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INTERPRETAÇÃO DO LEUCOGRAMA: RESPOSTA LEUCOCITÁRIA* * A interpretação do leucograma, de acordo com Birgel et al. (1982) - contagens global e diferencial dessas células. Os leucócitos- defesa do organismo frente a estados patológicos circulam no sangue periférico, sendo distribuídos pela medula óssea (granulócitos, alguns linfócitos e monócitos) órgãos linfáticos (maioria dos linfócitos): baço, timo, linfonodos, tecido linfóide intestinal (placas de Peyer). No Sistema Monocítico Fagocitário encontram-se os monócitos circulantes e macrófagos. Neutrófilos Granulócitos ou Polimorfonucleares Eosinófilos Basófilos -Bastonetes -Segmentados Monócito Agranulócitos ou Mononucleares Linfócitos • 2 FUNÇÃO DOS LEUCÓCITOS Silveira (1988) cita que os leucócitos usam a corrente sangüínea apenas como meio de transporte, desempenhando suas funções nos tecidos. De maneira geral têm quimiotaxia (tecidos), efetuam fagocitose (neutrófilos, eosinófilos, monócitos) e produção de anticorpos (linfócitos). 2.1 NEUTRÓFILOS São microfagócitos, que englobam bactérias e pequenas partículas. Atuam especialmente nos processos inflamatórios e bacterianos. Sua produção é estimulada (em 2-3 dias) a partir do consumo periférico destas células (granulopoetinas secretadas por macrófagos). 2.2 EOSINÓFILOS Sua função principal é a desintoxicação; inativam a histamina ou substâncias semelhantes. Surgem após a “degranulação” dos basófilos e mastócitos teciduais. 2.3 BASÓFILOS Exercem função semelhante aos mastócitos teciduais, ao liberarem histamina no local lesado, desencadeando uma reação inflamatória. Os seus grânulos possuem heparina, para prevenir a coagulação do sangue no ponto da infecção. Atuam como estimulantes da ação plaquetária (liberando um fator ativador) e dos eosinófilos (Fator Quimiotáxico Eosinofílico da Anafilaxia – FQE-A). 2.4 MONÓCITOS São macrófagos. Removem partículas maiores e restos teciduais, principalmente nos processos inflamatórios crônicos Secretam substâncias proteolíticas, interferon, interleucina-1, prostaglandinas e outras. Lançam granulopoetina que atrai neutrófilos. Processam antígenos e apresentam aos linfócitos 2.5 LINFÓCITOS Os precursores destas células são formados na medula óssea, durante a vida fetal. Existem os linfócitos Timo-dependentes (linfócitos T), produzidos na medula óssea (vida fetal) e amadurecidos no Timo, os quais são responsáveis pela imunidade celular e os linfócitos Timo independentes, provenientes da Bolsa de Fabrícius (aves) ou medula óssea nos mamíferos (linfócitos b), que atuam na produção de anticorpos e se diferenciam em plasmócitos, quando ativados. Os dois tipos de linfócitos (T e b) são morfologicamente indistinguíveis. • 3 INFLUÊNCIA DE ALGUNS FATORES -A idade, sexo, raça, espécie animal, exercício muscular e digestão podem influenciar tanto na leucometria global quanto na específica. -A resposta leucocitária está associada a infecções, necrose tecidual e outras doenças. • 4 ALTERAÇÕES LEUCOMÉTRICAS 4.1 LEUCOCITOSE É o aumento do número global de leucócitos circulantes, geralmente associado ao aumento do número de neutrófilos. Pode ter causas fisiológicas e patológicas. -Leucograma de estresse (em decorrência da liberação de epinefrina): leucocitose, neutrofilia, eosinopenia, linfocitopenia e monocitose. 4.1.1 LEUCOCITOSE FISIOLÓGICA • Aumento da freqüência cardíaca; • Aumento da pressão sangüínea; • Exercícios físicos intensos; • Digestão; • Medo. 4.1.2 LEUCOCITOSE PATOLÓGICA • Infecções bacterianas localizadas ou generalizadas; • Doenças metabólicas (uremia, diabetes mellitus, eclâmpsia, acidose); • Agentes químicos (chumbo, mercúrio) • Plantas tóxicas; • Leucemias; • Queimaduras; • Hemorragias agudas; • Hemólise aguda; • Neoplasias de crescimento rápido; • Enfarte; • Traumas (inclusive procedimento cirúrgico); • Necrose; • Processos auto-imunes. 4.1.3 NEUTROFILIA É o aumento do número de neutrófilos circulantes. Pode ser patológica (por exemplo: infecções bacterianas, no início) ou fisiológica (medo, esforço físico intenso, aumento da pressão sangüínea, etc.). 4.1.4 EOSINOFILIA Aumento do número de eosinófilos circulantes, em resposta a: Processos alérgicos, onde há liberação de histamina, que é quimiotática para estas células; Leucemia Granulofílica Eosinofílica; Infecções parasitárias; Recuperação de infecções agudas; Reações anafiláticas. 4.1.5 BASOFILIA Aumento dos basófilos circulantes, o que é mais raro, podendo ser em conseqüência de uma Leucemia Granulofílica Basofílica, ou estar associada à eosinofilia. 4.1.6 MONOCITOSE Aumento do número de monócitos circulantes, que pode ocorrer nos processos crônicos, onde existam muitos detritos celulares a serem removidos: abscessos, micoses, algumas bacterioses (erisepela, listeriose, tuberculose, brucelose). 4.1.7 LINFOCITOSE Aumento do número de linfócitos circulantes, em conseqúência de: Vacinações (estímulo antigênico); Infecções crônicas, que estimulam a resposta imune; Estados de convalescença; Leucemia Linfocítica; Hipo ou hiperadrenocorticismo. 4.2 LEUCOPENIA Diminuição do número de leucócitos circulantes (todos ou apenas um tipo), em virtude de degeneração, destruição ou exaustão medular, em conseqüência de: Infecções a vírus (cinomose, hepatite infecciosa, panleucopenia felina, parvovirose, etc.); Doenças bacterianas superagudas, extremamente graves; Estados caquéticos, Agentes físicos (raios X e substâncias radioativas); Agentes químicos = antibióticos (cloranfenicol, penicilina, estreptomicina, oxitetraciclina), analgésicos (antipirina, aminopirina, fenacetina), cortisona, anti-histamínicos, chumbo, benzeno, bismuto 4.2.1 NEUTROPENIA Diminuição dos neutrófilos circulantes, cujas causas foram relatadas anteriormente (leucopenia). 4.2.2 EOSINOPENIA Diminuição dos eosinófilos circulantes, em virtude de: processos infecciosos agudos e super agudos, após administração de corticóides, hiper atividade da glândula adrenal. 4.2.3 BASOPENIA Não existe, uma vez que normalmente são raros os basófilos circulantes. É, portanto, um achado fisiológico. 4.2.4 MONOPENIA Não tem significação clínica. 4.2.5 LINFOCITOPENIA Diminuição dos linfócitos circulantes por motivo de: certas viroses, estresse (pela liberação de hormônios adrenocorticais), administração de corticosteróides ou drogas imunossupressoras. 5.CLASSIFICAÇÃO DA RESPOSTA LEUCOCITÁRIA 5.1- DESVIO À ESQUERDA Aumento de neutrófilos segmentados (jovens) na circulação periférica 5.2 DESVIO À DIREITA Predominam os neutrófilos muito maduros, hiper segmentados na circulação sangüínea. Pode ter como causas: uso prolongado de corticosteróides (Síndrome de Cushing), deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico e fase final de doença supurativa crônica. 6. FASES DA RESPOSTA LEUCOCITÁRIANos processos tóxicos e infecciosos, os neutrófilos são os primeiros a reagirem, depois os monócitos e os linfócitos 6.1 Fase Neutrofílica ou de luta: Período inicial e agudo da infecção - observa- se: leucocitose, neutrofilia, desvio à esquerda, anaeosinofilia, monocitopenia e linfocitose 6.2 Fase Monocítica ou de Defesa Período de vencimento ocorre: diminuição da leucocitose, da neutrofilia e desvio à esquerda, reaparecimento dos eosinófilos, linfócitos diminuidos ou normais e monocitose. 6.3 Fase Linfocítica ou de Cura Período de convalescença, se verifica: diminuição ou desaparecimento da leucocitose, < da neutrofilia, não mais desvio à esquerda, linfocitose, eosinofilia e monócitos normais ou aumentados
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