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Gestão da Cadeia de Suprimentos na Área de Saúde unid III

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Unidade III
Unidade III
5 CLASSIFICAÇÃO ABC
A análise ABC de estoque é uma das formas mais usadas pelas organizações para se examinar e 
administrar os estoques.
Essa classificação consiste em se observar e analisar a movimentação de estoques em determinado 
período, seis meses ou um ano, em quantidades e sua relevância em valor monetário dos itens constantes 
dos estoques.
Com base nesta análise, cria‑se uma classificação dos estoques identificando itens de classe A como 
os mais importantes e relevantes; de classe B, com os itens não tão relevantes, mas significativos; e de 
classe C, com os itens de menor relevância.
Não existe uma regra que estabeleça o percentual aplicado aos itens de classe A, B ou C. A classificação 
vai depender da composição dos itens do estoque de cada organização, sendo que, normalmente, os 
itens de classe A representam um total de 40% a 70% dos estoques e os itens de classe B representam 
entre 15% e 50%, o restante ficando como classificação de itens classe C.
Segundo Martins (2012), a experiência demonstra que poucos itens, de 10% a 20% do total dos 
estoques, são classe A, 50% são de classe C e entre 30% e 40% são de classe B.
Vamos ver a aplicabilidade desta forma de análise de estoques.
Vamos imaginar que um hospital pediátrico possui um determinado número de itens no estoque e 
que o consumo nos últimos seis meses se deu conforme a tabela a seguir.
Tabela 5 – Composição do consumo do 
hospital pediátrico nos últimos seis meses
Item Consumo em unidades nos seis meses
Custo unitário 
em R$ 
10.035 35 2,40
10.036 17.035 0,12
10.039 5 150,00
10.130 268 3,54
10.143 498 7,00
10.146 1.054 35,00
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
10.200 3.780 2,69
10.340 28 1,90
10.341 39 0,20
10.347 233 0,70
10.349 850 0,98
10.501 15.020 1,40
10.530 2.450 20,00
10.531 108 98,00
10.532 234 1,30
O responsável pela farmácia do hospital nos convidou para ajudá‑lo a construir a curva ABC dos 
estoques da farmácia do hospital pediátrico.
O primeiro passo é incluir uma coluna com os custos totais de cada item.
Para calcular os custos totais, basta multiplicar o consumo pelo custo unitário. Veja o resultado na 
tabela a seguir.
Tabela 6 – Valorização do consumo no período de seis meses
Item
Consumo em unidades 
nos seis meses
(A)
Custo unitário 
em R$ 
(B)
Custo total do 
consumo em R$ 
(A) x (B)
10.035 35 2,40 84,00
10.036 17.035 0,12 2.044,20
10.039 5 150,00 750,00
10.130 268 3,54 948,72
10.143 498 7,00 3.486,00
10.146 1.054 35,00 36.890,00
10.200 3.780 2,69 10.168,20
10.340 28 1,90 53,20
10.341 39 0,20 7,80
10.347 233 0,70 163,10
10.349 850 0,98 833,00
10.501 15.020 1,40 21.028,00
10.530 2.450 20,00 49.000,00
10.531 108 98,00 10.584,00
10.532 234 1,30 304,20
Total 136.344,42
Com a valorização do consumo, o próximo passo é ordenar os itens de forma decrescente em relação 
ao custo total. Veja na tabela a seguir como fica a classificação dos itens.
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Tabela 7 – Ordenação por relevância dos itens de consumo
Item Consumo em unidades nos seis meses
Custo unitário 
em R$ 
Custo total do 
consumo em R$ 
10.530 2.450 20,00 49.000,00
10.531 1.054 35,00 36890,00
10.146 15.020 1,40 21.028,00
10.501 108 98,00 10.584,00
10.200 3.780 2,69 10.168,20
10.349 498 7,00 3.486,00
10.143 17.035 0,12 2.044,20
10.036 268 3,54 948,72
10.130 850 0,98 833,00
10.039 5 150,00 750,00
10.532 234 1,30 304,20
10.347 233 0,70 163,10
10.035 35 2,40 84,00
10.340 28 1,90 53,20
10.341 39 0,20 7,80
Total 136.344,42
Após a ordenação decrescente do total do consumo, a próxima etapa é identificar a participação 
percentual de cada item em relação ao total consumido. Para isso, basta dividir o custo total de cada 
item em reais pelo total geral do estoque. Vamos demonstrar isso na tabela a seguir.
Tabela 8 – Valorização percentual de cada item em relação ao total
Item Consumo em unidades nos seis meses
Custo unitário 
em R$ 
Custo total do 
consumo em R$ %
% 
acumulado
10.530 2.450 20,00 49.000,00 35,938 35,938
10.531 1.054 35,00 36.890,00 27,056 62,995
10.146 15.020 1,40 21.028,00 15,423 78,418
10.501 108 98,00 10.584,00 7,763 86,180
10.200 3.780 2,69 10.168,20 7,458 93,638
10.349 498 7,00 3.486,00 2,557 96,195
10.143 17.035 0,12 2.044,20 1,499 97,694
10.036 268 3,54 948,72 0,696 98,390
10.130 850 0,98 833,00 0,611 99,001
10.039 5 150,00 750,00 0,550 99,551
10.532 234 1,30 304,20 0,223 99,774
10.347 233 0,70 163,10 0,120 99,894
10.035 35 2,40 84,00 0,062 99,955
10.340 28 1,90 53,20 0,039 99,994
10.341 39 0,20 7,80 0,006 100,000
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
Note que apenas dois itens já compõem 62,995% do total, sendo eles os itens indicados como classe 
A. Os três itens seguintes, juntos, compõem 30,643, sendo classificados como classe B, e o restante 
classificado como classe C. Dessa forma, a tabela de estoque segundo a classificação ABC ficaria no 
seguinte formato:
Tabela 9 – Classificação ABC dos itens do hospital pediátrico
Item
Consumo em 
unidades nos seis 
meses
Custo unitário 
em R$ 
Custo total do 
consumo em R$ % % acumulado ABC
10.530 2.450 20,00 49.000,00 35,938 35,938 A
10.531 1.054 35,00 36.890,00 27,056 62,995 A
10.146 15.020 1,40 21.028,00 15,423 78,418 B
10.501 108 98,00 10.584,00 7,763 86,180 B
10.200 3.780 2,69 10.168,20 7,458 93,638 B
10.349 498 7,00 3.486,00 2,557 96,195 C
10.143 17.035 0,12 2.044,20 1,499 97,694 C
10.036 268 3,54 948,72 0,696 98,390 C
10.130 850 0,98 833,00 0,611 99,001 C
10.039 5 150,00 750,00 0,550 99,551 C
10.532 234 1,30 304,20 0,223 99,774 C
10.347 233 0,70 163,10 0,120 99,894 C
10.035 35 2,40 84,00 0,062 99,955 C
10.340 28 1,90 53,20 0,039 99,994 C
10.341 39 0,20 7,80 0,006 100,000 C
Total 136.344,42
A vantagem de se utilizar a classificação ABC é dar mais atenção aos itens mais importantes, pois, se 
melhorarmos sua utilização, podemos gerar economia para a organização.
Vamos imaginar que após classificarmos os itens do hospital, conseguimos uma redução de consumo 
dos itens da classe A na ordem de 15% Estaremos assim trazendo para a organização uma economia de 
9,45% do total de itens consumidos.
 Observação
Para a forma de classificação ABC, há um detalhe muito importante que 
é preciso se levar em consideração.
Alguns itens podem ser utilizados em pouca quantidade e ter um custo 
unitário muito baixo, mas apesar deste fato, são itens muito importantes 
para o funcionamento da operação da organização.
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Unidade III
É necessário que observemos a relevância destes itens em relação 
à operação da organização e tratá‑los com critério, pois, apesar de sua 
irrelevância monetária, são itens importantes para o bom funcionamento 
da organização e precisamos dar atenção especial.
 Saiba mais
Para consolidar nosso aprendizado sobre classificação ABC de materiais, 
leia o artigo a seguir, que nos apresenta uma ferramenta para redução de 
custos na área da saúde pela contenção de gastos e melhoria da qualidade 
do serviço.
LOURENÇO, K. G.Classificação ABC dos materiais: uma ferramenta 
gerencial de custos em enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem. 
2006, jan‑fev, 59(1): 52‑5.
O artigo a seguir nos apresenta a redução de custos com a utilização de 
classificação ABC de materiais na área da saúde.
SIMONETTI, V. L. M. Seleção de medicamentos classificação ABC 
e redução do nível dos estoques da farmácia hospitalar. In: Encontro 
Nacional de Engenharia de Produção. ENEGEP, XXVII, 2007, Foz do 
Iguaçu.
6 INDICADORES DE GESTÃO DE ESTOQUES, INvENTáRIOS E ADmINISTRAÇÃO 
DE mATERIAIS
6.1 Indicadores de gestão de estoques
A gestão de estoques é um conjunto de atividades e procedimentos que, através das políticas 
desenvolvidas pela organização, tem como objetivo a máxima eficiência e eficácia, com o menor custo, 
obtendo o maior giro de materiais possível para o capital investido neste setor.
Para buscar a eficiência, é importante haver um equilíbrio entre estoque e consumo e, segundo 
Viana (2011), precisam ser seguidos alguns critérios, regras e atribuições. Observe o quadro a seguir, que 
representa algumas destas atribuições.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
Quadro 1 – Atribuições, regras e critérios para a gestão de estoques
a) Centralizar as informações para acompanhamento e planejamento da gestão.
b) Definir parâmetros de todas as matérias do estoque (estoque mínimo, máximo e de segurança).
c) Impedir entrada de materiais desnecessários, mantendo somente os de interesse da empresa.
d) Acionar o departamento de comprar para acelerar o processo de itens que tem variação de 
consumo para atender as necessidades da empresa.
e) Decidir sobre aceite ou não de materiais entregues além da quantidade estabelecida.
f) Realizar estudos sobre materiais obsoletos ou sem uso para venda e retirada do estoque.
g) Determinar a quantidade a ser comprada para cada material através de lotes econômicos.
h) Desenvolver a padronização de matérias.
i) Analisar e acompanhar a evolução dos estoques através de estudos estatísticos.
Adaptado de: Viana (2012).
Existem vários índices de avaliação de estoques. Neste livro‑texto apresentaremos os principais e 
mais usuais no cotidiano das organizações.
Para iniciarmos a apresentação dos indicadores de gestão de estoque, é importante sabermos os 
métodos de avaliação dos estoques que segundo Dias (2009) podem ser de quatro formas:
• Avaliação pelo método de custo médio.
• Avaliação pelo método de primeiro que entra, primeiro que sai, ou Peps (Fifo).
• Avaliação pelo método último que entra primeiro que sai, ou Ueps (Lifo).
• Avaliação pelo custo de reposição.
6.1.1 Método de avaliação de estoques pelo custo médio
A avaliação pelo método de custo médio é a mais utilizada pelas organizações, pois apresenta os 
estoques de forma equilibrada às flutuações de preços.
Esse método é calculado tomando‑se como base o valor médio das movimentações dos estoques. 
Vamos observar um exemplo na tabela a seguir em que a valorização dos estoques é realizada pelo custo 
médio.
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Tabela 10 – Exemplo de valorização dos estoques pelo custo médio
Data
Entradas Saídas Saldo
Q. P. u. Total Q. P. u. Total Q. P. u. Total
01/01 1.000 2,00 2.000,00
Legenda:
Q. – Quantidade
P. u. – Preço unitário do item
Total – Custo total do item (Q x P. u.)
Na tabela anterior, para um item do estoque temos o seguinte saldo em 01/01: 1.000 unidades ao 
preço unitário de R$ 2,195, que perfaz um total de R$ 2.000,00 para este item do estoque.
Tomando‑se como base uma nova compra deste material no dia 03/01, sendo de 2.000 unidades ao 
preço unitário de R$ 2,195, como ficaria nosso controle?
Veja na tabela a seguir o lançamento desta compra.
Tabela 11 – Ficha de controle de estoque com a movimentação de compra
Data
Entradas Saídas Saldo
Q. P. u. Total Q. P. u. Total Q. P. u. Total
01/01 1.000 2,00 2.000,00
03/01 2,000 2,195 4.390,00 3.000 2,13 6.390,00
Legenda:
Q. – Quantidade
P. u. – Preço unitário do item
Total – Custo total do item (Q x P. u.)
Para se chegar ao custo médio de R$ 2,13, o primeiro passo é somar as quantidades e colocar na 
coluna de saldo quantidade (1.000 + 2.000). O segundo passo é somar o custo total anterior com o 
custo total da compra e colocar na coluna saldo custo total (2.000,00 + 4.400,00). O terceiro e último 
passo é dividir saldo total pela quantidade total (6.390,00/3.000) que nos apresenta o custo unitário 
total atualizado (2,13).
Vamos imaginar agora uma saída de material de 1.500 unidades no dia 05/01. Como ficaria nossa 
ficha de controle de estoque deste produto?
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
Veja na tabela a seguir como fica a ficha de controle do item com o lançamento de saída.
Tabela 12 – Ficha de controle de estoque com movimentação de saída
Data
Entradas Saídas Saldo
Q. P. u. Total Q. P. u. Total Q. P. u. Total
01/01 1.000 2,00 2.000,00
03/01 2.000 2,195 4.390,00 3.000 2,13 6.390,00
05/01 1.500 2,13 3.195,00 1.500 2,13 3.195,00
Legenda:
Q. – Quantidade
P. u. – Preço unitário do item
Total – Custo total do item (Q x P. u.)
Note que o custo unitário utilizado na saída de material é o do saldo anterior, então temos a 
quantidade de saída de 1.500 unidades, multiplicados pelo preço unitário de R$ 2,13 (P. u. do saldo), 
que perfaz uma baixa de R$ 3.195,00.
Vamos ver os outros métodos de avaliação, e no final faremos uma comparação entre eles.
6.1.2 Método de avaliação de estoques pelo sistema primeiro que entra primeiro que sai
Este método de avaliação utiliza a ordem de entrada do produto em ordem cronológica e a saída se 
dá pela primeira entrada, depois as outras sucessivamente. Vamos visualizar melhor este método através 
do mesmo exemplo feito para o método de avaliação pelo custo médio.
Tabela 13 – Exemplo de valorização dos estoques 
pelo primeiro que entra primeiro que sai
Data
Entradas Saídas Saldo
Q. P. u. Total Q. P. u. Total Q. P. u. Total
01/01 1.000 2,00 2.000,00
Legenda:
Q. – Quantidade
P. u. – Preço unitário do item
Total – Custo total do item (Q x P. u.)
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Lançando a compra de material teríamos o seguinte lançamento na ficha.
Tabela 14 – Ficha de controle de estoque com a movimentação de compra
Data
Entradas Saídas Saldo
Q. P. u. Total Q. P. u. Total Q. P. u. Total
01/01 1.000 2,00 2.000,00
03/01 2.000 2,195 4.390,00 1.0002.000
2,00
2,195
2.000,00
4.390,00
Legenda:
Q. – Quantidade
P. u. – Preço unitário do item
Total – Custo total do item (Q x P. u.)
Note que para o saldo final, os dois custos são mantidos separadamente.
Vamos lançar a saída de material e ver como fica nossa ficha de controle deste produto.
Tabela 15 – Ficha de controle de estoque com movimentação de saída
Data
Entradas Saídas Saldo
Q. P. u. Total Q. P. u. Total Q. P. u. Total
01/01 1.000 2,00 2.000,00
03/01 2.000 2,195 4.390,00 1.0002.000
2,00
2,195
2.000,00
4.390,00
05/01 1.000500
2,00
2,195
2.000,00
1.097,50 1.500 2,195 3.292,50
Legenda:
Q. – Quantidade
P. u. – Preço unitário do item
Total – Custo total do item (Q x P. u.)
Note que para a saída pelo método Peps, você retira primeiro o saldo anterior até esgotar 
totalmente o saldo remanescente (1.000), depois você começa com os saldos subsequentes (2.000 
retirando 500).
6.1.3Método de avaliação de estoques pelo sistema último que entra primeiro que sai
Seguindo a demonstração do método anterior, aqui o último lote de compra é o primeiro a dar saída 
no controle. Vamos ver nas fichas o mesmo exemplo dos métodos anteriores.
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Tabela 16 – Exemplo de valorização dos estoques pelo último que entra primeiro que sai
Data
Entradas Saídas Saldo
Q. P. u. Total Q. P. u. Total Q. P. u. Total
01/01 1.000 2,00 2.000,00
Legenda:
Q. – Quantidade
P. u. – Preço unitário do item
Total – Custo total do item (Q x P. u.)
Lançando a compra de material teríamos o seguinte lançamento na ficha.
Tabela 17 – Ficha de controle de estoque com a movimentação de compra
Data
Entradas Saídas Saldo
Q. P. u. Total Q. P. u. Total Q. P. u. Total
01/01 1.000 2,00 2.000,00
03/01 2.000 2,195 4.390,00 1.0002.000
2,00
2,195
2.000,00
4.390,00
Legenda:
Q. – Quantidade
P. u. – Preço unitário do item
Total – Custo total do item (Q x P. u.)
Note que para o saldo final, os dois custos são mantidos separadamente, como o método Peps.
Vamos lançar a saída de material e ver como fica nossa ficha de controle deste produto.
Tabela 18 – Ficha de controle de estoque com movimentação de saída
Data
Entradas Saídas Saldo
Q. P. u. Total Q. P. u. Total Q. P. u. Total
01/01 1.000 2,00 2.000,00
03/01 2.000 2,195 4.390,00 1.0002.000
2,00
2,195
2.000,00
4.390,00
05/01 1.500 2,195 3.292,50 1.000 500
2,00
2,195
2.000,00
1.097,50
Legenda:
Q. – Quantidade
P. u. – Preço unitário do item
Total – Custo total do item (Q x P. u.)
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Unidade III
Note que para a saída pelo método Ueps, você retira primeiro o saldo da última entrada até esgotar 
totalmente o saldo remanescente (2.000 – 1.500 = 500), depois você começa com os saldos anteriores (1.000).
Este método pode ser interessante para algumas organizações, mas para efeitos contábeis este 
método não é aceito pelo fisco.
6.1.4 Método de avaliação pelo custo de reposição
Este método tem como base trabalhar os mesmos custos levando em consideração os índices de 
inflação. É utilizado pelas empresas para nível de tomada de decisão, pois são os preços mais próximos 
do preço de mercado.
Esta forma de avaliação como o método Ueps, também não é aceita pelo fisco para efeitos contábeis.
A fórmula para se calcular o custo de reposição é:
CR = Pu (1 + i)
Onde:
CR = Custo de reposição
Pu = Preço unitário
i = Índice percentual de acréscimo.
Exemplo de aplicação
Um laboratório farmacêutico possui uma matéria‑prima a um custo unitário de R$ 27,35. Está sendo 
estimado um aumento de preço do mercado na ordem de 12%. Qual é o custo de reposição desta matéria‑prima?
Resolução:
CR = Pu (1 + i)
Temos:
CR = 27,35 (1 + 0,12)
CR = 30,632
O custo de reposição para esta matéria‑prima é de R$ 30,632, ou R$ 30,63.
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 Lembrete
Os únicos métodos aceitos pelo fisco para efeitos contábeis é o custo 
médio e o Peps. Os outros dois métodos não são aceitos e, se utilizados, 
controles paralelos devem ser feitos para um dos dois métodos aceitos e 
apresentados pela contabilidade.
6.1.5 Comparativo entre os métodos
A organização pode escolher qualquer um dos métodos para a gestão de seus estoques e apenas os 
métodos custo médio e Peps são aceitos pelo fisco. Vamos compará‑los com relação à sua utilização.
O método primeiro que entra primeiro que sai é uma ferramenta que lhe dá uma maior proximidade 
em relação ao último preço praticado.
Mas a maioria das empresas utiliza o método de custo médio, pois em um país onde os preços 
sempre estão em ascensão como o Brasil, o método de custo médio nos apresenta um custo de saída 
maior, significando um benefício fiscal antecipado pela utilização deste método.
Em nosso exemplo, o custo de saída pelo custo médio foi de R$ 3.195,00. Já pelo Peps, o custo da 
saída foi de R$ 3.097,50, inferior ao método de custo médio.
6.1.6 Índices de avaliação na armazenagem
O gestor do almoxarifado é o responsável pelas atividades voltadas para a gestão da armazenagem. 
Ele precisa se certificar que os materiais adquiridos foram recebidos na quantidade certa, no prazo 
adequado e ao preço contratado no pedido de compra. Para avaliar este desempenho existe uma série 
de índices que podem ser calculados pela organização a fim de monitorar este desempenho. Segundo 
Viana (2012), as atividades que podem ser monitoradas são:
a) quantidade de itens requisitados;
b) quantidade de itens recebidos;
c) quantidade itens inspecionados;
d) quantidade de itens distribuídos;
e) quantidade de itens devolvidos;
f) quantidade de itens liberados;
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Unidade III
g) quantidade de itens pendentes de distribuição;
h) quantidade de ajustes de estoques efetuados.
Para calcularmos o desempenho destas atividades podemos usar uma fórmula universal a todas.
I = (Nc/Nt) x 100
Onde:
I = Índice em percentual
Nc = Número de ocorrências da atividade
Nt = Número total de atividade
Vamos ver um exemplo para a atividade quantidade de itens devolvidos:
Exemplo de aplicação
A farmácia de um hospital, no mês de junho, teve uma movimentação de entrada de um determinado 
produto de 150. Neste mesmo período ocorreram quatro devoluções. Qual o índice de devolução desta 
farmácia do hospital?
Resolução:
I = (Nc/Nt) x 100
Temos:
I = (4/150) x 100
I = 2,67%
O resultado deste índice é de 2,67%.
Então, da movimentação total de entrada na farmácia, 2,67% foram devolvidos. Devemos agora 
analisar as características das devoluções para minimizar estas ocorrências no futuro.
Este mesmo procedimento serve para as outras atividades descritas.
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6.1.7 Índices de avaliação em compras
A gestão de compras visa atender às necessidades da organização com relação a suprimento de 
materiais e/ou serviços, identificando melhores condições e qualidade, comerciais e técnica. Segundo 
Viana (2012), os principais parâmetros de avaliação são:
a) avaliação da carteira de compra;
b) quantidade de coleta de preços;
c) quantidade de pedidos por fornecedor;
d) controle dos prazos de entrega;
e) itens em compra não entregues;
f) controle por comprador;
g) controle de ganhos obtidos na negociação.
6.1.8 Índices de avaliação na gestão
 A avaliação de gestão de estoque está na busca do equilíbrio entre estoque e consumo, na definição 
de ressuprimento e na análise e acompanhamento da evolução nos níveis de estoque. Segundo Viana 
(2012), as atividades que devem ser controladas são:
a) custo da posse do estoque;
b) ociosidade de capital aplicado;
c) materiais sem giro e obsoletos;
d) índice de cobertura;
e) rotatividade de estoque.
A ociosidade de capital aplicado e o custo da posse já foram objetos de análise neste material. Vamos 
agora desenvolver os conceitos dos demais índices.
Os estoques são classificados de diversas maneiras pelas organizações. Uma delas e a mais utilizada 
é se utilizar da classificação por tipo de demanda.
Como já estudado, os materiais devem ser alocados nos estoques, com determinados parâmetrosde 
ressuprimento automático.
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Os materiais que podem ser classificados no estoque são:
a) matérias‑primas;
b) produtos em processo ou fabricação;
c) produtos acabados;
d) materiais de manutenção;
e) materiais de consumo em geral;
f) materiais improdutivos.
Matérias‑primas são materiais básicos e insumos necessários ao processo produtivo da organização.
Produtos em processo ou fabricação são os materiais que estão sendo processados ao longo da 
cadeia de produção da organização, não podem ser considerados matéria‑prima nem produto acabado, 
pois estão no meio do processo de elaboração.
Produtos acabados são os produtos que já passaram pelo processo de elaboração e foram concluídos, 
estando já embalados e prontos para comercialização.
Materiais de manutenção são materiais de consumo, de utilização repetitiva que são aplicados à 
manutenção de prédios, máquinas e equipamentos.
Materiais de consumo em geral são materiais também utilizados de forma repetitiva, mas que não 
estão relacionados com manutenção.
Materiais improdutivos são materiais que não são incorporados ao processo de fabricação dos 
produtos, como material de higiene e material de escritório.
Existem ainda os materiais que são utilizados pela organização, que segundo Viana (2012) podem ser 
chamados de materiais não de estoque.
Materiais não de estoque são materiais cuja demanda é imprevisível. Desta forma, não temos 
condições de definir parâmetros para ressuprimento automático. Como é um item de compra esporádica, 
não existindo regularidade no consumo, sua utilização e compra é solicitada diretamente pelo usuário 
e ele é utilizado imediatamente. Podem ser utilizados posteriormente também; desta forma, ficam no 
almoxarifado temporariamente.
Materiais críticos são materiais de reposição específica de um ou mais equipamentos, cuja 
demanda não é previsível e a decisão de manter em estoque é definida através de análise de risco que a 
organização corre na necessidade deste material.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
A identificação de materiais críticos segundo Viana (2012) pode ser da seguinte maneira:
a) por problemas de obtenção – material importado, único fornecedor, escassez no mercado, de 
difícil fabricação ou obtenção ou material estratégico.
b) por razões econômicas – material de valor elevado, material de custo elevado de armazenagem 
ou de transporte.
c) por problemas de armazenagem e transporte – material perecível, material de alta 
periculosidade, material de peso elevado, material de grandes dimensões.
d) por razões de segurança – material de reposição de alto custo, material vital para equipamentos 
de produção.
Quanto à perecibilidade, há materiais que podem perder as propriedades físico‑químicas, muitas 
vezes pelo fator tempo. Estes materiais devem ser utilizados em data oportuna e, se não consumido, não 
poderá ser mais utilizado, o que inviabiliza a estocagem de grandes quantidades deste material.
A utilização de classificação de perecibilidade pode levar a três aspectos de gestão importantes:
• Determinação de lotes de compra mais racionais, em função do tempo permitido de armazenagem.
• Programação de revisões periódicas dos produtos, visando baixar materiais sem condições de 
utilização.
• Selecionar os locais de armazenagem de forma adequada, de manuseio, transporte e treinamento 
dos funcionários.
Segundo Vianna (2012), podemos classificar materiais perecíveis da seguinte maneira:
a) instáveis;
b) voláteis;
c) por contaminação pela água;
d) pela ação higroscópica (umidade);
e) pela limitação de tempo;
f) por contaminação por partículas sólidas;
g) pela ação da gravidade;
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Unidade III
h) por queda, vibração e colisão;
i) pela mudança de temperatura;
j) pela ação da luz;
k) por ação da atmosfera;
l) pela ação de animais.
Instáveis – produtos químicos que se decompõem espontaneamente ou por reação na presença de 
outro material, como o peróxido de éter.
Voláteis – produtos que se transformam em gás ou vapor, evaporando naturalmente e se perdendo 
na atmosfera, por exemplo, o amoníaco.
Por contaminação pela água – materiais que se degradam pela adição direta de água, por exemplo, 
alguns tipos de óleo.
Pela ação higroscópica – materiais que possuem uma afinidade com vapor de água, como exemplo 
o sal.
Pela limitação de tempo – produtos com prazo de validade definidos, como remédios e alimentos.
Por contaminação por partículas sólidas – materiais que em contato com areia ou poeira perdem 
suas propriedades, como graxas.
Pela ação da gravidade – materiais que estocados de forma incorreta sofrem deformações na 
embalagem.
Por queda, vibração e colisão – materiais frágeis e sensíveis, como tubos de ensaios.
Pela mudança de temperatura – materiais que perdem suas características se submetidos à 
variação de temperatura, como selantes e anéis de vedação.
Pela ação da luz – materiais que se degradam pela incidência direta da luz, como filmes fotográficos.
Por ação da atmosfera – materiais que sofrem corrosão em contato com a atmosfera, como ácido 
sulfúrico, fosfórico e nítrico, cloro e flúor.
Pela ação de animais – materiais sujeitos a ataques de insetos e outros animais, como grãos, 
madeira.
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Veja outros detalhes:
Periculosidade – materiais como produtos químicos e gases que, por suas características 
físico‑químicas, têm incompatibilidade com outros materiais, oferecendo riscos à segurança. Deve‑se 
tomar cuidado com o manuseio, transporte e armazenamento destes materiais.
Material obsoleto – materiais que embora ainda em condições de serem utilizados, não atendem 
mais as necessidades da organização.
Material sucatado – materiais deteriorados que não podem ser mais utilizados.
Material sem serventia – materiais que em decorrência do tempo, avaria ou deterioração 
tornaram‑se inúteis ou economicamente inviáveis para serem utilizados.
Segundo Viana (2012), ficam sujeitos à análise de obsolescência os seguintes materiais:
a) Materiais substituídos por outros e que não serão mais utilizados.
b) Peças sobressalentes de equipamentos que não estão mais em uso.
c) Materiais não mais consumidos pela organização.
d) Materiais sem movimentação há mais de um ano.
e) Material com excesso de estoque em relação a sua utilização.
f) Materiais inutilizados por acidentes ou outras causas.
g) Materiais perecíveis com quantidade superior ao necessário pelo tempo de estocagem.
h) Materiais de fácil compra no mercado e alto valor que não são vitais aos equipamentos.
Observando todos estes detalhes com relação a materiais de estoque, vamos aprender como podemos 
calcular dois índices muito importantes na gestão de estoque, são eles: giro de estoque e cobertura de estoque.
Giro de estoque – o giro de estoque é um índice que nos mostra a quantidade de vezes por unidade 
de tempo que o estoque foi renovado, ou seja, girou completamente.
A fórmula para cálculo do giro de estoque é:
Giro de estoque = Valor consumido no período 
 Valor do estoque médio no período
Para obtenção do giro de estoque, precisamos saber qual o valor de consumo no período e qual o 
valor do estoque médio do período.
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Unidade III
Vamos fazer um exemplo para melhor entendimento da utilização desta fórmula e cálculo do índice:
Exemplo de aplicação
A farmácia de um hospital possui a seguinte movimentação do último semestre para um determinado 
item do estoque:
Tabela 19
Mês
Valores em R$ 
Entradas Saídas Saldo Final
Dezembro 90.000
Janeiro 2.000 5.000 87.000
Fevereiro 10.000 20.000 77.000
Março 15.000 25.000 67.000
Abril 20.000 10.000 77.000
Maio 10.000 25.000 62.000
Junho 5.000 8.000 59.000
Total 93.000
Calcule o giro de estoque do semestre, para este item do estoque da farmácia do hospital.
Resolução:
A fórmula do giro de estoque é:
Giro de estoque = Valor consumido no período 
 Valor do estoque médio no período
Precisamos calcular o valor consumido no período, que nada mais é que a soma dos valores na 
coluna de saída, ou seja, R$ 93.000,00.
Depois precisamos calcular o valor do estoque médio no período, que pode ser calculado através da 
fórmula:
Est. médio do per. = Em(jan) + Em(fev) + Em(mar) + Em(abr) + Em(mai) + Em(jun) 
 6
Então temos:
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Tabela 20
Mês
Valores em R$ 
Entradas Saídas Saldo final Est. médio
Dezembro 90.000
Janeiro 2.000 5.000 87.000 88.500
Fevereiro 10.000 20.000 77.000 82.000
Março 15.000 25.000 67.000 72.000
Abril 20.000 10.000 77.000 72.000
Maio 10.000 25.000 62.000 69.500
Junho 5.000 8.000 59.000 60.500
Total 93.000 Est. médio = 74.083
O estoque médio de janeiro é igual à soma do estoque inicial de janeiro (90.000) + estoque final de 
janeiro (87.000) dividido por 2, que perfaz um valor de R$ 88.500.
Para os outros meses utiliza‑se o mesmo cálculo.
Aplicando a fórmula do Est. médio:
Est. médio do per. = Em(jan) + Em(fev) + Em(mar) + Em(abr) + Em(mai) + Em(jun) 
 6
Est. médio = 88.500 + 82.000 + 72.000 + 72.000 + 69.500 + 60.500 
 6
Est. médio = R$ 74.083
Agora calculando o giro de estoques temos:
Giro de estoque = Valor consumido no período 
 Valor do estoque médio no período
Giro de estoque = 93.000 
 74.083
Giro de estoque = 1,2553
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Unidade III
Significa que para o período de seis meses, de janeiro a junho, o item da farmácia do hospital girou 
nos estoques apenas 1,2553. Este produto tem um giro muito pequeno, ou seja, deve ser analisada a 
redução de sua quantidade mantida em estoque.
Cobertura de estoques é o índice que nos indica o número de unidades de tempo, em que o 
estoque será suficiente para cobrir a demanda ou necessidade média do período.
A cobertura de estoques pode ser obtida através da utilização da seguinte fórmula:
Cobertura em dias = Número de dias do período
 Giro de estoques
Vamos fazer um exemplo de cálculo para facilitar o nosso entendimento.
Utilizando os mesmos dados do exemplo do cálculo do giro de estoque anterior, temos:
Exemplo de aplicação
Nós já temos o valor do giro de estoques que calculamos anteriormente, que foi de 1,2553, agora 
precisamos calcular o número de dias do período.
Vamos incluir uma coluna de dias no quadro do cálculo de giro:
Tabela 21
Mês
Valores em R$ 
Entradas Saídas Saldo final Est. médio Número de dias
Dezembro 90.000
Janeiro 2.000 5.000 87.000 88.500 31
Fevereiro 10.000 20.000 77.000 82.000 28
Março 15.000 25.000 67.000 72.000 31
Abril 20.000 10.000 77.000 72.000 30
Maio 10.000 25.000 62.000 69.500 31
Junho 5.000 8.000 59.000 60.500 30
Total 93.000 Est. médio = 74.083 181
Note que no mês de janeiro temos 31 dias, em fevereiro temos 28 (exceto ano bissexto com 29 dias), 
em março temos 31 e assim sucessivamente, e o total de dias do período é de 181 dias.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
Aplicando a fórmula da cobertura de estoque temos:
Cobertura em dias = Número de dias do período
 Giro de estoques
Cobertura em dias = 181 
 1,2553
Cobertura em dias = 144,1837
Significa que temos 144,1837 dias de cobertura para o item da farmácia do hospital. Este número de 
dias de cobertura é muito alto para uma organização que procura ser eficiente na gestão dos estoques. 
É necessário reavaliar a utilização deste material e a forma de ressuprimento.
Não existe um número ideal de giro de estoques e de cobertura, pois depende de muitas variáveis 
para determinarmos como administrar a quantidade de estoques dos produtos de uma organização.
O ideal é que utilizemos o mínimo de recursos necessários investidos nos estoques, e se não forem 
materiais críticos, como explicamos anteriormente, podemos trabalhar com um número de dias de 
cobertura bem inferiores aos apurados neste exemplo.
Hoje temos empresas que trabalham com estoques tendendo a zero, como algumas montadoras 
de veículos, o que seria o ideal, mas na área da saúde isto está distante de acontecer, pois precisamos 
manter sempre um estoque de segurança para atendimento das nossas necessidades.
 Lembrete
Nos casos do cálculo de giro de estoque e cobertura de estoques, é 
importante que utilizemos a mesma unidade de tempo, pois do contrário 
poderemos calcular erroneamente os índices em questão.
Exemplo de aplicação
Uma das informações mais importantes na administração de estoque está relacionada com o tempo 
que o material permanece em nosso almoxarifado.
A maioria das organizações trabalha em análises de movimentações de estoques. Produtos com 
nenhuma movimentação nos últimos 12 meses devem ser analisados, tomando‑se uma decisão com 
relação a sua manutenção nos estoques. Produtos com pouca movimentação também devem ser 
analisados com relação a sua utilização e quantidade em estoque. As organizações normalmente 
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Unidade III
calculam o prazo de ressuprimento e utilizam as coberturas de estoque mantendo uma relação entre o 
consumo e este prazo de nova entrada de produtos.
6.2 Inventários
6.2.1 Conceitos básicos
Inventário físico é uma contagem feita periodicamente dos materiais que compõem os estoques 
para efeito de comparação com os controles registrados na contabilidade, a fim de comprovar a 
existência física e a exatidão das quantidades e valores dos estoques. As empresas de capital aberto que 
sofrem auditoria externa precisam realizar este procedimento para validação dos estoques existentes na 
organização para efeito de balanço.
6.2.2 Importância do inventário nas organizações
Os inventários físicos visam confrontar a realidade física dos materiais em determinado momento, 
com os controles de estoques ou controles contábeis no mesmo tempo.
A realização do inventário possibilita verificar diferenças existentes nos itens do estoque, e desta 
maneira, verificar necessidades de ajustes em procedimentos, processos, falhas em sistema ou rotinas, 
buscando soluções corretivas.
Estas diferenças podem ser de quantidade ou de valores entre osestoques físicos e os controles de 
estoque.
Outra importância da realização dos inventários físicos é a apuração dos valores contábeis dos 
estoques para efeito do balanço. Normalmente as realizações destes inventários se dão em data próxima 
da data de fechamento de balanço.
Nenhum sistema de controle de estoque é perfeito, eles estão sujeitos a falhas, não garantindo que 
os registros correspondam ao existente fisicamente.
Para o funcionamento do sistema de estoque seja feito de forma eficiente, é necessária a realização 
de inventários físicos.
Além das falhas na movimentação de estoques, eles estão sujeitos a outros fatores que contribuem 
para a presença de divergências, como desvios, furtos e perdas por deterioração.
6.2.2.1 Origem das divergências nos estoques
Segundo Viana (2012), as divergências em estoques podem ser de várias características, sendo as 
principais:
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
a) Procedimentos.
b) Recebimento.
c) Localização.
d) Conferência de embarque.
Procedimentos – a não observância de procedimentos estabelecidos pela organização com relação 
aos estoques, pode gerar divergências.
Recebimento – um dos controles de estoque está relacionado com as normas e conferências 
realizadas quando do recebimento de material. Deve‑se certificar que a quantidade e valores faturados 
pelo fornecedor são os mesmos constantes no pedido de compra e os mesmos conferidos na recepção 
e descarga destes materiais.
Localização – os custos dos estoques estão diretamente relacionados com a organização dos 
estoques, na facilidade de se identificar sua localização à medida que são necessários para utilização. A 
dificuldade de localizar itens no estoque pode gerar atrasos e compras desnecessárias.
Conferências de embarques – este procedimento é importante e visa identificar que o material 
que foi solicitado, está separado e pronto a ser despachado para o os interessados que solicitaram estes 
materiais.
6.3 Tipos de inventários: rotativo e periódico
Para a realização de inventário em uma organização, ele pode ser de dois tipos: geral ou rotativo.
6.3.1 Inventário geral
O inventário Geral normalmente é realizado ao final do período fiscal ou próximo ao exercício 
(fechamento de Balanço). Suas características são:
• Abrange a totalidade dos estoques.
• Sua operacionalização normalmente é de duração prolongada.
• Pela sua abrangência, normalmente impossibilita a identificação das causas das divergências.
• Normalmente, o inventário é feito com as atividades da organização paralisadas.
Na maioria das organizações, principalmente na área da Saúde, paralisar as atividades é impraticável. 
Desta forma, o inventário geral não é tão utilizado. Os gestores fazem a opção por realizar o inventário 
rotativo, cujas características veremos a seguir.
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6.3.2 Inventário rotativo
O inventário rotativo é uma forma de contagem que pode ser realizada ao longo do ano. Os materiais, 
são selecionados e ao longo do ano é realizada ao menos uma contagem para cada item. O inventário 
rotativo possui algumas características peculiares:
• Pode ser realizado com maior frequência.
• Reduz a duração do inventário físico, diluindo o tempo gasto pelo ano todo.
• Facilita as análises das divergências apresentadas.
• Não precisa da paralisação da organização para sua realização.
O inventário físico rotativo, segundo Viana (2012), pode ser de três tipos:
• Inventário automático.
• Inventário programado.
• Inventário a pedido.
Inventário automático – o sistema automaticamente solicita que sejam realizadas as contagens 
para estes itens. Ele é realizado mediante a ocorrência de qualquer um dos seguintes eventos:
• Saldo zero no sistema de controle do estoque.
• Requisição de material atendida parcialmente.
• Requisição de material não atendida.
• Material crítico requisitado.
• Material crítico recebido.
• Transferência de localização.
Inventário programado – representa a solicitação do sistema para inventário, por amostragem, em 
períodos estabelecidos. Aqui podem ser especificados itens que precisam ser inventários uma ou mais 
vezes durante o ano, através do estabelecimento de um prazo para sua programação.
Inventário a pedido – este tipo de inventário é realizado mediante solicitação do gestor de 
estoques ou pela controladoria responsável pelos controles de valorização dos estoques. Basicamente, 
as solicitações são feitas por:
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• Falhas de processamento.
• Solicitação do almoxarife ou gestor.
• Solicitação de auditoria.
• Outros motivos.
6.3.3 Metodologia de realização do inventário físico
A realização do inventário deve ser feita com a atenção a determinados aspectos de procedimentos 
para que seja realizada com eficiência e eficácia.
Os principais aspectos para realização de inventário físico são:
• Planejamento do inventário.
• Arrumação física dos itens a serem inventariados.
• Convocação das equipes de contagem.
• Confecção dos cartões de contagem.
• Corte de documentação e movimentação dos estoques (cut‑off).
• Atualização dos registros contábeis ou controles de estoque.
• Realização da contagem.
• Ajustes e reconciliação das divergências.
Segundo Dias (2009), algumas providências devem ser tomadas para a realização do planejamento 
do inventário físico:
• Convocação dos membros das equipes de contagem, definindo convocados, datas, horários e 
locais de realização do inventário.
• Fornecimento dos registros de qualidade adequada para a contagem.
• Reanálise da arrumação física.
• Método de contagem e treinamento.
• Atualização e análise dos registros.
• Cut‑off para documentação e movimentação de materiais a serem inventariados.
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A convocação deve ser realizada separando a equipe de 1ª (primeira) contagem, que irá realizar a 
primeira contagem dos itens; e a equipe de 2ª (segunda) contagem, que irá realizar a segunda contagem.
O cartão de inventário deve ser preparado com os dados de cada item de registro e deve ter uma 
parte destacável, na qual a equipe de primeira contagem irá retirar a parte destacável da primeira 
contagem. Posteriormente, a equipe de segunda contagem irá destacar a parte da segunda. O cartão 
deve conter uma parte destacável para uma terceira e última contagem, em caso de divergência da 
primeira e segunda. Veja o modelo na figura a seguir.
Código:
Descrição:
Local: 
Unid.
Código:
Descrição:
Local: 
Quant.:
Visto Conferido
3ª contagem
Código:
Descrição:
Local: 
Quant.:
Visto Conferido
2ª contagem
Código:
Descrição:
Local: 
Quant.:
Visto Conferido
1ª contagem
Figura 21 – Modelo de cartão de contagem física de um item durante inventário
A respeito da arrumação física, as áreas onde os itens serão inventariados deverão estar 
arrumadas para facilitar o acesso e a contagem dos itens. Os corredores devem estar desimpedidos 
de qualquer material.
Os funcionários do estoque devem preparar o local e deixar tudo em ordem para facilitar o inventário 
físico. Podemos observar na figura a seguir um armazém de um laboratório organizado e preparado para 
o inventário físico.
Corte de documentação é um dos procedimentos mais importantes do inventário físico. Se realizado 
de formaerrada, pode distorcer os resultados obtidos no inventário físico.
Normalmente o cut‑off ou corte documental é feito obtendo‑se as três últimas entradas de 
materiais no estoques, antes do início da contagem (nota fiscal, requisição de material, documento 
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de devolução). Os produtos já separados e não entregues devem ser isolados dos materiais a serem 
inventariados. O ideal seria que, para os itens a serem inventariados, não houvesse movimentação 
destes itens. Em inventários rotativos, deve‑se ter mais atenção às movimentações de materiais para 
não ocorrer divergência de contagem.
A atualização dos registros de estoques é também muito importante para a realização do 
inventário. Os saldos dos controles de estoque devem estar atualizados com todas as entradas e 
saídas antes do início do inventário. Se for necessária movimentação, o documento de saída deve 
ser identificado como documento após inventário para ser considerado como já inventariado 
pela equipe.
A contagem do estoque deve ser realizada no mínimo duas vezes. Estas contagens devem ser feitas 
por equipes distintas.
A primeira contagem pode ser realizada imediatamente após a equipe ter afixado o cartão de 
inventário. As anotações de contagem devem ser feitas na primeira parte do cartão e destacadas. 
Após a primeira contagem, a equipe que realizará a segunda contagem anota no cartão na parte da 
segunda contagem. A quantidade inventaria e destaca esta parte do cartão de inventário.
As duas equipes entregam suas fichas retiradas do cartão de inventário ao coordenador do inventário físico. 
Constatada igualdade de quantidade, esta é considerada como quantidade inventariada. Havendo divergência 
nas contagens, o coordenador deve solicitar uma terceira contagem para tirar a dúvida da divergência.
O cartão de inventário deve permanecer no local do item até o final do inventário para termos 
condições de identificar quais itens foram inventariados e os possíveis itens não inventariados.
Reconciliações e ajustes de inventário – quando finalizado o inventário, as quantidades 
inventariadas devem ser comparadas com os registros de estoques e as divergências devem ser apuradas, 
ajustadas e identificadas quanto à origem dessas divergências para que sejam tomadas medidas 
corretivas para se evitar estas divergências no futuro.
 Observação
A realização do inventário físico de materiais do estoque é 
um procedimento obrigatório para as empresas de capital aberto 
(S.A.), pois este aspecto é um dos procedimentos de auditoria para 
validação dos estoques de materiais da organização. Desta forma, 
os procedimentos empregados devem ser seguidos conforme 
os aspectos descritos neste material: planejamento, arrumação 
física, convocação de equipes de contagem, cartões de contagem, 
corte documental, controle dos registros contábeis, realização da 
contagem e ajustes das divergências.
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6.4 Administração de materiais
6.4.1 Processo de compras
A gestão de aquisição de materiais tem um papel estratégico nos negócios das organizações em 
virtude dos recursos financeiros envolvidos nesta atividade.
Em todo sistema organizacional, para manter o volume de vendas e continuar competitivo no 
mercado, é necessário que a empresa gere lucros satisfatórios. Para a obtenção de lucro, um dos 
caminhos é a redução de custos e uma das formas de se minimizar custos é através das compras 
eficientes de materiais.
A função de compras atualmente é vista como parte do processo logístico das empresas, sendo parte 
integrante da cadeia de suprimentos (supply chain).
Os objetivos básicos de um departamento de compras segundo Dias (2009) seriam:
• Obtenção de um fluxo contínuo de suprimentos a fim de atender à demanda da empresa.
• Coordenar o fluxo de suprimentos de maneira que seja utilizado o mínimo de investimentos que 
afete a operacionalidade da empresa.
• Adquirir materiais e insumos nos menores preços, obedecendo aos padrões de qualidade.
• Procurar sempre em uma negociação as melhores condições para a empresa.
A figura a seguir nos mostra a linha de produção de um medicamento que sem os insumos necessários 
para a formulação do produto não poderia estar operando.
Figura 22 – Processo contínuo de fabricação de medicamentos
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O ato de comprar inclui diversas etapas do processo de aquisição.
Segundo Viana (2012), o processo de aquisição é composto pelas seguintes etapas:
a) Determinação do que, de quanto e de quando comprar.
b) Estudo dos fornecedores e verificação de sua capacidade técnica.
c) Promoção de concorrência para a seleção do fornecedor vencedor.
d) Fechamento do pedido.
e) Acompanhamento da compra entre o período de pedido e entrega.
f) Encerramento do processo após o recebimento do material, controle de quantidade e qualidade.
A organização do departamento de compras deve seguir alguns princípios. Segundo Viana (2012), 
os princípios fundamentais são:
a) Autoridade para compra.
b) Registro de compras.
c) Registro de preços.
d) Registro de fornecedores.
A organização do departamento de compras visa atingir os objetivos propostos pela organização, 
sendo basicamente: compra de material dentro das especificações solicitadas, qualidade e quantidade 
desejada, melhor preço de mercado e prazo desejado. Além destas atividades, outras são importantes 
também, como:
• Pesquisa.
• Aquisição.
• Administração.
• Outras diversas.
Vamos ver cada uma delas:
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Pesquisa:
a) Estudo do mercado fornecedor.
b) Estudo de materiais.
c) Análise de preços.
d) Busca de fontes de fornecimento.
e) Inspeção das fábricas dos fornecedores.
f) Desenvolvimento de fontes de materiais alternativos.
A figura a seguir nos apresenta uma das funções de pesquisa do comprador: visitar o fornecedor e 
verificar capacidade técnica.
Aquisição:
a) Conferência e análise das requisições.
b) Análise das cotações.
c) Decisão de compra por contrato ou no mercado.
d) Entrevista com os vendedores.
e) Negociação das compras.
f) Encomenda das compras.
g) Acompanhamento do recebimento de compras.
Uma das atribuições de compras é verificar e conferir as compras efetuadas.
Administração:
a) Evitar excessos e obsolescência de estoques.
b) Manutenção dos estoques mínimos.
c) Padronização de materiais.
d) Transferência de materiais.
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Outras diversas:
a) Estimar custos.
b) Cuidar das relações comerciais.
c) Dispor de materiais desnecessários.
Segundo Viana (2012), a estrutura funcional do setor de compras pode ser representada da 
seguinte maneira:
Compras
Cadastro de 
fornecedores
Processamento Compras locais Compras – Importação Controle
Figura 23 – Organograma do Departamento de Compras
O cadastro de fornecedores é responsável pela qualificação técnica e avaliação de fornecedores 
de materiais e serviços, acompanha a evolução do mercado de fornecedores e dá apoio ao comprador e 
manutenção dos dados cadastrais de fornecedores.
Processamento é responsável pelo recebimento dos documentos dos pedidos de comprae 
acompanhamento dos respectivos processos
Compras locais é o setor responsável pela aquisição de materiais no mercado interno.
Compras importação é o setor responsável pelas aquisições de mercadorias e materiais no 
mercado exterior.
Controle ou follow‑up é o departamento que tem como atividade a garantia que os acordos firmados 
sejam cumpridos, acompanhando e fiscalizando as encomendas e visando sempre aos interesses da 
empresa.
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Unidade III
 Saiba mais
Podemos complementar nossos conhecimentos lendo o seguinte artigo, 
que apresenta os conceitos básicos relacionados às funções de compras, 
compras públicas, recebimentos, conferência, transporte, distribuição e 
armazenagem das unidades que ofertam serviços de saúde.
PAULUS, A. J. Gerenciamento de recursos materiais em Unidades de 
Saúde. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v. 7, n. 1, p. 30‑45, dez. 2005.
Para aprofundar os conhecimentos sobre compras, principalmente 
voltado ao setor público, não deixem de ler o capítulo “Compras no Serviço 
Público “:
VIANA, J. J. Administração de materiais. Ribeirão Preto: Atlas, 2012.
6.4.2 Produção
Uma das principais perguntas da administração de materiais está na decisão de comprar ou fabricar.
A análise desta decisão deve estar concentrada nos enfoques financeiros e estratégicos da empresa. 
Nem sempre o menor preço é o fator fundamental para se decidir em comprar ou fabricar.
Atualmente, a principal corrente está voltada para a terceirização ou comprar. Muitos itens que 
anteriormente eram fabricados hoje são adquiridos de terceiros.
A decisão entre comprar ou fabricar deve ser tomada levando em consideração os seguintes aspectos:
• Valor estratégico da tecnologia de fabricação do material.
• Qualidade do produto.
• Confiabilidade no cumprimento de prazos.
• Possibilidade de liberação de recursos produtivos.
• Indisponibilidade de recursos.
• Novos produtos com volume de produção inicial baixo.
Vamos analisar cada um deles.
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O valor estratégico da tecnologia é importante na hora de decidir pela compra à fabricação. A 
tecnologia é um item desenvolvido pela empresa e é um diferencial competitivo no mercado. Se esta 
tecnologia for passada para terceiros, os concorrentes poderiam ter acesso e a vantagem competitiva 
seria eliminada.
A qualidade do produto deve ser assegurada. Assim, o fornecedor deve comprovar que consegue 
produzir o material com no mínimo a mesma qualidade de produção interna.
A confiabilidade no cumprimento de prazos é uma das principais preocupações, pois atrasos em 
fornecimento podem comprometer a entrega de produtos finais aos clientes.
A liberação de recursos produtivos é importante para as organizações, pois possibilita a utilização 
de recursos que anteriormente eram usados na produção para outras atividades na organização.
Quando a organização alcança a indisponibilidade de recursos, ou seja, quando atingiu o limite 
máximo de produção, o repasse para terceiros do processo produtivo é uma alternativa para evitar a 
utilização de recursos da organização.
Os novos produtos com volume de produção baixo normalmente necessita de um esforço grande 
da organização e, em alguns casos, economicamente inviável. Desta forma, comprar se torna uma 
alternativa interessante para a organização.
Quando falamos em produção, não significa somente o processo produtivo ou de fabricação de 
materiais, mas também a produção de serviços. Alguns serviços de hospitais, principalmente, foram 
objetos de análise de sua aplicabilidade de terceirização. Os setores de lavanderia e cozinha em alguns 
hospitais já possuem serviços terceirizados, ou seja, não são produzidos mais pela administração do 
hospital, mas por empresas contratadas.
Exemplo de aplicação
A questão custo deve ser a última proposição a ser analisada para tomarmos a decisão de se vamos 
comprar ou fabricar. O custo é a maneira mais comum de se “raciocinar” ou tomar a decisão, mas o ideal 
é analisarmos o resultado para a empresa, não somente o custo envolvido.
Com relação à produção de materiais ou produtos e serviços, é importante que a organização se 
preocupe com alguns quesitos importantes como:
• A produção possui programação e acompanhamento?
• Os métodos de processos de operação de produção estão sendo seguidos?
• Os lotes de produção são identificados?
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• O processo de inspeção está ligado ao de fabricação?
• Os refugos produzidos são inutilizados ou destruídos?
• A armazenagem durante a fabricação é adequada?
A maioria das empresas possui um departamento de controle de qualidade que faz a análise dos 
materiais ou dos serviços prestados a fim de verificar a qualidade deles.
Alguns itens de avaliação da qualidade são importantes de serem verificados, como:
• O manual de qualidade está sendo seguido?
• O manual é autorizado pela diretoria e revisado com frequência?
• Os processos técnicos de avaliação são utilizados?
• O planejamento de produção é analisado pelo controle de qualidade?
• Existe algum procedimento de controle para análise da qualidade?
• Para os serviços, existe alguma pesquisa de satisfação no atendimento?
 Saiba mais
Para complementar os estudos sobre este assunto, leia o artigo que 
trata do sistema de produção do hospital de um produto e o atendimento 
ao paciente.
CARDOSO, J. Planejamento e controle da produção na gestão de 
serviços: o caso do Hospital Universitário de Florianópolis. Santa Catarina: 
Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC – Enegep, 2001.
6.4.3 Transporte
O transporte e movimentação de materiais estão entre os custos mais significativos dependendo 
do valor e material a ser movimentado. Desta forma, devemos observar alguns procedimentos visando 
facilitar a mobilidade dos materiais, com o menor esforço humano e de equipamentos, buscando a 
eficiência e eficácia neste processo.
As formas de transportes são as mais variadas possíveis, mas podemos definir algumas mais 
importantes como:
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• Unimodal: quando a unidade de carga é transportada diretamente, utilizando um único veículo, 
em uma única modalidade de transporte, com um único contrato de transporte. É a forma mais 
simples de transporte.
• Sucessivo: quando os materiais necessitam da utilização de um ou mais veículos da mesma 
modalidade de transporte, com um ou mais contratos de transporte.
• Segmentado: quando se utilizam veículos diferentes de uma ou mais modalidades de 
transporte, em vários estágios, sendo os serviços contratados separadamente a diferentes 
transportadores.
• Multimodal: quando a unidade de carga é transportada em todo seu percurso utilizando duas ou 
mais modalidades de transporte, abrangidas com um único contrato de transporte.
Os meios (modais) utilizados para transporte podem ser:
Rodoviário
Figura 24 – Meio de transporte rodoviário
Ferroviário
Figura 25 – Meio de transporte ferroviário
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Fluvial
Figura 26 – Meio de transporte fluvial
Marítimo
Figura 27 – Meio de transporte marítimo
Aéreo
Figura 28 – Meio de transporte aéreo
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As variáveis de decisão quanto à seleção dos modais de transportes, segundo Ballou (2006), são:
• Disponibilidade e frequência do transporte.
• Confiabilidade do tempo de trânsito.
• Valor do frete.
• Índice de faltas e/ou avarias.
• Nível de serviços prestados.
O tempo de trânsito do material influencia diretamente o ressuprimento, o tempo de transbordo e o 
tempo para liberação da carga no recebimento, e qualquer atraso pode paralisar uma linha de produção 
caso o estoque de materiais não seja suficiente para atender à demanda.
A possibilidade de avarias aumenta na mesma proporção da quantidade de manuseios e transbordos. 
Muitas vezes, a fragilidade do material justifica se utilizar de um transporte mais caro.
 Lembrete
Os custos de transporte muitas vezes são significativos em relação ao 
custo dos produtos. Desta forma, é necessário se calcular o lote econômico 
para aquisição de material.
6.4.4 Estocagem
O objetivo do armazenamento ou estocagem é utilizar o espaço físico da maneira mais eficiente 
possível, nas três dimensões: comprimento, profundidade e altura. O armazém deve ter condições 
de proporcionar uma movimentação rápida e fácil de suprimentos, desde a entrada até a saída de 
materiais.
Para Viana (2012), alguns cuidados são essenciais e precisam ser observados, como:
• determinação do local, em recinto aberto ou não;
• definição adequada do arranjo físico;
• definição de uma política de preservação, com embalagens convenientes aos materiais;
• ordem, arrumação e limpeza, em caráter constante;
• segurança patrimonial contra furtos, incêndio etc.
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6.4.4.1 Arranjo físico
O arranjo físico é um fator importante para a realização da operação eficiente de armazenagem. 
Ele é a disposição física de equipamentos, pessoas e materiais de maneira mais adequada ao 
processo produtivo.
Na figura a seguir podemos observar um exemplo de armazém com prateleiras e área para 
acomodação de pallets.
Figura 29 – Arranjo físico de um armazém
Os objetivos do arranjo físico ou layout devem ser:
• assegurar a utilização máxima dos espaços;
• propiciar a mais eficiente movimentação de materiais;
• garantir a estocagem mais econômica em relação a espaço, danos ao material, equipamentos e 
mão de obra do armazém;
• fazer do armazém um modelo de organização.
Itens do estoque
As mercadorias de maior movimentação devem ser armazenadas nas proximidades da saída a fim de 
facilitar o manuseio. Igualmente aos itens mais pesados e de grande volume.
Corredores
Os corredores dentro do depósito devem dar condições de fácil acesso às mercadorias em estoque. 
Quanto mais corredores, maior a facilidade de acesso, mas menor o espaço para armazenamento.
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Armazenamento com prateleiras requer um corredor para cada duas fileiras de prateleiras.
A largura dos corredores é determinada pelo equipamento de manuseio e movimentação dos 
materiais.
Portas de acesso
As portas de acesso ao depósito devem permitir a passagem dos equipamentos de manuseio e 
movimentação de materiais.
Próximo ao local de expedição, deve haver um espaço de armazenagem temporária para manuseio 
e separação das mercadorias.
Prateleiras e estruturas
Deve‑se considerar o peso dos materiais para a altura máxima das prateleiras.
As mercadorias leves devem ser acondicionadas nas partes superiores e as pesadas, na parte inferior.
O piso deve ser resistente para suportar o peso das mercadorias.
6.4.4.2 Critérios de armazenagem
A armazenagem deve ser simples ou complexa. Segundo Viana (2012), a armazenagem pode se 
tornar complexa em virtude de:
• fragilidade;
• combustibilidade;
• volatização;
• oxidação;
• explosividade;
• intoxicação;
• radiação;
• corrosão;
• inflamabilidade;
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• volume;
• peso;
• forma.
Estes materiais sujeitos a armazenagem complexa necessitam de algumas necessidades básicas:
• preservação especial;
• equipamentos especiais de preservação de incêndios;
• meio ambiente especial;
• estrutura de armazenagem especial;
• manuseio especial, por meio de equipamentos de proteção individual.
Não existem regras para armazenagem ou como os produtos devem ser alocados no armazém, mas 
existem algumas técnicas de armazenagem que podem ser úteis na definição de como dispor o arranjo 
físico dos materiais e uma delas pode atender melhor as diversas necessidades.
Segundo Viana (2012), estas técnicas são:
• Armazenar por agrupamento – esse critério facilita as tarefas de arrumação e busca, mas nem 
sempre permite o melhor aproveitamento do espaço.
• Armazenagem por tamanho – ou acomodação, esse critério permite bom aproveitamento do 
espaço.
• Armazenagem por frequência – esse critério é o de armazenar tão próximo quanto possível da 
saída os materiais que tenham maior frequência de movimento.
• Armazenagem especial – podem ser de produtos que exijam ambientes climatizados, 
ou inflamáveis que devem ser armazenados isoladamente, ou perecíveis que precisam ser 
controlados pelo método de primeiro que entra primeiro que sai.
Independentemente de o critério escolhido ser o mais adequado para a sua organização, é importante 
salientar que é preciso levar em consideração as indicações contidas nas embalagens com relação a 
manuseio, transporte e armazenagem.
Na área da Saúde existem alguns aspectos importantes que precisam ser atentados quanto à 
armazenagem de medicamentos. Segundo Maia (2005), algumas considerações precisam ser observadas:
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• Toda e qualquer área de estocagem de medicamentos deve ter condições que permitam preservar 
suas condições de uso.
• Nenhum medicamento poderá ser estocado antes de oficialmente recebido e nem liberado para a 
entrega sem a devida permissão, também oficial (dada por um farmacêutico).
• Os estoques devem ser inventariados periodicamente e qualquer discrepância devidamente 
esclarecida.
• Os estoques devem ser inspecionados com frequência para verificar qualquer degradação visível, 
especialmente se os medicamentos estiverem em garantia de seus prazos de validade.
• Medicamentos com prazo de validade vencido devem ser baixados do estoque e destruídos, com 
registro justificado por escrito pelo farmacêutico responsável, de acordo com a legislação vigente.
• A estocagem, em estantes, armários, prateleiras ou estrados, deve permitir fácil visualização para 
a perfeita identificação dos medicamentos quanto a nome do produto, seu número de lote e seu 
prazo de validade.
• A estocagem nunca deve ser efetuada diretamente em contato com o solo e nem em local que 
receba luz solar direta.
• As áreas de estocagem devem ser livres de pó, lixo, roedores, aves, insetos e quaisquer animais.
• Para facilitar a limpeza e a circulação de pessoas, os medicamentos devem ser estocados à distância 
mínima de 1 (um) metro das paredes.
• A movimentação de pessoas, escadas e veículos internos nas áreas de estocagem deve ser 
cuidadosa para evitar avarias e comprometimento dos medicamentos.
• Embalagens parcialmente utilizadas devem ser fechadas novamente, para prevenir perdasou 
contaminações, indicando a eventual quantidade faltante no lado externo da embalagem.
• A liberação de medicamentos para entrega deve obedecer à ordem cronológica de seus lotes de 
fabricação, ou seja, expedição dos lotes mais antigos antes dos mais novos.
• A presença de pessoas estranhas às centrais de abastecimento deve ser terminantemente proibida 
nas áreas de estocagem.
Para os medicamentos que não podem sofrer variações excessivas de temperatura, além das 
recomendações anteriores, devem ser observadas as seguintes:
• O local de estocagem deve manter uma temperatura constante, ao redor de 20 ºC (+/‑ 2 ºC).
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• As medições de temperatura devem ser efetuadas de maneira constante e segura, com registros escritos.
• Deverão existir sistemas de alerta que possibilitem detectar defeitos no equipamento de ar 
condicionado para pronta reparação.
Medicamentos imunobiológicos (soros e vacinas), para manterem sua efetividade de uso, requerem 
condições ótimas de estocagem. Então, além das recomendações anteriores:
• O manuseio de medicamentos imunobiológicos deve ter prioridade em relação aos demais, bem 
como sua liberação para entrega.
• Deve ser evitada, ao máximo, a exposição desses produtos a qualquer tipo de luz.
• As áreas de estocagem devem ser equipadas com refrigeradores, freezers ou câmaras frias. 
Refrigeradores permitem temperaturas entre 4 ºC e 8 ºC; freezers permitem temperaturas não 
superiores a ‑10 ºC; e câmaras frias permitem temperaturas entre 8 ºC e 15 ºC. Os equipamentos 
devem ser controlados diariamente por termógrafos.
• As medições de temperatura efetuadas devem ser registradas diariamente.
• A distribuição dos produtos dentro dos equipamentos deve permitir a livre circulação do ar entre 
as embalagens.
• As entradas e retiradas dos produtos devem ser programadas antecipadamente, visando diminuir 
as variações de temperatura.
• Os equipamentos devem estar permanentemente em funcionamento e ligados a geradores.
• Tanto os refrigeradores quanto os freezers devem ser aproveitados para produção de gelo que 
serão utilizados na remessa dos produtos.
• Todos os funcionários envolvidos devem estar familiarizados com as técnicas de estocagem.
• Todos os equipamentos devem ter um sistema de alarme confiável, que indique qualquer 
anormalidade em seu funcionamento.
Por fim, os medicamentos de uso controlado devem ser estocados em área de segurança máxima.
Independentemente das recomendações anteriores, a área precisa ser isolada das demais, somente 
podendo ter acesso a ela o pessoal autorizado pelo farmacêutico responsável.
Os registros de entrada e de saída de medicamentos devem ser feitos de acordo com a legislação 
sanitária específica.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
6.5 Distribuição
A distribuição de mercadorias é o meio pelo qual as organizações entregam seus produtos ou serviços, 
estando ligadas à movimentação, transporte e separação dos itens.
A estruturação para distribuição deve estar adequada às necessidades do usuário de nossos produtos 
e, segundo Viana (2011), contempla os seguintes segmentos:
• Depósitos regionais e de mercadorias em trânsito: recebimento, armazenagem e expedição de materiais.
• Movimentação de materiais: manuseio interno dos depósitos e movimentação interna e externa 
dos depósitos e terminais e centros de distribuição.
• Transporte e fretes: determinação de roteiros para utilização dos serviços de forma eficiente e econômica.
• Embalagens e acondicionamento: embalagem de proteção e acondicionamento, material de 
embalagem, serviços de carpintaria, mecanização de embalagem e enchimento.
• Expedição: preparação de cargas, determinação das condições de transporte, carregamento, 
expedição e controle cronológico das remessas.
Produtos perigosos
Os produtos perigosos são aqueles que por suas propriedades físicas ou químicas oferece algum 
risco ao ser humano, ao meio ambiente ou ao transporte.
Explosivo Inflamável Radioativo
Oxidante Poluição Narcotizante
Corrosivo Infectante Tóxico
Figura 30 – Etiquetas de identificação de produtos perigosos
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Segundo Viana (2012), os maiores problemas com relação aos produtos perigosos é a falta de 
conhecimento da regulamentação em vigor, além da falta de informações técnicas a seu respeito, o que 
dificulta a classificação dos itens, bem como a melhor embalagem a ser utilizada.
A Portaria nº 204 do Ministério dos Transportes normatiza o modo de operação com cargas perigosas.
Ela classifica os produtos considerados perigosos com base no risco. O quadro a seguir nos apresenta as 
classes e produtos conforme o risco e periculosidade.
Quadro 2 – Classificação de produtos perigosos segundo a Portaria nº 204
Classe Produto
Classe 1 Explosivos
Classe 2
Gases:
2.1 Inflamáveis
2.2 Não inflamáveis, não tóxicos
2.3 Tóxicos
Classe 3 Líquidos inflamáveis
Classe 4
4.1 Sólidos inflamáveis
4.2 Substâncias sujeitas à combustão espontânea
4.3 Substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis
Classe 5
5.1 Substâncias oxidantes
5.2 Peróxidos orgânicos
Classe 6
6.1 Substâncias tóxicas (venenosas)
6.2 Substâncias infectantes
Classe 7 Materiais radioativos
Classe 8 Corrosivos
Classe 9 Substâncias perigosas diversas
Adaptado de: Brasil (1997).
Os produtos das classes 3, 4, 5 e 8 e da subclasse 6.1 classificam‑se com relação às embalagens 
segundo três grupos, dependendo do risco:
• Grupo de embalagem I – alto risco.
• Grupo de embalagem II – risco médio.
• Grupo de Embalagem III – baixo risco.
Algumas legislações normatizam os produtos perigosos, por exemplo:
• A Portaria nº 204 do Ministério dos Transportes, que dá instruções complementares ao regulamento 
do transporte terrestre de produtos perigosos.
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Gestão da Cadeia de suprimentos na Área de saúde
• O Decreto nº 96.044, que regulamenta o transporte rodoviário de produtos perigosos.
• O Decreto nº 1.797, acordo de facilitação do transporte de produtos perigosos no Mercosul.
• As Leis Estaduais e Municipais, que restringem o transporte de produtos perigosos com relação à 
rota, horários e produtos.
O transporte e movimentação de materiais sempre que possível devem seguir algumas leis. Segundo 
Dias (2009), são elas:
1 – Obediência ao fluxo das operações – a trajetória dos materiais deve ser disposta segundo a 
sequência de operações, utilizando dentro do possível a sequência linear.
2 – Mínima distância – reduza as distâncias e transporte no fluxo de materiais.
3 – Mínima manipulação – reduza a frequência de transporte manual.
4 – Segurança e satisfação – leve sempre em consideração a segurança dos operadores e o pessoal 
circulante.
5 – Padronização – use equipamentos padronizados na medida do possível.
6 – Flexibilidade – capacidade de satisfazer o transporte de vários tipos de materiais.
7 – Máxima utilização do equipamento – mantenha o equipamento ocupado sempre que possível.
8 – Máxima utilização da gravidade – use a gravidade sempre que possível.
9 – Máxima utilização do espaço disponível – use o espaço sobre cabeças sempre que possível.
10 – Método alternativo – faça uma previsão de um método alternativo de movimentação em caso 
de falha do primeiro.
11 – Menor custo total – selecione equipamentos na base de custos

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