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Direitos Difusos e Coletivos - Direito do Consumidor

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Tipo de Atividade:
Prova () Trabalho ( X) 
Avaliação: G1 ()	G2 ( ) 
Substituição de Grau: G1 ( ) 	G2 ( )
	Curso de Direito.
	Disciplina: Direito do Consumidor
	Período:5ºA
	Data: 26/05/2017
	Professor (a): Piter Borges Azambuja
	Valor: 0,4 ponto.
	Aluno: ANNELISE DE SOUZA OLIVEIRA 
	
	
Visto prof.
	
Visto coord.
	
Nota: __________
Explique o que são direitos ou interesses: a) Difusos; b) Coletivos; c) Individuais Homogêneos.
Os interesses difusos são os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato.
Os interesses coletivos são os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base.
O CDC define os interesses ou direitos individuais homogêneos como os decorrentes de origem comum (inciso II, art. 81 do CDC). Os titulares desses interesses são determináveis, o bem jurídico é divisível e há ligação por uma origem comum.
Discorra sobre a legitimidade do Ministério Público para promover ações coletivas em defesa dos interesses individuais homogêneos; no que se refere ao interesse indisponível e ao que interesse social.
Segundo Ada Pelegrini no artigo 91 do CDC, em se tratando dos interesses individuais homogêneos, existiria uma legitimação ativa concorrente e disjuntiva, tratando-se de legitimação extraordinária, a título de substituição processual. No tocante aos direitos individuais homogêneos, os mesmos são direitos individuais, que podem ser defendidos em juízo a título individual ou coletivo. Assim, atuando em juízo, defendendo direitos individuais homogêneos, por exemplo, o Ministério Público, agiria como substituto processual, porque está defendendo pessoas determinadas.
O artigo 82 do CDC confere legitimidade ao MP para ajuizar ações coletivas de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, visto que a defesa do consumidor é garantia fundamental (art. 5º, XXXII da CF) é matéria considerada de interesse social pelo art. 1º do CDC. Segundo Gregório Assagra de Almeida “basta que haja afirmação de direito difuso, coletivo ou individual homogêneo, para que esteja legitimado o Ministério Público para agir, seja no campo jurisdicional seja no extrajudicial. É o que se extrai dos artigos 127, caput, e 129, II, III, E IX da CF.”
Explique a diferença de substituição processual e representação processual no que refere ao Ministério Público como substituto processual. 
Representação processual está regulada pelo art. 12 do CPC e pode ser definido como aquele que está no processo em nome do representado e defende os direitos do representado, ou seja, age em nome alheio defendendo direito alheio.
Já a substituição processual trata da exceção do art. 6º do CPC em que o substituto é o titular do direito da ação, mas não do direito material, ou seja, participa do processo em nome próprio defendendo direito material alheio.
Explique a legitimação concorrente para defesa do consumidor em juízo.
Para defesa coletiva de direitos, possuem legitimação concorrente o Ministério Público, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, as entidades e órgãos da Administração Pública direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinada à defesa dos interesses e direitos protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor; as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
Os Procons podem propor ações coletivas em favor dos consumidores? Responda sim ou não e justifique.
Sim, o fato de o Procon ser um ente público sem personalidade jurídica não o impede de ajuizar ação com o fito de defender os direitos dos consumidores. Tal legitimidade se confirma ainda mais, quando consideramos que o fim precípuo do referido ente é a defesa do consumidor. O STJ afirmou que: “O PROCON – Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor, por meio da Procuradoria Geral do Estado, tem legitimidade ativa para ajuizar ação coletiva em defesa de interesses individuais homogêneos, assim considerados aqueles direitos com origem comum, divisíveis na sua extensão, variáveis individualmente, com relação ao dano ou à sua responsabilidade. São direitos ou interesses individuais que se identificam em função de origem comum, a recomendar a defesa coletiva, isto é, a defesa de todos os que estão presos pela mesma origem. No caso, o liame está evidenciado, alcançando os candidatos a inquilinos que são cobrados de taxas indevidas.” (STJ, REsp. 200.827, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito. 3ª T., p. 09/12/02)
Os Procons podem propor figurar no pólo passivo das lides? Responda sim ou não e justifique.
Não, embora os Procons tenham capacidade postulatória, não poderão figurar no pólo passivo das lides. É o que vem decidindo o STJ: “No entanto, pela interpretação dos referidos artigos do Código Consumerista e do art. 5º, inciso XXXII, daCF/88, bem como de acordo com a doutrina pátria, ainda que tenham capacidade postulatória ativa, os PROCONS não podem figurar no pólo passivo das lides, eis que desprovidos de personalidade jurídica própria, mormente não extensível à legitimação passiva a regra prevista na Lei nº 8.078/90.” (STJ, REsp. 788.006, Rel. Min. Francisco Falcão, 1ª T., p. 25/05/06.
É possível a imposição de astreintescontra a Fazenda Pública? Jusfique.
Sim, a jurisprudência do STJ já se pacificou no sentido de que é perfeitamente possível a imposição de multa (astreinte) à Fazenda Pública pelo descumprimento de decisão judicial que a obriga a fazer, não-fazer ou entregar coisa.
Discorra sobre a obtenção do resultado prático equivalente no âmbito do Direito Consumerista.
O artigo 84,§ 5º trata da obtenção do resultado prático equivalente: “Para a tutela especifica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial”. Neste ponto, o Código Consumerista exemplifica alguns dos poderes que são outorgados ao magistrado para buscar o resultado pratico equivalente ao adimplemento. Trata-se de rol exemplificativo, que não esgota e não exclui a aplicação de outras medidas, visando obter o resultado que se teria, caso a obrigação fosse cumprida voluntariamente.
Discorra sobre as ações coletivas para defesa de interesses individuais homogêneos indicando seu conceito, competência, cabimento, execução da sentença, possibilidade de execução no domicílio da vítima e legitimidade do Ministério Público para execução da sentença coletiva. 
Nas ações coletivas para defesa de interesses individuais homogêneos os sujeitos são sempre mais de um e determinados. Mais de um, porque em sendo um só, o direito é individual simples, e determinado porque neste caso, como o próprio nome diz, apesar de homogêneos, os direitos protegidos são individuais. Na ação coletiva para defesa de direitos individuais homogêneos, o autor da ação é único: um dos legitimados do artigo 82 do CDC.
Na hipótese dos direitos individuais homogêneos a ação judicial é coletiva, não intervindo o titular do direito subjetivo individual. Se este quiser promover ação judicial por conta própria para a proteção de seu direito individual pode à vontade, não afastando em nada a ação coletiva.
O CDC admite critérios de competência territorial ou relativa, para fixar a competência nas ações coletivas, qual seja o domicílio do autor. No mesmo sentido, é também competente para a execução, nos termos do parágrafo 2.º do artigo 98 do CDC: a) o juízo "da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual" (inc. I); b) o juízo "da ação condenatória, quando coletivaa execução" (inc.II).
 
Discorra sobre as ações de responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços abordando os seguintes aspectos: inversão do ônus da prova e foro para propositura das ações intentadas pelo consumidor. 
O dispositivo do art. 101, inc. I, do Código de Defesa do Consumidor possibilita que as ações de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sejam promovidas pelo consumidor no foro do seu domicílio.
O fundamento é extraído do fato de que o fornecedor, onde quer que esteja estabelecido, se vale de sua atividade com fins lucrativos, colocando seus produtos e serviços à disposição dos consumidores em qualquer parte do país, visando a proteção do consumidor é o fornecedor que deve arcar com esses custos, já que a responsabilidade pela inserção de produtos e serviços com vícios ou defeitos é decorrência do risco de sua atividade, que é absorvido pelo lucro buscado. No Direito consumerista é admissível que o resguardo dos direitos do consumidor em juízo seja facilitado pela utilização da inversão do ônus da prova, conforme o Art. 6°, inciso VIII do CDC. Quando submetida a apreciação judicial um litigio atinente a legislação do consumidor não caberá ao autor a prova dos fatos alegados, cabendo a parte ré provar negativamente os fatos alegados na inicial.
Explique a coisa julgada erga omnes nas ações coletivas, segundo o CDC.
A coisa julgada nas ações coletivas vem disciplinada nos artigos 103 e 104 do Código de Defesa do Consumidor. De acordo com o prescrito nestes dispositivos legais, pode a coisa julgada ser erga omnes ou ultra partes, conforme seja a ação fundada em direito ou interesse difuso, coletivo ou individual homogêneo. Em se tratando de interesse ou direito difuso (inciso I do parágrafo único do artigo 81), sendo promovida ação coletiva por um dos legitimados do artigo 82 (ou por mais de um em litisconsórcio), a coisa julgada será erga omnes, salvo se o pedido deduzido em juízo for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova (inciso I do art. 103). Se o interesse ou direito for coletivo stricto sensu (inciso II do parágrafo único do artigo 81), formar-se-á coisa julgada ultra partes para o grupo, categoria ou classe, salvo se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, caso em que, assim como na hipótese anterior, poderá qualquer legitimado propor nova ação, desde que com nova prova (inciso II do artigo 103).
Se o direito for individual homogêneo (inciso III do parágrafo único do artigo 81), a coisa julgada será erga omnes, no caso de procedência do pedido (art. 103, III, do CDC). Em outras palavras, a vítima ou seu sucessor poderá promover liquidação e/ou execução fundada na sentença de procedência, não sendo necessário o ajuizamento de ação condenatória.
Os efeitos da sentença, no caso de interesses individuais homogêneos relacionados as relações de consumo, limitam-se à competência territorial do órgão julgador? Responda sim ou não e justifique.
Não, o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 103, trata dos efeitos da sentença proferida no âmbito da ação civil pública, não trazendo a restrição territorial introduzida pela Lei nº 9.494/97, e que, por força do artigo 21 da LACP – princípio da integração -, possui aplicação no âmbito da ação civil pública que verse sobre qualquer interesse transindividual, e não apenas quanto a interesses individuais homogêneos, tal como reconhecido pelos ensinamentos amplamente majoritários.
Missão: 
Construir, com excelência, o conhecimento e o saber, por meio do ensino, pesquisa e extensão, formando indivíduos e profissionais capazes de promover a transformação e o desenvolvimento do contexto em que estão inseridos
.
Visão:
Ser referência em educação de qualidade e serviços prestados buscando, com base em princípios éticos e humanísticos, a integração entre comunidade e Instituição

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