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MARKETING DE VAREJO AULA 3 Prof. Adriane Werner 2 CONVERSA INICIAL Olá! Chegamos à nossa terceira aula. Nesta Rota de Aprendizagem vamos conhecer um pouco mais sobre a história do desenvolvimento do varejo no mundo e no Brasil. Para a construção deste conhecimento, vamos abordar os seguintes tópicos: • Contexto histórico do varejo no Brasil; • Ranking dos maiores varejistas no Brasil e no mundo; • Como ocorre a venda de bens e serviços para o consumidor final; • A evolução da sociedade a respeito de consumo; • As diferenças entre atacado e varejo; • A transformação dos shoppings. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO O desenvolvimento do varejo no mundo tem seguido o curso de uma evolução natural, ou seja, na medida em que as sociedades se tornam mais complexas e individualistas, mais o varejo se desenvolve, já que ele é fortemente marcado pela autonomia do consumidor. Em uma análise histórica, podemos dizer que as formas de relacionamento comercial que conhecemos hoje no varejo começaram a se desenvolver juntamente com o próprio desenvolvimento da sociedade. Desde as primeiras sociedades organizadas há registros do que hoje chamaríamos de trocas comerciais, mas que inicialmente, nos primórdios das civilizações, ocorriam como troca direta, sem a intermediação de uma moeda. A essas relações comerciais primitivas baseadas na troca dá-se o nome de escambo. À medida em que a sociedade foi se tornando mais complexa e as relações comerciais começaram a necessitar de um referencial para as trocas (como estabelecer quantos quilos de carne valem uma roupa, por exemplo), surge a moeda; inicialmente eram usados objetos de referência (conchas, pedras, coisas de valor para a sociedade, como sacas de sal), e, em seguida, moedas cunhadas em ouro, e posteriormente em outros metais. Por milênios a 3 referência tem sido a moeda, que ganhou, com o passar do tempo, contornos específicos em diferentes países; muitas vezes, com conotação política, passou a ser impressa em papel e atualmente vem ganhando outras formas de representação, como a utilização do chamado dinheiro de plástico, como os cartões de débito e de crédito, além de tantas outras formas – mas sempre tendo a referência da moeda local ou de outros países. O varejo, como já dissemos, acompanha a evolução da sociedade. Atualmente, vivemos a chamada sociedade de consumo, em que somos cercados por todos os lados de incentivos ao consumo. O próprio varejo acompanha esse incentivo, criando, nos estabelecimentos, promoções e diferentes formas de dispor os produtos e divulgá-los de maneira sedutora. Há que se notar que os Estados Unidos da América exercem papel de liderança em todo esse contexto. Conforme veremos nesta Rota, boa parte das maiores empresas varejistas do mundo é norte-americana, o que faz com que o país dite tendências de consumo em todo o mundo, especialmente no Ocidente. Outro aspecto importante nesse sentido é perceber a concentração econômica no globo: dos dez maiores varejistas do mundo, cinco são norte-americanos. Este grupo dos dez maiores representa quase U$ 1,5 trilhão em vendas anuais, enquanto que o grupo dos 250 maiores vende o equivalente a U$ 3 bilhões (Ferreira Junior, 2014). Ou seja, praticamente 50% das vendas dos estabelecimentos varejistas de maior destaque mundial está concentrado em apenas 10 empresas. Ainda nesta Rota, iremos tratar da evolução dos Shoppings Centers, modelo de comércio que vem evoluindo em velocidade acelerada e dominando a cena no varejo dos grandes centros urbanos. Considera-se que o modelo de concentração de lojas tenha se desenvolvido a partir de 1950, embora seja admissível comparar os shoppings a outros modelos semelhantes de comércio, bem mais antigos, como o Grande Bazaar de Isfahan, criado no século X a.C., com mais de 10 Km de extensão, e também o Oxford Covered Market, inaugurado em 1774, e ainda o shopping norte-americano criado em Rhode Island em 1828, e o Galeria Vittorio Emanuelle II, criado em 1860. Percebe-se, nos grandes centros urbanos, que os shoppings têm enfraquecido, em grande parte, o comércio das lojas de rua. Além do fortalecimento dos shoppings, outro tipo de comércio tem alcançado destaque cada vez maior: as vendas virtuais. É crescente o número 4 de empresas e profissionais que têm se dedicado às vendas eletrônicas, que também vêm ganhando a confiança dos consumidores. Com o advento da popularização da internet, no final dos anos 1990, o comércio eletrônico chegou a ter destaque, mas ainda provocava insegurança nos consumidores, que temiam fraudes e desvios. Somente com o desenvolvimento de dispositivos cada vez mais precisos de segurança e também com a democratização do acesso à internet é que o comércio eletrônico pôde se desenvolver de maneira mais sólida. Além de todos esses pontos, outra questão importante que será apresentada ainda nesta Rota de Aprendizagem são as conceituações de atacado e varejo, diferenciando as formas de comercialização. Nesse tópico, trataremos também de um formato que vem despontando como tendência: o atacarejo, que abrange características dos dois formatos, levando produtos em grande quantidade e a preços mais baixos para o consumidor final. Pesquise Para iniciarmos nossos estudos sobre o marketing no varejo de maneira focada nos pontos que acabamos de destacar, sugerimos a você que faça uma breve pesquisa sobre a história da moeda no mundo. O tema é interessante e desperta a atenção de todos. O artigo disponível em <http://www.historiadetudo.com/historia-da-moeda> traz uma série de informações relevantes e interessantes, inclusive links para temas afins, como a história dos bancos, do dólar e do euro. Outro artigo interessante que trata do assunto está disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historia/historia-da- moeda.htm>. TEMA 1 – HISTÓRICO DO VAREJO Desde as mais remotas civilizações, quando o homem começou a se organizar em sociedade, dominando a agricultura e domesticando animais, começou também a organização da economia. A produção de subsistência passa a gerar excedente – e essa sobra passa a ser negociada em trocas por outros produtos que, por sua vez, representavam também excedentes na produção de outra pessoa ou grupo. Quanto mais aprimoravam os meios de produção, mais as pessoas produziam, intensificando o comércio entre os diferentes grupos. Como o 5 comércio exige acordos entre as partes, comunicação e compreensão dos valores negociados, as relações precisaram se aprimorar. Uma das maiores dificuldades do chamado escambo é estabelecer referenciais de valor para as mais diferentes mercadorias. Como determinar, por exemplo, quantas galinhas são suficientes para se fazer uma troca justa por alguns metros de tecido? Quantas sacas de batata valem um porco ou um boi? Antes que fosse criada a moeda em si, as pessoas passaram a adotar produtos de grande procura como referência de valor. Assim, os produtos eram colocados para comércio ao preço de “x” sacos de sal ou “x” bois, por exemplo. O boi era muito utilizado como referência de valor na Grécia Antiga. Já o sal era a moeda entre romanos e etíopes. Até mesmo o chocolate foi usado como moeda entre os astecas e o bacalhau seco entre os noruegueses na Idade Média, ou ainda, mulheres escravizadas na Irlanda antiga (para mais informações, acesse o link <http://super.abril.com.br/cultura/como-surgiu-o-dinheiro/>). Com o passar do tempo, esses produtos de referência foram sendo substituídospor moedas, que simbolizavam o valor que deveriam representar. À medida em que o metal passava a ter valor material nas sociedades, passou a ser usado também como referência de valor – inicialmente comercializado in natura ou moldados como joias, e depois com a cunhagem de moedas propriamente ditas. Quando passaram a ser produzidas moedas, muitas delas faziam referência a seus reinos e governantes – como é o caso da moeda cunhada em homenagem ao rei macedônico Alexandre, o Grande, por volta de 356 a.C. Acredita-se que as primeiras moedas metálicas tenham sido lançadas pelos gregos por volta do século VII a.C. No decorrer da história, moedas foram cunhadas em diferentes tipos de metal, como ouro, prata, cobre e níquel. Em diversas sociedades, o metal determinava também o valor que teriam essas moedas – por exemplo, as moedas de ouro eram as mais valiosas. Com o passar do tempo, porém, elas passaram a ter valor apenas nominal, representando simbolicamente o valor que estava descrito nelas. A origem do dinheiro em papel é confusa. Há registros de uso de cédulas de papel pelos chineses há cerca de mil anos, mas o hábito teria caído em desuso no fim do século XIV. Somente bem mais tarde, por volta de 1660, é que a Europa passa a implantar o uso do dinheiro em papel, a começar pela Suécia. 6 Essa relação simbólica de usar uma referência para estabelecer o valor de produtos e serviços ampliou-se de tal forma que hoje chegamos ao chamado “dinheiro de plástico”: os cartões dos bancos – ou, ainda mais longe, chegamos a situações em que nem precisamos mais de um objeto que represente o dinheiro, como no caso das compras pela internet. A ampla utilização da moeda e a expansão do comércio fizeram surgir a figura dos mascates – os vendedores que viajavam longas distâncias levando produtos, ampliando fronteiras de comércio e promovendo, assim, a convivência entre diferentes culturas. Os mascates ou caixeiros viajantes comercializavam os mais diferentes tipos de produtos, de alimentos a joias, de animais a tapetes e adornos. Nota-se, portanto, que o comércio é uma atividade antiga entre os seres humanos, que provavelmente remonta ao início da civilização humana. Sociedades antigas bem organizadas, como a grega, a romana e a egípcia, tinham seu comércio bastante ativo. Dando um grande salto no tempo, por volta de 1700 temos um marco na história do comércio e do varejo, com a criação das chamadas “lojas gerais” (general store), que eram grandes estabelecimentos comerciais que concentravam a venda dos mais diversos tipos de produtos. As “vendas” eram lojas que vendiam de tudo, desde alimentos até roupas, produtos de higiene, utensílios para a casa, móveis, etc. Um pouco mais tarde, outro ponto de destaque é o surgimento das lojas especializadas em alimentos (grocery store). Nasciam ali as lojas que hoje conhecemos como mercearias ou armazéns: lojas menores e especializadas. A Revolução Industrial, a partir do século XIX, trouxe novas necessidades de aprimoramento do comércio. O desenvolvimento das cidades e os novos hábitos sociais fizeram surgir novos tipos de comércio, maior diversificação de produtos e maior disputa pelo consumidor. Foi nesse contexto que surgiu aquela que se considera a primeira loja de departamentos do mundo, a Le Bon Marchè, fundada em 1850, em Paris. É o primeiro estabelecimento de que se tem notícia em que os produtos foram agrupados em categorias. Este é o retrato do comércio no século XIX, com a figura do comerciante e poucos funcionários. Eles se encarregavam de tudo, desde a exportação e importação até o transporte e o comércio em si. Na segunda metade do século 7 XIX, inicia-se um processo de divisão maior de tarefas no comércio. Surge também o comércio atacadista, que se propõe a vender grandes quantidades a preços mais competitivos – normalmente funcionando como intermediário e não vendendo ao consumidor final, e sim a outros comerciantes. Com o desenvolvimento dos meios de comunicação em massa e também com o aprimoramento dos transportes, o comércio se expandiu, permitindo o surgimento de uma nova forma de relação e de acesso aos produtos: as vendas diretas, por catálogo e “porta a porta”. A próxima mudança, completando esse avanço, foi o lançamento, nos Estados Unidos, em 1912, da primeira loja no sistema de autosserviço, em que o cliente busca diretamente nas prateleiras os produtos que quer comprar, sem a intervenção de qualquer intermediário. É o chamado sistema cash and carry (“pague e leve”). Estava ali o embrião para o surgimento dos supermercados. Saiba mais As vendas diretas são realidade no comércio desde o fim do século XVII e tornaram-se bastante fortes no século XIX. Elas permanecem fortes em várias regiões do mundo e não dão sinais de arrefecimento, mesmo com o advento da internet e as facilidades das vendas eletrônicas. Selecionamos um site que traz informações curiosas sobre vendas diretas e sua história. Acesse <http://www.abevd.org.br/venda-direta/> e acompanhe as informações. TEMA 2 – HISTÓRICO DOS SUPERMERCADOS Os supermercados se diferenciam das mercearias e de outros tipos de comércio por serem uma modalidade de autosserviço, ou seja, o cliente de supermercado procura e pega sozinho os produtos que quer adquirir, sem a intervenção de um vendedor ou balconista. Atualmente os supermercados representam o maior ícone do varejo mundial, pois são frequentados por clientes de todas as partes do globo, de todas as classes sociais e dos mais variados estilos. A história dos supermercados é imprecisa e diferentes fontes atribuem a um ou a outro o pioneirismo no oferecimento do autosserviço. Trataremos aqui dos primeiros estabelecimentos e dos que mais se destacaram nas primeiras experiências desta modalidade do varejo. 8 Um dos primeiros supermercados de que se tem notícia teria surgido nos Estados Unidos. A Great Atlantic and Pacific Tea Company teria lançado o formato de autosserviço em 1912. A rede foi uma das maiores do varejo mundial e o negócio durou mais de 150 anos. A empresa foi fundada por George Gilman, em 1859 (com o nome Gilman & Company), que, aos poucos, a transformou em uma pequena rede de varejo, vendendo chás e cafés. Em 1878, já administrada por George Hartford, alcançou o número de 70 lojas e inaugurou o formato de supermercado, vendendo maior variedade de produtos. Em 1912, mais uma vez inovadora, inaugurou o sistema de loja econômica, chegando a ter 1600 lojas. A partir de 1915, começa a operar no formato de autoatendimento, provocando amplas mudanças nos costumes sociais e, com o tempo, modificando até mesmo as formas de produção, embalagem, transporte e armazenamento dos fornecedores. A rede cessou as operações em 2015. Um dos grandes destaques entre os primeiros supermercados foi a loja Piggly Wiggly, considerada a primeira, de fato, com autoatendimento. A loja oferecia cestas para que os clientes se servissem, tinha os produtos colocados em prateleiras e etiquetados com preços, e instalou catracas na entrada e na saída. Da mesma forma, um estabelecimento considerado marco para o surgimento dos supermercados foi a loja King Kullen, inaugurada em 1930 pelo empresário norte-americano Michael Kullen. A ideia inovadora do empresário consistiu em adaptar um galpão industrial para vender comida e deixar que as pessoas se servissem sozinhas. Como conseguiu sensível redução de custos por não precisar de grande número de funcionários, vendia produtos a preços bem mais baixos do que os praticados nos tradicionais armazéns. A estratégia foi tão certeiraque, em apenas seis anos, 16 filiais foram abertas no estado de Nova York. Nas décadas seguintes, a ideia do autosserviço se espalhou pelo mundo, chegando à Europa e ao Brasil nos anos 1950. A Europa também viveu algumas experiências de autosserviço no início do século XX. Consta que as lojas de varejo tiveram grande destaque durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A Inglaterra, nesta época, possuía 16 empresas especializadas no varejo, com mais de 200 filiais e centenas de funcionários. A história dos supermercados no Brasil também contém dados imprecisos. Enquanto algumas fontes citam que o primeiro estabelecimento no 9 formato de autosserviço teria sido o supermercado Sirva-se, inaugurado em 1953, em São Paulo, outros apontam que o pioneiro a implantar a novidade no país teria sido o Americano, também na cidade de São Paulo, em 1956. O formato dos supermercados rapidamente ganhou o mundo, fazendo surgir lojas com diferentes propostas ao redor do globo. Se nos anos 1930 eles ainda eram pontuais, logo se tornaram febre no varejo. Em 1941, já havia mais de 8 mil lojas apenas nos Estados Unidos. Com o passar do tempo, o preço deixou de ser o grande atrativo desse tipo de estabelecimento varejista. Os formatos de autosserviço foram se diversificando em lojas de pequeno, médio e grande portes. Nos últimos anos, dois tipos de lojas de autoatendimento têm chamado a atenção de públicos específicos: as pequenas lojas de bairros – que inclusive praticam preços acima da média de mercado, mas que mantêm seu público fiel); e as grandes lojas conhecidas como hipermercados, com ampla variedade de produtos e preços bastante competitivos. Enquanto um supermercado de médio porte comercializa, em média, 8 mil itens, um hipermercado chega a ter de 20 mil a 50 mil itens em seu mix. As lojas também passaram a se diversificar em relação ao público-alvo a ser impactado, com estabelecimentos com propostas mais populares e outras voltadas às classes mais altas, com produtos exclusivos e diferenciados, considerados como sendo do mercado de luxo. Além do formato de autosserviço que fez surgir as lojas de supermercados como conhecemos hoje, outro tipo de estabelecimento que começou a se destacar nos EUA na década de 1940 foram as lojas de conveniência. São consideradas como tal os pequenos estabelecimentos comerciais, normalmente situadas nas dependências de postos de abastecimento, estações rodoviárias ou outro tipo de comércio – de onde vem o nome “conveniência”, pois o objetivo é oferecer comodidade para quem está usufruindo de outro serviço e pode aproveitar a oportunidade para comprar produtos de uso pessoal. Essas lojas são mais um formato desenvolvido no varejo para adaptá-lo aos mais diferentes padrões de consumo da sociedade. No Brasil, as lojas de conveniência chegaram em meados dos anos 1980. A primeira loja do tipo foi inaugurada em 1987, em São Paulo. Até 1993, havia poucos estabelecimentos desse tipo e eles estavam concentrados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Depois disso, começaram a surgir as lojas em sistema de franquia, popularizando o formato, especialmente em postos de 10 combustíveis. Uma pesquisa publicada pelo jornal Estado de São Paulo, em 2009, apontava que, naquele ano, o número de lojas de conveniência já ultrapassava 8 mil em todo o país. Outro formato de comercialização que surgiu há décadas e que existe até hoje em todo o mundo é o das vendas por catálogo. A modalidade é ainda mais antiga que o supermercado, e há experiências registradas desde os anos 1850. Uma das primeiras empresas a operar nesse formato foi a Montgomery Ward, que já naquela época chegou a ter um catálogo com 540 páginas, oferecendo mais de 24 mil itens. Outra empresa que marcou presença no mercado de vendas por catálogo no final do século XIX foi a Sears, Roebuck & Co, que surgiu em 1890 e alcançou o feito de registrar mais de 100.000 pedidos por dia em 1905. (Ferreira Junior, 2014) Observe na Tabela 1 o crescimento e a concentração dos dez maiores varejistas do mundo. Tabela 1 – Concentração dos 10 maiores varejistas do mundo Classificação nos 250 maiores Empresa País de origem Vendas no varejo (em U$ milhões) Crescimento das vendas no varejo (%) 1 Walmart EUA 418.952 3,4 2 Carrefour França 119.642 4,8 3 Tesco Reino Unido 92.171 6,7 4 Metro Alemanha 88.931 2,8 5 Kroger EUA 82.189 7,1 6 Scwarz Unternehmens Alemanha 79.119 9,4 7 Cotsco EUA 76.255 9,1 8 Home Depot EUA 67.997 2,8 9 Walgreens EUA 67.420 6,4 10 Aldi Alemanha 67.112 5,2 Grupo dos 10 maiores 1.159.788 5,0 Grupo dos 250 maiores 3.940.747 5,3 Participação das vendas dos 10 maiores no total de vendas dos 250 29,4 Fonte: Baseado em Ferreira Junior (2014). 11 Leitura obrigatória Para despertar a atenção para as ações de marketing no varejo, sugerimos a leitura do primeiro capítulo do livro Estratégias de Marketing para Varejo: Inovações e diferenciações estratégicas que fazem a diferença no marketing de varejo, organizado por Alexandre Luzzi Las Casas e Maria Tereza Garcia. Os autores trazem um apanhado conceitual e também histórico sobre varejo, além de apontar tendências do marketing do setor, como a criação de marcas próprias. O texto está disponível em: <http://www.martinsfontespaulista.com.br/anexos/produtos/capitulos/250037. pdf>. TEMA 3 – OS SHOPPINGS CENTERS Os shoppings centers (ou “centros comerciais”) vêm conquistando a simpatia de consumidores ao redor de todo o mundo, pois eles representam facilidade de acesso, segurança e a possibilidade de encontrar em um mesmo lugar produtos de diferentes naturezas. A preferência pelos shoppings vem promovendo mudanças nos costumes em várias partes do mundo. No Brasil, por exemplo, os cinemas de rua praticamente deixaram de existir, e mesmo o comércio tradicional enfrentou reduções sensíveis no decorrer dos últimos anos. Para os consumidores, a comodidade do shopping lhes poupa tempo (pelo fato de diferentes opções de compra, lazer e alimentação estarem concentradas em um mesmo local) e aumenta a segurança (pelo fato de os locais normalmente serem fechados e com estacionamento próprio). A força comercial dos shoppings tornou-se notável somente neste século – e no Brasil somente nos anos 1980 – mas a ideia de reunir diversas lojas em um mesmo lugar é bem mais antiga. O empreendimento mais antigo neste formato de que se tem notícia é o Grande Bazaar de Isfahan, no Irã, que data do século X a.C. O conglomerado comercial tem mais de 10 Km de estrutura coberta. Muito tempo depois, já no século XVIII da era cristã, a Inglaterra também inaugurou o conjunto de lojas chamado Oxford Covered Market, em 1774. O mercado coberto permanece em funcionamento. Os Estados Unidos também inauguraram, em 1828, o Rhode Island, e na década de 1860 a Itália lançou, em Milão, o Galleria Vittorio Emanuele, cujo nome é uma homenagem ao Rei. 12 Já nos séculos XX e XXI, o modelo de estabelecimento comercial se popularizou e se espalhou pelo mundo. Atualmente, o maior shopping center do mundo está localizado na Arábia. O Mall da Arábia, inaugurado em 2006, tem 929 mil metros quadrados. Na China, está localizado o South China Mall, fundado em 2005. A obra foi orçada em US$ 2,5 bilhões. A área total é de 892 mil metros quadrados e a área comercial é de 659.612 metros quadrados. Por quase um ano, foi considerado o maior do mundo. Até a inauguração do South China Mall, o maior shopping do mundo era o West EdmontonMall, no Canadá. O shopping ocupa uma área de 500 mil metros quadrados, tem cerca de 800 estabelecimentos comerciais e emprega mais de 23 mil pessoas. Hoje em dia, o Westy Edmonton é considerado o 4º maior do mundo, pois também foi superado pelo Golden Resources Mall, que tem 600 mil metros quadrados e aproximadamente mil estabelecimentos. O Golden Resources foi inaugurado em 2004. Aparentemente, há uma certa competição entre os países para ver quem constrói o maior estabelecimento. A própria China e os Emirados Árabes Unidos estão construindo novos shoppings que deverão superar as atuais marcas. O Dubai Mall, por exemplo, promete alcançar a marca de maior do mundo quando for inaugurado. No Brasil O Brasil tem atualmente 495 shoppings centers, que são responsáveis por 19% das vendas do varejo nacional e têm um faturamento estimado em R$ 119 bilhões. Suas lojas recebem, em média 398 milhões de pessoas por mês (estatística de 2012). A tendência, segundo especialistas, é de que o crescimento se mantenha acelerado. Os shoppings caiu nas graças do brasileiro e, além de serem opções para as pessoas fazerem suas compras, são também alternativas de lazer. Os motivos de tanto sucesso, conforme já salientamos anteriormente, são a possibilidade de concentrar as compras de produtos de naturezas diversa em um mesmo local, além da segurança de estar em um local concentrado e muito mais vigiado, e quase sempre ter estacionamento. O primeiro shopping inaugurado no Brasil foi o Shopping Center Iguatemi, em São Paulo. O estabelecimento foi inaugurado pelo empreendedor Alfredo 13 Mathias, em 1966, a partir da união de milhares de investidores que adquiriram cotas. No início, o shopping tinha 25.425 metros quadrados. Atualmente possui 33.825 metros quadrados. No início, os consumidores não aprovaram a ideia inovadora e por alguns anos as lojas permaneceram quase vazias, vendendo pouco. Em 1978, o empresário Alfredo Mathias vendeu o empreendimento. O crescimento desse tipo de estabelecimento foi tímido no início, porque o modelo não conquistou de imediato a simpatia do brasileiro. Entre 1970 e 1980, apenas oito shoppings foram criados no Brasil. Três deles fizeram sucesso desde o início de suas atividades: o Shopping Matarazzo (São Paulo, inaugurado em 1975), o Center Um (Fortaleza) e o Shopping Ibirapuera (São Paulo, 1976). Os outros shoppings inaugurados na década foram: Conjunto Nacional Brasília (Brasília-DF, 1971), Com-Tour Londrina (Londrina-PR, 1973), Continental (Osasco-SP, 1975), Iguatemi Bahia (Salvador-BA, 1975) e BH Shopping (Belo Horizonte-MG, 1976). O modelo se consolidou verdadeiramente na década de 1980. Somente entre 1980 e 1982, foram lançados 14 shoppings nas mais diversas regiões do país. Destaque para o Rio Sul Shopping Center, inaugurado em 1980. Crescimento e crise As vendas em shoppings são muito significativas para o contexto geral do varejo mundial – no Brasil, representam 19% do total das vendas do varejo, como já salientamos aqui. No entanto, nos últimos anos, essas vendas vêm registrando altos e baixos, provavelmente em resultado das sucessivas crises econômicas que o país vem enfrentando. Entre os anos de 2006 e 2012, com a economia brasileira em alta, a despeito da crise mundial que se instalou em meados de 2008, as vendas nos shoppings do Brasil tiveram um crescimento sensível: saltaram de R$ 50 bilhões anuais para R$ 119 bilhões ao ano. Da mesma forma, a geração de empregos também deu um grande salto: de 524 mil empregos em 2006, saltou para 877 mil empregos em 2012. Acompanhando todo esse crescimento, o público visitante dos shoppings foi de 203 milhões de pessoas por mês, em 2006, para 398 milhões de pessoas ao mês, em 2012. Com o acirramento da crise econômica no Brasil depois de 2013, no entanto, o cenário sofreu retração. Em dezembro de 2015, a Associação 14 Brasileira dos Lojistas de Shoppings (Alshop) apontava que aquele era o pior Natal em dez anos, com queda de 2,8% nas vendas dos shoppings. TEMA 4 – A CULPA É DAS VENDAS ELETRÔNICAS? Algumas entidades e especialistas apontam que a queda nas vendas nos shoppings não é fruto apenas da crise econômica – especialmente porque o fenômeno também é visível em outras partes do mundo, como os EUA. Em 2015, os norte-americanos presenciaram uma queda nas vendas nos shoppings de aproximadamente 8% em relação à média de 2006/2007. O especialista em varejo norte-americano Howard Davidowits chegou a afirmar, em 2014, que metade de todos os shoppings norte-americanos iria falir antes de 2024. O motivo seria o aumento das vendas eletrônicas. Desde 2006, por exemplo, poucos shoppings de grande porte foram construídos nos Estados Unidos. Nesse mesmo período, as vendas pela internet só aumentaram. O Brasil estaria experimentando a mesma trajetória, com aumento das vendas eletrônicas e redução no varejo presencial. No mesmo dezembro de 2015, as vendas eletrônicas aumentaram 26% e relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados são da E-bit, empresa especializada em análises a respeito do comércio eletrônico. Saiba mais Para o aprofundamento dos estudos a respeito da importância dos shoppings centers para a economia e a vida em sociedade em uma comunidade local, sugerimos a leitura do artigo “A configuração da imagem de um shopping center na percepção de consumidores locais”, de autoria de Gabriel Sperandio Milan, Francieli Montanari Gasparin e Deonir De Toni, da Universidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Os autores fazem um apanhado sobre como é vista a imagem do supermercado pelos consumidores locais. Eles analisam os atributos e as dimensões cognitiva, emocional, funcional e simbólica e como isso tudo influencia no relacionamento com o cliente. O trabalho está disponível no link <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 23112013000100004>. 15 O pagamento eletrônico Assim como os shoppings representam conforto, comodidade e segurança para os clientes e por isso registram crescimento significativo, as vendas por cartão também têm conquistado um número cada vez maior de clientes, por motivos muito parecidos: eles representam segurança para quem vende e para quem compra, facilitam as transações e, por isso, também significam comodidade para os clientes. À medida em que as vendas por cartão vêm crescendo, outras formas de pagamento tradicionais vêm perdendo forças. Os cheques, por exemplo, estão, cada vez mais, caindo em desuso, a ponto de hoje em dia ser rara uma venda em que o pagamento seja feito desta forma. De 2008 a 2014, a utilização de cheques teve uma redução de 38%. Até mesmo as vendas em dinheiro vêm perdendo espaço para as vendas por cartão. Atualmente trabalha-se com duas modalidades de vendas por cartão: débito e crédito. O cartão de débito é aquele que permite fazer um pagamento à vista, debitando-se automaticamente, ao se passar o cartão, o valor da compra do saldo bancário. Já com o cartão de crédito, as compras são mais facilmente parceladas e podem ter o pagamento adiado para o vencimento do cartão. No Brasil, as taxas de administração dos cartões ainda são muito altas (estima-se que, para o pequeno empresário, as transações por cartão podem comprometer até 30% da receita líquida – taxa de 5% para o administrador, mais o aluguel da máquina, na maioria dos casos), inviabilizando a utilização por muitas empresas de pequeno porte, que não têm condições de arcar com os custos da administração. No entanto, as empresas que não se adaptarem rapidamente, assimilando essas taxas para poderoferecer soluções interessantes para os clientes, poderão sucumbir, pois os clientes sentem mais segurança ao comprar com cartão de crédito ou débito. Até 2011, mais de 420 milhões de cartões de crédito e débito haviam sido emitidos no Brasil. De 2006 a 2011, o número de cartões emitidos cresceu 67%. Proporcionalmente, o crescimento é maior na emissão de cartões de crédito. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). As vendas em cartão de crédito são 92% superiores às feitas com cartões de débito. 16 Em uma pesquisa da Abecs juntamente com o Instituto DataFolha (agosto/2011) aponta que os pagamentos em dinheiro representavam 32% do total, enquanto as vendas com cartão de crédito ou débito chegavam a 49%. E-commerce Outra modalidade que vem crescendo de forma significativa, e ainda tem muito a crescer, é a das vendas pela internet – chamadas e-commerce ou comércio eletrônico. O crescimento só não é maior porque muitos consumidores ainda têm receio de comprar pela internet, por insegurança e falta de confiança de que realmente receberão seus produtos. Mesmo assim, estima-se que o potencial para crescimento imediato desta modalidade é de pelo menos 20%. O número de empresas que utilizam o e-commerce ainda é considerado tímido. De acordo com FERREIRA JUNIOR e CENTA (2014), apenas cerca de 6% das empresas brasileiras atuam no comércio eletrônico. O mesmo levantamento aponta que 20% das empresas pretendem adotar a modalidade e 74% não pretendem. No entanto, apenas 5,1% apontam que o motivo seria a baixa segurança e 31% afirmam sentir segurança neste tipo de comércio. O potencial de crescimento do e-commerce é alto, porque se acredita que aos poucos mais e mais pessoas passarão a utilizar a internet como meio de compra. Estratégias de divulgação da confiabilidade dos sites têm sido importante instrumento de marketing das empresas que utilizam a modalidade, pois são uma forma de demonstrar ao cliente potencial que a empresa é honesta. Um dos motivos para se apostar no crescimento desta forma de venda é o fato de que a possibilidade de redução de custos é grande. A divulgação é mais barata do que nos meios de comunicação tradicionais e mesmo com a logística (transporte e armazenamento) é possível reduzir custos. O e-commerce cresce juntamente com as vendas que utilizam meios eletrônicos de pagamento (cartões de débito e crédito), pois a forma mais comum de pagamento das vendas no comércio eletrônico é justamente o cartão. Para os lojistas, o pagamento por cartão tem ainda a vantagem de reduzir as possibilidades de inadimplência. A pesquisa intitulada “Perfil do E-Commerce no Brasil”, realizada pela empresa Big Data por encomenda da PayPal, aponta que o país tem 450 mil sites de e-commerce. A maioria dessas empresas comercializa poucos produtos, ou seja, são consideradas de comércio focado: 81% oferece até 10 produtos. O 17 comércio eletrônico movimentou R$ 81,3 bilhões em 2015 e estimava-se que em 2016 chegaria a R$ 92,9 bilhões – um crescimento anual de 14%. Apenas 15% dos sites de comércio eletrônico pesquisados têm também lojas físicas, ou seja, 85% existem apenas na internet. A pesquisa mostra ainda que a maioria das empresas são de pequeno porte: 88% dos sites recebem até 10 mil visitas por mês, enquanto 11% recebem de 10 mil a 500 mil visitas mensais e menos de 1% recebe mais de 500 mil visitantes por mês. Curiosidade Conforme já salientamos aqui, as vendas por cartão vêm ganhando cada vez mais a preferência do consumidor. Nas vendas pela internet, o cartão é usado na maior parte das vendas – cerca de 70% das transações. Selecionamos, a título de curiosidade, uma reportagem em que o diretor de uma empresa especializada em segurança e comportamento do consumidor na internet comenta sobre fatos curiosos sobre o uso do cartão – por exemplo, como são feitas as checagens sobre o proprietário do cartão. Acesse a reportagem no link: <https://ecommercenews.com.br/noticias/balancos/executivo-aponta- curiosidades-que-voce-nao-sabia-sobre-o-cartao-de-credito-nas-compras- pela-internet>. TEMA 5 – ATACADO E VAREJO O varejo é o modelo mais comum de comércio e relacionamento entre lojistas e consumidores. O consumidor está habituado a adquirir produtos no varejo, que é justamente o comércio voltado para o consumidor final. Porém, a modalidade de atacado (venda em grande quantidade, originalmente voltada a lojistas e distribuidores) também vem conquistando a simpatia de consumidores finais, especialmente com a instalação da crise econômica no país, que leva consumidores a estocarem produtos em casa. Teoricamente, o varejo é o comércio especializado no atendimento ao consumidor final, vendendo em quantidades próprias para consumo pessoal, familiar ou residencial. Já os estabelecimentos com foco atacadista têm como principal fonte de renda a venda para outras lojas ou distribuidores. Tem-se, portanto, que o comércio atacadista representa um elo intermediário entre a indústria e o comércio varejista. O número de intermediários desde a produção até o momento em que o produto chega às mãos do 18 consumidor é bastante variável. Vários canais podem ser considerados intermediários, inclusive o próprio varejista. Exemplos de intermediários são os atacadistas, varejistas, agentes, distribuidores, representantes, agentes de marketing diretos, entre outros. Atacadistas Os atacadistas, como já dissemos, são revendas especializadas em comercializar grandes quantidades. Normalmente os clientes de atacadistas são lojistas do varejo. A intermediação, nesse caso, é porque os atacadistas, na maioria das vezes, adquirem os produtos diretamente da indústria e revendem aos varejistas. Os grandes atacadistas fazem vultuosos investimentos em estrutura de armazenamento, visto que precisam grandes espaços para acomodar seus estoques. As lojas de atacado podem oferecer produtos a preços competitivos por vários motivos. Um dos principais é o fato de que elas compram em grandes quantidades, conseguindo descontos junto aos produtores. Além disso, normalmente têm menos custos com pessoal e serviços. Tudo isso se soma para que os preços possam ser mais baixos. Agentes A figura dos agentes é mais comum no comércio internacional. Agente é uma espécie de representante, que se responsabiliza pelo pedido junto ao produtor e ao comprador, recebendo por isso uma comissão. Há agentes que montam suas próprias distribuidoras, com grandes estoques, e que representam várias marcas diferentes. Varejistas Os varejistas são a ponta do comércio que está mais próxima do consumidor final. A maior parte dos varejistas é multimarcas, mas há lojas especializadas em oferecer apenas uma marca, como é o caso de grifes famosas. Conforme já destacamos aqui, o varejo é especializado em vendas avulsas para o consumidor final. 19 Internet A rede mundial de computadores tem sido cada vez mais utilizada como canal intermediário nas relações comerciais. O desenvolvimento tecnológico permite uma crescente redução de custos, ao passo que a amplitude do potencial mercado demonstra possibilidades de crescimento ainda maior. Atacarejo Conforme já temos destacado aqui, a tendência do chamado “atacarejo” tem sido crescente, pois abre as portas do atacado para o consumidor final, que passa a ter a oportunidade de adquirir produtos a preços mais baixos do que os normalmente praticados no comércio tradicional. Níveis de intermediação Conforme já destacamos, o número de intermediáriosé bastante variável entre o fabricante e o consumidor final. Quando o consumidor tem a oportunidade de adquirir o produto diretamente do produtor, dizemos que a relação é de “nível 2”. Quando há intermediação de um varejista no processo, chamamos de “ nível 3”. Quando há a presença do atacadista entre o fabricante e o varejista, chamamos de “nível 4”. E quando há também a intermediação do agente, chamamos de “nível 5”, conforme pode se ver a seguir, na Figura 2. Figura 2: Níveis intermediários entre o fabricante e o consumidor final Fonte: <http://slideplayer.com.br/slide/1567305/>. 20 Para se compreender o fluxo seguido pelos produtos no varejo, há que se considerar que comumente as instituições são divididas em primárias e auxiliares. As primárias são aquelas facilmente reconhecíveis pelo consumidor, pois são mais visíveis no processo. São consideradas instituições primárias os fabricantes, atacadistas, varejistas e consumidores. Já as instituições auxiliares, como o próprio nome já diz, são coadjuvantes no processo de levar o produto do fabricante ao consumidor final. São consideradas instituições auxiliares as empresas de transporte, armazenagem, seguradoras, financiadoras, agências de propaganda, entre outras. Mais uma vez, para que todo esse processo se cumpra com sucesso, é imperativo que os operadores do varejo considerem a importância de alimentar bons relacionamentos com toda a cadeia envolvida no processo, desde os fornecedores até os clientes. Estes estão cada vez mais informados e têm acesso facilitado à informação, apresentam novos desejos e novas necessidades que precisam ser atendidas. Tudo isso faz com que o mercado esteja ainda mais competitivo, especialmente, nos últimos anos, com a ascensão das classes C e D, chamadas emergentes. Assim, há que se considerar que tudo o que envolve o processo de venda visando a atender uma necessidade pessoal do consumidor final faz parte do trabalho do marketing de varejo. 21 SÍNTESE Este é o momento em que vamos relembrar os principais tópicos estudados nesta Rota de Aprendizagem. Destacamos aqui que o varejo tem se desenvolvido nas mais diversas sociedades humanas, há centenas de anos, sob diferentes formatos. Desde as primeiras sociedades organizadas há registros de relações comerciais, desde o escambo (trocas) até as mais complexas formas de comércio, como as vendas por cartão e pela internet. Na análise deste desenvolvimento, um dos pontos de destaque foi a introdução do dinheiro como elemento referencial para as trocas comerciais. Antes da invenção da moeda, as pessoas utilizavam elementos como conchas, pedras, sacas de sal e animais para atribuir valor aos produtos que disponibilizavam no mercado. A moeda passou a representar um valor simbólico, facilitando as transações. Em nossos estudos históricos desta Rota de Aprendizagem, destacamos ainda a história dos supermercados e dos shoppings centers, que atualmente são ícones das transações do varejo. Por fim, destacamos também o crescimento das vendas virtuais, pela internet, que têm alcançado maior credibilidade e que ainda apresentam grande potencial de crescimento. Encerrando os estudos da Rota, destacamos conceitos de atacado e varejo, demonstrando como esses formatos se inserem no fluxo que leva o produto do fabricante ao consumidor final. NA PRÁTICA Para a análise prática de nossos estudos nesta Rota de Aprendizagem, sugerimos conhecer melhor o formato que tem se firmado como tendência nos grandes centros urbanos do país: o formato que se convencionou chamar de atacarejo, uma mistura de atacado e varejo. Como o próprio nome já diz, o atacarejo é uma grande loja de atacado que, no entanto, atende também o consumidor final, vendendo em grandes quantidades. Apesar de ser uma tendência crescente, este formato não é exatamente novo, pois já existe há décadas no país. Nos anos 1980, empresas como o Makro, do grupo SHV, já atuavam no Brasil. Um pouco mais tarde foi a vez das lojas Sam’s Club, do grupo Walmart – embora essas duas bandeiras trabalhem no formato de agregar associados que precisam se cadastrar para fazer parte do “clube”. Atualmente, outras empresas têm surgido com a proposta de vender 22 ao consumidor final, em grandes quantidades e com preços mais baixos do que os praticados nos mercados tradicionais. É o caso das bandeiras Muffato Max, do Grupo Muffato, e Armazém da Maria. A consultoria Kantar Worldpanel aponta grande crescimento nesse formato nos anos de 2015 e 2016, especialmente por causa da busca das famílias pela redução de custos nos lares brasileiros. A estimativa é de que, nesses dois anos, mais de 2,5 milhões de lares tenham passado a comprar em atacarejos. REFERÊNCIAS AMORIM, D. F. B. de. Um pouco de história sobre o mercado varejista. Administradores. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/academico/um-pouco-de-historia- sobre-o-mercado-varejista/91238/>. Acesso em: 07 mar. 2017. ATACAREJO. Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Atacarejo>. Acesso em: 07 mar. 2017. CENTRO comercial. Wikipédia. 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Conversa inicial Contextualizando tema 1 – Histórico do Varejo tema 2 – Histórico dos supermercados TEMA 3 – Os Shoppings Centers tema 4 – A culpa é das vendas eletrônicas? TEMA 5 – Atacado e Varejo Síntese Este é o momento em que vamos relembrar os principais tópicos estudados nesta Rota de Aprendizagem. Destacamos aqui que o varejo tem se desenvolvido nas mais diversas sociedades humanas, há centenas de anos, sob diferentes formatos. Desde as primeiras... Na análise deste desenvolvimento, um dos pontos de destaque foi a introdução do dinheiro como elemento referencial para as trocas comerciais. Antes da invenção da moeda, as pessoas utilizavam elementos como conchas, pedras, sacas de sal e animais para... Em nossos estudos históricos desta Rota de Aprendizagem, destacamos ainda a história dos supermercados e dos shoppings centers, que atualmente são ícones das transações do varejo. Por fim, destacamos também o crescimento das vendas virtuais, pela inte... Na Prática REFERÊNCIAS
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