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Casamento inexistente, nulo e anulável

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Casamento inexistente, nulo e anulável.
Maria Vivyanne Ferreira Sá
 Michelle Paula Jorge
Casamento inexistente:
Ocorre quando há ausência de consentimento, bem como, de autoridade competente para sua celebração. Não representa nada na esfera jurídica, assim também, não gera efeito algum. É o que ocorre, por exemplo, com casamento celebrado, hipoteticamente, por delegado ou prefeito. Ainda, conforme asseste Pontes de Miranda, não ocorre qualquer prescrição ou prazo preclusivo contra o casamento inexistente. Podendo, tal inexistência ser alegada por qualquer pessoa, e também pode o juiz decretá-la oficiosamente.
Casamento nulo:
Observando a redação do art. 1.548, II, do Código Civil, será nulo o casamento que se realizar infringindo os impedimentos elencados no art. 1.521 do código supracitado. Respectivamente:
 Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil;
II - por infringência de impedimento.
 Art. 1.521. Não podem casar:
 I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Em conformidade com o art. 1.549 do Código Civil, a declaração de nulidade pode ser arguida por qualquer interessado capaz, estes que devem possuir interesse moral, bem como, econômico (o próprio cônjuge, herdeiro necessário, tutor, curador, credores do cônjuge, etc.) ou pelo MP, o qual representa o interesse social. Um exemplo de casamento considerado nulo é o caso de alguém que já casado, declara- se solteiro, contraindo outro casamento, caracterizando bigamia. A sentença de nulidade de casamento tem efeito declaratório, pois reconhece o fato que o invalida, e seu efeito é ex tunc, ou seja, retroage à data de celebração. A ação de nulidade de casamento é imprescritível, por tratar- se de preceito de ordem pública. 
Casamento anulável:
O casamento é anulável quando contraído com desatenção a preceitos legais, com vícios de vontade ou, ainda, quando deixou de atender certas formalidades necessárias à sua validade, que lhe retiram a eficácia. O casamento anulável está disposto no artigo 1.550 do Código Civil com a seguinte redação:
Art. 1.550. É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
Parágrafo único. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada. 
Ao contrário da ação da nulidade que é imprescritível, a ação de anulação prescreve conforme os prazos estabelecidos no art. 1.560, do código outrora mencionado. 
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV - quatro anos, se houver coação.
§ 1º Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou ascendentes.
§ 2º Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração.
Conforme o art. 1.556:
 O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Expressamente neste artigo, o erro essencial quanto à pessoa do outro nubente constitui “vício da vontade” do contraente que incidiu em erro. O erro essencial ocorre quando um dos contraentes desconhece a existência desse erro no outro, pois, do contrário, jamais teria consentido e se casado. O erro pode ser físico ou civil: em ambas as hipóteses, o erro deve ser tal que inviabilize a continuação da vida em comum, tornando- a insuportável. Os fatos que constituem erro essencial quanto à pessoa do outro, estão elencados no art. 1.557, quais sejam: erro quanto a identidade, (por exemplo, se o cônjuge estava usando falsa identidade, se era foragido da polícia etc.), honra e a boa fama, ignorância do crime, defeito físico irremediável (impotência pode se encaixar nessa categoria, desde que seja um problema permanente, e não uma condição temporária) ou moléstia grave. Doença mental. O prazo para anulação é de três anos. 
Conforme o ar. 1558, a anulação do casamento também é possível na hipótese de um dos contraentes estar sob coação ao consentir. A coação, como vício de declaração de vontade, deve ser de tal ordem que acarrete à vítima fundado temor do iminente à sua esposa, à sua esposa, à sua família ou a seus bens, segundo o disposto no art.151. No caso específico do casamento, é necessário que o mal prometido seja direcionado à vida, à saúde ou a honra do coacto e seus familiares. A coabitação posterior do cônjuge que sofreu coação valida o ato.
A ação de anulação de casamento deve ser pleiteada judicialmente pelas pessoas legitimadas. Em regra, é legitimado para propor a ação anulatória o cônjuge prejudicado. Ressaltando que, antes de promover a ação de nulidade ou anulação de casamento, poderá o cônjuge, provando sua necessidade, pedir alimentos provisionais, que serão arbitrados de acordo com as possibilidades. A sentença que declarar anulado o casamento tem efeitos ex nunc. A sentença de nulidade ou anulatória não dissolve apenas a sociedade conjugal, mas dissolve também o vínculo matrimonial. Suas consequências jurídicas são semelhantes às do divórcio. Prazos para anular o casamento de acordo com o vício e com o tipo de casamento, a contar da data do casamento.
Inciso III do art. 1560: 3 anos para erro essencial do art. 1557.
Inciso IV do art. 1560: 4 anos se houver coação.
Inciso I do art. 1560: 180 dias para o caso do inciso IV do art. 1550.
1560, § 2º: 180 dias - quando tomou ciência de que o casamento ocorreu contra sua vontade e não da data do casamento, não podendo haver coabitação. Caso do inciso V do art. 1550 do Código Civil.
 Art. 1.552. A anulação do casamento dos menores de dezesseis anos será requerida:
I - pelo próprio cônjuge menor;
II - por seus representantes legais;
III - por seus ascendentes.
Art. 1542, § 1º - revogação do casamento para ter eficácia não precisa que chegue ao conhecimento do mandatário ou do consorte. Desde que a revogação tenha sido feita anterior ao casamento.
Da eficácia do casamento- Arts. 1.565- 1.568
Direitos e deveres matrimoniais.
Com o ato matrimonial nascem, automaticamente, para os consortes, situações jurídicas que impõem direitos e deveres recíprocos, reclamados pela ordem pública e pelo interesse social, e que não se medem em valores pecuniários, tais como: fidelidade recíproca, vida em comum no domicílio conjugal, mútua assistência, sustento, guarda, educação dos filhos, respeito e consideração mútua. Com a igualdade de direitos e deveres do marido e da mulher na condução da sociedade conjugal, estabelecida pela CF (art. 226, §5°) e repetida no CC (art.1556), foram introduzidos direitos e deveres comuns, dentre os quais a direção da sociedade conjugal.Desta forma, a direção da sociedade conjugal é exercida por ambos, sempre no interesse comum do casal e dos filhos. Cada cônjuge, independente do regime de bens adotado pelo casal, deverá arcar, na proporção de seus bens e rendimentos, com as despesas necessárias à manutenção da família e à educação dos filhos. Havendo divergência entre os cônjuges, qualquer um deles poderá se socorrer do Poder Judiciário, que prestará a tutela jurisdicional devida, com base nos interesses específicos daquela família. 
O direito civil brasileiro não especificou normas referentes ao dever de indenizar caso um dos cônjuges descumpra um dos deveres supracitados. Contudo, tal ausência normativa regulamentadora, o assunto não pode ser visto como ato de impedimento para aplicar- se indenização. Considerando a hipótese da teoria da responsabilidade civil no direito de família. Logo, em determinadas situações, os tribunais e doutrinas entendem que aplicar- se- a tal responsabilidade, por exemplo, em casos que sejam violados os deveres conjugais entre os companheiros. Se um dos cônjuges trai o outro, e em seguida, a faz saber o seu feito, podendo desfazer o casamento, não existirá o dever de indenizar, aparente. Contudo, na hipótese de infidelidade acompanhada de humilhação grave, de modo a expor tal ato a outros, comprometendo a honra e moralidade do cônjuge, existirá o dever de ressarcir os danos morais sofridos, pois há taxativamente agressão moral.

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