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Anestesiologia e Técnicas Cirúrgicas – Prática – P1 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Medicina Veterinária Aluno: Jeferson Bruno da Silva – Matrícula: 201406074-4 08 de setembro de 2016 - Anestesia Inalatória ANESTESIA INALATÓRIA: administrar diretamente no sistema respiratório vapores ou gases administrados via sistema respiratório com absorção e eliminação pulmonar. Eles vão entrar pelo pulmão e atingir a corrente sanguínea rapidamente. A anestesia inalatória é muito mais efetiva no quesito de manutenção, tanto no momento de colocar o animal em anestesia quando retirar o efeito. Na via intravenosa, uma vez que o fármaco é injetado você precisa esperar os efeitos passarem. Vantagens da Anestesia Inalatória. Concentração anestésica em tempo real – eu consigo planejar perfeitamente e saber quanto de anestésico o animal tem no seu interior. Maior controle do plano anestésico – diferente da intravenosa. Eliminação pela via respiratória; Não depende da atividade hepática ou renal – é perfeito para um hepatopata, para um animal com problema renal; Indução e recuperação mais rápidas porque a entrada e a saída são pela mesma via; Econômica – um anestésico inalatório custa menos que os fármacos intravenosos. Desvantagens da Anestesia Inalatória. Equipamentos para administração – eu preciso de equipamentos específicos para esse tipo de anestesia; Treinamento - precisamos saber mexer no equipamento, se o oxigênio está misturando, se o circuito está correto, saber vaporizar etc; Monitoração constante porque o animal se recupera e aprofunda muito rápido. Definições V% é a concentração do agente (mL/dL): % de anestésico em relação ao diluente. Exemplo: Halotano 2 V% -> 2% do fluxo corresponde ao anestésico, como vemos na imagem posterior. 2% de 10 litros é 200 mL. Então numa solução de 10L, 200 mL vai ser de Halotano e os outros 9.800mL vai ser de O2. Eu coloco um determinado fármaco e o lado dos alvéolos vai ter uma concentração de moléculas muito maior que no sangue e por osmose elas vão passar para o sangue e assim alcançam o cérebro e elas começam a entrar no cérebro (órgão extremamente vascularizado) e ele começa a saturar até que chega num estado de equilíbrio e então ele começa a ir para todos os órgãos. Estado de Equilíbrio: quando todos os tecidos estão com a mesma concentração sanguínea. É uma dinâmica que não tem gasto de energia, é tudo feito por osmose. É onde tem maior concentração para onde tem menor concentração. SOLUBILIDADE LIPÍDICA/SANGUÍNEA: Quanto mais solúvel, mais lenta a indução e recuperação anestésica. CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR MÍNIMA (CAM) - POTÊNCIA Concentração alveolar mínima de um anestésico que determina a ausência de resposta de estímulos dolorosos em 50% dos pacientes expostos. Para anestesia cirúrgica utilizamos valores de 1,2 e 1,4 CAM, onde 95% dos pacientes não reagem a estímulos. HALOGENADOS São líquidos voláteis e eles volatilizam com temperatura. Fatores que podem alterar a CAM • Diminui a CAM: hipotermia, idade avançada, prenhez,, hiponatremia, anemia, hipóxia, hipercapnia ou hipotensão grave, sedativos, tranquilizantes, opióides, anestésicos locais, cetamina; • Aumentam a CAM: hipertermia, hipertireoidismo, fármacos estimulantes, hipernatremia; Fatores que NÃO alteram a CAM Duração da anestesia (a dose não tem nada a ver com o tempo de procedimento), sexo, obesidade (não tem o depósito nos adipócitos), hipertensão. Objetivo da Anestesia Inalatória Narcose Relaxamento Muscular Analgesia (mas tem que dar um anestésico se tiver estímulo doloroso); EFEITOS DOS ANESTÉSICOS INALATÓRIOS SISTEMA NERVOSO CENTRAL Os mecanismos exatos são desconhecidos; Eventos espinhais (analgesia) e supra espinhais (amnésia e hipnose) EEG: inicialmente a frequência das ondas aumenta, depois diminui e a amplitude aumenta, depois a amplitude diminui. Cada anestésico se comporta de uma maneira. Diminui o metabolismo cerebral Fluxo sanguíneo cerebral – não se altera ou aumenta um pouco pela vasodilatação (os anestésicos inalatórios são no geral vasodilatadores). HAL > ISO = SEVO= DES Aumento da pressão intracraniana (mas são mais influenciados pelo PaCO2e ventilação) Analgesia questionável RESPIRATÓRIO Diminui do volume corrente (o volume que entra e sai do organismo, na inspiração e expiração) e a frequência respiratória. Isso tudo é dose dependente. Aumento progressivo limiar PCO2 (quimiorreceptores medula e arco aórtico) A depressão de cada agente varia para cada espécie Sofre influencia do modo de ventilação O estímulo de dor estimula ventilação CARDIOVASCULAR Depressão dose-dependente – quanto mais fármaco, maior a depressão; INOTROPISMO NEGATIVO (diminuição da força de contração) e isso consequentemente leva a uma diminuição do volume de ejeção e o débito cardíaco – isso também é dose-dependente. HAL >SEVO > DES > ISO Diminui a pressão arterial que é dose-dependente por conta da vasodilatação = Diminuindo a resistência vascular sanguínea. HALOTANO Odor adocicado, líquido incolor, não é irritante Conservante timol – esse conservante tem que ter um vaporizador adequado porque ele pode estragar a maioria. O vaporizador universal pode utilizar. Ponto de ebulição 50oC --------------------SG/GAS=2,54 --------------OLEO/GAS=224 Não inflamável, relativamente atóxico; 20% metabolização hepática e por isso não é indicado para animais hepatopatas. Metabólitos podem persistir por muitos dias no fígado; EFEITOS SNC Depressão dose-dependente. Depressão centro termorregulação – predispõe o animal a ter hipotermia Causa ativação do gene mutado levando a hipertermia maligna em suínos, humanos, equinos, cães e gatos. Aumenta o fluxo sanguíneo cerebral = Aumenta a pressão intra craniana. RESPIRATÓRIO Depressão dose-dependente. CARDIOVASCULAR Depressão dose-dependente Diminui a resistência vascular sistêmica = vasodilatação. Se o animal for saudável, essa vasodilatação não afeta muita coisa, mas se ele tem um problema cardíaco essa vasodilatação pode causar problemas sérios. Inotropismo negativo (↓ contratilidade) Diminui a ação do SN simpático Mantém a frequência cardíaca no estado normal. Potencializa ação de relaxantes musculares não-despolarizantes; Atravessa barreira placentária e não pode ser utilizado em gestantes. Sensibiliza miocárdio às catecolaminas: Aumenta a automaticidade do nodo sinoatrial e leva a uma despolarização mais intensa, trabalhando de forma que não deveria. Causando uma contração ventricular pré-matura – EXTRA-SISTOLE VENTRICULAR. É uma doença cardiovascular, causada também por fármacos simpatomiméticos. Incomum em equinos USO CLÍNICO Atualmente restrito aos grandes animais, principalmente equinos; Contraindicações para pacientes geriátricos, cardiopatas, com uso menor que 4 semanas; ISOFLUORANO Líquido incolor, irritante vias aéreas; Sem conservante; Não inflamável e atóxico; 0,25% metabolização hepática – favorável para animais com problemas hepáticos. Ponto de ebulição – 49ºC ------------------------SG/GAS = 1,46 -----------------OLEO/GAS = 91 Produz induções e recuperações rápidas (pode causar delírio na recuperação) EFEITOS SNC Depressão generalizada dose-dependente Depressão centro termorregulação–hipotermia ? Mantém fluxo de sangue cerebral inalterado – é ideal para animais com trauma braquicefálico. RESPIRATÓRIO Depressão dose-dependente >HAL; CARDIOVASCULAR Depressão dose-dependente <HAL Diminui a resistência vascular sistêmica RVS = vasodilatação <HAL Inotropismo negativo <HAL Manutenção do débito cardíaco pelo ↑ FC INOTROPISMO ≠ CRONOTROPISMO ≠ LUSITROPISMO Hipotensor dose-dependente Não sensibiliza miocárdio para arritmias Excelente relaxamento muscular Potencializa ação de relaxantes musculares não-despolarizantes Pode causar hipertermia maligna em suínos Atravessa barreira placentária USO CLÍNICO Manutenção da anestesia geral em pequenose grandes animais Indutor na máscara ou câmara anestésica (animais silvestres) Causa hipoventilação, apneia e recuperações ruins em equinos; SEVOFLUORANO Líquido incolor, NÃO irritante vias aéreas Sem conservante Não inflamável, e atóxico 3% metabolização hepática Ponto de ebulição 59ºC ----------------------SG/GAS= 0,68 ----------------SG/OLEO = 27,7 Produz indução e recuperações rápidas Interação com a cal sodada ---COMPOSTO A ---nefrotóxica??? EFEITOS SNC Depressão generalizada dose-dependente Depressão centro termorregulação–hipotermia RESPIRATÓRIO Depressão dose-dependente > HAL CARDIOVASCULAR Depressão dose-dependente < HAL < ISO Menor aumento da FC que o ISO Excelente relaxamento muscular Atravessa barreira placentária USO CLÍNICO Indução na máscara e manutenção de neonatos, pacientes críticos e animais silvestres Uso somente em vaporizador calibrado Custo elevado Manutenção Anestésica Manutenção do plano anestésico para realização do procedimento com o mínimo de estresse, desconforto, dor e efeitos adversos para o paciente e anestesista; Efeitos Narcose Analgesia Amnésia – o animal não pode lembrar do procedimento; Relaxamento muscular AGENTES VOLÁTEIS = ANESTESIA INALATÓRIA AGENTES INTRAVENOSOS = BOLUS E INFUSÃO CONTINUA (TIVA) AGENTES INALATÓRIOS + INTRAVENOSOS (PIVA OU BALANCEADA) ANESTESIA INALATÓRIA Precisa ter um monitoramento adequado para um melhor procedimento. (Sim, a professora só falou isso!) ANESTESIA INTRAVENOSA TIOPENTAL INDIÇAÇÕES: Pacientes hígidos: cães, gatos, equinos, bovinos, suínos, caprinos, ovinos Gestantes: NUNCA, porque há depressão fetal dose-dependente; Neonatos e geriatras: metabolismo hepático imaturo ou deficiente, então não se utiliza; Cardiopatas: predisposição a arritmias e então não é o fármaco ideal; Pacientes críticos: trauma crânio-encefálico, torácico, abdominal ETOMIDATO Causa supressão da adrenal Hemólise intravascular. O animal tem uma recuperação ruim. Então não fazemos mais de uma administração de etomidato. Ele só serve para INDUZIR o animal, somente isso. Então ele não é utilizado para nada além disso. PROPOFOL É um fármaco não cumulativo: infusão em gatos. INDIÇAÇÕES: Pacientes hígidos: cães, gatos, equinos, bovinos, suínos, caprinos, ovinos Gestantes: causa depressão fetal dose-dependente, então não é utilizado. Neonatos e geriatras: metabolização extra-hepática e por isso até fazemos, então não há tanto problema. Cardiopatas: pacientes bem compensados; Pacientes críticos: Trauma crânio-encefálico, torácico, abdominal Exceto em pacientes com instabilidade hemodinâmica – choque DISSOCIATIVOS É muito utilizado principalmente em animais selvagens. CETAMINA Ação ultracurta – tem EFEITO CUMULATIVO Analgesia somática – no músculo esquelético então é ótimo nesse caso, a analgesia visceral não é adequada. É usado como contenção química de animais silvestres por via intramuscular, geralmente são através daqueles dardos. Necessária associação com sedativo e/ou relaxante muscular – tem que ter cuidado para não causar overdose de relaxante muscular; Estado Cataleptóide – olhos abertos Hipertonia muscular Nistagmo Salivação e lacrimejamento Manutenção dos reflexos protetores ESTIMULANTE CARDIOVASCULAR RESPIRATÓRIO INALTERADO ZOLETIL – Gatos INDIÇAÇÕES: Pacientes hígidos: cães, gatos, equinos, bovinos, suínos, ovinos, caprinos Gestantes: depressão fetal Neonatos e geriatras: metabolismo hepático imaturo ou deficiente Cardiopatas: sem reserva cardíaca Pacientes críticos: trauma crânio-encefálico, torácico, abdominal; sepse, choque, politraumatizados
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