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Resumo sobre ORIGEM E FORMAÇÃO DE AUTORIDADES CENTRAIS

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ORIGEM E FORMAÇÃO DE AUTORIDADES CENTRAIS
Ao cabo de longo processo evolutivo, os bancos centrais assumiram cinco grandes funções: emissores de notas, em regime monopolista; depositários das reservas do sistema; emprestadores de última instância; supervisores e reguladores dos bancos comerciais; condutores da política monetária. De modo geral, os bancos centrais responsabilizam-se também pelo bom funcionamento do sistema de pagamentos da economia. Em alguns países, como Estados Unidos, por exemplo, a responsabilidade pela regulação bancária não cabe exclusivamente à autoridade monetária. E além das autoridades bancárias estaduais, existem três agencias federais envolvidas nas tarefas de supervisão e regulação das operações bancárias. Segundo Vera Smith (1990:167-168), a função primária de um banco central é a de emissor monopolista, e dela teriam emergido as demais. No caso inglês, pensando no papel de centralizador das reservas dos bancos, a partir de um dado momento, as instituições bancárias de porte reduzido, passaram a manter em seu próprio caixa nada além do necessário para as operações do dia a dia. Dada a enorme credibilidade do Banco da Inglaterra, para ele eram canalizadas as reservas bancarias do sistema. O papel de guardião das reservas de ouro do sistema bancário e de depositário de grande proporção das reservas de dinheiro do sistema decorre da existência de monopólio na emissão de notas. Além de conveniente, é seguro manter reservas num banco central desde que exista a certeza, ou elevado grau de confiança, de que as notas da autoridade central serão aceitas independentemente das circunstâncias. E o raciocínio vai além: ter monopólio sobre a emissão monetária da poder de controle sobre o crédito de todo o sistema. Por conseguinte, a função de condutor da política monetária também seria de natureza secundária. Por certo, a questão do monopólio na atividade de emissão de notas não constituiu o único fator por trás do fortalecimento das instituições que pouco a pouco adquiriram funções de banco central. De qualquer modo, independentemente do fator que se queira destacar, sempre estiveram presentes favores e privilégios, em geral concedidos em troca de crédito. Tudo isso deixa ainda mais claro o fato de que o desenvolvimento de bancos centrais nada teve de “natural”. Em verdade, permite perceber que a moeda e a autoridade monetária central tiveram origens bem distintas. A primeira nasceu da interação das forças de mercado; a segunda, da intervenção governamental. Como é fácil constatar, a intervenção governamental no campo monetário assumiu grandes proporções. De inicio, a intervenção era representada apenas pela aplicação de um selo público de qualidade, que era facilmente reconhecido e de difícil “clonagem”, nas peças de metal utilizadas como moeda. Logo em seguida, passou-se a definir oficialmente a unidade de conta, estabelecendo o conteúdo metálico dessa unidade. Mais tarde, veio a política de fixação de uma relação oficial de preço entre dois metais, ouro e prata. Nos tempos modernos, faz-se o uso de autoridades monetárias centrais, que exercem um significativo número de funções. Por conseguinte, o sistema bancário criava inside money, toda moeda conversível em alguma coisa é desse tipo. Outside money, por sua vez, representa um ativo para os que detêm esse tipo de moeda, mas não constitui passivo de ninguém. Enquanto prevaleceu o sistema metálico, moedas e barras de outro enquadravam-se nesse caso. De modo geral, as primeiras emissões feitas por bancos privados eram de natureza conversível. Isso também se aplicava a emissões governamentais ou de bancos patrocinados pelo governo. Numa etapa inicial, portanto, a moeda governamental era do tipo inside, havendo o compromisso de convertê-la em metal, sob demanda. À medida que o sistema bancário foi se desenvolvendo, os bancos comerciais começaram a encarar como outside money toda forma de emissão governamental que não oferecesse remuneração. Por fim, quando as moedas conversíveis desapareceram o mundo passou a adotar regimes fiduciários puros. O regime fiduciário puro caracteriza-se pela presença de uma moeda dominante, de natureza fiduciária, ofertada pelo governo em caráter monopolista, e de muitas moedas privadas, representadas por depósitos em considerável número de bancos comerciais. Por não envolver compromisso de qualquer natureza, a moeda puramente fiduciária, de emissão governamental, corresponde ao tipo outside. A dos bancos constitui money. A história monetária revela que a única alternativa plausível a um regime baseado na emissão de moeda fiduciária pelo governo é o sistema metálico, no qual emissores privados produzem moedas conversíveis. Salvo no caso de uma grande catástrofe, em escala mundial, não se retornará a esse tipo de sistema. Há muito admite-se que os bancos são instituições especiais. No passado, isso decorria, em larga medida, do fato de as notas bancárias constituírem moeda. Ou seja, um certo tipo de passivo dessas instituições apresentava características peculiares, sendo usado como meio de troca. Isso as distinguia. Após um extenso debate, travado em diferentes países, chegou-se a conclusão de que a emissão de notas bancárias precisava ser controlada. Tal ideia foi posta em prática primeiramente na Inglaterra, onde se aprovou a Lei Peel (1844). Mais tarde, restrições de teor equivalente foram introduzidas em outras partes da Europa. Existe certo consenso de que o livre crescimento do sistema bancário trouxe uma serie de problemas. Em particular, pode-se atribuir a tal fenômeno parcela importante da responsabilidade por um bom numero de crises financeiras, tanto no final do século XIX, quanto nas primeiras décadas do XX. Na época, em termos globais, a reação governamental mais relevante foi a criação do Fed, nos Estados Unidos. De resto, predominou o ambiente competitivo. Em essência, a estrutura do sistema bancário de nossos dias não difere da prevalecente nos primeiros anos dos regimes monetários mistos, quando apareceu a moeda-papel. Aos antigos ourives confiava-se a guarda de moedas e pertences de valor, os quais davam origem a recibos e certificados. Por correspondência a depósitos monetários, estes passaram a ser aceitos em transações comerciais. Com a criação do Sistema Bancário Nacional, preservou-se o principio do livre estabelecimento de instituições bancarias. Sinal de que o sistema de bancos emissores privados tinha boa aceitação. Ao mesmo tempo, manteve-se o espírito do mecanismo de garantia de emissões de notas bancárias, alterando-se apenas a natureza das garantias para títulos do governo federal, a serem depositadas no Tesouro. Em seguida, o referido espaço ampliar-se-ia consideravelmente, com a aprovação de uma emenda à nova Lei Bancária, promulgada um ano depois. O instrumento estabeleceu um imposto de 10% sobre as notas emitidas por bancos que operassem ao amparo de legislações estaduais. De qualquer modo, independentemente da verdadeira motivação para impor a referida tributação, o fato concreto é que,nos anos seguintes, reduziu-se substancialmente o número de bancos estaduais. A política consistia em explorar, junto ao público, vantagens associadas ao uso dos cheques. Antes da alteração legal, quem contraísse um empréstimo levava moedas metálicas ou notas bancarias. Na nova situação, os tomadores passaram a receber crédito em conta bancária, ou cheque da instituição.

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