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Profª. Edileine Dellalibera CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU BACHARELADO EM MEDICINA 1 AVALIAÇÃO LABORATORIAL HEPATOBILIAR FÍGADOFÍGADO • Está localizado logo abaixo do diafragma no quadrante direito superior do abdome. • Apresenta abundante suprimento sanguíneo proveniente de dois vasos: artéria hepática e veia portal. • A artéria hepática, uma ramificação da aorta, fornece o sangue oxigenado ao fígado. • A veia portal drena o sangue do sistema digestório (estômago, intestino delgado e grosso, pâncreas e baço) diretamente ao fígado. • Todos os nutrientes provenientes da digestão dos alimentos no sistema digestório, com exceção das gorduras, passam inicialmente pelo fígado antes de atingir a circulação geral. 2 TESTES DE FUNÇÃO HEPÁTICATESTES DE FUNÇÃO HEPÁTICA • FINALIDADE: – Detectar anormalidades da função hepática. – Documentar anormalidades. – Determinar o tipo (ex.: colestase versus enfermidade hepatocelular) e o local (ex.: intra-hepática versus extra-hepática) da lesão. – Facilitar o prognóstico e o acompanhamento do paciente com enfermidade hepática. 3 FUNÇÃO FUNÇÃO HEPÁTICAHEPÁTICA 4 TESTES TESTES BIOQUÍMICOSBIOQUÍMICOS • Alanina aminotransferase (ALT/TGP) • Aspartato aminotransferase (AST/TGO) • Desidrogenase lática (DHL) • Albumina • Bilirrubina (conjugada/direta e não- conjugada /indireta) • Fosfatase alcalina • Gama-Glutamiltransferase (GGT) • Proteínas totais 5 TESTES TESTES URINÁRIOSURINÁRIOS • Bilirrubina urinária • Urobilinogênio 6 MARCADORES MARCADORES IMUNOLÓGICOS IMUNOLÓGICOS • Hepatite A • Hepatite B • Hepatite C • Hepatite Delta • Hepatite E 7 TESTES TESTES HEMATOLÓGICOSHEMATOLÓGICOS • Hemograma completo • Contagem de reticulócitos • Estudo de enzimas eritrocitárias • Determinação de hemoglobinas anormais • Tempo de protrombina • Estudo dos fatores de coagulação 8 TESTES TESTES MOLECULARESMOLECULARES • Reação em cadeia da polimerase (PCR) • Técnicas de hibridização 9 FINALIDADE DOS FINALIDADE DOS TESTESTESTES 10 • Alanina aminotransferase (ALT/TGP) – Lesão hepática – Valor de referência (VR) = até 31 U/L (mulheres) e 41 U/L (homens) • Aspartato aminotransferase (AST/TGO) – altas concentrações no citoplasma e nas mitocôndrias do fígado, músculos esquelético e cardíaco, rins, pâncreas e eritrócitos – VR = até 31 U/L (mulheres) e 37 U/L (homens) 11 Relação AST/ALTRelação AST/ALT 12 • Elevações pequenas de ambas, ou apenas de ALT em pequena proporção, são encontradas na hepatite crônica (especialmente hepatite C e esteato-hepatite não alcoólica ); • Hepatite alcoólica há maior lesão mitocondrial, proporcionalmente, do que nas outras hepatopatias, observa-se tipicamente elevação mais acentuada (o dobro ou mais) de AST (que é encontrada nas mitocôndrias) do que de ALT, ambas geralmente abaixo de 300 U/L; • Elevações de ambas acima de 1.000 U/L são observadas em hepatites agudas virais ou por drogas Causas de aumento de Causas de aumento de aminotransferases no aminotransferases no sanguesangue 13 Doenças hepatobiliares Doenças do miocárdio Doença pancreática Doença muscular Álcool Ligação a imunoglobulina (rara) Doença não- hepatobiliar com envolvimento hepático obesidade / diabetes hemocromatose deficiência de alfa-1-antitripsina infecção pelo HIV hipertireoidismo doença celíaca • Desidrogenase lática (DHL)Desidrogenase lática (DHL) – Isoformas: • LDH-1: coração e hemácias (glóbulos vermelhos do sangue) • LDH-2: leucócitos (glóbulos brancos do sangue) • LDH-3: pulmões • LDH-4: rins, placenta e pâncreas • LDH-5: fígado e músculos estriados – Lesão hepatocelular em geral – Útil na diferenciação entre hepatite aguda viral e lesão causada por isquemia ou paracetamol • Elevações de aminotransferases acima de 5 vezes o limite superior, uma relação ALT/DHL maior que 1,5 sugere hepatite viral – VR: 24-480 U/L 14 • FOSFATASE ALCALINAFOSFATASE ALCALINA – Encontrada em praticamente em todos os tecidos. – No fígado aparece preferencialmente nos microvilos dos canalículos biliares e na superfície sinusoidal dos hepatócitos. – Aumento é mais evidente na obstrução biliar, • O acúmulo de sais biliares a solubilizam e a obstrução promove a sua regurgitação entre as células hepáticas até o sangue – VR = Varia com a idade • 1 dia de idade: até 250 U/L; 2 - 5 dias: até 231 U/L; 6 dias - 6 meses: até 449 U/L; 7 meses - 1 ano: até 462 U/L; 2 - 3 anos: até 281 U/L; 4 - 6 anos: até 269 U/L; 7 - 12 anos: até 300 U/L; 13 - 17 anos: até 187 U/L (mulheres) e 390 U/L (homens); adultos: 35 a 104 U/L (mulheres) e 40 a 129 U/L (homens) 15 • Gama glutamiltransferase (GGT)Gama glutamiltransferase (GGT) • Encontrada no fígado, rins, pâncreas, intestino e próstata e outros tecidos – Elevações muito grandes estão associadas à câncer primário ou secundário do fígado e a obstrução biliar (90% dos casos), – Alterações menores são poucos específicas de doenças do fígado; – Aumenta com o uso de álcool e algumas medicações • Cerca de 15% das pessoas tem a GGT acima dos valores considerados normais sem a sem a presença de qualquer doençapresença de qualquer doença, mesmo com valores acima de 100 U/L • VR = 8 a 41 U/L (mulheres) e 12 a 73 U/L (homens) 16 BILIRRUBINASBILIRRUBINAS 17 AVALIAM:AVALIAM: 1.Lesão hepatocelular 2.Fluxo biliar 3.Função de síntese do fígado BILIRRUBINA BILIRRUBINA INDIRETAINDIRETA Aumento da bilirrubina indireta Aumento da degradação do heme degradação do heme Ou Deficiência da conjugação no fígadoconjugação no fígado 18 BILIRRUBINA BILIRRUBINA DIRETADIRETA Aumento da bilirrubina direta Deficiência na eliminaçãoeliminação da bilirrubina pela bilepela bile 19 AUMENTO DA BILIRRUBINA DIRETA AUMENTO DA BILIRRUBINA DIRETA E INDIRETAE INDIRETA Obstrução do fluxo de bile (com predomínio do aumento da bil. direta) Ou Lesão mais intensa dos hepatócitos (onde há deficiência na conjugação e também refluxo da bilirrubina conjugada para o sangue) 20 VALORES DE REFERÊNCIA: •Adultos: – total : 0,20 a 1,00 mg/dL; – direta : 0,00 a 0,20 mg/dL; – indireta: 0,20 a 0,80 mg/dL •Bilirrubina total em recém-nascido prematuro: – 1 dia: 1,00 a 8,00 mg/dL; – 2 dias: 6,00 a 12,00 mg/dL; – 3 - 5 dias: 10,00 a 14,00 mg/dL •Bilirrubina total em recém-nascido a termo: – 1 dia: 2,00 a 6,00 mg/dL; – 2 dias: 6,00 a 10,00 mg/dL; – 3 - 5 dias: 4,00 a 8,00 mg/dL 21 22 Causas de aumento da bilirrubina conforme a bilirrubina predominantemente aumentada Bilirrubina não-conjugada (indireta) Bilirrubina conjugada (direta) Aumento da produção de bilirrubina Hemólise Eritropatias Doença do fígado Doença hepatocelular (ex: hepatites) Hiperesplenismo, autoimune Doença colestática (ex: cirrose biliar primária) Eritropoese ineficaz (ex: talassemias) Distúrbio do metabolismo S. de Dubin- Johnson Destruição de hematomas Síndrome de Rotor Redução Da conjugação Hiper-bilirrubinemia neonatal Colestase benigna Jejum Colestase dagravidez Síndrome de Gilbert Doenças extra- hepáticas Doença do trato biliar (ex: tumor) Síndromes de Crigler-Najjar Doença pancreática (ex: carcinoma) 23 Fatores da coagulação e Fatores da coagulação e atividade de protrombinaatividade de protrombina • Fígado sintetiza a maioria dos fatores e inibidores da coagulação, além de algumas proteínas do sistema fibrinolítico e elimina enzimas ativas dos sintemas de coagulação e fibrinólise; • Falta de fatores da coagulação podem ocorrer por perda da função dos hepatócitos,mas também por falta de "matéria prima" para a sua síntese – a síntese da maioria dos fatores de coagulação é dependente da vitamina K, que não é produzida no nosso organismo e precisa ser absorvida da dieta; – como a absorção da vitamina K é dependente da presença de sais biliares e a cirrose diminui a sua produção (especialmente nas doenças colestáticas, como a cirrose biliar primária e a colangite esclerosante primária ), espera-se no cirrótico algum grau de deficiência dessa vitamina, que pode ser suplementada por via parenteral (injeção) • VR de tempo de protrombina (TPAE) = 11,1 à 13,2 segundos – São comparados em relação a plasma controle, analisando-se o tempo de atraso em relação ao controle ou através do RNI (international normalized ratio / INR) = 0,9 à 1,1. 24 AlbuminaAlbumina • É a principal proteína circulante no organismo humano e é responsável pelo transporte de substâncias (entre elas medicamentos) pelo sangue e pela maior parte da pressão coloidosmótica do plasma; • O fígado é o único órgão responsável pela produção da albumina; – Reduções na quantidade da albumina no sangue (hipoalbuminemia), no entanto, podem não ser causadas por doenças do fígado, desnutrições proteicas, aumento na sua destruição (estados catabólicos intensos) ou perda (intestinal ou renal). 25 • Meia-vida relativamente alta (cerca de 20 dias): – a redução da síntese pelo fígado pode demorar vários dias para se manifestar laboratorialmente (pela dosagem da albumina no sangue) ou clinicamente (especialmente pela formação de edema e ascite); • Na cirrose, excluindo-se outras causas, a hipoalbuminemia reflete – Redução a síntese pelo fígado com alguma influência da desnutrição, que pode ser decorrente também da doença hepática; assim, a dosagem da albumina sérica tem importância dupla na avaliação do estágio da cirrose, participando do cálculo das classificações de Child-Pugh e do MELD. • VR: 3,5 a 5,2 g/dL 26 CAUSAS DE HIPOALBUMINEMIA SÉRICACAUSAS DE HIPOALBUMINEMIA SÉRICA Diminuição de síntese: Desnutrição, Má absorção, Doença hepática, Doença maligna Aumento da perda: Proteinúria (síndrome nefrótica), Enteropatia perdedora de proteínas, Queimaduras, Doença exsudativa da pele Aumento do catabolismo: Estados hipercatabólicos (traumatismos, pós-cirúrgico) Erro da distribuição intra/extravascular (aumento da permeabilidade vascular) Estados inflamatórios (reação de fase aguda) Hiperidratação Variação genética: Analbuminemia Síntese interrompida: Condições inflamatórias agudas e crônicas 27 • ALFA-FETOPROTEÍNAALFA-FETOPROTEÍNA – Pode estar aumentada em 70-90% dos pacientes com carcinoma hepatocelular; – Apesar de ter valor limitado (também está aumentada na hepatite crônica em atividade), a associação da dosagem de alfa-fetoproteína e exame de imagem (preferencialmente ultrassonografia) é recomendada a cada 6 meses (ou a cada 3 meses em indivíduos de maior risco) em pacientes cirróticos para o diagnóstico precoce de câncer. 28 PLAQUETAS • Plaquetopenia: é comum em portadores de doenças hepáticas crônicas por cinco mecanismos principais: – aumento do sequestro e destruição pelo baço aumentado (hiperesplenismo), redução na produção pela medula óssea, deficiência de ácido fólico, destruição por mecanismos imunológicos e por coagulação intravascular disseminada; • Plaquetopenia ainda é de importância no paciente portador crônico de hepatite C com indicação de tratamento com interferon: – Durante o tratamento costuma haver exacerbação dos mecanismos imunológicos envolvidos na destruição das plaquetas, podendo levar a plaquetopenia severa e a hemorragias; • A quantidade de plaquetas reflete e é grosseiramente proporcional ao grau de hipertensão portal (que leva à esplenomegalia e ao sequestro de certo modo proporcional ao aumento do baço), que por sua vez também é proporcional ao grau de fibrose hepática, a contagem de plaquetas têm sido utilizada como método indireto de avaliação do grau de fibrose hepática e como preditor do risco de surgimento de varizes gastroesofágicas. 29 Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29
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