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17/11/2014 1 Cinesiologia e Biomecânica Pelve e quadril Prof. Ms. Daniel Maciel Crespilho danielmcrespilho@hotmail.com A IMPORTÂNCIA DA PELVE - oferece suporte e proteção aos órgãos abdominais, - transmite forças da cabeça, braços e tronco às extremidades inferiores - Proteção das vísceras; - Estabilização do tronco; - A pelve com os membros inferiores ajuda na marcha; - A pelve e o tronco mantém o centro de gravidade Cintura Pélvica Três peças ósseas: • dois ossos ilíacos, pares e simétricos; • o sacro (união de 5 vértebras sacrais). Três articulações: • duas articulações sacroilíacas que unem o sacro a cada um dos ossos ilíacos; • sínfise púbica que une ambos os ossos ilíacos pela frente. ILÍACO SACRO ART. SACROILÍACA SÍNFISE PÚBICA ILÍACO ESPINHA ILÍACA ÂNTERO- SUPERIOR ACETÁBULO ILÍACO ÍSQUIO PÚBIS FORAME OBTURADO SACRO Ossos da Pelve (vista anterior) ESPINHA ILÍACA PÓSTERO- SUPERIOR CRISTA ILÍACA COCCIX TUBEROSIDADE ISQUIÁTICA Ossos da Pelve (vista posterior) Ossos da pelve Ilíaco (vista medial) Sacro (Vista posterior) Face auricular (para o sacro) Superfície auricular Faces dos processos articulares superiores 17/11/2014 2 LIG. SACROESPINHAL Ligamentos da art. sacroilíaca (vista anterior) LIG. SACROILÍACO ANTERIOR LIG. SACROTUBERAL LIG. ILIOLOMBAR LIG. SACROTUBERAL LIG. SACROILÍACO POSTERIOR LIG. ILIOLOMBAR Ligamentos da art. sacroilíaca (vista posterior) Ligamentos da Art. Sacroilíaca (vista lateral) LIG. ACETABULAR TRANSVERSO MEMBRANA OBTURATÓRIA Diferenças Pélvicas • Pelve feminina mais larga e muito mais extensa; • Menos altura que a pelve masculina; • Abertura superior é mais larga e mais aberta na feminina. MASCULINA FEMININA Movimentos da pelve • Anteversão – A crista ilíaca inclina-se para frente no plano sagital • Retroversão – A crista ilíaca inclina-se para trás no plano sagital Movimentos da pelve • Inclinação esquerda/direita – No plano frontal, a pelve esquerda (ou direita) move-se superiormente em relação à pelve direita (ou esquerda) • Rotação à esquerda/direita – Em um plano transversal, a pelve gira para o lado esquerdo (ou direito) 17/11/2014 3 Arquitetura da Cintura Pélvica A cintura pélvica transmite forças entre a coluna vertebral e os membros inferiores: • P (força peso) se reparte em duas partes. • R (resistência do chão) transmitido pelo colo do fêmur e cabeça femural • Uma parte anulada pela resistência oposta. Principais Músculos • Músculos da anteversão – Reto da coxa – Pectíneo – Sartório – Ilíaco - Tensor da Fáscia Lata • Músculos da retroversão – Isquiotibiais – Reto abdominal Principais Músculos • Músculos da anteversão - Pectíneo - Ilíaco Principais Músculos • Músculos da anteversão – Reto da coxa Principais Músculos • Músculos da anteversão – Sartório – Tensor da fascia lata Principais Músculos • Músculos da retroversão – Isquiotibiais – Reto abdominal 17/11/2014 4 Principais Músculos • Músculos da rotação da pelve – Iliopsoas – Oblíquos Principais Músculos • Músculos da inclinação lateral – Quadrado lombar Quadril ARTICULAÇÃO DO QUADRIL Classificação: - diartrose (esferóide). • Acetábulo (côncavo). • Cabeça do fêmur (convexo). • Estabilidade e mobilidade. • Movimentos nos 3 eixos. Ilíaco (Vista lateral) (Vista Medial) Espinha ilíaca ântero- superior Espinha ilíaca ântero- inferior Espinha ilíaca póstero- superior Espinha ilíaca póstero- inferior Acetábulo Tuberosidade isquiática Face sinfisal Forâme obturado Cabeça Femoral Trocânter Maior Diáfise Femoral Epicôndilo Lateral Epicôndilo Medial Trocânter Menor Linha Intertrocantérica Fêmur (vista anterior) 17/11/2014 5 Cabeça Femoral Trocânter Maior Trocânter Menor Linha Áspera Colo Femoral Côndilo Medial Fêmur (vista medial) Trocânter Menor Crista Intertrocantérica Epicôndilo Lateral Côndilo Lateral Epicôndilo Medial Fêmur (vista posterior) Côndilo Medial Colo do fêmur ângulo no plano frontal (inclinação) ângulo < 125º ângulo > 125ºângulo 125º LIGAMENTO ÍLIO-FEMORAL LIGAMENTO PUBOFEMORAL Ligamentos do quadril (vista anterior) fator limitante: extensão, adução, rotação externa. fator limitante: extensão, abdução, rotação externa. LIG. ÍSQUIO-FEMORAL LIG. ÍLIO-FEMORAL Ligamentos do quadril (vista posterior) fator limitante: extensão, abdução, rotação interna. Superfície articular – cabeça femoral e acetábulo • Posição ortostática: • Cabeça femoral não está totalmente recoberta pelo acetábulo. • Parte ântero-superior da sua cartilagem está descoberta. • Eixo do colo femoral: oblíquo para cima, para diante e para dentro. Eixo do acetábulo: oblíquo para baixo, para diante e para fora. 17/11/2014 6 Superfície articular – cabeça femural e acetábulo • Contato da cabeça femoral com o acetábulo: • Flexão próxima aos 90º • Leve abdução • Leve rotação externa Ligamento redondo: une ísquio e pubis à cabeça femoral Ligamento redondo da articulação do quadril Forma de um manguito cilíndrico estendido entre o ilíaco e o fêmur Cápsula articular do quadril 4 tipos de fibras: - longitudinais; - oblíquas; - arciformes; - circulares. Relação ligamentos e músculos Acetábulo e Cabeça do fêmur • cartilagem articular; • lábio e ligamento transverso: aprofundam o encaixe; • ligamento redondo: vascularização da cabeça femoral; • cápsula articular: mais espessa anteriormente ( resistência). Lábio do acetábulo Cápsula articular Ligamento transverso Ligamento redondo Trabéculas ósseas - linhas de força • Sistema principal: - feixe arciforme; - feixe cefálico. • Sistema acessório: - feixe trocanteriano; - fibras verticais. 17/11/2014 7 Articulação coxo-femural: quadril 3 eixos e 3 graus de liberdade: • Eixo transversal (XOX’) - plano sagital: movimento de flexão- extensão. • Eixo antero posterior (YOY’) - plano frontal: movimento de adução abdução. • Eixo longitudinal (ZO) – plano transverso: movimento de rotação interna e externa, flexão e extensão horizontal. Movimento de flexão do quadril Flexão Ativa – 120º - Joelho fletido – 90º - Joelho estendido • Contato da face anterior da coxa com o tronco. Flexão Passiva – 140º - Joelho fletido – 120º - Joelho estendido Movimento de extensão do quadril O Membro Inferior para trás do plano frontal Hiperextensão Ativa > 20º - Joelho estendido 10º - Joelho fletido * lordose lombar Movimento de abdução do quadril • O Membro Inferior afasta-se do plano de simetria do corpo. • Amplitude: 45º • Ocorre abdução contralateral por inclinação da pelve (a partir de 30º). Movimento de adução do quadril • Leva o membro inferior para dentro aproximando-o do eixo de simetria. • Amplitude: 30º • * adução relativa à partir da posição em abdução. • * adução combinada com flexão ou extensão do quadril Movimento de rotação do quadril • Rotação medial: leva a ponta do pé para fora = 30º - 40º • Rotação lateral: leva a ponta do pé para dentro = 60º • * combinado com a flexão e abdução chega a 90º (sentado com as pernas cruzadas) – ligamentos ílio-femoral e pubofemoral distendidos. 17/11/2014 8 Circundução do quadril • Combinação simultânea dos movimentos elementares realizados ao redor dos 3 eixos. MÚSCULOS E MOVIMENTOS DO QUADRIL 3 flexores Psoas, ilíaco, reto femoral 1 flexor-adutorPectíneo 4 adutores Grácil, adutor longo, adutor breve e adutor magno 3 extensores Bíceps femoral (porção longa), semimembranáceo, semitendíneo. 1 extensor rotador externo Glúteo máximo 1 abdutor Glúteo médio 1 flexor-abdutor-rotador externo Sartório 2 rotadores internos Tensor da fáscia lata, glúteo mínimo 6 rotadores externos Piriforme, obturador externo, obturador interno, gêmeo superior, gêmeo inferior, quadrado da coxa. MÚSCULOS FLEXORES DO QUADRIL • Estão situados pela frente do plano frontal que passa pelo centro da articulação, todos eles passam adiante do eixo de flexão-extensão (XX’). MÚSCULOS EXTENSORES DO QUADRIL • Estão situados atrás do plano frontal que passa pelo centro da articulação, este plano contém o eixo de flexão- extensão (XX’). MÚSCULOS ABDUTORES DO QUADRIL • Estão geralmente situados fora do plano sagital que passa pelo centro da articulação, e cujo trajeto passa por fora e por cima do eixo ântero- posterior (YY’) de abdução-adução contido neste plano. MÚSCULOS ADUTORES DO QUADRIL • Estão geralmente situados dentro do plano sagital que passa pelo centro da articulação, e cujo trajeto passa abaixo e por dentro do eixo ântero- posterior (YY’) de abdução-adução contido neste plano. 17/11/2014 9 MÚSCULOS ROTADORES DO QUADRIL • Rotadores laterais: são numerosos e potentes. Seu trajeto cruza por trás do eixo longitudinal do quadril. • Rotadores mediais: são menos numerosos que os externos. A trajetória destes músculos passa pela frente do eixo longitudinal do quadril. M. PSOAS MAIOR O: região anterior das vértebras lombares, última vértebra torácica I: trocânter menor do fêmur O: 12ª vértebra torácica e 1ª vértebra lombar I: trocânter menor do fêmur A: flexão da coluna lombar O: fossa ilíaca I: trocânter menor do fêmur M. PSOAS MENOR M. ILÍACO A: flexão do quadril e auxilia na rotação lateral A: flexão e rotação lateral do quadril M. ILIOPSOAS AÇÃO CONJUNTA DO ILÍACO E PSOAS MAIOR FLEXÃO DO QUADRIL: • coxa em direção ao tronco • tronco em direção à coxa *** Elevação dos MMII na posição supina ou em pé ação do iliopsoas. Os abdominais contraem-se isometricamente para proteger a coluna lombar. M. PECTÍNEO O: pubis I: face póstero-superior do fêmur A: adução, flexão e rotação lateral do quadril O: espinha ilíaca ântero- inferior I: patela M. RETO FEMORAL A: flexão do quadril e extensão do joelho ** Quando o joelho estiver estendido é menos eficaz como flexor do quadril M. SARTÓRIO O: espinha ilíaca ântero- superior I: inferior e medial ao côndilo medial da tíbia A: flexão, rotação lateral e abdução do quadril; flexão e rotação medial do joelho Aplicação funcional: flexor do joelho quando o quadril estiver estendido; flexor do quadril quando o joelho estiver estendido M. TENSOR DA FÁSCIA LATA O: espinha ilíaca ântero- superior I: trato iliotibial A: abdução, flexão e rotação medial do quadril; 17/11/2014 10 O: linha glútea (ilíaco) e sacro I: fibras profundas: linha glútea (face posterior do fêmur) fibras superficiais: trato iliotibial M. GLÚTEO MÁXIMO A: extensão e rotação lateral do quadril; auxilia abdução (fibras superiores); auxilia adução (fibras inferiores) M. BÍCEPS FEMURAL CABEÇA LONGA O: tuberosidade do ísquio I: cabeça da fíbula A: extensão e rotação lateral do quadril, flexão e rotação lateral do joelho; CABEÇA CURTA O: linha áspera do fêmur I: cabeça da fíbula A: flexão e rotação lateral do joelho M. SEMIMEMBRANÁCIO O: tuberosidade do ísquio I: côndilo medial da tíbia A: extensão do quadril e flexão e rotação medial do joelho M. SEMITENDINEO O: tuberosidade do ísquio I: diáfise proximal e medial da tíbia A: extensão do quadril e flexão e rotação medial do joelho GLÚTEO MÁXIMO E ISQUIOTIBIAIS Aplicação funcional • Glúteo máximo • Isquiotibiais – Extensão do quadril quando o joelho está fletido O: asa do ilíaco I: trocânter maior do fêmur M. GLÚTEO MÉDIO A: abdução do quadril; auxilia rotação medial (fibras anteriores) e lateral do quadril (fibras posteriores) 17/11/2014 11 M. GLÚTEO MÍNIMO O: asa do ilíaco I: trocânter maior do fêmur A: abdução e rotação medial do quadril GLÚTEO MÉDIO E MÍNIMO Aplicação funcional • Ação típica na marcha e corrida: impedem que o quadril do membro de apoio caia. M. ADUTOR CURTO O: púbis I: linha áspera M. ADUTOR LONGO O: púbis I: face póstero-medial do fêmur A: adução e flexão do quadril A: adução e auxilia flexão do quadril M. ADUTOR MAGNO O: púbis e ísquio I: tubérculo adutor do fêmur M. GRÁCIL O: púbis I: abaixo do côndilo medial da tíbia A: adução do quadril; auxilia rotação lateral ** Batida de pernas no nado peito, equitação A: adução do quadril; flexão do joelho M. Quadrado femural M. Piriforme M. Obturador interno M. Gêmeo superior M. Gêmeo inferior Músculos pelvitrocanterianos rotadores laterais 17/11/2014 12 M. OBTURADOR EXTERNO O: forame obturado I: fossa trocantérica do fêmur A: rotação lateral do quadril M. OBTURADOR INTERNO O: forame obturado I: fossa trocantérica A: rotação lateral do quadril M. GÊMEO SUPERIOR O: espinha isquiática I: trocânter maior O: tuberosidade isquiática I: trocânter maior M. GÊMEO INFERIOR A: rotação lateral do quadril A: rotação lateral do quadril O: tuberosidade isquiática I: crista intertrocantérica do fêmur M. QUADRADO FEMURAL A: rotação lateral do quadril M. Obturador interno M. Piriforme M. PIRIFORME O: superfície anterior do sacro I: trocânter maior do fêmur A: rotação lateral do quadril PELVITROCANTERIANOS Aplicação funcional • Esportes em que o indivíduo arranca sobre uma perna a partir de uma rotação medial preliminar • Arremessar uma bola de beisebol • Rodar um bastão de beisebol Estabilidade articular do quadril Além da gravidade, da cápsula e ligamentos, os músculos são de primordial importância na estabilidade articular do quadril. Coaptação: mesmo sentido do colo femural: pélvico-trocanterianos (1: piriforme; 2: obturador externo) + glúteo médio e mínimo(3). Luxação: sentido longitudinal: adutores (4) - luxar a cabeça femural para cima do acetábulo. 17/11/2014 13 THELEN, D.G. et al. Hamstring muscle kinematics during treadmill sprinting. Med. Sci. Sports Exerc., 37:1, 108-114, 2005. F le xã o d o q u a d ri l (g ra u s) F le xã o d o j o e lh o (g ra u s) ANÁLISE CINEMÁTICA Teste: 80, 85, 90, 95, 100% da Vmáx. - Flexão do quadril semelhante entre as velocidades (pico em 70 graus). - Flexão do joelho maior na Vmáx (8 graus) AMPLITUDE DE MOVIMENTO DURANTE A MARCHA (JOVEM E IDOSO) STEWART, T.D.; HALL, R.M. Basic biomechanics of human joints: hips, knees and the spine. Current Orthopaedics, 20, 23-31, 2006. ANÁLISE CINÉTICA Fase de apoio Fase de balanço C a rg a ( k N ) Tempo (s) Força de reação na articulação do quadril durante a marcha: - 3 a 4 vezes o peso corporal (segundo pico). - forças musculares (quadril, joelho e tornozelo) produz o segundo pico. STEWART, T.D.; HALL, R.M. Basic biomechanics of human joints: hips, knees and the spine. Current Orthopaedics, 20, 23-31, 2006. ANÁLISE CINÉTICA Peso corporal PC Próteses de quadril nos últimos 20 anos. Distância do centro de rotação ao eixo anatômico do fêmur. Apoio unilateral – momento de força dos músculos abdutores. GROEN, B.E. et al. Martial arts fall techniques decrease the impact forces at the hipduring sideways falling. Journal of Biomechanics (in press). 25% da força de impacto no quadril nas técnicas de quedas das artes marciais (AM). Apoio da mão não apresentou efeitos entre as técnicas de AM. Proposta de utilização dessas técnicas de AM em programas de prevenção de quedas em idosos. ANÁLISE CINÉTICA JACOBS, C. et al. Strength and fatigability of the dominant and nondominant hip abductors. Journal of Athletic Training, 40:3, 203-206, 2005. - pico de torque (Nm) apresentou diferenças entre membro dominante (81 Nm) e não dominante (76,1 Nm). - sinal EMG – comportamento de fadiga semelhante. ANÁLISE DINAMOMÉTRICA E ELETROMIOGRÁFICA 17/11/2014 14 ROOS, H.P. Dor no quadril em esporte. Sports Medicine and Arthroscopy Review, 5(4), 292-300, 1997. • Dor crônica na virilha em atletas: frequentemente causada por lesão ou sobrecarga no quadril. • Desordens no quadril não são facilmente diagnosticadas. • Lesões (fraturas, ruptura de tendão, contusões): especialmente em esportes de contato. • Jogadores de futebol e corredores de longa distância (especialmente no nível avançado ou profissional): maior risco de osteoartrite no quadril.
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