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Resumo de Penal II

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Resumo de Penal 
Concurso material ou real(Art.69)
Ocorre quando há duas ou mais condutas (comissivas ou omissivas), que resultam em dois ou mais crimes, idênticos ou não. As penas são somadas de acordo com o sistema da cumulatividade. No Brasil é observado na análise da primeira parte do art. 69 do Código Penal.
O concurso material pode ser:
Homogêneo: os crimes são idênticos (Ex.: roubo em duas datas diferentes).
Heterogêneo: os crimes não idênticos (Ex.: roubo seguido de estupro).
Todavia, a doutrina diverge acerca de uma terceira espécie de concurso material, chamado de concurso material pela homogeneidade heterônoma (aplicados à continência de crimes que apesar de diferentes, carregam um certo grau de igualdade).
Concurso formal ou ideal (Art.70)
Ocorre quando há uma única conduta em uma pluralidade de crimes. Pune somente um crime ou conduta e aumenta a pena isso dá benefício para o réu .
O concurso formal se divide em:
Homogêneo: os crimes são idênticos (Ex.: um disparo com 02 ou várias mortes).
Heterogêneo: os crimes não idênticos (Ex.: um acidente com uma morte e uma lesão corporal).
Perfeito, Próprio ou Normal: quando há unidade de desígnios em relação aos delitos.
Imperfeito, Impróprio ou Anormal: quando há desígnios autônomos em relação a cada delito (Ex.: duas mortes desejadas com um único disparo). Neste caso, será aplicado a pena como se fosse em Concurso Material (cumulativamente).
O concurso formal é um benefício ao réu,se a pena aplicada for maior do que seria pelo sistema de soma de penas,será utilizado o concurso material benéfico.
Crime continuado(Art.71)
O crime continuado comum ou genérico está presente no artigo 71 do Código Penal Brasileiro e determina que quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
O tipo específico se dá nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, em até três vezes, onde o agente pode ser preso
Exasperação Punitiva e Cúmulo Material 
Antes de mais nada temos que esclarecer que exasperação punitiva e cúmulo material são sistemas de aplicação da pena e cujas diferenças são as seguintes: 
O sistema da exasperação preconiza a aplicação da pena mais grave, dentre as previstas para os crimes integrantes, sempre acrescida de um quantitativo fixo ou variável, este último fazendo referência aos demais crimes que compõem o concurso de delitos. 
Pelo sistema do cúmulo material, é cabível o somatório de todas as penas previstas para cada um dos crimes que compõem o concurso. Assim, uma mera operação adicional findará por marcar o quantitativo da pena final a ser imposta ao cometedor de delitos em série. A principal crítica dirigida a este sistema reside na inutilidade de uma pena muito longa, decorrente da adjunção das penas parcelares, fatalmente gerando efeitos prisionais e criminógenos muito severos, em descompasso com a finalidade ressocializadora do apenamento. 
O Direito Penal Brasileiro se utiliza dos sistemas do cúmulo material (usado nos casos de concurso material e concurso formal impróprio) e o da exasperação (previsto para os casos de concurso formal próprio e crime continuado). 
Quanto à "exasperação punitiva", temos que ressaltar que o termo é utilizado como forma de expressar o agravamento da pena, o que na maioria dos casos é ilegal - reformatio in pejus.
É cabível livramento condicional para os crimes hediondos e equiparados? 
Sim. Depois de cumpridos mais de 2/3 da pena em regime fechado, se o apenado não for reincidente específico em crimes hediondos, poderá fazer jus ao livramento condicional.
Trata-se de regra prescrita no artigo 83 , V , do Código Penal que dispõe:
O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
(...)
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente em crimes dessa natureza.
 Eficácia da reincidência
Art. 64 - Para efeito de reincidência:
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
 A hipótese do inciso I trata da eficácia temporal da reincidência. Ela só produzirá efeitos como tal até o marco de 5 anos após o cumprimento ou a extinção da pena, considerado em tal contagem, inclusive, o período de prova da suspensão ou do livramento condicional da pena, e, nestes casos, se não ocorrer revogação. Caso seja revogado o benefício carcerário, a contagem deve ser iniciada a partir do término do cumprimento da pena.
 A hipótese do inciso II, por seu turno, encerra uma eficácia material da reincidência, que não é considerada como tal se o crime anterior é militar próprio ou político.
Art. 63 – Reincidência
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
 À luz deste artigo, a prática de crime só torna reincidente seu autor quando o mesmo for praticado após transito em julgado de sentença condenatória proferida em face de crime anterior, proferida no Brasil ou em país estrangeiro.
 Na hipótese de trânsito em julgado de condenação por crime anterior e superveniência de contravenção, haverá também reincidência, forte no artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 3.688/41 (Lei das Contravenções Penais).
 Mas, se a condenação anterior foi por contravenção, não se considera o autor como reincidente, podendo, contudo, ser ela tida como um mau antecedente.
 A sentença que ainda não transitou em julgado não enseja reincidência, poderia, contudo, ser considerada para efeitos de maus antecedentes. No entanto, o vigor da Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça sepultou tal entendimento, só se podendo considerar, para tanto, a sentença condenatória anterior efetivamente transitada em julgado.
Art. 42 - Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.
 O tempo da prisão provisória, da prisão administrativa e o de internação cumpridos no Brasil ou no estrangeiro abatem o tempo da pena privativa de liberdade e da medida de segurança que forem fixados em face do condenado.
 Por certo, só se pode conceber a dedução da pena neste caso quando a prisão provisória, a administrativa ou a internação decorrem dos mesmos fatos aos quais sobreveio a condenação (“...não há detração de pena por um fato inteiramente desvinculado do outro...” – TACrimSP 27/7).
Furto simples e furto qualificado
Furto qualificado, segundo o Código Penal, artigo 155, é aquele que ocorre com destruição ou rompimento de obstáculo; abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; emprego de chave falsa ou mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Esse tipo de furto acontece quando, por exemplo, um ladrão arromba um cadeado para furtar a bike que está presa a ele. Ou ainda quando ele pula um muro de uma casa para levar a bicicletaque está lá dentro. Já em caso de furto simples, não há obstáculo superado no momento do furto.
Peculato
O Peculato se caracteriza por crime praticado por funcionário público contra a própria administração pública. Tais crimes encontram-se tipificados nos artigos 312 e 313 do Código Penal.
Acerca do Peculato diz o artigo 312 do Código Penal. “In vebis”:
Art. 312 – “Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de quem tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio”: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa”.
Na sequência vejamos o que diz o artigo 313 acerca desse crime:
Art. 313 – “Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: 6 Pena – reclusão, de 1(um) a 4 (quatro) anos, e multa”.
O Peculato se subdivide em algumas modalidades, sendo elas o Peculato-apropriação, que encontra fundamento no artigo 312, Caput, primeira parte e o Peculato-desvio, que está na segunda parte do artigo supramencionado.
Ainda temos o Peculato-furto, nos termos do artigo 312, § 1º, bem como, o Peculato Culposo com fundamento no § 2º do artigo retro-mencionado e o Peculato mediante o erro de outrem, tipificado no artigo 313, Caput, ambos os artigos do referido diploma penal.
Art. 62 – Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
- A norma do artigo 62 está em consonância com a disciplina doartigo 29, também do Código Penal, que orienta a mensuração da sanção aos autores do mesmo fato, na medida da culpabilidade de capa um.
- As hipóteses arroladas no presente dispositivo dão indicativos de uma maior periculosidade do agente que, incorrendo nas condições aqui prescritas, indica possuir uma culpabilidade destacada da dos demais, a justificar sanção mais severa em face dele.
 - Inciso I – Deve ser punido mais severamente aquele que gerencia a cooperação ou a organização do crime, assim como atuação dos demais. O que chefia a empreitada criminosa;
 - Inciso II – A coação já foi objeto de apontamento quando visto o artigo 22 do Código Penal. Lá, contudo, ela é tida como condição que livra a culpabilidade do coagido, na hipótese de ser irresistível.
 Na situação aqui prevista, entretanto, a coação é considerada sob o ponto de vista do coator que terá a pena agravada de modo mais severo por ter imposto sua força (física ou moral) ao coagido para praticar do crime.
 O induzimento, por seu turno, é o sugestionamento, aquele que sugere ao autor a prática do crime, que dá a ideia do delito, é o agente que induz.
  - Inciso III – A instigação a realização de ato já idealizado pelo instigado ou a determinação são causa à incidência do inciso III quando direcionadas a subordinado (aqui considerado de maneira ampla – subordinação familiar, profissional, funcional etc.) ou inimputável.
 - Inciso IV  - Quando praticado o crime mercenário, sendo ele executado como meio para alguma recompensa. Também a circunstância desta hipótese determina a exasperação da pena.
Art. 73 – Erro na execução – aberratio ictus
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
 A hipótese em tela não configura o erro de tipo (art. 20, caput, do CP), tampouco o de proibição (art. 21 do CP), pois aqui o agente percebe a presença dos elementos constitutivos do delito e lhe é plenamente exigível a consciência da ilicitude, estando o equívoco apenas no meio de execução do crime, que resulta na ofensa de pessoa diversa daquela que ele realmente pretendia atingir.
 Em tal situação, mesmo lesando apenas um terceiro, ele responde como se tivesse atingido a pessoa que, de fato, pretendia ofender.
 No entanto, caso ele alcance seu objetivo e também atinja terceiro, responderá como incurso na hipótese de concurso formal, prevista na primeira parte do artigo 70 do Código Penal.
ERRO NA EXECUÇÃO
Também chamado de "aberratio  ictus",  O  agente  quer  atingir  determinada  pessoa  mas  por  mau pontaria, por acidente, por erro na execução.
 A formula é: Pessoa X Pessoa
Qual e a diferença entre o erro na execução e o erro sobre a pessoa (art. 20, §3° do CP)?, os dois apresentam   m ponto  em comum, nos dois institutos existe   uma vítima  virtual (e a pessoa q  e o agente queria atingir) e também   uma vítima real (e a pessoa efetivamente atingida).
 No erro sobre a pessoa, existe uma confusão do agente  no tocante  a vítima  pessoal com a vítima real. A vítima virtual não corre nenhum perigo (ex. o agente  quer matar  o pai e por erro mata  o tio, o pai não corre nenhum perigo)
 No erro na execução não ha confusão alguma, entre a vítima virtual e a vítima real (o agente  quer matar  o pai, o agente  atira para matar  o pai no ponto de ônibus e erra e mata  outra pessoa), não ha confusão, no erro na execução a vítima virtual corre perigo.
 O erro na  execução  e  o  erro  sobre  a  pessoa  não  se  confundem,  porem,  entretanto,  no  erro  na execução  aplica-se  a mesma  regra  do  erro sobre  a pessoa. Ou seja, no  momento em  q  e for aplicar a pena, o Juiz faz de conta que ele matou  o pai, assim o agente  responde  pelas agravantes que possam existir.
 ESPÉCIES DE ERRO NA EXECUÇÃO
 a) Erro na execução com unidade simples o resultado único.
 O agente atinge somente pessoa diversa da desejada, atira  para  matar  o pai e acerta    m terceiro, a consequência e q  e o agente  vai responder  como  se tivesse  praticado  o crime contra a pessoa desejada.
A utilidade desse instituto do erro na execução, se não existisse o erro na execução, o agente iria responder  por  tentativa   de  homicídio  contra  o  pai, e  o  homicídio  culposo  perante  o terceiro q  e o agente acerto.
b) Erro na execução com  unidade complexa  ou resultado duplo
O agente  atinge  a pessoa  desejada  e também a pessoa  diversa. (atira  no pai, mata  o pai e também mata    m terceiro que estava atrás do pai, pelo mesmo  projeto), a consequência e q  e o agente responde  por todos os crimes praticados  em concurso formal.
Só existe erro na execução com unidade  complexa  o   resultado duplo q  ando o segundo crime e  culposo. Só existe erro se não ha dolo.
Associação criminosa
O artigo 288 do Código Penal Brasileiro aduz que comete crime de associação criminosa quando três ou mais pessoas se associam para cometer crimes. Vejamos:
Art. 288 - Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim especifico de cometer crimes: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos
O bem jurídico a ser afetado com essa conduta delituosa é a paz e a segurança pública.
Já o sujeito ativo é qualquer indivíduo e figurando no pólo passivo a sociedade como um todo.
Estamos falando de um crime de concurso necessário, significando dizer em outras palavras, que tal crime exige para que haja a sua consumação, mais de um indivíduo com a intenção de se associar em caráter estável e permanente. Podemos também classificar a conduta do agente do crime de associação criminosa como crimes de condutas paralelas, haja vista que todos se unem com o objetivo de auxiliarem uns aos outros para produzir um resultado que vai ao encontro do interesse de todos.
Esse tipo de crime tem como característica marcante o caráter associativo, permanente e estável de seusintegrantes no que tange ao objetivo delituoso incomum a todos.
O crime de associação criminosa, assim como, o de organização criminosa, é um crime de perigo abstrato, pois um crime ao reunir todos os elementos para a sua definição legal, já estará configurada a consumação do delito, como bem preceitua o artigo 14, inciso I do Código Penal.
Art. 14. Diz-se o crime:
l – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
O crime em tela não admite a modalidade tentada, pois se trata de um crime que se sucede no tempo devido a sua sequência de fatos, assim como, é permanente por ser de perigo abstrato, razão pela qual a qualquer momento pode se proceder a prisão em flagrante.
Por se tratar de um crime de perigo abstrato, ainda que um dos integrantes abandone a quadrilha, ele responde pelo crime do artigo 288 do Código Penal, pois a simples associação com o intuito criminoso já configurou o crime em questão.
No crime de associação criminosa, a organização tem toda a sua estrutura hierárquica bem definida, inclusive com todos tendo as suas funções e tarefas bem definidas.
Interessante observar é que se 3 pessoas ou mais se reunirem para cometer uma infração penal, as mesmas não serão enquadradas no tipo penal do artigo 288 do Código Penal.
Com o advento da lei 12.850/2013, o parágrafo único do artigo 288 teve a sua redação alterada de modo a favorecer com uma pena menor quem pratica esse crime, ou seja, poderá ocorrer um aumento que será de até a metade da pena imposta. Isso significa dizer que antes o crime quando era praticado sob a nomenclatura de quadrilha ou bando armada, a pena dobrava. A única inovação trazida pela lei em comento foi à proteção as crianças e adolescentes, devido ao aumento frequente do envolvimento dos mesmos com o crime organizado.
Se apenas um dos integrantes da associação criminosa estiver armado, isso já será o suficiente para o aumento da pena, bastando apenas à arma estar em sua posse.
Assim discorremos sobre os principais aspectos do Crime de associação criminosa, que embora em sua estrutura se assemelhe ao crime de organização criminosa, uma análise mais apurada se faz necessário para que se perceba que há detalhes que os diferenciam, e assim se processe a consumação de ambos.
Causas Majorantes:  
  Parte Geral CP – Arts. 70 (concurso formal) e 71 (crime continuado) e na
    Parte Especial (no próprio artigo do crime constam as causas majorantes).
•Causas Minorantes:
 Parte Geral CP (ver lista abaixo) e na Parte Especial (estão no artigo do crime).
Causas Minorantes que estão na Parte Geral do CP:
Art.14 § único, Art. 16, Art.21, Art.24 §2º, Art.26, §único, Art. 28,§2º, Art. 29,§1º. 
Classificação:
•As que produzem aumento ou diminuição em quantidades fixas. Ex: art. 121, § 4º ; 122, § único, entre outros.
•As que produzem aumento ou diminuição em quantidades variáveis. Ex: art. 14, II, §  único; 16; 26, § único, entre outros.
Importante:
•As causas majorantes e minorantes da parte geral, ou da parte especial, diferenciam-se, em  funcionalidade, das eventuais qualificadoras do crime.
•As qualificadoras estão previstas na parte especial e constituem quase que um “outro tipo penal”, com intervalos de penas previstos em abstrato diferenciados.
•A tipificação de condutas estabelece em que tipo penal pode-se enquadrar a conduta, se tipo simples, ou qualificado.
•Portanto, as qualificadores irão incidir no momento da definição da pena-base, e as majorantes e minorantes, na 3ª fase.
•Ex: homicídio qualificado por motivo fútil – art. 121,§ 2º - pena de 12 a 30 anos. Ponto de partida para o cálculo da pena-base.
Regras Gerais da Terceira Fase:
•Se houver mais de uma majorante ou mais de uma minorante, os aumentos e diminuições de pena deverão ser realizados em cascata (sucessivamente);
•Primeiro aplicam-se as causas de aumento, depois as de diminuição; Primeiro as de fração maior e depois as de fração menor.
•Concorrendo mais de uma causa de aumento ou mais de uma de diminuição da parte especial, o juiz poderá limitar-se a consideração de apenas uma delas.Neste caso deve optar pela de maior aumento ou maior  diminuição. Art. 68, § único, do CP;
•No caso de concurso de causas majorantes e minorantes da parte geral, ou entre majorantes e minorantes da parte especial e geral, deverão ser todas consideradas.
•Não havendo majorantes e nem minorantes, na terceira fase, a pena provisória deverá ser tornada definitiva;
•Não havendo agravantes, nem atenuantes, nem majorantes e nem minorantes, a pena-base deverá ser tornada definitiva.
•As majorantes decorrentes do concurso formal e da continuação delitiva (art. 70 e 71 do CP) deverão ser consideradas por último.
1) Coautoria:
Quando os agentes estiverem agindo juntos, nas mesmas circunstâncias, e visando ao mesmo resultado delituoso. Para que os agentes estejam em coautoria NÃO necessariamente é preciso que eles estejam praticando a mesma conduta. O entendimento já ultrapassado é de que os coautores praticam o núcleo do tipo. No entendimento mais atual, os infratores podem estar praticando condutas idênticas ou distintas entre si, desde que eles estejam agindo juntos, no mesmo momento, objetivando o mesmo fim (Ex: "cavalo de fuga": o agente que fica esperando no automóvel para fugir após um assalto; o agente que fica fazendo a contenção, na porta do local; e o agente que efetivamente recolhe o dinheiro no assalto => os 3 estão agindo em concurso de pessoas e são COAUTORES, ainda que pratiquem condutas diferentes, pois estão agindo juntos, nas mesmas circunstâncias, objetivando o mesmo resultado delituoso).
Outro erro comum é dizer que os coautores terão obrigatoriamente a mesma pena. O concurso de pessoas é regido pela teoria monista, que diz que quem, de qualquer forma, concorrer para a prática do crime, responderá pelo delito NA MEDIDA DE SUA CULPABILIDADE, É possível até mesmo que indivíduos que estejam praticando exatamente a mesma conduta tenham uma pena distinta (Ex: A e B combinam de matar C. Se A tem 25 anos e B 20 anos, a pena já será diferente, pois idade menor que 21 na data do crime é circunstância atenuante) (Ex2: X e Y são coautores no crime de roubo, mas X é reincidente e Y é réu primário, e por isso a pena será diferente, pois a reincidência de X agravará a pena)
2) Participação:
O partícipe é aquele que pratica uma conduta acessória em um momento anterior à prática da conduta principal, de maneira a induzir, instigar ou auxiliar a prática desta.
Ex: O indivíduo que empresta a arma pro autor, sabendo que ele irá matar uma pessoa. Quem mata é o autor material direto, e o que emprestou a arma, nesse caso, é partícipe.
O partícipe não pratica a conduta propriamente dita que caracteriza o delito.
Se participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
O ajuste, a determinação ou instigação e o auxilio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
É verdade que o crime próprio ou crime de mão própria não admite concurso de pessoas, por serem circunstâncias pessoais que não se comunicam? NÃO.
O artigo 30 fala justamente dessa incomunicabilidade das circunstâncias pessoais, mas traz uma exceção. As circunstâncias pessoais, quando elementares ao delito, admitem comunicação.
Ex: homicídio privilegiado (art 121, par 1º do CP): pena reduzida de 1|6 a 1|3; pratica homicídio privilegiado o individuo que age por relevante valor moral ou valor social ou sob domínio de violenta emoção logo em seguida à injusta provocação da vítima (Ex: pai que mata estuprador da filha). Nesse caso, quando há concurso de pessoas e, ambos matam o estuprador, só o pai terá a pena reduzida, pois as circunstâncias pessoais em regra não se comunicam.
Ex2: A comete crime por motivo torpe ajudado por seu amigo B, que nem sabe o porquê do crime. Nesse caso, devido a regra da incomunicabilidade, não se comunica essa circunstância pessoal que aumentaria também a pena de B, e sóA responde com a agravante.
Autoria colateral:
A autoria colateral desconfigura o concurso de pessoas, pois entre os sujeitos não havia liame subjetivo.
Autoria colateral NÃO é a mesma coisa que coautoria, pois NÃO há concurso de pessoas.
Ocorre autoria colateral quando dois ou mais agentes estão agindo na mesma circunstância, objetivando o mesmo fim, mas sem existir entre eles o liame subjetivo.
Ex: A e B se escondem para matar C, sem que um saiba do outro. Os 2 atiram e C morre. Nesse caso, não há concurso de pessoas, e sim autoria colateral.
- Se a perícia diz que foi o tiro de A que matou C, e o tiro de B só lesionou, por haver autoria colateral, a responsabilização dos agentes será individualizada. Cada agente responderá em um processo apartado por um crime específico, como se tivessem agido sobre vítimas distintas. A responderá por homicídio consumado e B por tentativa de homicídio.
- Se a perícia disser que a bala de A matou C e quando o tiro de B atingiu a vítima já estava morta, A responderá por homicídio consumado e B não responderá por nada, pois haverá crime impossível por impropriedade do objeto. Não se pode matar quem já morreu.
- Se a perícia não for capaz de dizer qual das balas matou, estamos diante da chamada AUTORIA INCERTA. Nesse caso, A e B respondem por tentativa de homicídio, ainda que a vítima morra, em virtude do princípio do "in dubio pro reu". A e B respondem isoladamente, em processos apartados, por tentativa de homicídio.
- Se, nesse caso, A e B tivessem combinado de matar C, haveria concurso de pessoas, e seria IRRELEVANTE qual bala que matou. Ambos responderiam JUNTOS por crime de homicídio consumado.
Autoria colateral # Autoria incerta # Autoria ignorada
Autoria ignorada é um conceito de processo penal. Verifica-se quando não esclarecida a autoria de uma infracao penal.
Autoria mediata e imediata:
A autoria mediata também elimina a caracterização do concurso de pessoas, pois ela também afasta o liame subjetivo.
O agente delituoso se utiliza de uma terceira pessoa que é por ele manipulado para praticar o crime que ele deseja. Essa terceira pessoa age manipulada, sem dolo e sem culpa, como se fosse uma marionete, um instrumento para a prática do crime.
Ex: médico que manda uma enfermeira dar uma injeção letal em um desafeto seu que está no hospital.
O médico é quem responde pelo crime de homicídio, que é o autor mediato do delito. Esse médico não agiu em concurso de pessoas com a enfermeira, e esta não será responsabilizada penalmente, pois não existe entre eles liame subjetivo.
No concurso de pessoas, se um dos concorrentes queria a prática de um crime menos grave e acaba ocorrendo um crime mais grave que ele não sabia e nem tinha como saber que seria praticado, esse concorrente só responderá pelo crime menos grave. É a chamada cooperação dolosamente distinta.
Entretanto, se o resultado mais grave for previsível, essa pena será aumentada até a metade.
Ex: 2 indivíduos vão furtar uma casa que eles achavam que estavam vazia, mas lá 1 deles vê que havia uma mulher e acaba a estuprando. Nesse caso, o estuprador responderá por furto e pelo estupro, e o outro responde apenas pelo furto (crime menos grave).

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