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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA CAMPUS JOINVILLE CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA UNIDADE CURRICULAR: Tratamentos Térmicos e Termoquímicos Professor Paulo Sérgio Bayer, M. Eng. Joinville, 20/03/2013 NOME: ................................................................................................................... IF-SC Campus Joinville Página 1 1. TRATAMENTOS TÉRMICOS DE AÇOS E FERROS FUNDIDOS. 1.1 Curvas Temperatura x Tempo x Transformação (TTT) As curvas TTT ilustram o comportamento de uma liga ferrosa durante o resfriamento a partir da fase austenita (solução sólida de carbono no ferro ). Neste resfriamento, após a passagem pela temperatura em que toda a austenita é transformada em ferrita (temp. crítica), pode-se manter a peça numa temperatura constante por um determinado tempo, na qual a austenita transforma-se em outras fases tais como ferrita ou perlita, e depois resfriá-la até a temperatura ambiente. Os tratamentos isotérmicos são comuns na indústria, principalmente em peças com microestrutura de bainita ou martensita (Tratamentos térmicos de Austêmpera e Martêmpera, respectivamente). Construção de curvas de transformação isotérmica Várias amostras de um mesmo aço são resfriadas a partir da austenita e mantidas em tratamento isotérmico a diferentes temperaturas; mede-se com um dilatômetro e um cronômetro os tempos de início e fim da transformação da austenita na temperatura constante, ligam-se os pontos para a obtenção das curvas TTT. IF-SC Campus Joinville Página 2 Curva de transformação isotérmica de um aço 1045 Tempo ( s ) A = Austenita F = Ferrita P = Perlita B = Bainita M = Martensita Te m pe ra tu ra (o C ) IF-SC Campus Joinville Página 3 EXERCÍCIOS – Diagramas TTT (transformação isotérmica) 1) Descreva as condições de resfriamento de três peças de aço ABNT 1080 (a), (b) e (c), conforme as curvas de transformação isotérmica ilustradas na figura em anexo. OBSERVAÇÕES: Informe a temperatura de austenitização, as temperaturas do tratamento isotérmico, os tempos em horas de tratamento até o resfriameto total das peças e a microestrutura resultante. A curva (a) ilustra o tratamento isotérmico de AUSTÊMPERA. A curva (b) ilustra o tratamento isotérmico de MARTÊMPERA. (a).............................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................................... (b).............................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................................... IF-SC Campus Joinville Página 4 (c).............................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................................ 2) Usando o diagrama de transformação isotérmica para uma liga de aço com 0,45%C (vide figura da página 51), determine a microestrutura final de uma pequena amostra que foi submetida aos seguintes tratamentos tempo-temperatura. Para cada caso, suponha que a amostra se encontra inicialmente a uma temperatura de 845 oC e que ela tenha sido mantida a essa temperatura por tempo suficiente para que fosse atingida uma estrutura austenítica completa e homogênea. (a) Resfriamento rápido até 250 ºC, manutenção dessa temperatura por 103 segundos, e então têmpera até a temperatura ambiente; ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (b) Resfriamento rápido até 700 ºC, manutenção dessa temperatura por 30 segundos, e então têmpera até a temperatura ambiente; ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (c) Resfriamento rápido até 400 ºC, manutenção dessa temperatura por 500 segundos, e então têmpera até a temperatura ambiente; ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (d) Resfriamento rápido até 700 ºC, manutenção dessa temperatura por 105 segundos, e então têmpera até a temperatura ambiente; ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (e) Resfriamento rápido até 650 ºC, manutenção dessa temperatura por 3 segundos, resfriamento rápido até 400 ºC, manutenção dessa temperatura por 10 s, e então têmpera até a temperatura ambiente; ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (f) Resfriamento rápido até 450 ºC, manutenção dessa temperatura por 10 segundos, e então têmpera até a temperatura ambiente; ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (g) Resfriamento rápido até 625 ºC, manutenção dessa temperatura por 1 segundo, e então têmpera até a temperatura ambiente; ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (h) Resfriamento rápido até 650 ºC, manutenção dessa temperatura por 10 segundos, resfriamento rápido até 400 ºC, manutenção dessa temperatura por 5 s, e então têmpera até a temperatura ambiente; ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- IF-SC Campus Joinville Página 5 Construção de curvas de resfriamento contínuo Curvas de transformação contínua de um aço eutetóide (0,8%C) DIAGRAMAS DE RESFRIAMENTO CONTÍNUO (TRANSFORMAÇÃO CONTÍNUA) IF-SC Campus Joinville Página 6 AÇO ABNT 1080 ( 0,8 %C ) AÇO ABNT 4340 IF-SC Campus Joinville Página 7 EXERCÍCIOS – Diagramas TTT (transformação contínua) 1) Analise o diagrama TTT que ilustra as curvas de resfriamento contínuo para um aço-1080 (Figura em anexo). Cite quais as fases microestruturais de amostras dessa liga que são, em primeiro lugar, completamente transformadas em austenita e depois resfriadas até a temperatura ambiente, de acordo com as seguintes taxas: (a) 150 ºC/s, (b) 10 ºC/s, (c) 70 ºC/s e (d) 2 ºC/s até 700 graus e manutenção nesta temperatura por 20 horas e resfriamento dentro do forno. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- IF-SC Campus Joinville Página 8 2) Usando o diagrama de transformação contínua para uma liga de aço ABNT 4340 (vide figura da página 55), determine a microestrutura final de pequenas amostras que foram resfriadas até temperatura ambiente segundo as seguintes taxas de resfriamento: a) 20 ºC/s, (b) 7 ºC/s, (c) 0,05 ºC/s, (d) 1 ºC/s e (e) 0,002 ºC/s. Para cada caso, suponha que a amostra se encontra inicialmente a uma temperatura de 845 oC e que ela tenha sido mantida a essa temperatura por tempo suficiente para que fosse atingida uma estrutura austenítica completa e homogênea. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 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1020 encruado 500X Aço 1020 laminado 100X Aço 1045 normalizado 200 X Aço 1045 laminado 200 X IF-SC Campus Joinville Página 14 Aço 1045 temperado em água 100 X Aço 1045 temperado em água 500 X Aço 1045 recozido 200 X Aço 1045 temperado e revenido 500 X IF-SC Campus Joinville Página 15 MICROESTRUTURAS DE FERROS FUNDIDOS NORMALIZADOS E RECOZIDOS IF-SC Campus Joinville Página 16 APLICAÇÕES TÍPICAS DE AÇOS LIGA TRATADOS TERMICAMENTE Peça Aço Tratamento térmico Propriedades após tratamento Objetivo da Normalização Corpo de válvula fundida de 50 mm parede ~ 20 mm Ni- Cr- Mo Recozimento Pleno a 955 oC, Normalizado a 870 oC, Temperado Revenido a 665 oC Resistência à tração = 620 MPa , Resistencia ao escoamento 0,2 % = 415 MPa , Alongamento em 50 mm 20%, Redução área 40% Obter as propriedades mecânicas requeridas Flange forjada 4137 Normalizado a 870 oC, Temperado Revenido a 570 oC 220 HB Refinar tamanho de grão e obter a dureza requerida Válvula fojada 4140 Normalizado a 870 oC, Temperado Revenido 230 HBObter estrutura uniforme, melhor usinabilidade e dureza adequada DUREZA DE AÇOS CARBONO TRATADOS TERMICAMENTE Aço ABNT Tratamento térmico Resistencia à tração - r MPa Resistencia escoamento - esc MPa Alongamento % Dureza HB (Brinell) Normalização 870 oC 440 345 35,8 131 1020 Recozimento 870 oC 395 295 36,5 111 Normalização 900 oC 650 400 20 200 1045 Recozimento 790 oC 600 360 24 160 Normalização 900 oC 1015 525 11 293 1080 Recozimento 790 oC 615 380 25 174 Normalização 870 oC 1280 860 12,2 363 4340 Recozimento 810 oC 745 475 22 217 IF-SC Campus Joinville Página 17 EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM/TRATAMENTO TÉRMICO: Tipos de aço a) ABNT 1020 b) ABNT 1045 c) Aço liga Depois de completar a tabela a seguir, trace a linha de temperatura crítica inferior (linha eutetóide pontilhada) nos diagramas Temperatura x Tempo e desenhe os 5 ciclos de tratamento térmico. Tratamento térmico Finalidades Temperatura de aquecimento (oC) Taxa de resfriamento (oC/min) 1 Recozimento subcrítico a) b) c) 2 Normalização a) b) c) 3 Recozimento pleno a) b) c) 4 Têmpera a) b) c) 5 Revenimento a) b) c) IF-SC Campus Joinville Página 18 IF-SC Campus Joinville Página 19 IF-SC Campus Joinville Página 20 IF-SC Campus Joinville Página 21 MICROESTRUTURAS DE AÇOS TEMPERADOS E REVENIDOS Martensita (estrutura de agulhas) Micrografia eletrônica da martensita revenida (ferrita + cementita) IF-SC Campus Joinville Página 22 MICROESTRUTURA DE AÇOS AUSTEMPERADOS Microestrutura da Bainita contendo finíssimas agulhas das fases do Fe IF-SC Campus Joinville Página 23 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA CAMPUS JOINVILLE CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA INDUSTRIAL NOME: .............................................................................................................. UNIDADE CURRICULAR: Tecnologia dos Materiais II TMA-II Professor Paulo Sérgio Bayer, M. Eng. Data: ......./ ......../ 2009 RELATÓRIO PRÁTICA DE LABORATÓRIO 02: TRATAMENTOS TÉRMICOS DE AÇO CARBONO 1. OBJETIVO: ( Efetuar tratamentos térmicos em amostras de aço carbono, Identificar as fases presentes, medir a dureza de cada amostra antes e depois do tratamento térmico) 2. MATERIAL: Barra de aço laminado de seção circular de aço ABNT 1045 ... diâmetro da barra... 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: (descreva os tratamentos térmicos realizados e materiais que se utilizam, inclua gráficos ilustrando os ciclos de temperatura x tempo, informe a escala de dureza selecionada (HB ou HRC) NORMALIZAÇÃO, RECOZIMENTO PARA ESFEROIDIZAÇÃO; RECOZIMENTO PLENO, TÊMPERA E REVENIMENTO. 4. RESULTADOS : (insira as fotomicrografias nos espaços indicados nas figuras 1, 2 . Figura 1 – Fotomicrografia da amostra polida do aço. 100X Figura 2 – Fotomicrografia da superfície da amostra polida e atacada do aço. Reagente metalográfico: Nital 1%. 100X 5. COMENTÁRIOS: . (comente o que você observou em relação a morfologia das fases de cada amostra, p. ex. perlita fina ou grossa, tamanho de grão, martensita; correlacione os valores de dureza medidos com a microestrutura). 6. CONCLUSÃO (informe o que você pode concluir a respeito do exame metalográfico e dos ensaios de dureza realizados) 7. BIBLIOGRAFIA IF-SC Campus Joinville Página 24 2. TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS Definição: São aqueles que combinam a ação do calor com a ação química e o resultado é o enriquecimento de uma camada, ou mesmo todo o volume, de uma peça com um elemento metálico ou não metálico. Finalidade: Endurecimento superficial pela modificação parcial da composição química ou através de mudanças estruturais na superfície do componente. Resultado: Melhora da resistência ao desgaste da peça sem afetar a dutilidade no seu interior. Aplicações: Situações onde se deseja superfície com elevada dureza, resistente ao desgaste, e núcleo tenaz capaz de resistir ao impacto quando em uso –Engrenagens (gears), mancais (bearings) e eixos (shafts). Características superficiais dos aços contribuem para: Propriedades mecânicas –dureza, dutilidade, tenacidade, fluência, elasticidade.Propriedades químicas –corrosão, oxidação. Propriedades tribológicas: atrito, desgaste. Métodos superficiais de Endurecimento Adição de camadas: -Recobrimento metálico(hardfacing) -camadas soldadas, thermal spray(recobrimento sem solda) -Revestimento(coating) –chemical vapor deposition (CVD), thin films (physical vapor deposition (PVD), sputtering, ion plating, ion mixin). Modificação do substrato: -Métodos difusivos–cementação, nitretação, carbonitretação, nitrocementação, boretação. -Métodos de endurecimento seletivo–flame hardening (endurecimento por chama direta), induction hardening (endurecimento a indução), laser hardening, ion implantation, selective carburizing or nitriding. Métodos Difusivos de Endurecimento São métodos que envolvem a modificação química da superfície e que necessitam de aquecimento para aumentar a difusão dos elementos na superfície da peça. IF-SC Campus Joinville Página 25 Profundidade da camada difusiva K (tempo)1/2 onde K = cte difusiva e que depende da temperatura, composição química do aço e do gradiente de concentração da espécie endurecedora(C, N ou B). . Aços usados em tratamentos difusivos (substratos): aços baixo carbono, aços-liga, aços ferramenta, aços inoxidáveis. Durezas obtidas em tratamentos difusivos 2.1 CEMENTAÇÃO Conceito: Cementação éum tratamento térmico austenítico, onde o carbono é introduzido na fase .(austenita), e irá originar martensita com o posterior resfriamento da peça. Objetivo: Aumentar a dureza e a resistência ao desgaste mantendo o núcleo dútil e tenaz – maior resistência ao impacto e à fadiga. Formação de forças compressíveis na superfície com o aumento da resistência à fadiga. Características do processo: •Usado para aços baixo carbono (0,1 a 0,2 %) •Temperatura de tratamento –normalmente 850 a 950 oC (790 ou 1095 oC) •O C é introduzido na fase austenítica solubilidade máxima do C na ferrita a temp. amb.~ 0,008% IF-SC Campus Joinville Página 26 solubilidade máxima do C na ferrita à 723 oC ~ 0,02% solubilidade máxima do C na austenita à723 oC ~ 0,8% solubilidade máxima do C na austenita à 1148 oC ~ 2,0% •O teor de C na superfície aumenta para 0,8 a 1,0% Diagrama de Equilíbrio Fe-C Células unitárias do sistema Fe-C Variação dos parâmetros de rede com adição de C Perfil de concentração de C e microdurezade aço SAE 8620 -cementação gasosa Fatôres que influem na cementação: •Teor inicial de carbono no aço •Potencial do meio carbonetante (metano. etano, propano) •Temperatura de tratamento Tratamentos térmicos de cementaçãodependem da microestrutura do aço – têmpera ou normalização •granulação fina -tempo não prolongado de cementação -têmpera direto ou resfria no forno e tempera •granulação grosseira – tempos longos de tratamento: normaliza e tempera Depende da: •temperatura, tempo, teor de C no aço, •potencial de C no meio cementante, •velocidade de resfriamento Profundidade e quantidade de C na camada cementada IF-SC Campus Joinville Página 27 •excesso de C e EL aumentam a quantidade de austenita retida •quanto maior a Taustenit.–maior a quantidade de AR Em (a) têmpera realizada a 925 oC e em (b) a 830 oC Austenita retida (AR) depende do teor de carbono da camada cementada •Composição eutetóide–martensita •Abaixo composição eutetóide–martensita e ferrita •Acima composição eutetóide–martensita e carbonetos (não devem estar nos contornos de grão). IF-SC Campus Joinville Página 28 Microestrutura da camada cementada: SAE 4121Tempera direta: Martensita e austenita SAE 8620 Reaquecido e temperado: Martensita e carbonetos Independente do método usado, a cementação sempre ocorre via fase gasosa. IF-SC Campus Joinville Página 29 Processos de Cementação Cementação Sólida: Ocorre devido a presença do oxigênio atmosférico presente na caixa produzindo CO2 e que após formado continua a reagir com o carvão: Na superfície do aço o CO é quebrado formando: O C atômico é rapidamente dissolvido na austenita e difunde para o interior do aço. O CO2 reage novamente com o carvão. Reações de Cementação Cementação Sólida: Carbonato de bário é usado como energizador quando o O2 é insuficiente: A correta maneira de representar a reação é: Se a temperatura aumenta e a pressão émantida constante a reação ocorre no sentido da direita para a esquerda, isto é, mais CO éproduzido. Diminuindo a temperatura a proporção do CO2 aumenta em detrimento do CO. Reações de Cementação Diagrama de equilíbrio a pressão atmosférica para a reação: Reações de Cementação Cementação Líquida O agente ativo no banho de sal éo cianeto de sódio (NaCN) ou o potássio de sódio (KCN). •Parte do N liberado na reação pode ser absorvido pelo aço. •A primeira reação ocorre na interface entre o banho de sal e a atmosfera: as outras duas ocorrem entre o banho e o aço. •Banho com 40 a 50% de NaCNcamadas de 0,8 mm •Banho com 10% de NaCN camadas de 1,5 mm•A peça étemperada em água direto da cementação. Cementação Gasosa: Além da reação: Vários hidrocarbonetos podem participar da reação. Pode-se ter a reação com o metano, e a reação com o vapor d’água: Neste caso a umidade presente no gás tem grande influência no potencial de carbono e é controlada pelo ponto de orvalho. Características dos Processos de Cementação: Cementação Sólida •obtenção de camadas espessas ~ 2 mm •pouco controle dimensional •fácil operação IF-SC Campus Joinville Página 30 •eficiente e econômico para poucas peças •não exige atmosfera preparada •não éum método limpo •pouco controle do C na atmosfera •não érecomendado para camadas finas Processos de Cementação Cementação Gasosa •método mais usado na indústria •mistura não perde a eficiência •maior controle da espessura Cementação por Plasma •maior velocidade de cementação •processo livre de oxidação •melhor controle da camada cementada •camada muito uniforme Cementação Líquida •camadas ~ 0,5 mm (até1,5 mm) •muito usado para peças pequenas que requerem camada ~ 0,5 mm •mais eficiente do que a cementação sólida •líquido altamente tóxico Aços usados para Cementação: Aços Carbono •superfície resistente ao desgaste com núcleo tenaz •1016 / 1018 / 1019 / 1022 •peças pequenas / temperadas em água •aplicações onde não éexigido baixa distorção Aços baixa-liga •superfície resistente ao desgaste / núcleo resistente e dútil •4023 / 5110 / 4118 / 8620 / 4620 •temperados em óleo / baixa distorção Aços média-liga •aplicações onde éexigido menor distorção •4320 / 4817 / 9310 IF-SC Campus Joinville Página 31 Engrenagem cementada Camadas cementadas Microestrutura de camadas cementadas IF-SC Campus Joinville Página 32 2.2 NITRETAÇÃO Definição: Nitretação é um tratamento termoquímico superficial onde o nitrogênio é introduzido na fase a(ferrita) em temperaturas entre 500 –570 oC. Consequentemente, não ocorre mudança de fase quando o aço éresfriado atéa temperatura ambiente. Objetivo: Aumentar a dureza e a resistência ao desgaste mantendo o núcleo dútile tenaz. Propriedades dos aços Nitretados: •Alta dureza superficial com aumento da resistência ao desgaste e com pouco risco de descamação. •Alta resistência à fadiga –formação de forças compressíveis na superfície do aço. •Melhora da resistência à corrosão em aços não inoxidáveis. •Elevada estabilidade dimensional. •Sem risco de empenamento. Temperatura de Nitretação: 500 –570oC •limite superior –pré-requisito para que não ocorra transformação de fase •limite inferior –requerimento para que ocorra dissociação da amônia Nitretação Reação de Nitretação: Amônia em contato com a superfície aquecida do aço se dissocia: O nitrogênio na forma atômica pode ser absorvido pelo aço. A superfície ao atingir um determinado nível de saturação de nitrogênio, nitretos são formados através do mecanismo de nucleação e crescimento. Solubilidade do N no Fe-α: -0,004 wt% a 200 oC -0,10 wt% a 590oC –solub. máxima Solubilidade do N no Fe-. -austenita estável acima de 590 oC -2,8 % a 650 oC –solub. máxima Diagrama de Equilíbrio Fe-N : Estabilidade dos nitretos-. ’-Fe4N (CFC) -5,7 a 6,1 wt% -e-Fe2-3N (HC) –acima de 6,0 % -.–Fe2N (ortorrômbica) –11,0 % a 11,35 % e abaixo de 500oC. Estrutura cristalográfica das fases CFC e-HC .-Ortorrômbica IF-SC Campus Joinville Página 33 Camada Nitretada Formação da Camada Nitretada IF-SC Campus Joinville Página 34 •Nos processos convencionais é necessário um determinado tempo para a concentração do nitrogênio na superfície (Cs) seja elevada o suficiente para que ocorra a precipitação dos nitretos. •Ao alcançar um determinado valor (concentração crítica –Ccr), o primeiro nitreto a se formar é o .’– Fe4N. •Para se formar o nitreto e é necessário elevar o potencial de N na mistura ou elevar a temperatura de nitretação. Diagrama de Lehrer–relação entre o potencial de N e as fases formadas na superfície de ferro puro. 8,942,370,860,280 Estabilidade: Ti > Nb> Al > Si > Mn>Cr > Mo > Fe Energia livre de formação dos nitretos Estabilidade dos Nitretos Aços usados para nitretação: •Aços Nitralloycontendo Al –camada nitretadacom alta dureza. •Aços contendo Cr/Mo ou Cr/Mo/V com 2,5-3,5%Cr –camada com boa dureza. •Aços baixa liga –1Cr-0,2Mo –camada com menor dureza. Antes de nitretados devem ser temperados e revenidos em temperaturas superior a de nitretação. Dissociação da amônia em nitrogênio e absorção pelo aço [Thelning] IF-SC Campus Joinville Página 35 •É o mais clássico dos processos de nitretação. •Primeira patente –março de 1908 –AdolphMachlet. •Reação – em contato com o aço a amônia se dissocia liberando nitrogênio atômico, que pode ser absorvido pelo aço e dissolvido intersticialmente no Fe. •Quando a superfície atinge um determinado nível de saturação, nitretossão formados através do mecanismo de nucleação e crescimento, requerendo um determinado tempo de incubação. Microestrutura do aço AISI 1015 Nitretação gasosa •Normalmente tempos mais longos de tratamento –12 a 90 h. •Camadas entre 0,2 a 0,7 mm. •Para tempos longos –camadas de até 800 µm. •Aços mais usados são aqueles contendo Al (entre 0,85 e 1,50%). •Aços contendo Cr também são usados -4140. •Aços carbono não são usados pois a camada composta é muito quebradiça e se desplaca. •Dos processos de nitretação é o que apresenta maior crescimento do material. Nitretação Líquida •O aço é colocado em meio líquido de cianeto fundido em temperaturas entre 550 a 570 oC. •Meio similar ao usado na cementação líquida, variando apenas as proporções das misturas dos sais de sódio e potássio. Nesta temperatura tem-se menor dissociação do C. •É a técnica mais usada para aços carbono. IF-SC Campus Joinville Página 36 •Camada composta formada pela fase e e mais espessa que na nitretação gasosa. Presença de poros. •Maior rendimento que na nitretação gasosa. Tempos mais curtos. Segundo ASM 1-4 h. Thelningem torno de 24 h. •Não aplicada na MP –corrossãoe exsudação. •Sais muito poluentes e tóxicos. Microestrutura do aço carbono Nitretação líquida Usuários em tratamentos superficiais IF-SC Campus Joinville Página 37 Nitretação por Plasma Zona de Difusão: -nitrogênio em solução sólida intersticial (N < 0,4 wt%) –dureza levemente superior a matriz. -ultrapassado o limite de solubilidade tem-se a precipitação de finos e coerentes nitretos. -na maioria dos aços os precipitados de nitretosde EL são tão finos que não podem ser visualizados metalograficamente. 4140 –nitretação por plasma. Fe-0,1%C sinterizado e nitretado por plasma. IF-SC Campus Joinville Página 38 Nitrocementação por Plasma Conceito: É um processo termoquímico com a finalidade de melhorar a resistência ao desgaste e a fadiga e resistência a corrosão de uma grande variedade de aços. Características do processo: -Introdução conjunta de N e C na superfície da peça. -Formação de uma camada composta com espessura de 10-20 µm formada de carbonitretoe-Fe2-3(N,C) -estrutura HCP. -A fase e possui maior resistência ao risco (score) e ao desgaste por roçamento(Scuffing) -Formação de uma espessa zona de difusão com nitrogênio. Vantagens da NCP: •sem geração de fumaça ou lixo tóxico •sem riscos de explosão •pouca sujeira, barulho ou aquecimento excessivo •menor tempo detratamento •menor consumo de energia •menor consumo de gás Impacto Ambiental: Emissão de gases nos processos de nitrocementação por plasma (PNP) e Nitrocementação gasosa (GNP) IF-SC Campus Joinville Página 39 A –quantidade de gás usado no processo, m3/hB -total de emissão de carbono, mg/m3C -total emissão de NOx, mg/hD –taxa de emissão de carbon-bearing gas, mg/hE -taxa de liberação de NO2, mg/h Nitrocementação Ferrítica: Realizado a 570 oC durante 3 a 4 h numa atmosfera com gás CH4, CO2ou CO. As características da camada irá depender dos parâmetros do plasma (V, i, P, composição do gás e taxa de resfriamento). Nitrocementação por plasma de Fe em atm 87%N2+8%H2+5% CO2a 570 oC durante 3 h. Processos de Nitrocementação: Ferrítica-Temp. inferior 590 oC Austenítica– T entre 600-700 oC Obtenção de fase : -N ~ 80-90% e CH4~ 1-2%, -CH4 favorece a formação de .-CH3 , -uso de CO2 elimina a formação . Nitrocementação Ferrítica Canais porosos Microestruturas de Fe puro nitrocementado em N2+ H2+ CO2a 570oC durante 3 h Resfriamento lento: decomposição da fase Resfriamento rápido: manutenção da fase em ’e Fe-α IF-SC Campus Joinville Página 40 Nitrocementação Austenítica: -tratamento acima da temperatura eutetóide -camada nitrocementada formada pela camada composta, zona de difusão e por uma subcamada austenítica ferro-carbono-nitrogênio. -a tempera ou resfriamento sub-zero transforma a austenita em martensita, resultando numa subcamada com dureza superior a do tratamento ferrítico. Apesar elevada dureza e das excelentes propriedades tribológicas obtidas na nitrocementaçãopor plasma, a camada composta formada na nitrocementação ferrítica é muito espessa (> 20 µm) prejudicando a difusão do N para a zona de difusão e o seu endurecimento em aços carbono. Em situações de alto carregamento esta camada iráfalhar devido a sua baixa capacidade de absorção de choque. Micrografia ótica de aço 0,45%C nitrocementação por plasma a 700 oC por 3 h. Camada Nitrocementada: -carboneto -Fe2-3(N,C) com 6-7 wt%N e 1 wt%C -camada austenitica–o não adequado controle dos parâmetros pode causar a formação das fases .’-Fe4(N,C) e cementita.-Fe3C. IF-SC Campus Joinville Página 41 Lista de Exercícios – Tratamentos termoquímicos 1) O que são tratamentos termoquímicos e qual a sua finalidade? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2) Quais as aplicações dos tratamentos termoquímicos superficiais? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3) Quais os métodos de endurecimento superficial? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4) O que é cementação? Qual o objetivo deste tratamento? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5) Que tipo de aços são cementados? Em que faixa de temperaturaturas são tratados? Por que o carbono é introduzido na fase austenítica? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- IF-SC Campus Joinville Página 42 ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 6) Qual o teor de carbono da camada cementada? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 7) Do que depende a profundidade e a quantidade de C na camada cementada? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 8) O que é nitretação? Qual a finalidade deste tratamento? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9) Cite algumas propriedades dos aços nitretados? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- IF-SC Campus Joinville Página 43 10) Que aços são usados para nitretação? Quais os tipos de nitretação? Em que condição de tratamento térmico deve estar os aços a serem nitretados? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3. TRATAMENTOS SUPERFICIAIS (fonte: http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico) O tratamento de superfícies adquire cada vez mais importância para a conservação de peças e estruturas. É fundamental conhecer os métodos de limpeza e preparação de superfícies, visto que estas operações passaram a ser uma atividade corriqueira na indústria. Os padrões de qualidade tem exigido produtos cada vez mais duráveis e com padrões estéticos elevados. Por esta razão é fundamental o conhecimento dos procedimentos descritos neste módulo. Os tratamentos de superfície abrangem a alteração da superfície através de transformação química ou aplicação de revestimentos, inclusive eliminação de camadas não desejadas. Os métodos utilizados usam recursos químicos, mecânicos, e elétricos separados ou em combinações. Finalidades dos Tratamentos Alterar uma superfície pode ter uma ou mais das seguintes finalidades: aumentar a resistência aos agentes atmosféricos – umidade, luz solar, calor, frio aumentar a resistência aos agentes químicos - ácidos , bases, soluções orgânicas e inorgânicas aumentar a resistência a efeitos mecânicos – desgaste, riscamento, deformação obter propriedades físicas especiais – isolamento ou condutividade térmica e/ou elétrica , coeficiente de radiação obter um efeito estético de acabamento – brilho, cor, textura Terminologia Seja qual for a finalidade do tratamento, a superfície sofre o que se chama de beneficiamento . Para tratamentos estéticos usa-se o termo embelezamento da superfície que deve ser diferenciado dos demais tratamentos, denominados proteção da superfície. Obs: um tratamento de embelezamento, como por exemplo a cromagem, pode resultar num desempenho mais eficiente ao desgaste eriscamento . Isto significa que o embelezamento poderá também se constituir um fator de proteção da superfície. Etapas de Tratamento Para um eficiente tratamento de superfícies é necessário cumprir as etapas abaixo IF-SC Campus Joinville Página 44 Estabelecer as finalidades desejadas do tratamento de acordo com as condições de serviço da peça a ser tratada - considerando o ambiente de uso da peça, temperatura, substâncias químicas, custo do tratamento, etc.. Executar o tratamento preliminar de limpeza e remoção de outras impurezas. Nesta etapa é fundamental garantir que todos os elementos depositados ou incrustados na superfície da peça a tratar sejam removidos, de forma a garantir a eficiência do tratamento de proteção e sua durabilidade. Aplicar o tratamento desejado Estaremos dividindo este módulo em duas partes, a saber: Tratamentos Preliminares Tratamentos de Revestimento Tratamentos Preliminares dos Metais Introdução A condição essencial para a obtenção de um revestimento perfeito é o grau de absoluta limpeza da superfície a ser revestida. A maioria dos defeitos que aparecem durante a operação de revestimento devem-se a um tratamento preliminar deficiente, ou seja, a superfície não estava livre de sujeiras e depósitos. A limpeza, tanto de peças como de instalações enferrujadas, cobertas de óleo e/ou sujeira é efetuada através de processos idênticos ou similares. As duas operações de limpeza: desengraxamento e decapagem Genericamente pode-se identificar duas operações de limpeza no tratamento preliminar: eliminação da graxa e da sujeira menos aderida, operação denominada na indústria como desengraxamento. O desengraxamento pode ser efetuado por meios químicos , utilizando diferentes tipos de solventes – orgânicos e inorgânicos, banhos eletrolíticos e técnicas de ultrassom. eliminação dos componentes não metálicos ligados quimicamente, principalmente carepas e óxidos , conhecida como decapagem. A decapagem pode ser efetuada por meios mecânicos e térmicos . Nesta operação são removidas as carepas de laminação e de recozimento, as camadas de ferrugem e óxidos , a escória de soldagem, os resíduos salinos e frequentemente também a casca de fundição. Existem ainda outros procedimentos que não são exatamente métodos de limpeza, mas também relevantes como tratamentos de superfícies. São eles: processos de acabamento fino processos especiais Desengraxamento Remoção das Impurezas Orgânicas IF-SC Campus Joinville Página 45 O que é: é a remoção de materiais indesejados que aderem à superfície metálica, provenientes de operação precedente ou de armazenamento. Entre estes materiais estão restos de abrasivos e lubrificantes, cavacos metálicos, sujeira, pó de carvão e agentes conservadores (óleos, graxas). Escolha do método A seleção do método mais indicado depende do volume de sujeira, do processo de revestimento subsequente, do tipo de metal da peça, do tamanho , da forma e do número de peças a limpar das instalações da indústria ( espaço , energia, adaptação à produção) Em casos mais complexos, especialmente na produção em série, é indicada a consulta a um especialista para a determinação das condições ótimas de limpeza, incluindo, se necessário, ensaios práticos preliminares. Métodos de Limpeza Na remoção das impurezas orgânicas pode-se listar os seguintes métodos: Limpeza por Solvente Inorgânico Processo : usa a propriedade da saponificação ou da emulsificação dos óleos e graxas para promover a limpeza. Isto significa que os agentes químicos utilizados promovem a formação de uma mistura (emulsão) ou espuma, quando em contato com os depósitos superficiais da peça. Esta mistura é então removida por lavagem levando consigo as impurezas. O processo é realizado em banho de imersão. Agentes químicos : são soluções salinas, com componentes alcalinos fortes. Para aço e suas ligas, ferro fundido e níquel, usa-se a soda cáustica. Os fosfatos são adicionados como emulgentes e redutores da dureza da água. Para facilitar a lavagem posterior também são adicionados silicatos. Para metais não ferrosos o silicato impede o ataque da peça pelos desengraxantes. Modernamente são também usados agentes umectantes de lavagem, que intensificam a limpeza. Características : as concentrações nas soluções são de 3 a 5%. A temperatura tem maior influência no processo do que a concentração. É preferível trabalhar com as soluções em temperatura de ebulição. Para temperaturas abaixo do ponto de ebulição (entre 80 e 900 C) a solução deve ser constantemente agitada para ajudar a emulsificação. Para equipamentos fechados é feito um processo de esguichamento dos emulsificantes após o amolecimento do óleo por agitação do banho. Máquinas de lavagem: existem instalações completamente automáticas que removem as graxas e óleos, lavam e secam as peças. Algumas podem também fazer a decapagem. As peças percorrem as instalações em cestas ou isoladas, em dispositivos especiais. Alguns equipamentos podem ter tambores rolantes aquecidos eletricamente para lavagem de peças pequenas, de produção em série. Ver ilustração abaixo. IF-SC Campus Joinville Página 46 Cuidados especiais: a lavagem final das peças deverá ser feita preferencialmente com água, seguida de secagem imediata. A secagem rápida impede o enbaçamento e a formação de ferrugem. Peças excepcionalmente sujas e trabalhos de reparo: nos casos de reparo de peças ou peças muito sujas, usa-se limpeza por soluções que produzam espuma abundante. Locais de difícil acesso são esguichados com mangueira. Nestes casos usam-se os purificadores de emulsão que são combinações de solventes orgânicos (querosene, nafta, tricloro-etileno) e de soluções de sais alcalinos. É feito o esguichamento sem lavagem posterior. O jato reforça o efeito emulsificante. Forma-se uma camada remanescente muito fina de querosene , que pode ser benéfica no caso de fosfatização posterior. Isto porque a camada de granulação fina é uma barreira à corrosão. Para o caso de remoção de camadas de óleo resinificado e de borra, usa-se o processo de imersão ou esguichamento em temperatura ambiente, empregando solventes à base de cresol. Escolha dos agentes químicos: além do efeito de remoção procura-se escolher agentes que não afetem a integridade do metal da peça, especialmente no caso de peças polidas . Por exemplo:a alteração do cobre pode ser impedida por substâncias protetoras (inibidores) O alumínio e suas ligas são atacados por substâncias alcalinas. Segurança de operadores: como todos os agentes são fortemente alcalinos devem ser tomados cuidados especiais para evitar queimaduras da pele. Limpeza por Solvente Orgânico Processo: remove a graxa pela ação de hidrocarbonetos clorados . Estes solventes promovem a limpeza dissolvendo rapidamente as gorduras minerais, vegetais e animais, resinas, ceras, parafina, asfalto alcatrão e alguns tipos de pintura. Não atacam o metal e não deixam residuos quando aplicados diretamente. Neste processo não são necessárias a lavagem e secagem posterior das peças. Agentes químicos: o tricloro-etileno e o percloro-etileno são os principais compostos para este tipo de limpeza. A característica incombustível destes solventes fez com que os hidrocarbonetos combustíveis antigamente usados (gasolina, querosene e benzóis) fossem quase completamente descartados. Características: os aparelhos começam com uma remoção prévia, seguida de uma remoção definitiva da gordura. As peças saem do tricloro-etileno(870 C) ou do percloroetileno (1190 C) em ebulição, passam através da zona de vapor. Os vapores do solvente condensam-se nas superfícies metálicas lavando-as definitivamente com o solvente limpo. Cuidados especiais: pós abrasivos e sujeira sólida não são removidos pela efervecência fraca da solução. Neste caso as peças devem ser escovadas, a menos que seja possível dirigir um jato de solvente sobre a peça, numa câmara fechada. Peças levemente untadas ou de formas complexas são tratadas com vapores de tri ou percloro-etileno, não passando pela operação de imersão. Segurança de operadores: o tri e o percloro-etileno não devem ser aplicados alternadamente para a remoção de graxas de peças de ferro e de alumínio num mesmo recipiente. O tricloro-etileno quente reage com o pó de alumínio de modo explosivo, formando o cloreto de IF-SC Campus Joinville Página 47 alumínio. Para o alumínio e suas ligas deve-se usar somente o percloro-etileno. Desengraxamento Eletrolítico Processo: neste processo são usadas simultaneamente a saponificação e a emulsificação dos óleos e das graxas através da ação de substâncias alcalinas, semelhantes às usadas no processo de limpeza por solvente inorgânico. O processo acontece num banho eletrolítico e as impurezas não saponificáveis são removidas pelo gás produzido no banho. Para remover a sujeira e a espuma formada no banho, é mantida circulação através de uma pequena bomba. As superfícies dos ânodos , geralmente feitas de níquel ou de chapa de aço niquelado, devem ser tão grandes quanto possível. A introdução de ácido crômico através dos dispositivos de suspensão pode estragar o banho. Agentes: são os mesmos utilizados na limpeza por solvente inorgânico, descrita anteriormente. Os banhos contém compostos alcalinos e cianetos, além de pequenas percentagens de umectantes, que produzem uma espuma fraca, evitndo perigo de explosão do gás oxídrico. Características: Ocorre formação de hidrogênio no cátodo. Se não houver desvantagens na absorção do hidrogênio, as peças (aço) podem ser conectadas no cátodo. Peças de alumínio, zinco e estanho são ligadas ao cátodo, devido ao forte efeito cáustico dos álcalis. Para evitar a absorção excessiva de hidrogênio, trabalha-se com impulsos fortes de pequena duração. A tensão e a corrente são maiores que na maioria dos processos galvânicos. Cuidados especiais: no caso de peças cobertas com muita graxa ou muita sujeira, torna-se necessária uma limpeza grosseira preliminar. Indicações: é principalmente indicado para peças que deverão sofrer revestimento galvânico posterior. Como é um tratamento rápido, 1 a 3 minutos, presta-se para a produção em série. Outras variantes do processo: Desengraxamento com cobreação leve simultânea (banho de decapagem cuproso), que pode revelar se a remoção da graxa foi uniforme , melhorando também a aderencia da camada de níquel ou de cromo, depositadas em seguida Processos combinados de desengraxamento e desoxidação, que trabalham com uma ligação alternativa das peças ao ânodo e ao cátodo. Com isto consegue-se também o depósito de uma fina camada de ferro eletrolítico, que reduz a possibilidade de formação de ferrugem do metal até o tratamento definitivo. Usa-se como preparação para tratamentos galvânicos ou pinturas e para aumentar a aderência dos revestimentos de esmalte. Desengraxamento com auxílio de Ultrassom Processo: as impurezas são removidas/soltas por efeito de vibração, conseguida através de transdutores ultrassônicos (frequência acima de 20kHz) . O efeito vibratório é combinado com a ação de soluções orgânicas ou inorgânicas dentro de um banho de imersão. Agentes químicos: semelhantes aos usados na limpeza química (orgânica e inorgânica). Características: O ultrassom promove a concentração de altas energias de tração e compressão num IF-SC Campus Joinville Página 48 espaço físico reduzido. Pode remover resíduos de pastas de polimento, pinturas, massas, cementantes e sujeiras num curto espaço de tempo. Maquinário:os aparelhos para limpeza podem ser construidos para peças pequenas e delicadas assim como para peças maiores. Em geral os equipamentos são caros, mas permitem a redução do tempo de limpeza a segundos. O processo é feito à temperatura ambiente, e as soluções são de baixa concentração. Estes fatores, além do fácil manuseio de instalações automatizadas permitem que se faça um balanço financeiro da conveniência do uso deste processo. Cuidados especiais: desde que observadas as precauções necessárias de operação, o processo não apresenta risco. Decapagem Fundamentos:decapagem é todo o processo destinado à remoção de óxidos e impurezas inorgânicas, incluindo-se nestas categorias: a carepa de recozimento e de laminação, as camadas de ferrugem, a casca de fundição e as incrustações superficiais. Tipo: a decapagem pode ser feita por diferentes tipos de processos, destacando-se: Decapagem Mecânica Escovação e Raspagem Em pequenas indústrias , ou para peças avulsas, os métodos de remoção de sujeira ou camadas de óxidos ainda servem-se da escovação, martelamento e raspagem com ferramentas manuais. Raspagem: é o tratamento conseguido com escovas rotativas (n= 500 a 2000 rpm) de arame de aço ou bronze ( espessuras de 0,05 a 0,1 mm) , de crina de cavalo ou de substâncias sintéticas. O processo pode ser acompanhado do uso de abrasivo misturado com óleo. Camadas mais espessas de óxidos pedem tratamento químico preliminar. O processo é geralmente antieconômico quando houverem camadas mais espessas de carepa ou óxidos a serem removidas. Metodologias alternativas são o esmerilhamento ( para juntas soldadas e fundidas) e o uso de martelos pneumáticos (remoção de incrustações em caldeiras) . Tamboreamento Processo: é um método de esmerilhamento onde as peças são colocadas dentro de um tambor fechado ou aberto que gira provocando a limpeza das peças pelo atrito com material abrasivo contido no tambor. Para tambores abertos, o ângulo de inclinação pode ser controlado, alterando a altura de queda das peças. Agentes: entre os componentes abrasivos utilizados destacam-se a areia, o pó de esmeril, peças de aço pequenas e médias, óxido de alumínio, e eventualmente granito e quartzo. IF-SC Campus Joinville Página 49 Características: O processo pode ser feito a seco ou com agentes alcalinos ou ainda com ácido sulfúrico diluído. Para a eficiência do processo é necessário um peso mínimo das peças e um diâmetro adequado do tambor. Indicações: O processo é indicado para peças com sujeiras muito aderidas, e aplica-se a qualquer metal ou tipo de superfície, bastando adequar o processo a cada caso. Recomenda-se limpar peças de tamanhos próximos numa mesma operação. Jato abrasivo Processo: remove a carepa , óxidos e cascas de fundição por efeito do impacto de areia ou esferas de aço sobre a peça a limpar. A areia é impulsionada por ar comprimido. O efeito de impacto pode também ser conseguido por centrifugação e jato turbulento. Agentes : areia quartzídica ou esferas de aço Características : a superfície resultante terá aspereza maior (comparada ao tamboreamento) mas pode ser controlada pela granulação do agente e pelo tempo de jateamento. Indicações: para peças de formatos complexos, recipientes e instalações estacionárias. O jato de areia é o tratamento preliminar recomendado para a formação posterior de camadas de fosfatos, assim como para a aplicação de camadas protetoras de borracha. Diferenças : areia ou esferas de aço Areia quartzídicaIndicações:é indicada para peças facilmente deformáveis, com paredes não muito finas e para metais com coloração natural e alumínio, assim como para peças a serem esmaltadas. O grau de aspereza depende da pressão do ar, da rotação da centrífuga e do tamanho do grão. Parâmetros: As pressões são de 2 a 3 atm para o ferro, e de 1 a 1,5 atm para os metais de coloração natural e ferro fundido. A areia quartzídica apresenta arestas vivas e tem diâmetro médio entre 1,5 e 3,0 mm. Para chapas de metal leve o diâmetro recomendado é 0,5mm . O ângulo de incidência mais vantajoso é 450 Esferas de aço Indicações: são indicadas para uso em material duro . A qualidade da superfície resultante depende da distância entre bocais, que pode ser otimizada. As esferas de aço são mais eficientes do que a areia, entretanto encarecem o processo pois a sua produção é onerosa. Parâmetros : a pressão de ar é de 2,6 atmm. As esferas tem diâmetros entre 0,5 e 2,0 mm . Pode ser usado um formato alternativo que são pequenos cilindros de aço especial ( resistência de 180 kgf/ mm 2 com diametros entre 1 e 2,5 mm. O ângulo de incidência deve ficar entre 30 e 400. Pressões ou tempos excessivos podem conduzir ao encruamento da peça. Limpeza Úmida IF-SC Campus Joinville Página 50 Processo: utiliza jato de água a alta pressão para a remoção das cascas de fundição, ferrugens e revestimentos. É um processo relativamente novo que é efetuado em câmaras especiais. Características: a água é o agente de limpeza mas necessita ser operada a pressões entre 50 e 75 atm, o que torna o processo caro. Em compensação, a superfície tratada não requer preparação adicional antes da aplicação de revestimentos. Indicações: para peças de médias e grandes dimensões, provenientes de fundição ou para recondicionamento de estruturas em operação ( e.g. tanques de armazenamento) . Remoção da Carepa por Flexionamento Processo: consiste em romper as carepas frágeis através da imposição de deformação. O método exige uma decapagem posterior e tem sido empregado somente em casos especiais. Características: requer dispositivo de aplicação de carga adequado ao tipo de peça. Indicações: para limpeza de tiras, arames e anéis. Variante: a carepa também pode ser desprendida mediante o enrolamento das tiras ou arames, em forma de hélice . Alguns estudos tem pesquisado a ruptura da carepa através do alongamento do arame, mas sem resultados conclusivos. Decapagem por processos Térmicos Limpeza de graxa por Recozimento Processo: As peças trefiladas devem passar por alívio de tensões entre 700 e 750 0 C. No aquecimento é vedada a entrada de ar para evitar deformações durante a esmaltação. Na temperatura alcançada queimam-se o óleo, a graxa e a sujeira. Características : no processo é formada nova carepa que deverá ser removida por decapagem. As variações do processo incluem: recozimento em atmosfera ácida, que aumenta a solubilidade da carepa na decapagem, e o recozimento com gás protetor que evita a formação da carepa e de óxidos. Este último pode ser considerado um tratamento superficial. Limpeza por Chama Processo: usa a diferença entre coeficientes de dilatação térmica dos metais e seus óxidos para romper a carepa, ferrugem ou casca de fundição. A superfície é aquecida rápidamente com chama oxi-acetilênica, estourando a camada superficial. Características: a chama oxi-acetilênica aquece a peça a uma temperatura aproximada de 140 0 C, portanto não há aquecimento execessivo do metal de base. Quanto mais tempo a carepa tiver sido exposta à intempérie, mais fácil é sua remoção. Para a ferrugem, o efeito da chama é aumentado pela evaporação da água de hidratação. A decapagem posterior pode ser dispensada. Indicações: é especialmente indicado para a limpeza de estruturas de galpões, já que não libera poeira. IF-SC Campus Joinville Página 51 Cuidados especiais: se as faixas de temperatura forem abservadas não há efeito na resistência mecânica do material da peça. Limpeza com Pó de Ferro Processo: a camada superficial da peça é queimada removendo incrustrações de areia e de escória e rebarbas de peças fundidas. Características: uma fina camada superficial da peça é queimada com maçarico, promovendo-se simultaneamente melhor fluidez da escória através da injeção de pó de ferro finamente pulverizado. Indicações: é empregado para o aço fundido e para o aço laminado, sem liga ou com baixo teor de liga. Decapagem Química Finalidades: Produzir superfícies puras - requisito essencial para a aplicação posterior de revestimentos reconhecer defeitos estruturais Características: existe sempre uma solução mais eficiente para o tipo de oxidação de diferentes metais, que torna o processo mais econômico. Materiais metálicos são atacados por ácidos e bases fortes . Somente a camada superficial ‘não metálica’ deve ser removida, evitando o ataque do metal de base. O ataque do metal de base é a chamada “superdecapagem”, que altera espuriamente as propriedades do metal pelo efeito da difusão do hidrogênio atômico. Os resíduos da decapagem favorecem a corrosão, portanto uma lavagem final cuidadosa é indispensável, seguida de uma neutralização alcalina fraca. Agentes e aditivos:descrevem-se abaixo os aditivos e os ácidos utilizados na decapagem Aditivos: tem como função a inibição do ataque excessivo das substância ácidas. Para a decapagem, os aditivos são absorvidos pela superfície metálica, impedindo a difusão do hidrogênio. O efeito protetor é medido pelo grau de inibição, conforme fórmula abaixo. Observe-se que o efeito decapante dos ácidos praticamente não é influenciado pelos aditivos. Empregando agentes ativadores especiais, consegue-se acelerar o processo de decapagem por umectação intensiva e uniforme da superfície, aperfeiçoando também a inativação da superfície decapada. Praticamente não há redução de espessura além daquela da carepa. Outras vantagens do uso dos aditivos: Melhor aderência Aumento da resistência dos revestimentosmetálicos à tração e à flexão IF-SC Campus Joinville Página 52 Redução da fragilidade Ausência de bolhas provenientes da decapagem, com melhor deformabilidade Ácidos Decapantes para os metais mais importantes Aço carbono Tipo de ácido: decapado com ácido clorídrico ou sulfúrico, diluido. Concentrações: entre 10 e 20%. Tempo de decapagem: dependem da espessura da camada de carepa ou ferrugem Vantagens e desvantagens: Ácido Sulfúrico: mais barato, mais econômico no consumo, mais fácil de regenerar, tem odor mais fraco, deve ser aquecido no uso, armazenável em tambores de ferro. Ácido Clorídrico: é usado a temperatura ambiente, ataca menos o metal, reduz a fragilidade da decapagem, gera superfícies mais claras, armazenável em tambores de vidro ou de louça. O custo é em geral o fator decisivo na escolha. Porisso o ácido sulfúrico é o mais usado, além do que é vendido no mercado a concentrações mais altas (96% ácido sulfúrico contra 33% do ácido clorídrico), requerendo menor espaço de armazenamento. Entretando o ácido clorídrico permite tempos menores de decapagem quando aquecido. O tempo de decapagem depende da quantidade de carepa e ferrugem, devendo ser determinado experimentalmente em cada caso. Em casos especiais pode-se usar ácido fosfórico. Ele promove uma certa proteção contra a ferrugem e melhor aderência das pinturas, mas é mais oneroso. Dispensa lavagem e neutralização posteriores. Ferro Fundido Tipo de ácido:pode ser tratado com ácido sulfúrico ou clorídrico diluido, usando aditivos. Concentrações: quando houver restos de areia na superfície usa-se 7 a 10 % de HCl combinado com 1 a 3% de HF com temperaturas entre 20 e 5000 C Especificidades: a formação de ferrugem posterior é evitada por um tratamento de ácido fosfórico diluído. Aços Inoxidáveis e aços cromo-níquel A limpeza pode ser feita por uma combinação de ácido nítrico e ácido fluorídico, seguindo procedimentos de siderurgia. Metais com coloração natural Cobre e Suas Ligas Tipo de ácido: ácido sulfúrico diluído utilizado a 6000 C Concentração: de 10 a 15% Tempo de decapagem: não é relevante pois a decapagem é leve Aditivos: não são necessários Especificidades: a superfície resultante não apresenta brilho uniforme. Quando desejado tal atributo usa-se ataque por mistura de ácidos , especialmente o ácido nítrico. IF-SC Campus Joinville Página 53 Zinco Tipo de ácido: ácido clorídrico ou sulfúrico usado à temperatura ambiente. Concentração: 3 a 10% e combinado com aditivos. Especificidades: para ligas de zinco contendo Cu e Al passam por decapagem preliminar em mistura de ácido crômico e clorídrico e uma decapagem final em solução com alto teor de ácido crômico. Zinco fundido é em geral só escovado, e antes da galvanização a graxa é removida por imersão rápida em solução de 2 a 5% de HCl ou HNO3, com aditivo. Segue-se uma escovação final Estanho e Chumbo Tipo de ácido: ácido clorídrico 2 a 3% ou ácido nítrico diluido. A decapagem é seguida de uma lavagem eficiente e secagem imediata, evitando assim uma limpeza mecânica. Alumínio e Suas Ligas Tipo de solução: soda cáustica diluida e ácidos nítrico e fluorídrico Especificidades: o aluminio e suas ligas são cobertos por camadas finas e densas de óxidos quando expostos ao oxigênio do ar, que devem ser removidas antes da aplicação de outros tratamentos. As peças passam em geral pela solução de soda cáustica, com elevação de temperatura, devendo ser lavadas em seguida. Para remoção de residuos faz-se breve imersão em ácido nítrico. Para ligas contendo silício o processo ainda prevê um banho adicional em solução fraca de ácido fluorídrico, seguindo-se nova lavagem. Cascas de fundição e laminação são removidas obtendo-se uma superfície clara e lisa. O grau de ataque da superfície é controlado pelo tempo de imersão. Cuidados: no caso de quantidades maiores de óleo, graxa ou abrasivos, recomenda-se a remoção prévia da graxa. Decapagem Eletrolítica Análogo ao processo de remoção de graxa por método eletrolítico, empregando o desenvolvimento de gás para aumento da eficiência. Tipos de Processos Eletrolíticos Bullard-Dunn: neste método as peças são ligadas ao cátodo. O anodo é feito de chumbo ou de estanho, e o eletrólito contém ácido sulfúrico. O hidrogênio se forma e quebra a camada de óxido e as supefícies limpas recebem imediatamente um revestimento fino de chumbo ou estanho. O processo pode ser aplicado a todos os aços , incluindo os aços Cr-Ni e Cr-Mo. Trabalha com muita eficiência dentro de amplos limites de concentração e densidade de corrente. As dimensões e dureza das peças não são alteradas. É indicado para moldes de fundição com carepa e peças de precisão temperadas. Decapagem anódica: neste processo usam-se ácidos inorgânicos e aditivos, especialmente para os aços, alumínio e suas ligas. Um controle rigoroso é necessário. Este processo é indicado para peças com roscas que deverão passar por posterior galvanização. A pouca remoção do material do núcleo da rosca corresponde a um menor depósito na galvanização ( decapagem de precisão). IF-SC Campus Joinville Página 54 Processo com Condutor Central: são banhos fortemente alcalinos ( ou com substâncias fundidas), combinando altas densidades de corrente e altas temperaturas. O eletrólito é uma solução diluida de ácido clorídrico ou ácido sulfúrico. As peças são suspensas sem ligação metálica com a fonte de energia elétrica, entre o cátodo e o anodo. Não existe portanto problemas de fixação ou contato deficiente. A corrente passa de um eletrodo para o outro através da peça ( condutor central), provocando decapagem da superfície na entrada e saida. Decapagem mais uniforme é conseguida por inversão intermitente dos polos. É empregado para a decapagem de arames, chapas, tiras e peças miudas, (acondicionadas em cestas). Variantes: Remoção Simultânea de Graxa e Ferrugem Pode ser conseguida por banho altamente alcalino concentrado, usando corrente contínua e elevação da temperatura. O ultrassom também é empregado com sucesso na dacapagem . Processos de Acabamento Fino Retificação Visa a eliminação das irregularidades, das fissuras, dos poros e dos corpos estranhos e dos óxidos, satisfazendo as condições exigidas para posterior lustração. Processo: satisfaz as condições acima através da remoção de material, utilizando rebolo em forma de disco. O rebolo remove material da peça por abrasão . a retificação pode ser executada em duas etapas, retificação de desbaste e retificação de acabamento, dependendo do estado da superfície a tratar. Agentes: Os agentes da retificação são materiais abrasivos combinados com aglomerantes. O tamanho dos grãos abrasivos é definido através de peneiras normalizadas (DIN 1771). Para metais duros, geralmente retificados a seco, utiliza-se o coríndon natural ou artificial, carbonetos duros ou pedra-pomes, com aglomerante cerâmico ou mineral (p.ex., argila, silicatos, quartzo), ou de resina sintética ou de borracha. Características: a seleção do tipo de rebolo, grão abrasivo e material aglomerante depende do material a retificar. Rebolos mais elásticos, como os de cortiça, de feltro, de papelão ou de madeira, ou com tiras de couro ou feltro, portadores de grãos abrasivos são usados para manter baixa a remoção do metal da peça. A velocidade de rotação tem influência sobre o desempenho do rebolo e sobre o acabamento superficial. Rotações excessivas pode provocar empastamento (por calor do atrito) e fissuras. As velocidades máximas são estabelecidas por norma (DIN 69 103). Cuidados especiais: Metais pesados e leves não devem ser retificados ou polidos com o mesmo rebolo. As velocidades máximas devem ser obedecidas para se alcançar um bom resultado. Outras variantes: também é usada a retificação com fitas, especialmente para locais de difícil acesso. A fita é elástica e não deixa riscos na superfície. Pode-se usar velocidades mais altas sem riscos de acidentes. O acionamento é feito por polia. Para os diferentes metais existem também velocidades e tipos de abrasivos recomendados Polimento Mecânico IF-SC Campus Joinville Página 55 É a lustração dos metais que pode ser feita antes e/ou após a aplicação de revestimentos. Pode ser feita manualmente com o uso de discos, em politrizes automáticas ou pelo processo eletrolítico Polimento com discos Processo: é idêntico à operação de retificação com rebolo. Utiliza os mesmos tipos de máquinas. Agente: é um tipo de pasta aplicado sobre o disco girante. O disco é feito de couro, feltro ou pano. Características: as rotações são mais altas do que na retificação. Pode-se polir chapas, tiras e corpos de revolução de forma complexa, em politrizes automáticas equipadas com gabaritos. Polimento em Tambores Processo:é similar ao tamboreamento, usando-se esferas de aço para o polimento. Agentes: as esferas de polimento (ou pequenos cilindros) são usadas em combinação com um fluido de polimento, adequado ao estado da superfície, dureza e
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