a estas, surgindo então a superioridade hierárquica do direito internacional em face do direito interno. Como bem acentua Celso D. de Albuquerque Mello: O monismo com primazia do Direito Internacional foi desenvolvido principalmente pela escola de Viena (Kelsen, Verdross, Kunz, etc.). Kelsen, ao formular a teoria pura do direito, enunciou a célebre pirâmide de normas. Uma norma tem a sua origem e tira a sua obrigatoriedade da norma que lhe é imediatamente superior. No vértice da pirâmide estava a norma fundamental, a norma base (``Grundnorm``), que era uma hipótese, e cada jurista podia escolher qual seria ela. Diante disso, a concepção Kelseniana foi denominada na sua primeira fase de teoria da livre escolha; posteriormente, por influencia de verdros, Kelsen sai do seu ``indiferentismo`` e passa a considerar a ``Grundnorm`` como sendo uma norma de DI: a norma costumeira ``pacta sunt servanda``. Em 1927, duguit e Politis defendem o primado do DI e como eles toda a escola realista francesa, que apresenta em favor argumentos sociológicos. (MELLO, 2004, p. 124) A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969 consagrou a teoria do monismo internacionalista em seu artigo 27, que dispõe: “Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado.” Dessa forma, pode-se concluir que monismo internacionalista é a teoria adotada pelo direito internacional. Observação: O Direito Internacional dos Direitos Humanos vai conceber o princípio da primazia da norma mais favorável à vítima, pelo qual, estando diante de um conflito entre Teoria da Monitas Monismo Nacionalista Monismo Internacionalista 17 normas internacionais e internas, deve prevalecer aquela que melhor promova a dignidade da pessoa humana. O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO O termo “Direito Internacional” foi empregado pela primeira vez em 1780, pelo inglês Jeremy Bentham. “Público” foi incluído posteriormente por influência francesa, para diferenciar do privado. Ainda há autores que se referem a “Direitos das Gentes” (jus gentium). Foi criada a expressão “direito transnacional” para superar a dicotomia entre os termos direito internacional público e privado. Definição de Portela: DIP é o ramo do direito que visa a regular as relações internacionais e a tutelar temas de interesse internacional, norteando a convivência entre os membros da sociedade Teoria Dualista Radical A norma internacional deve ser internalizada por uma lei interna para se incorporar ao OJ interno Moderado A norma internacional seria internalizada por um ato formal, não necessariamente uma lei (Brasil) Monista Nacionalista Hegel - Havendo conflito entre a lei Internacionao e interna esta deverá prevalecer Internacionalista Hans Kelsen - As normas de direito internacional encontram-se no vértice da pirâmide normativa, sendo superiores ao direito interno Conceito de DIP Clássico Sistema jurídico autônomo, onde se ordenam as relações entre os ESTADOS soberanos (Rezek). Essa concepção remonta à Paz de Vesvália, que consolidou o sistema moderno dos Estados. Defini ção estreita: não contempla a pessoa humana (desznatário), nem outros sujeitos de direito internacional. Moderno Conjunto de normas que regula as relações externas dos atores que compõem a sociedade internacional: Estados, Organismos Internacionais, etc... 18 internacional, que não incluem só os Estados e as organizações internacionais, mas também outras pessoas e entes como os indivíduos, as empresas e as ONGs, dentre outros. O DIP é fator de organização da sociedade que tem como missões: a) Redução da anarquia nas relações internacionais e delimitação das competências de seus membros; b) Regulação da cooperação internacional; c) Tutela adicional a bens jurídicos aos quais a sociedade internacional decidiu atribuir importância; d) Satisfação de interesses comuns entre os Estados. Duas correntes divergem sobre o fundamento do DIP: Co rr en te Vo lu nt ar ist a As normas de DIP são obrigatórias porque os Estados e OIs expressam livremente sua vontade livre em fazê-lo, de forma expressa ou tácita (costume). VERTENTES: Autolimitação da vontade (Jelinek) Vontade coletiva (Triepel) Consentimento das nações (Oppenheim) Delegação do Direito Interno (Max Wenzel) É criticada por condicionar toda a regulamentação internacional à mera vontade dos Estados. Co rr en te O bj et iv ist a As normas de DIP são obrigatórias porqeu serguem da dinâmica da sociedade internanciona, sendo irrelevante a vontade dos sujeitos de DIP, tendo sobre eles uma PRIMAZIA NATUAL. VERTENTES: Jusnaturalismo Teorias sociológicas do direito Teoria da norma- base de Kelsen Direitos fundamentais dos Estados É criticada por minimizar o papel da vontade dos sujeitos de DIP na criação de norma internancionais e, assim, facilitaro surgimento de normas que podem não corresponder aos anseios legítimos do povo. 19 ORDENAMENTO JURÍDICO INTERNACIONAL a) Dicotomia entre a relativização da soberania nacional e manutenção de sua importância. b) O DIP é um direito de “coordenação”, em oposição ao direito interno, que é de “subordinação”. c) O DIP distingue-se pela ampla descentralização da produção normativa (ocorre em vários âmbitos). d) O DIP não é um mero conjunto de intenções de caráter político. É composto de normas jurídicas, obrigatórias para seus destinatários. e) A fragmentação também é característica do DIP (heterogeneidade de suas normas). f) A diversidade de temas regulados pelo DIP leva à criação ramos específicos (DIDH, Direito Internacional do Trabalho, Direito Internacional do Meio Ambiente etc). g) A cooperação internacional entre Estados é uma das mais evidentes vertentes do DIP na atualidade. Na concepção tradicional, os Estados soberanos teriam poderes para tratar de todos os problemas que ocorram em seu território de forma independente de outros entes. Não é verdade. Ex.: a poluição emitida em um país pode gerar efeitos nocivos em todo o mundo; um conflito armado interno pode gerar fluxos de refugiados. A cooperação internacional não é um meio apenas para combater problemas, mas também constitui instrumento adicional, pelo qual os Estados podem promover seu desenvolvimento econômico e social (ex.: mecanismos de integração social). h) Os entes que exercem a jurisdição internacional normalmente são criados por tratados, que definem as respectivas competências e modo de funcionamento. Podem ser judiciais, arbitrais ou administrativos. i) O DIP tem como um de seus pilares a IGUALDADE FORMAL ENTRE OS ESTADOS, independentemente de qualquer aspecto fático ou econômico. j) Regra geral: Os Estados não são automaticamente jurisdicionáveis perante as cortes internacionais, ainda que sejam parte do tratado de criação dessa jurisdição internacional. É o caso do CIJ, que só pode apreciar um processo envolvendo um Estado se este aceitar seus poderes para julgá-lo em um caso específico. k) SOMENTE A AQUIESCÊNCIA DE UM ESTADO SOBERANO CONVALIDA A AUTORIDADE DE UM FORO JUDICIÁRIO OU ARBITRAL, JÁ QUE O MESMO NÃO É ORIGINALMENTE JURISDICIONÁVEL PERANTE NENHUMA CORTE QUANTO A SEUS ATOS DE IMPÉRIO. l) A maioria dos órgãos internacionais ainda não permite que sujeitos que não sejam Estados ou Organismo Internacionais participem de seus procedimentos. Exceções: A Corte Europeia de Direitos Humanos permite que um indivíduo processo um Estado Europeu; O TPI julga pessoas naturais acusadas de crimes contra a humanidade m) As dificuldades para impor sanções do DIP podem estar relacionadas à ausência de órgãos internacionais centrais encarregados da tarefa, assim como ao fato de que a aplicação dessas sanções normalmente depende de articulação dos Estados, o que pode não ocorrer em determinado contexto. Em todo caso, o DIP dispõe de instrumentos de sanções. Ex.: envio de tropas da ONU para regiões em que esteja sendo violada a proibição do uso da força armada, reparações financeiras, retaliações comerciais. n) Direito Internacional Público: Regulação da sociedade internacional. Disciplina direta das relações internacionais ou das relações internas de interesses internacionais. Normas 20 de aplicação direta. Regras estabelecidas em normas internacionais. Regras de Direito Internacional Público. o) Direito Internacional Privado: Regulação de conflitos de leis no espaço. Indicação da norma nacional aplicável a um conflito de leis no espaço. Normas meramente indicativas do direito aplicável. Regras estabelecidas em normas internacionais ou internas. Regras de direito internacional público interno. DUALISMO MONISMO HÁ DUAS ORDENS JURÍDICAS DISTINTAS E INCONFUNDÍVEIS (DIREITO INTERNACIONAL E DIREITO INTERNO). ASSIM, PARA A APLICAÇÃO INTERNA DE UMA NORMA INTERNACIONAL, DEVE HAVER SUA INCORPORAÇÃO AO ORDENAMENTO INTERNO. UMA ÚNICA ORDEM JURÍDICA: o direito interno e o direito internacional, embora tratem de assuntos diferentes, fazem parte de um todo harmônico e, portanto, devem conviver desta maneira, porém, em caso de conflitos de normas internacionais e as do ordenamento jurídico interno de cada Estado, aquelas se sobrepõem a estas, surgindo então a superioridade hierárquica do direito internacional em face do direito interno. Em caso de CONFLITO entre as normas, há 2 correntes: Monismo Nacionalista e Internacionalista Os tratados são apenas compromissos assumidos na esfera externa, sem capacidade de gerar efeitos no interior dos Estados Se houver a incorporação dos tratados internacionais, os eventuais conflitos envolverão apenas normas internas, pois já integradas ao ordenamento jurídico. Monismo internacionalista: primazia do DIP. Monismo internacionalista Radical: para Kelsen, o OJ é uno, e o DIP é a ordem hierarquicamente superior, da qual deriva direito interno e a este é subordinado. Monismo internacionalista Moderado: tanto o DIP como o nacional podem ser aplicados, entretanto, o eventual descumprimento da norma internacional poderia ensejar a responsabilidade internacional do Estado. Dualismo Radical: De acordo com o dualismo radical, para que uma norma internacional tenha aplicabilidade e eficácia no âmbito interno, é necessário que seja transformada por uma lei interna, que a incorpore ao ordenamento jurídico nacional do Estado. Monismo nacionalista: primazia do direito interno (soberania estatal absoluta). Os Estados só se vinculariam às normas com as quais consentirem. O STF ADOTA O MONISMO NACIONALISTA: PREVALECEM AS REGRAS INTERNA Dualismo Moderado: defende que não é necessário que conteúdo das normas internacionais seja inserido em um projeto de lei interna, bastaria um ato formal de internalização, no caso do Brasil, um decreto de promulgação do presidente da republica, que inclui o ato internacional na ordem jurídica nacional. (entendimento do STF sobre o Brasil) 21 INCORPORAÇÃO DE TRATADOS E O ENTENDIMENTO BRASILEIRO SOBRE O DIREITO INTERNACIONAL Na esteira da jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal Federal, várias posições foram questionadas pela doutrina. Assim, questão importante a ser discutida é a relativa ao posicionamento do Brasil quanto à dicotomia dualismo x monismo. Apesar da doutrina majoritária no país adotar a teoria monista[1], o STF se pronunciou no acórdão tratado acima e na ADIn n. 1.480-DF[2], no sentido de que o Brasil adota na verdade a teoria dualista moderada. A doutrina considera a posição do Brasil como monista por admitir o conflito entre norma de direito interno e norma de direito internacional, colocando-as em um mesmo plano. Seria, porém, de forma moderada porque há a equiparação do tratado internacional à lei ordinária pela jurisprudência do STF. Já o STF manifestou estranho entendimento, de que o Brasil adota um posicionamento dualista moderado. Neste sentido, veja-se o seguinte julgado: “Mercosul - Carta rogatória passiva - Denegação de exequatur - Protocolo de medidas cautelares (Ouro Preto/MG) - Inaplicabilidade, por razões de ordem circunstancial - Ato internacional cujo ciclo de incorporação, ao direito interno do brasil, ainda não se achava concluído à data da decisão denegatória do exequatur, proferida pelo presidente do supremo tribunal federal - relações entre o direito internacional, o direito comunitário e o direito nacional do brasil - Princípios do efeito direto e da aplicabilidade imediata - Ausência de sua previsão no sistema constitucional brasileiro - Inexistência de cláusula geral de recepção
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