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introdução documentário

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História do Documentário
Prof. Me. Rodrigo Alves
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Destacar a importância e a tradição do documentário como gênero de produção audiovisual voltado ao registro de aspectos diversos da realidade. 
Apresentar quadro histórico da produção do documentário no plano internacional e como se consolidou como linguagem.
Assinalar as principais fases, escolas e tendências do filme documentário
Objetivos
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O primeiro documentário "Nanook, o esquimó", realizado em 1922 no ártico, pelo norte americano Robert Flaherty (considerado o pai do documentário), é a expressão de que o documentário nasce do desejo antropológico de encontrar e compreender a cultura de "outros mundos". 
Destaque também, neste período, para o cinema documentário soviético de Dziga Vertov, em especial seu filme “O Homem da Camera” de 1929. 
John Grierson, nos anos 20 e 30 na Inglaterra, estabeleceu o que se considera a base do que tornou-se o filme documentário. 
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Nos anos 30 o documentário passa a ser também utilizado como instrumento de propaganda política, e o mais expressivo exemplo é o clássico "O Triunfo da Vontade" de Leni Riefenstahl, considerada a cineasta de Hitler, cujos documentários, de grande técnica e emoção, serviram à difusão do ideal nazista na Alemanha, tendo tido forte influência na mobilização do povo alemão para a guerra iniciada em 1939. 
"The City" de Ralph Steiner, de 1939, documenta os impasses e dilemas da vida nas grandes metrópoles, e "Terra sem Pão" de Luis Buñuel, de 1932, que documenta a pobreza nas vilas e comunidades do interior da Espanha. 
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Aos poucos o documentário muda de "Jornal Cinematográfico", para um cinema de registro com a missão de descobrir e investigar temas sobre "novos mundos", explorar novas linguagens e também dedicar-se às transformações e crises políticas e econômicas na Europa e EUA antes da 2a guerra mundial, e depois da guerra sobre temas ligados à depressão sócio-econômica.
História do Documentário
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Os anos 60, período em que surge a grande revolução do documentário, em sua linguagem e formato, e no próprio conceito. 
Com o advento da câmera portátil e do gravador de som direto com sincronismo, o documentário se torna mais ágil e se volta mais à observação direta, passa a se dedicar a temas mais específicos e particulares do cotidiano dos atores sociais, passa a "entrar na vida das pessoas", sai do ambiente macro para o micro, em sua abordagem da vida social e política. 
História do Documentário
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Inaugura-se o chamado cinema documentário observativo e destacam-se novas escolas e tendências importantes para a consolidação do gênero documentário.
 Entre as principais novas escolas está o "cinema verité" (cinema verdade) na França, onde o grande nome é Jean Rouch com seus documentários de caráter social.
História do Documentário
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Nos EUA o surge o "Cinema Direto" em 1960, cujo expoente é o documentarista Robert Drew, que inventa um novo tipo de documentário, com o filme "Primary", acompanhando o dia a dia das campanhas eleitorais nos EUA (com foco na campanha presidencial de John Kennedy), modelo de documentário seguido até hoje no mundo. 
História do Documentário
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A década de 70 inaugura um novo olhar da produção documentária, a busca de uma nova avaliação sobre os acontecimentos do passado, o início da utilização sistemática de arquivos históricos de imagens, combinadas com a utilização de entrevistas e depoimentos atuais. 
Os objetivos são os de investigar o passado com novo olhar e nova interpretação, para explicar o tempo presente. A adoção de uma nova perspectiva histórica diante dos fatos e acontecimentos que interferem no presente.
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A guerra do Vietnam foi o tema de um dos mais importantes documentários dos anos 70, "Corações e Mentes" (Hearts and Minds) de Peter Davis, realizado em 1974. É atribuído a este filme documentário o poder de ter mobilizado definitivamente a sociedade norte americana para o fim da guerra do Vietnam, já que mostrou imagens das atrocidades da guerra, a perda de valores éticos e morais, e a morte de milhares de jovens americanos em nome de nada.
História do Documentário
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Documentários políticos e de denúncia emergem nos anos 70, trazendo para as telas do cinema e da tv novos pontos de vistas, incluindo o das chamadas minorias, como movimentos de mulheres, sindicatos, movimentos jovens e outros.
História do Documentário
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Os anos 80 e 90 marcam o aprimoramento das narrativas do filme documentário e sua diversificação, aliando informação, emoção e problematização. Na Europa, entre os filmes que buscaram a revisão histórica, o destaque é para o documentário alemão "Arquitetura da Destruição", de Peter Cohen, realizado em 1992, e vencedor do Oscar, que apresenta novas explicações para o nazismo, com uma releitura critica daquele período e novas análises sobre o líder Adolf Hitler, trazendo materiais inéditos de arquivo sobre o tema.
História do Documentário
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Nas TVs por assinatura, nas décadas mais recentes, há o surgimento de inúmeros canais dedicados aos documentários, especializados e diversificados em torno de temas da história e da natureza, como History Channel, Discovery Channel, e Geographic Magazine, entre outros.
O documentarista Michael Moore, com seu estilo performático e seus polêmicos filmes, aparece como uma revolução no documentário, expondo e discutindo graves problemas da América, nos anos 90 e nos anos 2000. O poderio das empresas multinacionais, a questão das armas e da violência doméstica nos USA, as repercussões do pós 11 de setembro, são temas, entre outros, polemizados nos documentários de Michael Moore, ganhando visibilidade e audiência em todo o mundo.
História do Documentário
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Importantes documentários destacaram-se nos anos 2000. O documentário canadense "The Corporation" (A Corporação), realizado em 2004 por Mark Achbar e Jennifer Abbot, apresentou pela primeira vez uma radiografia das poderosas articulações das grandes corporações no mundo. 
Outro sucesso no gênero foi sem dúvida o filme "An Inconvenient Truth" (Uma Verdade Inconveniente), narrado pelo político e ambientalista Al Gore, realizado em 2007 e vencedor do Oscar na categoria, e dedicado ao tema do aquecimento global. Este documentário marca a emergência dos temas ambientais como dos mais urgentes a serem tratados, debatidos e refletidos pela sociedade em todo o mundo.
História do Documentário
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Estas e outras produções documentais de grande qualidade, eficiência e repercussão, exemplificam e consagram o documentário no mundo como um dos principais instrumentos jornalísticos de crítica e interpretação dos graves problemas sociais e políticos da humanidade e das sociedades nos dias de hoje.
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Prof. Me. Rodrigo Alves
Wednesday, April 5, 2017
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História do Documentário no Brasil
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A história do documentário no Brasil, começou com Humberto Mauro, que realizou mais de uma centena de filmes documentários de curta metragem durante os anos 30 e 50, tendo criado o INCE - Instituto Nacional do Cinema Educativo, dedicado a temas como a saúde pública no Brasil, a divulgação técnico científica, e a exploração das riquezas naturais e culturais do país.
História do Documentário no Brasil
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A partir de 1945 Humberto Mauro inicia a importante série "Brasilianas" com filmes sobre as paisagens brasileiras, sons e ritmos brasileiros, o folclore e a música de Heitor Villa Lobos. Humberto Mauro é pioneiro, com sua marca principal voltada ao documentário rural brasileiro. "Carro de Bois" e "Engenhos e Usinas" são exemplos clássicos do filme documental de Humberto Mauro.
História do Documentário no Brasil
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O "Cinema Verdade" no Brasil se desenvolve a partir dos anos 60, articulado com o movimento do cinema novo brasileiro. Esta década marca a introdução nas filmagens de nova tecnologia de som, que permite a captação do áudio com sincronismo labial com a imagem. São documentaristas importantes
desta década Paulo Cesar Saraceni, Linduarte Noronha, Vladimir Carvalho, Joaquim Pedro de Andrade, Geraldo Sarno, Leon Hirzsman e Arnaldo Jabor.
História do Documentário no Brasil
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Nesta década, com influência do "Cinema Verité" da França, instala-se a ética da não intervenção do documentarista, sendo temas predominantes o rosto e a fisionomia do homem brasileiro, sua força de trabalho, as festas populares, os movimentos migratórios, os nordestinos em São Paulo, e os dramas e impasses da classe média urbana. São clássicos dos anos 60, entre outros, os documentários "Romeiros da Guia" de Vladimir Carvalho, "Aruanda" de Linduarte Noronha, "Maioria Absoluta" de Leon Hirzsman, "Opinião Pública" de Arnaldo Jabor, e "Viramundo" de Geraldo Sarno.
História do Documentário no Brasil
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Os anos 70 e 80 consolidam a expansão e a diversidade do gênero, com o surgimento dos documentaristas Silvio Tendler e Eduardo Coutinho que, ao lado de Vladimir Carvalho e Leon Hirzsman, realizam os mais importantes documentários deste período. Os anos 90 e 2000 mostram a maturidade de Eduardo Coutinho como o maior expoente do documentário brasileiro, ao lado de novos nomes que surgem com obras inovadoras, como João Moreira Salles e Walter Carvalho, entre outros.
História do Documentário no Brasil
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São clássicos deste período os filmes documentários "JK" e "Jango" de Silvio Tendler, “O País de São Saruê" de Vladimir Carvalho, "Imagens do Inconsciente" de Leon Hirzsman, "Cabra Marcado para Morrer", Babilônia 2000" "Santo Forte" e "Edifício Master" de Eduardo Coutinho, e "Notícias de Uma Guerra Particular" de João Moreira Salles.
História do Documentário no Brasil
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Nos últimos anos documentários importantes tem sido sucesso de público e crítica no Brasil, entre os quais, "Ônibus 174" de José Padilha", "À Margem da Imagem" de Evaldo Mocarzel, "Entre Atos“ de João Moreira Salles, e "Vinícius" de Miguel Faria, sendo que este último abriu caminho para uma série expressiva de filmes documentários biográficos sobre nomes da música popular brasileira, que se sucedem a cada ano.
História do Documentário no Brasil
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Características do Documentário
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Narrador (Voz over ou voz off);
Entrevistas e depoimentos de personagens;
Imagens que ilustram as situações e temas;
Cenas de ação com os personagens.
Características do Documentário
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A estrutura narrativa do filme documentário se compõe dos seguintes momentos:
Apresentação do tema;
Informações sobre o contexto histórico e o entorno do tema;
Problematização do tema;
Conclusão.
Características do Documentário
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AS CONVENÇÕES DE CADA GÊNERO.
Wednesday, April 5, 2017
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LIMITES E FRONTEIRAS ENTRE O DOCUMENTÁRIO E A FICÇÃO 
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Os filmes documentários abordam o mundo em que vivemos enquanto os filmes de ficção abordam o mundo imaginado pelos cineastas. 
Envolvem suposições diferentes (realidade versus imaginário) e relação diferente entre cineasta e seu tema, além de inspirar expectativas diferentes no público.
Ficção X Documentário
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As principais convenções do filme de ficção:
Atores profissionais 
Roteiro fechado 
Falas previamente determinadas 
Ensaio e Encenação 
Direção de atores 
Cenários e Figurinos
Estúdio para filmagem
Ficção X Documentário
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As principais convenções do documentário:
Roteiro aberto 
Atores sociais
Câmeras portateis e som direto 
Filmagem externa em ambientes naturais
Improviso e Autenticidade 
Utilização de Imagens de arquivo 
Narração sobre imagens
Ficção X Documentário
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Há casos de filmes de ficção que buscam aparência documental, ao utilizarem-se dos recursos do realismo e da verossimilhança. É o caso de filmes baseados em fatos reais, com argumentos baseados em acontecimentos e histórias reais, mas o seu tratamento narrativo é ficcional. Exemplos clássicos são os filmes do néo realismo italiano, do realismo socialista soviético, do cinema novo brasileiro, entre outras escolas de cinema.
Ficção X Documentário
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Podemos garantir que o que vemos em uma imagem filmada de um documentário seja exatamente o que teríamos visto sem o uso da câmera?
Tecnologias e estilos estimulam a acreditar em uma correspondência estreita entre imagem e realidade. Recursos técnicos e efeitos artísticos buscam garantir o efeito da autenticidade.
Ficção X Documentário
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O que se busca é dar a impressão de autenticidade, a tradição do documentário está enraizada nas idéias de autenticidade e verdade, como a buscar a exatidão da ciência e da medicina, a função do Raio X, do Tomógrafo etc.
Ficção X Documentário
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O Documentário tem dois modos básicos de representação da realidade:
1. Ênfase na autenticidade e fidelidade de sua representação do mundo: "O Mundo é esse, é assim..."
2. Ênfase na originalidade de sua maneira de ver o mundo, o mundo filtrado por um determinado ângulo, uma determinada visão.
Ficção X Documentário
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O Documentário tem o mesmo desafio dos filmes de ficção, de trabalhar com o fascínio e a emoção, ao lado do seu compromisso básico com a informação e o registro da realidade. Representar a realidade exige inventividade e criatividade, seja na escolha do tema bem como do seu modo de narrar este tema, na escolha dos personagens e no modo de inserir estes atores sociais no filme, no ritmo das imagens, dramaticidade das cenas e depoimentos, trilha sonora, emoção.
Ficção X Documentário
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A criatividade do filme documentário e do tratamento do tema, e sua relação com o ponto de vista assumido pelo documentarista diante da amplitude de seu tema, é que vai resultar no grau de originalidade do filme documentário.
Ficção X Documentário
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