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Aulas Direito Constitucional II - Prof. Vivian - UFRGS

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Direito Constitucional
Vivian Josete Pantaleão Caminha
vjpcaminha@hotmail.com
Provas
6/10 - 1ª Recuperação
24/11 - 2ª Recuperação
1/12 - Exame
AULA 01 - 04/08/2016critério funcional
critério territorial
PODER
Forma de Estado 
Forma de Governo
Sistema de Governo
{
% do exercício
SOBERANIA
definir seus nacionais
exercer jurisdição / poder sobre bens e pessoas que se encontram no território
{
declarar guerra e celebrar a paz
firmar acordos internacionais
direito de legação
{
Plano Internacional
Plano Interno
Estado ≠ Confederação ≠ Organização Internacional
⇒ Blocos Econômicos
{
Zona de preferência tarifária
Zona Livre de Comércio
União Aduaneira
Mercado Comum
União econômica e monetária
O que é Poder?
Poder é uma força, um fenômeno sociocultural inerente ao agrupamente humano: só existe manifestação de poder em relação ao outro. Consiste numa energia capaz de impor decisões ao outro e coordenar suas atuações visando à realização de determinadas tarefas. 
	O titular do poder é o povo que se revela através do Estado. Para entender as distribuições de competência, o poder em si é uno, indivisível, sendo que o que se divide é o exercício do poder. Observando o critério funcional, temos a ideia de tripartição dos poderes (funções distintas). 
	Como se distribui o exercício do poder? Âmbito territorial de atuação:
Estado Unitário 
Federação - várias unidades que exercem poder. No caso do Brasil, três níveis de poder: União, Estados e DF, Municípios. Por exemplo, a União tem uma atuação em todo o território nacional, exercendo poder concomitante com os Estados, Distrito Federal e Municípios. Para não causar tumulto, a Constituição define as competências.
Ex.: instalação de bloqueador de celular nos presídios, discussão acerca da competência para legislar.
	O modelo Federação/Estado unitário consiste no que a doutrina chama de forma de Estado: modo como é exercido o poder político em função do território. No modelo federativo o exercício do poder é fragmentado entre várias unidades distintas - união simultânea de várias unidades exercendo poder em nome próprio. No Estado Unitário, por sua vez, há a centralização do Poder, da tomada de decisão, do exercício de Poder. 
	Como se viabilizava a centralização? As províncias se transformaram em municípios, apontados pela doutrina como as mais antigas unidades da federação. Quando o poder é delegado, ele é resignado Àquilo que foi outorgado (exercício condicionado), sendo que o titular pode avocar para si se assim o quiser. No caso da Constituição, a Federação é o modelo adotado e protegido pela cláusula pétrea, não podendo a União avocar para si o que foi competido aos Estados, por exemplo.
O que seria a forma de governo? No que difere da forma de Estado? Na forma de governo consiste na definição do modo de instituição do poder e a relação entre governantes e governados, ou seja, quem exerce o poder e como ele exerce. No caso, poderíamos ter como modelo a monarquia (cuja sucessão segue critérios de hereditariedade) ou a república (eleita). 
Já o sistema de governo define o modo como vão se relacionar os Poderes do Estado, especialmente entre o Legislativo e o Executivo. Modelos: Presidencialismo, Semipresidencialismo e Parlamentarismo. Nosso sistema, contudo, rege-se pela tônica do Presidencialismo, contudo é considerado híbrido, por ter instrumentos previstos pelo Parlamentarismo.
O objeto do nosso estudo é a forma de Estado.
O que é Estado? 
Três elementos envolvidos: povo, território e governo. Associação humana radicada/fixada em uma base territorial que vive sob o comando de uma autoridade (governo), a qual não se sujeita a outra. 
A soberania, apontada, por alguns doutrinadores como um quarto elemento do Estado, é um poder político qualificado como supremo e independente. Só haverá soberania se aquele poder político puder ser exercido com supremacia e independência. Coordenação em relação a outros poderes de mesma natureza (não subordinação). No plano internacional, um Estado é soberano quando atua em posição de igualdade com outros Estados soberanos; internamente, ele é supremo, não se subordinando a outro poder. É soberano o Estado que possui condições de declarar, basicamente, três poderes: declarar a guerra, celebrar a paz; firmar acordos internacionais; exercer a legação - enviar e receber representantes diplomáticos (representação em território alheio).
Ex.: Existe uma Embaixada do Vaticano, mas o Vaticano é um Estado? Tem povo?
Se um estrangeiro condena determinada pessoa, e ela foge até o Brasil, um poder estrangeiro não pode vir aqui com suas autoridades policiais prendê-lo, uma vez que prender é exercício de poder. Dessa forma, se estabelecem meios de cooperação internacional. Ex.: cumprimento de sentença estrangeira, extradição, etc.
Tudo que estiver dentro do Estado Nacional será exercício do poder do Estado lato sensu. Outro Estado só poderia exercer poder de legação em Estado distinto (em coordenação). 
Para a professora, soberania é uma qualidade do governo, do exercício do Poder, visto que há estados que não são soberanos. 
No que a soberania difere da autonomia? 
Autonomia é o poder de autodeterminação, exercido de forma independente, em nome próprio, porém limitado por um poder superior (soberano), que nos Estados Democráticos é formalizado na Constituição, enquanto a soberania é, teoricamente, ilimitada. Logo,
Soberania é a capacidade que os Estados têm de fazer valer a sua opinião externamente. O poder soberano é exercido apenas perante outros Estados Soberanos.
Já a autonomia é a capacidade de cada Estado ter uma organização interna própria, com Governo e demais funções estatais individualizadas.
A República Federativa do Brasil é uma Federação:
No caso do Brasil, que é uma Federação, funciona assim: cada um dos Estados que compõem a República Federativa do Brasil (RS, SC, PR, SP etc.) tem a sua própria autonomia, já que a soberania é exercida apenas pela União Federal, que é a expressão da República Federativa do Brasil. Os Estados optaram em fazer parte da Federação, abrindo mão da sua soberania. Externamente, somente a União Federal representa a República, mas, internamente, todos tem a sua autonomia. É de destacar que, internamente, a União também é um Estado autônomo, já que a soberania é exercida apenas em âmbito externo. Daí o fato de cada Estado ter a sua Constituição, o seu Legislativo, o seu Judiciário e o seu Executivo. A Federação também justifica a existência de um Parlamento Bicameral, onde os Estados encontram-se representados no Senado Federal.
Já nos Estados Unitários a soberania é exercida apenas pelo poder central, e a divisão territorial administrativa,não existindo outros "Estados", mas apenas um. Assim, v.g., na França, temos os Departamentos, que são meras divisões administrativas da república francesa.
A União exerce um poder geral (autonomia), tanto que no Plano Internacional, quem atua representando o todo é a União (soberania em nome do todo). 
Se um Estado membro quer negociar com outro Estado Soberano, trantando-se de assumir compromissos internacionais, o Presidente da República terá de representar os interesses do Estado membro no plano internacional. 
A Confederação é uma associação de Estados Soberanos que, sem perder a sua soberania tem por base normativa um tratado internacional, por meio do qual esses Estados soberanos vão delegar uma parcela reduzida, “ínfima”, para órgãos comuns que vão integrar essa confederação visando alcançar um fim comum. Ex.: EUA, Suíça. 
Com o tempo, foi percebido que a confederação é um momento anterior a própria federação, por não atingir os fins pretendidos da melhor forma possível. Na Federação também há uma associação de Estado, que, contudo, ao integrar a Federação, perdem a sua qualidade de supremacia, cuja base normativa é uma Constitução.
A confederação não se confunde com o Estado que compõe esse ente. Sendo outra pessoa jurídica, a confederaçãopossui seus próprios órgãos. PAra que ela possa atuar e garantir a segurança dos seus Estados MEmbros, é necessário o exercício de uma certa soberania - como assinar acordos que digam respeito à segurança. Ex.: acordo para celebrar a paz.
Uma organização internacional também é uma associação de estados soberanos que não abrem mão da sua sobernia por integrá-la, como p. ex.: ONU. Cada membro da ONU continua sendo um Estado Soberano, há esforços para o mesmo fim, mas não há transferência de qualquer parcela de soberania para a organização, que não exerce soberania.
A União Europeia não é um Federaçao, nem Confederação. 
Liberdades inerentes a qualquer espaço de integração econômica:
livre circulação de bens, serviços e capitais e, por fim, de pessoas
tarifas comuns
A UE pode assinar acordos e tornar-se membro de convenções internacionais. 
O que faltaria para ser Confederação? Definição de normas comuns econômicas, ambientais e a política externa, esta última prova cabal. Ex.: Guerra do Golfo. A integração não é política, é mormente econômica. Hoje, a UE não é uma organização tradicional, por exercer alguns poderes proprios de uma soberania, mas não possui o poder de declarar guerra.
Zona de Preferência Tarifária
Alguns países combinam algumas regras tarifárias preferenciais (tarifas aduaneiras, regras tributárias). Garante níveis tarifários internacionais comuns - uma fase incipiente de uma organização, com eliminação de algumas barreiras alfandegárias. Ex.: NAFTA - EUA, CAnadá, México. Uma fase mais avançada permite uma abertura maior de um mercado interno, e a combinação de uma tarifa externa comum, não só entre eles (interna).
Em que fase se situa o Mercosul? Uma união aduaneira imperfeita.
AULA 02 - 11/08/2016
Soberania 
≠ 
Autonomia
FEDERAÇÃO
configuração
manutenção
indissolubilidade
{
capacidade de auto-organização
capacidade de autogoverno
capacidade de autoadministraçao
{
Normas de
Classificação
	UF
	Base normativa
	E
	L
	J
	U
	CF = pacto federativo. 
	Pres. Rep
Art. 76
	CN = CD + SF
Art. 44
	STF – CNJ – STJ – TST P TSE – STM – JF (TRF) – JT (TRT) – JM
Art. 92
	E
	CE art. 25
Art. 11 ADT (norma de transição). A assembleia legislativa é o legislativo estadual. 
	Gov.
Art. 28 
	AL (dep. Est.)
Art. 27
	JE e JM est.
Art. 92, VII
Art. 125
	DF
	LO
Art. 32
O DF é quase como estado unitário na federação.
	Gov.
Art. 32, p. 2º
	Câm. Legisl.
(dep. Distritais)
Art. 32, § 3º
	J Distr. 
Art. 92, VII c/c art. 21, XIII
Art. 22, XVII
O único órgão que não se submete ao CNJ é o STF. 
	M
	LO
Art. 29
E
Art. 11, p. único ADCT
	Pref. 
Art. 29, I a III
	Câm. Mun.
(vereadores)
Art. 29, caput e IV
	
SOBERANIA E AUTONOMIA
Essas federações, que diferem em alguns aspectos, como por exemplo maior autonomia aos entes federados americanos do que aos entes federados brasileiros, possuem algumas características que são comuns a todas as federações:
Descentralização política;Constituição rígida com base jurídica;
Inexistência do direito de secessão;
Soberania do Estado Federal;
Auto-organização dos Estados-membros;
Guardião da constituição.
Estados-membros: Apresentados os conceitos básicos, é possível concluir que os Estados-membros não tem soberania, característica essa que cabe aos Estados, restando àqueles apenas autonomia, de forma que têm:
Capacidade de auto-organização;
Autogoverno;
Auto-administração;
Auto-legislação.
Importante mencionar que somente o Estado é soberano e não os Entes-federados que separadamente considerados possuem apenas autonomia. Essa autonomia implica ainda em afirmar que não existe subordinação entre os Estados-membros.
Nesse sentido os conceitos do professor Celso Bastos:
Soberania é o atributo que se confere ao poder do Estado em virtude de ser ele juridicamente ilimitado. Um estado não deve obediência jurídica a nenhum outro estado. Isso o coloca pois numa posição de coordenação com os demais integrantes da cena internacional e de superioridade dentro do seu próprio território, daí ser possível dizer da soberania que é um poder que não encontra nenhum outro, acima dela, na arena internacional e nenhum outro que lhe esteja nem mesmo em igual nível na ordem interna.
Autonomia, por outro lado, é a margem de discrição de que uma pessoa goza para decidir sobre os seus negócios, mas sempre delimitada essa margem pelo próprio direito. Daí porque se falar que os estados-membros são autônomos, ou que os municípios são autônomos: ambos atuam dentro de um quadro ou de uma moldura jurídica definida pela CF. Autonomia, pois, não é uma amplitude incondicionada ou ilimitada de atuação na ordem jurídica, mas, tão-somente, a disponibilidade sobre certas matérias, respeitados, sempre, os princípios fixados na constituição.
Autonomia é uma qualidade do poder, limitada por normas jurídicas previamente estabelecidas no pacto federativo. No momento em que determinado Estado opta pelo pacto federativo é necessário estabelecer normas constitucionais estabeleçam seu âmbito de atuação (competência) - em Constituição material ou formal. 
Isso difere das outras figuras de direito internacional, porque as confederações não perdem sua soberania e não possuem Constituição, sua característica não se confunde com tratados internacionais. As associações de Estados soberanos não perdem sua soberania quando as integra. 
Na federação as unidades exercem autonomia, enquanto apenas a autoridade designada na CF para representar o todo exerce soberania. Quando a federação brasileira se porta como Estado soberano, perante outros Estado, tem soberania. Internamente, porém, o presidente representa um ente federativo (União), exercendo em pé de igualdade a autonomia com outros Estados. 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
	O Presidente da República é o chefe do P. Executivo federal. Destaca-se, dentre suas várias atribuições:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
Acreditar os representantes diplomáticos é aceitá-los e recebê-los, chancelando os estrangeiros que atuam como representantes de seus países. 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Quando ele celebra tratados internacionais, ele exerce a soberania.
Quando o RS celebra um acordo com organismo internacional, NÃO é tratado. 
CAPACIDADE DE AUTO-ORGANIZAÇÃO
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
Aos Estados federados, ao mesmo tempo que a CF concede um poder, limita-o. Poder de auto-organização, editando sua constituição, mas observando os limites traçados na CF. Se fosse ilimitado, cogitar-se-ia a soberania, mas a limitação pelo pacto federativo fixa a noção de autonomia.
Exercício do poder derivado decorrente. 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
O Distrito Federal é um belo exemplo, guardadas as proporções, de um Estado unitário dentro da Federação, pelas cidades-satélites com administradores locais, nomeados pelo governador.
Rege-se por lei orgânica. Intencionalmente, o constituinte originário reconheceu sua autonomia pela CF/88, mas reduzida, em comparação com os Estados federados.
	Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivoEstado e os seguintes preceitos:
	O Município tem uma competência mais limitada ainda, observando o que o constituinte originário estabeleceu, e o que o Estado no exercício do poder derivado decorrente também estabeleceu (dupla limitação). 
	
Art. 24, § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
	Enquanto a União não legisla, o Estado pode legislar de forma mais independente. No momento em que houver promulgação de lei federal, naquilo que a lei estadual colidir com a Lei Federal, será suspensa, não revogada - por ser exercício de competência própria. Se, ao editar a lei federal,a União não só estabeleceu as normas gerais mas adentrou no detalhamento da matéria, essa lei será inconstitucional (na área de atuação dos Estados).
Art. 30. Compete aos Municípios:
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
Transporte público municipal é competência normativa exclusiva do Município. Agora, transporte intermunicipal não é competência de lei municipal, mas estadual. Se interestadual ou internacional, regido por lei federal. 
→ PODER EXECUTIVO
	Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
	Ao mesmo tempo que concede o poder de organizar o Executivo, limita-o. 
Art. 32, § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
Art. 29, I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
Não pode mudar época de eleições e tamanho de mandato. 
→ PODER LEGISLATIVO
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Os senadores são eleitos para duas legislaturas. Cada ano de legislatura se chama “sessão legislativa”, tudo que não é apreciado naquele período de tempo (ano) é arquivado
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
	Embora o território não seja uma unidade federativa, que não exerce autonomia, é uma porção do território nacional administrada pela União. Nesse espaço, quem exerce autonomia é a União, não o município ou Estado. Nesse espaço existem pessoas, por isso devem ter representantes na Câmara - proporcional à população, mas com mínimos e máximos. 
PODER JUDICIÁRIO
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
REssaltando:
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
No âmbito da Justiça Militar
Federal - forças armadas
Estadual - facultativa; onde não houver
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Por que é necessário a previsão de tutela jurisdicional no Território? 
AULA 03 - 18/08/2016
Soberania 
≠ 
Autonomia
FEDERAÇÃO
configuração
manutenção
indissolubilidade
{
capacidade de auto-organização
capacidade de autogoverno
capacidade de autoadministraçao
{
Normas de
Classificação
Em Estados Unitários não há o que se falar em Poder Constituinte Derivado. A descentralização é meramente administrativa, podendo ser avocada a qualquer tempo, enquanto a descentralização federativa tem uma descentralização política prevista no pacto federativo - a CF.
Características típicas:
Normas de configuração
Aquelas sem as quais não existe. 
Descentralização política
O que pode acontecer é que na descentralização não encontramos uma simetria.
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
Comparado com a Jurisdição/Competência do Processo Civil. A Competência é a medida de poder jurisdicional, a área de atuação. A mesma coisa vale para o Dir. Constitucional. A competência pode ser:
normativa - poder dentro dos limites pré-estabelecidos de produzir normas jurídicas gerais, abstratas e vinculantes.
material - agir concretamente, atos que possam mudar o mundo dos fatos. Ex.: licença, alvará, prestação de serviços, obras de pavimentação, etc.
	
No caso da competência do Estado, a competência é derivada ou remanescente. 
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
A CF, na definição da ordem tributária, estabelece quais tributos/impostos são da U, dos E/DF e quais são dos M. Contudo, há uma cláusula aberta para permitir à União a criação de novos impostos. Qual seria a explicação? Quando de trata de arrecadação tributária, a União tem preferência. 
É um federalismo que concentra mais poder nas mãos da União. No DF, em determinadas áreas, quem atua é a própria União. 
O que é essencial na federação, sendo simétrica ou não, é uma regra que preveja uma autonomia e participação política.
Quando se fala em leis aplicadas nacionalmente, é necessária uma participação, ainda que pequena, das outras unidades da federação. Por isso nosso poder legislativo é bicameral - para atender a interesses gerais. Há influência dos Estados por meio dos senadores. E no caso dos municípios? Como influir na elaboração de leis do CN? 
Nacional - atende aos interesses da nação inteira. Ex.: Estatuto do Desarmamento
Federal - atende aos interesses da UF União.
Normas de manutenção 
Sistema Constitucional de Crises 
Mecanismos que permitam que, em caráter excepcional e urgente, permita-se proteger a integridade federativa. Numa situaçao de normalidade, uma intervenção, por exemplo, é insustentável - até porque quando a União intervém, a autonomia fica suspensa. Outras situações: estado de sítio, estado de defesa. 
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração deinteresse público;
→ vedações constitucionais relacionadas ao federalismo. Reforço da garantia, da opção do Estado brasileiro pela laicidade do Estado. Para permitir a autonomia política, estabelece-se uma vedação. A ressalva contida no final do art. 19 nos diz que as Unidades Federativas devem garantir a liberdade religiosa, não fazer alianças, mas pode colaborar para o interesse público. Ex.: campanha do agasalho da Igreja Católica. 
II - recusar fé aos documentos públicos;
Se uma autoridade pública assina um documento, a presunção é de veracidade do documento. Ex.: documento assinado pelo governador do Estado. Quando o tabelião recebe documentos para fazer uma escritura pública, ele não questiona a veracidade de todos os documentos.
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
ver também: art. 150, II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
Ex.: lei que permite a repatriação de recursos no exterior
Normas de indissolubilidade 
Vedação à secessão:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
COMPETÊNCIA
predominância do interesse
subsidiariedade
Qual critério se pautou o constituinte para dividir as matérias conforme sua competência?
O interesse geral prevalece sobre o regional e/ou local.
Subsidiariedade significa que toda competência que possa ser exercida pela menor unidade federativa, essa deve exercê-la. Só se atribui a competência para a UF mais abrangente em caso de impossibilidade de exercê-la. 
	Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.
	Nos artigos anteriores, a CF estabeleceu os impostos e seus destinatários. O tributo é federal, mas a arrecadação do que é retido é estadual; se ao final do exercício ficar apurado que aquilo que tu antecipou ao longo do ano é insuficiente, paga-se o restante à União. Regra fundamental que demonstra o descompasso?. 
Cooperação - na distribuição da competência, aquilo que puder ser compartilhado tem que ser compartilhado, no caso a competência comum e competência concorrente. Ex.: combater a corrupção. 
Administração Pública
direta (órgãos, ministérios e secretarias)
indireta (autarquia, empresa pública, soc. economia mista e fundação)
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
O STF só atua quando estiver em risco a própria unidade do pacto federativo, dos entes. Ex.: demarcação de erra indígena que afeta a autonomia de mais de um Estado-membro. Mero conflito municipal ou econômico não atrairia.
 
A quem compete legislar sobre transporte coletivo de pessoa portadora de deficiência?
art. 22, XI: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XI - trânsito e transporte; → normas gerais
art. 24, XIV XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
→ normas específicas, podendo exercer essa competencia legislativa de forma plena em caso de omissão. A superveniência de lei federal suspende a eficácia da lei estadual. 
art. 30, V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
→leia-se exclusivamente
art. 203, IV
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; → mobilidade, acesso à transporte coletivo
Entende-se que isso seria competência federal, porque o interesse é nacional. MAs o que fazer com a competência exclusiva?
Critério: qual interesse é mais predominante?
Ex.: coleta de lixo é prestação de serviço ou proteção do meio ambiente? Dependendo da tônica, a competência será municipal ou federal.
Classificação: 
formação histórica
agregação - estados inpendentes e soberanos decidem se associar (da fração par a associação)
desagregação - temos um estado unitário que se fraciona em unidades federativas, compondo a federação.
dual - norma constitucional define de forma estanqe a competência de cada uf
cooperativo - nós temos também esse modelo em que as competências exclusivas e privativas mas tb cooperativas. Mesmo no modelo cooperativo como o nosso, na competência concorrete art. 24, a definição é bem clara da área de atuação de cada um deles, tanto é que se a união legislar sobre norma específica ou o Estado, na existência de norma geral, legislar dessa forma, ambas serçao inconstitucionais. Existem modelos que não tem essa definição prévia. 
art. 22 (competências privativas união)
…
Privativo comporta delegação, exclusivo não (essa sutileza é doutrinária)
Regra: federação se fala em autonomia, logo não poderia se delegar. Só pode delegar aquilo que a CF autoriza. 
Temos ainda na classificação:
simétrico - mais homogêneo
assimétrico - diversidade de línguas, culturas. O que não é possível numa federação são diferentes nacionalidades (isso é referente à soberania).
integração - meramente formal (André Tavares). Modelo que prepondera o governo central em relação aos demais (seriam as federações assimétricas)
de equilíbrio - jogo de forças equivalente
de 2º grau - norteamericano
tríplice nível governamental - brasileiro
http://felipenha.jusbrasil.com.br/artigos/114760808/caracteristica-do-federalismo-simetrico-e-assimetrico
AULA 03 - 18/08/2016
normativa
COMPETÊNCIA
exclusiva
comum
{
privativa
concorrente
{
material
Critérios para conflito de competência: 
predominância do interesse tutelado
subsidiariedade: toda vez que uma competência puder ser exercida por uma UF de menor abrangência (âmbito de atuação territorial); só será de uma UF mais ampla se ela não puder exercê-lo com eficácia 
cooperação: recíproco auxília quando a atuação é de tal envergadura que o M não possa atuar sem E e/ou U (ex.: SUS)
O caso da saúde exemplifica os itens 2 e 3. 
via de regra, a União entra com o recurso. 
às vezes o sistema é tão complexo porque fica difícil para o indivíduo decidir contra quem ingressar na via jurisdicional. 
Ex. 2: fiscalização de licenciamento
Uma UF poderia taxar outra por uma concessão de licenciamento equivocada?
Competência Normativa
Privativa - apenas uma unidade pode exercê-la
art. 22, Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
lei complementar
a todos os Estados (?)
questão específica
Concorrente (UNIÃO, ESTADO E DISTRITO FEDERAL) - pode ter o âmbito de atuação (opção do nosso constituinte), aŕeas de atuação distintas entre essas UF. 
Na concorrente não tem previsão de delegação. 
Estado tem uma competência própria de legislar normas específicas, mas a específica pressupõe a geral. Como é prerrogativa, discricionaridade da União legislar quando quiser, ficaria inviabilizado o exercício da competência? Não, por força dos §§ do art. 24
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecernormas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Se a U legislar sobre parte específica, nessa parte será inconstitucional. Exercendo, contudo, a competência própria, prevalece sobre norma específica (a específica não pode controlar a geral - controle reflexo, inviabilidade de aplicação da específica).
Ex.: Direito tributário: conceitos que tem de ser padronizados, como quais são os tributos; conceito de presrição/decadência, definir prazos. Normas gerais definem parâmetros gerais para regulação daquela matéria. 
Art. 146. Cabe à lei complementar:
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Se a União, a pretexto de exercer nas normas gerais, avança no detalhamento, será inconstitucional.
Direito tributário está previsto como competência concorrente.
	A constituição define o tributo, competências e âmbitos em que a UF possa agir, mas não tem poder para cobrá-lo - e isso se dá por meio de lei. A mesma coisa se dá com matéria penal - mas só a norma constitucional não pune/prende ninguém. 
Ao mesmo que a CRFB estabelece impostos do município, o art. 24 não menciona o Municipio. Trabalhasse dessa forma com uma interpretação sistemática. 
A norma geral estabelece os poderes fim, não os meios, por isso o município seria apto a exercê-lo. (PODERES IMPLÍCITOS)
A segunda é a combinação de três incisos:
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
→ art. 25,
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
Competências privativas estão esparsas, não só previstas num local específico. 
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
A leitura que se faz é de que tudo aquilo que não é competência de outra UF, seja concorrente ou comum, incumbe ao Estado.
Ex.: segurança pública, transporte público intermunicipal.
Competência material
Implementação de medidas concretas para implementar aquela decisão, atos concretos que geram efeitos no mundo dos fatos. ex.: concessão de alvará, licença, etc. 
Podem ser de competência exclusiva ou comum.
Comum: o poder de cada uma é próprio e insubordinado, apesar de ser comum.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
Todas as unidades federativas tem a oportunidade de agir, por exemplo, em defesa do meio ambiente. Mas quem legisla?
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
PODERES IMPLÍCITOS
M tem o dever constitucional de agir em defesa ao meio ambiente - mas tem de haver uma Lei que estabeleça qual o procedimento administrativo (ex.: autuação do infrator). Qual a previsão constitucional da possibilidade de o M autuar? 
competência implícita do processo administrativo que vai tramitar diante da esfera municipal administrativa
o art. 24 não impede que o M suplemente a legislação municipal e estadual. 
há uma lei que trata do “processo administrativo federal (9.784/XX)”, mas é obrigatória para estados e municipios. Na prática, se aplica quando há omissão, mas essas normas gerais poderia se sustentar que são obritoriamente aplicaveis aos E e M. 
Art. 21. Compete à União:
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
→ aqui a U age como UF ou em nome de toda federação? A U tem esse duplo papel. A ela foi afetado por representar a federação em caso de interesse nacional. 
art. 23. Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
A lei complementar é necessária para que haja a cooperação entre as UF
mas e na ausência de lei complementar? Cada UF poderia exercer plenamente a competência, independente de parâmetros.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
→ Competência material 
→ decreto: ato normativo de efeito concreto. Tem aparência de ser uma norma abstrata mas é específica 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
II - desapropriação;
Executar desapropriação: todas as UF, mas, por força do art. 184, se for para reforma agrária, só a UNIÃO. 
AULA 05 - 01/09/2016
art. 43 - regiões adm.FEDERAÇÃO
{
→Art. 13, §1º e 2º, CRFB
→ unidade federativa
→indissolubilidade vínculo (art. 1º, CRFB)
→alteração limites geográficos (art. 18 da CRFB)
U
E
DF
M
fusão A + B = C
 B
	 /	
cisão A 
 \
 C
desmembramento
 → anexação
 → formação
art. 24, §3º
No art. 18, estuda-se em relação às UF internamente. Ele estabelece em seu §3º que:
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Primeiro requisito para qualquer mudança é a consulta a toda população envolvida
Segundo requisito: aprovação do Congresso Nacional por lei complementar
FUSÃO
Incorporar-se entre si. Dois ou mais estados se unem entre si formando um outro Estado ou Território, perdendo-se as características originárias. 
CISÃO
Cisão de um Estado em dois ou mais Estados diferentes do originários.
DESMEMBRAMENTO
anexação - redução de território de um Estado e acréscimo no outro
formação - redução do território de um Estado para formação de outro
art.14, ADCT
Art. 14. Os Territórios Federais de Roraima e do Amapá são transformados em Estados Federados, mantidos seus atuais limites geográficos.
 	Art. 15. Fica extinto o Território Federal de Fernando de Noronha, sendo sua área reincorporada ao Estado de Pernambuco.
Obs.: Índios - demarcação de terras única e exclusivamente da União, competência administrativa.
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
Os índios podem usar e fruir da propriedade, mas quem a detém é a União (art. 20, XI)
Art. 20, XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Regiões administrativas
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
→ Âmbito nacional (federal)
Art. 25, § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
Se fosse uma região política, haveria comprometimento da autonomia. 
Isso serve para o Estado organizar sua atuação administrativa no âmbito estadual, também:
Definições
região metropolitana: conjunto de municípios cujas sedes se unem por uma certa continuidade urbana, havendo um município polo. Ex.: Região metropolitana de Porto Alegre.
Microrregiões: grupos de municípios limítrofes com certa homogeneidade cultural, econômica e problemas administrativos comuns, mas que não tenham continuidade urbana. Ex.: região com problemas em comum, por exemplo
Aglomerados urbanos: são regiões urbanas sem um polo de atração, podendo tais áreas serem sedes de municípios ou não. Ex.: baixada santista
Terras devolutas são, na prática, uma área que não integra o patrimônio particular e/ou ente público. Não é patrimônio de ninguém - vai ser público, de regra. Para a União, as indispensáveis À defesa, e para o Estado, as demais. 
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União
Art. 20. São bens da União:
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
Faixa de fronteira é um regime dominial diferente: 
haverá propriedade privada e pública, inclusive de outras UF. É possível estabelecer restrições (como altura das edificações).
se houver terras devolutas, serão da União - mas nem tudo na faixa de fronteira é bem da União. 
Para colonizar áreas, estados como PR e SC fizeram transferências a non domini. Dessa forma, nenhum título ou concessão feita pelo Estado foi reconhecida - são bens da União. 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Usucapião é aquisição originária por exercício da posse continuada sem oposição do proprietário. Posse não é detenção
DA UNIÃO
Art. 20. São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) Ex.: Florianópolis 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
 
mar territorial - 12 milhas do limite terrestre projetado para o mar. (tudo que acontece, inclusive para efeitos penais)
zona contígua - 24 milhas
zona econômica exclusiva - 200milhas
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Obs.: Brasilia é uma cidade mas não tem status de município. É sede do governo federal, do governo distrital, dos tribunais superiores e do congresso.
Como funcionam os impostos do DF? Todas as competências atribuídas aos municípios são atribuídas automaticamente ao DF. 
E as cidades-satélites? São subdivisões administrativas. 
As competências administrativas e territoriais.
DOS ESTADOS
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
3 tipos de limitações para o exercício dessa autonomia pelos estados:
Princípios sensíveis - uma vez desrespeitados, podem autorizar algo que é o mais grave dentro de uma federação - a intervenção. Limitam a intervenção dos Estados, e uma vez violados podem ensejar a intervenção (art. 34, VII)
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administraçãopública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Simetria na organização da administração estadual. 
Poderia haver medida provisória estadual desde que prevista pela Constituição Estadual. 
Existem ainda dois tipos de limitações
Princípios extensíveis - normas centrais comuns a todas UF
Princípios estabelecidos que são normas compulsórias que tem de ser estabelecidas por todas as UF. Ex.: art. 37 (teto remuneratório)
Apresento a vocês conceitos básicos sobre o que vem a ser: princípios sensíveis, princípios extensíveis e princípios estabelecidos.
Princípios sensíveis (também chamados de princípios apontados ou enumerados) são aqueles previstos no art. 34, VII da Constituição Federal:
Art. 34 A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Representam a essência da organização constitucional da federação brasileira e estabelecem limites à autonomia organizatória dos Estados-membros. A sua inobservância poderá acarretar intervenção Federal.
Princípio constitucionais extensíveis: são aqueles princípios que consagram normas organizatórias destinadas à União, mas que se estendem aos Estados. Ex: normas sobre eleição para governador e Vice-governador (art. 28 observado o art. 77); normas sobre a organização, composição e fiscalização do TCU aos Tribunais de contas estaduais (art. 75);
Princípios constitucionais estabelecidos: consagrados de forma assistemática ao longo do texto constitucional e limitam a capacidade organizatória dos Estados Federados. Para identificá-los, necessária uma interpretação sistemática. Ex: art. 37 a 41 (norma de limitação expressa mandatória); art. 19 (norma de limitação expressa vedatória); 
Tema extraído do livro do professor Pedro Lenza (“direito constitucional esquematizado”, 16ª Ed., 2012, Saraiva). 
AULA 06 - 22/09/2016
Intervenção 
(arts. 34 a 36, CFRB)
excepcional e temporária
objetivos:
defesa do Estado
defesa do princípio federativo
defesa das finanças
defesa da ordem constitucional
requisitos formais
ato privativo do Chefe do Executivo 
consultas prévias ao Cons. da República (art. 90, I) e e Conselho de Defesa Nacional (art. 91, §1º, II)
procedimento
verificação ex officio dos motivos (I, II, III, IV)
solicitação/requisição do Poder impedido (IV)
requisição do STF, STJ ou TSE (art. 36, §3º, VI)
provimento pelo STF de representação do PGR (art. 36, §3º, VI e VII)
controle
político (art. 36, §§1º a 3º, art. 49, IV) 
jurisdicional
⇒ interventor → responsabilidade 
⇒ chefe do executivo → art. 85, II
A unidade federativa mais ampla tem a faculdade de intervir na unidade federativa imediatamente menos ampla. A União pode intervir no município localizado em território porque ele não é unidade federativa, mas integra a União. O que soa estranho é que a intervenção regula a suspensão da autonomia da UF, mas o território não é UF (embora aos municípios nele localizados, em tese, o que couber aos municípios estaduais).
	Intervenção não é punição.
	É necessário o grave comprometimento da ordem pública, não a mera ameaça.
	Ex.: greve geral não ensejaria intervenção (greve é direito constitucional), em princípio, mas há discussão. Já um terremoto seria mais provável.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; (Lei 4920 estabelece quais são as dívidas fundadas)
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:*
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 
VER: Princípios Constitucionais Sensíveis, expressos no inciso. VII 
*Princípios Constitucionais
sensíveis
	Aqueles que representam a essência daquela federação. São indispensáveis à essência daquela federação, de essencial a sua configuração. Se violados esses princípios, permite-se a intervenção. 
Não são cláusulas pétreas (art. 60, §4º), que são aqueles temas que não podem sofrer modificação por emenda constitucional na sua essência. Por que o constituinte não fez a coincidência absoluta? Por que num dado momento.
Estão concentrados no art. 34, inciso VII → autorizam a intervenção, que é a antítese da autonomia.
extensíveis
Normas constitucionais comuns para garantir a simetria entre as unidades federativas, espalhadas pela Constituição.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. 
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. 
Existem vedações:
Ex.: Medida Provisória (art. 62, CRFB). Legislativo Federal. Por opção do constituinte, o processo legislativo não foi imposto igual aos Estados e Municípios. Contudo, se houver previsão de semelhante mecanismo na Constituição Estadual, deve respeitar o mesmo dispositivo (necessidade de simetria).
estabelecidos (organizativos)
	Normas também espalhadas pelo texto constitucional que estabelecem limitações à capacidade de auto-organização das unidades federativas, expressas ou implícitas.
expressos
	Aquelas que vedam determinadas condutas ou atos. Ex.: art. 19 (é vedado à união ….)
implícitos
Limitações da autonomia que se inferem das normas tipo “separação de poderes”. 
Obs.: TSE, art. 121, §3º 
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; 
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisãojudicial.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
O Presidente da República aguarda uma SOLICITAÇÃO do Executivo/Legislativo, que não age de ofício, com independência. Contra o Judiciário local (em face de ordem ou decisão judicial), requisita-se o STF (aí não pode haver uma recusa).
*Requisição é de cumprimento obrigatório.
*Quando a coação é no Judiciário, a forma de reger é diferente.
Podem requisitar apenas:
TSE - decisão da própria Justiça Eleitoral vier a ser descumprida
STJ - 
STF - se reservaria para o supremo apenas aqueles casos de decisão do próprio Supremo ou precatório (art. 100, CF). Precatório de município é TJ que encaminha ao governador.
art. 36, III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 34, VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
Descumprimento ou Princípio Sensível (provimento) de Lei Federal (representação) junto ao Supremo movida pelo PGR. 
⇒ Ausência de requisito formal, ato inconstitucional por vício formal, crime de responsabilidade!!!
⇒ Se for rejeitado, ato inconstitucional por vício material.
Em qualquer dos casos, o ato de intervenção não pode subsistir.
Intervenção 
(arts. 34 a 36, CFRB)
de ofício
de provocação
solicitação - IV (L ou E)
requisição - IV (J) e VI (desobediência) decisão jud ou ordem
provimento judicial - VI (recusa cumpr. lei federal) e VII (viola princípio sensível)
*dispensado controle político → decreto suspende o ato
*art. 35, IV (dispensado o controle político)
Perdi essa parte da aula
Qual tribunal deve fazer a requisição? É certo que, se for da Justiça do Trabalho, só pode ser do Supremo. Agora, quando forem decisões descumpridas por outros tribunais.
Como essa hipótese “recusa…” depende de uma fase prévia, que provoca o Supremo que analisa a situação e se pronuncia, se averiguar uma recusa injustificada, então há uma fase judicial. 
Por conta disso, estabelece o §3º do art. 36:
Nos casos do art. 34, VI (requisição do STF, STJ ou TSE) e VII (STF após um requerimento do PGR) há pronunciamento do Judiciário antes ou provimento prévio do STF. 
Art. 35, IV também tem uma fase judicial prévia. 
	Toda vez que há pronunciamento prévio do Judiciário, não há necessário controle político do parlamento - que só há caso seja iniciado executivamente. O controle do Judiciário é político-técnico. 
Nesses casos em que a recusa em cumprimento de decisão do judicial (suspensão do ato do governador, por exemplo), STF pede intervenção, e há recusa injustificada, passa-se para a intervenção “tradicional”, e nesse caso se dá controle político. Só hpa dispensa do controle político quando o decreto se limita a suspender o ato, mas se ele tiver que ir pro controle político tradicional (art. 36, §1º). 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
Expedição do decreto e em 24h deve ser submetido ao controle político. Estado de sítio/defesa é diferente. Enseja crime de responsabilidade em caso de descumprimento, gerando um possível impeachment. Se não houver controle político, o ato é inconstitucional (vício). E se o parlamento não se pronuncia? Também gera vício de inconstitucionalidade. Se o parlamento entender que não era caso de intervenção, pode vir a gerar responsabilidade de quem interviu, mas cessa-se a intervenção.
Cessada a intervenção por quaisquer caso:
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
Ex. de impedimento legal: término de mandato, doença grave, falecimento. 
Se houver negativa do parlamento e não cessar a intervenção, responsabilidade objetiva do Poder Público. Qualquer prejuízo, qualquer dano que o interventor causar o Poder Público responde. A responsabilidade objetiva não discute animus do agente (culpa/dolo). Eventual ação de regresso só em caso de culpa ou dolo do agente. Sempre o Poder Público responde pelo dano em caso de responsabilidade objetiva? 
Responsabilidade objetiva -- ato/omissão ligados ao dano pelo nexo de causalidade. 
Ex.: toda vez que se provar um evento que rompa o nexo de causalidade
Conselhos
da República - art. 89 e 90
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
A composição do conselho da República tem um caráter democrático.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.
de Defesa Nacional - art. 91
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa; 
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento.
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. 
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.
Se é uma situação de urgência, devem aguardar os conselhos? Há necessidade ouvir um Conselho, mesmo que meramente consultivo. O parecer dos conselhos é sempre necessário. 
Sistema constitucional de crises 
estado de defesa
estado de sítio
*regimes democráticos
*legalidade excepcional
*Est. de Dir. x Est. de Exceção
*temporariedade E necessidade
Essespoderes a mais, inerentes ao Estado DEmocrático, são estabelecidas regras prévias para a forma de agir do governante, limites constitucionais, de forma temporária e excepcional. Em Estados de exceção, não há regras ou limites.
Ex.: 11 de setembro nos EUA
Seria necessária ordem judicial contra indivíduo específico. Por isso, há um sistema de “lei marcial”, que tem como fundamento a praica de qualquer ato pela autoridade pública, desde que ela possa demonstrar posteriormente a necessidade daquele ato. Ex.: prisão para averiguação.
Habeas Corpus - ação constitucional para proteger o direito de ir e vir, diante de ameaça ou ato concreto.
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
 Medida preventiva ou reparadora. 
Pressupostos do Estado de Defesa:
Crise em locais restritos ou determinados
instabilidade (greve geral NÃO é essa hipótese - exercício do direito)
grave crise institucional
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
Numa situação de normalidade, qual a restrição pra uma reunião?
Art.5º, XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Em locais públicos, o direito de reunião é amplo, pacífico e sem armas. O aviso a autoridade é só para que não frustre outras manifestações já agendadas. Mas em caso de estado de defesa, 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; 
Sigilo de correspondência pode ser relativizado.
Quebra de siligo de dados só por ordem judicial. Se pretéritos, ordem judicial ou CPI. Discussão se MP pode (tendência a não admitir) e o Fisco (quebra de sigilo bancário dos contribuintes); no caso de estado de defesa, o siligo é relativizado ainda mais - de repende se dispensa ordem judicial.
Qual outra medida poderia o governante adotar? 
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
Estado de defesa é um mecanismo mais brando, que interfere de menor intensidade os direitos individuais.
30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
Não há referência a “flagrante”, são crimes específicos. Ou é flagrante ou ordem judicial, mas nesse caso é prisão decretada por autoridade que não judicial. Numa situação normal, tem que pedir autorização para prender.
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
Ao mesmo tempo que se dá poder de prender, se limita
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.	
Nesse parágrafo, importante ver que se encaminha ao Congresso nas duas vezes. O primeiro encaminhamento não supre o anterior - controle político provocado dentro das 24h. 
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
Comissão que vai acompanhar todas as medidas que estão sendo executadas neste período - medidas mais restrititivas aos direitos fundamententais. Isso gera um controle político mais permanente.
 
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.
Sob pena de responsabilidade objetiva / crime de responsabilidade.
DO ESTADO DE SÍTIO
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
As medidas são mais graves, por isso o controle político é prévio. 
 I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
Enquanto perdurarem as razões, se prorroga de 30 em 30. 
A cada 30 ele pede autorização para o Congresso, que verifica se perduram as razões para a manutenção do estado de sítio. 
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.
§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
Não é prisão, mas um “toque de recolher”. 
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
Detenção não é prisão. Mas capturar a pessoa e retê-la. 
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
Restrições à liberdade de imprensa, inclusive, mais intensas que no Estado de Defesa.
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens. Qualquer bem privado ou não. Numa situação de normalidade, o art. 5º, XXV garante a indenização. Mas aqui uma requisição de um particular é apreensão temporária do bem, havendo devolução (ou não, sefor um bem consumível tem indenização). 
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
Quem faz o controle político do Estado de Sítio é o Congresso. É possível restringir e censurar a imprensa. Contudo, não há como censurar o discurso do parlamentar. No início do século, Rui Barbosa utilizou-se de um habeas corpus perante o supremo que liberou a veiculação de seu discurso contra a prorrogação do estado de sítio. 
Seção III
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
Pergunta: A Constitução Estadual poderia previr um instrumento semelhante - Estado de Sítio/Estado de Defesa no âmbito Estadual? Quando o presidente da República age, nessa hipóteses, age como UF ou como Federação?

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