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Em busca da identidade cultural

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Em busca de uma identidade cultural. Zeh Rocha para o Grande Jornal.
 Caminhando pelo Centro comercial de Imbituba, me deparo com uma estrutura armada com motivos natalinos,em 17 de janeiro, me pergunto : Estamos em que época do ano ? Evidente, que nos aproximamos do Carnaval e concluo que lamentavelmente a cidade não se veste de nenhum adereço alusivo as festas do Rei Momo, essa festa profana, que atrai milhares de turistas, em capitais, como Salvador, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro. Até cidades como Ouro Preto, em Minas Gerais, Campina Grande, na Paraíba, planejaram e firmaram em seus calendários culturais , eventos que comemoram esse período festivo em fevereiro.
 Me vem uma outra questão : Por que não organizam a Festa do Camarão, durante o carnaval? Qual a razão para não se homenagear compositores locais,como o Amauri Castro, Daniel Tancredo, que são cronistas musicais de Imbituba ?. Na verdade, o foco do tema dessa coluna, hoje,se trata da necessidade de se incorporar a identidade cultural dessa bela cidade catarinense, valorizar seus artistas e produtos .
 Percebo, desde que cheguei em Imbituba, um marasmo cultural semelhante ao movimento das lagoas, ondas lentas, águas turvas. Primeiramente, não se pode incorporar uma ou várias identidades culturais á força, autoritariamente, por decreto, lei, emenda, goela abaixo. Hoje, apesar do esforço de alguns abnegados, existe, em fase embrionária um Sistema Municipal de Cultura, com pouco benefícios para os artistas, artesãos, produtores culturais imbitubenses.
 Ainda não encontrei a resposta para essa questão,tentando entender melhor a falta de identidade cultural do cidadão imbitubense, apesar de suas influências açorianas, ter recebido , receber milhares de brasileiros de outras cidades, onde existe identidade cultural, produção e mercado de cultura, em plena atividade.
 Tenho esperança que alguns produtores culturais, gestores, educadores de Imbituba,se empenhem em manter a tradição do espetáculo do Boi de Mamão, folguedo popular que encontramos e fase de extinção, em outros estados, como , o que nasci, Pernambuco, onde se chama bumba-meu-boi.
 Sou dos que acreditam que através da educação infantil, as crianças possam , ao ter oportunidade de desenvolverem suas habilidades artísticas, seus talentos, na música, no teatro, nas artes plásticas, literatura, junto com seus pais e educadores, incorporarem valores estéticos e éticos, passando a cultivar as artes, e encontrarem dentro de três décadas, a tão esperada identidade cultural para a cidade de Imbituba.
Assim, , como a cidade de Salvador, com toda a sua influência dos negros que trouxeram da África, seus saberes, gostos, crenças, a exemplo também, de Caruaru, cidade do interior de Pernambuco, terra do Mestre Vitalino, que tem um dos artesanatos mais ricos do país, devemos acreditar e agir, nos unir, artistas, Secretaria de Cultura, de Educação, para semear aqui em Imbituba, as sementes das artes, que trazem a tradição e a sabedoria milenar dos povos primitivos, os índios brasileiros, dos nossos afrodescendentes, dos colonizadores. Unir e fortalecer a tradição cultural brasileira , utilizando as ferramentas tecnológicas mais avançados, as redes virtuais .
Espero, no ano que vem , estar caminhando pela rua Nereu Ramos, e encontrar decorações inspiradas nos temas carnavalescos. Quanto a encontrar a identidade cultural de Imbituba, temos que ter paciência, e agir culturalmente, independente de partidos políticos, religião.

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