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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense Curso de Licenciatura em Letras – UFF / CEDERJ Disciplina: Português IV Coordenador: Prof. Dr. Ronaldo Amorim Lima AP1 – 2017.1 GABARITO Observação: A avaliação levará em conta também a organização e a correção gramatical e ortográfica do seu texto. A lenda do zodíaco chinês Há muito tempo atrás, Deus chamou todos os animais e disse: – Eu vou escolher entre vocês 12 animais para representarem cada ano do ciclo, ao qual chamarei de “Zodíaco Chinês”. Deus e os animais decidiram fazer um concurso para atravessar o rio no primeiro dia do calendário lunar: os 12 primeiros animais que atravessarem o rio e chegarem ao templo irão receber seus anos de acordo com sua chegada. – Eu vou ser o primeiro. – Eu tenho que vencer. Todos os animais começaram a discutir uns com os outros. Ouvindo isso, o gato ficou preocupado e disse ao seu leal amigo rato: – Eu não sei nadar, o que eu faço? E o rato cheio de moral disse: – Não se preocupe, o boi é um excelente nadador. Nós podemos pedir para ele nos levar em suas costas. No dia da competição, os animais saíram muito cedo na esperança de chegar antes dos outros. Todos estavam dando o máximo para atravessar o rio primeiro. Mas o boi era o mais sério candidato à vitória. De repente, o rato teve uma ideia maligna: empurrou o gato para dentro do rio. O pobre do gato engoliu muita água. Em pouco tempo, o boi chegou à outra margem do rio e já estava vendo a sua vitória como certa quando o rato astuto pulou de suas costas e correu para então chegar em primeiro lugar. “Eu ganhei! Eu ganhei”, gritava o orgulhoso rato. Pouco depois, os outros animais também foram chegando. Seguindo o acordo, os primeiros 12 animais se revezarão para imperar cada ano, e seus nomes serão o título daquele ano. Então, o plano se iniciou a partir daquele ano: o rato, o boi, o tigre, o coelho, o dragão, a serpente, o cavalo, o carneiro, o macaco, o galo, o cão, e por último, o porco. Assim, Deus declarou a ordem e os animais ficaram muito felizes com a escolha. Logo em seguida, chega o gato todo molhado e pergunta para Deus: – Qual foi minha posição? E Deus responde: – Você chegou tarde demais, a competição já acabou. Sem nenhuma classificação, o gato ficou furioso e partiu para cima do rato, e o rato, arrependido, teve que fugir para salvar sua própria vida. Depois disso, todos os gatos passaram a perseguir os ratos, e os ratos, sem outra escolha, vivem fugindo dos gatos. 1) Leia o trecho abaixo retirado de Costa e Esteves (2009) e explique por que meio (semântico, morfológico ou sintático) o gênero é seguramente determinado na Língua Portuguesa. Veja algumas ocorrências destacadas no texto “A lenda do zodíaco chinês”. As gramáticas modernas da língua portuguesa apresentam um enfoque da categoria de gênero como parte da estrutura da língua, buscando especificá-lo por meio de um mecanismo formal de seleção do artigo definido. Segundo Bechara (2003, p. 131), ‘são masculinos os nomes a que se pode antepor o artigo ‘o’, são femininos os nomes a que se pode antepor o artigo ‘a’’. Essa concepção remete a Camara Jr. (2004, p. 152) e ao que ele chamou de princípio fundamental da morfologia do gênero. Para ele, todos os nomes em português admitem a determinação pelo artigo, ou seja, o gênero de um substantivo está na flexão do artigo que o determina. REPOSTA A morfologia se restringe ao estudo da palavra. Quando se explica algo relacionado à palavra, mas que se encontra exterior aos seus limites, entramos no campo da sintaxe ou da morfossintaxe. O Prof. Evanildo Bechara afirma que o gênero é verificável por meio da anteposição de artigos aos nomes, o que significa tratar-se de um relação sintática. 2) Explique como se dá a flexão de número nas palavras cão, dragão, animal, boi e nadador. RESPOSTA As explicações são as seguintes: • Cão – suprime-se a vogal temática “o” e acrescenta-se a desinência de número ou alomorfe de plural ou morfe de plural -es. • Dragão – suprime-se a vogal nasal “ã” e acrescenta-se a desinência de número ou alomorfe de plural ou morfe de plural -es. • Animal – suprime-se o “l” ou a semivogal /w/ e acrescenta-se a desinência de número ou alomorfe de plural ou morfe de plural -is. • Boi – acrescenta-se a desinência de número ou alomorfe de plural ou morfe de plural -s. • Nadador – acrescenta-se a desinência de número ou alomorfe de plural ou morfe de plural -es. 3) Analise a formação das palavras moralidade, lealdade e seriedade, explicando a relação morfe–morfema e o fenômeno da alomorfia. RESPOSTA As palavras têm a seguinte formação: • Moralidade – Moral (radical) + idade (sufixo) • Lealdade – Leal (radical) + dade (sufixo) • Seriedade – Sério (radical) – o (vogal temática) + edade (sufixo) Alomorfia consiste no fenômeno em que um mesmo morfema é representado por mais de um morfe. A análise mórfica dos exemplos acima revela que, para serem formados os três substantivos abstratos, os radicais receberam morfes (-idade, -dade e – edade) diferentes do mesmo morfema, configurando-se assim em um caso de alomorfia. 4) Diga se as palavras abaixo são passíveis de flexão de gênero, apresentando, em caso afirmativo, a respectiva flexão. • gato • boi • animal • nadador • carneiro • serpente RESPOSTA Apenas as palavras “gato” e “nadador” são passíveis de flexão de gênero • Gato – suprime-se a vogal temática “o” e acrescenta-se a desinência de gênero -a. • Nadador – acrescenta-se a desinência de gênero -a. As demais palavras têm gênero único e, portanto, não recebem esse tipo de flexão.
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