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DIPu Aula 6

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DIPu Aula 6
1. Conflito entre tratados e outras normas 
1.1 Conflitos entre tratados
a) Identidade de partes. 
- Prevalece o posterior sobre o anterior, lex posterior derogat priori. 
- Lex specialis derogat generali, quando se apure que, independentemente da ordem cronológica, quiseram as partes abrir exceção a certo dispositivo de alcance geral em situações determinadas.
b) Diversidade de partes. 
O Estado A, vinculado ao Estado B por um pacto de aliança ofensiva, e ao Estado C por um pacto de aliança defensiva, presencia o ataque armado de B contra C. Por força do que pactuou, o Estado A está simultaneamente obrigado a apoiar B no ataque e C na defesa, o que e impossível.
Nesse caso não há hierarquia entre tratados ou entre Estados. 
No que concerne a Carta das Nações Unidas, contudo, impõe-se uma advertência. 
Art. 103: "No caso de conflito entre as obrigações dos membros das Nações Unidas em virtude da presente Carta e as obrigações resultantes de qualquer outro acordo internacional, prevalecerão as obrigações assumidas em virtude da presente Carta".
1.2 Conflito entre tratado e norma de Direito interno.
Duas correntes doutrinárias buscam explicar a prevalência do Direito Interno ou do Direito Internacional, quando da ocorrência de conflito normativo entre as duas esferas de atuação.
 
1.2 Conflito entre tratado e norma de Direito interno.
O monismo subdividisse em duas categorias. 
O monismo internacionalista sustenta a unicidade da ordem jurídica sob o primado do Direito Internacional, ao qual deveriam se ajustar todas as ordens internas. (Kelsen)
O monismo nacionalista defende o primado do direito nacional de cada Estado soberano, sendo a adoção de regras internacionais uma mera faculdade daquele Estado (doutrina soviética e jurisprudências brasileira e americana). Prioriza a soberania e a constituição dos Estado nas relações internacionais. 
	Por outro lado, o dualismo admite a existência de duas ordens completamente distintas: o Direito Internacional e o Direito Interno de cada Estado. Desta forma, a validade jurídica de uma norma interna não se condiciona à sua sintonia com a ordem internacional. 
	Esta doutrina enfatiza a diversidade de fontes de produção das normas jurídicas, uma norma de Direito Internacional sendo, portanto, aplicável no interior de um Estado somente se este Estado promove sua introdução, transformando-a em norma de Direito Interno.
1.2.2 Solução de conflitos entre tratado e norma de direito interno - Tratado internacional x CF/88
Segundo o art. 102(III)(b) da CF/88, o STF tem competência pra julgar: “as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal”. 
Assim, em regra geral, os tratados internacionais estão submetidos a controle de constitucionalidade, tendo status infraconstitucional .
Na ADIn 1.480-3/DF (04/09/1997), que tinha por objeto a Convenção nº 158 da OIT, o Pleno do STF reiterou que todos os tratados internacionais estão subordinados à CF, que tem irrestrita precedência hierárquica sobre eles.
1.2.3 Solução de conflitos entre tratado e norma de direito interno - Tratado internacional x Lei interna
RE 80.004 (junho de 77): ante a realidade do conflito entre tratado e lei posterior, prevalece a norma posterior, porque expressão última da vontade do legislador republicano, não obstante as consequências do descumprimento do tratado, no plano internacional.
A referida ADIn 1.480-3/DF, de 1997. Em eventual conflito entre eles deve ser utilizado o critério cronológico (lex posterior derogat priori), mas também, quando cabível, o critério da especialidade (lex specialis derogat generalis).
1.2.4 Situações particulares em Direito brasileiro
a) Domínio tributário: o art. 98 do Código Tributário Nacional. Esse dispositivo diz que os tratados "revogam ou modificam a legislação tributária interna e serão observados pela que lhes sobrevenha". 
Em matéria tributária, há de buscar-se com mais zelo ainda que noutros domínios a compatibilidade. Mas se aberto e incontornável o conflito, prevalece o tratado, mesmo quando anterior à lei.
b) Direitos e garantias fundamentais: o art. 5, §§ 2 e 3, da CF/88 
O §2 do art. 5° da CF/88, estabelece que sua lista não exclui novos direitos e garantias decorrentes de tratados internacionais celebrados pelo Brasil.
	
	A EC nº 45/2004 incluiu o §3º do art. 5º da Constituição Federal de 1988: 
	"Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais“. Válido para tratados sobre direitos humanos que entraram em vigor após a EC/45.
	
	
	
	O STF no RE 466.343- SP, de 2008, decidiu que os tratados internacionais de direitos humanos que tenham entrado em vigor antes da EC/45, seguindo o rito norma de lei ordinária têm status de norma supralegal, isto é, estão acima da legislação ordinária, mas abaixo da Constituição.
	Obs.: Algumas regras destes tratados podem se aplicar, mesmo se contrárias à Constituição, desde que sejam mais favoráveis aos direitos humanos. (ex.: depositário infiel)

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